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Resumo: A astúcia de Ulisses consiste em apagar o nome próprio para tornar-se outro. O fingidor Ninguém, protótipo em miniatura da mímesis, faz da Odisseia o paradigma de toda viagem literária. Ulisses é o modelo secreto por trás de temas... more
Resumo:
A astúcia de Ulisses consiste em apagar o nome próprio para tornar-se outro. O fingidor Ninguém, protótipo em miniatura da mímesis, faz da Odisseia o paradigma de toda viagem literária. Ulisses é o modelo secreto por trás de temas recorrentes na poesia de Augusto de Campos. A sombra que perpassa os motivos mallarmeanos do naufrágio e da desaparição elocutória do sujeito singulariza a poética do autor de ovonovelo. Oútis é a máscara que o poeta concreto elege como paradigma da linguaviagem a que vem se lançando há sete décadas, em busca de abrir poros na aporia da poesia. É por isso que a Odisseia não termina nunca. Cada leitor dá um novo rosto à máscara sem rosto. É por isso que ela é, desde sempre, o livro que Ninguém lê, de novo.

Abstract:
Ulysses' cunning consists in erasing his own name to become another. The pretender Nobody, a miniature prototype of mimesis, makes Odyssey the paradigm of every literary journey. Ulysses is the secret model behind recurring themes in Augusto de Campos' poetry. The shadow that permeates the Mallarmean motifs of the shipwreck and the elocutory disappearance of the subject singularizes the poetics of the ovonovelo author. Oútis is the mask that the concrete poet chooses as a paradigm of the linguaviagem to which he has been launching himself for seven decades, in search of opening pores in the aporia of poetry. That is why the Odyssey never ends. Each reader gives a new face to the faceless mask. That is why it has always been the book that Nobody reads, again.
Resumo: Visando retirar do ostracismo um poema que ainda não foi lido como poema por ninguém na crítica brasileira, este ensaio procura dispor algumas reflexões em torno de oútis, que abre o livro Não, de Augusto de Campos. Partindo da... more
Resumo:
Visando retirar do ostracismo um poema que ainda não foi lido como poema por ninguém na crítica brasileira, este ensaio procura dispor algumas reflexões em torno de oútis, que abre o livro Não, de Augusto de Campos. Partindo da única exceção de Gonzalo Aguilar, que lhe dedica dois parágrafos valiosos, desenvolve-se a hipótese de que as datas desmedidas que acompanham o título do poema permitem lê-lo como síntese da poética do autor. Num estudo preliminar das relações entre poesia e fotografia, em diálogo com formulações de Benjamin, Eisenstein e Fenollosa sobre a montagem cinematográfica e a técnica do ideograma, destaca-se a complexidade envolvida nesse "poema de uma palavra só" sobreposta à imagem de sombras na grama, cuja sintaxe supõe uma rede intrincada de conexões entre o visível e o legível, o português e o grego, a poesia, as artes visuais e outros poemas ao longo da história, com que entra numa constelação sincrônica.
Research Interests:
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Research Interests:
Tese apresentada em fev. 2017 para avaliação em 13/03
Research Interests:
LIMA, Luiz Costa. Escritos de véspera. Organização e apresentação de Aline Magalhães e Thiago Castañon. Florianópolis: Ed.UFSC, 2011.
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