Comunicação Audiovisual

Este livro propõe explorar os conceitos mais relevantes da linguagem audiovisual através da análise de alguns momentos específicos da história do cinema. Dirigido, principalmente, a alunos do ensino superior das áreas da Comunicação, Cultura e Artes, remete para notas de rodapé os elementos gramáticos audiovisuais, marcados a negrito e compilados em glossário, para facilitar a consulta. Muitas obras e movimentos cinematográficos ou autores incontornáveis não são analisados, nem sequer mencionados, tendo em conta que este trabalho não se debruça sobre a história do cinema, embora se sustente no discurso fílmico.
A predominância da linguagem audiovisual na comunicação contemporânea é incontornável e, por isso, trona-se imperativo o seu domínio conceptual, estético, formal e técnico. A televisão, os videojogos, os conteúdos do Youtube, os metaversos online ou a realidade virtual, têm em comum uma base morfológica e sintática que nasceu e cresceu como o cinema.
Este livro divide-se em três capítulos. No primeiro damos conta desse nascimento e da cimentação de uma linguagem que rapidamente se tornou universal. Para isso, usaremos uma metáfora: o comboio do amor. O Comboio, essa invenção anterior ao cinema, mas igualmente veloz na conquista de fãs e tão presente no cinema (como veremos). Na verdade, os passageiros do comboio anteciparam a experiência de ver imagens em movimento que o cinema trouxe, ao olharem pela janela. A influência mútua entre cinema e comboio, duas máquinas com essência na ideia de movimento, acompanhar-nos-á ao longo do livro.  No segundo capítulo, falamos de idiossincrasias na criação e construção da diegese narrativa audiovisual. Perdemos o comboio quando apanhamos o batelão O Atalante, de Jean Vigo e nos desnorteamos no alegórico futuro que já é passado de Blade Runner, de Ridley Scott, mas voltamos a apanhá-lo na passagem de Disponível para amar para 2046, pela mão de Wong Kar Way. A viagem termina na estação de Montmatre, onde vamos estudar a estrutura da narrativa e debruçar-nos sobre o que ainda pode vir a ser a comunicação audiovisual. Portanto, sente-se confortavelmente. O comboio já está a apitar e vai partir.

Neste artigo busco compreender como a experiência estética audiovisual se constrói e se transforma no contexto tecnocultural atual tendo em vista o acesso a produções de TV, Cinema, e de streaming em diferentes aparelhos. Aposto na atualização contemporânea do que Benjamin descreveu como novo sensorium em 1936. Procuramos analisar esse cenário a partir de uma observação empírica da experiência audiovisual na Netflix considerando as possibilidades de acesso em até 20 diferentes aparelhos, como TVs, vídeo games e smartphones. Os principais autores que embasam teoricamente o trabalho são Benjamin (2012) e Buck-Morss (2012). Metodologicamente me inspiro na perspectiva não hermenêutica (GUMBRECHT, 1998) e no método intuitivo (BERGSON, 2005; DELEUZE, 2004).

Sabendo que o campo do humor tem se mostrado um espaço de condensação e potencialização de conflitos, polêmicas e disputas discursivas transversais à sociedade (POSSENTI, 2018), o trabalho investiga a mobilização de sentidos de liberdade de expressão na circulação de produtos humorísticos audiovisuais. Para tanto, propõe-se a hipótese de que, na circulação dessas produções, os sentidos de liberdade de expressão, ao serem acionados, são tanto disputados/negociados/tensionados quanto mobilizados como elementos-chave de julgamento e avaliação crítica das obras. Do ponto de vista metodológico, o artigo recorre ao conceito de "circuito cultural" ou "circuito de comunicação" (ESCOSTEGUY, 2007; JOHNSON, 1996) e destaca o caso da produtora Porta dos Fundos e de seu Especial de Natal A Primeira Tentação de Cristo (2019).

Este artigo estuda a hibridização de linguagens do audiovisual através da análise do comercial “100 – Um Tributo à Fotografia” para a Leica. O filme ganhou o primeiro Grand Prix brasileiro na categoria de Film, no Festival de Cannes em 2015, e utiliza de recursos estratégicos como a articulação sonora e a intertextualidade na composição imagética para
transmitir a mensagem ao espectador. Foram estudados autores semioticistas como Lucia Santaella (2001) e Rogério Covaleski (2009), assim como as teorias do compositor musical Murray Schafer (1991), a fim de compreender as funções das linguagens visual e sonora em uma peça audiovisual de forte persuasão.

O presente artigo teve como objetivo analisar o discurso de audiovisuais da marca de bebida Absolut para compreender como estes narram signos representativos de diversidade. Foram três audiovisuais analisados, dois internacionais e um brasileiro. A pesquisa aborda brevemente e relaciona interfaces de Moda, consumo de bebidas alcoólicas, diversidade, representação e informações sobre a Absolut. Enquanto metodologia, uma análise do discurso com olhar da semiótica de Greimas. Obteve-se resultados de que a marca se coloca com um olhar para tendências, inclusive sociais, abraçando causas e lutas, através de manifestos, proporcionando debates. O discurso da Absolut denota uma marca que “antecipa” elementos através da perspectiva da Moda e valores do que seria um mundo mais aberto, tolerante e inclusivo.

A competência em comunicação audiovisual entre os andaluzes passa, na atualidade, por importantes carências e graves demandas, tanto na disposição para interpretar mensagens audiovisuais de modo reflexivo e crítico, quanto na capacidade de expressão por meio da linguagem audiovisual com um mínimo de correção e criatividade. Este estudo aborda de forma geral um processo de planejamento, elaboração, validação e aplicação de um questionário sobre a competência audiovisual na população andaluza em função das variáveis gênero, idade, nível de escolaridade e província. Os dados extraídos fazem parte de um estudo de alcance estatal em toda a Espanha.