Gênero e política nas revistas brasileiras:
uma análise do conteúdo midiático sobre a presidenta Dilma Rousseff
Gender and politics in Brazilian magazines:
an analysis of media content about the president Dilma Rousseff
Fernanda Cavassana de CARVALHO1
Marcia BOROSKI2
Resumo
Este artigo identifica e discute quais termos foram utilizados para criticar o segundo
mandato do governo Dilma sob a perspectiva de gênero nas capas das revistas semanais,
sendo o corpus composto por 89 capas de Época, Veja e IstoÉ, de 2015 e 2016. A
metodologia é a análise quantitativa de conteúdo, por meio de métodos clássicos e
automatizados. Como aporte teórico, exploram-se estudos sobre as interfaces entre
mídia, política e gênero, com ênfase nacobertura jornalística sobre mulheres na política
pelas revistas brasileiras. Discute-se como esta imprensa atua na construção social de
gênero por meio de seus discursos midiáticos. Os resultados indicam que a cobertura
negativa à presidenta sob a perspectiva de gênero esteve vinculada ao seu governo e à
imagem masculina de seu vice-presidente, Michel Temer.
Palavras-chave: Gênero e mídia. Gênero e política. Dilma Rousseff.
Abstract
This article identifies and discusses which terms were used for to critic the second
mandate of Dilma Rousseff’s govern under gender’s perspective in Brazilian magazines
covers. The corpus totalizes 89 covers of Época, Veja e IstoÉ, in 2015 and 2016. The
methodology is the quantitative content analysis, with classical and automatized
methods. How theoretical base, it explores studies about relations between media,
politics and gender, with emphasis which on news coverage of women in politics by
Brazilian magazines. It discusses how this press type acting in the social gender
construction by means of their media discourse. The results show negative coverage of
the president under gender’s perspective was linked to her government and the
masculine image of her vice president, Michel Temer.
Keywords: Gender and media. Gender and politics. Dilma Rousseff.
1
Doutoranda em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Bolsista CAPES.
Membro do Grupo de pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública (CPOP), da UFPR.
E-mail: cavassanaf@gmail.com.
2
Doutoranda em Comunicação pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Professora dos Cursos de
Comunicação do Centro Universitário Internacional (Uninter). Integrante do Grupo de pesquisa
Interações Comunicacionais, Imagens e Culturas Digitais (Incom), da UTP.
E-mail: boroskimarcia@gmail.com.
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Introdução
A crítica ao segundo mandato do governo Dilma Rousseff foi basilar para os
rumos que tomaram a política brasileira em 2016. Já na posse, em 2015, houve muita
pressão de partidos como o PSDB, no sentido de deslegitimar as eleições presidenciais,
com vazão de tal discurso para a imprensa. O cenário de tensão agravou-se a cada mês,
com investidas da mídia brasileira na cobertura pré-impeachment, com posições de não
reconhecimento e de trato hostil à presidenta. Nesta conjuntura, este artigo discute e
investiga como a crise do governo Dilma foi abordado midiaticamente evidenciando,
para além do papel de governante nacional, sua imagem enquanto mulher.
Partimos da seguinte pergunta: quais termos foram utilizados nas capas de
revistas para criticar o governo da presidente Dilma Rousseff sob a perspectiva de
gênero durante seu segundo mandato? Nosso objetivo é identificar como o discurso
midiático crítico à presidenta Dilma Rousseff foi construído textualmente nas revistas
de informação sob a perspectiva de gênero. Para isso, metodologicamente, recorre-se à
análise de conteúdo como estratégia para a investigação. Empiricamente, o trabalho
investiga 89 capas das revistas Época, IstoÉ e Veja, que faziam referência explícita à
Dilma e que circularam entre janeiro de 2015 e abril de 2016, totalizando um recorte
temporal de 15 meses.
Justifica-se esse artigo pela relevância das discussões acadêmicas nas interfaces
entre mídia, política e gênero, além de abordar a atuação de três veículos de imprensa
nacional na cobertura negativa à presidenta do país, durante o segundo mandata do seu
governo, que terminou com o impeachment da governante. O artigo também contribui
metodologicamente com os estudos sobre linguagens midiáticas ao explorar a análise
léxica de conteúdo automatizada, um método de análise quantitativa que possibilita a
interpretação de conjuntos temáticos no corpus textual, bem como a quantificação, coocorrência e associação dos termos utilizados.
A partir daqui o artigo segue dividido em cinco tópicos. O primeiro volta-se às
relações entre de gênero, poder e mídia. Neste aspecto, discorre sobre como a
comunicação midiática contribui com a construção das questões de gênero na sociedade,
incluindo acobertura das revistas semanais.
Depois, o tópico seguinte é dedicado
especificamente à cobertura da imprensa semanal sobre os governos de Dilma e o que se
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tem registrado na literatura sobre a construção da imagem da mulher política nesses
veículos. A seção três explicita os aspectos metodológicos da pesquisa, indicando os
procedimentos convencionais e automatizados adotados para a análise de conteúdo
textual das capas das revistas. Depois, são apresentados e analisados os resultados. Por
último, tecemos nossas considerações finais.
1 Relações entre poder, gênero e mídia
Ainda que encontremos variações na conceituação, mesmo em estudos
relacionados à comunicação e mídia, ao presente trabalho faz sentido abordar gênero,
minimante, pelos seguintes vieses: de que o conceito expressa-se de forma relacional
(SAFFIOTI, 1979) e de que ele é uma construção social (BEAUVOIR, 1980). Scott
(1990), por exemplo, ao advogar que gênero é uma categoria de análise da sociedade,
chama atenção para que, junto de raça e classe social, poderia se fazer uma análise das
relações sociais desiguais, estruturadas por meio das relações de poder.
As relações de poder implicadas nas instituições não são inauguradas pelos
estudos de gênero, entretanto. Althusser (1983) é responsável pela concepção da
construção da ideologia no cerne das instituições da sociedade, como a escola, a família,
a igreja, a justiça. Tributária desta discussão, Lauretis (1994) propõe uma discussão
acerca da relação entre tais relações de poder e as relações de gênero. Assim, as
representações de gênero seguiram as mesmas lógicas dominantes destas instituições,
num movimento compulsório para os sujeitos ocuparem lugares e papeis determinados,
além de legitimações de violências as mais diversas. (LAURETTIS, 1994, p. 207).
Saffioti (1979) apresenta-se então como tributária de Scott (1990), no sentido da
compreensão de sexo como um tipo de estratificação social, tal como etnia e classe
social. A intenção majoritária, de ambas, era a visada de compreender os
acontecimentos sociais e políticos, bem como os processos de organização e
estruturação social, e, consequentemente, os comunicacionais, como, por exemplo, a
cobertura midiática. Vale destacar, ainda, que para Scott (1990), gênero seria a primeira
instância de articulação do poder, porém não a única. Relações de poder, as quais,
estariam difundidas de tal forma na sociedade que implicariam as instâncias conjugais,
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fraternais, políticas, trabalhistas, financeiras. Scott (1990) explica ainda que a circulação
deste poder seria desigual e hierárquica.
Na mesma esteira de investigar as relações de poder, partindo da perspectiva das
instituições, Mota e Biroli (2014) evidenciam que a falta de representatividade amplifica
as desigualdades ligadas às questões de sexo e gênero, além de reiterar as convenções.
O que, por sua vez, conta com a contribuição da mídia.
A divis̃o sexual do trabalho, conectada a esterétipos que definem
papeis, pertencimentos e habilidades distintas para mulheres e
homens, se transforma em expectativas quanto a sua atuã̧o nas
diferentes esferas sociais. Embora ño exista uma ́nicacompreens̃o
dos paṕis de ĝnero ou de relã̧o entre mulheres e atividade poĺtica,
a forma como a ḿdia representa as mulheres ́ um desdobramento das
formas atuais da dualidade entre privado/doḿstico/feminino e
ṕblico/poĺtico/masculino (BIROLI; MOTA, 2014, p.4)
Verificamos ainda o pontual interesse da própria academia sobre o tema. No caso
dos estudos de gênero e mídia, dentro do campo da Comunicação, Escosteguy e Messa
(2006) indicam escassez e enfoques limitados. Encontraram, principalmente, trabalhos
ligados ao discurso das telenovelas, estudos de recepção e mediação e, só apartir dos
anos 2000, expressão dos estudos de representações femininas. De acordo com as
autoras, estudos relacionando gênero e universo masculino ou gênero e raça foram
pontuais, o que indica a necessidade de desenvolverem-se mais pesquisas abordando
gênero e mídia na Comunicação (ESCOSTEGUY; MESSA, 2006). Justificando,
portanto, estudos como este.
Aqui, cabe atenção ao jornalismo. Embasado na defesa pela legitimidade de sua
prática, como ideais de objetividade e imparcialidade, o jornalismo se coloca como um
campo representativo da realidade social, enquanto acaba por concentrar poder
midiático a determinadas perspectivas e levar à marginalização pontos de vistas e
grupos conflitantes (MIGUEL; BIROLI, 2011). Éimportante compreendê-lo como
agente ativo na construção da realidade social. Assim, o estudo de narrativas, conteúdos
e enquadramentosno jornalismo, enquanto organizadores do conteúdo e do discurso
midiáticos, importam para compreender a atuação da imprensa na construção da
percepção pública sobre gênero. Necessário também destacar a pesquisa de Marcia
Veiga da Silva (2010) que identificou que o processo de produção da notícia (incluindo
aqui crit́rios de noticiabilidade, valores not́cia, enderȩamento de pautas a reṕrteres,
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escolha de fontes, hierarquia de notícias e repórteres) é alinhado às normatividades
vigentes, reproduzindo os lugares de poder convencionados e hegemônicos. Assim, a
organização segue “valores e marcadores sociais, tais como classe, ra̧a, sexualidade,
religĩo, e, principalmente, ĝnero” (SILVA, 2010, p. 236).
O jornalismo de revista é interpretativo, mais próximo dos gêneros opinativos do
que informativo. Apresenta reportagens mais aprofundadas e textos mais longos
(VILLAS BOAS, 1996). A cobertura não só se distancia do que se espera
normativamente da imprensa independente, por exemplo, a narrativa de objetividade e
imparcialidade, como o próprio contrato de leitura estabelecido entre os veículos e seus
consumidores está desvinculado desses preceitos. Há elevada sintonia de identificação e
fidelidade com o público leitor, que costuma compartilhar os mesmos valores e visões
de mundo que as linhas editoriais desses veículos (SCALZO, 2013). Contudo, cabe
ressaltar que as revistas impressas representam a mídia menos consumida pelos
brasileiros e elevada desconfiança, de modo geral na população (BRASIL, 2014),
justamente por se conhecer o posicionamento dos veículos nas disputas políticas e
ideológicas no país.
É importante destacar que o texto, enquanto organização de elementos para a
produção de sentido, no jornalismo de revista deve ser compreendida a partir da
perspectiva multimodal. As imagens nas revistas representam um grande peso para a
construção das narrativas nas notícias e do discurso midiático. Nessa mídia, a fotografia
também se afasta do gênero informativo do fotojornalismo e tende a ser explorada na
criação de sentidos de forma a complementar a redação interpretativa e opinativa
(SANTOS, 2011). Especificamente nas capas dessas revistas, o discurso midiático é
construído a partir da mobilização de elementos verbais e visuais para construção do
sentido (PUZZO, 2012; VAZ; TRINDADE, 2011), como é visível na figura abaixo.
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Figura 1 – Exemplos da linguagem verbo-visual em capas de revistas sobre Dilma
Fonte: Rocha, Boroski e Carvalho (2017).
Nesta pesquisa, consideramos essa discussão sobre gênero, poder e mídia para
analisar a construção do discurso midiático das revistas brasileiras sobre a presidenta
Dilma Rousseff, a partir de elementos verbais nas capas dos veículos. Antes da análise
empírica, o tópico a seguir ainda discorre sobre algumas características da relação entre
a política e a mídia brasileiras, especialmente sobre as revistas semanais e Dilma
Rousseff.
2 Dilma, a primeira presidenta do país, na imprensabrasileira
Somente em 1982, o Brasil teve uma mulher a ocupar um cargo de primeiro
escalão no Governo Federal brasileiro, quando Esther de Figueiredo Ferraz esteve à
frente do Ministério da Educação e Cultura no governo de João Figueiredo. Assumindo
a pasta, passou a estar presente na cobertura jornalística, que ressaltava, de maneira
direta, a oposição da sua vida pública versus sua vida privada (MIGUEL; BIROLI,
2011, p. 169). A exclusão da mulher no espaço público por meio de leis, decretos,
exploração como mão de obra barata em postos e funções com menor prestígio,
dificuldade de acesso àeducaçãobásica e superior e, consequentemente, restrições a
determinadas profissões e qualificações suplementavam as explorações no espaço
privado e as desigualdades de gênero na sociedade brasileira alimentadas ainda pela
cultura do patriarcado (ROCHA, BOROSKI, CARVALHO, 2017).De acordo com
Fraņa e Corr̂a (2012), a história política brasileira está embebida pelo masculino no
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campo político. Desde formação do regime republicano até a legitimação do primeiro
governo Dilma, ancorado dentro de uma lógica patriarcal a partir da figura masculina de
Lula, seu patrono político.
Neste trabalho, interessa-nos, especificamente, a relação das revistas brasileiras
nas questões de gênero relacionadas à Dilma Rousseff, o que já vem sendo registrado
pela literatura. Biroli (2010), por exemplo, investigou as relações entre gênero e política
no noticiário das revistas Veja, Época e CartaCapital, encontrando uma qualificação do
papel da mulher na vida política condicionada por estereótipos de gênero. Considerando
as mulheres políticas com maior visibilidade midiática nos anos 2006 e 2007 (Dilma
Rousseff, Heloisa Helena e Marta Suplicy), a autora indica que elas são representadas
por gênero no noticiário, chegando a estereótipos. São constantemente julgadas no
âmbito público por marcas de gênero consolidadas socialmente à mulher na esfera
privada, enquanto a competência política na vida pública é representada como vinculada
a atitudes que seriam masculinas. Há “uma oscilação entre uma expectativa de que a
mulher se apresente, na política, enquanto mulher, e um conjunto de julgamentos
referenciados pelapresença masculina na política e por representações damasculinidade”
(BIROLI, 2010, p. 296).
Já Gomes (2011) investigou os discursos das mesmas revistas consideradas neste
trabalho – Veja, Época e IstoÉ – em publicações que mencionavam textualmente Dilma
Rousseff, entre 2003 e 2009, período em que compôs o ministério dos dois governos
Lula, primeiro como ministra de Minas e Energia, depois na condição de ministra-chefe
da Casa Civil. O trabalho buscou encontrar como foi construída a representação visual e
linguística do corpo político de Dilma no discurso midiático. A autora também recorre à
análise léxica para investigar a construção dessa representação a partir do uso de
determinados textos. A pesquisa indica como o discurso midiático foi moldando
tecnicamente a construção do corpo político de Dilma, de engenheira ministra para
aquilo que se esperava de uma candidata mulher à presidência em 2010. Trata-se de
“um corpo que emerge de um contexto político contemporâneoaltamente estetizado e
tecnicamente instrumentalizado que ensejadesde a maneira como o sujeito deve pentear
o cabelo até a maneiracomo caminha, fala ou sorri” (GOMES, 2011, p.28).
Para além das questões específicas sobre a questão do gênero no discurso
midiático, cabe destacar a tendência da cobertura negativada mídia ao Governo Federal
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durante as gestões do PT (2003-2016). Com plataformas políticas mais alinhadas à
esquerda, os governos de Lula e Dilma afastaram-se dos interesses da imprensa
brasileira, mais alinhada ao centro-direita (AZEVEDO, 2017). Entre as revistas
brasileiras, por exemplo, a cobertura positiva à Dilma é exceção, comum apenas à
CartaCapital (não considerada nesta análise), veículo que se apresenta como alternativa
à “grande ḿdia”, e atuou como governistas durante os mandatos de Rousseff e Lula
(CARVALHO, 2016).Por sua vez, Tavares, Berger e Vaz (2016), indicam como Veja
construiu um discurso pró-impeachment de Dilma Rousseff desde o período eleitoral de
2014. Antes, portanto, de se reeleger. Diante das denúncias e investigações da Lava
Jato, dos problemas políticos com o Congresso e a instauração do processo de
impeachment, o segundo mandato de Dilma também foi marcado pela cobertura
negativa dessas revistas (ROCHA; BOROSKI; CARVALHO, 2017).
3 Aspectos metodológicos da análise de conteúdo
Como recorte, selecionamos as capas das três principais revistas semanais de
informação brasileiras3 durante os 15 primeiros meses do segundo mandato de Dilma
Rousseff, de janeiro de 2015 a abril de 2016. Nesse período, as revistas Época, IstoÉ e
Vejacircularam 206 edições4, das quais, a presidenta Dilma esteve presente, em texto ou
imagem, em 89 capas5. Estas constituem, portanto, nosso corpus. A escolha pelos três
veículos justifica-se pela relação já mencionada das revistas brasileiras com os atores
políticos por meio de sua cobertura jornalística. Já o recorte temporal é justificado por
possibilitar a constituição de um corpus que permita a análise quantitativa de conteúdo e
por representar o último mês completo no governo, uma vez que em meados de maio de
2016, Rousseff era afastada de seu cargo. Após a instauração do processo de
impeachment no Senado, a cobertura principal dessas revistas estaria condicionada
apenas ao próprio processo de julgamento. Com isso, o enquadramento de Dilma seria
restringido ao de investigada, o que também se afastaria, portanto, do nosso objetivo.
Nas capas dessas revistas, aplicamos a análise de conteúdo (AC) como
metodologia. Segundo Bauer (2013, p. 191), trata-se de “uma t́cnica para produzir
Segundo a Pesquisa Brasileira de Mídia, na categoria “semanal de informã̧o”, Veja, Época e IstoÉsão
as três revistas impressas mais lidas pelos brasileiros (BRASIL, 2014).
4
Época, IstoÉ e Veja publicaram, respectivamente, 69, 67 e 70 edições.
5
Aparecendo em manchetes ou em chamadas da capa.
3
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inferências de um texto focal para seu contexto social de maneira objetivada”. Nossa
análise se dá por meio de métodos quantitativos e divide-se em duas frentes principais.
A primeira é a clássica (BAUER, 2013), feita a partir da leitura das capas que faziam
menção à Dilma, cujo conteúdo foi categorizado sobre dois principais aspectos: (i) a
valência em relação à presidenta e (ii) a caracterização de sua atuação pelo gênero.
A variável “val̂ncia a Dilma” tem tr̂s categorias: positiva (quando o conteúdo
era positivo à presidenta, com elogios ou ressaltando qualidades pessoais, profissionais
ou de seu governo); negativa (quando o conteúdo era negativo à Dilma, com críticas ou
informações sobre escândalos e investigações contrárias a ela, ao seu partido e/ou ao seu
governo); e neutra (quando não foi possível identificar se o conteúdo era pró ou contra à
presidenta). A variável “perspectiva de ĝnero” ́ binária (sim ou ño) e mensura se as
habilidades da presidenta são qualificadas por questão de gênero no discurso da capa da
revista. Uma terceira variável categorizada manualmente é a revista, uma vez que
trabalhamos com os veículos Época, IstoÉ e Veja.
A segunda etapa da análise de conteúdo é realizada por meio de métodos
automatizados.
Aqui, utilizamos o Iramuteq, um software que possibilita análises
estatísticas de textos a partir de métodos de análise léxica, enumerando
hierarquicamente os termos mais frequentes. Além disso, ele também possibilita a
análise de clusters temáticos a partir do algoritmo ALCESTE, que divide o corpus
textual em classesapós calcular a co-ocorrênciade palavras e segmentos do texto. A
partir disso, as classes formadas agrupam termos que aparecem juntos no conjunto
textual, gerando, portanto, grupos internamente coesos, com um vocabulário
relacionado, e quando comparados distintosuns dos outros formados (REINERT, 1990;
CAMARGO; JUSTO, 2013; CERVI, GANDIN, 2015). Essa análise léxica é, pois,
fundamental para responder nossa pergunta de pesquisa. A análise empírica é
desenvolvida na próxima seção.
4 Análise empírica
Nesta seção, a análise empírica descreve e cruza os dados obtidos buscando
responder a nossa pergunta: “quais termos são utilizados nas capas de revistas para
criticar a presidente Dilma Rousseff sob a perspectiva de gênero?”. A primeira
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informação analisada são as frequências obtidas para as categorias da variável “val̂ncia
à Dilma”, expostas na tabela 1. A principal observação a ser ressaltada a partir da leitura
da tabelaé o fato da cobertura sobre a presidenta Dilma Rousseff nas capas das revistas
brasileiras ter sido, majoritariamente, negativa. Apenas 6,7% das capas que
mencionaram Rousseff foram neutras, enquanto 93% foram negativas, com críticas a
ela. Ressalta-se, ainda, que nenhuma apresentou conteúdo que pudesse ser classificado
como positivo à gestora.
Tabela 1 – Valência da capa à Dilma pela ausência ou presença
de conteúdo na perspectiva de gênero (%)
Positiva
Negativa
Neutra
Total
Gênero Não
0 (0,0%)
56 (62,9%)
5 (5,6%)
61 (58,5%)
Gênero Sim
0 (0,0%)
27 (30,4%)
1 (1,1%)
28 (31,5%)
Total
0 (0,0%)
83 (93,3%)
6 (6,7%)
89 (100%)
Fonte: Autoras (2018).
A tabela 1 também indica que em 31,5% das capas analisadas houve conteúdo
em referência à Dilma Rousseff com a presença de uma perspectiva de gênero no
discurso midiático. Desse recorte, que totaliza 28 capas, apenas uma foi neutra à
presidenta. Assim, em 27 edições, as revistas brasileiras apresentaram um discurso
midiático com perspectiva de gênero para tratar de Dilma com valência negativa a ela
em suas capas.
Antes de voltarmos a análise especificamente para os termos mais recorrentes
em capas que apresentaram a perspectiva de gênero, explora-se os clusters6 formados de
forma automatizada sobre o corpus textual de análise em sua totalidade. São as classes
da tabela 2. A primeira informação a destacar é que foram constituídos seis grupos
temáticos. Os termos são dispostos de forma hierárquica, considerando aquelas palavras
que são mais representativas dentro de cada classe.
6
Grupos formados por um conjunto de termos que possuem aproximação estatisticamente significativa
entre si.
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Tabela 2 – Classes de palavras (UCE) em capas sobre Dilma obtidas por meio do método
ALCESTE
1
Classe 1
(15,29% )
Lula
Classe 2
(18,82% )
campanha
Classe 3
(14,12% )
pai
Classe 4
(14,12% )
congresso
Classe 5
(23,53% )
política
Classe 6
(14,12% )
partido
2
Senado
exclusivo
Brasil
enfrentar
crime
mesmo
3
supremo
Petrolão
saída
cargo
fiscal
escândalo
4
PMDB
empreiteiro
perder
perder
pedalada
corrupção
5
mais*
agenciar
dinheiro
apoio*
levar
ano
6
Câmara*
propina
afastamento
vez*
processo
crise
7
tribunal*
Istoé
sair
Brasília*
brasileiro*
PT
8
reação*
Lava jato*
impeachment*
Dilma*
praticar*
liderar*
9
prisão*
novo*
mais*
Revista Época**
impeachment*
governante*
10
acuar*
Dilma*
ele*
Gênero Sim***
eleitoral*
comprometer*
Ranking
* Termo com associação estatisticamente não significativa com a respectiva classe, com p-value >0,005.
** Categoria Época da variável "revista"
*** Categoria Sim para variável "perspectiva de gênero"
Fonte: Autoras (2018).
A classe 1 traz “Lula” como termo principal que ́ acompanhado de “Senado”,
“supremo”, “PMDB”, “Câmara” e tribunal. Trata-se de um conteúdo político e traz
atores com os quais Dilma se relaciona, como as instituições do poder legislativo, o
principal partido da base aliada e de seu vice-presidente e o ator político diretamente
vinculado a ela e ao seu partido, Lula. A classe 2 representa o tema da operação
Lavajato, com palavras relacionadas às investiga̧ões como “petrol̃o”, “empreiteiro”,
“campanha”. Destaca-se também a presença de Dilma e IstoÉ no grupo. Na classe 3,
aparece a palavra “pai” como a principal. Os termos “sáda”, “perder”, “afastamento”,
“impeachment” indicam o terceiro grupo de palavras como aquele que faz refer̂ncia ao
impedimento de Dilma, mais voltado para o próprio processo e seu significado para a
administração do país. O quarto grupo, por sua vez, trata do impeachment no congresso,
com termos como “congresso”, “enfrentar”, “cargo”, “perder”, “apoio”, “Braślia”,
“Dilma”. Aqui, destaca-se a presença de duas categorias que aparecem relacionadas
diretamente com esses termos, a presença de caracterização das habilidades
presidenciais de Dilma pela perspectiva de gênero e a Época entre as revistas analisadas.
A classe 5 também trata do impeachment, mas com um vocabulário mais temático, mais
informativo e explicativo sobre a acusação de crime de responsabilidade que Dilma
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enfrenta, contendo as palavras “poĺtica”, “crime”, “fiscal”, “pedalada”, “levar”,
“processo”. Já a classe 6 ́ a mais relacionada ao governo de Rousseff e ao ser partido.
Ainda assim, considerando a conjuntura de denúncias e investigações, o grupo não
deixa de ter termos relacionados aos processos. Temos nesse grupo as palavras
“partido”, “escândalo”, “corrup̧̃o”, “crise”, “liderar”, “PT”, “governante”.
Essa distribuição do corpus textual é ilustrada pelo gráfico1, ao expor as classes
em um plano fatorial. As palavras estão coloridas, distinguindo as classes por cores. No
gráfico, quanto mais próximos os clusters, maior relação entre eles. Ou seja, tendência
de vinculação daqueles termos com os grupos ao entorno deles.
A dimensão 1 é a mais significativa, ressaltando as distâncias horizontais dos
termos. A primeira informação a se destacar é que a classe 2 é aquela mais exclusiva, no
quadrante superior esquerdo, distinguindo-se de forma mais isolada dos outros grupos.
O outro grupo mais isolado, no quadrante superior direito, é aquele cujo conteúdo
refere-se ao governo e ao partido petista e que menciona os escândalos de corrupção.
Entre os dois grupos, encontra-se principalmente o conteúdo da classe 5, aquele em que
a temática do impeachment se dá sobre o processo em si. No quadrante inferior direito,
aparecem as classes 1 e a 4. Aproximando, portanto, o vocabulário que trata das
relações políticas de Dilma com o andamento do processo de impeachment no
Congresso. A classe 3 é a intermediária, mais próxima do ponto centroide da
distribuição, com destaque para as palavras “pai”, “Brasil” e “sáda”.
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Gráfico 1 – Distribuição dos vocabulários por classes (UCE) no plano fatorial (AFC)
Fonte: Autoras (2018).
A partir do gráfico, podemos dividir ainda o discurso textual midiático vinculado
à Dilmaem dois grandes grupos. Ainda que o impeachment seja o tema compartilhado,
de fundo, relacionando Dilma às temáticas de todos os grupos, na parte superior do
gráfico encontramos uma relação entre a investigação da Lavajato, o crime de
responsabilidade que levou ao processo de impeachment e às denúncias de corrupção
contra o governo e o PT (classes 2, 5 e 6). Na parte inferior, estão mais correlacionadas
as referências textuais à saída de Dilma com as relações políticas e institucionais da
presidente (classes 1, 3 e 4).
Nota-se até aqui que o segundo mandato de Dilma esteve vinculado diretamente
ao processo de impeachment recém-instaurado pelo Congresso, mais às relações e
denúncias e menos à administração e ao trabalho do Executivo. As próximas etapas da
análise restringem-se ao conteúdo em que se identificou a caracterização do exercício da
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presidência relacionada à perspectiva de gênero7. Primeiramente, a tabela 3 expõe a
análise de especificidades – também por meio da análise léxica no Iramuteq – para as
duas categorias da variável de perspectiva de gênero. Os termos estão classificados de
forma hierárquica, indicando, primeiramente, aqueles que mais se associaram às capas
que apresentaram conteúdo sob a perspectiva de gênero e, depois, aos que não se
associaram.
Tabela 3 - Valor de associação de termos com as categorias da variável “perspectiva de ĝnero”
Ranking
1
Associação positiva à perspectiva de gênero
Associação negativa à perspectiva de gênero
Termo
Gênero Sim
Gênero Não
Termo
Gênero Sim
Gênero Não
pai
1.0356
-1.0356
campanha
-1.7792
1.7792
2
não
0.8939
-0.8939
Lava jato
-0.8698
0.8698
4
PMDB
0.7866
-0.7866
petrolão
-0.8393
0.8393
5
mais
0.4371
-0.4371
exclusivo
-0.7754
0.7754
6
Temer
0.3894
-0.3894
Lula
-0.7219
0.7219
7
poder
0.3837
-0.3837
impeachment
-0.5835
0.5835
8
governo
0.3565
-0.3565
fazer
-0.2506
0.2506
9
presidente
0.3235
-0.3235
PT
-0.2276
0.2276
10
Dilma
0.3151
-0.3151
Brasil
-0.1975
0.1975
Fonte: Autoras (2018).
Aqui, ressalta-se uma nova distinção temática. Entre os termos que tiveram
associações positivas e significativas com a variável de perspectiva de gênero estão
“pai”, “PMDB”, “Temer”, “poder”, “governo”, “presidente” e o pŕprio nome de
“Dilma”. Trata-se de palavras que fazem referência à substituição da presidente pelo
vice no governo. É mais relacionado ao executivo, ao cargo e à função de Dilma. Por
outro lado, o termo “impeachment” aparece entre as palavras ño associadas com a
categoria positiva para a perspectiva de gênero, que constituem um vocabulário mais
próximo da temática da investigação e das denúncias e escândalos que envolvem o
“PT”, termo incluso no grupo assim como “Lava-jato”, “petrol̃o” e “Lula”. Por fim, de
forma complementar, o gráfico 2 distribui visualmente as categorias num plano fatorial
a partir da correspondência entre as categorias para perspectiva de gênero e as para a
variável revista, comparando Veja, IstoÉ e Época.
7
Em trabalho anterior publicado, as autoras realizaram uma análise qualitativa do conteúdo dessas capas
e exploraram com imagens e exemplos como a perspectiva de gênero sobre as habilidades presidenciais
pode ser apreendida nas capas das revistas analisadas. Ver em Rocha, Boroski e Carvalho (2017).
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Gráfico 2 – Distribuição fatorial da correspondência entre categorias de “perspectiva de ĝnero”
e “revista”
Fonte: Autoras (2018).
O gráfico 2 permite duas afirmações principais. Primeiramente, nota-se a
proximidade da revista IstoÉ com a categoria “ño” de perspectiva de ĝnero. As duas
categorias estão muito próximas e isoladas no quadrante superior esquerdo da imagem.
Por outro lado, em quadrante oposto, a categoria “sim” para perspectiva de ĝnero no
conteúdo das capas está mais próxima do ponto que representa a revista Veja na análise.
Indicando, de modo comparativo, maior ocorrência de um discurso crítico sob a
perspectiva de gênero em Veja do que nas demais revistas.
Considerações finais
A cobertura das revistas semanais brasileiras sobre o segundo mandato de Dilma
Rousseff foi majoritariamente negativa. Pode-se dizer que a cobertura desses veículos
com viés negativo à governante já era esperada, a partir do que se evidenciado na
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literatura, como o posicionamento crítico da imprensa brasileira aos governos petistas
nas últimas duas décadas. Assim, esta análise evidencia, primeiramente, que as revistas
brasileiras de informação tendem a se posicionar, distanciando-se de coberturas
imparciais, por produzirem um jornalismo mais interpretativo e opinativo que limitado
ao informativo. Em segundo lugar que a cobertura negativa à Dilma se dá de modo
difuso, sobre vários temas pertinentes à presidenta e a crise política que enfrentava em
seu segundo mandato, sem necessariamente concentrar em um tipo temático, como
mostrou a análise léxica por meio dos clusters formados a partir de termos associados.
Foram identificados seis conjuntos de temas nas 89 capas referentes à Dilma.
Desde a crise com a corrupção e a investigação da Lava jato, ao próprio processo de
impeachment, tanto sobre esclarecimentos técnicos e procedimentais, quanto a relação
da governante com o Congresso Nacional, responsável pelo julgamento. A análise
ĺxica tamb́m indicou a aparĩ̧o significativa de termos como “pai”, “Temer” e
“PMDB” na parte textual das capas cŕtica à Dilma sob a perspectiva de gênero.
Indicando, portanto a transição de governo da presidenta ao seu vice. Também foi
possível verificar que a cobertura negativa à Dilma não condicionada pela perspectiva
de gênero é vinculada a questões partidárias, como as investigações na Lava jato, o
próprio PT e até a figura de Lula.
Considerando que o gênero é uma construção social e que a imprensa atua
diretamente na construção da realidade social, discursos midiáticos relacionados às
mulheres no poder construídos por meio de estereótipos ou condicionando a abordagem
sobre a atuação política e administrativa da governante às figuras masculinas,
contribuem para a construção social e cultural de gênero. Além disso, potencializam a
deslegitimação das decisões e atitudes da agente política por ela ser mulher, no cargo
mais importante do país, num âmbito repleto de homens e relações de poder.
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