Art Games

Starting from consensual definitions about video games and arts, this article discusses the artistic potentialities of video games and their relationship with the gaming industry. Highlighting the importance of games for humanity in its cognitive aspect, power of socialization and the representation of society itself, this article discusses the possible artistic potential of video games, as well as the hypothesis that these potentialitiesmay be totally or partially overshadowed by the emphasis on economic success that is given by the video game industry, mainly because it is a less established form of expression compared to cinema, music, literature and the visual arts, which do not need to prove anything as an artistic language, but which also experience dilemmas and counterpointswith their manifestations more focused on pop and media consumption, having as their first instance massive popularity and economic success, and not creativity and the full expression of human experience, subjectivity and sensibility.

Quando verificamos o tema do vigésimo Seminário de Artes Digitais – SAD – percebemos a oportunidade que precisávamos para escrever sobre um aspecto que nos chamou a atenção em um dos jogos para vídeo games – Death Stranding (2019) – as múltiplas realidades que permeiam a narrativa na história. Essa percepção das possibilidades em se compreender que, mesmo por trás de uma obra ficcional, é possível inferir uma leitura de mundo ancorada em nossa realidade cotidiana surgiu na qualificação de dissertação de um dos autores deste artigo, momento em que foi questionado sobre a ficção não ter relação com a realidade. Naquele momento, para explicar como ficção e realidade podem convergir no âmbito discursivo e das significações foi utilizada a temática do jogo digital Wolfenstein II: the new colossus (2017). Nele, é apresentado um mundo distópico em que os nazistas venceram a Segunda Guerra Mundial e instauraram uma “Nova Ordem Mundial”, mas, ainda eram retratados como inimigos de um mundo livre, representado pelo herói, americano, da resistência no jogo. A história é uma ficção e apresenta aspectos de nossa realidade em que há o constante crescimento de governos e manifestações populares de extrema direita no mundo, inclusive, com tendências neonazistas.
Diante do fato explicado acima, percebemos a importância em observar, analisar, desenvolver e compartilhar pesquisas referentes à Análise do Discurso Crítica – ADC – no campo dos jogos digitais, para que as pessoas não consumam ou tomem os jogos digitais apenas levando em conta sua faceta de artefato lúdico ou como simples meios de entretenimento, mas que eles também possam compreender as inúmeras possibilidades significativas no campo discursivo e do design sejam como crítica social, política, costumes, cultura, dentre tantas outras perspectivas que se relacionam ao nosso contexto.
As histórias e suas narrativas vão muito além de conduzir os jogadores por mundos ficcionais, os jogos digitais promovem forte envolvimento, imersão, ludicidade e possibilitam que participemos da construção, ou complementação, do mundo ficcional apresentado aos jogadores, que preenchem constantemente as lacunas deixadas em aberto (JUUL, 2005), por meio das experiências individuais e coletivas vividas e desenvolvidas em sociedade. Os jogos digitais não são apenas regras a serem seguidas, também são mundos ficcionais de possibilidades reais.