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Resenha Critica

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KENIA LOBO PEREIRA


RA: 330966499214

RESENHA CRITICA: O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNAS

LONDRINA- PARANÁ
2018
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KENIA LOBO PEREIRA


RA: 330966499214

DIREITO EM ROMA

Trabalho Resenha critica do livro “O caso dos exploradores de


cavernas”, inerente a Disciplina Metodologia Cientifica,
apresentado ao curso de bacharel em Direito.

LONDRINA- PARANÁ
2018
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CREDENCIAIS DO AUTOR
Lon L. Fuller foi um influente filósofo jurídico e estudioso que viveu de 1902 a 1978.
Estudou Economia e Direito na Universidade de Stanford,durante seu último ano de faculdade
de direito Lon ingressou no cargos de professor de direito.Fuller trabalhou em diversas
faculdades até chegar na faculdade de Direito da Universidade Harvard onde publicou
diversos trabalhos nas áreas de Direito Civil, Filosofia e Teoria do Direito.Sua obra de mais
destaque foi “The morality of Law” (O caso dos exploradores de cavernas) na qual o mesmo
se posiciona favoravelmente a uma forma moderada de jusnaturalismo.Suas principais obras
foram :
I. Lei em busca de si mesmo, 1940
II. Direito Contratual Básico ,1947
III. O Caso dos Exploradores de Cavernas, 1949
IV. A moralidade do direito ,1964
V. Anatomia do Direito, 1968

RESUMO DA OBRA
O caso dos exploradores de caverna, em síntese traz a história quatro indivíduos
pertencentes a sociedades espeleológica,uma organização de exploradores de cavernas
amadorística, que foram acusados do assassinato de Roger Whetmore ,os mesmo foram
processados e condenados forca.Segue a descrição do caso.
Em certa ocasião os indivíduos acompanhados de Roger Whetmore ,também sócio da
organização,adentraram em uma caverna,cuja entrada foi obstruída por causa de um
desmoronamento bloqueando consequentemente a única saída. Devido à demora do grupo
para regressar as suas casas os familiares dos mesmo entraram em contato com a organização
que imediatamente mobilizou uma equipe de resgate até o local. A tarefa de resgatar os
exploradores mostrou-se extremamente complicada, apesar do grande investimento da
organização para o resgate os esforços pareciam em vão,a cada retirada dos detritos
aconteciam novos deslizamentos, em especial em um desses deslizamentos dez homens
acabaram morrendo. Os exploradores só foram retirados do trigésimo segundo dia,porém,foi
constatado a ocorrência de um homicídio e de antropofagia dentro da caverna.
No vigésimo dia soube-se que os exploradores levavam consigo um rádio,a equipe de
resgate prontamente instalou um aparelho similar para conseguir se comunicar com os
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mesmos, após o primeiro contato os exploradores questionaram quanto tempo demoraria para
que os mesmos fossem retirados da caverna, os engenheiros responsáveis pela operação
indicaram que demoraria por cerca de mais dez dias. Os exploradores ainda requisitaram o
aconselhamento de um médico, após descreverem suas condições físicas e psicológicas
indagaram se eles poderiam sobreviver até o resgate, porém a resposta do médico foi
negativa,neste momento a comunicação radiofônica foi interrompida.Quando finalmente foi
restabelecida a comunicação Roger Whetmore,representando os demais ,questionou se caso
eles comecem a carne humana de um deles desta forma poderiam sobreviver até o dia do
resgate, entretanto, nenhum médico arriscou responder a indagação. Em seguida Roger
perguntou se havia um juiz, padre ou autoridade no acampamento mas ninguém quis assumir
o aconselhamento sobre assunto referido, neste momento a comunicação novamente foi
interrompida. No trigésimo terceiro dia após a desobstrução da entrada da caverna foi se
descoberto que Roger Whetmore tinha sido servido de alimento para seus companheiros, ao
serem questionados os quatro acusados explicarão de que modo foi feito o sorteio para ver
quem iria servir de alimento,o procedimento usado para esse sorteio foi o lançamento de
dados .Os quatro exploradores lançaram os dados mas na vez de Roger o mesmo se
arrependeu e declarou que queria desistir do acordo , neste momento seus companheiros o
acusaram de violação de acordo,na vez de Roger um dos acusados atirou em seu lugar ao
mesmo tempo que lhe foi questionado se teria alguma objeção,porém,ele declarou que não
tinha objeções a fazer.

CONCLUÇÃO DO AUTOR: Fuller evidencia em sua obra a diferença entre aquilo


que é legal e justo, e estabelece uma reflexão a respeito do papel do legislador e do
magistrado na esfera jurídica,abrindo dessa forma um debate quanto a postura dos poderes
públicos e de seus representantes questionando a ética,o estado de natureza,o direito,o papel
do Estado,do poder,da moralidade,da legalidade e da própria justiça. Fuller desenvolve a
narração do livro seguindo o método cientifico apresentado os fatos e os desenvolvendo.

Desenvolvimento dos Votos dos Juízes:


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Após o desenvolvimento dos fatos ocorridos no livro Os exploradores da caverna a


condenação dos réus competia agora ao chefe do Poder Executivo começando pelo Presidente
Truepenny, C. J .
Truepenny, C. J . se mostrou favorável à condenação dos réus baseando a sua decisão
na lei escrita e somente na mesma ,para reforçar seu argumento o presidente usa a seguinte
frase "qualquer um que da própria vontade retira a vida de outrem deverá ser punido com a
morte",desta forma em sua visão a lei deveria ser aplicada aos quatro exploradores
independente das condições do caso.
Já o Ministro Foster, J. se revelou favorável a absolvição dos réus tomando a tese que
os acusados estavam fora da sociedade civil,portanto se encontravam no estado de natureza,
por conseguinte a lei não deveria ser aplicada a eles.Ao seu ver a única lei passível a ser
aplicada aos réus seria a lei natural , Foster também reforça que no ambiente em que os
mesmos se encontravam foi selado um acordo a qual de certo modo servia de lei dentro da
caverna. O ministro também cita as dez mortes ocasionados pelo resgate dos exploradores,ele
fundamenta seus argumentos em casos passados em que houve a modificação da letra da lei.
Em seguida o Ministro Tatting, J opta pela abstenção do caso,ele alega ser
incapacidade de proferir uma decisão sobre o caso uma vez que se tornou confuso e
emocional. Tatting critica constantemente o posicionamento do juiz Foster questionando a
ideia do Estado de natureza, ele traz a hipótese de que se a vítima por um acaso tivesse levado
uma arma consigo e tivesse matado os réus não poderia ser usado o princípio o da legítima
defesa,uma vez que os exploradores estavam agindo de acordo com o contrato feito
anteriormente.O ministro também utiliza-se de outros casos para fundamentar a sua crítica.

Logo após o ministro Keen, J. apoia a condenação dos réus,porém,seu


posicionamento é mais por obediência à lei do que por vontade própria,o ministro expõe uma
visão compreensiva sobre os fatos ocorridos com os acusados.No entanto ele acredita que os
réus devem ser julgados de acordo com a lei positiva e não com a moral,ele fundamenta seu
argumento nos estatutos e cita que o judiciário tem o dever de cumprir a lei e interpretá-la de
acordo com o seu significado único e exclusivamente simples,desta forma não deve ceder a
interferência de desejos pessoais ou públicos.O ministro também critica a posição tomada
pelo Ministro Foster.
Por fim o ministro Handy, J. Se posiciona favorável a absolvição dos reus , o ministro
se fundamenta no pensamento em que a lei deve ser aplicada mas também deve seguir o bom
senso uma vez que opinião pública chegou a 90% a favor a absolvição dos réus. Em sua visão
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o governo tem de lidar com as pessoas,e quem governa são pessoas e não papéis,então
governantes devem compreender os sentimentos e concepções da sociedade.
Resenha Critica

Ao decorrer do livro "Os exploradores da caverna" de Lon L. Fuller fica claro que
houve um fragmentação do Poder Judiciário quanto à acusação ou absolvição dos réus,pois
questões como o sentimento público,o estado atual dos réus, as circunstancia em que os
mesmos se encontravam foram analisados e cada indivíduo interpretou os fatos ao seu ver.
Alguns apoiavam aplicação da Lei positiva, sem levar em conta qualquer circunstância, outros
utilizaram da vertente do Estado de natureza apelando também para o sentimento,visando não
somente a Lei em si mas também levando em conta a opinião do povo.Ao meu ver os réus
deveriam ser absolvido das acusações, me fundamento no fato de que em certo momento os
réus junto a vítima questionaram se haveria alguém do poder do Estado ou até mesmo
religioso para lhes aconselhar quanto a prática de homicídio seguido de antropofagia, porém,
ocorreu uma negligência,porque ninguém se dispões a responder a indagação dos
mesmos.Me fundamento também na aplicação da lei da natureza utilizada pelo Ministro
Foster, pois pressupondo que o Direito Positivo possibilita a coexistência dos homens em uma
sociedade e o estado de natureza se caracteriza em poucas palavras como um homem
selvagem entregue a natureza unicamente ao seu instintos ,desta maneira pode se constatar
que os réus estavam única e exclusivamente em seu estado natural agindo com instinto de
sobrevivência,essa tese se reforçar a partir do momento em os réus e a própria vitima
descrevem a situação psicológica,física e emocional em que eles se encontravam. Também
tomo como princípio interpretação da Lei que como exemplificado no livro se alterou de
acordo com as circunstâncias

Outra vertente que também me aproprio e a semi imputabilidade,pois devido a falta


de alimentação os réus estariam com baixa concentração de glicose no sangue afetando assim
os seus sentidos mentais,deste modo a pena dos réus deveria ser reduzida 1/3 a 2/3 .Também
me utilizo do Estado de Necessidade como tese pois como prevê o art. 24: "Considera-se em
estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por
sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se" , a mesma poderia ser invocada como excludente
de ilicitude pois a situação não foi provocada pelos réus,desse modo os mesmo não podem ser
condenados pois como diz o Art. 23- Não há crime quando o agente pratica o fato I- em
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estado de necessidade”. Desta forma concluo que os réus devem ser absolvidos de todos as
acusações de homicídio seguido de antropofagia .
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REFERÊNCIAS

Fuller, Lon L.. O Caso dos Exploradores de Cavernas Tradução e notas Ricardo
Rodrigues Gama . . 1ª edição Russell editores,2013

SITE: http://www.filosofix.com.br/blogramiro/?p=3671

SITE: http://www.lonfuller.org/

SITE:https://sempreumlivro.wordpress.com/2013/10/02/lon-fuller-dados-biograficos/

SITE: https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637299/artigo-24-do-decreto-lei-n-2848-
de-07-de-dezembro-de-1940

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