TCC Concluido Patr Cia
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DE PAULO FREIRE
Patrícia Fedatto
Pedagogia: Docência e Gestão Educacional
Universidade Estadual do Centro- Oeste do Paraná, UNICENTRO, campus
Chopinzinho
Profº. Drº. Suzete Terezinha Orzechowski
Resumo:
O texto trata das ideias de Paulo Freire sobre a prática da liberdade, para tanto,
a pesquisa bibliográfica realizou-se em obras que se referem a temática. A
análise é qualitativa buscando responder à construção do processo de liberdade
para a conscientização entre os sujeitos no processo educativo. O objetivo da
pesquisa está em analisar o termo liberdade baseado em duas obras do autor
Paulo Freire, Pedagogia do Oprimido (2013 e 1987) e Educação como Prática
da Liberdade (1967). As considerações finais trazem uma perspectiva de
emancipação possível.
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa tem por objetivo geral analisar o termo “liberdade” segundo
a ótica de Paulo Freire em suas obras Educação Como Prática da Liberdade
(1967) e Pedagogia do Oprimido (2013). A temática torna-se relevante pelo fato
de vivermos em uma sociedade em que grande parte da população sofre com a
opressão sem mesmo tomarem consciência disso, muitas vezes por não terem
condições de reconhecer a realidade na qual estão inseridos. Outros por
conhecerem a realidade e não ter alicerces para modificá-la, desta forma,
percebe-se que umas das possibilidades de transformar a realidade é a
educação. Paulo Freire coloca com a ideia de uma “pedagogia da liberdade”, se
dá por meio da conscientização de que é preciso tomar as rédeas e lutar por um
futuro melhor onde a liberdade se torne concreta. (FREIRE, 1967, P. 02),
Vivemos em uma sociedade cujos principais direitos dos seres humanos
são negligenciados, o direito de ir e vir muitas vezes cabe apenas às classes
altas, e os pobres trabalhadores não podem contar com o que está na
Constituição Federal. Paulo Freire nos mostra com seus estudos que os
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cidadãos devem sim ser “educados” para a prática da liberdade, para exigir seus
direitos e principalmente para ser crítico e democrático.
A metodologia será de pesquisa bibliográfica com análise sobre a
concepção de liberdade em duas obras de Paulo Freire: Pedagogia do Oprimido,
em sua 54º edição (2013) e Educação como prática da Liberdade, publicada em
(1967).
O artigo está organizado em três sessões principais, a primeira contendo
a vida e obras do autor Paulo Freire, a segunda sessão está relacionada ao
conceito de liberdade seguindo a ótica de Paulo Freire que está subdividida em
conceitos de dois de seus livros que tratam do assunto, Pedagogia do Oprimido
e Educação como Prática da Liberdade. E uma terceira sessão onde são
relatadas algumas formas de opressão e a luta pela liberdade por meio da
educação.
do seu país, almejando a liberdade de poder retornar para a sua amada nação.
Por outro lado, nos remete a uma ótica de sociedade que por muitas vezes
não paramos para analisar, como é o caso do oprimido, daquele que tem seu
direito tirado de si pelo opressor, aquele ingênuo que não tem perspectiva de
melhorar sua realidade social. Este oprimido, segundo Freire (2013), não poderá
modificar sua realidade se não pela educação e pela prática da liberdade a qual
é sua de direito.
Falar sobre o que é realmente bom para outra pessoa não é fácil, por
vezes achamos que o que fazemos é certo. Mas será que o ser humano pode
ser moldado por outra pessoa que não esteja vivendo e passando pelo que o
mesmo passa? Será que de fato um dia os seres humanos serão
verdadeiramente livres? Podemos inculcar uma ideologia sem manipular a
liberdade do outro? Como saber se o homem oprimido quer ser liberto? Esses
questionamentos nos vêm à mente logo ao ler os escritos de Freire, quando trata
o homem oprimido como comum. O oprimido encontra-se dentro de si mesmos
em determinado momento da vida. Muitas vezes, o oprimido nem se reconhece
no processo de opressão.
Uma grande aliada de Paulo Freire (2013) no combate a opressão é a
escola e sua educação, que segundo Gadotti (2003 p.257), nos diz que “para
Paulo Freire a educação não é neutra. É um ato político”. É por meio dela que
podemos ter a oportunidade de estudar conteúdos científicos, que possibilitam
uma nova perspectiva de verdade, onde os saberes anteriormente adquiridos
são associados a novos conhecimentos e amplamente modificados. A educação
escolarizada pode oportunizar a opção por ser livre e o educador é o grande
responsável por promover este espaço de trocas de conhecimento, debates, e
construção de um ideário livre. O processo escolarizado, por meio de seus
conteúdos e do trabalho pedagógico do professor/educador, pode e deve
promover a libertação de todos os envolvidos no processo educacional. Bem
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Nestas frases Freire de uma maneira direta, nos assusta com suas
palavras direcionando a um pensamento de que é melhor não ter conhecimento
e não tentar modificar a sociedade do que ter conhecimento e se dar conta que
não pode fazer nada para modificá-la, quando Freire (1987) escreveu que:
preocupação com os oprimidos, preocupação que nenhum outro autor tivera por
eles. Ressalta a indiferença com que são tratados e as formas de opressões que
sofrem de seus opressores. Percebe-se, pela obra que o autor se preocupava
de verdade com os oprimidos, com aqueles que realmente não tinham condição
nenhuma de mudar a sua realidade. Os oprimidos desconhecem seus direitos,
nem ao menos querem lutar pela sua liberdade. As ideias destacadas a seguir
nos fazem refletir se realmente existem homens livres ou apenas acreditamos
nessa tal liberdade.
Claro que para muitos é cômodo estar vivendo do jeito que está,
questionar o que está errado é trabalhoso, exige esforço e dedicação. Então a
forma opressora que está vivendo é a melhor e menos exigente ou como Freire
(1987, p. 34) descreve “quanto mais se lhes imponha passividade, tanto mais
ingenuamente, em lugar de transformar, tende a adaptar-se ao mundo, à
realidade parcializada nos depósitos recebidos”.
O educador mostra o caminho da liberdade que se dá através da
educação. Todavia, a prática da liberdade deve partir do próprio oprimido. Ele se
liberta dessa condição de oprimido, quando se reconhece dentro de sua
realidade. Entretanto não basta apenas se reconhecer como sujeito oprimido,
mas a partir desse reconhecimento procurar mudar a sua prática social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como objetivo analisar o termo “liberdade” segundo a
ótica de Paulo Freire em suas obras Educação como Prática da Liberdade (1967)
e Pedagogia do Oprimido, (1987) e edição de 2013. No decorrer da pesquisa
foram identificados alguns desafios como o próprio pensamento do autor a
respeito da educação, pois sabemos que na prática as coisas não acontecem da
forma que planejamos. A partir desse pensamento percebemos que ainda falta
muito para o processo de libertação alcançar seu auge, pois mesmo dentro das
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REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Educação Como Pratica da Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1967.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 17º. ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra,
1987.
FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1981.
FERNANDES, Francisco. Dicionário Brasileiro Globo. 40. ed. São Paulo. Ed:
Globo, 1995.
GADOTTI, Moacir. História das Ideias Pedagógicas. 8º edição. ed: Ática. São
Paulo, 2003.