Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Fundamentos Macroeconômicos

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 46

Formação no Mercado

Financeiro
Aula 04
Fundamentos macroeconômicos
Macroeconomia

Ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento como um todo,


procurando identificar e medir as variáveis (agregadas) que determinam o
volume da produção total (crescimento econômico), o nível de emprego e o
nível geral de preços (inflação) do sistema econômico, bem como a
inserção do mesmo na economia mundial.
Introdução

Analisa a determinação e o comportamento dos agregados econômicos.


Os principais agregados são:

• Renda • Poupança
• Emprego • Taxa de Juros
• Produto Nacional • Consumo
• Desemprego • Balanço de Pagamentos
• Investimento • Nível Geral de Preços
• Estoque de Moeda • Taxa de Câmbio
Visão geral

Desenvolvimento Econômico: estuda modelos de desenvolvimento que


levem à elevação do padrão de vida (bem estar) da coletividade. Questões
estruturais, de longo prazo (crescimento da renda per capita, distribuição de
renda, evolução tecnológica).
Economia Internacional: estuda as relações de troca entre países
(transações de bens e serviços e transações monetárias). Trata-se da
determinação da taxa de câmbio, do comércio exterior e das relações
financeiras internacionais.
1. Crescimento econômico sustentável
• aumento do bem estar material
• aumento do nível de emprego
As políticas econômicas procuram estimular o crescimento da capacidade
produtiva da economia, ou seja, o aumento da quantidade de bens e serviços
ofertados.

Importante: Crescimento Econômico  Desenvolvimento Econômico

Crescimento econômico: crescimento da renda nacional


Desenvolvimento econômico: inclui melhoria nos indicadores sociais
(pobreza, desemprego, meio ambiente, moradia etc.)

.
2. Estabilidade do nível geral de preços (controle da inflação)
• inflação controlada não significa inflação zero;
• inflação alta acarreta distorções, principalmente, sobre as classes
baixas e sobre as expectativas.

Tipos de inflação:
• demanda
• custos
• inercial

Inflação: aumento contínuo e generalizado do nível geral de preços.

.
3. Equilíbrio Externo
• Déficit externo mais forte implica em perda de reservas, o que pode levar a
uma moratória;

• Superávit externo mais prolongado, em que o governo deve emitir moeda


gerando inflação ou expansão da dívida interna (Risco).

4. Distribuição Equitativa de Renda


• Política de longo prazo;
• Aumento do poder de compra das classes mais baixas;
• Desenvolvimento econômico.

.
Metas de Política Macroeconômica

Os objetivos de política macroeconômica não são independentes, podendo ser


conflitantes.

.
Aumenta a renda dos pobres, sem
Renda Aumenta reduzir a dos ricos (abranda
Crescimento
Econômico conflitos sociais).
e
Distribuição Em países Aumenta-se a parte dos lucros e da
de renda subdesenvolvidos poupança dos mais ricos na renda
(conflitante) nacional (Teoria do Bolo).
Metas de Política Macroeconômica

Reduz-se o desemprego.
Aproximando do pleno
Metas de emprego, os recursos tendem
Redução de a escassear, provocando um
desemprego aumento dos custos de
e
Com aumento produção. Podendo aumentar a
Estabilidade de compras inflação (exceto, quando
de estiver ocorrendo um
Preços significativo aumento de
produtividade).

.
Metas de Política Macroeconômica

O administrador público (policy-


maker) tem de fazer escolhas
quanto à ênfase a ser dada a
diferentes objetivos.
Cada combinação afeta diferentes
grupos na sociedade de diferentes
maneiras, e qualquer escolha
estará sujeita à objeção política
pelos representantes dos grupos
para os quais a escolha alternativa
é pior.
Estrutura da Análise Macroeconômica
Mercados Var. Determinadas
Produto nacional
Mercados de bens e serviços
Parte real da Nível geral de preços
economia Nível de emprego
mercado de trabalho
Salários nominais
Mercado financeiro Taxa de juros
Parte monetária da (monetários e títulos) Estoque de moeda
economia
Mercado de divisas Taxa de câmbio

O governo deve atuar em duas frentes: i) na capacidade produtiva (Produção


Agregada) e ii) nas despesas planejadas (Demanda Agregada) permitindo à
economia operar a pleno emprego, com baixas taxas de inflação e distribuição
justa de renda.
Instrumentos da Análise
Macroeconômica

• Política Fiscal: decisões sobre a arrecadação e os gastos do governo;

• Política Monetária: decisões sobre o volume de moeda na economia, a


taxa de juros e o crédito;

• Política Cambial e Comercial: combate a inflação x equilíbrio externo,


saldo da balança de pagamentos equilibrado;

• Política de Rendas: interferências na formação de Preços e Salários,


desenvolvimento econômico.

.
Política Fiscal

Instrumentos disponíveis Anti-infacionárias Maior crescimento Melhor dist. de renda

Controle de suas despesas Gastos em setores/regiões


Diminuição dos gastos Aumento dos gastos
(política de gastos) mais atrasados

Arrecadação de tributos Aumento da carga Diminuição da carga


Impostos progressivos
(política tributária) tributária tributária

Inibe consumo e Estimula consumo e Benefício a grupos menos


RESULTADO
investimento investimento favorecidos
Política Monetária é a atuação do governo sobre a quantidade de moeda, de
crédito e das taxas de juros. É uma política de curto prazo com o objetivo de
estabilizar o nível geral de preços.

Os instrumentos:
• Emissões de moeda
• Reservas compulsórias (% sobre depósitos à vista dos bancos
comerciais junto ao Banco Central)
• Open market (compra/venda de títulos públicos)
• Redescontos (empréstimo do Bacen aos bancos comerciais)
• Regulamentação sobre crédito e taxas de juros.

.
Política Monetária

Instrumentos disponíveis Anti-inflacionárias Maior crescimento Melhor dist. de renda

Estoque monetário Diminuir (Enxugar) Aumento do estoque -

Reservas compulsórias Aumento da taxa Diminuição da taxa -

Open Market Venda de títulos Compra de títulos -

Inibe consumo e Estimula consumo e


RESULTADO Solução mais complexa
investimento investimento
Política Cambial e
Comercial

Política que atua sobre as variáveis relacionadas ao setor externo


da economia.

Controle do Governo

Política Cambial Taxa de câmbio (fixo, flutuante, etc.)


Instrumentos de incentivo às exportações
e/ou estímulo/desestímulo às importações,
Política Comercial
sejam fiscais, creditícios, seja
estabelecimento de cotas, etc.
Política de Rendas

Os agentes econômicos ficam proibidos de levar a cabo o


que fariam, em resposta a influências normais do mercado.

Normalmente, esses controles são utilizados como política


de combate a inflação.

Influenciam diretamente: salários, lucros, juros, aluguel.


Inflação: conceito

Definição: inflação é o aumento contínuo e generalizado no nível geral de


preços;

• Esse processo inflacionário ocasiona também contínua perda de capacidade


de compra de moeda, reduzindo o poder aquisitivo dos agentes
econômicos;

• As economias medem suas inflações através de um índice geral de preços


de um grupo selecionado de bens e serviços = “cesta”; e

• Taxa de inflação é o percentual médio do aumento dos preços da cesta em


determinado período de tempo.

.
Indicadores de
inflação

No Brasil, são divulgados e utilizados pelo mercado os seguintes índices de


preços:

• IGP-M/FGV (Índice Geral de Preços do Mercado);


• IGP-DI/FGV (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna);
• IPC-Fipe/USP (Índice de Preços ao Consumidor);
• IPA/FGV (Índice de Preços por Atacado); e
• INPC/Fundação IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor);
Indicadores de
inflação

IGP – Índice Geral de Preços -, publicado todo mês pela Fundação Getúlio
Vargas.

Este índice apresenta três versões:

• IGP-DI – abrange as variações de preços verificadas entre o primeiro e o


último dia do mês de referência;

• IGP-M – considera as variações de preços observadas entre o dia 21 do mês


anterior ao de referência e o dia 20 do mês de referência; e

• IGP-10 – captura as variações de preços entre o dia 11 do mês anterior ao


de referência e o dia 10 do mês de referência.

.
Indicadores de
inflação

O IGP é uma medida ponderada:

• 60% do IPA – Índice de Preços por Atacado;

• 30% do IPC – Índice de Preços ao Consumidor; e

• 10% do INCC – Índice Nacional de Preços da Construção Civil.


Indicadores de
inflação

O IPC – Índice de Preços ao Consumidor :

• Reflete a variação média de preços de um conjunto de bens e serviços no


mercado de varejo;

• É publicado pela FGV e também pela Fipe/USP (Fundação Instituto de


Pesquisas Econômicas da USP).
Indicadores de
inflação

O IBGE apura todos os meses:

INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor); e


IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado)

Estes índices medem a variação de preços de um conjunto de produtos e


serviços consumidos pelas famílias; e

Comparam os preços verificados nos 30 dias do período de referência com os


30 dias do período-base.
Indicadores de
inflação

A população-objeto do INPC são famílias com rendimentos mensais entre


1 e 8 salários-mínimos; e

O IPCA considera em sua metodologia de cálculo famílias com


rendimentos mensais entre 1 e 40 salários mínimos
Principais Aplicações

Índice de preços Principais aplicações

Mas relevante do ponto de vista de política econômica, sendo o índice de preços


IPCA selecionado pelo Conselho Monetário Nacional como referência para o sistema de
metas de inflação; Implementado no Brasil em 1.999.

Mais utilizado em dissídios salariais, pois mede a variação de preços para quem está
INPC
na faixa salarial de até 6 salários mínimos.

Bastante tradicional, sua história remonta a 1.944 e já foi a medida oficial de inflação
IGP-DI do Brasil; Atualmente, este índice é utilizado para a correção de determinados preços
administrados.

É o índice mais utilizado como indexador financeiro, principalmente para títulos de


dúvida pública federal, além de também corrigir preços administrados; Foi criado em
IGP-M
1.989 pelo mercado financeiro com o intuito de ser um índice mais independente e
livre de interferência governamental.
Restrito ao município de São Paulo, mas sua divulgação é importante devido a sua
IPC-FIPE
metodologia de cálculo.
Inflação: Conceito

Custos gerados pela inflação:

• Distribuição de renda (concentração de renda);


• Balanço de Pagamentos (desequilíbrio interno e externo);
• Expectativas (perda das expectativas);
• O mercado de capitais (desestímulo a aplicação);
• Ilusão monetária: ocorre principalmente quando a inflação é alta e
estável, levando os agentes econômicos a tomarem decisões
equivocadas.
Inflação: Distorções

Distribuição de Renda

• Os que mais perdem são os trabalhadores de baixa renda (não


mantêm aplicação financeira , pois tudo que ganham, gastam na
subsistência).
• Os empresários, que conseguem repassar os aumentos de custos
provocados pela inflação, garantem os lucros.
• O governo ganha via correção de impostos e tarifas públicas.
Inflação: Distorções

Balanço de Pagamentos

• Elevadas taxas de inflação, em níveis superiores ao aumento de


preços internacionais, encarecem o produto nacional relativamente ao
produzido no exterior. Assim, provocam o estímulo às importações e
desestímulo às exportações, diminuindo o saldo da balança
comercial.
Inflação: Distorções

Formação de Expectativas

• O setor privado, em particular o setor empresarial, é bastante


sensível com relação aos investimentos, dado a imprevisibilidade da
economia e portanto dos lucros.
Inflação: Distorções

Mercado de Capitais

• Em um processo inflacionário, o poder de compra da moeda


deteriora-se e portanto há um estímulo na aplicação de bens de raiz
(Terra, imóveis). E desestímulo na aplicação no mercado de capitais
financeiros (No Brasil, a correção monetária minimizou esse
desestímulo pois, os papéis públicos e caderneta de poupança,
passaram a ser reajustados por um índice próximo ao crescimento da
inflação).
Taxas de Juros

Política Monetária

• SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia)


• Taxa Básica (COPOM)
• Operações com títulos públicos
• “ Viés” (a partir de 1999)
• Juros internos x juros externos
• Globalização  interdependência monetária
• Rating (risco-país e risco soberano)
• Risco Brasil
Taxas de Juros

Banco Central x Tesouro

• Política Monetária ≠ Política Endividamento


• Tesouro: emissor de títulos de longo prazo
• BACEN: controla a liquidez
Taxas de Juros

Equilíbrio Externo

 Combater Déficit da Balança de Pagamentos

 Atrair capital
  juros

 PROBLEMA

 Juros altos concentram renda


Taxas de Juros

Quando a taxa real de juros Interna aumenta em relação à Externa

Tendência de aumento do fluxo de capitais


financeiros internacionais para o país
Paralelamente, os nacionais
ficam atraídos a investir no
mercado interno de capitais,
Aumentando a oferta de divisas (dólar) diminuindo a saída de divisas do
país e, assim, a demanda de
divisas.
Promovendo uma queda na taxa de
Câmbio (valorização da moeda nacional)
Agentes econômicos

Objetivos

• Regula o ritmo de crescimento da demanda agregada da economia no curto


prazo, de tal maneira a impedir um crescimento mais rápido que o da oferta
agregada, evitando assim pressões no nível geral de preços (pressões
inflacionárias). Para tanto o Banco Central se utiliza de alguns instrumentos:
Agentes econômicos

1. Compulsório: parcela dos depósitos a vista que um banco deve manter


obrigatoriamente depositada no Bacen, sem remuneração.;
• Aumento do compulsório diminui a disponibilidade de recursos para
empréstimos e, assim, diminui a oferta de moeda.

2. Redesconto ou Empréstimo de Liquidez: linha de empréstimos do BC


aos bancos comerciais em situações de falta temporária de liquidez
(geralmente esta linha é punitiva);
• Aumento da taxa de redesconto leva os bancos diminuirem a oferta
de moeda.
Agentes econômicos

3. Operações de Open Market ou Mercado Aberto: são compras ou


vendas de títulos públicos realizadas pelo Bacen junto ao sistema
bancário. É o instrumento de maior eficência no mercado financeiro para
ajustar a liquidez do mercado monetário.

• Quando o Bacen compra títulos públicos do mercado ele injeta


reais, elevando a liquidez da economia devido ao aumento da
oferta de moeda.
• Quando o Bacen vende títulos públicos do mercado ele retira reais,
diminuindo a liquidez da economia devido à redução da oferta de
moeda
Agentes econômicos

4. Controle do Crédito: a Autoridade Monetária pode afetar a disposição dos


bancos em conceder crédito ou tomar posições no mercado de títulos, de
câmbio ou futuros de acordo com:

• Regulação do crédito;

• Persuasão moral;

• Supervisão e Fiscalização bancária.


Agentes econômicos

Banco Central do Brasil: BACEN / BC

• Órgão executivo central do SFN


• Banco dos Bancos: Depósitos compulsórios, redescontos de liquidez;
• Gestor do SFN: Normas / Autorizações / Fiscalização / Intervenção;
• Executor de Política Monetária: Controle dos MP, Orçamento Monetário /
Instrumentos de Política Monetária;
• Banco Emissor: Emissão de meio circulante (papel moeda e moeda
metálica, nas condições e limites autorizados pelo CMN);
• Financiamento do Tesouro Nacional (via emissão de títulos);
• Administração da dívida pública interna e externa do país;
• Representante junto as IFs internacionais;

É por meio do BC que o Estado intervém diretamente no SFN e indiretamente


na economia => Relatório FOCUS.
Agentes econômicos

Relatório FOCUS

Acesso em:
http://www.bcb.gov.br/?FOCUSRELMERC
Material complementar

MANKIW, N. G. Macroeconomia. 8ª Edição,


LTC Editora, 2015, 468 páginas.
Material complementar

LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. Manual


de Macroeconomia: Equipe de Professores da
USP, 3ª edição, Atlas, 2008.
Material complementar

PAULANI, L. M.; BRAGA, M. B. A Nova


Contabilidade Social: Uma introdução à
macroeconomia. 4ª edição, Saraiva, 2013.
Material complementar

SIMONSEN, M. H.; CYSNE, R. P. Macroeconomia.


4ª edição, Atlas, 2009.
Material complementar

Capítulo 02 da apostila PQO da BM&FBOVESPA:

Acesso em:
http://lojavirtual.bmf.com.br/LojaIE/portal/pages/pdf/Apostil
a-PQO-Completa.pdf

Você também pode gostar