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jornada na educação
BRAZILIAN AND EDUCATOR: Paulo Freire and a brief insight into his journey in
education
1 INTRODUÇÃO
Freire acreditava que os seres humanos são inerentemente ativos e ávidos por
explorar; os seres humanos constroem uma imagem do mundo ao seu redor a partir
do seu próprio ponto de vista. No entanto, especialmente no Terceiro Mundo, e
mesmo nas sociedades desenvolvidas, as classes opressoras “desumanizam” as
massas através da educação, da propaganda, dos meios de comunicação, etc (De
Godoy Stênico; Paes, 2017).
Portanto, disse Freire, o verdadeiro propósito da educação é permitir que as
pessoas vejam a si mesmas e ao mundo que vivem com clareza, e mudem a si
mesmas e ao mundo, para que possam ter uma vida mais perfeita (Chiarella, et al.,
2015).
O processo educacional é o processo de despertar a consciência.As atividades
educacionais ajudam os alunos a pensar sobre seus próprios conceitos, em vez de
pensar sobre os conceitos do governante. Primeiro, a educação deve tornar-se uma
conversa entre iguais. Se os professores disseram aos alunos: “Vocês devem fazer
isto”, os alunos não serão mais capazes de pensar e recriar o seu mundo. Em vez
disso, cada aluno e professor deve ser professor e aluno (Costa, 2016).
Em segundo lugar, as experiências reais das pessoas deveriam ser o foco da
educação. As pessoas devem ser obrigadas a abandonar as opiniões dos seus
governantes e a ver claramente as suas experiências reais. Os alunos devem
sempre estar convencidos de que a experiência pessoal é o mais valioso (De
Almeida; Fontenele; Freitas, 2021).
Terceiro, as diversas situações das pessoas devem ser problematizadas. Estas
belas situações não são externas ou impostas, mas surgem da vida original das
pessoas; os problemas que geram são as experiências pessoais das pessoas
(Brighente; Mesquida, 2016).
Mais tarde na sua carreira, Freire tornou-se cada vez mais consciente da
natureza política da educação. Freire acreditava firmemente que a separação entre
educação e política, fosse insincera ou não intencional, não era apenas artificial,
mas também perigosa (Feichas; Narita, 2016).
A visão de que a educação é independente dos poderes que a constituem, e do
mundo concreto em que se forma, leva-nos ou a uma redução da educação a um
mundo de valores e ideais absolutos, ou a uma transformação da educação. torna-
se um acúmulo de habilidades comportamentais ou transforma a educação em um
trampolim para mudar a realidade (Chiarella, et al., 2015).
Em conversa com outras pessoas, Freire disse que a educação é um ato, seja
numa universidade, numa escola secundária, numa escola primária ou numa aula de
alfabetização de adultos, a política é a alma da educação. Devido à natureza política
da educação, ele viu que a ignorância e a letargia dos oprimidos eram o produto de
toda a situação econômica, social e política (Brighente; Mesquida, 2016).
A partir disso, ele acredita que o sistema educacional é uma importante
ferramenta para o opressor manter uma cultura de silêncio. Na verdade, não é a
educação que molda a sociedade para se conformar a certos padrões, mas a
sociedade forma-se através dos seus próprios padrões e molda a educação para ser
consistente com os valores da sociedade (De Godoy Stênico; Paes, 2017).
Como este não é um processo mecânico, as sociedades que criam uma
estrutura de educação que beneficia os valores daqueles que estão no poder muitas
vezes possuem certos elementos importantes para a sua autopreservação (De
Almeida; Fontenele; Freitas, 2021).
Freire concluiu que as instituições educacionais não poderiam ser reformadas
em lugar nenhum porque as forças que formaram a educação não permitiram que a
educação fosse contra elas (Feichas; Narita, 2016). No entanto, isso não torna Freire
pessimista, nem significa que não há nada que os educadores que esperam ou
estão comprometidos com movimentos de mudança social possam fazer. Ao longo
da história, as pessoas só podem fazer o que é historicamente possível, mas não o
que querem fazer (Costa; Loureiro, 2017).
É precisamente desta forma que Freire viu as limitações da educação
institucionalizada, voltou-se para a educação não institucionalizada, andou entre os
pobres e trabalhou com eles, ecoando o “movimento de desescolarização” de Ilyich
e criou uma nova era na história da educação. desencadeou uma onda de
"movimento de educação desinstitucionalizada" (Brighente; Mesquida, 2016, p.59).
(3) Diálogo
Uma das visões importantes de Freire sobre a existência humana é a sua crença
quase obsessiva de que os seres humanos nascem principalmente para se
comunicar uns com os outros. A existência humana não pode ser silenciosa ou
nutrida por palavras erradas, mas apenas por conversas reais que mudam o mundo.
A comunicação ocorre na forma de conversa, e a essência da conversa é a conversa
(Costa, 2016).
A conversa pura é, na melhor das hipóteses, uma ferramenta de diálogo, por
isso precisamos descobrir os elementos constitutivos do diálogo. Freire acreditava
que existem dois elementos constituintes: reflexão e ação. Existe uma estreita
ligação entre os dois e quando um deles é sacrificado, o outro sofre (De Godoy
Stênico; Paes, 2017).
O diálogo não é privilégio de poucos, é direito de todos. Portanto, ninguém pode
dizer a verdade por si mesmo – nem pode dizer a verdade para os outros. O diálogo
ocorre entre todas as pessoas, mediado pelo mundo real, e tem como finalidade
nomear o mundo. Uma vez que o mundo é nomeado, o mundo se torna um
problema novamente para quem nomeia, exigindo renomeação (Chiarella, et al.,
2015).
Portanto, não pode haver diálogo entre aqueles que querem nomear o mundo e
aqueles que não querem tal nomeação, entre aqueles que privam os outros do
direito de falar e aqueles que são privados do direito de falar. Portanto, a pedagogia
do oprimido deve ser formada com o oprimido e não para o opressor (De Almeida;
Fontenele; Freitas, 2021).
Quem está verdadeiramente comprometido com o seu povo deve olhar
constantemente para si mesmo. Aqueles que afirmam estar dedicados ao
movimento de libertação mas não podem entrar nas organizações populares são
miseráveis enganadores. Ir ao encontro do povo requer uma regeneração profunda
(Costa; Loureiro, 2017).
Se, na fala, as pessoas mudam o mundo ao nomeá-lo, então o diálogo é a forma
como as pessoas adquirem significado humano. O diálogo é uma necessidade
existencial. Precisamente porque o diálogo tem as características da reflexão e da
ação, o diálogo não pode ser reduzido à ação de “salvar” ideias, nem pode
simplesmente tornar-se a transacção de “consumo” do debatedor. verdade. Pelo
contrário, é uma discussão contraditória e polêmica entre pessoas que impõem suas
próprias verdades. O diálogo é um ato criativo; não pode se tornar uma ferramenta
para uma pessoa dominar outra (Brighente; Mesquida, 2016).
Para a educação dialógica, o conhecimento não é algo dado ou completo, mas
requer sempre um processo cognitivo dinâmico de atividades transformadoras
humanas. A compreensão tem um nível pessoal, mas o nível pessoal por si só não é
suficiente para explicar o processo de transformação humana da realidade. A
conscientização é um evento social que requer comunicação e diálogo entre as
pessoas. O diálogo estabelece relações entre sujeitos cognoscentes (Chiarella, et
al., 2015).
No que diz respeito ao diálogo, é importante que não o entendamos como uma
simples técnica que pode alcançar alguns resultados e fazer amizade com os
alunos, mas como algo que participa da história da humanidade. Faz parte do nosso
processo histórico de nos tornarmos humanos. No diálogo pensamos sobre o que
sabemos e o que não sabemos, tornando-nos cada vez mais críticos, só assim
poderemos agir criticamente para mudar a realidade (Brighente; Mesquida, 2016).
Com base nestas considerações, Freire propôs um princípio de diálogo: os
alunos de qualquer nível devem reconstruir o processo cognitivo humano num
sentido abstrato. Tanto as atividades educativas no sentido geral como a
alfabetização de adultos são atividades cognitivas (De Almeida; Fontenele; Freitas,
2021).
Ao pensar nessas atividades cognitivas, Freire tem defendido a síntese entre a
compreensão mais sistemática do educador e a compreensão menos sistemática do
aluno - Uma síntese obtida na conversação. O papel do professor é fazer perguntas
organizadas sobre situações da vida real com o objetivo de ajudar os alunos a
alcançar uma visão cada vez mais crítica da realidade (Costa, 2016).
Para que o diálogo se torne um método de obtenção da verdade, o sujeito do
conhecimento deve saber cientificamente, em vez de recordar o que era
anteriormente conhecido, mas agora esquecido (Freire certa vez criticou duramente
o diálogo "recordativo" de Platão). Sem a relação dialética entre o homem e o
mundo, e sem a reflexão e a ação das pessoas sobre o mundo, a fé não pode ser
derrotada pelas ideias (De Godoy Stênico; Paes, 2017).
Existem dois conceitos na terminologia de Freire: “denúncia” e “anunciação”.
Pode-se dizer que o objetivo do diálogo é acusar e declarar. Culpar e reivindicar são
dois conceitos que estão relacionados entre si. Culpar refere-se ao abandono da
desumanização e das condições de opressão existentes; defender refere-se à
consciência da situação específica e do potencial para uma ação transformadora
(Chiarella, et al., 2015).
O processo da acusação à declaração é um processo de humanitarismo
científico. Entre professores e alunos, na análise da realidade desumana, este
conceito humanitário encontra a sua expressão, denunciando a realidade desumana
ao mesmo tempo que pretende transformá-la em nome da libertação humana
(Costa; Loureiro, 2017).
As críticas e reivindicações na pedagogia de Freire não são declarações vazias,
mas têm significados históricos. Freire salienta que hoje, as acusações de situações
desumanizantes exigem cada vez mais uma compreensão científica dessa situação;
da mesma forma, as reivindicações por mudança na realidade exigem cada vez mais
uma teoria de ação transformadora (Costa, 2016).
Quando a educação dialógica já não incorpora a combinação de acusações e
reivindicações, a razão é que o futuro já não faz sentido para a humanidade, ou que
existe um medo de correr riscos que mantenham o futuro criativamente vitorioso
sobre uma realidade que se tornou obsoleta (De Almeida; Fontenele; Freitas, 2021).
Portanto, algumas pessoas estudam a natureza do futuro, e outras acreditam
que o futuro repetirá o presente; ambos os conceitos incorporam uma visão
domesticada: ou querem tornar o futuro consistente com o presente, ou querem
parar o tempo (Brighente; Mesquida, 2016).
Freire usou o conceito de “poupança bancária” para comparar vividamente o
modelo tradicional de educação, ou seja, os professores transformam os alunos em
recipientes: quanto mais um professor incute, melhor ele é; quanto maior a
resistência do aluno, mais - Um bom aluno. Desta forma, a educação torna-se um
ato de poupança, os estudantes são a casa de poupança e a educação é o
poupador (Costa; Loureiro, 2017).
A "educação sobre poupança bancária" mantém ou até intensifica a contradição
entre professores e alunos através das seguintes práticas e atitudes (que refletem
toda a sociedade opressora) (Chiarella, et al., 2015):
(1) Os professores ensinam e os alunos aceitam;
(2) Os professores sabem tudo e os alunos são ignorantes;
(3) Os professores pensam e os alunos são os objetos do pensamento;
(4) O professor fala, os alunos ouvem com docilidade;
(5) Os professores exercem disciplina e os alunos são contidos;
(6) O professor escolhe e reforça a sua escolha, e os alunos cumprem essa
escolha;
(7) Ação do professor, os alunos obtêm o objeto da ação através da ação do
professor;
(8) Os professores escolhem os conteúdos de ensino e os alunos (sem serem
consultados) adaptam-se;
(9) Os professores confundem autoridade do conhecimento com autoridade
profissional, que é o oposto dos próprios alunos;
(10) Os professores são os sujeitos do processo de aprendizagem e os alunos
são apenas os objetos.
Este modelo educativo enfraquece ou abole a criatividade dos estudantes e
promove a credulidade nos estudantes, e serve os interesses da classe opressora.
Em resposta à “educação baseada na poupança bancária”, Freire propôs uma
“educação baseada em perguntas”. Os professores dos alunos e os alunos dos
professores deixam de existir, e as discussões baseadas na “autoridade” não são
mais válidas – a autoridade deve estar do lado da liberdade, e não contra ela (Costa,
2016).
A teoria e a prática da "educação bancária", como força estática e fixa, não
podem reconhecer que os seres humanos são seres históricos; a teoria e a prática
da "educação baseada em questões" tomam a historicidade dos seres humanos
como ponto de partida (Brighente; Mesquida, 2016).
2 CONCLUSÕES
Cada teórico crítico tem sua própria ideologia. Todos concordam que a
pretensão de neutralidade na visão técnica da produção desvia a crítica das
ideologias dominantes. Os teóricos críticos acreditam que o lugar dos indivíduos na
sociedade é determinado não pelas suas escolhas livres, mas pelas ações exibidas
pelos grupos económicos que controlam a nossa sociedade competitiva.
Eles acreditam que os indivíduos são escravizados por um sistema altamente
capitalista. As pessoas se esforçam para obter certificados e estão mais
interessadas em diplomas do que em intelecto. Por exemplo, os alunos estão mais
interessados em passar nos exames do que em adquirir conhecimentos.
O sistema educativo obriga-nos a tornarmo-nos recipientes passivos de
recompensas. Os teóricos críticos esperam usar a teoria para incitar os planeadores
do currículo educativo a criar novos programas que possam libertar os alunos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FEITOSA, Danillo Silva; DOS SANTOS, Geisa Ferreira; DA SILVA, Sandra Regina
Paz. Paulo Freire e a Pedagogia Libertadora: uma ameaça à perspectiva de
educação neoliberal da (extrema) direita no Brasil. Filosofia e Educação, v. 14, n. 1,
p. 201-221, 2022.
FREIRE, Paulo. Professora, sim; tia, não: cartas a quem ousa ensinar. Editora
Paz e Terra, 2015.
GOMES, Walmir Marcolino; MULLER, Antônio José. Paulo Freire: do (re) exílio
brasileiro às cátedras norte-americanas. Revista Pedagógica, v. 21, p. 395-412,
2019.
NOGUEIRA, Valdilene Aline et al. Práticas corporais e Paulo Freire: uma análise
sobre a produção do conhecimento. Movimento, v. 24, p. 1265-1280, 2022.
PRETTO, Flavio Luiz; ZITKOSKI, Jaime José. Por uma educação humanizadora: um
diálogo entre Paulo Freire e Erich Fromm. Revista de Ciências Humanas, v. 17, n.
29, p. 47-65, 2016.