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8 a 12 de junho Biblioteca Brasiliana Guita e Jose Mindilin Casa de Cultura Japonesa Caderno de Resum s Vagner Porto Caderno de Resumos IV Semana Internacional de Arqueologia Discentes - Museu de Arqueologia e Etnologia USP - 2015 Programação Completa 8 a 12 de junho Biblioteca Brasiliana Guita e Jose Mindilin Casa de Cultura Japonesa ISBN E-Book: 978-85-60984-50-3 A IV Semana Internacional de Arqueologia – Discentes MAE/USP, em continuidade aos encontros promovidos desde 2007, convida os e as colegas para debater os rumos da nossa profissão e apresentar / ouvir os trabalhos que vem sendo feitos na área. Como todas as edições, intentamos promover um encontro onde o protagonismo esteja voltado aos alunos e alunas, da graduação e pós graduação; dando espaço para que nós possamos expor nossas pesquisas e acúmulos, estimulando interação coletiva. Em 2015, nosso tradicional avestruz do logo “sai do buraco” e se junta aos seus companheiros para refletir em comunidade sobre a ciência arqueológica, teoria, prática e métodos. É inegável que nos últimos dez anos a arqueologia deu um salto quantitativo no Brasil: aumentou o número de portarias emitidas pelo IPHAN e o número de cursos oferecidos em graduação e pós-graduação. A entrada da arqueologia no centro de debates que vão além da sua simples produção de conhecimento (licenciamento ambiental, direito indígena, posse de territórios, pedagogia, formação profissional, musealização, direitos trabalhistas, etc) vem estimulando reflexões críticas acerca dos interesses políticos e do papel da arqueologia nesse cenário. Os(As) arqueólogos(as) estão cada vez mais impelidos à pensar sobre o presente, e cada vez menos confinados ao passado. O aumento do volume de pesquisas, o maior conhecimento acerca da ocupação pré-histórica no Brasil, inovações tecnológicas, maiores oportunidades de pesquisa e de emprego são elementos inegáveis do avanço da ciência arqueológica, e dos(as) que dela participam. Ao mesmo tempo, nesse imbricado contexto de otimismo, fazer arqueologia se configura como um desafio na medida em que questões como disputas políticas, crises universitárias, corte de verbas, machismo e opressões são latentes no nosso dia-a-dia. Sendo assim, pensamos em temáticas que, além de agregar as mais diversas pesquisas de alunos e alunas do país, dando espaço e protagonismo a eles e elas, possam também contribuir para o debate acerca de que maneira a arqueologia pode contribuir para a tumultuada situação social do mundo. Reunir pesquisadores(as) internacionais que atuam em diversos contextos, com distintos objetivos e visões epistemológicas tem como objetivo tomar conhecimento da diversidade de produções científicas, e a forma com que elas refletem na nossa sociedade. Nesta edição, temos também o prazer de participar conjuntamente dos eventos de comemoração dos 25 do Museu de Arqueologia e Enologia da USP, tema que será abordado especialmente em nossa Exposição Fotográfica. Para saber mais sobre os eventos de comemoração do aniversário do MAE/USP, acesso este link. Em um encontro democrático e aberto, o único objetivo é ouvir e ser ouvido! A todos(as) os(as) discentes, pesquisadores(as), professores(as) e trabalhadores(as), sintam-se convidados(as) a participaram de mais uma Semana de Arqueologia! Sejam bem-vindos(as)! Comissão Organizadora COMISSÃO ORGANIZADORA Coordenador: Prof. Dr. Vagner Carvalheiro Porto Bruno Sanches Ranzani da Silva Bruno Pastre Davi Garcia Danilo Tabone (in memoriam) Duane Mota Emerson Nobre Erêndira Oliveira Guilherme Mongeló Isabel Catanio Laura Furquim Mariana Cristante Marina Di Giusto Rafael de Almeida Lopes Renan Falcheti Patrícia Marinho Silvia Leal Thiago Kater Colaboradores Claudia Lyrio Maurício Silva Meliam Gaspar Agradecimentos Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Biblioteca Brasiliana Guita e Jose Mindilin Casa de Cultura Japonesa Patrocinadores Agências Financiadoras (CAPES, CNPQ e FAPESP) Coordenadores das sessões Colaboradores e Participantes da Exposição Fotográfica Funcionários e Professores do MAE Em especial à Maria Cristina Bruno Todos que de alguma forma contribuiram para que a IV Semana de Arqueologia acontecesse Sumário Tabela com a Programação Resumida………………….… p. 6 Programação Completa (com mesas, palestrantes e comunicadores) … p. 7 Programação das Sessões de Pôster .……….......……….. p. 23 Caderno de Resumos (em ordem alfabética) …….……... p. 28 Exposição Fotográfica.........................................................p. 91 2015 8 de Junho 9 de Junho 10 de Junho 11 de Junho 12 de Junho Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sessões de Comunicações (2.1, 6.1 e 13) - (8:30 - 10:00) 8:30 – Credenciamento e 10:30 Inscrições 9:00 – 10:30 10:30 – 11:00 Sessões de Comunicações (3, 4, 12.1 e 15) Sessões de Comunicações (7.1, 9.1 e 10) Sessões de Pôsteres (CCJ) Sessões de Pôsteres (CCJ) Intervalo Intervalo (10:00 - 11:00) Cerimônia de abertura (11:00 - 13:00) Palestra de Abertura com 11:00 Profº Dr. Ulpiano B. de Meneses – 13:00 13:00 – 14:30 Sessões de Comunicações (1, 5, 11 e 12.2) Sessões de Comunicações (7.2, 8, 9.2 e 17) Sessões de Pôsteres (CCJ) Sessões de Pôsteres (CCJ) Sessões de Pôsteres (CCJ) Visita à reserva técnica do MAE Intervalo Sessões de Comunicações (2.2, 6.2, 14 e 16) Sessões de Pôsteres (CCJ) (9:00 - 10:40) Métodos Contemporâneos em Arqueologia (10:40 - 11:10) Intervalo (11:10 - 13:00) Métodos Contemporâneos em Arqueologia Visita à reserva técnica do MAE Almoço Almoço Almoço Almoço Almoço (12:30 - 15:30) Visita à Exposição Hercule Florence (a partir das 15:30) Fórum: Palestra de 14:30 Áfricas e a Etnoarqueologia e Bioarqueologia e Arqueologia em Encerramento, com – arqueologia: Arqueologia do Arqueologia Zonas de Profº Dr. Luis 16:10 diálogos atlânticos Presente Funerária Conflito Guillermo Lumbreras 16:10 – 16:40 Intervalo Intervalo Intervalo Intervalo 16:40 Áfricas e a Fórum: Etnoarqueologia e Bioarqueologia e – arqueologia: arqueologia em Arqueologia do Arqueologia 18:30 diálogos atlânticos zonas de conflito Presente Funerária 19:00 - - Visita à Reserva Técnica do MAE - - Festa de Encerramento Acarajé da Paty! PROGRAMAÇÃO COMPLETA (com palestrantes e comunicadores) 08/06/15 - Segunda-feira 8:30 - 10:00 - Credenciamento e Inscrições 10:00 - 11:00 - Cerimônia de Abertura 11:00 - 13:00 - Palestra de Abertura, com o profº Ulpiano Bezerra de Menezes 13:00 - 14:30 - Almoço 14:30 - 16:30 - Mesa Temática Arqueologia da África e da Diáspora Africana Local: Auditório da Biblioteca Brasiliana Mediação: Profa. Dra. Leila Maria Gonçalves Leite Hernandez 14:30 - 15:10 - Abertura - Prof.º Dr. Julio Moracen Naranjo - Universidade Federal de São Paulo 15:10 - 15:30 - Mauricio Ferreira Santos - A Simbologia do Candomblé Congo Angola 15:30 - 15:50 - Agatha Rodrigues da Silva - As Áfricas na sala de aula: algumas considerações sobre formação e pesquisa docente e estratégias de abordagem na perspectiva da Arquelogia 15:50 - 16:10 - Bruno Pastre Maximo - Poder, disputa e múltiplas narrativas históricas: o lugar Kulumbimbi em Mbanza Kongo - Angola 16:10 - 16:40 - Intervalo 16:40 - 17:00 - Isabela Cristina Suguimatsu - Adornos e aviamentos entre os escravos da senzala do Colégio dos Jesuítas (Campos dos Goytacazes – RJ, 1800-1850) 17:00 - 17:20 - Zafenathy Carvalho de Paiva, Joina Freitas Borges e Marcelo Fagundes - Cachimbos cerâmicos no contexto escravista mineiro: um olhar para a Diamantina oitocentista 17:20 - 17:40 - Patrícia Marinho de Carvalho - No caminho das árvores: uma reflexão sobre arqueologia e diáspora africana 17:40 - 18:00 - Encerramento e Mediação - Prof.º Dr. Luis Cláudio Symanski Universidade Federal de Minas Gerais 18:00 - 18:30 - Debate 7 09/06/16 - Terça-feira 8:30 - 10:30 - Sessão de Comunicação 15 Local: Auditório - Biblioteca Brasiliana Coordenação: Me. Márcia Lika Hattori 8:30 - 8:50 - Carlos Augusto Corrêa, Felipe Prospero; Adriana Anselmi Ramazzina - Arqueologia da Repressão: Análise comparativa da Vala Clandestina de Perus e o achado dos restos de Che Guevara (Bolívia). 8:50 - 9:10 - Juliana Maria Brandão Moreira - Arqueologia e Arquitetura da Loucura 9:10 - 9:30 - André Campos de Camargo - Arqueologia Forense: a ditadura militar brasileira em perspectiva 9:30 - 9:50 - Maritza dos Santos Dode - A paisagem dos indesejáveis: os cortiços na cidade do Rio Grande/RS (1888) 9:50 - 10:10 - Diogo Ferreira Alves e Felipe Prospero - Desaparecidos Políticos e a Produção do Esquecimento: a importância da arqueologia histórica no resgate da memória na abertura da Vala Clandestina de Perus do cemitério Dom Bosco, São Paulo. 10:10 - 10:30 - Debate 8 8:30 - 10:30 - Sessão de Comunicações 3 Local: Sala 15 - Casa de Cultura Japonesa Coordenação: Dra. Carla Gilbertoni 8:30 - 8:50 - Adriana Matrangolo - O impacto não avaliado nos sítios arqueológicos pré-coloniais provocados por obras, atividades de empreendimentos de impacto ambiental local na cidade de São Paulo. O caso do Sítio Lítico do Morumbi. 8:50 - 9:10 - Janaina Silva Xavier - Políticas Públicas para os Museus de Arqueologia: Plano Nacional Setorial de Museus (PNSM). 9:10 - 9:30 - Maria Ronizia Pereira Gonçalves e Denise Pahl Schaan - Patrimônio Arqueológico em Assentamentos de Reforma Agrária no Acre: Desafios Institucionais. 9:30 - 9:50 - Thaíse Sá Freire Rocha - Arqueologia Pública e Memória Social: os significados e apropriações do patrimônio arqueológico no município de Carangola, Minas Gerais. 9:50 - 10:10 - Debate. 8:30 - 10:30 - Sessão de Comunicação 4 Local: Auditório - Casa de Cultura Japonesa Coordenação: Profa. Dra. Maria Isabel D’Agostino Fleming 8:30 - 8:50 - Alex dos Santos Almeida - As técnicas construtivas termais nas Hispaniae romanae: o caso dos paramentos. 8:50 - 9:10 - Isabel Cristina Catanio - O oîkos na apoikia: o domicílio grego e sua especialização no Mediterrâneo Ocidental 9:10 - 9:30 - Renan Falcheti Peixoto - Pólis poiésis: Hipodamo de Mileto e a fabricação das cidades ortogonais 9:30 - 9:50 - Gláucia Gajardoni de Lemos - Monumentalização do espaço grego e as representações de poder: Atenas e Siracusa. 9:50 - 10:10 - Any Marise Ortega e Alex Ubiratan Peloggia - Estudo Etnoarqueológico sobre o processo de enculturação e criação de habitus visto por meio da cultura material no filme “A Guerra dos Botões” de Yves Robert. 10:10 - 10:30 - Luísa de Assis Rodel & Fernanda Codevilla Soares - Cidade dos Vivos e Cidade dos Mortos: arqueologia urbana no Cemitério do Senhor do Bonfim, Belo Horizonte 9 8:30 - 10:30 - Sessão de Comunicação 12.1 Local: Sala 40 - Casa de Cultura Japonesa Coordenação: (a confirmar) 8:30 - 8:50 - Maria Violeta Carniel e Renan de Souza Lemos - Escavações na Tumba Tebana 362 – Luxor, Egito: reutilizações do espaço funerário a partir de estatuetas shabti. 8:50 - 9:10 - Melina de Lábio Parra Berlucci - Sincretismo religioso: a incorporação de Ísis na religião greco-romana 9:10 - 10:00 - Debate. 11:00 - 13:00 - Sessão de Comunicações 11 Local: Auditório - Biblioteca Brasiliana Coordenação: Profa. Dra. Marisa Coutinho 11:00 - 11:20 - Ingrend Guimarães Cornaqui - Arqueologia Experimental: algumas perspectivas teóricas. 11:20 - 11:40 - Rodrigo de Araújo Lima - As colunas de Melqart, espacialidade tartésica e fenício-púnica em Gádir. 11:40 - 12:00 - Mariana Inglez dos Reis, Danilo Vicensotto Bernardo e Walter Neves - Inferência de sexo em esqueletos humanos de contexto arqueológico: aplicação de métodos qualitativos e quantitativos a partir de um estudo em coleção de referência. 12:00 - 12:20 - Fabio Grossi dos Santos - Caçadores-Coletores e Paleoíndios no interior Paulista: pesquisas realizadas e procedimentos futuros. 12:20 - 12:40 - Letícia Cristina Correa - Possíveis relações entre a Indústria Lítica do Abrigo do Alvo (Analândia-SP) com o sítio Alice Boer (Rio Claro-SP). 12:40 - 13:00 - Luiz Carlos Medeiros da Rocha - Indústria lítica do sítio a céu aberto Gado Perdido, nordeste do Brasil: perspectivas iniciais. 13:00 - 13:30 - Debate. 10 11:00 - 13:00 - Sessão de Comunicação 1 Local: Auditório - Casa de Cultura Japonesa Coordenação: Profa. Dra. Maria Cristina Kormikiari Passos 11:00 - 11:20 - Daniela Bessa Puccini - A Contribuição da estela do porto á numismática de Tasos no século V a.C. 11:20 - 11:40 - Gisele Oliveira Ayres Barbosa - Religião e poder aristocrático: algumas reflexões a partir das moedas republicanas romanas do século II a.C. 11:40 - 12:00 - Gladys Mary Santos Sales - Estruturas de Poder e Patronato nas Representações Discursivas da Moeda, na Palestina Romana – séculos III ao VI d.C. 12:00 - 12:20 - Lilian de Angelo Laky - Moedas, santuários e contexto único de produção: o lugar da documentação numismática no estudo do culto de divindades na pólis grega 12:20 - 12:40 - Vagner Carvalheiro Porto - Mên, uma divindade frígia nas moedas de Gaba (Síria-Palestina): uma abordagem numismática para mobilidade, materialidade e conexões mediterrânicas 12:40 - 13:00 - Viviana LoMonaco - Uma reflexão sobre a moeda como instrumento metodológico em arqueologia 11:00 - 13:00 - Sessão de Comunicação 5 Local: Sala 15 - Casa de Cultura Japonesa Coordenação: Me. Marta Cavallini 11:00 - 11:20 - Gabriel Frechiani de Oliveira, Suely Gleyde Amancio Martinelli e Soraia Dias de Brito e Silva - Considerações acerca do Complexo Estilístico Serra Talhada, Parque Nacional Serra da Capivara: um estudo de caso. 11:20 - 11:40 - Luana Antoneto Alberto, Robson Rodrigues, Leticia Ribeiro, Cleso Mendes Jr., Debora Simões, Natalia Carvalho - Expressões: o Homem, a Arte e o Tempo. Pensando a musealização dos registros rupestres do Estado de São Paulo 11:40 - 12:00 - Marcos Rogério da Silva Moreira e Felipe Prospero - A Arte Rupestre Brasileira: resgate estético para questões éticas 12:00 - 12:20 - Michel Justamand - Representações dos falos nas pinturas rupestres no Parque Nacional Serra da Capivara em São Raimundo Nonato - Piauí 12:20 - 13:00 - Debate. 11 11:00 - 13:00 - Sessão de Comunicação 12.2 Local: Sala 40 - Casa de Cultura Japonesa Coordenação: (a confirmar) 11:00 - 11:20 - Jorge Luiz Fabbro da Silva - A Religião Oficial do Reino de Judá: Um Estudo das Evidências Arqueológicas de Khirbet Qeiyafa, Tel Moza e Tel Arad. 11:20 - 11:40 - Gabriel da Silva Araújo - Religião e Política: Alexandre, o Grande e sua legitimação religiosa no Egito sob o olhar da iconografia monetária 11:40 - 13:00 - Debate. 14:30 – 18:30 - Fórum “Arqueologia em Zonas de Conflito” 14:30 - 15:00 - Dra. Dorothy Lippert - Departamento de Repatriamento do Museu Nacional de História Natural, Smithsonian Institute, Washington, EUA 15:00 - 15:30 - Prof. Dr. José Pablo Baraybar - Diretor da Equipe Peruana de Antropologia Forense (EPAF) 15:30 - 16:00 - Doutorando Rafael Abreu – MAE-USP. Grupo de Trabalho Perus (Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República); Grupo de Trabalho do Araguaia (Ministério da Justiça/Secretaria de Direitos Humanos/ Ministério da Defesa) 16:00 - 16:30 - Intervalo 16:30 - 17:00 - Profa. Ms. Bruna Cigaran Rocha - Universidade Federal do Oeste do Pará. 17:00 - 17:30 - Profº Miguel Alejandro Aguilar Diaz - Universidad de Los Andes (Colômbia) 17:30 - 18:30 - Debate. 12 10/06/15 - Quarta-feira 8:30 - 10:30 - Sessão de Comunicação 9.1 Local: Auditório - Biblioteca Brasiliana Coordenação: Dra. Cristiana Barreto 8:30 - 8:50 - Alex Sandro Alves de Barros - Evidências da presença estrangeira nas oferendas do Cenote Sagrado de Chichén Itzá. Um olhar sobre as dinâmicas socioculturais durante o Pós-Clássico Maia das Terras Baixas do Norte. 8:50 - 9:10 - Érika Vital Pedreira - O Triplismo na religiosidade celta. Estudo de caso: Britânia e Gália, séculos I e II d.C. 9:10 - 9:30 - Juliana Figueira da Hora - A Cerâmica de Figuras Negras Tasiense: Uma Perspectiva Contextual de Análise Material: Uso Social e Identidades Locais. 9:30 - 9:50 - Larissa de Souza Correia - A deusa Atena e sua representação iconográfica em ânforas do século VI a.C. 9:50 - 10:30 - Debate 8:30 - 10:30 - Sessão de Comunicação 7.1 Local: Auditório - Casa de Cultura Japonesa Coordenação: Profº Dr. Camilo Vasconcelos 8:30 - 8:50 - Ana Paula Moreli Tauhyl - Cidades antigas, objetos e linguagens: resultados finais de um projeto educativo. 8:50 - 9:10 - Cássia Aparecida Guimarães - Desafios do conhecimento da Préhistória brasileira nos livros didáticos: registros e lacunas. 9:10 - 9:30 - Cataria Molisani Sorbara, Felipe Prospero e Adriana Anselmi Ramazzina - Educação Patrimonial e as Escolas Públicas: uma análise comparativa – uma nova abordagem. 9:30 - 9:50 - Bruna Cataneo Zamparetti, Deisi de Farias; Geovan Guimarães; Alexandro Demathe; Renata E. da Silva, Ketilin K. da Silva, Jéssica Cardoso - X Semana dos Povos Indígenas do Grupep-Arqueologia - Promoção e difusão do patrimônio arqueológico sul-catarinense. 9: 50 - 10:10 - Walfido Monteiro Junior - Os possíveis erros na efetivação das Leis 10.639/03, 11.645/08 e 12.288/10 que defendem, fundamentam e obrigam o ensino da cultura africana, afro-brasileira e suas matrizes religiosas nas Escolas Públicas Estaduais de São Paulo. 9:50 - 10:30 - Debate 13 8:30 - 10:30 - Sessão de Comunicação 10 Local: Sala 40 - Casa de Cultura Japonesa Coordenação: Dra.Jennifer Watling 8:30 - 8:50 - Diana Lorena Rodríguez Gallo - A aerofotografia como ferramenta para o estudo de paisagens agrícolas arqueológicas: o caso da Sabana de Bogotá - Colômbia. 8:50 - 9:10 - Juliana Caldeira Monzani - O papel de Creta na integração do Egeu ao Mediterrâneo oriental no 2o milênio a.C. 9:10 - 9:30 - Laura Pereira Furquim e Francisco A. Pugliese Jr. - Arqueobotânica e Agricultura em Terra Firme na Amazônia: avaliações iniciais a partir do Sítio Sol de Campinas do Acre. 9:30 - 9:50 - Rodrigo Angeles Flores, Astolfo Araujo e Gregório Ceccantini Uso de combustíveis e processamento de vegetais amiláceos em Lapa Grande de Taquaraçu. 9:50 - 10:10 - Jéssica Mendes Cardoso, Rafael de Farias e Deisi S. Eloy de Farias - Zooarqueologia do abrigo sob rocha caçador-coletor RS-TQ-140. 10:10 - 10:30 - Debate 11:00 - 13:00 - Sessão de Comunicação 9.2 Local: Auditório - Biblioteca Brasiliana Coordenação: Dra. Cristiana Barreto 11:00 - 11:20 - Ana Cristina de Vasconcelos Lima - O nahualismo nos códices mixtecos e a comunicação entre humanos e não-humanos. 11:20 - 11:40 - Daniela la Chioma Silvestre - O Senhor das Antaras: Música e fertilidade em uma narrativa iconográfica Nasca. 11:40 - 12:00 - Emerson Nobre da Silva - Objetos e poder no Marajó antigo: iconografia e desempenho social das tangas cerâmicas. 12:00 - 13:00 - Debate 14 11:00 - 13:00 - Sessão de Comunicação 7.2 Local: Auditório - Casa de Cultura Japonesa Coordenação: Profº. Dr. Camilo Vasconcelos 11:00- 11:20 - Grasiela Tebaldi Toledo - Gestão Multidisciplinar do Patrimônio Arqueológico: algumas reflexões. 11:20 - 11:40 - Maurício André da Silva - Memórias e histórias no sudoeste amazônico: o Museu Regional de Arqueologia de Rondônia. 11:40 - 12:00 - Munir Lutfe Ayoub - Rito, Mito e Memória no mundo escandinavo pré-cristão. 12:00 - 12:20 - Rennan de Souza Lemos e Pedro Luiz Diniz von Seehausen - A heritage point of view on the excavation of Theban Tomb 187 (Western Luxor, Egypt) ; A escavação da Tumba Tebana 187 como patrimônio. 12:20 - 12:40 - Camila A. de Moraes Wichers - Etnoarqueologia, Arqueologia do Presente e Museologia Social: Conexões. 12:40 - 13:00 - Debate 11:00 - 13:00 - Sessão de Comunicação 8 Local: Sala 13 - Casa de Cultura Japonesa Coordenação: Me. Filippo Stampanoni 11:00- 11:20 - Felipe Benites Tramasoli - Arqueologia da Cidade Cinza: propondo uma retórica arqueológica. 11:20 - 11:40 - Guilherme Zdonek Mongeló - O Período Formativo - Reflexões sobre a periodização das formas de relação social nas Terras Baixas Sul-Americanas. 11:40 - 12:00 - Luiz Alberto Silveira da Rosa e Felipe Benites Tramasoli - Entre a dimensão concreta das relações sociais e a caverna de Platão: problemas e limites do conceito de cultura material. 12:00 - 12:20 - Anísio Candido Pereira Filho - Arqueosofia: a cerâmica grega e a Mesopotâmia. 12:20 - 13:00 - Debate 15 11:00 - 13:00 - Sessão de Comunicação 17 Local: Sala 40 - Casa de Cultura Japonesa Coordenação: Me. Meliam Gaspar 11:00- 11:20 - Mariana Alves Pereira Cristante - Contextos funerários Guarani da bacia do rio Paranapanema. 11:20 - 11:40 - Leandro Elias Canaan Mageste - Estilo, Função e Transmissão Cultural: reflexões sobre os ceramistas Tupiguarani da Zona da Mata mineira e do litoral de Araruama-RJ. 11:40 - 12:00 - Leticia Ribeiro - Estudos iconográficos da cerâmica guarani no nordeste paulista. 12:00 - 12:20 - Nivea Paula Dias de Assis - O sítio arqueológico e paleontológico Lagoa de São Vitor numa perspectiva dialógica de construção de conhecimento: pesquisa científica e saber popular. 12:20 - 12:40 - Patrícia da Silva Hackbart - Repatriamento e a afirmação político-identitária de comunidades indígenas em Aripuanã/MT. 12:40 - 13:00 - Debate 14:30 - 18:30 - Mesa Temática Etnoarqueologias e Arqueologias do Tempo Presente Local: Auditório - Biblioteca Brasiliana Debatedora: Profª Dra. Fabíola Andrea Silva (MAE USP) 14:30 - 15:10 - Abertura - Prof.º Dr. Gustavo Gabriel Politis - Universidad Nacional de la Plata. 15:10 - 15:30 - Meliam Viganó Gaspar - O Potencial da Pesquisa em Acervos: as vasilhas cerâmicas etnográficas do MAE-USP. 15:30 - 15:50 - Márcia Lika Hattori e Ana Paula Moreli Tauhy - Violação de direitos humanos e as contribuições da Arqueologia para os trabalhos de buscas e tentativas de identificação de desaparecidos no Brasil. 15:50 - 16:10 - Lucas Antonio da Silva - Entre Cordas e Anzóis, Redes e Gaiolas. Seguindo a cultura material na pesca artesanal. 16:10 - 16:40 - Intervalo 16:40 - 17:00 - Lorena Luana Wanessa Gomes Garcia - Yvytyrapitera é no alto do morro: reflexões sobre a temporalidade das paisagens do Xingu. 17:00 - 17:20 - Milena Acha - A questão da paisagem para os pastores do Noroeste Argentino. 17:20 - 17:40 - Sabrina de Assis Andrade - Território indígena no Oeste do Paraná. 17:40 - 18:00 - Encerramento - Prof.ª Dra. Juliana Salles Machado - Universidade de São Paulo 18:00 - 18:30 - Debate 16 11/06/15 - Quinta-feira 8:30 - 10:30 - Sessão de Comunicação 2.1 Local: Auditório - Biblioteca Brasiliana Coordenação: Me. Pedro de Almeida Damin 8:30 - 8:50 - Andre Cruz Moreno Siqueira e Banca Reters Carvalho - Entre as pequenas coisas esquecidas e os grandes contextos globais: reflexões de uma arqueologia Antártica. 8:50 - 9:10 - Paulo Fernando Bava de Camargo - Arqueologia dos portos de Sergipe: primeiros resultados (2013-2015). 9:10 - 9:30 - Dinoelly Soares Alves - Cacos, dunas e gente: Arqueologia pública em Cajueiro da Praia-PI. 9:30 - 9:50 - Alexandre José Felizardo - As pesquisas de Guy-Christian Collet no abrigo Maximiano: uma análise sob a ótica da geoarqueologia. 9:50 - 10:10 - Debate 8h30-10h30 – Sessão de comunicação 6.1 Local: auditório da Casa de Cultura Japonesa Coordenador: Dra. Camila Diogo 8:30 - 8:50 -Camila Diogo de Souza- Abordagens metodológicas e estudos de caso do material cerâmico na produção de conhecimento arqueológico. 8:50 - 9:10 - Francisco de Assis Sabadini- A cerâmica geométrica da Ática (1100 - 700 a.C.): Tradição e Inovação 9:10- 9:30- Renata de Pierro - SÍTIO TAMOIOS 1: UMA OCUPAÇÃO DE TRADIÇÃO ARATU NO VALE DO PARAÍBA PAULISTA 9:30- 9:50- Joanna Troufflard - História das interações regionais entre comunidades indígenas do Baixo Tapajós nos períodos pré-coloniais e coloniais (Pará, Brasil). 9:50- 10:10 -Filippo Stampanoni Bassi e Marta Cavallini - Casas de palha e Casas de pedra. Persistência e mudança cultural no médio Amazonas pré-colonial. 10:10- 10:30: Debate 17 8:30 - 10:30 - Sessão de Comunicação 18 Local: Sala 15 - Casa de Cultura Janopesa Coordenação: (a confirmar) 8:30 - 8:50 - Juliana B. Cavalcanti M. T. - Dura Europos como estudo de caso para as comunidades paleocristãs. 8:50 - 9:10 - Vítor Luiz Silva de Almeida - Os Javismos e o Mediterrâneo: As Inscrições Samaritanas de Delos. 9:10 - 9:30 - Henrique Antonio Valadares Costa e Neide Barroccá Faccio - Uso da história (crítica) na recuperação e gestão do acervo arqueológico: o material do PRONAPA no Estado do Espírito Santo. 9:30 - 9:50 - Jaime de Santana Oliveira e Jóina Freira Borges - Memória e patrimônio arqueológico: vozes sertanejas na área do Parque Nacional Serra da Capivara. 9:50 - 10:10 - Patricia Muniz Mendes, Thaíse Sa Freire Rocha & Rodrigo Adolfo Rojas Escobar - A coleção arqueológica do Museu Bi Moreira (MBM) da Universidade Federal de Lavras (UFLA): perspectivas e desafios. 10:10 - 10:30 - Debate 8:30 - 10:30 - Sessão de Comunicação 13 Local: Sala 40 - Cala de Cultura Japonesa Coordenação: (a confirmar) 8:30 - 8:50 - Marcio Luis Bauso de Figueiredo, Marcia Maria Arcuri Suñer e Ignácio Alva Menenses - A Fortaleza Inca no Cerro Ventarrón: posto de vigia ou Ushnu sagrado? 8:50 - 9:10 - Maria Bernadete Póvoa - Arqueologia dos abrigos do Cera , Aquidauana, MS: cultura material e inserção na paisagem. 9:10 - 9:30 - Ana Maria Lucio de Sousa - Arqueologia do Som: historiografia e metodologia para o estudo das representações simbólicas sonoras 9:30 - 9:50 - Thiago de Moraes dos Passos e Neide Barrocá Faccio - A experiência de lugar em Parapiabaca, Santo André, SP: habitando o patrimônio arquitetônico. 9:50 - 10:10 - Tais Pagoto Bélo - Lembrando Boudica. 10:10 - 10:30 - Debate 18 11:00 - 13:00 - Sessão de Comunicação 2.2 Local: Auditório - Biblioteca Brasiliana Coordenação: Me. Pedro de Almeida Damin 11:00 - 11:20 - Angela Sabrine do Nascimento Salvador - O indígena no cotidiano das fortificações da Ilha de Santa Catarina (séculos XVIII e XIX) – primeiras perspectivas. 11:20 - 11:40 - Kollontai Diniz - Identificação de tipos e análise de desenho de letras como métodos auxiliares em Arqueologia Histórica — Estudo de caso com documentos da Imprenta Guaranítica Misionera. 11:40 - 12:00 - María Jimena Cruz - Repensando cotidianidades através do corpo. Uma proposta de análise. 12:00 - 12:20 - Rafael Borges Deminicis - Análise serial das fontes historiográficas sobre os Índios no Brasil em favor da etno-história e da etnoarqueologia. 12:20 - 12:40 - Alex Ubiratan G. Peloggia - Estudo Etnoarqueológico sobre Cultura Material da Casa Popular Interiorana Brasileira por meio da Pintura Naïf. 12:40 - 13:00 - Debate 11:00 - 13:00 - Sessão de Comunicação 6.2 Local: Auditório - Casa de Cultura Japonesa Coordenação: Dra. Camila Diogo 11:00- 11:20 - Odair José Petri Vassoler e Silvana Zuse - Análise da iconografia em vasilhas cerâmicas da Subtradição Jatuarana no Alto Rio Madeira em Rondônia. 11:20 - 11:40 - Rafael de Almeida Lopes e Jaqueline Belletti - De tiaras e serpentes: a Tradição Polícroma da Amazônia através dos sítios Vila Nova II (médio Rio Negro) e Conjunto Vilas (médio Rio Solimões). 11:40 - 12:00 - Thiago Kater Pinto, Fernando O. Almeida e Silvana Zuse - Permanências e mudanças tecnológicas: variabilidade nas ocupações ceramistas no sítio Teotônio, Porto Velho, RO. 12:00 - 12:20 - Jaqueline Belletti - Encontros do passado: Um sítio arqueológico de fluxo no Lago Tefé, AM. 12:20 - 13:00 - Debate 19 11:00 - 13:00 - Sessão de Comunicação 14 Local: Sala 15 - Casa de Cultura Japonesa Coordenação: (a confirmar) 11:00 - 11:20 - Francisco Pugliese Jr., Carlos A. Zimpel N., Thiago Trindade, Tiago Hermenegildo, Laura Furquim - O Sítio Sol de Campinas e a Variabilidade Cultural no Sudoeste Amazônico: entendendo a relação entre estruturas monticulares e geoglifos no estado do Acre. 11:20 - 11:40 - Cristiane Eugênia da Silva Amarante - O uso do SIG como aliado na proteção do patrimônio arqueológico: um estudo na cidade de Santos – SP 11:40 - 12:00 - Fabrício Bernardes - A questão da distribuição de montículos artificiais no Município de Rio Grande - RS. 12:00 - 12:20 - Lucas Bond Reis, Lucas Bueno e Thiago U. Pereira - O contexto arqueológico em Alfredo Wagner/SC. 12:20 - 12:40 - Silvia Domingos Leal - Uso da cartografia e da geomorfologia na identificação de áreas de potencial arqueológico do Vale do Paraíba - SP. 12:40 - 13:00 - Debate 11:00 - 13:00 - Sessão de Comunicação 16 Local: Sala 40 - Casa de Cultura Japonesa Coordenação: Prof. Dr. Levy Figuti 11:00 - 11:20 - Marília Oliveira Calazans - Arqueologia em sambaquis do litoral paulista no século XIX. 11:20 - 11:40 - Renata Estevam da Silva, Bruna Zamparetti e Jéssica Cardoso - Escavação em laboratório do sepultamento 20, Sambaqui Cabeçuda, Laguna - SC: Atividade de Educação Patrimonial. 11:40 - 12:00 - Davi Comenale Garcia - Indústria lítica e contexto funerário: interpretando a presença de uma oficina lítica em um sítio costeiro. 12:00 - 12:20 - Gabriela Oppitz, Paulo DeBlasis, Murilo Q. R. Bastos, Luciane Z. Scherer, Andrea Lessa, Veridiana T. S. Martins, Liliane A. Petronilho - Pensando sobre mobilidade, hierarquia e violência: análise de isótopos de estrôncio e das práticas mortuárias do sítio conchífero Armação do Sul, Florianópolis/SC. 12:20 - 12:40 - Marina Nogueira Di Giusto - Estilo de Vida e Estresse Fisiológico: Pesquisando os Sambaquis do Litoral Sul de Santa Catarina. 12:40 - 13:00 - Anderson Rogério de Oliveira Tognoli - Zooarqueologia de Sambaquis Fluviais: Caraça, Lajeado IV, Estreito e Tatupeva - região do Médio e Alto Vale do Ribeira 20 14:30 - 18:30 - Mesa Temática Bioarqueologia e Arqueologia Funerária Local: Auditório - Biblioteca Brasiliana Debatedora: Profª Dra.Veronica Wesolowski de Aguiar e Santos 14:30 - 15:10 - Abertura - Profª Dra. Sheila Ferraz Mendonça de Souza - Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, RJ. 15:10 - 15:30 - Juliana Maria Martins - Evidencias de mumificação no periodo pré-dinastico do Egito Antigo, Cemitério HK43. 15:30 - 15:50 - André Strauss - As Práticas Mortuárias na região de Lagoa Santa: um estudo de caso do sítio arqueológico da Lapa do Santo. 15:50 - 16:10 - Daniel Fidalgo, Ana Maria Silva e Eduardo Porfírio - Contextos funerários e estudo paleobiológico dos restos ósseos humanos dos hipogeus do segundo milénio a.C. do sítio arqueológico Torre Velha 3 (Serpa, Baixo Alentejo, Portugal). 16:10 - 16:40 - Intervalo 16:40 - 17:00 - Rafael Amaral Stabile - Modo de Vida no Litoral Paulista: Análise de Marcadores de Estresse Ocupacional em Séries Esqueléticas de Sambaquis 17:00 - 17:20 - Rodrigo Elias Oliveia, Pedro da Glória e Walter Neves - As patologias bucais como indicadores de dieta no sítio Lapa do Santo, Lagoa Santa– MG. 17:20 - 17:40 - Thalis Daiani Paz Garcia - Análise osteobiográfica de dois remanescentes ósseos provenientes do sítio RS-LC-09: Manoel Mariano Machado. 17:40 - 18:00 - Encerramento - Prof.º Dr. Sérgio Francisco Monteiro da Silva Universidade Federal de Pernambuco. 18:00 - 18:30 - Debate 21 12/06/15 - Sexta-Feira 8:30 - 13:00 - Mesa Temática “Métodos Contemporâneos na Arqueologia” Local: Auditório - Biblioteca Brasiliana Debatedora: Profa. Dra. Ximena Villagran 8:30 - 9:10 - Abertura - Prof.º Dr. Mariano Bonomo - Universidad Nacional de La Plata. 9:10 - 9:30 - Márcia Cristina Lacerda Ribeiro - Entre textos e pedras: os arqueólogos no santuário de Delfos 9:30 - 9:50 - Wagner Magalhães - Tecnologia Jê: os fornos escavados dos Alto Paraíba 9:50 - 10:10 - Thiago Trindade - Prospecção e análise de sítios com estruturas de terra em vala (geoglifos) no médio rio Guaporé (RO) 10:10 - 10:40 - Intervalo 10:40 - 11:00 - Glauco Constantino Perez - Tupi e Jê no Cenário Paulista para uma abordagem metodológica 11:00 - 11:20 - Michel Bueno Flores da Silva - Estruturas Escondidas: o método de escavação por decapagem mecânica e o estudo das habitações Aristé 11:20 - 11:40 - Gilberto Guitte Gardiman - Microvestígios e Arqueologia 11:40 - 12:00 - Encerramento - Prof.ª Dra. Daniela M. Kökler - Universidade Nacional de Sergipe / Museu Nacional. 18:00 - 18:30 - Debate 14:00 - 16:30 - Palestra de Encerramento, com Profº Dr. Luis Guillermo Lumbreras - Universidad Nacional Mayor de San Marcos 22 Sessões de Pôster SESSÕES DE PÔSTER 09/06/16 - Terça-feira Recepção da Casa de Cultura Japonesa (Obs: lembramos que colocar, retirar e cuidar do pôster é responsabilidade dxs autorxs) Autor(a) Título Alan Alves Ribeiro UMA RECONSTRUÇÃO DA CULTURA IMATERIAL REFERENTE AOS CARREIRO DOS MENINOS Aline Feitoza de Oliveira Tudo junto e misturado: Um estudo de caso do Sambaqui Buracão Amanda Nunes Cavalcante O REGISTRO FOTOGRÁFICO DE DETALHES EM ARTEFATOS ARQUEOLÓGICOS: MACROFOTOGRAFIA André Araújo da Silva Grafismos sob uma ótica do poder institucional Andréia da Rocha Lopes Bancos de dados para a análise da cerâmica grega: pesquisa, elaboração, fundamentos e perspectivas Auritana Gomes de Jesus GUERRA DO PAU DE COLHER: Arqueologia, História, Memória e Patrimônio. Bruna Laura Alves Carvalho ZOOARQUEOLOGIA E ARQUEOLOGIA MOLECULAR NA TOCA DO ENOQUE (Parque Nacional Serra Das Confusões, PI, Brasil). Caio César Martins de Souza Estudos sobre os portos cartagineses: sua inserção socioeconômica no espaço e sociedade de Cartago Carolina de Moraes Albuquerque Diálogos Interdisciplinares: confrontos contextuais para o entendimento dos ceramistas Tupiguarani no Nordeste Brasileiro Caroline Aparecida Oliveira A Cidade Grega em imagens Clara Pereira Florio CULTURA IMATERIAL VISANDO A RELIGIOSIDADE E SIMBOLISMO DA DANÇA SÃO GONÇALO Clarita Maria de Godoy Ferro Escavando corpos: uma panorâmica sobre as abordagens do corpo humano pela Arqueologia (2002-2012) Dalina Maria Rodrigues de Oliveira Diogenes Arqueologia e Feminismo : a construção da categoria Gênero . 23 Daniela Dias Ortega SÍTIO ARQUEOLÓGICO PRÉ-COLONIAL DE CERAMISTAS EM ARUANÃ, REGIÃO DO MÉDIO ARAGUAIA: CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA E MORFOLÓGICA DA CULTURA MATERIAL Dayanne Dockhorn Seger Pipoca Clássica Deusimar Prestes da Silva Em Busca do Elo Perdido: Impactos Naturais e Culturais nos Geoglifos de Porto velho - Rondônia Elânia Patrícia Paes de Castro INDÍOS PIMENTEIRAS NO SUDESTE DO PIAUÍ: COLONIZAÇÃO, CONFLITOS E RESISTÊNCIA Felipe Andrade de Oliveira PROCEDIMENTOS DIFERENCIAIS EM DATAÇÕES APLICADAS NA ARQUEOLOGIA Fernanda de Sousa Fernandes Arqueologia Regional e Sistemática: os ceramistas Tupiguarani do Nordeste Brasileiro Fernando Ferreira Um leigo na Arqueologia: A importância do Sítio-Escola na formação da História Acreana. 10/06/15 - Quarta-feira Recepção da Casa de Cultura Japonesa (Obs: lembramos que colocar, retirar e cuidar do pôster é responsabilidade dxs autorxs) Autor(a) Título Francisco das Chagas Lopes Santos Analise da tecnologia cerâmica do sítio arqueológico Palmeira, Rondônia Francisco dos Santos Carvalho Junior As Conchas Sobre as Dunas ou Sob as Dunas? – Contribuições Zooarqueológicas para a análise dos sítios costeiros de Cajueiro da Praia/PI. Gustavo Jardel Coelho Por uma arqueologia contra-histórica da Aldeia Maracanã Hudson Romário Melo de Jesus A tradição Inciso-Ponteado em Santarém (PA), uma tipologia para os artefatos cerâmicos do sítio Porto PAST-42. Vanessa da Silva Belarmino TURISMO E PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL COMO INSTRUMENTOS DE REVITALIZAÇÃO URBANA: UM OLHAR SOBRE O CENTRO HISTÓRICO DE SÃO RAIMUNDO NONATO - 24 João Antonio Gomes de Farias Sobral ATIKUM-UMÃ:UM ESTUDO DAS RELAÇÕES SOCIAIS AS PRATICAS RELIGIOSAS. Jussara Ribeiro Lacerda Patrimônio Rural: Reconhecimento dos Saberes Construtivos da Arquitetura em Terra Karla Bianca da Silva Oliveira A atuação do museu na construção de identidades locais: estudo de caso sobre o Museu do Piauí - Casa de Odilon Nunes Kelly Patrícia Nunes de Aquino A CIÊNCIA DOS ÍNDIOS, MISTICISMO, OCULTISMO E RITUAIS DOS ÍNDIOS ATIKUM-UMÃ Lara de Paula Passos "Escavando a mulher da pré-história: Questões de gênero na produção arqueológica" Leidiana Lopes da Silva Projeto de Pesquisa e Formação nos Sítios Arqueológicos Espinhara e Sol de Campinas do Acre: relatos de uma experiência por graduandos do Curso de Geografia, da Universidade Federal do Acre. Leonardo de Farias Leal POVOS INDÍGENAS QUE VIVERAM OU PASSARAM PELA REGIÃO ARQUEOLOGICA DE SOBRADINHO - BA Leudjane Maria Araújo Brito UMA BREVE ABORDAGEM DA CULTURA IMATERIAL DOS POVOS NATIVOS DA CIDADE DE SÃO RAIMUNDO NONATOPI E EM TORNO Luiza Silva de Araújo A Tradição Regional Saracá do Rio Urubu estudada a partir do sítio AM-IT-41: Sucurijú. Majd Nidal Aboul Hosn Química do Solo de Terra Preta do Sítio Porto PA-ST-42 Maraiza Adami Pereira Curadoria de coleções arquelógicas de sítios do Estado de São Paulo no MAE-USP . Marcony Lopes Alves Entre Konduri e Santarém: reflexões sobre arte e representação Maria Betânia de Castro Passos Costurando memórias: saberes patrimoniais sobre o uso das máquinas de costura da comunidade Capim do Zé Macário/ Dirceu ArcoverdePI Mariana Zanchetta EXISTÊNCIA E RESISTÊNCIA: RETALHOS DA MEMÓRIA DOS Otaviano PIMENTEIRAS Marlene dos Santos Costa O desafio da Arte Rupestre DENTRO e FORA da comunidade acadêmica: Um estudo de caso entre o Parque Nacional Serra da Capivara e moradores do seu entorno. 25 11/06/15 - Quinta-feira Recepção da Casa de Cultura Japonesa (Obs: lembramos que colocar, retirar e cuidar do pôster é responsabilidade dxs autorxs) Autor(a) Título Mateus Maurício de Mello Iguatemy Arqueologia Experimental: reconstituindo processos de produção de artefatos arqueológicos Natalia de Oliveira Fraga A construção de uma ideia: A temática de corpo feminino e feminismo dentro da arqueologia. Paula Talib Assad A Cidade Grega: Uma Nova Perspectiva. Paulo João de Oliveira Júnior DIAGNÓSTICO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DO CONJUNTO ESCULTÓRICO DAS MUSAS DO MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO. Rafael Poveron Ferreira Identificação de estruturas de terra em vala em duas regiões de Rondônia Raquel Caldas Nolasco Se misturar, separa? Análise Tecnológica de Indústrias de Quartzo do município de Jequitaí, Minas Gerais Raquel da Silva Santos A Casa Rural e o Espaço do Feminino Rosivânia de Castro Aquino REGISTROS RUPESTRES PÓS-COLONIAIS DA PENITENCIÁRIA ZECA RUBEM EM SÃO RAIMUNDO NONATO - PI Sara Oliveira de Souza ATRIBUTOS CONSERVADOS E MODIFICADOS NOS CEMITÉRIOS SUBMERSO E ATUAL DE REMANSO-BA Sarah Kelly Silva Schimidt "Repara nesses trem não": uma etnografia das coisas na roça. Sarah Tayran Guerra de Araújo ARQUEOLOGIA DA PAISAGEM: CRESCIMENTO DEMOGRAFICO EM TORNO DO TRECHO URBANO DO RIO PIAUÍ EM SÃO RAIMUNDO NONATO-PI Suele Magalhães MEMÓRIA E HISTÓRIA DAS CASAS DE FARINHA DO MUNICÍPIO DE REMANSO – BA Suzana Eliza Roll Munsberg Arqueologia da Paisagem: Aplicação de técnicas multidisciplinares no estudo conjunto de Cerritos no Pontal da Barra – Pelotas/RS. 26 Tacio Vieira Machado A ARQUEOLOGIA EXPERIMENTAL COMO INSTRUMENTO DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: O saber dos povos pretéritos. Taísa Corrêa Jóia Mais uma dose: estudo arqueológico das garrafas de bebida do continente antártico. Taliana Silva Oliveira Museu Integral da Comunidade de São Vitor: diálogos entre Arqueologia Pública, Multivocalidade e Experimentação Museológica Victória Ferreira Ulguim Os Cerritos e suas Histórias Viviane de Brito Romano. Variabilidade cerâmica no sítio arqueológico Garbin, Porto Velho, Rondônia. Isabela da Silva Müller Arqueologia Guarani no Litoral Central de Santa Catarina: um estudo de caso do sítio arqueológico Travessão do Rio Vermelho (TRV). 27 CADERNO DE RESUMOS (organizado por ordem alfabética) Adriana Matrangolo Universidade Santo Amaro - UNISA O impacto não avaliado nos sítios arqueológicos pré-coloniais provocados por obras, atividades de empreendimentos de impacto ambiental local na cidade de São Paulo. O caso do Sítio Lítico do Morumbi. Resumo: O presente trabalho apresenta uma discussão sobre a situação risco de degradação ou mesmo de total destruição que os sítios arqueológicos pré-coloniais sofrem desde o início da ocupação do território paulistano pelos europeus. Esse risco foi especialmente agravado no início do século passado, em função do acelerado crescimento da cidade de São Paulo e, mais recentemente, pela falta de cumprimento da legislação que rege a proteção ao patrimônio arqueológico no município. Os aspectos discutidos no trabalho estão relacionados à legislação de proteção ao patrimônio arqueológico e a interface com a legislação ambiental, em especial aquela que rege o licenciamento ambiental de obras baixo impacto ambiental e de impacto ambiental local. Tomou-se como exemplo o contexto da descoberta do Sítio Lítico do Morumbi para demonstrar como obras de baixo impacto ambiental podem causar significativo impacto ao patrimônio arqueológico. A partir da história da descoberta do Sítio Lítico do Morumbi discutem-se os obstáculos enfrentados por equipes de arqueólogos na implantação de políticas públicas municipais voltadas à proteção dos sítios arqueológicos pré-coloniais ainda não descobertos na cidade de São Paulo e o uso de metodologias de pesquisa não interventivas, com objetivo de se definir áreas prioritárias para pesquisa arqueológica, como a Arqueologia da Paisagem e o Geoprocessamento. Agatha Rodrigues da Silva Museu de Arqueologia e Etnologia - USP As Áfricas na sala de aula: algumas considerações sobre formação e pesquisa docente e estratégias de abordagem na perspectiva da Arquelogia Resumo: As formações docentes inicial e continuada promovidas por instituições públicas e privadas de ensino e pesquisa devem responder à demanda por informação-ação relativos à cultura e história africana gerada pela promulgação da lei 10.639 de 09 de janeiro de 2003. Questionamo-nos a respeito das teorias e das práticas de ensino empregadas para a abordagem da África na sala de aula no ensino fundamental. Para tanto analisamos os conceitos da educação das relações étnico-raciais, de professor-pesquisador e da formação de professores na perspectiva da Arqueologia. 28 Alex dos Santos Almeida Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: CNPq As técnicas construtivas termais nas Hispaniae romanae: o caso dos paramentos. Resumo: A presente comunicação tem por objetivo apresentar uma pequena parte do resultado da nossa pesquisa de doutoramento sobre a arquitetura, os materiais e as técnicas construtivas das termas e balnea na Hispânia romana entre os séculos II a.C. e III d.C. Sendo assim, em nossa investigação identificamos e analisamos as variadas técnicas construtivas e tecnológicas utilizadas na edificação das termas hispano-romanas, dentre as quais cabe destacar aquelas reservadas aos paramentos, que é o objeto da nossa comunicação. As diferentes técnicas empregadas como, por exemplo, o opus vittatum, o opus incertum e o opus testaceum, atestam a habilidade dos antigos romanos na arte da edificação e no emprego dos diferentes tipos de materiais locais ou importados para a construção de edifícios tão característicos da cultura romana como eram as termas. A variabilidade das técnicas vistas nos vestígios arqueológicos termais na Península Ibérica confirma as possibilidades edilícias das quais os romanos podiam usufruir. Alex Sandro Alves de Barros Universidade Santo Amaro - UNISA; Fundação Araporã; Ruta Inka; Ruta Maya Fomento: Asociación Ruta Inka; Asociación Ruta Maya Evidências da presença estrangeira nas oferendas do Cenote Sagrado de Chichén Itzá. Um olhar sobre as dinâmicas socioculturais durante o Pós-Clássico Maia das Terras Baixas do Norte. Resumo: A presente comunicação expõe os dados já interpretados do trabalho monográfico de especialização Lato Senso desenvolvido junto à Universidade de Santo Amaro em parceria com as Instituições Ruta Inka e Ruta Maya. Dado o grande deslocamento e intercâmbio de cultura material entre as diversas regiões da América Pré-Colombiana, e em específico no território mesoamericano, temos a cultura Maia como uma grande representante destas relações, tanto como difusora quanto receptora. O presente trabalho buscou compreender e identificar as diversas ocorrências de materiais estrangeiros, obtidos no contexto ritual do Cenote Sagrado Chichén Itzá. Tratamos de identificar os meios e processos pelos quais se deram estas interações a partir das teorias e metodologias arqueológicas. Essa identificação foi feita por meio da verificação da procedência dos artefatos, tanto a partir da análise iconográfica, como das origens de matéria-prima, de modo a evidenciar quais fenômenos foram responsáveis por estas dinâmicas, possibilitado pela presença de tais artefatos no contexto do “dzonote” sagrado de Chichén Itzá. 29 Alex Ubiratan Goossens Peloggia Universidade de Guarulhos - UnG Estudo Etnoarqueológico sobre Cultura Material da Casa Popular Interiorana Brasileira por meio da Pintura Naïf. Resumo: Analisaremos elementos iconográficos da cultura material brasileira contemporânea (pinturas do gênero naїf) com o objetivo de, por meio desses elementos, identificarmos aspectos essenciais do modo de vida interiorano brasileiro. Foram selecionadas três obras, expostas na “Bienal Naїfs do Brasil 2014”, tomando-se por base o critério da representação de cenas cotidianas no interior de casas em contexto rural. A correlação entre os elementos componentes da cultura material representada nos quadros é forte o suficiente para mostrar claramente que as três pinturas operam a partir de uma realidade comum, representando assim uma mesma cultura. Em sentido arqueológico, temos uma cultura material compartilhada a refletir um modo de vida (comportamentos, valores, tecnologias) e um imaginário próprios de um sistema social histórica e geograficamente definido e identificável. Os quadros analisados, conquanto contemporâneos, representam um Brasil “profundo”, rural e tradicional, afastado da modernidade dos grandes centros. Mostram um modo de vida “arrastado”, difícil de ser datado com precisão, de “longa duração”. Podem representar sobrevivências de fato de características culturais típicas, relictos isolados da “modernidade”, ou então reminiscências de memória dos próprios artistas. Que, de qualquer modo, são verossímeis. Alexandre José Felizardo Museu de Arqueologia e Etnologia – USP As pesquisas de Guy-Christian Collet no abrigo Maximiano: uma análise sob a ótica da geoarqueologia Resumo: No final da década de 1970, o francês Guy-Cristian Collet (1929-2004) realizou sondagens e escavações no “Abrigo Maximiano”, em Iporanga (SP), onde foram encontrados sepultamentos, líticos e conchas trabalhadas. Trata-se de uma pequena cavidade, com 60 m de projeção horizontal onde realizou-se estudos pioneiros na região. Na publicação “Nota prévia sobre sondagens efetuadas num abrigo sob rocha no vale do Rio Maximiano - Iporanga - SP”. SBE - Departamento de Arqueologia, jan. 1978” Collet registrou que teria feito o resgate de diversos materiais como crânios, restos esqueletais, objetos de sepultamento, artefatos líticos, conchas trabalhadas, dentre outros. Depois dos trabalhos de Krone (final do séc. XIX e início do XX), foi Collet quem retomou os estudos arqueológicos na região do vale do Ribeira, sendo questionado, no entanto, quanto a imprecisões quanto a catalogação, localização dos sítios e métodos de trabalho empregados. Criticado por muitos e elogiado por alguns o fato é que Collet descobriu, registrou e resgatou restos de cultura material em importantes sítios arqueológicos no vale do Ribeira e em outras regiões, tendo obtido datações de 9810 +- 150 AP para um dos crânios encontrados no Abrigo Maximiano. Pretende-se revisitar este sítio e chegar a novas hipóteses aplicáveis aos problemas arqueológicos, através da utilização de métodos e técnicas da Geoarqueologia. 30 Ana Cristina de Vasconcelos Lima PPG História Social - USP; Centro de Estudos Mesoamericanos e Andinos - CEMAUSP Fomento: CAPES; Fapesp O nahualismo nos códices mixtecos e a comunicação entre humanos e não-humanos. Resumo: Os códices mixtecos, manuscritos confeccionados em pele de veado e recobertos com estuque, eram produzidos nos períodos pré-hispânico e colonial a mando de elites indígenas mixtecas e estavam intrinsecamente ligados à política de seus senhorios, localizados na região do atual México. Neles eram representadas, através de um sistema de notação pictoglífico, as trajetórias de linhagens dirigentes, bem como de heróis culturais mixtecos, enfatizando e legitimando sua história e cosmogonia. O caráter genealógico desses manuscritos sempre foi ressaltado por diversos especialistas, incluindo a política de alianças, guerras e casamentos no qual estão inseridas essas linhagens de governantes. Por outro lado, outros aspectos considerados como sobrenaturais ou simbólicos foram associados à categoria de mito ou de história sagrada pelos mesmos especialistas, introduzindo uma espécie de divisão de conteúdos nos códices, entre aqueles de natureza histórica e aqueles de natureza sagrada. O objetivo dessa comunicação é demonstrar a importância de agentes não-humanos na política mixteca, dando ênfase as representações do nahualismo como prática de transformação e comunicação entre humanos e não humanos. O estudo das representações do nahualismo e de agentes não humanos nesses relatos, aponta para uma direção diferente da dicotomia fundada entre mito e história e da necessidade de se reavaliar quais são as categorias de política, relato do passado e agentes que estão presentes nesses relatos indígenas . Ana Maria Lucio de Souza Pontifício Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP Fomento: Capes ARQUEOLOGIA DO SOM: historiografia e metodologia para o estudo das representações simbólicas sonoras. Resumo: Uma das temáticas mais importantes, de forma geral, para os estudos antropológicos consiste na relação entre o homem e a natureza. Este tema também se torna caro aos estudos arqueológicos, de modo particular, onde esta relação pode ser frequentemente abordada sob outras rubricas como Natureza e Cultura, Cultura ou relação Biológico Cultural. O estudo em questão retoma esta discussão de um ângulo pouco estudado, qual seja o das relações entre paisagem sonora e a dimensão simbólica da natureza, na relação entre o homem e o seu entorno, antes do tempo presente. Nesta análise, para abordar as representações simbólicas trazidas pelo som produzido por artefatos, se faz necessário tomar elementos vindos da Arqueomusicologia, da Acústica, da Arqueologia Experimental, da Etnoarqueologia, Antropologia Arqueológica, entre outras disciplinas importantes. Com este objetivo, este estudo propõe uma reflexão teórica e historiográfica para estabelecer perspectivas, possibilidades e limites para os estudos da Arqueologia do Som. 31 Ana Paula Moreli Tauhyl Secretaria de Direitos Humanos - Presidência da República Fomento: Fapesp Cidades antigas, objetos e linguagens: resultados finais de um projeto educativo Resumo: Esta comunicação tem por objetivo apresentar os resultados obtidos a partir de um conjunto de atividades educativas realizadas tendo por base alguns produtos do Laboratório de Estudos sobre a Cidade Antiga – Labeca. O projeto está descrito na dissertação de mestrado intitulada “Alfabetização do olhar: aprender pelos objetos e suas representações”, defendida em outubro de 2013, no Programa de Pós-Graduação em Arqueologia do MAE/USP. Os produtos utilizados foram o videodocumentário “Siracusa Cidade Antiga”, mapas, plantas, fotografias e desenhos de reconstituições provenientes do banco de dados do laboratório e maquetes das cidades gregas de Poseidônia, Priene, Olinto e Selinonte. As atividades tinham os seguintes objetivos: divulgar a produção do Labeca e testar este material com o público alvo, com o intuito de ampliar a visão da Grécia antiga comumente presente na escola; trabalhar com os alunos o fazer ciência, por meio do ofício do arqueólogo; exercitar o entendimento das diversas linguagens que constituem as formas de representação dos objetos, podendo, assim, exercer o pensamento crítico em relação a elas; e despertar o olhar do público para o universo das coisas materiais. Como público alvo da pesquisa, selecionamos duas turmas do 1º. Ano do Ensino Médio da Escola de Aplicação da FE/USP que, ao participarem de três encontros, puderam fornecer dados sobre a relação entre Arqueologia do Mediterrâneo, Educação e o cotidiano dos alunos. Anderson Rogério de Oliveira Tognoli Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Capes Zooarqueologia dos sambaquis fluviais: Caraça, Lajeado IV, Estreito e Tatupeva - região do Médio Alto Vale do Ribeira. Resumo: A proposta dessa comunicação é apresentar os resultados preliminares dos estudos arqueofaunísticos dos sambaquis fluviais: Caraça (1607 a 1300 anos AP), Lageado IV (1500 a 1280 anos AP), Estreito (4124 a 3655 anos AP) e Tatupeva (4800 a 4770 anos AP), tendo como principais objetivos: identificar a dieta desses grupos durante o período de ocupação e entender a relação dinâmica entre, homem e ambiente. Esses sambaquis estão situados na porção Médio Alto do Vale do Ribeira, região que apresenta um clima predominantemente quente e úmido, sendo recoberto por densas florestas de Mata Atlântica. Desta maneira, essas condições geomorfoclimáticas distintas permitiram, por um lado, a existência de uma grande diversidade de fauna e flora, e por outro, a ocupação humana, desde pelo menos 9000 anos AP. André Campos de Camargo Co-autor: Luccas Eduardo Castillo Maldonado Universidade Estadual de Campinas; Universidade de São Paulo Arqueologia Forense: a ditadura militar brasileira em perspectiva. Resumo: O presente texto mostra, em linhas gerais, a importância da arqueologia forense como produtora de enunciados capazes de revelar aquilo que estava encoberto sobre o passado recente de nosso país. Para tanto, iniciaremos nosso percurso delineando o que pode ser entediado por arqueologia. Em seguida, buscaremos compreender o papel social que o arqueólogo pode ocupar. 32 André Cruz Moreno Siqueira Co-autora: Bianca Reters Carvalho Universidade Federal de Minas Gerais Fomento: Capes Entre as pequenas coisas esquecidas e os grandes contextos globais: reflexões de uma arqueologia Antártica. Resumo: A instauração de uma nova ordem social capitalista que se deu a nível mundial implicou na incorporação de novos territórios e práticas sociais seguindo a lógica deste sistema emergente (JOHNSON, 1996). Uma das maneiras de se estudar estas transformações que ocorreram entre os séculos XVII e XIX é através dos diferentes contextos para onde estas novas práticas e ideologias foram levadas (BRAUDEL, 1997). Buscando sempre o diálogo entre perspectivas macro e micro – um dos grandes desafios da arqueologia comtemporânea -, o caso da Antártica pode funcionar como um laboratório para que sejam discutidas questões pertinentes a este tipo de aproximação. Através dele é possivel observar as relações que surgem e (trans)formam este novo e insurgente capitalismo e uma das realidades periféricas (sic) nas quais ele se fez presente; e o estudo da cultura material do dia-a-dia dos foqueiros e baleeiros que ocuparam o continente branco (ZARANKIN e SENATORE, 2005; 2007). Diante do exposto, a arqueologia Antártica é uma das maneiras de se conhecer a formação da sociedade contemporânea/moderna e suas formas de adaptação em contextos marginais (sic). Assim como confrontar seus modelos explicativos, contando com evidências geradas em áreas específicas e distantes do centro de expansão econômica (ZARANKIN e SENATORE, 2007; 2011). André Strauss Fomento: Fapesp, CNPq, Sociedade Max Planck As Práticas Mortuárias na região de Lagoa Santa: um estudo de caso do sítio arqueológico da Lapa do Santo. Resumo: Sepultamentos humanos são altamente informativos no que se refere à aspectos simbólicos e rituais de populações pretéritas. No Novo Mundo, remanescentes esqueléticos pertencentes aos paleoamericanos são raros, tornando difícil o estudo das dimensões rituais desses grupos que primeiro habitaram nosso continente. Na presente contribuição reportamos a descoberta de 26 sepultamentos humanos e o respectivo contexto arqueológico do sítio Lapa do Santo, localizado na região de Lagoa Santa no estado de Minas Gerais. As ocupações mais antigas da Lapa do Santo estão datadas em 12.7-11.7 cal maAP (milhares de anos antes do presente, calibrado; intervalo de 95,4%) e o estudos da tecnologia lítica, dos remanescentes zooarqueológicos e análises de isótopos múltiplos indicam grupos de baixa mobilidade territorial com uma estratégia de subsistência focada na coleta de plantas complementada pela caça de mamíferos de pequeno e médio porte. Os 26 sepultamentos apontam para a presença de diferentes rituais funerários que se sucedem ao longo do Holoceno Inicial e para um grau de sofisticação que contradiz a visão tradicional de acordo com a qual na região de Lagoa Santa os enterros seriam simples, expeditos e homogêneos. Em conjunto, o contexto arqueológico da Lapa do Santo mostra que práticas mortuárias sofisticadas não estavam necessariamente relacionadas com o surgimento de sociedades complexas e nem tampouco estavam restritas a região Andina durante o início do Holoceno. 33 Angela Sabrine do Nascimento Salvador Universidade Federal de Santa Catarina Fomento: Capes; CNPq O indígena no cotidiano das fortificações da Ilha de Santa Catarina (séculos XVIII e XIX) – primeiras perspectivas Resumo: Este trabalho objetiva apresentar a pesquisa sendo desenvolvida no Programa de Pós Graduação em História da UFSC, que deseja discutir a presença indígena no cotidiano das fortificações militares da Ilha de Santa Catarina – e menos focalmente na ilha como um todo – entre os séculos XVIII e XIX através de fontes históricas e etnográficas, além de alicerçar-se em conhecimentos adquiridos através de trabalhos arqueológicos e de análise de materiais arqueológicos, especialmente fragmentos cerâmicos. A pesquisa pretende compreender a forma como ocorreram às interações culturais no litoral de Santa Catarina e quais foram os principais atores e personagens desse processo histórico no contexto das fortificações, percebendo o “olhar europeu” sobre o contato cultural, a partir das fontes documentais e dos relatos de viajantes, e buscando dar “voz aos indígenas”, a partir da análise das cerâmicas recuperadas nos sítios. Busca-se por fim narrar a história dos indígenas do contato junto àquela oficial, com os governadores, reis e vice-reis, percebendo ainda os hibridismos e resistências culturais destes “fatores”, o indígena e o branco. Anísio Candido Pereira Filho Laboratório de Arqueologia Romana Provincial – LARP-USP Arqueosofia: A Cerâmica Grega e a Mesopotâmia Este trabalho discute a importância da ampliação do campo de estudos para a obtenção de uma melhor compreensão do momento histórico analisado. Busca através da cerâmica grega orientalizante, principalmente a de tipo “meliano”, do séc. VII a.C., compreender alguns dos contatos entre mesopotâmicos e gregos. Também apresenta pela primeira vez a Arqueosofia, a arqueologia ligada ao nascimento da filosofia. Termo este cunhado pelo autor da apresentação. 34 Any Marise Ortega Co-autor: Alex Ubiratan Goossens Peloggia Centro Universitário Metropolitano de São Paulo - FIG.UNIMESP; Universidade de Guarulhos - UnG Estudo Etnoarqueológico sobre o processo de enculturação e criação de habitus visto por meio da cultura material no filme “A Guerra dos Botões” de Yves Robert. Resumo: O etnoarqueólogo González Ruibal entende que uma das formas de nos aproximarmos da infância, no registro material, se refere aos processos de enculturação – que tornam crianças em “seres sociais”. Esta incorporação à sociedade se dá tanto pela aquisição de habilidades funcionais (aprendizado de técnicas) quanto pela transmissão de saberes e pelo “posicionarse socialmente”, isto é, pela internalização de papéis e posições que deverão desempenhar na vida. Nosso objetivo é verificar a função de elementos da cultura material em tal processo, em um contexto social e histórico específico: uma região rural francesa no pós-guerra. Nosso objeto de estudo será o filme “A Guerra dos Botões” (1962), de Yves Robert, em que se apresenta, no dia a dia das crianças de uma vila, o modo pelo qual estas se relacionam com o contexto social. Destaca-se um momento: o da construção e uso de uma “cabana” para a qual são levados diversos objetos, como representantes simbólicos da casa, da família e das posições pessoais no mundo adulto. Analisaremos o papel que cada artefato desempenha na configuração deste micromundo adulto, seu significado simbólico e papel na introjeção de valores culturais nesse ritual de passagem no qual um espaço doméstico típico é reconstruído e os jovens assumem os papéis que lhes esperam na vida adulta. Os elementos de cultura material são aqui a chave simbólica para que dá a verossimilhança necessária a tal vivência preparatória de introjeção do habitus. Bruno Pastre Maximo Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: CNPq Poder, disputa e múltiplas narrativas históricas: o lugar Kulumbimbi em Mbanza Kongo - Angola Resumo: A antiga capital do Reino do Kongo, a cidade de Mbanza Kongo constitui-se em uma paisagem importante entre os povos kongo. Nossa comunicação tem como proposta identificar os conflitos e as disputas envolvendo um dos lugares centrais na composição da paisagem, o lugar significante Kulumbimbi. Tínhamos como hipótese que a concepção de Kulumbimbi entre os diferentes grupos que residem em Mbanza Kongo vai além da percepção colonial que relaciona àqueles vestígios arqueológicos a um significado estreito enquanto igreja Católica, incorporando outras interpretações com base na vivência com a ruína e com as tradições locais. Como método de investigação para testarmos nossa hipótese, estivemos na cidade a realizar uma série de entrevistas com indivíduos que chamarei de portadores oficiais da tradição, conduzindo-as por meio de questionamentos a partir de imagens previamente selecionadas com a finalidade de despertar o debate sobre momentos, lugares e personagens históricas. O resultado obtido destas entrevistas foi bastante claro ao apontar que há uma grande riqueza de interpretações sobre o lugar Kulumbimbi, e são estas que dão vida a ruína e significado na sociedade local/regional. A visão colonial/científica (ex: livro escolar) não é a predominante, sendo inclusive combatida. 35 Camila Azevedo de Moraes Wichers Universidade Federal de Goiás – UFG Etnoarqueologia, Arqueologia do Presente e Museologia Social: conexões Resumo: Nesse trabalho proponho o entrelaçamento das práticas da Etnoarqueologia e da Museologia Social com o objetivo de problematizar aspectos concernentes à construção das narrativas arqueológicas e museológicas, a partir de um estudo em desenvolvimento no Alto Sertão da Bahia (Zanettini Arqueologia, 2013, 2014). Conforme apontado em trabalhos anteriores (Moraes Wichers 2011, 2014), considero a Arqueologia como um campo de construção de narrativas a partir da interpretação do registro arqueológico, em diálogo aberto com as demais ciências humanas e sociais. A Museologia, por seu turno, se debruça sobre os objetos e sítios arqueológicos, por meio de procedimentos de documentação, conservação e comunicação que visam à preservação. As narrativas construídas pelas comunidades e as reapropriações desses vestígios no presente - como constituintes das identidades e construtoras da memória social, são fundamentais, residindo aí uma contribuição profícua da perspectiva etnoarqueológica. Parto do conceito de Etnoarqueologia como especialidade da Arqueologia que estuda as sociedades contemporâneas e sua relação com o mundo material (Silva, 2009), salientando os processos de formação do registro arqueológico e os aspectos simbólicos da relação entre pessoas e objetos. Ao integrar essa abordagem às premissas da Museologia Social, evidencio a multiplicidade de vozes e narrativas acerca das comunidades rurais do Alto Sertão da Bahia, no âmbito da construção de um museu de território na região. Camila Diogo de Souza Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Fapesp Abordagens metodológicas e estudos de caso do material cerâmico na produção de conhecimento arqueológico. Resumo: A cerâmica constitui um dos registros da cultura material mais frequentes encontrados nos contextos arqueológicos de diferentes natureza, como por exemplo, nos contextos funerários, habitacionais e domésticos, rituais e nas oficinais especializadas na produção deste tipo de artefato. As diversas abordagens e metodologias de análise deste tipo de documento material, como os aspectos morfológicos, técnicos de produção, iconográficos e estilísticos e funcionais, nos permitem debater e dialogar com as mais variadas formas culturais que os caracterizam nas mais diversificadas sociedades do passado. Os objetivos desta mesa coordenada incluem, dessa forma, discutir os principalmente os aspectos teórico-metodológicos de análise do material cerâmico na produção do conhecimento arqueológico a partir de estudos de caso específicos e variados. 36 Carlos Augusto Corrêa Co-autores: Felipe Prospero e Adriana Anselmi Ramazzina Universidade de Santo Amaro - UNISA Arqueologia da Repressão: Análise comparativa da Vala Clandestina de Perus e o achado dos restos de Che Guevara (Bolívia). Resumo: Esta comunicação visa apresentar nossa pesquisa de TCC de Especialização em Arqueologia desenvolvido na UNISA (Universidade de Santo Amaro), que tem como objetivo a análise comparativa dos processos de intervenção e resgate ocorridos na Vala Clandestina de Perus com os trabalhos realizados em solo boliviano quando do achado dos restos mortais de Che Guevara e seu grupo. Demonstrar como a metodologia arqueológica forense aplicada aos achados de Che Guevara foi fundamental para a identificação e recuperação dos restos mortais, e como, no caso brasileiro, ela não teve lugar, empobrecendo os resultados obtidos. Foram utilizadas como fonte as reportagens sobre o achado da Vala de Perus, o material publicado sobre o andamento das pesquisas dos restos mortais (incompleta), entrevistas, e para os achados de Che Guevara, a publicação de Roberto Rodrigues Suárez de 2008 – “Arqueologia de uma procura e de uma busca arqueológica: a história do achado dos restos de Che Guevara”. A Vala Clandestina de Perus, resultado das arbitrariedades, torturas e assassinatos cometidos pela ditadura militar contra o povo brasileiro no período de 1964-1985, deve ser estudada sob a ótica da “Arqueologia da Repressão”, visando o resgate da memória e da verdade por meio de métodos e técnicas arqueológicos. Carlos Augusto Zimpel Neto Co-autores: Francisco Antônio Pugliese Jr.; Tiago Hermenegildo; Myrthle Shock; Gabriela Prestes Carneiro Departamento de Arqueologia – UNIR; Arqueotrop-MAE-USP Fomento: CNPq; Capes; National Geographic Society Arqueologia do médio rio Guaporé, Rondônia. Resumo: O rio Guaporé está localizado no sudoeste amazônico e delimita a fronteira entre o Brasil e a Bolívia, onde é conhecido por Iteñez. Sua arqueologia ainda foi pouco explorada e a retomada dos trabalhos na região está trazendo informações que podem ajudar a entender a variabilidade dos sítios registrados no presente. Temos uma ampliação na área de ocorrência dos sítios típicos da fase Bacabal -antes restrita a um sambaqui Monte Castelo e alguns sítios do entorno- que agora são encontrados em ilhas de terra firme distantes do sambaqui além de outros assentamentos adjacentes as planícies alagáveis. Neste trabalho vamos abordar a relação dos sítios e fases arqueológicas descritas que podem ter vínculos com eventos ocorridos no passados e que são detectados pela linguística histórica. 37 Cássia Aparecida Guimarães Universidade de Santo Amaro - UNISA Desafios do conhecimento da Pré-história brasileira nos livros didáticos: registros e lacunas. Resumo: Através da análise de três livros didáticos do Guia do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD 2014) para o 6º ano do Ensino Fundamental, procurou-se entender os registros que têm como foco a Antiguidade. Em relação ao Brasil pré-cabralino, os livros tratam da ocupação do território; em dois deles, o conteúdo diz respeito há 12 mil anos e para o último livro, há 58 mil. Neles, o cotidiano das populações originárias é explorado apenas citando as técnicas de cerâmica e de tecelagem. Em um dos livros há registros genéricos sobre os sambaquis, contudo, não há informações sobre a Cultura Sambaquiana, sua dimensão humana e cultural em diferentes regiões. Levando-se em conta os estudos atuais da Arqueologia e da Antropologia sobre a diversidade de fatos e registros da Pré-história brasileira, a pesquisa acusa lacunas diante das apresentações superficiais, que não transmitem os “lugares de memória” dos primeiros povoadores. Encaminha-se esta comunicação de pesquisa para a compreensão científica dos livros didáticos adotados oficialmente e para lançar um olhar crítico sobre os conteúdos, suas falhas, ausências de contribuições científicas e didáticas que destacam uma maior diversidade histórica e cultural da ocupação do Brasil. Pretende-se projetar entendimentos necessários para a identidade pré-histórica do país e recursos de compreensão e crítica de obras didáticas que estão comprometidas com o ensinoaprendizagem dos estudantes na política educacional brasileira. Cataria Molisani Sorbara Co-autores: Felipe Prospero e Adriana Anselmi Ramazzina Universidade de Santo Amaro - UNISA Educação Patrimonial e as Escolas Públicas: uma análise comparativa – uma nova abordagem. Resumo: Esta pesquisa pretende refletir sobre a importância do papel da educação na organização das redes de relações entre as pessoas, o lugar, os objetos que os circundam e de que forma eles são empregados nas pesquisas arqueológicas. Contudo, a educação patrimonial é concretamente tratada apenas como uma atividade complementar às outras realizadas pelos profissionais dentro dos projetos de arqueologia, as atividades são pontuais, desvinculadas das ações de campo que permeiam o conhecimento. A educação patrimonial se insere “a margem” nas ações dos programas de arqueologia, é essencial que os profissionais tenham contado com novas metodologias pedagógicas, além da legislação específica, tanto da educação quanto da normativa arqueológica que se insere no projeto. O levantamento realizado no arquivo da Superintendência Estadual do IPHAN-SP foi primordial para analisar as ações educativas efetuadas pelos profissionais arqueólogos. Com os dados coletados foi possível fundamentar as novas ferramentas e metodologias para aplicação de atividades práticas, de modo a amplificar o alcance dos conteúdos dos programas de educação patrimonial. Cabe apontar o caráter transdisciplinar da arqueologia, que deve gerar ações educativas de farto conteúdo, abordando as facetas do conhecimento dos docentes e discentes. Espera-se através desta pesquisa, contribuir para diminuir o distanciamento entre os programas educativos realizados e as metodologias pedagógicas para motivar a alfabetização cultural. 38 Cristiane Eugênia da Silva Amarante Universidade Federal de Sergipe - UFS O uso do SIG como aliado na proteção do patrimônio arqueológico: um estudo na cidade de Santos – SP. Resumo: Os sistemas de informação geográfica (SIG) são cada vez mais utilizados nas pesquisas arqueológicas. No âmbito da dissertação de mestrado desta autora, “Refletindo sobre musealização: um encontro entre público e arqueologia marítima em Santos”, deparou-se com questões relacionadas a reconhecer e mapear o patrimônio arqueológico da cidade de Santos. Para organizar um museu é preciso reconhecer acervos, sítios arqueológicos e pesquisas arqueológicas. No intuito de realizar esta tarefa, trilharam-se alguns caminhos tais como verificação de mapeamentos anteriores, levantamentos de relatórios tanto no Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (CONDEPASA), quanto no Instituto do Patrimônio Histórico e Geográfico de São Paulo (IPHAN-SP), e apoiou-se teoricamente em teses de doutorado cujo tema era o uso do SIG na arqueologia. Esse processo resultou na listagem de sítios que não estavam presentes em mapas anteriores. O estudo possibilitou ainda, levantar reflexões sobre a importância do mapeamento dos sítios na proteção do patrimônio arqueológico. A dissertação foi defendida em março de 2014, no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP), sob a orientação da doutora Marília Xavier Cury. Daniel Fidalgo Co-autores: Ana Maria Silva e Eduardo Porfírio Departamento de Ciências da Vida, Faculdade de ciência e Tecnologia, Universidade de Coimbra, Portugal; Departamento de Ciências da Vida, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra; CIAS - Centro de Investigação em Antropologia e Saúde, Portugal; Palimpsesto: Estudo e Preservação do Património Cultural, Lda. Contextos funerários e estudo paleobiológico dos restos ósseos humanos dos hipogeus do segundo milénio a.C. do sítio arqueológico Torre Velha 3 (Serpa, Baixo Alentejo, Portugal). Resumo: O presente trabalho incide sobre o estudo dos contextos funerários e respectiva análise antropológica das evidências osteológicas humanas recuperadas de 21 hipogeus do sítio arqueológico de Torre Velha 3 (Serpa, Baixo Alentejo, Portugal). Para tal, foi realizado uma análise das práticas funerárias e os estudos paleodemográfico, paleomorfológico e paleopatológico destes restos ósseos humanos. Esta investigação permitiu traçar um perfil biológico e paleopatológico destes indivíduos, contribuindo para o conhecimento de alguns aspectos da vida e da morte destas comunidades que habitaram o Sudoeste da Península Ibérica durante o segundo milénio a.C. Entre os resultados obtidos, destaca-se as evidências de manipulação de restos ósseos humanos numa inumação dupla, envolvendo os crânios de dois não-adultos. O espólio funerário varia face ao sexo dos indivíduos, sendo recipientes cerâmicos apenas encontrados associados ao sexo feminino. Evidências de uso não-mastigatório de dentes foram registadas, mas somente em indivíduos do sexo feminino. A frequência de lesões cariogénicas em adultos é 6,25% (29/464), assemelhando-se a outras comunidades coevas já com recurso à agricultura. Os índices de achatamento e de robustez dos ossos longos sugerem que estes indivíduos estariam sujeitos a um esforço físico diário considerável. 39 Daniela Bessa Puccini Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Fapesp A Contribuição da estela do porto á numismática de Tasos no século V a.C. Resumo: A Estela do Porto é um uma lei sacra, publicada em Tasos, ilha do Norte do Egeu, na primeira metade do século V a.C., em que são definidas medidas de administração das ruas por onde passava uma procissão. Além da importância que esta inscrição assumiu na minha pesquisa de pós-doutorado em virtude das diversas referências topográficas ao longo deste itinerário que percorria o centro urbano de Tasos e de constituir-se em um regulamento de urbanismo em que são definidas regras do viver comum, este documento é de grande interesse para a Numismática grega. Ali se encontra a referência mais antiga ao arguramoibeion, um edifício situado na ágora onde se realizavam as transações de trocas monetárias, ou seja, uma casa de câmbio ou um banco. Além disso, na inscrição o legislador determina multas aos infratores fazendo referência às frações que compunham a organização monetária da cidade – estáter, hektè e hemihektè. Esta comunicação visa, portanto, através de um cruzamento entre documento numismático e epigráfico, trazer à discussão questões relativas ao sistema monetário de Tasos de fim do VI e V século a.C., à duração da circulação de seu numerário neste período, assim como se propõe a uma breve reflexão sobre o papel da pólis no controle da circulação de moedas na cidade. Daniela la Chioma Silvestre Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Fapesp O Senhor das Antaras: Música e fertilidade em uma narrativa iconográfica Nasca Resumo: Nesta comunicação propomos apresentar e discutir um corpus iconográfico Nasca (0 – 600 A.D) formado por vasilhas com representações de um personagem sobrenatural. Ele tem braços e pernas abertos, usa um turbante em forma de infinito e apresenta um cacto dentro de seu estômago. Se encontra sempre rodeado por antaras (flautas de pã), e associado a outros instrumentos sonoros, como tambores, chocalhos e trombetas. Este mesmo personagem aparece em um segundo corpus de vasilhas Nasca, porém em uma versão mais realista. Partindo de uma abordagem da Arqueologia contextual e Interpretativa, e usando uma metodologia de análise semiótica, pretendemos relacionar os dois grupos de vasilhas, demonstrando que há nelas uma sequência narrativa sobre fertilidade e som, na qual o personagem principal atua como um fertilizador. Nossa interpretação se dará à luz de estudos antropológicos e etnohistóricos sobre as sociedades andinas, produzidos nas últimas três décadas 40 Davi Comenale Garcia Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Capes Indústria lítica e contexto funerário: interpretando a presença de uma oficina lítica em um sítio costeiro Resumo: O sítio do Mar Virado foi escavado de 1990 a 2005, sob coordenação da Profa. Dra. Dorath Pinto Uchôa. Localizado na ilha do Mar Virado, Ubatuba, São Paulo, apresentou 54 sepultamentos e rica indústria lítica e óssea. As datações indicaram que grupos pescadores-coletores ocuparam a ilha entre 3465 ± 31 AP até 2570 ± 70 AP. O local pode ser entendido como um sítio cemitério, tendo em vista não apenas os sepultamentos, mas também seu caráter insular, que confere certo grau de isolamento em relação ao continente, onde provavelmente habitariam estes grupos. Uma vez que não foram encontrados vestígios de estruturas de moradia na ilha, entende-se que o espaço seria visitado periodicamente, com a finalidade de sepultar os mortos. Todavia, verifica-se a presença de uma oficina de lascamento local, intimamente associada aos enterramentos. A corrente pesquisa de mestrado, ainda em andamento, procura interpretar esta relação a partir da análise da indústria lítica e do uso do espaço para realização de ritos funerários. Diana Lorena Rodríguez Gallo Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Capes A aerofotografia como ferramenta para o estudo de paisagens agrícolas arqueológicas: o caso da Sabana de Bogotá - Colômbia Resumo: O presente trabalho procura expor a importância do uso da fotografia aérea na pesquisa de paisagens arqueológicas, em áreas onde a ação antrópica tem destruído parte de seus vestígios, e discutir as formas mais adequadas de trabalhar com este material. A aerofotografia é uma ferramenta fundamental nos estudos de arqueologia da paisagem porque permite abranger grandes áreas com um só golpe de vista e termos uma imagem global das feições que compõem a paisagem objeto de estudo. No caso dos estudos sobre sistemas agrícolas antigos, seu uso é fundamental já que sua visibilidade e identificação no terreno podem chegar a ser muito limitados. Uma adequada combinação de pesquisa no terreno (dados arqueológicos, geológicos, paleo-ambientais) e de fotointerpretação permite não só reconstruir o sistema produtivo e compreender seu funcionamento, mas também explicar a forma como homem e meio interagiram no processo de construção dessa paisagem agrícola arqueológica. Para tal, é preciso relacionar as áreas de produção de alimentos com outro tipo de áreas, como bosques, locais de moradia, de caça ou fontes hídricas. No caso específico da Sabana de Bogotá, o uso de esta ferramenta é importante dado que os vestígios arqueológicos do sistema agrícola pré-colombiano desapareceram devido a acelerada expansão de Bogotá na segunda metade do século XX. Porém, existe um rico acervo documental de fotografias áreas, tiradas entre 1930 e 1960, que tem possibilitado reconstruí-lo e analisá-lo. 41 Dinoelly Soares Alves Universidade Federal do Piauí - UFPI Fomento: Capes Cacos, dunas e gente: Arqueologia pública em Cajueiro da Praia-PI Resumo: Cajueiro da Praia está situado no litoral do Piauí e apresenta a possibilidade de reflexões sobre a importância da arqueologia pública junto a comunidades tradicionais, especificamente a sua comunidade de pescadores, visando o diálogo e a participação ativa dessas pessoas nos trabalhos de arqueologia e no processo de construção do conhecimento. Além do levantamento etno-histórico e das pesquisas arqueológicas já realizadas na região, teve-se como principal objetivo, identificar as relações entre a comunidade local e os sítios arqueológicos. Para tanto, foram realizadas entrevistas e ações de arqueologia pública com estudantes e pescadores locais, que através da memória e da História Oral, foram fundamentais para o desenvolvimento e conclusão da pesquisa. O envolvimento entre nós arqueólogos com as comunidades, e estas, ao patrimônio arqueológico, não somente estimula a geração de novos parceiros para a preservação do patrimônio arqueológico, como nos instiga a perceber as necessidades dessas populações. Na comunidade de Cajueiro da Praia foi dado o primeiro passo para transformar diferentes conhecimentos sobre passado em possibilidades práticas para os anseios dessas pessoas. Através do diálogo com a comunidade buscamos reconhecer outras vozes e novos olhares, e com isso, múltiplas formas de percebermos a história. Na tentativa de transformar uma arqueologia acadêmica do passado, em uma arqueologia presente e de pessoas. Diogo Ferreira Alves Co-Autor: Felipe Prospero Universidade de Santo Amaro - UNISA Desaparecidos Políticos e a Produção do Esquecimento: a importância da arqueologia histórica no resgate da memória na abertura da Vala Clandestina de Perus do cemitério Dom Bosco, São Paulo. Resumo: A presente pesquisa visa discutir a importância da arqueologia histórica no resgate e preservação da memória de atores sociais que, por suas convicções político-ideológicas foram de forma sistemática, condenadas ao esquecimento forçado a partir de ações do governo militar brasileiro. Para tanto, nessa pesquisa serão analisados o contexto histórico do golpe, a criação dos órgãos de repressão e sua consequente escalada de violência, o conceito de memória e esquecimento, e o papel da arqueologia como ciência que possibilita através de suas teorias e métodos o reconhecimento da dignidade humana reinserindo na história os atores sociais que dela foram arrancados à força. Nosso objetivo é caracterizar o que é memória e esquecimento analisando as ações dos órgãos de repressão política, discutindo se essas ações foram deliberadas ou não, e se tinham como principal objetivo apenas o desaparecimento de opositores do regime através da ocultação de cadáveres ou as ações visaram o sistemático apagamento da história. Utilizaremos no desenvolvimento das etapas da pesquisa a revisão bibliográfica que envolve trabalhos recentes sobre o tema, analisando as diversas contribuições metodológicas das áreas de Arqueologia Histórica e História na discussão do tema. As contribuições das pesquisas realizadas na Bolívia com o resgate arqueológico de vestígios humanos dos opositores do regime militar boliviano e com as recentes pesquisas realizadas no cemitério Dom Bosco em São Paulo. 42 Emerson Nobre da Silva Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Capes Objetos e poder no Marajó antigo: iconografia e desempenho social das tangas cerâmicas Resumo: A presente comunicação pretende, de maneira muito inicial, comparar as tangas policromas de cerâmica da fase marajoara, da Ilha de Marajó, na foz do rio Amazonas, com as urnas funerárias daquela mesma fase com o intuito de verificar os seus princípios estruturais e compreender o seu desempenho social. A proposta é lidar com os aspectos iconográficos das tangas policromas que aparentemente estão relacionados a estratégias de empoderamento das elites marajoara, nas quais o poder era justificado e renovado por meio da associação a ancestrais míticos e reais. Adota-se aqui uma abordagem que vê o estilo enquanto uma forma de poder e a iconografia tem papel de destaque nas relações de poder . Conceitualmente, a apresentação está fundamentada na noção de pessoa distribuída e nas noções de pessoa fractal ou composta e de imagem fractal. Érika Vital Pedreira Universidade Federal Fuminense - UFF Fomento: CNPq O Triplismo na religiosidade celta. Estudo de caso: Britânia e Gália, séculos I e II d.C. Resumo: Em nossos estudos sobre as sociedades ditas celtas observamos a ocorrência frequente de produções iconográficas e epigráficas de divindades sob a forma tripla, ou carregando atributos que fazem alusão ao que chamamos de triplismo. Desta forma, buscamos problematizar estas representações a fim de compreender a importância do triplismo para essas sociedades, tendo em vista a sua permanência em meio à dominação romana e a consequente inserção de novas práticas de religiosidade, bem como uma nova estética para a produção iconográfica das divindades. 43 Felipe Benites Tramasoli PPGArq - Museu Nacional - UFRJ Fomento: Capes Arqueologia da Cidade Cinza: propondo uma retórica arqueológica. Resumo: Há um aparente consenso de que, se o século XX foi o do discurso, o novo século representa um movimento de retorno às coisas. Isto acontece, justamente, em uma época onde as sociedades, como nunca antes, constroem uma grande massa de discursos sobre si mesmas. Entendendo que, assim como a escassez de informações, a enorme abundância delas também é passível de causar o obscurecimento de entendimentos e de vozes, esta pesquisa visa tratar do contemporâneo, não como mera circunstância do fazer arqueológico, mas como problemática. A sugestão é fazê-lo através da construção de uma retórica arqueológica, que, aqui, possui semelhanças ao ato artístico, mas não deseja ser um, senão que degluti-lo e digeri-lo em prol da Arqueologia. Deve-se evitar tomar a materialidade como objeto de arte, ou centralizar a questão estética e, sim, trabalhar a incessante diferença que os vários entes do mundo constroem uns sobre os outros. Esta pesquisa apresenta algumas considerações e os resultados parciais de uma proposta de manifesto arqueológico construído sobre as ruínas do núcleo urbano da cidade do Rio Grande/RS, que inclui, entre outras coisas, uma intervenção urbana. O objetivo último, pretende-se, é o de trazer à tona a irrealidade de uma construção do passado, assumindo que ela possui uma radical incompletude. O propósito não é tanto o de desqualificar as construções sobre uma continuidade histórica, mas o de colocá-las em perspectiva e alertar a comunidade quanto às suas vicissitudes. Filippo Stampanoni Bassi Co-Autora: Marta Sara Cavallini Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: CNPq; Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá Casas de palha e Casas de pedra. Persistência e mudança cultural no médio Amazonas pré-colonial. Resumo: Entorno do final do I milênio d.C., o médio Amazonas tornou-se uma região de intensos contatos entre diferentes grupos indígenas. A um nível de resolução microrregional, a bacia do baixo rio Urubu, localizada nas proximidades da confluência entre três dos maiores rios da Amazônia (Solimões/Amazonas, Negro e Madeira), pode ser considerada um laboratório para o estudo dos processos de interação que caracterizaram esse período. De fato, ali se cruzaram, entorno do ano 1000 d.C., três das quatro grandes tradições cerâmicas pré-coloniais e a maior tradição de petróglifos da calha do rio Amazonas. Problematizamos a natureza de tal hipotética fronteira cultural procurando explorar a relação, a nível comunitário e macrorregional, entre a variabilidade do registro arqueológico e os padrões de assentamento. Nessa comunicação apresentamos os recentes dados arqueológicos produzidos a partir do estudo das estruturas domésticas de uma aldeia indígena pré-colonial e, paralelamente, discutimos o processo de construção dos sítios rupestres regionais. Ambos os contextos resultam de ações reiteradas no tempo e apresentam elementos que remetem a níveis estruturais que permeiam toda a biografia social dos indivíduos. Nessa ótica, estruturas domésticas e petróglifos são investigados a partir do conceito de Casa, tal como foi esboçado por Lévi-Strauss; e é avançada uma hipótese sobre a relação entre mudança na organização social e o processo de expansão das últimas grandes tradições pré-coloniais. 44 Fabio Grossi dos Santos Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Capes Caçadores-Coletores e Paleoíndios no interior Paulista: pesquisas realizadas e procedimentos futuros Resumo: Através de trabalhos já realizados na região centro-oeste paulista, foram identificados e analisados diretamente 3 sítios líticos - Boa Esperança II, Boa Esperança III e Dois Córregos, nos municípios homônimos - , juntamente com a comparação e análise de dados de mais outros 20 sítios líticos. Todos foram associados a ocupações de caçadores-coletores. A partir disso esboçou-se um panorama de ocupação desses grupos pela região, bem como seu provável modo de vida, considerando-se as limitações oferecidas pelo registro arqueológico. Dois sítios foram datados, sendo uma data de 4.500 AP e outra 14.500 +- 3000. Além da datação por LOE (Luminescência oticamente estimulada) foram feitas análises geológicas. A partir dos dados obtidos, surgiu-se a necessidade de continuar as pesquisas no sentido de entender essa possível ocupação pleistocênica. Por isso, os estudos que se iniciam agora, no projeto de doutorado em questão, pretendem focar na questão do paleoíndio, retomando as pesquisas no sítio supostamente de 14.500 AP (Boa Esperança II), além da análise de outros com datações antigas da região - Pitangueiras II (Municipio de Pitangueiras), Bauru I (municipio de Bauru) e Carcará (municipio de São José dos Campos) para compreender como se deu essa ocupação mais antiga no Estado de São Paulo. Fabrício Bernardes Fomento: Universidade Federal de Rio Grande - FURG A questão da distribuição de montículos artificiais no Município de Rio Grande - RS. Resumo: Nas proximidades do distrito do Povo Novo, no Município do Rio Grande – RS há uma grande quantidade de montículos artificiais que são regionalmente conhecidos como cerritos. Estes estão inseridos em uma região bastante especifica característica da margem da Lagoa dos Patos. Essa paisagem se destaca pela presença de dunas, banhados e campos. É então possível constatar que esses montículos foram instalados em um ambiente bastante diversificado. Na base dessa observação esse trabalho tem por objetivo discutir a distribuição espacial desses montículos. A discussão foi elaborada a partir de três pontos: o registro de localização dos montículos; o ambiente onde eles estão inseridos e os modelos interpretativos que já foram desenvolvidos para explicar a ocorrência de tais montículos. Por fim chegou-se a duas hipóteses diferentes que explicam a forma que esses montículos estão inseridos na região. 45 Francisco Antonio Pugliese Junior Co-autores: Carlos Augusto Zimpel Neto, Thiago Berlanga Trindade, Tiago Hermenegildo e Laura Pereira Furquim Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: IPHAN-AC; Capes; CNPq O Sítio Sol de Campinas e a Variabilidade Cultural no Sudoeste Amazônico: entendendo a relação entre estruturas monticulares e geoglifos no estado do Acre Resumo: O sítio Sol de Campinas localiza-se no município de Senador Guiomard, no leste do estado do Acre. Sua porção central é atualmente composta por quinze montículos, dispostos por um arco elíptico em torno de uma “praça” central que, originalmente, ultrapassava os 15.000 m² de área. O entorno desse local apresenta estruturas semelhantes a outros sítios conhecidos naquela região, tais como valas e leiras – que delimitam as formas geométricas que compõem os famigerados geoglifos – e “estradas” formadas por estruturas lineares que foram construídas a partir das porções periféricas do sítio. Nesta apresentação pretende-se demonstrar como a análise dos contextos em sítios monticulares como o Sol Campinas pode ser usada para a investigação das relações entre esses locais e diversos outros tipos de sítios com estruturas em terra da região. Evidenciando uma estratigrafia muito bem preservada, em que foi possível identificar estruturas construtivas e de ocupação, os resultados da escavação de um dos montículos do Sol de Campinas têm contribuído para o estudo da variabilidade arqueológica regional e os dados obtidos lançam uma nova luz sobre a emergência da complexidade cultural no sudoeste da bacia amazônica Francisco de Assis Sabadini Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Fapesp A cerâmica geométrica da Ática (1100 - 700 a.C.): Tradição e Inovação Resumo: Durante o Período em que a Grécia foi caracterizada pelo sistema palaciano micênico, séculos XVI e XII a.C., a sociedade era regida por certa homogeneidade no campo político e cultural. Contudo, já no século XIII a.C.iniciou-se a queda progressiva desse sistema social, político e cultural. A então sociedade micênica experimentou seu colapso final por volta de 1100 a.C. Se, por um lado, o fenômeno solapou as estruturas da tradição antiga, por outro, funcionou como vanguarda para a emergência das culturas da Idade do Ferro. Esse evento de via dupla é o foco deste trabalho, pois tendo como fonte a cerâmica ática produzida entre 1100 e 700 a.C. é que se busca compreender e delinear esse processo. Houve a manutenção, em maior ou menor grau, de certos cânones socioculturais, bem como o seu oposto: as modificações e inovações. A cerâmica tem lugar nessa conjuntura devido a sua característica em reter uma parte das impressões valorativas, estéticas e culturais da sociedade que a produziu. Busca-se uma análise comparada das cerâmicas produzidas na Ática durante os períodos Submicênico, Protogeométrico e Geométrico, apontando os elementos formais e ornamentais que seguem longa tradição entre os estilos cerâmicos dos respectivos períodos. As inovações também não podem ser negligenciadas, pois são parte deste processo e concorrem com a tradição. 46 Gabriel da Silva Araujo Universidade de Santo Amaro - UNISA Religião e Política: Alexandre, o Grande e sua legitimação religiosa no Egito sob o olhar da iconografia monetária Resumo: Esta pesquisa pretende analisar o papel da religião na legitimação do poder de Alexandre o Grande no Egito, sobretudo na análise da iconografia de moedas antigas cunhadas sob o governo alexandrino e de seus generais, evidenciaremos os aspectos que auxiliaram Alexandre na sua afirmação política. Nosso objetivo geral é destacar o importante papel que esse mecanismo trouxe para a dominação e a criação de um “Alexandre divino”, além das moedas traçamos um paralelo entre a tradição escrita sobre Alexandre, e a cultura material, a priori sob a luz de seus principais biógrafos antigos, Plutarco, Ariano de Nicomedia, Quinto Cúrcio, nos escritos de, Heródoto e Daniel e seus principais pesquisadores dos últimos séculos: Johann Gustav Droysen, Claude Mossé, Peter Green e Pierre Briant. A análise monetária se baseará na interpretação de signos, símbolos e iconografia religiosa utilizadas pelo o rei macedônio com o intuito de construir uma imagem divinizada sob a religião grega e egípcia, através de suas próprias crenças e tradições, legitimando seu domínio no Egito e em outras localidades do Oriente próximo e médio Oriente, destacaremos estes aspectos através da história cultural que nos permite analisar diferentes documentos e ciências neste caso: Arqueologia e Numismática. Gabriel Frechiani de Oliveira Co-autores: Suely Gleyde Amancio Martinelli e Soraia Dias de Brito e Silva Universidade Federal de Sergipe - UFS Considerações acerca do Complexo Estilístico Serra Talhada, Parque Nacional Serra da Capivara: um estudo de caso. Resumo: O presente trabalho tem por objetivo realizar considerações acerca do O Parque Nacional Serra da Capivara está situado na região sudeste do Estado do Piauí, entre os municípios de Coronel José Dias, João Costa, Brejo do Piauí e São Raimundo Nonato, abrangendo uma área de aproximadamente 130.000 hectares. Essa unidade de conservação apresenta uma grande concentração de sítios arqueológicos que possuem evidências da presença de grupos humanos pré-históricos, em especial no que tange à arte rupestre. O presente trabalho tem por objetivo realizar considerações acerca do complexo estilístico Serra Talhada de pinturas rupestres pertencentes a tradição Nordeste localizado no Parque Nacional Serra da Capivara, no estado do Piauí. A tradição nordeste de pinturas rupestres é composta de duas subtradições: a subtradição Várzea Branca, contendo três estilos Serra da Capivara, Serra Talhada e Serra; e a subtradição Salitre. O principal intuito desse trabalho é refletir acerca das transformações desse estilo ao longo das últimas décadas e discutir se abordagem fundamentada nas tradições e estilos fornecem explicações para elucidar as novas problemáticas do estudo da arte rupestre. 47 Gabriela Oppitz Co-autores: Paulo DeBlasis, Murilo Q. R. Bastos, Luciane Z. Scherer, Andrea Lessa, Veridiana T. S. Martins, Liliane A. Petronilho Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Capes; Fapesp Pensando sobre mobilidade, hierarquia e violência: análise de isótopos de estrôncio e das práticas mortuárias do sítio conchífero Armação do Sul, Florianópolis/SC Resumo: Há uma intensificação nos processos de mudança relacionados aos sítios conchíferos do litoral catarinense a partir de 2000 AP, marcada por transformações tanto de escala regional quanto local que culminaram no posterior abandono da formação desse tipo de sítio. Por meio da determinação das razões isotópicas de estrôncio (87Sr/86Sr) presentes no esmalte dentário dos indivíduos sepultados no sítio Armação do Sul (Florianópolis/ SC), juntamente com a análise das práticas mortuárias associadas a esses sepultamentos e o estabelecimento de uma cronologia que associa informação estratigráfica com datações obtidas para diversos esqueletos, procuramos compreender melhor as mudanças que ocorrem no sítio Armação do Sul e no contexto maior dos sítios conchíferos do litoral de Santa Catarina. Os resultados obtidos indicam que os processos de mudança possivelmente se desenrolaram diferentemente em porções litorâneas distintas do litoral catarinense e que, no caso do sítio Armação do Sul, as mudanças observadas podem estar relacionadas a um quadro que envolve maior circulação e incorporação de indivíduos de diferentes partes do litoral central, desenvolvimento de uma hierarquia social mais claramente observável no registro arqueológico e aumento da violência. Gilberto Guitte Gardiman Co-autor: Leandro Matthews Cascon LEEH-IB-USP; Museu de Arqueologia e Etnologia-USP Microvestígios e Arqueologia Resumo: Diversos micro vestígios de origem biológica são usados, às vezes em conjunto, para discriminar a presença de vegetais em artefatos cerâmicos, líticos, de madeira, cálculos dentários, solos, e outros suportes. A identificação de vegetais úteis abrange aqueles utilizados na alimentação, confecção de roupas e objetos, pintura do corpo etc e constitui terreno ainda pouco explorado na Arqueologia brasileira.Será apresentado um estudo de caso, em que se trata de desenvolver técnicas de detecção, isolamento e identificação de grânulos de amido e fitólitos em resíduos carbonizados. Agradeço a alteração no resumo, para que se tenha mais delimitado o tema a ser exposto. 48 Gisele Oliveira Ayres Barbosa Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO Religião e poder aristocrático: algumas reflexões a partir das moedas republicanas romanas do século II a.C Resumo: No século II AEC, moedas são espaços que refletem as disputas aristocráticas que ocorrem dentro da República Romana. Através da iconografia numismática, membros das famílias importantes de Roma relembram ao povo e a seus pares seus diferenciais em relação aos demais. Dentre estes diferenciais, além das magistraturas exercidas ou das vitórias militares obtidas pelos ancestrais, também podiam ser referenciadas funções sacerdotais ocupadas por antepassados ou uma suposta ascendência divina da gens. Referências religiosas estão presentes com frequência nas cunhagens monetárias da Antiguidade, mas, neste momento em Roma, assumem formas particularmente variadas. Utilizando o conceito de Bourdieu (1983) apropriado por Hölkeskamp (2010) para o estudo da República Romana, pretendemos traçar algumas considerações sobre como estas referências integram o “capital simbólico” da aristocracia, uma cuidadosa coleção de honras ancestrais, equivalente à herança particular de uma família, continuamente acumulada e acessada através da posse de um nome gentílico. A comunicação é parte dos resultados da pesquisa que vem sendo desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro-UNIRIO, Doutorado em História, a qual tem como fontes as moedas da Coleção de Numismática do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro. Gladys Mary Santos Sales Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Estruturas de Poder e Patronato nas Representações Discursivas da Moeda, na Palestina Romana – séculos III ao VI d.C. Resumo: Objetiva-se a compreensão das Estruturas de Poder e Patronato observadas nas Moedas cunhadas nas províncias romanas da Palestina (Neapolis/Nablus; Aelia Capitolina/Jerusalém e Cesareia), entre os séculos III e VI d.C. Pretende-se obter dados referentes a emissão, circulação, iconografia e legendas monetárias, para o entendimento dos possíveis padrões de interações político-administrativa, sociocultural e religiosa de Roma com as elites locais e vice-versa, relacionados ao Patrocínio provincial. O discurso de poder representado nas moedas, é elemento linguístico que é construção social, por isso, esta pesquisa apoia-se nas epistemologias arqueológicas existentes, numismáticas, antropológicas, sociológicas, históricas, e da contribuição da teoria da Multimodalidade, para a verificação da intencionalidade persuasiva presente nas séries monetárias, associada ao contexto sociocultural dos séculos III ao VI d.C. na Palestina romana. Faz-se necessário a reflexão da cultura material (moeda) e suas representações imateriais (estruturas de poder e patrocínio), para o entendimento de dois questionamentos – i)Quais princípios socioculturais alicerçaram o patrocínio das elites locais em relação a comunidade provincial na Antiguidade Tardia? ii)Qual a contribuição da amoedação da Palestina romana para veiculação e legitimação das estruturas de poder e patronato na região, no Período Romano Tardio e início do Bizantino? Palavras-chave: Monetarização. Palestina Romana. Poder e Patronato. 49 Gláucia Gajardoni de Lemos Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Fapesp Monumentalização do espaço grego e as representações de poder: Atenas e Siracusa Resumo: Esta comunicação apresenta alguns resultados obtidos durante pesquisa de mestrado desenvolvida no Laboratório de Estudos sobre a Cidade Antiga (MAE-USP), na qual foram reunidos dados referentes às pólis gregas de Atenas, na Península Balcânica, e Siracusa, na Sicília, a fim de compreender em que medida os critérios de organização do espaço e os projetos arquitetônicos são influenciados pelo desenvolvimento político e social daquelas populações. Assim como Atenas, a pólis de Siracusa foi marcada pela alternância de governos oligárquicos, democráticos e severas tiranias que recorreram à monumentalidade para comunicar, preservar e ampliar seus poderes em face da comunidade cívica. Igualmente é notável o ímpeto expansionista que levou ambas as cidades a participarem ativamente da fundação de apoikias (novos assentamentos fundados por imigrantes gregos) e de conflitos econômicos e territoriais com outras pólis. Dessa forma, pretende-se discutir a ideia de ser a monumentalização no espaço grego instrumento de um “discurso” ou “narrativa visual” que define normas de comportamento e estabelece hierarquias sociais, além de expressar materialmente os valores daqueles grupos. Glauco Constantino Perez Co-autores: Marisa Coutinho Afonso e Lúcio Tadeu Mota Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: CAPES/CNPQ Tupi e Jê no Cenário Paulista – Para uma abordagem metodológica Resumo: O que se pretende apresentar nesse resumo é a proposta metodológica da pesquisa de doutoramento do primeiro autor e alguns resultados parciais. Essa pesquisa se desenvolve desde junho de 2013 e passados dois anos de trabalho, é possível realizar algumas reflexões a respeito do tema sugerido. Este trabalho preza por estudar o contato entre grupos ceramistas que ocupavam um espaço bastante específico entre as bacias dos Rios Tietê e Paranapanema no Estado de São Paulo. A bibliografia descreve este espaço como uma região de contatos entre os povos, mas ainda há poucos estudos sistemáticos. Vasta bibliografia foi levantada: fichas do Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA), teses, dissertações, publicações, livros e relatórios dispersos por muitos arquivos e bibliotecas e a reunião dos dados, em um único banco desenvolvido, nos auxilia a cruzar as informações a partir de metodologia interdisciplinar, que envolve, de maneira geral, a estatística, os Sistemas de Informações Geográficas (SIG) e as simulações virtuais em software adequado. Com isso, é possível observar e compreender os sistemas de distribuição dos sítios arqueológicos pela paisagem, períodos de ocupação e regiões com concentração de sítios, isto é, áreas com maiores pesquisas no ramo. Além disso, essa região é amplamente afetada pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal e essa pesquisa contribuirá para o conhecimento e preservação do patrimônio arqueológico regional. 50 Grasiela Tebaldi Toledo Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: CNPq Gestão Multidisciplinar do Patrimônio Arqueológico: algumas reflexões Resumo: As discussões atuais em Arqueologia apontam que a produção de conhecimento se torna mais relevante quando há aproximação com a complexidade social e seus diferentes atores. Assim, há alternativas para que a práxis arqueológica envolva demais agentes interessados na construção do conhecimento, em diferentes escalas. O projeto de doutorado “Gestão do Patrimônio Arqueológico: Arqueologia da Escravidão, Museologia e Conservação na Charqueada Santa Bárbara, Pelotas/RS” pode contribuir com essa reflexão na medida em que apresenta uma mudança metodológica no que se refere à gestão do patrimônio arqueológico e uma nova postura teórica em relação ao estudo das charqueadas pelotenses, dando ênfase ao patrimônio relativo à escravidão. A principal premissa do projeto é a importância da relação entre áreas do conhecimento (Arqueologia, Museologia e Conservação), que apresentam reciprocidades, mas que, ao mesmo tempo, estão distanciadas por diversas questões, tanto de cunho teórico-metodológico, como também de consolidação das disciplinas nas instituições de pesquisa. Assim está sendo realizado um diagnóstico dessa relação interdisciplinar, para que a extroversão dos acervos (para a comunidade científica, para demais grupos interessados e para a população de forma geral) aconteça de forma qualificada, tanto pela conservação dos materiais, como pela aplicação da cadeia operatória de procedimentos museológicos aplicados à Arqueologia. Guilherme Zdonek Mongeló Museu de Arqueologia e Etnologia – USP Fomento: Capes O Período Formativo - Reflexões sobre a periodização das formas de relação social nas Terras Baixas Sul-Americanas Resumo: O período Formativo é a expressão da periodização dos tempos históricos fruto de uma corrente epistemológica de forte peso na academia. Corresponde a uma etapa evolutiva onde as sociedades americanas pré-históricas tornaram-se sedentárias e agrícolas, rumo ao desenvolvimento de estruturas estatais; consolidou-se como a atualização da Revolução Neolítica da Eurásia. O impacto dessa perspectiva foi tão grande nos últimos 50 anos que, no contexto de produção científica das terras baixas sul-americanas, a teleologia da utilização de tais definições não foi alvo de estudo de nenhum arqueólogo. O presente trabalho intenta debater questões ligadas às implicações teóricas da utilização do termo “Formativo”, como definidor de mudanças sócio-econômicas profundas nas sociedades pré-cabralinas da bacia amazônica, a origem do conceito, a utilização desmedida do termo e as contradições epistemológicas. Para que não se torne uma enfadonha discussão puramente teórica, serão apresentados exemplos arqueológicos e etnográficos da forma de organização das relações sociais das sociedades ameríndias, pré e pós contato, revelando uma visão distinta de periodicidade do desenvolvimento dos habitantes da floresta tropical. 51 Henrique Antônio Valadares Costa Co-autora: Neide Barroccá Fáccio Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Capes Uso da história (crítica) na recuperação e gestão do acervo arqueológico: o material do PRONAPA no Estado do Espírito Santo. Resumo: Como parte do projeto de mestrado “Arqueologia do Estado do Espírito Santo: subsídios para gestão do patrimônio arqueológico no período de investigação acadêmica de 1966 a 1975”, além do resgate informativo e a organização do acervo arqueológico obtidos durantes as pesquisas desenvolvidas entre 1966 e 1975, foram investigadas os pressupostos teórico-metodológicos utilizados na época, mas sua relação com a inserção do índio na sociedade capixaba, onde foi possível verificar uma politica mais agressiva de invisibilação politica e social (vazios narrativos e geográficos) entre os séculos XIX e na primeira metade do século XX. Tendo essa politica, refletido consideravelmente no processo de musealização da arqueologia no Espírito Santo e como a sociedade enxergava o acervo localmente. Por sua vez, a investigação crítica desse processo oferece maiores perspectivas, como recurso metodológico na gestão desse patrimônio, ampliando as possibilidades de inserção social por politicas educacionais, além de conferir maior tridimensionalidade ao acervo em si. Ingrend Guimarães Cornaquini Arqueologia Experimental: Algumas Perspectivas Teóricas Resumo: O campo arqueologia experimental é embrionário no Brasil. Os poucos trabalhos realizados sobre a temática são de ordem muito prática. Não demonstram clareza no arcabouço teórico do campo arqueologia experimental, e as poucas citações são bem sibilinas. O que enfatiza uma imagem de que os experimentos em arqueologia são ignorados, na sua maioria, primeiro pela falta de bases teóricas fortes, resultando em uma aplicabilidade genérica em testar hipóteses arqueológicas, e segundo pela falta de rigor e atenção aos processos científicos experimentais em todas as etapas de planejamento, execução, registro e análise. O objetivo deste trabalho é corroborar com a sedimentação teórica do campo arqueologia experimental na arqueologia brasileira. Nesta correlação do objeto de estudo/prática é muito comum confundirem o termo experimental com o ato de experiência. São coisas diferentes. Na experiência não conseguimos escapar do nosso próprio habitus. Já o experimento tem como objetivo ser replicado. A experiência individual é única, e o experimento é especificamente sistemático. É criado para testar hipóteses, não para oferecer experiência à pessoa do pesquisador. Partindo do princípio que a arqueologia experimental busca testar, avaliar e explicar método, técnica, suposições, hipóteses e teorias em qualquer e todos os níveis da pesquisa arqueológica (Ingersoll e Macdonald, 1977: xii), apresento o campo da arqueologia experimental, sua origem e como este vem sendo introduzido no Brasil. 52 Isabel Cristina Catanio Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Capes O oîkos na apoikia: o domicílio grego e sua especialização no Mediterrâneo Ocidental Resumo: A casa grega pode, enquanto materialidade do registro arqueológico, nos revelar vários aspectos do modo de vida dos antigos gregos, através de depósitos e da estrutura arquitetônica do edifício doméstico em si. Regras e hábitos sociais referentes a diversas esferas da vida privada são desvelados ao longo do estudo da casa, assim como a relação do oîkos com o organismo urbano ao qual pertence. Em nossa apresentação, colocaremos a importância do estudo da casa grega enquanto espaço especializado na configuração da pólis, e seu papel enquanto instrumento simbólico e metodológico para a compreensão do modo de vida dos antigos gregos, do modo como organizavam suas cidades, e das relações que possuíam com outros povos, considerando o exemplo da apoikia focéia de Empórias, localizada na atual região da Catalunha, na Espanha. Isabela Cristina Suguimatsu Universidade Federal de Minas Gerais Fomento: Capes Adornos e aviamentos entre os escravos da senzala do Colégio dos Jesuítas (Campos dos Goytacazes – RJ, 1800-1850) Resumo: No âmbito das pesquisas arqueológicas realizadas na senzala do Colégio dos Jesuítas de Campos dos Goytacazes – RJ, analiso as variações diacrônicas e espaciais de objetos pessoais e de uso cotidiano dos escravos durante a primeira metade do século XIX, como ornamentos (contas de colar, anéis, pingentes) e pequenos itens que compõem o vestuário (botões, colchetes). Além do sentido utilitário, objetos como esses refletem escolhas e gostos, bem como podem nos dizer algo sobre identidades e sistemas de valores e crenças. A partir do cruzamento de fontes documentais e arqueológicas, procuro interpretar o sentido dessas variações. De uma parte, estão relacionadas a processos sociais e econômicos mais amplos que envolveram o crescimento da produção açucareira e o maior afluxo de trabalhadores escravizados para a região, o que possivelmente gerou impactos sobre a disponibilidade, o acesso e, num sentido mais subjetivo, as preferências a determinados produtos no mercado local. De outra parte, apontam para mudanças na relação entre senhores e escravos, provavelmente relacionadas com a troca de proprietários da fazenda. Jaime de Santana Oliveira Co-autora: Jóina Freitas Borges Fomento: Capes Memória e patrimônio arqueológico: vozes sertanejas na área do Parque Nacional Serra Capivara Resumo: Este trabalho, através dos aportes teóricos da arqueologia pública e da arqueologia colaborativa, busca discutir a valorização e visibilidade da memória de sertanejos da área arqueológica do Parque Nacional Serra da Capivara (PNSC) em relação aos seus espaços e o patrimônio arqueológico. A região de São Raimundo Nonato (PI) e cidades do entorno foram ocupadas inicialmente por grupos nativos denominados Pimenteiras. A partir da segunda metade do século XVIII, foram instaladas fazendas de gado, gerando assim, com o processo de expansão da pecuária, uma série de conflitos com esses indígenas. Nas décadas finais do século XX a região ganhou destaque no cenário nacional por conta da grande quantidade de sítios arqueológicos descobertos e pesquisados pela Missão Franco Brasileira e mais conflitos ocorreram em virtude das ações de desapropriação para a criação do Parque Nacional (PARNA). Apesar da área ser pesquisada há mais de quarenta anos, existe uma lacuna de pesquisas sobre a memória das comunidades tradicionais que ocupam a região. Neste contexto, levantamos o problema: qual a relação de memória das comunidades do entorno do Parque Nacional Serra da Capivara com o patrimônio arqueológico e com o PARNA? Como pode-se estabelecer uma valoração simétrica em relação à memória das pessoas e a conservação dos espaços arqueológicos? 53 Janaina Silva Xavier Centro Universitário Adventista de São Paulo - UNASP-EC Políticas Públicas para os Museus de Arqueologia: Plano Nacional Setorial de Museus (PNSM) Resumo: Esta comunicação pretende analisar o Plano Nacional Setorial de Museus (PNSM), implementado pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) no ano de 2010 e com prazo de execução até o ano de 2020. A apresentação destacará em especial a forma como o plano foi construído, sua estrutura e o que propõe para os museus de arqueologia, com ênfase nas nove diretrizes, dezoito estratégias, trinta e seis ações e as metas apontadas. Essa crítica se justifica por discutir os caminhos da política pública estabelecidos pelo governo federal brasileiro para os museus de arqueologia. O PNSM já tem quatro anos de criação e ainda restam seis anos para o setor museal ser norteado pelo documento. Essa forma de gerir os museus brasileiros por meio de políticas nacionais específicas é recente no país e o PNSM é a primeira iniciativa nesse formato, antecedido pela Política Nacional de Museus (2003) e o Estatuto de Museus (2009) e com isso exames e discussões sobre o tema são pertinentes e necessários, numa perspectiva de novos desdobramentos que possam se descortinar num futuro próximo. Jéssica Mendes Cardoso Co-autores: Rafael de Farias e Deisi Scunderlick Eloy de Farias Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL Fomento: Agência de Inovação e Empreendedorismo da Unisul - AGETEC Zooarqueologia do abrigo sob rocha caçador-coletor RS-TQ-140 Resumo: Análises de vestígios da fauna em pesquisas arqueológicas tem um papel fundamental para a compreensão de grupos pré-históricos, pois podem representar restos alimentares e elementos rituais que inferem em atividades de seleção, captação e processamento dos recursos naturais. Estas atividades estabelecem padrões de comportamento e permite o estudo da ecologia humana no passado. O material zooarqueológico do sítio caçador-coletor RS-TQ-140 tem especial relevância, por representar maior parte do material coletado das escavações realizadas pelo GRUPEPArqueologia em 2013. Ao todo, foram contabilizadas 10.068 peças relativas à fauna, entre elas foi possível identificar espécies de moluscos, mamíferos, aves e répteis, além de anfíbios e peixe em menor número. A forte presença dos mamíferos inferem em intensas atividades de caça. Notouse vestígios de corte e queima em ossos e dentes de cervídeos, porcos do mato e lagartos, que podem indicar o processamento desses animas para consumo. Em relação às aves, foi verificada a presença de cascas de ovos de ema e fragmentos de bico de pássaros semelhantes às galinhas (família Tinamidae), ambas presentes nos demais sítios na região. A partir disto, pode-se pensar em questões de adaptação e apropriação do ambiente em que estes grupos humanos pretéritos estavam inseridos, onde utilizaram elementos paisagísticos para escolha do local onde se estabeleceram e a partir daí buscavam sua subsistência nos recursos oferecidos pelo bioma. 54 Joanna Troufflard Universidade da Flórida Fomento: Capes História das interações regionais entre comunidades indígenas do Baixo Tapajós nos períodos pré-coloniais e coloniais (Pará, Brasil). Resumo: O recente aumento de pesquisas arqueológicas na região do Baixo Tapajós, em particular na área do platô de Belterra, vem demonstrando que esta área constituiu um cenário importante para o desenvolvimento de sociedades complexas no passado. O presente trabalho encontra-se inserido em minha proposta de doutorado e tem como objetivo verificar as interações regionais que ocorreram entre comunidades produtoras de cerâmica do horizonte Inciso e Ponteado do Baixo Tapajós nos períodos pré-coloniais e coloniais. Este estudo será conduzido através de três escalas espaciais: 1) comunidades cerâmicas do platô de Belterra, 2) relações entre comunidades cerâmicas do platô de Belterra com comunidades cerâmicas do rio Tapajós, e 3) interações das comunidades cerâmicas do platô de Belterra com comunidades cerâmicas da região do rio Nhamundá-Trombetas. A principal hipótese deste estudo refere-se a diversidade das indústrias cerâmicas nas áreas de platô e rio e as mudanças culturais resultantes da chegada dos Europeus na região. A metodologia proposta consiste em análise cerâmica associada com análises químicas e petrográficas afim de obter caracterização das pastas cerâmicas e identificação das fontes de argila. Ao final do estudo espera-se alcançar caracterização detalhada das indústrias cerâmicas do platô de Belterra, com enfoque para demonstração de mudanças culturais e possíveis redes de trocas regionais nos períodos pré-coloniais e coloniais. Jorge Luiz Fabbro da Silva Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Capes A Religião Oficial do Reino de Judá: Um Estudo das Evidências Arqueológicas de Khirbet Qeiyafa, Tel Moza e Tel Arad Resumo: “Até aproximadamente meados do Século XIX, assumia-se que o que se podia saber da história do antigo Israel encontrava-se na Bíblia Hebraica, até então vista, em grande parte, como o relato de testemunhas oculares ou, pelo menos, próximas dos fatos históricos de que tratava. A partir dessa época, porém, os avanços da crítica literária desenvolveram a crescente convicção de que esses textos haviam sido produzidos muito mais tarde e que praticamente nada tinham a dizer a respeito dos fatos como realmente aconteceram. Desse modo, por não haver até então outra fonte além das literárias, a possibilidade de se conhecer algo a respeito de Israel e sua religião entre os anos 1200 e 586 a.C. tornou-se extremamente limitada. Esse quadro tem mudado significativamente nos últimos 150 anos, graças à intensa atividade arqueológica que disponibilizou uma nova fonte de informações, material, sobre a história de Israel e sua religião. Quanto à religião patrocinada pelo governo central, contudo, nenhuma evidência havia exceto o templo de Tel Arad (Séc. IX-VI a.C.). A ele, somam-se agora os santuários de Khirbet Qeiyafa, (Séc. X a.C.) e o templo de Tel Moza (Séc. VII a.C.), recentemente descobertos. Com base nesses dados recentes, este trabalho tem como objetivo explorar os contornos da relação mantida entre o governo de Judá e o culto durante a Idade do Ferro II.” 55 Juliana B. Cavalcanti M. T. PPHC-IH-UFRJ; LHER-IH/UFRJ Fomento: Capes Dura Europos como estudo de caso para as comunidades paleocristãs. Resumo: Dura Europos foi escavada na década de 1930 pela Universidade de Yale e a Escola Francesa de Letras. Nesta cidade, situada na região da Síria, foram localizadas três casas-templos respectivamente: uma casa-siganoga, uma casa-igreja e uma casa mitrática. Em todos os casos o que se observou é que a estrutura interna da edificação passou por pequenas adaptações para abrigar as necessidades e demandas de cada culto. Neste sentido, a partir da evidência material é possível propor paralelos sócio-arquitetônicos entre as três e perceber que os rituais de iniciação e manutenção das comunidades paleocristãs paulinas estão interagindo muito mais com o seu entorno religioso do que sendo uma ‘invenção’ das lideranças locais. Juliana Caldeira Monzani FFLCH - USP O papel de Creta na integração do Egeu ao Mediterrâneo oriental no 2o milênio a.C. Resumo: Os arqueólogos e historiadores que estudam do Oriente Próximo negam as interpretações historiográficas baseadas em Weber e Polanyi, que defendem o mundo antigo como essencialmente agrário e negam a importância das atividades comerciantes, pois estas estariam baseadas em interpretações incorretas tanto das evidências arqueológicas (a ausência de mercados), quanto dos textos (mito da economia do templo). Tais ideias, no entanto, continuam a influenciar os pesquisadores do Egeu onde as distâncias curtas, redistribuição e troca continuam a ser mais importantes do que o movimento de bens em longa distância através do comércio. Andrew e Susan Sherratt propuseram a combinação das teorias de sistema mundo e do modelo de consumo ostentatório de Wener Sombart para uma abordagem mais específica para o Egeu na Idade do Bronze. As teorias de Sombart se oporiam às de Weber no sentido em que para este último seriam os avanços na produção agrícola e as relações estruturais que resultam e permitem o comércio, enquanto que para o primeiro o incentivo ao comércio residiria no desejo da uma minoria em adquirir bens que tenham significado social, o que resultaria na intensificação da produção local especializada. Este processo dinâmico não é quantitativo, mas qualitativo, e resultaria na proliferação de centros e da concorrência entre eles. A ilha de Creta durante o 2o milênio a.C. seria um exemplo desse tipo de dinâmica e o objetivo da comunicação é o de apresentar tal abordagem. 56 Juliana Figueira da Hora Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Fapesp A Cerâmica de Figuras Negras Tasiense: Uma Perspectiva Contextual de Análise Material: Uso Social e Identidades Locais. Resumo: O objetivo desta comunicação é apresentar a proposta metodológica a ser trabalhada no Projeto de doutoramento em andamento. A cerâmica de Figuras Negras de Tasos, uma fundação grega do Norte do Egeu, é definida pelo seu ecletismo tanto em suas formas quanto em sua decoração. A tradição estilística advinda de Corinto, Atenas, Quios, Jonia do Norte, combinada com modelos orientalizantes trazidos de Paros, sua cidade fundadora, marca um estilo de Figuras Negras com características próprias. A proposta visa analisar o material em 3 áreas importantes de escavação na antiga Tasos: áreas de culto; zonas residenciais arcaicas e o Jardim da Casa da Escola Francesa. Juntamente à ásty, faremos um levantamento no ateliê de Phari, localizado na khóra de Tasos. O objetivo é compreender as oficinas locais de séculos VI e Va.C, seu funcionamento e distribuição interna. Ressaltamos a necessidade de trabalhar com os dados sob o aspecto social, por meio dos usos do material em contextos específicos, juntamente aos seus detalhes formais e decorativos. O contexto nos proporcionará a visualização da espacialidade como um importante vetor para uma proposta ampla de interpretação material. A definição de habitus do Bourdieu(1994) aplica-se na arqueologia por meio da teoria da rotina, ou seja, no sentido de extrair ideologia e identidades em determinados contextos, a fim de alcançar as marcas de comportamento na cultura material, tendo esta uma dimensão construtiva ativa das práticas sociais. Juliana Maria Brandão Moreira Universidade Federal de Minas - UFMG Fomento: Capes Arqueologia e Arquitetura da Loucura. Resumo: No mundo ocidental a loucura é uma construção social, e as formas de segregar os sujeitos enquadrados nesta “doença” mudaram com o passar do tempo, culminando com a criação dos manicômios. Através da Arqueologia da Arquitetura, pretendo mostar as estratégias de disciplinamento, controle e cura exercidas pelos manicômios, tomando como caso de estudo o Hospital de Neuro-psiquitria Infantil de Belo Horizonte (HNPI), o qual funcionou entre os anos de 1947 e 1980, cuja materialidade apresenta discursos de poder. Compreendendo que as construções arquitetônicas são superartefatos, a leitura da espacialidade do HNPI por meio da aplicação do modelo gamma permite-nos pensar alguns discursos não verbais apresentados pela materialidade de suas paredes, os quais são condizentes com as práticas de segregação e enclausuramento dos considerados loucos. 57 Juliana Maria Martins Universidade de Santo Amaro - UNISA Evidências de mumificação no período Pré-Dinástico do Antigo Egito, cemitério HK43 Resumo: O presente trabalho discute as práticas funerárias desenvolvidas durante o período Naqada IIA-C (3600- 3400 a.C), do antigo Egito. Hk43 é um dos maiores cemitérios de trabalhadores encontrados em Hierakonpolis, com cerca de 470 enterros escavados, dos quais 10% ainda permaneciam em boas condições. Entre as variedades das práticas de sepultamentos encontrados no local, havia a presença da substância resinosa embebida em linho, usadas para envolver a cabeça, os órgãos internos, e também preenchiam membros específicos, como mãos e mandíbula. Aparentemente, o tratamento artificial tinha como principal objetivo a preservação das articulações, e não da aparência. Porém, essa descoberta nos força a reavaliar as possíveis razões do desenvolvimento da mumificação, e o quanto ela estaria associada à religiosidade. Kollontai Diniz Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - USP Fomento: Fapesp Identificação de tipos e análise de desenho de letras como métodos auxiliares em Arqueologia Histórica — Estudo de caso com documentos da Imprenta Guaranítica Misionera Resumo: Aos impressos e manuscritos produzidos nas Reduções Jesuíticas Guarani (1609-1768) é reservado lugar de destaque na História da Imprensa no Novo Mundo. Os relatos dos padres geraram consensos ainda hoje repetidos na historiografia da região, sobre a habilidade dos guaranis para copiar letras e sobre a construção de todo o aparato para impressão — prensa construída com madeira local e tipos fundidos com liga de metais da região. Entretanto, análises do desenho das letras em livros da “Imprenta Guaranítica” fazem indagar se de fato fundiu-se tipos nas missões e revela a variedade de desenho de letras impressas e manuscritas ao invés da duplicação de modelos europeus. Os resultados são uma contribuição à historiografia que questiona o uso da documentação textual como única forma de testemunho da empresa missionária e que questiona o ponto de vista de onde a história desta produção livreira tem sido contada. Um ponto de vista que serve mais à manutenção da “rareza” dos livros guaraníticos do que ao esforço pela sua compreensão. Estes apontamos são subsidiados por métodos de identificação de tipos e análise de desenho de letras que talvez possam ser empregados de forma auxiliar em investigações no campo da Arqueologia Histórica. Assim, apresenta-se as análises dos documentos da “Imprenta Guaranítica Misioneira” como um estudo de caso, cujos limites e possibilidades estão abertos para discussão. 58 Larissa de Souza Correia Universidade de Santo Amaro - UNISA A deusa Atena e sua representação iconográfica em ânforas do século VI a.C. Resumo: A presente pesquisa visa propor um exercício de descrição iconográfica e análise iconológica para uma seleção de ânforas do século VI a.C., produzidas sobre a técnica de figuras negras e cuja representação iconográfica possui como referência a deusa Atena. A proposta deste exercício é compreender as formas de representação de Atena na cultura material selecionada, no caso um pequeno grupo de ânforas panatenaicas e não panatenaicas, de modo a refletir e discutir os possíveis papéis e atributos da deusa enquanto figura feminina , comparando-os com alguns recortes da documentação literária. A metodologia da pesquisa se constitui a partir da catalogação, descrição iconográfica e análise iconológica da cultura material selecionada e seu diálogo com algumas fontes escritas. Como resultados verificamos aspectos de complementaridade nos atributos da divindade que lhe caracterizam aspectos dos universos masculino e feminino, permitindo transitar entre ambos os espaços. Laura Pereira Furquim Co-autor: Francisco A. Pugliese Jr. Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Capes Arqueobotânica e Agricultura em Terra Firme na Amazônia: Avaliações Iniciais a partir do Sítio Sol de Campinas do Acre Resumo: O Sítio Sol de Campinas do Acre está situado no município de Senador Guiomard – AC, sendo formado por 25 montículos dispostos circularmente. Através de escavações e análises iniciais no âmbito do “Projeto de Pesquisa e Formação dos Sítios Espinhara e Sol de Campinas do Acre” (IPHAN – MAE), sabe-se que foi ocupado sucessivas vezes entre os século XI e XVII, apresentando, assim, as datas mais recentes para a região. Durante as escavações foram aberta duas trincheiras, somando um total de 11m², em que foi coletada grande quantidade de material orgânico, através do uso da peneira molhada para o processamento do sedimento. Tal material foi quantificado e passou por uma triagem inicial em laboratório. O objetivo da apresentação é situá-lo dentro do quadro previamente estabelecido para a região fronteiriça entre Brasil e Bolívia, composto por uma variedade de sítios, entre lomas, geoglifos, e sítios à céu aberto. Além disto, a partir da bibliografia produzida acerca do papel da agricultura em ambientes de terra firme, pretende-se refletir de que forma os modelos teóricos clássicos (Lathrap, Meggers, Roosevelt, etc.) e recentes (Balée, Erickson, Dickau) se encaixam neste contexto. Interpretações acerca do manejo de plantas são as bases para a construção de teorias acerca da agricultura, embora poucos sejam os dados produzidos. É através da Arqueobotânica que pretendemos lançar impressões iniciais acerca desta interação entre seres humanos e ambiente na terra firme acreana. 59 Leandro Elias Canaan Mageste Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Estilo, Função e Transmissão Cultural: reflexões sobre os ceramistas Tupiguarani da Zona da Mata mineira e do litoral de Araruama-RJ Resumo: O objetivo do presente trabalho é o de apresentar os resultados iniciais de pesquisa dedicada em promover a comparação de dois contextos arqueológicos no tocante a ocupação por ceramistas Tupiguarani. Trata-se da Zona da Mata mineira, particularmente os sítios pesquisados pela equipe do MAEA-UFJF; e Araruama, no litoral do Rio de Janeiro, estudada por Angela Buarque, do Museu Nacional/UFRJ. Por um lado, as áreas apresentam sítios com uma cultura material bem congruente em relação a pinturas e acabamentos plásticos de superfície, inseridos no mesmo período cronológico de ocupação. Por outro, algumas referências etno-históricas revelam a existência de possíveis conexões entre grupos locais Tupinambá situados no litoral e interior nos anos iniciais dos contatos com os colonizadores, especificamente na área de influência do recorte territorial delimitado. Para todos os efeitos, o quadro esboçado configura um cenário adequado para o teste de hipóteses referentes a processos de transmissão cultural e continuidade hereditária, de modo a oferecer explicações diacrônicas para a variabilidade e semelhanças detectadas. Em termos práticos, no intuito de pormenorizar as análises, vem sendo comparados os tipos de pasta, borda, acabamentos plásticos de superfície e pintura, escrutinados por meio das definições de estilo e função oferecidas por Dunnell (1978). Letícia Cristina Correa Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Capes Possíveis relações entre a Indústria Lítica do Abrigo do Alvo (Analândia-SP) com o sítio Alice Boer (Rio Claro-SP) Resumo: O trabalho a ser apresentado faz parte da pesquisa de Mestrado em desenvolvimento no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo. Na região de Rio Claro é sabido que há uma sobreposição de níveis arqueológicos, o que sugere um período de longa ocupação. Através dessa sequência, pode-se tentar entender as direções da evolução tecnológica pré-histórica que ali ocorreram. O sítio Alice Boer através da datação de C14 resultou em uma idade de 14200 +/- 1150 AP de acordo com Maria Beltrão. Já o sítio Abrigo do Alvo, cuja escavação foi coordenada por Astolfo Araujo, através do projeto FAPESP “A ocupação Paleoíndia no Estado de São Paulo”a datação realizada pelo método do C14 resultou em 6.500 AP +/- 1.500. O estudo, portanto, pretende caracterizar a indústria lítica do Abrigo do Alvo, com base nas análises de Tom Miller visando estabelecer comparações com os vestígios líticos do sítio arqueológico Alice Böer. 60 Leticia Ribeiro Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: CNPq Estudos iconográficos da cerâmica guarani no nordeste paulista. Resumo: O presente trabalho tem como objetivo realizar um levantamento de coleções arqueológicas que apresentam decoração pintada e que estão associadas à presença de grupos indígenas Tupi-Guarani no interior paulista, a fim de estabelecer um panorama geral da atual situação de tais coleções para futuras análises iconográficas. A pesquisa em questão terá como recorte geográfico a região nordeste do estado de São Paulo, mais especificamente o vale entre os rios Pardo e Mogi-Guaçu. A cerâmica arqueológica pintada Tupiguarani é capaz de nos trazer informações que cabem ao universo sensível e cosmológico dos povos que as produziram. Seus traços, muitas vezes entendidos pela sociedade ocidental como uma manifestação artística, são na verdade marcos de um sistema simbólico de comunicação que atua no (in)consciente coletivo, contribuindo assim na criação de uma identidade entre os membros do grupo. Lilian de Angelo Laky Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Fapesp Moedas, santuários e contexto único de produção: o lugar da documentação numismática no estudo do culto de divindades na pólis grega. Resumo: Em pesquisas sobre as divindades gregas nas póleis, de um modo geral, predominam enfoques baseados apenas em evidências advindas de seus santuários ou de sua representação em moedas gregas. Quando ocorre de ambos os tipos de documentação serem evocados em uma mesma investigação sobre culto, dá-se uma ênfase maior ao estudo dos santuários e as evidências numismáticas são relegadas a uma mera complementação, ou seja, aparecem como confirmação da presença do culto em um dado lugar. Nessa comunicação, nossa intenção é mostrar como a associação entre moedas e santuários, quando considerados com mesma importância de análise e interpretação em uma dada pesquisa, pode trazer resultados mais completos sobre mudanças do culto ao longo do tempo. E como as evidências numismáticas, em especial, podem fornecer informações sobre fenômenos específicos que enriquecem a compreensão da função / esfera de atuação de uma divindade em uma dada cidade. Apesar de possuírem metodologias próprias, moedas e santuários têm em comum o caráter de oficialidade e de identidade da pólis: provêm de um único contexto histórico. São produções formais da pólis e mesmo tendo público e razões diferentes, se articulam e pertencem a tradições culturais únicas, a contextos de produções únicos. 61 Lorena Luana Wanessa Gomes Garcia LINTT e PPG-MAE-USP Fomento: Capes Yvytyrapitera é no alto do morro: reflexões sobre a temporalidade das paisagens do Xingu Resumo: O Xingu, desde o século XVII, vem sendo ocupado pelas frentes de expansão colonialista que tiveram um profundo impacto sobre as populações indígenas que viviam nesta região de terra firme amazônica. Nessa região, as Terras Indígenas (T.I.) não são apenas resultado de um amplo projeto colonialista que envolve a subordinação e a territorialização das populações indígenas que aí vivem, mas representam também recortes de territórios que remetem á organizações sociais que existiam no passado. Durante a minha pesquisa de doutorado ainda em curso, venho participando da pesquisa arqueológica na Terra Indígena Koatinemo junto aos Asurini do Xingu, na Amazônia Oriental. Essa prática arqueológica vem possibilitando refletir sobre o movimento dessas paisagens da T.I. Koatinemo ao longo do tempo. Esse ponto de vista dialoga com abordagens de uma Arqueologia do Presente, que se propõe a ir além da biografia dos artefatos e analisar as relações históricas entre as pessoas, os lugares e as coisas. A prospecção do sítio Yvytyrapitera – nome Asurini que significa no alto do morro, é o que delineia a narrativa da presente comunicação, cuja experiência podemos dizer que resulta do envolvimento entre os arqueólogos e os Asurini do Xingu, que na vivência da prática arqueológica constroem diferentes narrativas sobre o registro arqueológico e sobre a maneira como esses são entrelaçados às paisagens. Luana Antoneto Alberto Co-autores: Robson A. Rodrigues, Leticia Ribeiro, Cleso Mendes Jr., Debora Simões, Natalia Carvalho Secretaria de Direitos Humanos - Presidência da República Expressões: o Homem, a Arte e o Tempo. Pensando a musealização dos registros rupestres do Estado de São Paulo Resumo: O presente trabalho tem como objetivo apresentar a exposição “Expressões: o Homem, a Arte e o Tempo” como resultado do processo de musealização dos registros rupestres paulistas. O trabalho aqui apresentado consiste em uma construção coletiva, realizada entre a Fundação Araporã, Museu de Arqueologia e Paleontologia de Araraquara (MAPA) e a arqueóloga Luana A. Alberto, a partir das discussões realizadas por Alberto na dissertação intitulada “Registros Rupestres de São Paulo: Conhecer para Preservar” defendida em fevereiro de 2014 no Programa de Pós-Graduação em Arqueologia do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. A exposição pretende provocar reflexões acerca do universo artístico e social que envolve as diversas formas de expressão humana por meio da arte, tendo como foco os registros rupestres como representações do pensamento humano. A proposta da exposição consiste em divulgar o atual Cenário Rupestre Paulista, sob uma ótica ampla que promova reflexão sobre sua importância enquanto patrimônio arqueológico e expressão de pensamento humano, acreditando que só se preserva aquilo que se conhece. 62 Lucas Antônio da Silva Museu Nacional - RJ Fomento: Faperj Entre cordas, anzóis, redes e gaiolas. Seguindo a cultura material na pesca artesanal Resumo: O estudo da cultura material é um campo vasto e que concentra diversas áreas do conhecimento. Esse caráter plural, sobretudo a partir da década de 1980, configurou aos Estudos de Cultura Material um status de disciplina independente. Nela, a Arqueologia ganha destaque, especialmente por se tratar da ciência que se dedica com maior atenção a cultura material em seus mais diversos contextos e tempos. A etnoarqueologia, por sua vez, considerada um campo da Arqueologia, busca através da etnografia a compreensão das dinâmicas materiais das populações do presente. Nesse sentido, busca-se com este trabalho, compreender os fluxos de vida e relações da cultura material na pesca artesanal, mais especificamente em uma comunidade de pescadores do litoral do Rio Grande do Sul. Para isso, utilizar-se-á três exemplos da cultura material, o espinhel, a rede e a gaiola de pesca Lucas Bond Reis Co-autores: Lucas Bueno e Thiago Umberto Pereira Laboratório de Estudos Interdiscipinas em Arqueologia - UFSC Fomento: Capes; CNPq O contexto arqueológico em Alfredo Wagner/SC. Resumo: O objetivo desta comunicação é problematizar a ocupação pré-colonial da área que abrange Alfredo Wagner, município localizado em uma zona de transição entre o planalto e litoral catarinense. Desde 2013, a equipe do LEIA/UFSC tem desenvolvido pesquisa no município motivada pelo interesse de um projeto de mestrado em compreender a ocupação Jê Meridional na área. A partir desta proposta, iniciamos um trabalho de levantamento de sítios visando compreender a variabilidade do registro arqueológico presente em Alfredo Wagner. Após conhecer o acervo que compõe o Museu de Arqueologia de Lomba Alta e realizar uma revisão na literatura, desenvolvemos atividades de campo no intento de localizar e reconhecer os sítios mencionados na bibliografia. Constatamos a existência de uma diversidade de sítios, os quais podem ser classificados nas seguintes categorias: abrigo sob rochas, lítico a céu aberto, estruturas e galerias subterrâneas. Estes contextos indicam que a área foi ocupada preteritamente por grupos de caçadores-coletores e por Jê meridionais. Contudo, acreditamos que há muito que se investigar em termos de tecnologia e território para que seja possível compreender cada uma destas ocupações na área. A fim de contribuir neste sentido, temos escavado um sítio de estruturas subterrâneas e pretendemos desenvolver intervenções em sítios líticos e em abrigos sob rochas, além de análises de coleções. 63 Luísa de Assis Roedel Co-autora: Fernanda Codevilla Soares Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG Cidade dos Vivos e Cidade dos Mortos: arqueologia urbana no Cemitério do Senhor do Bonfim, Belo Horizonte. Resumo: Em uma perspectiva contextual, crítica e simbólica, analisamos as relações entre o Cemitério Nosso Senhor do Bonfim e a cidade de Belo Horizonte, Brasil. Tivemos por objetivo analisar os discursos existentes nas quadras, ruas, túmulos, sepulturas, mausoléus e estatuário da cidade dos mortos. Enquanto um superartefato da cidade, entendemos que o estudo da materialidade do cemitério informa sobre a forma pelo a qual os diferentes grupos sociais que formavam a cidade dos vivos classificaram esse espaço social, exibindo sua própria maneira de ser no mundo e marcando de “modo visível e perpétuo a existência do grupo, da comunidade ou da classe” (Chartier 1991:183). O trabalho foi realizado a partir de visitações ao local, levantamento de fontes documentos e da Aplicação do Mapa Axial. A partir do levantamento realizado, podemos afirmar que a cidade de Belo Horizonte, na qual o cemitério está relacionado, se estruturou na unidade familiar patriarcal, católica, segregacionista, excludente e que compartilhava uma série de ornamentos padrões, mas que, ao mesmo tempo, construía fronteiras simbólicas que representavam distinção social e identidades entre seus mortos. Em tempos modernos, a materialidade das sepulturas e mausoléus foram utilizadas para demarcar fronteiras que delimitavam espaços sociais da vida na morte. Luiz Alberto Silveira da Rosa Co-autor: Felipe Benites Tramasoli Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG Entre a dimensão concreta das relações sociais e a caverna de Platão: problemas e limites do conceito de cultura material. Resumo: Inegável, a ideia de cultura material é um elemento central no pensamento arqueológico. Sua adoção não se limitou a disciplina, se expandindo a outras áreas e originando novas linhas de estudo em todo o espectro das ciências sociais. Mas, apesar dos sucessos e inovações, o conceito não é sem falhas sustentando diversas incongruências, centradas principalmente na dicotomia estabelecida entre o material e o imaterial. Essas rachaduras tem se expandido ainda mais nos últimos anos, com um crescente movimento por diversos autores de retorno às coisas, e crítica a oposições puras como estruturas explicativas capazes de abarcar a complexidade do mundo. Nesse contexto, há uma necessidade crescente de se discutir alternativas e possibilidades capazes de superar os entraves, e dilemas apresentados pela noção de cultura material. Seguindo nessa linha, nossa apresentação pretende expor o problema e propor novos pontos de vista, focados no caráter dinâmico da materialização do mundo pelo ser humano, e a necessidade de considerar nesse processo a capacidade de agência do observador e as qualidades intrínsecas das coisas que o cercam. 64 Luiz Carlos Medeiros da Rocha Universidade Federal de Sergipe - UFS Fomento: Capes Indústria lítica do sítio a céu aberto Gado Perdido, nordeste do Brasil: perspectivas iniciais Resumo: Tendo em vista discutir sobre as primeiras perspectivas surgidas com o desenvolvimento de pesquisas arqueológicas na região central do estado do Rio Grande do Norte, nordeste brasileiro, este trabalho adentra o trabalho desenvolvido para a construção de uma tese de doutorado, na qual são abordados outros sítios arqueológicos, além do sítio Gado Perdido, localizado no município de Santana do Matos. Busca-se diversas perspectivas acerca da indústria lítica lascada e também elencar características no que se refere a técnica, morfologia e cadeia operatória, afim de que ao final do seu desenvolvimento, possa conseguir inferir conclusões coerentes. Por ser um sítio a céu aberto e com uma quantidade surpreendente de material em superfície, com presença de instrumentos, infinidade de lascas e, em menor quantidade, núcleos, esse sítio amplia para vários questionamentos sobre o modo de vida dos artesãos que fabricavam esses materiais. Por se tratar de uma pesquisa em andamentos, as hipóteses estão sendo levantadas e questionadas tanto sobre esse modo de vida, relacionando o ambiente, possíveis cronologias e a tecnologia empregada nos materiais encontrados no sítio Gado Perdido Márcia Cristina Lacerda Ribeiro Universidade do Estado da Bahia - UNEB Fomento (anterior): CNPq Entre textos e pedras: os arqueólogos no santuário de Delfos Resumo: Dentre as inúmeras construções no Santuário de Delfos, indubitavelmente, o templo de Apolo é considerado o seu coração. O templo passou por sucessivos processos de destruição e reconstrução e foi objeto de observação de muitos antigos: Ésquilo, Eurípides, Píndaro, Heródoto (V a.C) e Pausânias (II d.C). De porte de tais relatos, os arqueólogos iniciaram seu trabalho. Eles só não imaginavam que estavam diante de referências de templos de períodos distintos. Frente às primeiras escavações, conduzidas por T. Homolle a partir de 1892, todos estavam irrequietos, pois apesar de descobertas importantes, a prioridade era encontrar o que se imaginava as métopas e os frontões do (mesmo) templo de Apolo, descritas por Eurípides e Pausânias, o que já parecia um sonho inalcançável. Muito tempo transcorrerá até F. Croissant, em um longo e minucioso estudo, publicado pela École Francaise d’Athènes, em 2003, sanar alguns mal entendidos das leituras do texto de Pausânias no que respeita a descrição dos frontões e restabelecê-los em seu contexto (século IV a.C.), o que só foi possível com um trabalho de reagrupamento, de reconstituição e de análise do conjunto das peças dos frontões. Depois desse longo percurso, entre idas e vindas, os textos de Eurípides e Pausânias foram definitivamente colocados em seu devido lugar. Objetivamos nessa comunicação mostrar um pouco desse percurso tortuoso do arqueólogo frente aos textos e as pedras. 65 Marcia Lika Hatori Co-autora: Ana Paula Moreli Tauhyl Secretaria de Direitos Humanos - Presidência da República Violação de direitos humanos e as contribuições da Arqueologia para os trabalhos de buscas e tentativas de identificação de desaparecidos no Brasil Resumo: Embora amplamente consensuada a contribuição do uso de técnicas, métodos e o arcabouço teórico da Arqueologia e da Antropologia Forense nos trabalhos de pesquisa sobre violação dos direitos humanos, no Brasil a atuação de arqueólogos é bastante tímida tendo apenas poucos trabalhos relacionados (FUNARI e OLIVEIRA, 2008; COIMBRA e BRASIL, 2006; EAAF, 1990) sendo ainda predominante a perspectiva médico legal nesses trabalhos. Desde Julho de 2014, arqueólogos, antropólogos e historiadores compõem parte de uma equipe constituída pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República conjuntamente com a Equipe Peruana de Antropologia Forense para os trabalhos de buscas e tentativas de identificação de desaparecidos políticos que possivelmente foram inumados na Vala Clandestina de Perus. Assim objetiva-se apresentar os métodos empregados e refletir sobre o conceito de multivocalidade nas relações com diferentes grupos, instituições e em especial, os sujeitos para o qual o trabalho é voltado: os familiares de mortos e desaparecidos. Marcio Luis Bauso de Figueiredo Co-autores: Marcia Maria Arcuri Suñer e Ignácio Alva Menenses Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Capes A Fortaleza Inca no Cerro Ventarrón: posto de vigia ou Ushnu sagrado? Resumo: Os trabalhos do arqueólogo Ignácio Alva Meneses no sítio arqueológico Ventarrón, Lambayeque -Peru, nos últimos oito anos, revelaram um complexo centro cerimonial (Huaca Ventarrón) que teria florescido em aproximadamente 4300A.P. A sequência estratigráfica revela ao menos 4.500 anos de ocupações de expressiva monumentalidade, datadas do Formativo Inicial até o Intermediário Tardio andinos. O Cerro Ventarrón é um marco importante na paisagem do vale do rio Reque. Na interpretação de Meneses, a Huaca Ventarrón e as estruturas em seu entorno apresentam aspectos claramente relacionados à tradicional fundação dos sítios daquele período, erigidos sobre la roca madre del cerro sagrado. Quatro mil anos após seu florescimento, Ventarrón foi alvo de ocupação atribuída aos Incas, observada nas estruturas encontradas no alto do cerro. Sabemos, pelo registro arqueológico e fontes coloniais, que a “sacralidade” das montanhas e a ocupação de seus pontos mais altos marcaram fortemente a identidade ritual incaica. Nossa pesquisa volta-se às ocupações do Período Tardio de Ventarrón, buscando compreender as estruturas arqueológicas das chamadas “Ciudadela Chimú” e “Fortaleza Inca” que estão sobre o Cerro. Visa caracterizar e compreender os usos e funções dos espaços configurados por essas estruturas, considerando que foram erigidas em um momento em que os núcleos rituais e domésticos das ocupações Lambayecanas concentravam-se em Túcume, sítio localizado aproximadamente a 30km, na direção Norte. 66 Marcos Rogério da Silva Moreira Co-autor: Felipe Prospero Universidade de Santo Amaro - UNISA A Arte Rupestre Brasileira: resgate estético para questões éticas Resumo: Esta monografia teve por objetivo realizar uma breve análise sobre a forma como os pesquisadores e estudiosos analisaram as manifestações artísticas rupestres brasileiras, a partir do ponto de vista eurocêntrico renascentista. Apresentando um rápido panorama sobre o desenvolvimento dos estudos arqueológicos no Brasil, analisou também as maneiras como os estudos destes pesquisadores contribuíram para a definição das tradições rupestres cristalizadas nos meios acadêmicos. Analisando as origens dos primeiros habitantes do Brasil, este trabalho buscou apresentar um painel geral para as pinturas e gravuras realizadas no período Pré-colonial. Esta pesquisa apresentou como a arte rupestre brasileira pode ser abordada, sem se desmerecer seu devido valor, mas contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência preservacionista das nossas mais antigas manifestações artísticas e culturais. Maria Bernadete Póvoa Arch Studio Consultoria Fomento: Capes; MAE-USP Arqueologia dos abrigos do Cera , Aquidauana, MS: cultura material e inserção na paisagem Resumo: Esta comunicação apresenta os dados arqueológicos coletados de dois abrigos rupestres, popularmente denominados como “Os Abrigos do Cera”, localizados na Borda Meridional da Chapada Residual do Paraná, borda pantaneira – , sudoeste do Estado do Mato Grosso do Sul. Trata-se da primeira escavação arqueológica sistemática nesta área. A datação foi feita pelo método de Termoluminescência de um dos fragmentos cerâmicos do Abrigo Aquidauana IV a, resultando em torno de +- 690 B.P. Este estudo é resultado da dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós Graduação do MAE/USP em 2007, intitulado “ Arqueologia dos Abrigos Cera, Aquidaunana, MS: cultura material e inserção na paisagem, cujo demonstrou uma arqueografia detalhada das evidências arqueológicas presentes nos dois abrigos, dentro dos pressupostos teórico-metodológicos da Arqueologia da Paisagem. Dessa forma, pretendemos demonstrar que sua inserção na paisagem pode ser diagnosticada através de escolhas e representações simbólicas presentes nos abrigos sob rocha apresentando representações como parte constitutivas da construção social integrada na paisagem, consolidando-se por meio da cultura material. 67 María Jimena Cruz Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG Fomento: Capes Repensando cotidianidades através do corpo. Uma proposta de análise. Resumo: Corpo e práticas alimentares são dimensões sobre as quais a Arqueologia tem se interessado recentemente, e a partir das quais tem sido pesquisadas questões sobre a vida cotidiana das pessoas. Considero que o corpo e práticas alimentares são complementares, porque uma implica à outra. Por um lado, a alimentação é experimentada e incorporada desde o corpo. Por outro, essas práticas alimentares são reproduzidas e modificadas a partir desse corpo. Nesta apresentação discuto uma proposta teórica desenvolvida durante minha pesquisa de mestrado, e continuada atualmente no doutorado, ambos na UFMG, tomando como estudo de caso os grupos foqueiros e baleeiros que trabalharam na Antártica no século XIX (Dito trabalho faz parte de projeto de Arqueologia Histórica Antártica, dirigido pelo Dr. Andrés Zarankin que estuda as primeiras ocupações foqueiras de finais do século XVIII e começos do século XIX nas ilhas Shetland do Sul, Antártica). Maria Ronizia Pereira Gonçalves Co-autora: Denise Pahl Schaan Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - Incra Patrimônio Arqueológico em Assentamentos de Reforma Agrária no Acre: Desafios Institucionais. Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar a atuação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA na solução dos impasses provocados pela presença de sítios arqueológicos (neste caso, geoglifos) em Projetos de Assentamento do Acre, principalmente, no que se refere à falta do licenciamento ambiental, que provocava, entre outras coisas, o impedimento da implementação de novos projetos de assentamento e, consequentemente, o alcance das metas institucionais. O caso específico analisado é o do Projeto de Desenvolvimento Sustentável – PDS Nova Baixa Verde, que, desde o processo de obtenção da área, já havia sido diagnosticado com a presença de geoglifos que, mesmo assim, sofreram danos, motivando denúncias junto ao Ministério Público Federal – MPF. A presente análise é resultado da observação direta da autora, que é servidora do órgão fundiário, da análise de fontes documentais e de entrevistas. O maior desafio para o INCRA e seus servidores é passar da negação à gestão; assumir, como empreendedor que é, o estudo e a conservação do patrimônio arqueológico presente nas áreas sob sua tutela. Sob a perspectiva da Antropologia do Estado isto só será possível se a questão passar a fazer parte do cotidiano de servidores e dirigentes, a partir de estratégias de gestão compartilhada entre os órgãos envolvidos, seus servidores e os assentados da Reforma Agrária. 68 Maria Violeta Carniel Co-autor: Rennan de Souza Lemos Univesità degli studi “G. d’Anunzzio” di Chieti e Pescara; Neferhotep Project; Museu Nacional/UFRJ Fomento: Capes Escavações na Tumba Tebana 362 – Luxor, Egito: reutilizações do espaço funerário a partir de estatuetas shabti. Excavations in the TT 362, Western Luxor – Egypt: shabti figurines as evidence for tomb reuse in the Theban necropolis Resumo: A concessão da Missão Arqueológica Internacional no Complexo Funerário de Neferhotep em Luxor, Egito, engloba as tumbas tebanas 49, 187, 362, 363 e Kampp -437- e -438-. Recentemente foram realizadas escavações nas tumbas raméssidas 187 e 362. Estas tumbas nos fornecem dados sobre a reutilização dos espaços funerários em períodos posteriores. Entre os objetos escavados estão diversos tipos de shabtis (estatuetas funerárias), recuperados em 2014 e 2015. Esta comunicação apresenta uma análise preliminar desses objetos com o objetivo de compreender a dinâmica social da necrópole tebana em diversos períodos históricos. Abstract: The concession of the International Mission at the Funerary Complex ofNeferhotep in Egypt (Western Luxor) comprises the Theban Tombs 49, 187, 362, 363 and Kampp -347- and -348-. Recently, excavations have been done in tombs 187 and 362. These Ramesside tombs provide evidence for reuse in later periods of ancient Egyptian history. Among other categories of objects, different typologies of shabti figurines have been recovered from TT 362 in 2014 and 2015. This paper presents a preliminary analysis of these objects with the aim of providing arguments on the social dynamics of the Theban Necropolis in different time periods. Mariana Alves Pereira Cristante Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Capes Contextos funerários Guarani da bacia do rio Paranapanema. Resumo: Os Guarani e Tupi, apesar de serem objeto de estudo arqueológico desde o final do século XIX, ainda carecem de estudos mais aprofundados no tocante a vários aspectos, como demografia, relações inter étnicas, ecologia histórica, variações do estilo tecnológico da cerâmica em nível regional e práticas mortuárias. No Brasil, os estudos sobre práticas mortuárias ainda não são em grande número, especialmente para sítios e conjuntos de sítios que não sejam sambaqui. Nossa proposta é apresentar um histórico das pesquisas em contextos funerários Guarani realizadas na bacia do rio Paranapanema e alguns aspectos do potencial que o estudo das práticas mortuárias tem para responder questões relativas a esses grupos. 69 Mariana Inglez dos Reis Co-autores: Danilo Vicensotto Bernardo e Walter Neves Departamento de Genética e Biologia Evolutiva - IB-USP Fomento: Fapesp Inferência de sexo em esqueletos humanos de contexto arqueológico: aplicação de métodos qualitativos e quantitativos a partir de um estudo em coleção de referência. Resumo: Quando um esqueleto humano é encontrado uma das primeiras questões feitas refere-se ao sexo do indivíduo, tanto na área forense quanto em bioarqueologia. Há grande diversidade de métodos para tal fim e considerando a fragmentação do material arqueológico, o uso de diferentes porções anatômicas aumenta a chance de sexagem. Por outro lado, tal abordagem pode gerar ambiguidade na estimativa de sexo de um mesmo indivíduo. O trabalho visou reavaliar o sexo dos esqueletos armazenados no Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos (LEEH-USP), anteriormente classificados por diferentes pesquisadores e metodologias. A primeira etapa do trabalho referiu-se a determinação da precisão obtida por cada método (Phenice, 1969; Black, 1978; Bruzek, 2002; Cowal & Pastor, 2008 e Walker, 2008) a partir de coleção de esqueletos de indivíduos de sexo conhecido (MAH-USP). Para a reavaliação do sexo dos esqueletos armazenados no LEEH-USP partiu-se de uma abordagem quantitativa que se utiliza dos índices de acerto obtidos como peso para a classificação por cada método. Os resultados evidenciaram a validade de tal abordagem, uma vez que muitas estimativas quanto ao sexo previamente realizadas foram modificadas e indivíduos cujo sexo era até então indeterminado, puderam ter o sexo inferido. A análise de diferentes porções anatômicas por meio de metodologias variadas, demonstrou-se particularmente importante em casos de esqueletos fragmentados ou incompletos, típicos remanescentes de origem arqueológica. Marianne Sallum Co-autora: Ana Vasconcelos-Lima Plácido Cali Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Capes Variabilidade da Tecnologia Cerâmica Tupi pré-colonial e colonial no litoral sul de São Paulo - Peruíbe. Resumo: Esse trabalho apresenta um estudo sobre a tecnologia cerâmica relacionada às populações indígenas Tupi, que ocuparam a região onde se encontra atualmente o município de Peruíbe, no litoral sul de São Paulo. O material, tal como, vasilhas tupi, cerâmica local-regional, faiança europeia e porcelana é advindo de três períodos históricos distintos: anteriores, contemporâneos e posteriores ao aldeamento franciscano de São João Batista, fundado em 1692. O objetivo é demonstrar continuidades e transformações histórico-culturais a partir da variabilidade formal da cadeia operatória cerâmica. Ou seja, utilizamos aqui o estudo da variabilidade das diversas sequencias da cadeia operatória como forma de compreensão das práticas sociais e culturais, bem como os agenciamentos provenientes de diversas matrizes culturais: indígena, europeia e africana. Dessa maneira, acreditamos que o material analisado permitirá um entendimento mais amplo sobre a ocupação dessa região entre os séculos XV e XIX. 70 Marília Oliveira Calazans FFLCH - USP Fomento: Capes Arqueologia em sambaquis do litoral paulista no século XIX. Resumo: Ao longo do século XIX, mais precisamente, a partir da década de 40 daquela centúria, os tempos “pré-históricos” do continente americano emergiram na literatura acadêmica como fato científico. Exploradores, paleontólogos, curiosos, exploradores das minas de cal, por fim, arqueólogos, compuseram o corpus de conhecimento sobre os sítios que conteriam vestígios de um passado (mais ou menos) remoto do território brasileiro. Foi nesse contexto que aquilo que a arqueologia denomina há 160 anos pela palavra tupi “sambaqui” tornou-se uma das chaves que desvelaria dos “mistérios das origens”, perseguidos pelos discípulos de Lyell, Darwin e Spencer; como também os rastros dos antigos habitantes do Brasil, preocupação daqueles a quem fora dada a missão de escrever uma história para a recente nação brasileira. Nesta comunicação, proponho uma breve análise das fontes que esboçam atividades de fins científicos nos sambaquis do litoral de São Paulo na segunda metade do século XIX. Especificamente, estes documentos indicam o status do debate científico em torno dos sambaquis como fenômeno arqueológico, o valor atribuído aos artefatos sambaquieiros, os sítios conhecidos e explorados, além da inserção dos sambaquis na incipiente arqueologia brasileira e mundial. As fontes reunidas, contidas em relatos de viajantes ou em periódicos da época, consistem em recurso fecundo para projetos de patrimonialização, educação e arqueologia, entre outras tantas possibilidades. Marina Nogueira Di Giusto Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Capes Estilo de Vida e Estresse Fisiológico: Pesquisando os Sambaquis do Litoral Sul de Santa Catarina. Resumo: Dentre as diversas evidências arqueológicas, os esqueletos fornecem informações diretas a respeito da biologia de grupos do passado além de recursos para a compreensão da interação entre o homem e seu meio, tornando possíveis investigações que não viriam à tona através de outras evidências arqueológicas. As atividades cotidianas, práticas alimentares e interações com o meio-ambiente, proporcionadas por um determinado estilo de vida escolhido pelo grupo e variáveis espacial e temporalmente, podem ser observadas através da análise esquelética. Entre tais análises, as evidências patológicas, adquiridas como respostas do sistema esquelético aos processos de saúde e doença, fornecem à arqueologia uma ampla visão a cerca do estilo de vida desses grupos. Desta forma, este projeto visa analisar os remanescentes esqueléticos humanos de seis sambaquis localizados no litoral sul de Santa Catarina. Esta investigação buscará levantar informações a respeito do estilo de vida desses grupos e investigar se ocorrem contrastes patológicos entre sítios mais antigos e sítios mais recentes, através de três patologias ósseas: Hiperostose Porótica, Cribra Orbitalia e Hipoplasia Linear de Esmalte Dentário. 71 Maritza dos Santos Dode Museu Nacional - RJ A paisagem dos indesejáveis: os cortiços na cidade do Rio Grande/RS (1888). Resumo: A presente pesquisa teve por objetivo compreender a existência de cortiços na paisagem da cidade do Rio Grande/RS, em fins do século XIX. Procurou-se entender a relação da sociedade riograndina da época com os cortiços e, da mesma forma, apreciar a composição dos moradores destas habitações a partir de suas localizações na malha urbana. Além de cortiços, agregaram-se às análises as categorias portão e diversos. Estes três tipos de habitação foram encontradas no Livro de Estatística da População de Rio Grande de 1888. As pesquisas deram-se a partir de jornais, relatórios municipais, códigos de postura, além do próprio recenseamento, direcionados à produção de um SIG, utilizado como ferramenta de análise. Verificou-se a ocorrência de uma esfera de sentidos que associa tal habitação a negros e suscetibilidade à criminalidade. Os cortiços, diversos e portões foram ratificados como moradias de segmentos desfavorecidos. Observou-se, com o posicionamento na malha urbana das três habitações, relacionadas aos diferentes moradores que as compõem, uma segmentação social do espaço da cidade para este ano de 1888. Marlene dos Santos Costa Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF Fomento: Un. Federal do Val. do São Francisco - UNIVASF O desafio da Arte Rupestre DENTRO e FORA da comunidade acadêmica: Um estudo de caso entre o Parque Nacional Serra da Capivara e moradores do seu entorno. Resumo: A presente pesquisa busca discutir a seriedade da identificação, interpretação e apropriação da Arte Rupestre com a comunidade acadêmica, bem como os indivíduos que não pertence a essa academia, no entanto vivem nas proximidades desses sítios arqueológicos logo convivem com essas Artes rupestres ali gravadas, em um estudo de caso entre o Parque Nacional Serra da Capivara e moradores do seu entorno. Tem como objetivo construir um dialogo referente ao conceito de identificação, interpretação e a apropriação da arte rupestre apropriado pela comunidade que esta Dentro e pela que esta Fora da academia, mas ambos apropriam se desse legado para buscar significados para suas histórias e elementos de sobrevivência; a pesquisa tem como metodologia a revisão bibliográfica, analise de relatórios desenvolvidos nas pesquisas arqueológicas nessas áreas, bem como buscar entender sobre a ótica da própria comunidade não envolvida com a academia por via de questionários, apreciação de fotografias, visitas aos sítios com arte rupestre em questão, ou ainda materiais elaborados como forma de apropriação por meio de uma analise Arqueomática. Os resultados esperados é que o sentido e o “significado” da arte rupestre tragam para os envolvidos um sentimento de pertença, e que as apropriações sirvam para melhor norteálos ao caminho da preservação e assimilação de forma respeitosa, conservadora e valorizada. 72 Maurício André da Silva Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: CNPq Memórias e histórias no sudoeste amazônico: o Museu Regional de Arqueologia de Rondônia. Resumo: Este trabalho discute diferentes relações estabelecidas pelos migrantes no contexto do sudoeste amazônico, especificamente em Rondônia, com o patrimônio arqueológico e com o Centro de Pesquisas e Museu Regional de Arqueologia de Rondônia (CPMRARO), inaugurado em 2008. Diversas pesquisas têm colocado esta região em evidência para o entendimento de questões mais amplas da arqueologia amazônica. A chegada intensa de migrantes a partir de 1960, suas aproximações e conflitos com as populações indígenas, seringueiras, ribeirinhas, entre outras, têm posto desafios para a interpretação de diferentes passados no presente. A partir da abordagem da história oral foi produzido um corpus documental, que materializa impressões sobre o processo de migração, as relações com os objetos e sítios arqueológicos, a percepção da diversidade cultural e a criação do Museu. As narrativas evidenciadas revelam memórias individuais e coletivas que fornecem elementos para discussão sobre os patrimônios locais. Do mesmo modo, as histórias construídas pela arqueologia podem contribuir para a produção de memórias e identidades a partir da atuação do Museu. Busca-se em linhas gerais ampliar a discussão em torno das pesquisas com a abordagem patrimonial na região amazônica e a necessidade de novas práticas que valorizem e potencializem semânticas locais. Maurício Ferreira Santos – Tata kua nkisi Mutadiamy. A Simbologia do Candomblé Congo Angola Resumo: Nossa fala centra-se em objetivos pontuais: Definir alguns aspectos da dificuldade dos estudos da estrutura do candomblé denominado Congo-Angola, ampliar a discussão pelo ponto de vista tradicional das manifestações bantu no Brasil e elucidar a simbologia das praticas ancestrais contidas nos saberes orais destes povos como resistência das religiões de matriz africana. Procuramos desconstruir visões de autores como Nina Rodrigues, Edison Carneiro e Arthur Ramos cujos caracteres ideológicos apontavam os bantu possuidores de uma mítica pobre e inferior a organização sudanesa, com ausência total de mitos cosmogônicos e fundadores, razão por que teriam se apoderado da mítica e dos rituais nagôs. Com isso, ao demonstrarmos a simbologia de objetos de culto e termos linguísticos dos candomblés de influencia bantu, apontamos para alguns exemplos relacionados à liturgia, praticas e saberes orais bantu incorporadas no catolicismo festeiro, no folclore, nas defumações, infusões de ervas, tatuagens corporais, utilização de ervas medicinais em banhos, unguentos, cataplasmas, banhos de infusões, além de hábitos alimentares. Os rituais de /quizilas/ denominação do universo linguístico bantu, indica que em todo território existe uma unidade quanto às interdições alimentares de seus adeptos ligados a diferentes cultos, no caso tanto bantu como sudaneses. 73 Meliam Vinagó Gaspar Fomento: Pro-Reitoria de Pesquisa USP O Potencial da Pesquisa em Acervos: as vasilhas cerâmicas etnográficas do MAE-USP Resumos: As coleções etnográficas armazenadas em museus possuem um grande potencial para pesquisas etnoarqueológicas. Elas refletem os interesses de pesquisadores e instituições que as compuseram, mostrando os diferentes objetivos das coletas de objetos e a mudança das abordagens sobre a cultura material ao longo do tempo. Além disso, coleções etnográficas de diferentes períodos podem prover um meio para os pesquisadores conectarem as escalas temporais de estudos etnográficos e análises arqueológicas. Como exemplo deste potencial, apresentamos o resultado do Projeto de Pesquisas em Acervos da Universidade de São Paulo sobre a Cerâmica Etnográfica no MAE-USP. Reunindo importantes coleções para o museu, este acervo é composto por mais de 500 vasilhas cerâmicas representando ao menos 32 grupos indígenas brasileiros. O estudo destas vasilhas pode nos mostrar as diferenças existentes entre tecnologias de produção cerâmica de diferentes grupos, as mudanças e continuidades na produção de um mesmo grupo ao longo do tempo, além de possibilitar a comparação destes conjuntos com conjuntos cerâmicos arqueológicos. Melina de Lábio Parra Berlucci Universidade de Santo Amaro - UNISA Sincretismo religioso: a incorporação de Ísis na religião greco-romana Resumo: Ísis, a deusa cultuada desde o início da civilização egípcia, teve seu culto difundido por todo o mundo greco-romano, fato esse possibilitado por muitos fatores que aconteciam nas regiões dominadas pelos romanos, a crise religiosa, o constante fluxo de militares, comerciantes e escravos tornaram sua difusão ampla e intensa. Através da análise de artefatos, precisamente estatuetas e textos de lápides, e de sua contextualização, discutiremos as principais características egípcias que mantiveram-se da deusa e as que foram incorporadas através do sincretismo religioso com outras deusas greco-romanas, costume muito comum nessa sociedade. Com as análises feitas das estatuetas tentaremos mostrar esse sincretismo religioso sofrido por Ísis nos territórios romanos e entender os motivos para a realização de tal feito. 74 Michel Bueno Flores da Silva Laboratório de Arqueologia dos Trópicos - ARQUEOTROP-MAE-USP Fomento: CNPq Estruturas Escondidas: o método de escavação por decapagem mecânica e o estudo das habitações Aristé. Resumo: Devido a demanda de resgates arqueológicos gerados no âmbito do contrato no estado do Amapá nos últimos dez anos, este trabalho visa apresentar de forma sumária o método de escavação em área ampla por decapagem mecânica, bem como, algumas das possibilidades acadêmicas de sua aplicação. Para isso serão apresentados como estudo de caso resultados preliminares do projeto de pesquisa “Aldeias e Organização Espacial dos Povos Produtores da Cerâmica Aristé”, localizado geograficamente na porção norte do mesmo estado e tem como principal objetivo, baseado nos conceitos de Arqueologia Doméstica e Depósitos Estruturados, contribuir para a compreensão do contexto doméstico dos sítios habitacionais da Fase Aristé. Para isso são realizadas correlações entre as tipologias da cerâmica e das estruturas antrópicas em conjunto com sua dispersão espacial, buscando o levantamento de hipóteses sobre a organização cultural intra e inter-sítios dos grupos produtores da cerâmica filiada à esta Fase e cuja dispersão vai desde o rio Araguari (Amapá) até a ilha de Cayena (Guiana Francesa). Michel Justamand Universidade Federal da Amazônia - UFAM; Laboratório de Arqueologia Pública LAP-Unicamp Representações dos falos nas pinturas rupestres no Parque Nacional Serra da Capivara em São Raimundo Nonato - Piauí. Resumo: O Parque Nacional Serra da Capivara localiza-se no estado brasileiro do Piauí. Desde os anos 70 do século passado se intensificaram as pesquisas no Parque. Ainda hoje se mantém missões e pesquisas científicas na região do parque. As pinturas rupestres foram o deflagrador do investimento científico no local. Elas apresentam uma infinidade de formas e cenas. Notam-se nelas representações de cenas de sexo, parto, andanças, lutas coletivas, amamentação, variados animais e plantas. Nessa apresentação destacaremos as cenas com antropomorfos, em posições sexuais, de parto e ou de excitação coletiva. Onde se notam como mais evidentes as representações das genitálias masculinas. 75 Milena Acha Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Capes A questão da paisagem para os pastores do Noroeste Argentino Resumo: A grande diversidade de vestígios materiais, fruto das sucessivas ocupações nos Andes centrais, tem deixado um rico contexto sobre o qual as populações atuais continuam atuando e recriando sentidos e práticas. Especificamente, os grupos pastores do Noroeste Argentino têm uma percepção sobre estes vestígios arqueológicos relacionada com o espaço e à mobilidade que lhes é característica, onde a cultura material tem um valor ativo nas vidas destes grupos como algo constantemente agenciado, mas também como agenciadora destas práticas e do imaginário das pessoas do lugar. É na compreensão da paisagem como elemento ativo no cotidiano destas pessoas que o espacial e o material passam a ter sentido. Assim, tomando a cultura material como ponto de partida para as discussões que se estabelecem, neste trabalho me proponho a discorrer sobre esta relação entre a paisagem e o material para este grupo de pastores da porção Andina Argentina. Munir Lutfe Ayoub Rito, Mito e Memória no mundo escandinavo pré-cristão. Resumo: O presente trabalho tem um caráter introdutório que pretende o apontamento de teorias e o desenvolvimento da apresentação de uma historiografia que possibilite apontamentos para trabalhos futuros com os mitos e ritos do mundo nórdico. Pretendemos assim apresentar estudos que desde os anos 1980 e 1990 possibilitam a compreensão da religião e os ritos nórdicos pre-cristãos como responsáveis pela construção da memoria deste povo e por meio desta a construção do território destes homens. A primeira teoria a ser considerada é a do historiador Jan Assmann a respeito da memória cultural, memoria compreendida como partilhada pelo coletivo durante inúmeras gerações muito além dos homens que pelo primeiro momento a vivenciaram, sobrevivendo apenas por mecanismo que a tornavam de possível rememoração. Mecanismo que podiam variar de sociedade para sociedade incluindo as memórias escritas ou orais que poderiam ser recontadas e acessadas por meio de rituais, lugares, objetos e monumentos. Seria assim uma memória preservada não no campo do individual, mas sim pelo campo do social por meio de especialistas que teriam a responsabilidade de cultivar e ensinar esse tipo de memória. 76 Nívia Paula Dias de Assis Co-Autor: Leandro Elias Canaan Mageste Universidade Fedaral do Vale do São Francisco - UNIVASF Fomento: Pró-reitoria de Extensão - PROEX-UNIVASF O sítio arqueológico e paleontológico Lagoa de São Vitor numa perspectiva dialógica de construção de conhecimento: pesquisa científica e saber popular. Resumo: Neste trabalho são apresentadas as ações vivenciadas em projeto de extensão desenvolvido junto a UNIVASF. Realizadas na localidade rural São Vitor, município de São Raimundo Nonato (PI), tais experimentações tiveram como foco a reflexividade sócio educacional a partir de temas como patrimônio cultural, memória social, meio ambiente e turismo de base comunitária. Para tanto, considerou-se como premissa o papel transformador da comunicação, que fundamenta a valorização das identidades locais, o fomento ao relativismo cultural, a evidenciação da diversidade, a emancipação financeira e a possibilidade real de uma construção comunitária de conhecimento. O local oficializado pela ciência (o sítio) passa aqui a ser compreendido como reduto de experimentações culturais contemporâneas da população local, tanto através de ações atuais, como por meio de narrativas sobreviventes na memória. Nesse novo registro vêm à tona além das relações de subsistência atribuídas à lagoa, diversas outras atribuições de cunho simbólico. Em primeiro plano trata-se de um importante reservatório de água em meio ao semiárido, mas, a sua dinâmica de “abastecimento pluvial”, com prolongados períodos de estiagem, vem sucessivamente gerando cenários de afloramento de vestígios (paleontológicos e arqueológicos). Ao emergirem, são inseridos no cotidiano da comunidade local, gerando ressignificações e interpretações culturais próprias, até então negligenciadas por grupos oficiais de construção de conhecimento. Odair José Petri Vassoler Co-autora: Silvana Zuse Universidade Federal de Rondônia - UNIR Fomento: Capes Análise da iconografia em vasilhas cerâmicas da Subtradição Jatuarana no Alto Rio Madeira em Rondônia. Resumo: Análise da iconografia da cerâmica da Subtradição Jatuarana - A região do Alto rio Madeira, tem como o maior representativo da Tradição Polícroma, as cerâmicas da Subtradição Jatuarana, identificada e nomeada pelo arqueólogo Eurico Theófilo Miller durante os trabalhos do PRONAPABA. A partir das teorias propostas por Munn (1966); Ribeiro (1987); Schaan (2008) e dos métodos de análise iconográfica de Panofsky (1986), foi estudada a variabilidade iconográfica, sendo levantados os principais motivos e padrões iconográficos de vasilhas identificadas nas escavações de cinco sítios arqueológicos (Ilha de Santo Antônio, Morro dos Macacos I, Boa Vista, Brejo e Coração) localizados em torno da área da antiga Cachoeira de Santo Antônio. O objetivo da pesquisa foi a identificação e a descrição dos principais motivos iconográficos presentes nas vasilhas da Subtradição Jatuarana e a compreensão da sua variabilidade iconográfica. Desses motivos identificados, alguns foram isolados para um estudo comparativo com os motivos iconográficos de alguns povos indígenas da Amazônia e de área periféricas, utilizando-se de informações e dados de trabalhos etnográficos e históricos. Os resultados finais mostraram variabilidade nos padrões decorativos e invariabilidade nos motivos iconográficos nas diversas cerâmicas dos sítios. Os motivos iconográficos mais recorrentes foram volutas, escalonados, cruzes, labirintos, serpentes bicéfalas, estribos, linhas duplas retas e linhas duplas sinuosas. 77 Patricia Muniz Mendes Co-autores: Thaíse Sá Freire Rocha e Rodrigo Adolfo Rojas Escobar Universidade Federal de Lavras Fomento: PROEC-UFLA; UFPel-Bolsista CAPES; Universidad SEK-Chile A coleção arqueológica do Museu Bi Moreira (MBM) da Universidade Federal de Lavras (UFLA): perspectivas e desafios. Resumo: O MBM salvaguarda um acervo diversificado, que se relaciona com a história de Lavras (MG) e adjacências. Em 2000, este Museu conferiu endosso institucional a um trabalho arqueológico desenvolvido no licenciamento ambiental, se tornando o responsável pelo material coletado no Programa de Resgate - Sítios Arqueológicos Monte Alegre e Cacho de Ouro (Ribeirão Vermelho-MG). Conquanto, esses vestígios só se tornaram foco de interesse em 2014, ocasião em que começaram a serem problematizados em termos de comunicação museológica. Assim, um desafio passou a confrontar: como explorar o potencial educativo dessa coleção arqueológica, tendo em vista a sua inserção em um espaço museológico caracterizado pela diversidade de objetos, relacionados com diferentes temporalidades e contextos histórico-culturais. Assim, o objetivo do presente trabalho é apresentar as reflexões sobre os discursos expográficos que foi desenvolvido até o momento. Partir-se-á da premissa que o estudo sobre circulação de vestígios arqueológicos e a inserção deles em museus fomenta as relações interdisciplinares, e ao mesmo tempo contribui para discussões sobre a relação da arqueologia e o ensino não-formal. Patrícia da Silva Hackbart Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Repatriamento e a afirmação político-identitária de comunidades indígenas em Aripuanã/MT. Resumo: Em decorrência de pesquisas arqueológicas realizadas no âmbito do licenciamento da AHE Dardanelos no município de Aripuanã no noroeste do estado do Mato Grosso as etnias Cinta Larga e Arara do Rio Branco reconheceram nos vestígios arqueológicos parte significativa de suas culturas, de seus signos sagrados e das suas representatividades históricas, artísticas e políticas. Consequência deste processo foi a solicitação pelo IPHAN de um estudo etnoarqueológico, nas áreas de ocupação das duas etnias, complementar ao estudo de arqueologia, que conjuga as instâncias da legislação relativa à proteção do patrimônio arqueológico e as demandas dos coletivos (comunidades indígenas) diretamente afetados pelo empreendimento. O intuito final é viabilizar um pedido de repatriação através da concepção de um Centro de Memória a ser criado no município de Aripuanã, MT. O trabalho revisa o papel das pesquisas no contexto de comunidades indígenas e tradicionais com histórico de conflitos e que, atualmente, envolvem as questões patrimoniais em suas agendas, tais como concepções de herança, patrimonialização de bens culturais, ressignificações e agência e políticas de gestão do patrimônio arqueológico. 78 Patricia Marinho de Carvalho Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Capes No caminho das árvores: uma reflexão sobre arqueologia e diáspora africana Resumo: A atribuição de significados simbólicos a elementos da natureza – árvores – por parte de membros de comunidades remanescentes de quilombo, tal qual verificamos em Vila Bela da Santíssima Trindade/MT (CARVALHO, 2012), também observamos em outras comunidades afrodescendentes, no desenvolvimento da prática arqueológica investigativa incorporada ao cotidiano. À tradição oral atribuímos a perpetuação e difusão desse conhecimento ancestral, que tem suas raízes no continente africano. As múltiplas experiências vivenciadas por negros africanos feitos escravos durante o tráfico transatlântico de escravos, iniciadas em solo africano, durante a travessia e em solo americano, produziu reelaborações culturais frente ao novo contexto de escravidão e contato imposto. Considerando esse contexto cultural e a experiência vivenciada entre os quilombolas do vale do Alto Guaporé/MT, nessa comunicação trazemos reflexões para o debate transatlântico proposto, enfocando a perspectiva multicultural na discussão sobre a diáspora africana. Paulo Fernando Bava de Camargo Departamento de Arqueologia - Universidade Federal de Sergipe - UFS Arqueologia dos portos de Sergipe: primeiros resultados (2013-2015). Resumo: Nesta comunicação pretendo apresentar os resultados parciais alcançados pelo projeto “Arqueologia portuária em Sergipe: inventário e contextualização de estruturas”, desenvolvido desde 2013 no Departamento de Arqueologia da Universidade Federal de Sergipe. Dentro desses resultados serão destacadas as prospecções desenvolvidas na antiga orla portuária da capital do estado, Aracaju. O objetivo principal desse projeto é o de estabelecer as bases para o desenvolvimento de um programa sistemático de Arqueologia portuária no estado de Sergipe, abrangendo a localização, inventário, mapeamento e contextualização de bens portuários, sejam eles estruturas, edificações ou equipamentos, móveis ou imóveis. Em uso ou abandonadas. O projeto, ora em andamento, já produziu significativa quantidade de informações sobre as atividades portuárias em Sergipe e estados vizinhos, entre os séculos XIX e XX, a despeito de não ter financiamento e da não realização de trabalhos de campo invasivos (escavação e coleta de material arqueológico). Exceção à regra foi a pesquisa realizada no sítio arqueológico Ruínas do Teatro, no município de Laranjeiras. Como consequência das ações para atingir o objetivo pretendido se destaca a proposição de metodologias para o estudo das paisagens portuárias sergipanas, as quais poderão contribuir, no futuro, com a consolidação da Arqueologia portuária no Brasil. 79 Rafael Amaral Stabile Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: CNPq Modo de Vida no Litoral Paulista: Análise de Marcadores de Estresse Ocupacional em Séries Esqueléticas de Sambaquis Resumo: A Bioarqueologia tem produzido uma grande quantidade de conhecimento sobre as populações do passado. No Brasil, os sambaquis estão entre os sítios mais estudados a partir desta perspectiva e os últimos anos viram ser publicados importantes trabalhos para sítios nos estados do Rio de Janeiro e Santa Catarina. No entanto o conhecimento bioarqueológico das séries esqueléticas provenientes de sambaquis do litoral de São Paulo ainda é pouco sistemático, apesar dos inúmeros trabalhos publicados. Os marcadores relacionados ao estresse ocupacional têm sido objeto de várias pesquisas conduzidas nos últimos anos em séries esqueléticas de sambaquis. A partir da variação nas freqüências e padrão de ocorrência dos marcadores osteológicos de estresse ocupacional as pesquisas tem procurado inferir aspectos relacionados às atividades laborais e cotidianas dos grupos sambaquieiros, contribuindo para a melhor compreensão de seu modo de vida. Como forma de superar essa lacuna e avançar sobre a compreensão do modo de vida sambaquieiro, pretende-se levantar sistematicamente alguns sinais de alteração morfológica associados ao esforço físico cotidiano em séries esqueléticas de pelo menos dois sítios do litoral paulista ainda não estudadas sistematicamente: sambaquis do Buracão e Maratuá. Objetiva-se compreender alterações morfológicas que caracterizam uma condição específica, relacionando-a com o modo de vida dos grupos. Rafael de Almeida Lopes Co-autora: Jaqueline da Silva Belletti Laboratório de Arqueologia dos Trópicos - MAE-USP Fomento: Fapesp; Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) De tiaras e serpentes: a Tradição Polícroma da Amazônia através dos sítios Vila Nova II (médio Rio Negro) e Conjunto Vilas (médio Rio Solimões). Resumo: Nosso trabalho pretende discutir comparativamente a presença de cerâmicas da Tradição Polícroma da Amazônia (TPA) em dois contextos: o médio Rio Solimões e o médio Rio Negro. Essas regiões têm sido mais intensamente pesquisadas nos últimos cinco anos, após diversas pesquisas pontuais anteriores. Na primeira área, trabalharemos com a cerâmica do sítio Conjuntos Vilas e na segunda com a do sítio Vila Nova II. A importância de compararmos estas duas áreas referese à compreensão do fenômeno de dispersão das cerâmicas da TPA por uma extensa área na Amazônia. A comparação entre essas duas áreas justifica-se por sua cronologia, pois ambas possuem datas significativamente antigas para a TPA (por volta de 800 A.D. Nos propomos a auxiliar na compreensão da variabilidade artefatual pertencente a essa Tradição. Ao analisar dois contextos pontuais poderemos levantar questões sobre continuidades e mudanças entre as sociedades que confeccionaram e utilizaram a cerâmica relativa a essa grande tradição. Até esse momento, percebemos uma grande diferença entre o material desses dois sítios. No Conjunto Vilas, esse material aparece poucas vezes apenas com seus atributos diagnósticos mais reconhecidos e, em muitos casos, esses atributos combinam-se com os de outras fases. Já no Vila Nova II encontramos um material bem característico da TPA da calha do Amazonas. Essa distinção poderia indicar distintos processos históricos regionais. 80 Rafael Borges Deminicis Museu Nacional - UFRJ; Autonomia Arqueologia Análise serial das fontes historiográficas sobre os Índios no Brasil em favor da etnohistória e da etnoarqueologia Resumo: As analogias feitas pelo uso de fontes historiográficas (mapas, imagens, manuscritos etc.), principalmente as que abordam os povos indígenas encontrados no Brasil, sem uma metodologia crítica de análise dessas fontes, têm criado algumas armadilhas aos estudos nos campos da etno-história e da etnoarqueologia. Portanto, o que poderia auxiliar no descobrimento da história e das identidades étnicas das inúmeras sociedades tribais remotas ou indígenas sul-americanas, traz cada vez mais encobrimento. Neste sentido, uma dialética serial se faz extremamente necessária. Aliás, o panorama do que existe acumulado no Brasil sobre métodos de crítica das fontes historiográficas sobre as sociedades indígenas é extremamente raro, resumindo-se a duas referências: o trabalho de síntese dos grandes contextos sociais de produção das fontes criado pelo sociólogo Florestan Fernandes; e o sistema de observação das particularidades das fontes, a “sociologia dos viajantes”, do antropólogo João Pacheco de Oliveira. Um primeiro passo na direção de uma dialética e serial às referidas fontes seria a combinação desses dois métodos, que se produz na construção de um banco de dados. Um dos resultados imediatos de aplicação está em compreender-se a força do imaginário medieval (em representações mitológicas e em técnicas de reprodução, a xilogravura) para a descrição dos primeiros povos no século XVI e o quanto isso pesa sobre as interpretações de peças arqueológicas e grupos descritos em épocas posteriores. Renan Falcheti Peixoto Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Fapesp Pólis poiésis: Hipodamo de Mileto e a fabricação das cidades ortogonais. Resumo: O planejamento urbano é um convincente marcador da consciência estruturante do modelamento de uma paisagem e um dos muitos aspectos da cultura material que o arqueólogo pode alçar à esfera simbólico-social do contexto em que trabalha. Princípios subjacentes à organização do espaço a bem dizer são elementos de um projeto cultural de ordem topográfica que subscreve o terreno de forma duradoura (Aldrovandi et al, 2011: 110; Greco 1996: 243). Hipodamo de Mileto é o primeiro planejador urbano de que temos notícias, sobretudo graças a Aristóteles. Filósofo da pólis, a historiografia do século XIX o cingiu com o título de primus inventor da grade ortogonal. Sua contribuição supostamente revolucionária foi submetida à crítica a partir dos finais do XIX com os vestígios arqueológicos que recuaram as origens do método séculos. Pretendemos apresentar brevemente o caso da colônia pan-helênica de Túrio, fundada no sul da Itália em torno do ano 444 a.C., cujo planejamento da grade é debate se planeada ou não por Hipodamo de Mileto. Levando em consideração que o planejamento urbano se traceja com a práxis humana e os sentidos culturais simbólicos ao longo do tempo, procuraremos aliar a abordagem teórica da pesquisa aos estudos da paisagem que não circunscrevem os vestígios a significados funcionais. 81 Renata de Pierro Origem Arqueologia Sítio Tamoios I: uma ocupação de Tradição Aratu no Vale do Paraíba Paulista Resumo: Assim como no resto do estado, a maioria dos achados da porção leste de São Paulo, no Vale do Paraíba Paulista, se refere à tradição Tupiguarani. Até então, havia dois sítios de tradição Aratu conhecidos na região: o Caçapava I, em Caçapava e o Light, em Jacareí. Nesta pesquisa, será abordado o caso do sítio Tamoios I, de tradição Aratu, encontrado pela Origem Arqueologia em 2013, no município de Paraibuna. O sítio apresenta uma área de aproximadamente 5.000 m², com idade aproximada de 600 anos A.P. e abundância de material cerâmico e alguns líticos lascados (na maioria lascas) e polidos, assim como restos de urnas funerárias, que em um primeiro momento foram associados à tradição cerâmica Aratu. Pretende-se neste trabalho realizar uma pesquisa sistemática no sítio Tamoios 1, a fim de se conseguir uma melhor compreensão da formação e evolução desta área enfocando as alterações da paisagem em função da ocupação do local, e das relações que nortearam a apropriação do espaço nesta parte do Vale do Paraíba Paulista. Rennan de Souza Lemos Co-autor: Pedro Luiz Diniz von Seehausen Museu Nacional - RJ; Neferhotep Project Fomento: Capes A escavação da Tumba Tebana 187 como patrimônio A heritage point of view on the excavation of Theban Tomb 187 (Western Luxor, Egypt) Resumo: A concessão da Missão Arqueológica Internacional no Complexo Funerário de Neferhotep – Luxor, Egito, engloba as Tumbas Tebanas 49, 187, 362, 363 and Kampp -437- e -438-. Recentemente foram realizadas escavações na tumba 187, onde foram recuperados dados sobre o reuso posterior dos espaços, incluindo ocupação moderna. Os habitantes da moderna Luxor costumavam viver cerca ou até mais dentro de antigas tumbas da necrópole tebana, engajando-se cotidianamente com seu patrimônio, o que na maioria das vezes é sinônimo de destruição. Nosso objetivo nesta comunicação é divulger os resultados das escavações de 2014, assim como propor uma discussão da escavação do monumento como patrimônio arqueológico, à luz do complexo processo de formação do registro arqueológico no sítio. Faremos referência a outras experiências de campo em arqueologia egípcia, buscando bases para pensar os engajamentos materiais e a preservação do patrimônio arqueológico no Egito pósrevolucionário. Abstract: The concession of the International Mission at the Funerary Complex ofNeferhotep in Egypt (Western Luxor) comprises the Theban Tombs 49, 187, 362, 363 and Kampp -347- and -348-. Recently, excavations have been done in the Ramesside tomb 187, which provides evidence for later reuse, including modern occupation. Luxor citizens used to live nearby and inside tombs in the Theban necropolis, everyday interacting with their heritage, which is commonly a synonym for damage. Our aim in this paper is to provide an account on the excavations carried out in 2014. Our objective is to propose a discussion on heritage preservation in Egypt in the light of the complex process of formation of the archaeological record in TT 187. We will also provide comparison with other fieldwork experiences in Egyptian archaeology, aiming at thinking on possibilities of material engagements and heritage preservation in post-Revolutionary Egypt. 82 Renata Estevam da Silva Co-autores: Bruna Cataneo Zamparetti e Jéssica Mendes Cardoso Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL Fomento: UNISUL Escavação em laboratório do sepultamento 20, Sambaqui Cabeçuda, Laguna - SC: Atividade de Educação Patrimonial Resumo: Uma das áreas do Sambaqui Cabeçuda foi escavada pela equipe do GRUPEP-Arqueologia/UNISUL, no âmbito do salvamento arqueológico de duplicação da BR-101, na etapa de construção da ponte Anita Garibaldi no trecho do bairro Cabeçuda. Neste estudo foram exumados vinte e três esqueletos humanos, além de outros vestígios que compunham o contexto funerário do sambaqui. O último sepultamento encontrado estava localizado na base do sítio, já no lençol freático, apresenta um nível elevado de preservação óssea, delimitação e contexto da cova, por este motivo, resolveu-se retirá-lo em um único bloco, para escavação e análise do esqueleto em laboratório. Este sepultamento está sendo importante nas atividades de Educação Patrimonial realizadas no EEDUG (Espaço de Educação Patrimonial do GRUPEP/Arqueologia), já recebeu a visita de mais de quatro mil alunos de Ensino Fundamental e Médio tanto da rede pública como privada de escolas do sul de Santa Catarina. Esta atividade desenvolve o reconhecimento de identidade cultural, permitindo a recomposição concreta e a compreensão do passado no qual a consciência propicia uma melhoria de vida. Rodrigo Angeles Flores Co-autores: Astolfo Gomes de Mello Araujo e Gregório Ceccantini Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: CNPq Uso de combustíveis e processamento de vegetais amiláceos em Lapa Grande de Taquaraçu. Resumo: O sítio Lapa Grande de Taquaraçu é um abrigo calcário em uma área limítrofe com a microrregião de Lagoa Santa no estado de Minas Gerais. A sua temporalidade, vai de 11.360 ± 110 cal AP a 1.100 ±80 cal AP, com um hiato na sua ocupação de 9.000 ± 70 a 1.100 ± cal AP. Com o objetivo de definir o uso dos recursos naturais nesse sitio, o sedimento de peças líticas não lavadas foi analisado para identificar a presença de sangue e grânulos de amido. Somado a isso, os macro vestígios carbonizados (madeiras e sementes) saídos da peneira foram classificados e pesados. Os grânulos de amidos foram separados do sedimento por diferença de densidade e analisados sob um microscópio de luz polarizada. Para detectar a presença de hemoglobina, foi realizado um teste com tiras de uranálise. Grânulos de amido de tipos variados foram achados nas peças líticas. Três peças apresentaram um positivo tênue para a presença de hemoglobina. Entre os macro vestígios, foram distinguidos diversos tipos de sementes, sendo os coquinhos dominantes no registro. Não houve uma diferença significativa na utilização de combustíveis nos distintos períodos de ocupação do sítio. Os resultados parecem concordar com pesquisas anteriores a respeito do consumo de alimentos amiláceos por parte dos habitantes antigos de Lagoa Santa. Concordam também sobre a as pesquisas de indústria lítica na região, onde os artefatos não são elaborados com vistas a usos específicos. 83 Rodrigo Elias Oliveira Co-autores: Pedro Da-Gloria e Walver Alves Neves Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos - IB - USP Fomento: CNPq As patologias bucais como indicadores de dieta no sítio Lapa do Santo, Lagoa Santa– MG. Resumo: Os marcadores dentais são importantes indicadores de dieta de populações pré-históricas. Como um estudo de caso, utilizamos a avaliação da prevalência de cárie, desgaste dentário, perda dentária antemortem e abscesso periapical de 26 sepultamentos exumados no sítio Lapa do Santo, localizado na região de Lagoa Santa - MG. O desgaste dentário assim como as perdas dentárias antemortem analisados nesta população são coerentes às médias observadas em outros grupos caçadores-coletores, porém a quantidade de cáries e os abscessos periapicais são mais frequentes que o esperado. A disponibilidade de vegetais ricos em carboidratos na paisagem de ambientes tropicais como a região de Lagoa Santa sugere a adaptação da dieta desta população e justifica a alta prevalência das patologias bucais mencionadas. Rodrigo Araújo de Lima Museu de Arqueologia e Etnologia - USP As Colunas de Melqart, espacialidade tartésica e fenício-púnica em Gádir. Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo estudar as transformações espaciais em Gádir, no sul da Península Ibérica, a partir do contato entre fenícios, tartésicos e púnicos nessa área. Nossa intenção é de averiguar os principais aspectos espaciais dessa cidade, e como as influências indígena, fenícia e púnica foram agregadas ou segregadas na criação de uma cultura fenícia ocidental. Interessa-nos, sobretudo, trabalhar a singularidade do Círculo do Estreito, uma cultura ocidental que se moldou e foi encabeçada por Gádir. É nossa intenção também trazer o Extremo Ocidente para o debate uma vez que é considerado uma região periférica no Mundo Antigo. Sabrina de Assis Andrade Secretaria do Estado da Cultura do Paraná Fomento: Sec. Est. da Cultura do Paraná Território indígena no oeste do Paraná Resumo: A presença indígena na região oeste do Paraná se insere em um contexto de história de longa duração, atestada por pesquisas que apontam para uma ocupação regional pré-colonial. Processos arbitrários de ocupação regional iniciados no século XVI por exploradores espanhóis e padres jesuítas, se valeram da mão de obra indígena para a construção de cidades, vilas e exploração das riquezas naturais locais. Porém, é a partir do século XIX que a situação indígena se agrava, decorrente dos conflitos gerados pelo processo de colonização responsável pela formação do território do oeste paranaense na configuração ao qual conhecemos hoje. Todas essas imposições fizeram com que a população indígena passasse por rupturas culturais, uma vez que tiveram que abandonar seus territórios tradicionais para se adequarem a uma nova realidade. Porém, cientes desta ocupação tradicional e imbuídos pelo sentimento de pertencimento e identidade local, grupos Guarani têm buscado a retomada desses territórios, deflagrando uma nova situação fundiária de conflito, sobretudo mediante a relação entre indígenas e setores do agronegócio local. Compreender as peculiaridades formadoras de uma memória coletiva, e dos vestígios materiais deixados pelos ancestrais que ocuparam esses locais é objetivo desta pesquisa, que busca dar voz aos grupos nativos contemporâneos considerando seus conhecimentos que significam e ressignificam os componentes da materialidade e da paisagem existente. 84 Silvia Domingos Leal Museu de Arqueologia e Enologia - USP Fomento: CNPq Uso da cartografia e da geomorfologia na identificação de áreas de potencial arqueológico do Vale do Paraíba - SP. Resumo: O presente trabalho é baseado nas investigações preliminares oriundas do desenvolvimento do projeto de Mestrado em Arqueologia, iniciado em julho de 2014, no MAE-USP. O objetivo desta pesquisa é contribuir com a somatória de dados sobre sítios arqueológicos no Estado de São Paulo, a partir da confecção de um mapa de potencial arqueológico para sítios Paleoíndios. Devido à amplitude do recorte espacial escolhido, a região do Vale do Paraíba, será dada especial atenção a um de seus municípios: Pindamonhangaba. Em seu território serão mapeadas as áreas de ocorrência de lagoas isoladas, supostamente antigas e também porções dos terraços fluviais do Rio Paraíba do Sul e áreas adjacentes, próximas a meandros abandonados, onde o potencial arqueológico é maior. Para a construção do mapa, serão levantados e correlacionados dados físicos, referentes à geologia, geomorfologia, cartografia, hidrografia e clima da área escolhida e dos arredores, evidenciando a opção por uma abordagem geoarqueológica. Sabe-se que a Região do Vale do Paraíba é rica em material arqueológico, porém, ainda pouco estudado. De acordo com Araujo (2013), cerca de trinta e sete sítios Paleoíndios (com idades superiores a 11.500 anos cal AP) foram encontrados no território brasileiro e, no estado de São Paulo, têm-se os exemplo dos Sítios Alice Boer e Lagoa do Camargo, em Rio Claro. Segundo Lopes (2014), em São José dos Campos-SP, também consta o Sítio Carcará, com datação situada em 9.740 a 10.180 anos cal BP. Tais Pagoto Bélo University College of London Fomento: CNPq Lembrando Boudica Resumo: Esta apresentação tem como finalidade demonstrar a vivacidade dos usos do passado, o desenvolvimento, prós e contras do estudo da memória coletiva britânica através de entrevistas sobre a personagem Boudica, rainha Bretã da tribo dos Iceni, que liderou um exército contra o Império Romano durante o século I d.C. Dessa forma, este trabalho está atrelado a Arqueologia Pública e como um tema específico tem sido perpetuado na lembrança de um grupo. As entrevistas tiveram a intensão de saber do público e compreendê-lo, reconhecendo e abraçando como é o interesse das pessoas em relação a personagem Boudica. Ela é tida hoje em dia como um símbolo polivalente para os britânicos, representando a heroína de uma nação, a rainha guerreira e a primeira mulher a liderar um exército, além de ter sido uma reprodução de força feminina para as mulheres de poder da Inglaterra, tais como rainha Elizabeth I e rainha Vitória e utilizada como uma insígnia de luta para as sufragistas no início do século XX. Este estudo foi baseado em entrevistas anteriores feitas nos museus de Norwich, Colchester, Londres e St Albans. Entretanto, o tamanho da amostra utilizada não foi significativa para se chegar em um resultado concludente. O intuito do trabalho em andamento foi o aumento do número de entrevistados, incluindo a cidade de Cardiff, que possui uma estátua da personagem na prefeitura, para melhor reconhecimento da lembrança britânica diante de Boudica. 85 Thaíse Sá Freire Rocha Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG Fomento: CNPq Arqueologia Pública e Memória Social: os significados e apropriações do patrimônio arqueológico no município de Carangola, Minas Gerais. Resumo: No presente projeto objetivamos verificar os significados atribuídos e as apropriações do patrimônio arqueológico efetuadas pelas comunidades do município de Carangola, impactadas direta ou indiretamente pelas pesquisas arqueológicas realizadas na região nas últimas décadas. O intuito é perceber as conexões e ressignificações estabelecidas entre patrimônio arqueológico, memória social e identidade cultural, levando em consideração as narrativas desenvolvidas, bem como o contexto das relações firmadas entre pesquisadores e comunidade. Ao mesmo tempo problematizar os discursos de conservação, preservação e divulgação do patrimônio arqueológico, levando em consideração as vicissitudes do contexto político que envolve a Arqueologia Regional e as interpretações do passado que foram socialmente construídas. Para isso, seguiremos a abordagem da Arqueologia Pública que procura compreender a correlação entre comunidade e patrimônio arqueológico, oferecendo os subsídios para refletir sobre a construção e destinação do conhecimento gerado no desenvolvimento de trabalhos arqueológicos. Thalis Daiani Paz Garcia Universidade Federal do Rio Grande - FURG Análise osteobiográfica de dois remanescentes ósseos provenientes do sítio RS-LC-09: Manoel Mariano Machado. Resumo: Este trabalho apresenta os resultados obtidos a partir da análise osteobiográfica de dois remanescentes ósseos provenientes do sítio RS-LC-09: Manoel Mariano Machado, localizado na cidade de Tavares, Rio Grande do Sul. As análises foram desenvolvidas no Laboratório de Ensino e Pesquisa em Arqueologia e Antropologia – LEPAN, na Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Os estudos osteobiográficos são de grande valia para inferirmos o modo de vida das populações pretéritas, assim como estimarmos o sexo e a idade de morte do indivíduo. Deste modo, para um melhor desenvolvimento de nosso trabalho, optamos por desenvolver o estudo metodológico em duas fases, a primeira corresponde à análise quantitativa e a segunda fase a análise qualitativa. A metodologia utilizada possibilitou inferirmos estimativa de sexo e idade de morte dos indivíduos, bem como evidenciar possíveis patologias, sendo identificadas como patologias orais, degenerativas e infecciosas, assim como marcas de estresse mecânico. Os resultados adquiridos se mostraram de grande importância para compreendermos o modo de vida destes indivíduos e para dar continuidade na construção de um banco de dados sobre as populações pretéritas da região sul do Brasil. 86 Thiago de Moraes dos Passos Co-autora: Neide Barrocá Faccio Unesp Fomento: CNPq A Experiência de Lugar em Paranapiacaba, Santo André, SP: habitando o patrimônio arquitetônico. Resumo: A Vila de Paranapiacaba, pertencente ao Município de Santo André, SP, está localizada a aproximadamente 50 km da capital paulista. Tem suas origens ligadas à instalação do sistema funicular inglês na região, em meados do século XIX. Trata-se de um conjunto arquitetônico tombado nas instâncias municipal, estadual e federal, tendo sido indicada, recentemente, para concorrer ao título de Patrimônio Mundial pela UNESCO. As questões que norteiam a pesquisa são: a) qual o significado de ser morador de um lugar que é patrimônio cultural, ambiental e arquitetônico? b) qual a relação que esses moradores estabelecem com seus lares? Os níveis de envolvimento? – os usos existenciais do patrimônio cultural. O aporte teórico da pesquisa em tela é proveniente da geografia humanista. O conceito e categoria de análise central é o de “lugar”, na escala do lar. A metodologia da pesquisa é composta por: observação participante, entrevista semiestruturada e história oral/de vida Thiago Kater Pinto Co-autores: Fernando O. Almeida e Silvana Zuse Museu de Arqueologia e Enologia - USP Permanências e mudanças tecnológicas: variabilidade nas ocupações ceramistas no sítio Teotônio, Porto Velho, RO. Resumo: A região do Alto rio Madeira, sudoeste amazônico, pode ser considerada um microcosmo amazônico. Apontada por especialistas como: (a) o provável centro de domesticação da mandioca (Manihot esculenta) e da pupunha (Bactris gasipaes); (b) centro de origem e dispersão dos povos de língua Tupi, (c) marcada por uma sequência de ocupação humana bastante longa, iniciada há cerca de 7.000 anos AC, com ocupações sedentárias ao redor de 2.500 anos DC, assim como por (d) uma alta diversidade cultural e linguística, a região tornou-se alvo de interesse de arqueólogos, linguistas, paleobotânicos e antropólogos. A maneira pela qual se configuram essas condições perpassam processos históricos, políticos e culturais. Esta apresentação visa apresentar os resultados das análises cerâmicas da unidade N10041E995, escavada no Sítio Teotônio, localizado no município de Porto Velho/RO, na margem direita do rio Madeira, no âmbito do Projeto Alto Madeira. Com indícios consistentes de ter sido ocupado continuamente nos últimos três mil anos, evidencia-se uma grande variabilidade de contextos e materiais arqueológicos, tanto líticos quanto cerâmicos. O objetivo principal é caracterizar os diferentes conjuntos cerâmicos identificados pelas análises realizadas até agora, a partir da perspectiva que o sítio é um lugar significativo e persistente, o que lhe confere um papel central no entendimento da história dessa região na longa-duração. 87 Thiago Trindade Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Capes Prospecção e análise de sítios com estruturas de terra em vala (geoglifos) no médio rio Guaporé (RO) Resumo: Trata sobre o estudo sistemático de sítios com estruturas de terra em vala (mais conhecidos por “geoglifos”) na calha direita do médio rio Guaporé, entre as cidades de São Francisco do Guaporé e Costa Marques (RO). Nesta região – nos limites sudoeste da floresta tropical que recobre a maior parte da bacia Amazônica – o conhecimento prévio de estruturas tais como as mencionadas levou à prospecção e, com efeito, identificação de novos sítios a partir da análise de imagens aéreas disponibilizadas pelo programa Google Earth (Google Inc). Dessa maneira, a recuperação de uma série de dados sobre estes sítios foi, posteriormente, analisada através de um SIG criado com o auxílio do programa ArcGIS 10.1 (ESRI Corp), que por sua vez apontou para a proximidade ou distanciamento entre grupos artificiais previamente estabelecidos numa tentativa de classifica-los a partir de seus atributos físicos. O resultado desse processo é agora apresentado. Vagner Carvalheiro Porto Museu de Arqueologia e Enologia - USP Mên, uma divindade frígia nas moedas de Gaba (Síria-Palestina): uma abordagem numismática para mobilidade, materialidade e conexões mediterrânicas. Resumo: Esta comunicação tem por objetivo discutir a questão da mobilidade e das conexões no Oriente romano a partir da observação de uma divindade frígia (Mên) retratada nas moedas de Gaba (Síria-Palestina). Queremos enfatizar como os símbolos existentes nas moedas podem oferecer subsídios para entendermos a presença militar romana em uma dada localidade e as peculiaridades de sua romanidade partindo da informação proveniente da análise iconográfica. Vítor Luiz Silva de Almeida Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Fomento: Capes Os Javismos e o Mediterrâneo: As Inscrições Samaritanas de Delos. Resumo: Na pequena ilha de Delos, na Grécia, em inícios do século XX, um estudioso da Echolé Française D’Athènes chamado André Plassart deparou-se com um edifício, um tanto afastado do centro urbano, durante o período de 1912-1913, e, iniciados os processos de prospecção arqueológica, este concluiu que tratava-se de uma sinagoga judaica (Plassart, 1914: 523-534), existente, ao menos, desde o século I aEC. Nos anos de 1979-1980, outro pesquisador, Philippe Bruneau, encontrou, de forma incidental, duas inscrições em mármore, datadas entre os séculos III aEC e II aEC, um pouco mais ao norte do sítio. As informações contidas nesse material levantaram dúvidas sobre algumas conclusões anteriores, pois o achado indicava a possibilidade de que os construtores e frequentadores do local seriam de origem samaritana/israelita e não judaica (Bruneau, 1982: 479). Desta maneira, esta apresentação tem por objetivo investigar, a partir da cultura material, a presença da comunidade javista israelita-samaritana fora da Palestina, durante os séculos III aEC e I EC., buscando promover articulações com as noções de pluralidade religiosa (Chevitarese, 2011:9) e interações culturais (Sahlins, 1990), estabelecendo horizontes de compreensão acerca dos processos de circulação do culto a Iahweh na antiguidade e sua multiplicidade. 88 Viviana Lo Monaco Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento: Capes Uma reflexão sobre a moeda como instrumento metodológico em arqueologia. Resumo: O interesse pela antiguidade clássica tem raízes profundas. Da “invenção” do Humanismo às mais contemporâneas abordagens pós-processualistas, as perspectivas teóricas mudaram, assim como as perguntas dos pesquisadores. Contudo, o documento material, na sua essência, se manteve imutável. Com efeito, a moeda grega e romana, antigamente mero objeto de coleção para antiquários, aos poucos passou a desempenhar um papel singular no estudo do mundo antigo. Ela não apenas é um meio de troca definindo um valor; não apenas é uma expressão artística que é fruto das obras, dos gostos e das técnicas do seu tempo, mas também é veículo de uma mensagem de identidade e poder. Ela pode nos informar sobre os contatos entre cidadãos, os percursos dos antigos caminhos e das rotas, os valores simbólicos das imagens, o grau de confiança entre o povo e o seu governante. Esta comunicação visa justamente mostrar a importância da moeda grega e romana como instrumento metodológico útil às várias áreas das ciências humanas e sociais. Walfrido Monteiro Júnior Co-autor: Felipe Prospero Universidade de Santo Amaro - UNISA Os possíveis erros na efetivação das Leis 10.639/03, 11.645/08 e 12.288/10 que defendem, fundamentam e obrigam o ensino da cultura africana, afro-brasileira e suas matrizes religiosas nas Escolas Públicas Estaduais de São Paulo. Resumo: O presente trabalho tem como escopo apresentar os principais motivos entre o racismo e a intolerância religiosa que levam à descrença e as possíveis falhas das leis 10.639/03, 11.645/08 e 12.288/10 que tentam defender a cultura negra africana inserida no Brasil pelos escravos, a cultura afro-brasileira que foi sendo construída em nosso país e a tentativa de ensino tanto no que tange a história e as crenças da religião africana nas escolas públicas estaduais de São Paulo. Foi também realizada nos meses de outubro e novembro a pesquisa com o total de 1434 alunos de escolas estaduais dos Municípios de Itapecerica da Serra e Embu Guaçu com o objetivo de levantar dados sobre o ensino da cultura afrodescendente e suas matrizes religiosas e foi constatado que na verdade isso não ocorre. Outro fator importante que não pode ser esquecido é a questão da intolerância religiosa em relação ao culto dos deuses africanos, o Candomblé que também está inserido como Patrimônio Cultural Imaterial, é mal interpretado como uma prática diabólica e que esteja erradamente associado ao Cristianismo. 89 Wagner Magalhães Museu de Arqueologia e Etnologia - USP Fomento:Capes Tecnologia Jê: os fornos do alto Paranaíba Resumo: A presente comunicação objetiva relatar parte dos resultados da pesquisa de Mestrado desenvolvida junto ao sitio arqueológico Inhazinha, localizado no município de Perdizes no Triângulo Mineiro, onde partindo de uma problemática relacionada ao conceito de cadeias operatórias que propôs avaliar a existência de conexões entre os vasilhames e as fontes de matéria prima, buscando suporte para obtenção de respostas numa ampla gama de análises arqueométricas, evidenciou-se uma nova zona arqueológica para o sítio Inhazinha, que se caracteriza por um sistema de produção cerâmica composto por três fornos escavados, associado a um horizonte cultural (agricultores ceramistas históricos) até então desconhecido para a região de estudo. Datada em 212±19 anos AP (AMS-CENA-USP/SP), e 190±30 anos AP (C14-BETA/EUA), tal assentamento, se constitui de uma nova ocupação relacionada aos Cayapós Meridionais que viveram na região do Triângulo Mineiro até o final do século XIX. Os vestígios encontrados, revelam não só as características socioculturais do grupo, mas também demonstram processos de “interação” decorrentes do inevitável contato com o homem branco. Os resultados obtidos por meio de estudos arqueométricos demonstram que os vasilhames cerâmicos não possuem correlação com as fontes argilosas evidenciadas no entorno do sítio arqueológico. Zefanathy Carvalho de Paiva Co-autores: Joina Freitas Borges e Marcelo Fagundes Universidade Federal do Piauí e Laboratório de Arqueologia e Estudos da Paisagem (LEAP-UFVJM-MG) Fomento: Capes, Fapepi Cachimbos cerâmicos no contexto escravista mineiro: um olhar para a Diamantina oitocentista Resumo: Esta comunicação tem como objetivo apresentar os cachimbos associados a escravos como elementos importantes no entendimento das tramas socioculturais no contexto escravista, especificamente em Diamantina, estado de Minas Gerais, sobretudo no século XIX. A partir da análise de 104 exemplares de cachimbos, tanto fragmentos como inteiros, coletados em escavação arqueológica no quintal de uma residência do século XVIII, que dentre seus moradores teve a negra Chica da Silva, ex-cativa que obteve fama ao ascender à elite mineira, buscou-se compreender a importância dada aos cachimbos nesse e em outros contextos. Teriam os mesmos adquirido protagonismo no cenário sociocultural diamantinense? Para tanto, procura-se demonstrar a dinamicidade em torno da relação entre esses objetos cotidianos e os grupos de africanos e afro-americanos no contexto minerador diamantinense, ressaltando-se a (re) estruturação identitária vivenciada por esses grupos e as táticas pensadas por esses diante das estratégias senhoriais. 90 Os 25 anos do em seus bastidores Localização: Parte Externa da Casa de Cultura Japonesa www.semanadearqueologi8.wix.com/iv-sia-mae-usp