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O trabalho objetiva demonstrar como a comunicação política nos grupos bolsonaristas do aplicativo Telegram são parte de um ecossistema comunicacional neofascista. Partimos, assim, do conceito de informação enquanto forma social da... more
O trabalho objetiva demonstrar como a comunicação política nos grupos bolsonaristas do aplicativo Telegram são parte de um ecossistema comunicacional neofascista. Partimos, assim, do conceito de informação enquanto forma social da Economia Política da Comunicação (EPC) brasileira. Demonstraremos que o fascismo e sua comunicação são formas sociais próprias das crises globais do capitalismo. Em seguida discutiremos a crise de 2008 e seus aspectos comunicacionais como o uso de teorias da conspiração enquanto propaganda. Como estudo de caso, analisaremos-a partir do arcabouço teórico da Análise Crítica do Discurso-o discurso decorrente das interações em dois grupos bolsonaristas no Telegram entre o dia primeiro de janeiro, posse do Presidente Lula, e o dia 9 de janeiro; quando militantes de extrema-direita invadiram as sedes dos três poderes da república.
O texto a seguir é resultado de um profícuo diálogo entre três pesquisadores ligados à Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura (EPC). Ele sintetiza em forma de texto as percepções apresentadas por eles durante a Cátedra... more
O texto a seguir é resultado de um profícuo diálogo entre três pesquisadores ligados à Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura (EPC). Ele sintetiza em forma de texto as percepções apresentadas por eles durante a Cátedra INTERCOM. Cada qual a seu modo, observam aspectos da desinformação, a fim de elaborar um arsenal crítico capaz de compreender o fenômeno e, principalmente, desarmá-lo. As visões dos três pesquisadores mostram a riqueza do debate, as nuances do fenômeno e o alcance crítico que a Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura dispõe sobre o tema. A fim de preservar a integridade argumentativa dos pesquisadores, apresentaremos a seguir suas elaborações em três partes distintas.
Na primeira parte, Manoel Dourado Bastos visa discutir o conceito de desinformação segundo o aporte clássico da obra de César Bolaño (2000), confrontando-o com perspectivas analíticas liberais que focam suas avaliações da crise de representação política no surgimento das “mídias socais”. Na segunda parte, Carlos Figueiredo defende um conceito de Fake News, termo que alguns autores pretendem abandonar, a partir do conceito de padrão tecno-estético (BOLAÑO, 2000) surgido no desenvolvimento da EPC brasileira. Na terceira parte, Marco Schneider se questiona o porquê de as pessoas acreditarem em informações falsas, consideradas estapafúrdias. Para responder a questão, o autor busca subsídios para incorporar os conceitos de relevância e credibilidade ao que chama Economia Política da Desinformação.
Este trabalho apresenta uma crítica ao caráter anódino tomado por grande parte dos estudos que reivindicam seguir o marco teórico da Economia Política da Comunicação (EPC). Para tal, realizamos uma crítica ao papel das ciências sociais... more
Este trabalho apresenta uma crítica ao caráter anódino tomado por grande parte dos estudos que reivindicam seguir o marco teórico da Economia Política da Comunicação (EPC). Para tal, realizamos uma crítica ao papel das ciências sociais expresso por Pierre Bourdieu no documentário A Sociologia é um esporte de combate (CARLES, 2001) a partir do conceito de Luta Epistemológica de César Bolaño (2015) e de uma comparação entre método científico e a disciplina corporal (BOLAÑO, 1999) exigida para a prática de esportes de combate.
Busca-se analisar ligações entre interesses empresariais da Globo, trabalho dos jornalistas e cobertura do Campeonato Carioca de 2020 pelo ge.globo. O torneio foi marcado por disputa judicial do Grupo Globo contra o Flamengo sobre a... more
Busca-se analisar ligações entre interesses empresariais da Globo, trabalho dos jornalistas e cobertura do Campeonato Carioca de 2020 pelo ge.globo. O torneio foi marcado por disputa judicial do Grupo Globo contra o Flamengo sobre a transmissão de jogos após a publicação da Medida Provisória 984/2020 pela Presidência da República. Utilizamos a Economia Política da Comunicação para explicitar as relações entre as barreiras de mercado que geram concentração nos mercados de comunicação, as condições de trabalho dos jornalistas e a cobertura do Carioca. Para coleta e análise de dados, trabalhamos com a Análise de Conteúdo e a Análise Crítica do Discurso.
O artigo esclarece as relações entre linguagem e trabalho a partir das teorias de Lukács e Rossi-Landi para construir metodologicamente as relações entre trabalho e discurso no subcampo da Economia Política da Comunicação. Percebe-se uma... more
O artigo esclarece as relações entre linguagem e trabalho a partir das teorias de Lukács e Rossi-Landi para construir metodologicamente as relações entre trabalho e discurso no subcampo da Economia Política da Comunicação. Percebe-se uma confusão teórica em pesquisas que igualam o que Rossi-Landi chama “trabalho linguístico” ao “trabalho não-linguístico” por não interpretarem corretamente o conceito de homologia utilizado pelo autor e/ou não considerarem a ontologia do ser social construída por Lukács. Para esclarecer esses equívocos, efetuamos uma pequena digressão sobre o tema a partir dos escritos de Lukács para, em seguida, corrigir equívocos nos textos teóricos analisados.
Neste capítulo, apresentamos uma crítica à teoria do trabalho digital não-pago cujo principal defensor é o pesquisador austríaco Christian Fuchs. Apesar de autores como Bolaño e Vieira (2015) e Marques (2018) terem apresentado críticas... more
Neste capítulo, apresentamos uma crítica à teoria do trabalho digital não-pago cujo principal defensor é o pesquisador austríaco Christian Fuchs. Apesar de autores como Bolaño e Vieira (2015) e Marques (2018) terem apresentado críticas consistentes às proposições de Fuchs, sua teoria continua hegemônica no campo da comunicação. Defendemos que a teoria de Fuchs não apenas rebaixa o debate marxista no campo da comunicação como causa problemas políticos para o debate político acerca da luta de classes. Defendemos também que o sucesso das teorias de Fuchs decorre da formação dos pesquisadores de comunicação, que demonstram pouca familiaridade com o método marxista, e com a proximidade de seus escritos com obras de Ficção Científica conhecidas como Cyberpunk.
As pesquisas sobre jornalismo realizadas a partir do marco teórico marxista aumentaram exponencialmente a partir do século XXI. Entretanto, a maioria desses trabalhos têm como pano de fundo as consequências da precarização no mundo do... more
As pesquisas sobre jornalismo realizadas a partir do marco teórico marxista aumentaram exponencialmente a partir do século XXI. Entretanto, a maioria desses trabalhos têm como pano de fundo as consequências da precarização no mundo do trabalho do jornalista. Defendemos uma teoria do jornalismo cujas bases epistemológicas repousam na Economia Política da Comunicação (EPC) capaz de apresentar um modelo de análise de notícias, tendo o trabalho como teoria central. Dessa forma, apresentamos possíveis intersecções com a teoria do enquadramento, e ao mesmo tempo, usamos o desenvolvimento dessa teoria como exemplo de luta epistemológica.
Desde sua massificação, em meados da década de 1990, a internet foi tratada por diversos intelectuais como um espaço essencialmente democrático e emancipatório. O uso da internet pelo Exército de Libertação Zapatista do México, por... more
Desde sua massificação, em meados da década de 1990, a internet foi tratada por diversos intelectuais como um espaço essencialmente democrático e emancipatório. O uso da internet pelo Exército de Libertação Zapatista do México, por ativistas alternomundistas no começo do Século XXI, e nos ciclos de protestos inaugurados em 2011 pela Primavera Árabe, e seguidos de Ocuppy Wall Street e Junho de 2013, fortaleceram a crença na inelutável vitória das forças progressistas a partir das redes. Mesmo após seguidos reveses, teóricos da comunicação seguem fortalecendo esse sentimento, e influenciando as análises de conjuntura de atores sociais progressistas. Este trabalho busca, a partir da Economia Política da Comunicação, apontar erros da abordagem tecnodeterminista, propondo seu abandono e substituição por outras práticas.
O texto apresenta um levantamento de artigos envolvendo pesquisas so- bre jornalismo e suas interseções com o marxismo e a Economia Política da Comunicação (EPC) entre os anos de 2006 e 2020. Fazemos um balanço dos principais temas e... more
O texto apresenta um levantamento de artigos envolvendo pesquisas so-
bre jornalismo e suas interseções com o marxismo e a Economia Política da Comunicação (EPC) entre os anos de 2006 e 2020. Fazemos um balanço dos principais temas e preocupações que motivam os pesquisadores que usam o marxismo e a EPC para entender o jornalismo. O objetivo é compreender a evolução desse tipo de pesquisa em periódicos brasileiros de Comunicação e Informação durante o presente século. Para atingirmos tal objetivo realizamos uma análise de conteúdo em um corpus de 38 artigos a partir da busca em base de dados de periódicos.
Quando Rogério Ceni foi anunciado como novo técnico do Fortaleza Esporte Clube para a temporada de 2018 houve surpresa no futebol brasileiro. Ex-goleiro e um dos maiores ídolos do São Paulo Futebol Clube, ele começou a carreira de... more
Quando Rogério Ceni foi anunciado como novo técnico do Fortaleza Esporte Clube para a temporada de 2018 houve surpresa no futebol brasileiro. Ex-goleiro e um dos maiores ídolos do São Paulo Futebol Clube, ele começou a carreira de treinador na equipe em que jogou, imaginava-se que seguisse em clubes do Sudeste ou do Sul, que têm maior capital simbólico e cobertura midiática. Títulos da Série B (2018), Campeonato Cearense (2019) e Copa do Nordeste (2019) transformaram Ceni num dos principais técnicos da história do Fortaleza. Mas só isso bastava para tratar o clube como “Time de Ceni” em títulos de notícias ou tuítes na internet? Para discutir a cobertura esportiva atual, mais voltada ao infoentretenimento e à atração do público a partir de caça-cliques (clickbait), com foco na representação dos clubes do Nordeste, que este artigo analisa tuítes de sites noticiosos nacionais a partir do uso de “Time de Ceni”.
Resumo: Este artigo parte do desenvolvimento teórico da Economia Política da Comunicação voltada ao Jornalismo para analisar as mudanças na cobertura esportiva midiática. Analisa-se as mudanças no jornalismo esportivo do Grupo Globo, indo... more
Resumo: Este artigo parte do desenvolvimento teórico da Economia Política da Comunicação voltada ao Jornalismo para analisar as mudanças na cobertura esportiva midiática. Analisa-se as mudanças no jornalismo esportivo do Grupo Globo, indo das questões estruturais neste setor no conglomerado ao contrato com Neymar Júnior, vigente nos anos de 2014 e 2015. Dada a necessidade de fonte secundária não científica sobre o observável, além da revisão teórica, utilizamos o método de pesquisa documental para resgatar matérias jornalísticas que tratam das mudanças no grupo comunicacional e do contrato com o jogador de futebol. Assim, conta-se o que ocorreu, possibilitando a análise a partir do marco teórico escolhido. O fato analisado representa o ápice da transição do jornalismo tra-dicional para o infotretenimento na cobertura esportiva, motivado por questões relacionadas à reestruturação do sistema capitalista. Palavras-chave: Grupo Globo; Neymar Júnior; cobertura esportiva; entreteni-mento; economia política da comunicação.
Este artigo discute os desafios encontrados por movimentos sociais e ativistas contra-hegemônicos ao atuarem em plataformas digitais como Facebook e Twitter, usados como ferramentas de mobilização e difusão de informação. Para isso... more
Este artigo discute os desafios encontrados por movimentos sociais e ativistas contra-hegemônicos ao atuarem em plataformas digitais como Facebook e Twitter, usados como ferramentas de mobilização e difusão de informação. Para isso descrevemos como as plataformas digitais colonizam o mundo da vida ao coletarem dados baseados nas interações dos usuários e como isso afeta ativistas que constroem redes de solidariedade. Em seguida, discutimos o uso das TIC por movimentos contra-hegemônicos e seus adversários e apresentamos o conceito de ativismo codificado. Para fecharmos nosso argumento apresentamos propostas para a atuação de movimentos sociais em uma Internet dominada por corporações monopolistas.
This chapter presents an interdisciplinary model involving journalism studies and political economy of communication to understand why news published in mass media reproduces hegemonic values. From this interdisciplinarity approach, the... more
This chapter presents an interdisciplinary model involving journalism studies and political economy of
communication to understand why news published in mass media reproduces hegemonic values. From
this interdisciplinarity approach, the author raises what he calls the critical theory of journalism that
has, as its core, the Marxist category of labor. The chapter presents a brief exposition of the epistemo-
logical ground of the critical theory of journalism and then demonstrates the specificities of journalistic
work under monopoly capitalism. The author then criticizes phenomenological sociology and its use in
journalism studies, and concludes his argument by criticizing the ideology of professionalism among
newsworkers and its influence on the hegemonic character of news values.
Em "As consequências de 'uma escolha difícil': jornalismo em tempos de bolsonarismo", texto redigido para a Coluna Cepos, Carlos Figueiredo, pesquisador do Grupo Obscom/Cepos, analisa as relações entre o presidente Jair Bolsonaro e os... more
Em "As consequências de 'uma escolha difícil': jornalismo em tempos de bolsonarismo", texto redigido para a Coluna Cepos, Carlos Figueiredo, pesquisador do Grupo Obscom/Cepos, analisa as relações entre o presidente Jair Bolsonaro e os grandes conglomerados de mídia.

O autor utiliza o marco teórico da EPC para expor como as empresas de comunicação criticam o comportamento de Bolsonaro ao mesmo tempo em que defendem sua agenda econômica.

As reformas ultraliberais propostas pelo Ministro Paulo Guedes são possíveis graças ao estado de choque que Bolsonaro e seus assessores impõem à população diariamente. Enquanto isso os grandes conglomerados de comunicação tentam dissociar essas duas facetas bolsonaristas.

Disponível em: eptic.com.br/as-consequencias-de-uma-escolha-dificil-jornalismo-em-tempos-de-bolsonarismo/
This paper analyzes the use of information and communication technologies (ICTs) by social movements in Brazil, especially during the 2018 presidential elections won by Far Right candidate Jair Bolsonaro. I argue that techno-deterministic... more
This paper analyzes the use of information and communication technologies (ICTs) by social movements in Brazil, especially during the 2018 presidential elections won by Far Right candidate Jair Bolsonaro. I argue that techno-deterministic behavior of Brazilian leftist groups contributed to Jair Bolsonaro's victory. A broader analysis of Brazilian crisis of hegemony is made to understand the context in which social movements and digital activists act. I also criticize the concept of tactical media from a Gramscian approach. Brazilian digital activists abandoned tactical use of social media made in June 2013’s demonstrations and acted guided from a techno-deterministic belief in ICT powers. That way, those activists end up letting their political actions follow an algorithmic logic that we call encoded activism.
Este artigo pretende apresentar uma interdisciplinaridade possível entre as Teorias do Jornalismo e a Economia Política, mais precisamente a Economia Política da Comunicação. Os pesquisadores ligados à vertente chamada newsmaking, ao... more
Este artigo pretende apresentar uma interdisciplinaridade possível entre as Teorias do Jornalismo e a Economia Política, mais precisamente a Economia Política da Comunicação. Os pesquisadores ligados à vertente chamada newsmaking, ao esmiuçarem o cotidiano do trabalho dos jornalistas, foram capazes de apontar as razões pelas quais as notícias são como são. Entretanto, apesar de pesquisarem o cotidiano laboral dos jornalistas, esses estudiosos deram pouco atenção à categoria trabalho e ao fato de os jornalistas terem seu trabalho subsumido ao capital. Nossa proposta é tomar a categoria trabalho como central, encarar o jornalista como trabalhador e, ao mesmo tempo, incorporar alguns achados teóricos dos estudos de newsmaking e outras vertentes das teorias do jornalismo, como os estudos dedicados a compreender a cultura profissional desses trabalhadores, para elaborarmos o que chamamos Teoria Crítica do Jornalismo. Para isso, realizamos uma crítica epistemológica tanto da Sociologia Fenomenológica, base dos estudos sociológicos sobre o cotidiano das redações, a partir da teorização acerca do cotidiano feita por György Lukács em seus estudos sobre estética quanto uma crítica à compreensão de cultura profissional nos estudos de jornalismo.
Os algoritmos tornaram-se o centro das discussões sobre tecnologia envolvendo o papel pelas redes sociais no nosso cotidiano e a promessa de uma codificação generalizada dos diversos trabalhos. O presente artigo pretende destrinchar a... more
Os algoritmos tornaram-se o centro das discussões sobre tecnologia envolvendo o papel pelas redes sociais no nosso cotidiano e a promessa de uma codificação generalizada dos diversos trabalhos. O presente artigo pretende destrinchar a importância dos algoritmos para o capitalismo a partir do advento da Terceira Revolução Industrial em três funções: (1) ampliar a colonização do cotidiano pelo mercado e pelo Estado, tarefa anteriormente exercida apenas pela Indústria Cultural, (2) aumentar os limites da subsunção do trabalho pelo capital e (3) aperfeiçoar formas já existentes de trabalho precário. Por fim, apresentamos possíveis soluções para a organização da classe trabalhadora no cenário contemporâneo de precarização e retirada de direitos.
Este trabalho tem como objetivo apresentar as características do trabalho jornalístico em relação ao seu controle e subsunção ao capital para a partir desse primeiro exercício elaborar uma Teoria Crítica do Jornalismo. Os Estudos de... more
Este trabalho tem como objetivo apresentar as características do trabalho jornalístico em relação ao seu controle e subsunção ao capital para a partir desse primeiro exercício elaborar uma Teoria Crítica do Jornalismo. Os Estudos de Jornalismo foram bem-sucedidos em explicar o conteúdo das notícias através da análise do que os teóricos do jornalismo chamam de rotinas produtivas. Entretanto, há pontos cegos nessa teoria. Acreditamos que a Economia Política da Comunicação através da categoria trabalho pode contribuir para superar limites das Teorias do Jornalismo. Para isso, buscamos resolver um impasse em torno dos processos de trabalho e gestão no jornalismo. Dessa forma propomos, os conceitos de jornalismo manufatureiro e jornalismo flexível, baseado nos escritos marxianos e marxistas.
As redações integradas são a grande mudança na gestão do trabalho jornalístico em razão das novas tecnologias, refletindo no seu ensino. Tal organização do trabalho aumenta a extração do que Marx chamou mais-valia relativa, ou seja, o... more
As redações integradas são a grande mudança na gestão do trabalho jornalístico em razão das novas tecnologias, refletindo no seu ensino. Tal organização do trabalho aumenta a extração do que Marx chamou mais-valia relativa, ou seja, o tempo de trabalho necessário para o jornalista produzir o suficiente para sua reprodução diminui, aumentando seu mais-trabalho, já que sua jornada não é retraída. Assim, o profissional é sobrecarregado com mais textos e pautas, tornando difícil a produção de matérias que partam da singularidade dos fatos para tratar do particular e do universal. Nossa proposta é pensar um currículo que proporcione ao jornalista um uso da tecnologia que o permita realizar um trabalho emancipado, pois só assim o conhecimento jornalístico pode ser, de fato, emancipador.
Resumo: As teorias do Newsmaking, que tratam o jornalista como profissional, são hegemônicas no campo do jornalismo. Durante a década de 1980, pesquisadores nacionais apontavam para a construção de uma teoria marxista no campo, porém... more
Resumo: As teorias do Newsmaking, que tratam o jornalista como profissional, são hegemônicas no campo do jornalismo. Durante a década de 1980, pesquisadores nacionais apontavam para a construção de uma teoria marxista no campo, porém essas obras não tinham como centro a categoria trabalho. O apagamento do jornalista como trabalhador influi para que, desde a universidade, este não se enxergue como tal. Recentemente, surgiram pesquisas denunciando a precarização do trabalho do jornalista, mas é preciso ir além. A partir de uma revisão dos trabalhos teóricos sobre jornalismo desde a obra inaugural de Beltrão; propomos uma teoria crítica do jornalismo que tenha em seu cerne a categoria trabalho. A proposta é analisar os processos de produção da notícia centrada no trabalho do jornalista, subsumido no capital, superando a ideologia do profissionalismo, que apesar de suas contradições, é eivada de valores liberais.
Research Interests:
O artigo trata do uso de posts de jogadores e clubes no site de rede social Instagram como matéria-prima para produção de notícias pelo site de jornalismo esportivo GloboEsporte.com. O objetivo do trabalho é entender como mudanças no... more
O artigo trata do uso de posts de jogadores e clubes no site de rede social Instagram como matéria-prima para produção de notícias pelo site de jornalismo esportivo GloboEsporte.com. O objetivo do trabalho é entender como mudanças no mundo do trabalho do jornalista e de modelos de negócio transformam os critérios de noticiabilidade e, portanto, a qualidade das matérias publicadas. Partimos de uma análise marxista do trabalho jornalístico para compreendermos as mudanças pelas quais o jornalismo atravessa na comtenporaneidade. Utilizamos a técnica de pesquisa da análise de conteúdo para analisar os critérios de noticiabilidade no corpus de pesquisa. Foram analisadas notícias publicadas entre os dias 1 e 31 de julho de 2017.
Os conglomerados de mídia participaram da derrubada de vários governos eleitos no Brasil. Foi assim com Getúlio Vargas, João Goulart e, agora, com Dilma Rousseff. Esse dado histórico atesta que o monopólio da fala é um dos maiores... more
Os conglomerados de mídia participaram da derrubada de vários governos eleitos no Brasil. Foi assim com Getúlio Vargas, João Goulart e, agora, com Dilma Rousseff. Esse dado histórico atesta que o monopólio da fala é um dos maiores desafios para os setores progressistas no Brasil. Na entrevista, a professora Maria Eduarda da Mota Rocha destrincha a ação dos meios de comunicação no Golpe de 2016, a partir de uma análise do Jornal Nacional, por meio do que ela nomeia rito de destituição em conjunto com os campos político e judiciário. A professora também comenta as dificuldades que a concentração de propriedade dos meios de comunicação impõe à realização de uma democracia plena no Brasil.

Mestre e doutora em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), a jornalista e socióloga Maria Eduarda da Mota Rocha é professora do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da mesma universidade, e tem como objetos de pesquisa os meios de comunicação e a publicidade. Além disso, Maria Eduarda e outros professores e professoras da UFPE são responsáveis pelo programa radiofônico Fora da Curva, cuja proposta é realizar um jornalismo que se coloque como alternativa ao realizado na mídia corporativa.
Os oito artigos e a entrevista que compõem o Dossiê “Golpe, impeachment,comunicação e a atual conjuntura brasileira” buscam traçar um panorama acerca do momento turbulento por que passa o país a partir de reflexões sobre a Indústria... more
Os oito artigos e a entrevista que compõem o Dossiê “Golpe, impeachment,comunicação e a atual conjuntura brasileira” buscam traçar um panorama acerca do momento turbulento por que passa o país a partir de reflexões sobre a Indústria Cultural e a Comunicação. Abrindo o Dossiê, a entrevista concedida pela Profa Maria Eduarda da Mota Rocha oferece uma perspectiva multifacetada dos acontecimentos recentes. Professora do Departamento de Sociologia da UFPE e uma das responsáveis pelo programa de jornalismo alternativo Fora da Curva, transmitido pela rádio universitária da UFPE, Rocha reflete sobre o papel dos meios de comunicações no golpe parlamentar, a ausência de políticas públicas de comunicação no governo Lula, a chegada de uma nova esquerda e o papel do jornalismo alternativo. Pensando com Bourdieu, que em seus cursos sobre o Estado demonstra como as instituições estatais legitimam o poder a partir de “ritos de instituição”, Rocha analisa na entrevista como o Jornal Nacional colocou em ação um “rito de destituição” cujo objetivo era deslegitimar o poder investido pelo voto popular à ex-presidenta Dilma Rousseff.
Os artigos desse dossiê podem ser divididos em dois blocos. No primeiro bloco, estão quatro textos focados na análise do papel dos meios de comunicação na destituição de Dilma Rousseff. Análises da cobertura jornalística, das narrativas feitas durante a disputa política pré-golpe e do uso de Sites de Redes Sociais mostram um esforço profícuo dos autores de compreender como foi travada a batalha por consenso durante a crise política que ainda vivemos. Enquanto o segundo bloco é composto por artigos que buscam compreender as consequências do golpe parlamentar nas políticas de comunicação, cultura e telecomunicações seja nas tentativas de privatizar a infraestrutura de telecomunicações do país, nas mudanças e permanências no uso da verba destinada à propaganda governamental ou na análise do discurso dos ministros da Cultura no governo Temer.
Research Interests:
Nosso trabalho tem como objetivo apresentar a Economia Política como uma perspectiva teórica capaz de agregar uma análise robusta do uso das TIC nos ciclos de protestos surgidos na segunda década do Século XXI e apresentar saídas para... more
Nosso trabalho tem como objetivo apresentar a Economia Política como uma perspectiva teórica capaz de agregar uma análise robusta do uso das TIC nos ciclos de protestos surgidos na segunda década do Século XXI e apresentar saídas para perspectivas teóricas que flertam com perspectivas tecnodeterministas. Para isso fazemos uma análise do tecnodeterminismo, mostrando os equívocos gerados por essas perspectivas quando aplicadas ao estudo do ativismo e de movimentos sociais. Em seguida, apontamos os erros das utopias da Sociedade em Rede e da Multidão, e apresentamos uma leitura da organização dos movimentos sociais a partir do conceito de mediação. A partir daí, analisamos como os sites de redes sociais atuam na colonização do mundo da vida a partir de Algoritmos e conceituamos com maior rigor o que chamamos em outro lugar de Ativismo Codificado (FIGUEIREDO, 2017), apontando possíveis saídas para os impasses encontrados por ativistas digitais.
Research Interests:
Este artigo discute a representação política exercida pelas mídias durante as manifestações de 2013 no Brasil. Analisamos o papel de três grupos atuantes dentro do campo midiático: a imprensa tradicional representando o discurso... more
Este artigo discute a representação política exercida pelas mídias durante as manifestações de 2013 no Brasil. Analisamos o papel de três grupos atuantes dentro do campo midiático: a imprensa tradicional representando o discurso neoliberal; a blogosfera lulista; representando os apoiadores do PT; e os midialivristas, representando o campo democrático participativo. A metodologia utilizada para entendermos as relações políticas entre as mídias e seus públicos é a Análise Crítica
do Discurso.
Os novos modelos de negócio jornalísticos trouxeram desemprego e precarização do trabalho. A resposta dada a esse panorama por muitos jornalistas e acadêmicos é a construção de um profissional com mentalidade empreendedora. Dentro desse... more
Os novos modelos de negócio jornalísticos trouxeram desemprego e precarização do trabalho. A resposta dada a esse panorama por muitos jornalistas e acadêmicos é a construção de um profissional com mentalidade empreendedora. Dentro desse novo paradigma, o jornalista deve ser capaz de dominar todas etapas da produção noticiosa e criar uma marca pessoal. Defendemos nesse artigo, que o jornalista seja encarado como um trabalhador responsável por construir mediações. Nossa solução para a precarização do trabalho do jornalista é a construção de um jornalismo emancipatório a partir do cooperativismo e da apropriação de novas tecnologias.
Social media is a pervasive part of everyday life. That is, new media occupies more and more spaces in individuals' lives both in intimate and work sphere. In addition, due to convergence, new media brought together interpersonal and mass... more
Social media is a pervasive part of everyday life. That is, new media occupies more and more spaces in individuals' lives both in intimate and work sphere. In addition, due to convergence, new media brought together interpersonal and mass communications in the same environment. This fact has caused a wide range of changes in cultural industries. One of the main changes brought about by social media in relation to the mass media is the construction of a flow of content, advertising and propaganda customized for each individual, and constructed from surveillance and control of individuals' interactions in digital networks. For so doing, one element is central: Algorithms. It is not only by means of contents produced by cultural workers or amateurs that social media guarantees the life world colonization by the system, but mainly through the tracking of user interactions. That is possible thanks to the data gathering performed by algorithms. Therefore, social networks colonize the life world in a more constant and pervasive way than mass media, facilitating surveillance and social control that are vital for both, the digital conglomerates economic power and the state capacity to watch individuals, either to strengthen the sales effort or to ensure citizen vigilance.
El sistema mediatico cubano y su compromiso con la responsabilidad social.
Economia Política da Comunicação, Imaginação Sociológica, Luta Epistemológica
Resumo: O artigo busca compreender os novos desafios impostos pelo advento dos sites de redes sociais aos movimentos sociais contra-hegemônicos. Para atingirmos esse objetivo procuramos entender as mudanças de estratégias de colonização... more
Resumo: O artigo busca compreender os novos desafios impostos pelo advento dos sites de redes sociais aos movimentos sociais contra-hegemônicos. Para atingirmos esse objetivo procuramos entender as mudanças de estratégias de colonização do mundo da vida pelo sistema na passagem de um ambiente em que a mediação entre sistema e mundo da vida era realizada pela Indústria Cultural para outro em que as redes sociais passam gradativamente a exercer essa função. A mudança de paradigma reside na função interação das redes sociais, substituindo a função programa. As redes sociais realizam um monitoramento das interações dos usuários para distribuir conteúdo personalizado, permitindo também a vigilância dos indivíduos pelo Estado. Três desafios se colocam para os movimentos sociais contra-hegemônicos nesse ambiente: vigilância, mobilização e propriedade dos meios de comunicação.
O movimento por software livre, surgido na década de 1980, é encarado como uma opção para desenvolvedores e usuários aos softwares de código fechado ou proprietários. Esses programas permitem constantes correções de erros em seus códigos... more
O movimento por software livre, surgido na década de 1980, é encarado como uma opção para desenvolvedores e usuários aos softwares de código fechado ou proprietários. Esses programas permitem constantes correções de erros em seus códigos e adaptação às necessidades do usuário. Neste artigo, encaramos esses softwares como uma oportunidade para países em desenvolvimento superarem sua dependência tecnológica. Utilizamos as teorias de Celso Furtado sobre desenvolvimento, pois o economista brasileiro utiliza categorias como criatividade e cultura, e a teoria da Economia Política da Comunicação para entender o impacto das tecnologias na realidade brasileira.
Este artigo tem como objetivo analisar como os diferentes meios de comunicação estabeleceram uma relação de representação política com seus receptores durante as manifestações de junho de 2013 no Brasil. No Brasil, O movimento... more
Este artigo tem como objetivo analisar como os diferentes
meios de comunicação estabeleceram uma relação de representação
política com seus receptores durante as manifestações de junho de
2013 no Brasil. No Brasil, O movimento Midialivrista surgiu, peran-
te a opinião pública, durante o acirramento da disputa política en-
tre defensores e opositores do governo federal, sendo seu principal
expoente naquele momento o coletivo Mídia Ninja, ocupando um
espaço dentro da esquerda destinado aos críticos do governo federal
liderado pelo Partido dos Trabalhadores. Os midialivristas podem ser
considerados movimentos sociais que lutam pela democratização da
mídia ao mesmo tempo em que integram uma rede junto a outros
movimentos sociais auxiliando-os ao publicizar possíveis abusos po-
liciais em manifestações. Para compreender como os meios de co-
municação podem estabelecer uma relação de representação política
com o seu público, vamos utilizar as teorias acerca da representação
política, esfera pública e hegemonia. Consideramos que os midia-
livristas estão dentro da tradição do que Downing (2001) chama de
mídia radical, dando espaço a grupos com pouco espaço nos meios
de comunicação tradicionais. Nosso corpus de análise foi o materia
produzido pelos jornais Folha de São Paulo e Estado de São Paulo, os
blogs governistas Blog da Cidadania, Conversa Afiada e O Cafezinho;
e os coletivos midialivristas Mídia Ninja e Centro de Mídia Indepen-
dente (CMI). Analisando os conteúdos, podemos dizer que os meios
de comunicação tradicionais procuram produzir uma relação de re-
presentação profissional, através de uma ideologia do profissionalis-
mo. No entanto, reproduzem uma visão de mundo permeada por
determinados valores e ideologias. Os blog governistas produzem
um material de apoio explícito ao PT. Enquanto os midialivristas
procuravam representar os manifestantes. A conclusão é que o sur-
gimento dos midialivristas é resultado do esgotamento da esquerda
institucional representada pelo PT que se afastou de sua base social.
Resumo O artigo analisa a cobertura jornalística de dois movimentos sociais: o movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, e Transgêneros (LGBT) e o Movimento dos Sem Terra (MST), buscando compreender as diferenças nas formas como os... more
Resumo O artigo analisa a cobertura jornalística de dois movimentos sociais: o movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, e Transgêneros (LGBT) e o Movimento dos Sem Terra (MST), buscando compreender as diferenças nas formas como os movimentos são retratados. O estudo baseia-se em análises qualitativa e quantitativa da cobertura do Jornal do Commercio e do Diário de Pernambuco de momentos importantes para tais movimentos: a parada da diversidade, para o movimento LGBT; e o Abril Vermelho para o MST.
Neste artigo procuramos compreender o autodenominado telejornalismo comunitário da Rede Globo de Televisão veiculado nos telejornais locais das afiliadas e praças da emissora, e propomos nomeá-lo de Jornalismo de Prestação de Serviço. A... more
Neste artigo procuramos compreender o autodenominado telejornalismo comunitário da Rede Globo de Televisão veiculado nos telejornais locais das afiliadas e praças da emissora, e propomos nomeá-lo de Jornalismo de Prestação de Serviço. A partir de uma abordagem histórica, buscamos entender as origens econômicas e políticas desse tipo de jornalismo para em seguida refutarmos os termos comunitário e público para denominar esse tipo de jornalismo. Para isso comparamos os pressupostos ético-políticos e as práticas dos jornalismos comunitário e público com o modelo praticado pela Globo, pois acreditamos que esse tipo de jornalismo se desenvolve em torno da resolução de problemas focalizados, oferecendo parca contribuição para uma tomada de consciência em direção à universalização de direitos.
Resumo Este artigo analisa as possíveis consequências sociais e políticas do chamado jornalismo comunitário, implantado na Região Metropolitana do Recife pela Globo Nordeste, que nós denominamos jornalismo de serviço. Essa nova prática... more
Resumo Este artigo analisa as possíveis consequências sociais e políticas do chamado jornalismo comunitário, implantado na Região Metropolitana do Recife pela Globo Nordeste, que nós denominamos jornalismo de serviço. Essa nova prática jornalística baseia-se no exercício de mediação entre a população e as autoridades públicas para a resolução de problemas. Ou seja, aparentemente há uma tentativa de dar um caráter deliberativo ao discurso, dotando-o de conteúdo normativo e tomando os falantes como iguais. Contudo, nesse modelo os jornalistas ocupam o papel de fiscais do serviço público, tornando-se representantes das comunidades envolvidas. Esse modelo de jornalismo pode acabar operando um sequestro da fala das populações " defendidas ". Para compreendermos o telejornal NETV 1ª edição entre os dias 18 e 22 de julho de 2011 a partir de metodologias quantitativas e qualitativas.
Research Interests:
Desde a Primavera Árabe, passando pelos Indignados, na Espanha, e pelo Occupy Wall Street, nos EUA, até chegar na Mídia Ninja no Brasil; o uso da internet por movimentos sociais vem ganhando cada vez mais análises acadêmicas, muitas delas... more
Desde a Primavera Árabe, passando pelos Indignados, na Espanha, e pelo Occupy Wall Street, nos EUA, até chegar na Mídia Ninja no Brasil; o uso da internet por movimentos sociais vem ganhando cada vez mais análises acadêmicas, muitas delas a partir das teorias da Cibercultura. Este artigo analisa a chamada Mídia Ninja (Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação) a partir da Economia Política da Comunicação e da Teoria dos Movimentos Sociais. Na primeira parte do trabalho, analisamos o uso da internet sob a perspectiva da teoria dos movimentos sociais, usando conceitos como repertórios de protesto e performance. Em seguida, discutimos a hipótese, muito defendida, de que redes sociais como Twitter e Facebook constituem esferas públicas. Por fim, questionamos a noção de prosumidor a partir do conceito de Espírito do Capitalismo de Boltanski e Chiapello.