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Capítulo 1. Introdução A Macroeconomia

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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS DE

MOÇAMBIQUE (ISCTEM)
Escola Superior de Economia, Gestão e Negócios (ESEGN)

DISCIPLINA: Macroeconomia

Capítulo I

Introdução à Macroeconomia

1
Macroeconomia e Agentes Económicos
Macroeconomia é ramo da Economia que estuda os agentes económicos
agregados (e não individuais), isto é, agentes económicos que
desempenham actividades económicas semelhantes.

Agentes Principal Actividade


Famílias Consumo
Empresas Produção
Estado Distribuição do Rendimemto, Fornecimento de
bens e serviços
Instituições Captação da Poupança das Famílias para
Financeiras Investimento das Empresas
Resto do Todas as actividades acima, pois processam-se
Mundo com o resto de mundo (as principais são
exportações e importações) 2
Objectivos da Macroeconomia
❑ Crescimento Económico (Aumento do PIB)

❑ Alto nível de Emprego (Baixo desemprego)

❑ Inflação baixa e estável

❑ Equilíbrio Externo

❑ Distribuição do Rendimento

3
Objectivos da Macroeconomia
1. Crescimento econômico sustentável (PIB)
- aumento do bem estar material
- aumento do nível de emprego
As políticas esconómicas procuram estimular o crescimento da
capacidade produtiva da economia, ou seja, o aumento da
quantidade de bens e serviços produzidos e oferecidos
Importante:
Crescimento Econômico  Desenvolvimento Econômico
Crescimento econômico: crescimento do rendimento nacional (aumento
quantitative)
Desenvolvimento econômico: inclui melhoria nos indicadores sociais (pobreza,
desemprego, saúde, educação, meio ambiente, moradia etc.)
4
Objectivos da Macroeconomia
2. Estabilidade do nível geral de preços (controle da inflação)
- inflação controlada não significa inflação zero;
- inflação alta acarreta distorções, principalmente, sobre as
classes baixas e sobre as expectativas.

Tipos de inflação:
• demanda
• custos
• inercial

Inflação: aumento contínuo e generalizado do nível geral de


preços.

5
Objectivos da Macroeconomia
3. Equilíbrio Externo
Déficit externo mais forte, implica em perda de reservas, o que
pode levar a uma moratória;
Superávit externo mais prolongado, o governo deve emitir
moeda gerando inflação ou expansão da dívida interna (Risco).

4. Distribuição Eqüitativa de Renda


- política de longo prazo;
- aumento do poder de compra das classes mais baixas;
- desenvolvimento econômico.

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Objectivos da Macroeconomia (conflituantes)
❑ O Crescimento Econômico e Distribuição de renda
podem ser conflituantes na medida em que o crecimento
económico aumenta-se a parte dos lucros e da poupança
dos mais ricos no rendimento nacional (comum nos países
em desenvolvimento);

❑ Redução de Emprego e Estabilidade de Preços: o


pleno emprego, os recursos tendem a escassear,
provocando um aumento dos custos de produção. Podendo
aumentar a inflação (exceto, quando estiver ocorrendo um
significativo aumento de produtividade).
Estrutura de Análise Macroeconómica
(Principais Mercadoe e Variáveis
Determinantes)

Mercados Var. Determinadas


Produto Nacional
Parte Real Mercado de Bens e Serviços Nível Geral de Preços
da Economia
Mercado de Trabalho Nível de Emprego
Salários Nominais
Parte Monetária Mercado Financeiro Taxa de Juros
da economia (monetário e títulos) Estoque de Moeda
Mercado de Divisas Taxa de Câmbio
Instumentos de Política Macroeconómica
•Política Fiscal/Orçamental: decisões sobre a arrecadação
e os gastos do governo;

•Política Monetária: decisões sobre o volume de moeda na


economia, a taxa de juros e o crédito;

•Política Cambial e Comercial: combate a inflação x


equilíbrio externo, saldo do BP equilibrado;

•Política de Rendimento: interferências na formação de


Preços e Salários, desenvolvimento econômico.
Instumentos de Política Macroeconómica (Política
Fiscal/Orçamental)
Instrumentos Anti- Maior Melhor Dist.
disponíveis inflacionárias Crescimento de Rendimento

Controle de Gastos em
Diminuição Aumento
suas despesas setores/ regiões
dos gastos dos gastos
(política de gastos) mais atrasados

Arrecadação de Aumento da Diminuição da Impostos


tributos (política carga tributária carga tributária progressivos
tributária)

Inibe Consumo Estimula consumo Benefício a


RESULTADO e Investimento e Investimento grupos menos
favorecidos
Instumentos de Política Macroeconómica (Política
Monetária)
É a atuação do governo sobre a quantidade de moeda, de crédito e
das tx. de juros. É uma política de curto prazo com o objetivo de
estabilizar o nível geral de preços.

Os instrumentos:
• Emissões de moeda
• Reservas compulsórias (% sobre depósitos à vista dos bancos
comerciais junto ao Banco Central)
• Open market (compra/venda de títulos públicos)
• Redescontos (empréstimo do Bacen aos bancos comerciais)
• Regulamentação sobre crédito e tx. de juros.
Instumentos de Política Macroeconómica (Política
Monetária)
Instrumentos Anti- Maior Melhor Dist.
disponíveis inflacionárias Crescimento de Renda

Estoque Diminuir Aumento


monetário (Enxugar) do estoque

Reservas
Aumento da tx. Diminuição da tx.
compulsórias

Venda de Compra
Open Market
títulos de títulos

Inibe Consumo Estimula consumo Solução mais


RESULTADO
e Investimento e Investimento complexa
12
Instumentos de Política Macroeconómica (Política
Cambial e Comercial)
Política que atua sobre as variáveis relacionadas ao setor
externo da economia.
Controle por parte do Estado
Taxa de Câmbio (Fixo, flutuante etc.)
Política Cambial
Instrumentos de incentivo às exportações
e/ou estímulo/desestímulo às importações,
Política Comercial sejam fiscais, creditícios, seja estabeleci-
mento de cotas etc.

13
ECONOMIA CLÁSSICA
❑ Adam Smith (1723 - 1790) – com a publicação da aobra “A
Riqueza das Nações” em 1976 trouxe a ideia de uma mão
invisível. Exemplo: excesso de oferta de trabalho, diminuição
dos salários até novo equilíbrio.

❑ Recessões seriam passageiras porque com o aumento do


desemprego os salários decresciam e os produtores contratariam
mais trabalhadores, aumentando a produção.

❑ No modelo clássico a demanda possui um papel totalmente


passivo na determinação do produto. Na verdade, para os
clássicos vigorava a famosa “Lei de Say” – A Oferta cria sua
própria procura
1
Economia Clássica (Pressupostos)
❑ Flexibilidade de preços e salários (Pleno
Emprego);

❑ Neutralidade da moeda (Moeda afeta


apenas o nível geral de preços);

❑ Validade da Lei de Say (A oferta cria sua


propria procura

1
Economia Clássica (Implicações)
❑ No modelo clássico a procura possui um papel totalmente
passivo na determinação do produto.

❑ A política monetária afeta apenas o lado monetário, sem ter


qualquer impacto sobre as variáveis reais da economia
(hipótese da neutralidade monetária).

❑ A política fiscal apenas altera a composição dos gastos


mantendo inalterada a oferta.

❑ Não existe qualquer forma do governo afetar o nível de


emprego ou de produto da economia e isso nem se constitui
uma necessidade uma vez que a economia sempre se
encontra em equilíbrio de pleno emprego.
8
Economia Clássica (Implicações)
❑ A existência de desemprego neste modelodecorre
das chamadas imperfeições de mercado, como,
por exemplo, a existência de sindicatos tentando
fixar níveis de salários incompatíveis com a
condição de equilíbrio do mercado de trabalho.

❑ Deixando o mercado funcionar livremente, e


eliminando as possíveis imperfeições (reformas
estruturais), não existe espaço para políticas
macroeconômicas por parte do governo.

1
Economia Keynesiana – Génese da
Macroeconomia
❑ Entre 1928 e 1929, nos EUA, perante subidas inesperadas das
taxas de juro, as empresas decidiram reduzir o investimento e
a produção. O aumento do desemprego levou as famílias a
diminuir o consumo, e isto levou as empresas a reduzir ainda
mais o investimento e a produção, gerando-se assim um ciclo
vicioso de depressão económica.
❑ A 24 de Outubro de 1929, dia conhecido como a “quinta-
feira negra”, as acções das empresas americanas perderam
cerca de 10% do seu valor. A confiança dos agentes
económicos ficou seriamente abalada, o que acentuou a
depressão. Em 1933, a taxa de desemprego era de 25%, e o
produto tinha caído cerca de 30% relativamente ao seu valor
de 1929.
1
Economia Keynesiana – Génese da
Macroeconomia
❑ Perante esta situação de bloqueio na qual as empresas não
empregavam trabalhadores porque não tinham clientes para os
seus produtos, enquanto as famílias não consumiam porque não
tinham emprego, John Maynard Keynes defendeu o aumento
dos gastos públicos de forma a manter os trabalhadores
empregados.

❑ Em 1936, Keynes publica “A Teoria Geral do Emprego, dos


Juros e da Moeda”, obra fundadora da macroeconomia, que
pretende explicar o comportamento do nível de produção e do
desemprego, assim como a sua relação com os gastos públicos e
impostos (política orçamental), e com a taxa de juro e
quantidade de moeda em circulação (política monetária).
1
Economia Keynesiana – Génese da
Macroeconomia
❑ No modelo keynesiano, ao contrário do modelo clássico, a
demanda agregada assume o papel determinante no nível de
renda, não havendo limitações no lado da oferta.
❑ Esse modelo ajusta-se a uma situação em que existe ampla
capacidade ociosa, de tal modo que as empresas possam
atender qualquer demanda adicional, sem pressionar os
respectivos custos e, portanto, os preços.
❑ Em um ambiente como esse, a política fiscal passa a assumir
grande importância para evitar profundas oscilações de renda,
uma vez que o governo pode, por meio de seus gastos e
arrecadação, ampliar ou contrair a demanda agregada.

2
Resumo (Clássicos vs Keynesianos)
Clássicos Keynesianos
Concorrência Perfeita Concorrência Imperfeita
Salários e Preços Flexíveis Salários e Preços Rígidos
Equilíbrio de Pleno Emprego Equilíbrio pode não ser de pleno Emprego
Desemprego voluntário Desemprego Involuntário
A Oferta cria sua propria Princípio da demanda efectiva (a procura é
procura que é determinante)
Neutralidade da Moeda (afecta A Moeda determina também a procura
apenas o preço) agregada (é usada também para specular,
afectando a taxa de juro)
Poupança é que gera Investimento é que gera poupança
investimento
Auto-regulação do mercado Intervencionismo do Estado através da
política fiscal (gastos) e monetária (oferta
de moeda) 2
Agentes Económicos e suas respectivas
funções
❑ As famílias oferecem trabalho e outros factores de produção.
Utilizam os salários, rendas, juros, lucros e transferências para
adquirir bens e serviços finais para o consumo privado;
❑ As empresas produzem e vendem bens e serviços não financeiros,
utilizando trabalho e outros factores de produção;
❑ O sector público (governo) fornece bens públicos e redistribui o
rendimento e a riqueza por meio de impostos e transferências;
❑ As instituições financeiras (intermediários financeiros) realizam
actividades de intermediação financeira, recebendo juros e
comissões. Exemplos: bancos, seguradores, fundos de pensões;
❑ O resto do mundo (sector externo) agrupa os agentes que não
residem no país e efectuam transacções com o nosso país.

2
Agentes Económicos e suas respectivas
funções
Sectores Principal Função Principais Recursos
institucionais (Operações)
Famílias Consumir (poupar) Remuneração do trabalho, rendimentos de
propriedade, transferências efectuadas por
outros sectores
Empresas Produzir bens e serviços Receitas provenientes da venda da produção
mercantis não financeiros
Estado Produzir serviços não Pagamentos obrigatórios efectuados pelos
(administraçõ mercantis para a outros sectores : impostos directos (IRPS e
es publicas) colectividade e efetuar IRPC) e indirectos (IVA, s/ produção,
operações de redistribuição s/importação) + as contribuições sociais
do rendimento e riqueza
nacional.
Instituições Realizar operações de Juros e outros recebimentos de serviços
Financeiras intermediação financeira prestados. (por ex: comissões)
Resto do Não é caracterizado por uma função ou recursos principais: agrupa as unidades
Mundo não residentes que efectuam operações com os sectores institucionais
residentes.
2
Fluxo Circular Da Actividade Económica
Ilustra de uma forma simplificada como as diversas unidades económicas existentes
relacionam-se numa economia. Procura de factores de produção
MERCADO DE
FACTORES
Oferta de Rendimento
factores de Remuneração de
das famílias factores de produção (S,
produção
(S, R, L, J) R, L, J)
INTERMEDIÁRIOS
Poupança FINANCEIROS Investimento
privada Privado
Poupança
FAMÍLIAS EMPRESAS
Publica
Transferências Subsídios para as
para as Famílias empresas
GOVERNO
Procura
de Bens e Impostos Impostos Directos
serviços Directos Consumo Impostos
Finais Publico Indirectos
Consumo Receitas das
Privado MERCADO DE BENS empresas
E SERVIÇOS
Oferta de Bens
Fluxo real Importações Exportações e serviços
Finais
Fluxo monetário SECTOR EXTERNO 4
FIM

25

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