El presente capítulo analiza la propuesta de Judith Butler de una teoría performativa de la ciudadanía, con el fin de mostrar lo que ésta abona en términos de acceso a los derechos humanos y ejercicio de la libertad. Asimismo, me propongo... more
El presente capítulo analiza la propuesta de Judith Butler de una teoría performativa de la ciudadanía, con el fin de mostrar lo que ésta abona en términos de acceso a los derechos humanos y ejercicio de la libertad. Asimismo, me propongo mostrar cómo esta propuesta teórica posibilita definir al feminismo como un movimiento político radical y reivindicar su lucha. De este modo, en el primer apartado abordaré algunos aspectos sobre la vida y obra de esta filósofa. Posteriormente, en la segunda sección analizaré los conceptos de performatividad y precariedad que resultan fundamentales para el desarrollo y comprensión de la propuesta desarrollada por Butler. En tercer lugar, puntualizaré algunos aspectos sobre la concepción butleriana del Estado. Finalmente, reflexionaré a través de algunos ejemplos cómo se da en el caso de las mujeres el ejercicio performativo de la ciudadanía.
Em um país com altos índices de violência contra a mulher, onde, segundo pesquisa recente do Datafolha (setembro de 2016), 42% dos homens e 32% das mulheres entrevistados concordam com a afirmação: “mulheres que se dão ao respeito não são... more
Em um país com altos índices de violência contra a mulher, onde, segundo pesquisa recente do Datafolha (setembro de 2016), 42% dos homens e 32% das mulheres entrevistados concordam com a afirmação: “mulheres que se dão ao respeito não são estupradas”, onde as mulheres recebem em média 74,5% da renda dos homens, enfim, um país com uma das mais baixas taxas do mundo de presença de mulheres no poder legislativo, um país que recebe uma denúncia de violência contra mulher a cada 7 minutos, em que ocorre um estupro a cada 11 minutos. Em suma, vivemos em um país absolutamente conivente com um verdadeiro massacre físico, moral e psicológico contra a mulher. Ora, é mais do que evidente que este é um problema social grave, gravíssimo diria. Como a filosofia poderia se furtar a falar sobre este tema? Doutra parte, como a filosofia não falaria do diminuto número de mulheres que estudam e lecionam filosofia atualmente?
Talvez esse livro Filósofas seja uma reação à famosa coleção “Os Pensadores”, que não contém nenhuma pensadora em seus 52 volumes de 25 séculos de filosofia. Mas talvez seja mais do que isso. Talvez seja a expressão de que nós, filósofas... more
Talvez esse livro Filósofas seja uma reação à famosa coleção “Os Pensadores”, que não contém nenhuma pensadora em seus 52 volumes de 25 séculos de filosofia. Mas talvez seja mais do que isso. Talvez seja a expressão de que nós, filósofas brasileiras, estamos ganhando cada vez mais consciência de que o que já se produziu em filosofia pelas mulheres é extremamente profundo e transformador e que o que nós queremos é uma completa revisão feminista da história da filosofia. Uma história que não apenas inclua mulheres filósofas, mas que se abra para novos objetos, questões e temas e novas formas de argumentar, imaginar e produzir conhecimento. A pergunta que não quer calar diante desse tipo de produção de conhecimento feito por homens filósofos é a seguinte: uma filosofia que justifica as desigualdades sociais existentes e naturaliza opressões não seria ela mesma opressiva? Esse tipo de filosofia falocrática ou de bases misóginas e racistas não produziria graves consequências epistemológicas e éticas?
Que o 8 março seja celebrado mais uma vez como um dia marcante na luta feminista, mas não nos esqueçamos que nossa luta é constante e cotidiana. Seria leviano dizer que esse dia deva ser lembrado apenas como dado histórico de uma luta já... more
Que o 8 março seja celebrado mais uma vez como um dia marcante na luta feminista, mas não nos esqueçamos que nossa luta é constante e cotidiana. Seria leviano dizer que esse dia deva ser lembrado apenas como dado histórico de uma luta já superada, como se não existisse mais violência de gênero, racial, sexual, interseccional. Seria, em verdade, um ideal, pois que a realidade ainda é bastante distópica e violenta. Assim, se escrevemos mais uma vez sobre a importância desse dia é porque sabemos o quanto ainda é necessário tanto relembrá-lo quanto celebrá-lo, instituindo, reiteradamente, um ritual de consciência e de renovação de nossas lutas.
Neste artigo procuramos argumentar a favor da legitimidade de uma Filosofia Feminista e contribuir para a sua solidificação no Brasil. Para tanto, discutiremos o suposto paradoxo da aproximação entre o pensamento feminista, de... more
Neste artigo procuramos argumentar a favor da legitimidade de uma Filosofia Feminista e contribuir para a sua solidificação no Brasil. Para tanto, discutiremos o suposto paradoxo da aproximação entre o pensamento feminista, de caráter mais concreto e atento às contingências e às vidas das mulheres, e a Filosofia, que preza a abstração e os universalismos, ao mesmo tempo que possui uma produção teórica androcêntrica e uma história de apagamento das mulheres. Em seguida, trataremos de algumas críticas endereçadas à Filosofia Feminista, efetuadas com o intuito de rejeitá-la como um campo de pesquisa e reflexão realmente filosófico – a saber, as de que atua de maneira ideológica e parcial, criando um gueto; de que é por demais interdisciplinar ou sociológica; e que não configuraria um campo próprio de pesquisa, uma vez que suas questões já estariam incluídas em alguma das subáreas da Filosofia. Nas duas últimas sessões refletiremos sobre uma Filosofia Feminista no Brasil (e brasileira), suas características e estratégias de enfrentamento do preconceito contra as mulheres e o feminismo na filosofia destacando a possibilidade de expansão da própria ideia do que significa filosofar.
Semblanza biográfica de la filósofa y divulgadora mexicana Paula Gómez Alonzo, incluida en el tomo III del Diccionario biográfico de mujeres jaliscienses prominentes, publicado en coautoría con Lilia Bayardo y Angela Kennedy. La vida y... more
Semblanza biográfica de la filósofa y divulgadora mexicana Paula Gómez Alonzo, incluida en el tomo III del Diccionario biográfico de mujeres jaliscienses prominentes, publicado en coautoría con Lilia Bayardo y Angela Kennedy. La vida y obra de Gómez Alonzo, como filósofa materialista, es interesante por su pensamiento reivindicativo de las mujeres y de su derecho a ser sujetos epistémicos y por su abordaje del tema de la cultura femenina en relación con la producción y la reproducción (1933), el cual podría ser considerado un antecedente del feminismo de la diferencia. Históricamente son valiosos también sus esfuerzos por la divulgación científica y su presencia en actos políticos entre mujeres de izquierda en los años sesenta, donde se manifestó en favor de la paz y contra el intervencionismo militar. Más información en: https://www.coljal.mx/investigacion-lineas/repositorios/diccionario-biografico-de-mujeres-iii/
"O título de “Filosofia por Elaes” pode causar estranhamento aos mais conservadores. Com a palavra “Elaes” não se trata evidentemente de um erro de digitação, nem de um mero neologismo que integre de modo artificial homens e mulheres em... more
"O título de “Filosofia por Elaes” pode causar estranhamento aos mais conservadores. Com a palavra “Elaes” não se trata evidentemente de um erro de digitação, nem de um mero neologismo que integre de modo artificial homens e mulheres em uma idealização atual que visa esconder a divisão real do trabalho ao qual serve essa separação sempre com maior carga de sofrimento para as mulheres. Do mesmo modo, não se quer, por meio dessa expressão, apenas reunir gêneros como formas discursivas, como produtos sociais ou sexuais. A perspectiva de criar uma palavra para integrar pronomes, que em si mesmos excluem o outro aponta, evidentemente, para mais longe. Com “Elaes” se trata, sobretudo, de uma provocação, gesto no qual se pode dizer que reside o sentido do que se pode em qualquer época chamar de filosofia." -- Marcia Tiburi
Resumo: O presente artigo traz algumas reflexões da filósofa e feminista decolonial Elsa Dorlin sobre o que chamou de feminismo-lógico-filosófico do século XVII, presente nas posições de Marie de Gournay, Anna Maria Van Schurman, François... more
Resumo: O presente artigo traz algumas reflexões da filósofa e feminista decolonial Elsa Dorlin sobre o que chamou de feminismo-lógico-filosófico do século XVII, presente nas posições de Marie de Gournay, Anna Maria Van Schurman, François Poullain de la Barre e Gabrielle Suchon. Neste artigo, esse tipo de filosofia é classificado como lógico-igualitarista e recebe uma quinta representante: Mary Astell. Essas filósofas e la Barre defenderam uma igualdade entre os 'sexos' por meio de argumentos lógicos que visavam demonstrar a igualdade como algo verdadeiro e irrefutável. É nossa intenção apresentar ao público brasileiro algumas das estratégias utilizadas por essas filósofas, e apontadas por Dorlin, no debate sobre a desigualdade ou igualdade entre os sexos. Por fim, focaremos nos motivos pelos quais as estratégias utilizadas não chegaram a atingir seu objetivo: um contexto de juízos e juízes corrompidos. Palavras-chave: Filosofia Feminista-Querelle des Femmes-Igualdade de Gênero Proving something does not mean to convince the public: lessons from 'feminist' thinking of the 17th century
Entre o riso do deboche e o silenciamento do nó na garganta está, quase sempre, a voz frágil e trêmula da aluna de filosofia. A sala é um bloco de uma tradição que lhe pesa, enquadra o seu lugar e direciona seus passos. A porta de saída... more
Entre o riso do deboche e o silenciamento do nó na garganta está, quase sempre, a voz frágil e trêmula da aluna de filosofia. A sala é um bloco de uma tradição que lhe pesa, enquadra o seu lugar e direciona seus passos. A porta de saída sempre lhe esteve mais próxima e, muitas vezes, foi motivo de libertação e alívio. A filosofia ensinada tampouco lhe acolhia ou erguia. O sonho de se tornar filósofa se desfazia feito névoa passageira de uma manhã fria, como uma doce ilusão de puberdade. O corredor da universidade ficara estreito demais para quem se abrigava sob a vestimenta do gênero feminino. Mas, ao final do corredor, a porta entreaberta deixava escapar vozes de quem nunca quis pouco, mas agora sabe perseguir seus desejos de ler, escrever, dialogar, pensar e filosofar – por que não? Qual voz se cala na sala de aula? Qual voz está trêmula? Qual voz está plena? Qual voz ousaria filosofar?
Resumo: O presente artigo deseja apresentar possibilidades de mudanças de paradigma a partir da proposta da filósofa americana Angela Davis de considerar as mulheres negras como o mais elevado padrão de medida da humanidade. Ilustramos... more
Resumo: O presente artigo deseja apresentar possibilidades de mudanças de paradigma a partir da proposta da filósofa americana Angela Davis de considerar as mulheres negras como o mais elevado padrão de medida da humanidade. Ilustramos esta proposta contemporânea com a investigação realizada pela autora em Blues Legacies and Black Feminism. Gertrude “Ma” Rainey, Bessie Smith e Billie Holiday (1998), onde fica claro como o blues, através da música, influenciou a práxis do universo feminino. Tendo como objetivo a ampla delineação da mulher que permeia as obras da autora, vamos mostrar como se constrói a afirmação do sujeito feminino negro ao longo da história, salientando como a interseccionalidade é imprescindível quando o tema é o feminismo. Em outras palavras, é necessária e fundamental a análise de aproximações e distanciamentos existentes entre as pautas levantadas pelas teorias do feminismo, trazendo à baila a importância de se pensar gênero, raça e classe como intricados e não ...
(Versão rascunho do texto publicado na Revista Perspectivas Filosóficas em 2022) RESUMO: Meu objetivo neste artigo é investigar como a filósofa Christine de Pizan elaborou o conceito de “corpo” na obra A Cidade das Damas (1405). Mais... more
(Versão rascunho do texto publicado na Revista Perspectivas Filosóficas em 2022) RESUMO: Meu objetivo neste artigo é investigar como a filósofa Christine de Pizan elaborou o conceito de “corpo” na obra A Cidade das Damas (1405). Mais especificamente, tenho como ponto de partida algumas questões: como Pizan fala sobre os corpos das mulheres? E os corpos dos homens? Em que parte da obra Pizan fala sobre os corpos? Qual a importância da discussão sobre os corpos nesta obra? Pizan utiliza a palavra “corpo” apenas para designar corpos orgânicos e físicos? Existem outros sentidos empregados? A partir destas perguntas, identifico e apresento cinco discussões que Christine de Pizan formula no Livro Primeiro de A Cidade das Damas: 1) a ideia do “corpo feminino inferiorizado” pelos homens; 2) o argumento de que todos os corpos são frágeis em algum momento da vida; 3) a discussão sobre o corpo de Eva; 4) o argumento de que a autoridade do corpo provém da virtude e não do sexo ou da força, e; 5) a discussão sobre a força do corpo masculino e a relação com o poder judiciário. Concluo que a discussão sobre a ideia de “corpo” é fundamental para a compreensão da obra. Não é coincidência de que este é o tema de abertura e que Pizan constrói a introdução do seu livro apresentando a ideia do “corpo feminino inferiorizado” que aparece na tradição da literatura e filosofia escritas pelos homens do seu tempo e desenvolve a história da construção dessa cidade de mulheres a partir da discussão sobre os sentidos atribuídos aos corpos.
PALAVRAS-CHAVE: Pizan; A Cidade das Damas; Corpos; Autoridade.
ABSTRACT: My aim in this article is to investigate how the philosopher Christine de Pizan elaborated the concept of “body” in A Cidade das Damas (1405). More specifically, I start with some questions: how does Pizan talk about women’s bodies? And the bodies of men? In what part of the work Pizan talks about bodies? What is the importance of the discussion about bodies in this work? Does Pizan use the word “body” only to designate organic and physical bodies? Are there other senses employed? From these questions, I identify and present five discussions that Christine de Pizan formulates in Book One of The Book of the City of Ladies: 1) the idea of the “inferiorized female body” by men; 2) the argument that all bodies are fragile at some point in life; 3) the discussion about Eve’s body; 4) the argument that the body’s authority comes from virtue and not from sex or strength, and; 5) the discussion about the strength of the male body and its relationship with the judiciary. I conclude that the discussion about the idea of “body” is fundamental for understanding the work. It is no coincidence that this is the opening theme and that Pizan builds the introduction of her book presenting the idea of the “inferiorized female body” that appears in the tradition of literature and philosophy written by the men of her time and develops the history of the construction of this city of women from the discussion on the meanings attributed to bodies.
KEYWORDS: Pizan; The City of Ladies; Bodies; Authority.