Rádio

Resumo Estamos diante de uma nova forma de embalar o produto musical que afeta inexoravelmente seu consumo. As plataformas de streaming tornaram mais íntima e complexa a relação entre design e música, estabelecendo uma situação de codependência entre o usuário e a escuta musical. Para além da importância da lógica algorítmica, o design age em todo o processo, desde o planejamento de como a música será acessada em cada site ou aplicativo, até a escuta do fonograma em si. No percurso, o usuário precisa demonstrar sua alfabetização visual para realizar as interações que irão permitir suas escolhas (ouvir uma música até o fim, pular, favoritar, classificar, compartilhar ou, simplesmente, desprezar o conteúdo). Este artigo parte do pressuposto de que o design sempre teve um papel fundamental no consumo musical, para defender a ideia de que, atualmente, ele atinge seu ápice com os novos modelos de escuta musical. A partir do conceito de Design de Interação e das Metas de Usabilidade e de Experiência do Usuário que este campo busca atender, analisou-se a interface (UI Design) da plataforma Deezer em sua versão desktop com o objetivo de construir uma metodologia de análise a ser aplicada no projeto de pós-doutorado que está em andamento 3. Palavras-chave Música e Design; Rádio Expandido; Streaming; Design de Interação; UI e UX Design; Metodologia de Análise. INTRODUÇÃO A relação entre design e música precede o advento do design enquanto disciplina e campo de formação profissional, neste caso, historicamente associado à criação da Escola Bauhaus, na Alemanha do entre guerras. Mais do que isso, podemos dizer que a influência do design no consumo musical precede o nascimento da própria indústria da música, marcada pelo braço forte da indústria fonográfica, a partir do advento das rudimentares gravações do início do século 1 Trabalho apresentado no GP Rádio e Mídia Sonora, XX Encontro dos Grupos de Pesquisas em Comunicação, evento componente do 43º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2 Pós-Doutoranda na Escola de Comunicação da UFRJ, bolsista do Núcleo de Rádio e TV na mesma instituição. Contato: lena.benzecry@gmail.com 3 Para mais detalhes sobre o projeto, consultar o currículo lattes da pesquisadora disponível em:

Resumo O espaço lusófono, apesar de unido pela mesma língua, apresenta-se como um conjunto de países onde reina a heterogeneidade a vários níveis. Quer do ponto de vista geográfico, quer cultural, económico ou político, é considerável a diversidade, apesar da influência mútua que continua a ser visível. As próprias rádios comunitárias têm também desempenhos diferentes, consoante o continente em que os projetos são desenvolvidos. No sentido de perceber os diferentes objetivos e missões e ainda as diferentes formas de funcionamento e funcionalidades, pretende-se com este estudo realizar um levantamento do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido ao nível das rádios comunitárias na CPLP-Comunidade dos Países de Língua Portuguesa-analisando os casos angolano, brasileiro e português. Tentar-se-á perceber que características apresentam as rádios comunitárias da CPLP e se vão ao encontro dos parâmetros estabelecidos pela UNESCO (2001) como transversais a qualquer rádio comunitária, nomeadamente o acesso público e a participação abrangente, a propriedade e gestão comunitária, sem fins lucrativos, independência editorial, diversidade temática, e inclusão de grupos minoritários, promovendo a identidade e o caráter da cultura local. Apesar das várias nomenclaturas que são assumidas em todo o mundo, tentar-se-á identificar singularidades e particularidades, que sejam comuns dentro do espaço lusófono, ou que as distingam individualmente dentro deste mesmo espaço. Palavras-chave: comunidade, rádios comunitárias, CPLP, democracia.

O rádio brasileiro está vivenciando uma fase de transição com a migração das emissoras em Amplitude Modulada (AM) para o espectro de Frequência Modulada (FM) autorizado pelo Governo Federal em 2013. Além de proporcionar melhorias na qualidade sonora de transmissão do áudio, partimos do pressuposto de que adaptação para o FM promoveria alterações na programação das emissoras. Nesta dissertação, realizamos um estudo cartográfico das estações AMs de Mato Grosso do Sul que aderiam ao processo de migração e procuramos entender como a mudança de dial resultou em novos formatos de programação. Com o suporte do método do Estudo de Caso, selecionamos como objetos as pioneiras a migrar: a Rádio Caçula de Três Lagoas, a primeira de Mato Grosso do Sul, e a Difusora Pantanal a primeira da capital do estado, Campo Grande. Através da metodologia do Estudo Comparado, aliada as técnicas de entrevista em profundidade e observação direta, foi possível identificar que em ambas as estações, no AM, a programação musical era preponderante e ocupava mais da metade da grade diária. Ao categorizarmos os programas por gêneros e formatos sob a perspectiva teórica de André Barbosa Filho, foi possível observar, também, que embora as emissoras priorizassem no AM o gênero de entretenimento no formato musical, a programação era híbrida com espaço para programas com foco em notícias, esporte, policial e religioso. Após a migração para a faixa de FM, a pesquisa revela que a Difusora Pantanal apresentou alterações mais significativas de programação do que a Rádio Caçula. Na Rádio Difusora Pantanal, identificamos que foram retirados do ar programas tradicionais do AM com enfoque em esportes e policial, e a emissora optou pelo formato musical voltado para o gênero sertanejo no intuito de atingir um público definido. Já a Rádio Caçula preferiu a replicação da maioria dos programas da faixa AM para FM, sendo a migração uma adaptação de tecnologia.

Este trabalho tenta identificar a emergência de um modelo de reportagem radiofônica possível. A malha discursiva mostra a constituição de um produto jornalístico de rádio que chamo de peça radiofônica reportagem. De um lado, representa a posse dos preceitos do jornalismo, sobretudo o interpretativo e, de outro, reúne as possibilidades sonoras do rádio, a ponto de torná-lo um meio de expressão. Para chegar a isso, dividi o trabalho em cinco capítulos, em que se desenvolve: uma linha histórica da reportagem no rádio brasileiro (1); as bases teóricas, em forma de revisão bibliográfica, sobre a notícia e a reportagem, para desembocar na reportagem para o rádio (2); a formulação de uma constituição própria de reportagem para o rádio, a peça radiofônica reportagem, acompanhada de um modelo de análise a ser aplicado (3); a aplicação da análise em duas reportagens de emissoras que tratam de notícia o tempo todo (4); e a aplicação da mesma em três reportagens que representam um formato do gênero peça radiofônica reportagem (5).
Uma linha do tempo, apoiada em estudos e documentos da história do rádio brasileiro, demonstra atraso em alguns importantes momentos da chegada de novas tecnologias para o meio, retardando sua aplicação e o desenvolvimento de uma linguagem forte e segura. Mostro que os brasileiros que estabeleceram o rádio e seus meios de produção não eram super-heróis cheios de grandes ideias, como a história oficial nos faz ver. Ao contrário, eram improvisadores, desconhecedores da tecnologia e da linguagem. Confirmavam, nos anos 20 e 30 do século XX, que ao brasileiro bastava a cópia do que vinha de fora e a solução de problemas na base do improviso.
A parte dedicada à Teoria do Jornalismo inicia-se com uma discussão sobre gênero e formato e seus significados para diferentes teóricos. Faço isso antes de caminhar pelos conceitos de notícia e reportagem.
Na revisão bibliográfica sobre a reportagem no rádio, baseio-me em literatura especializada para chegar à minha concepção de peça radiofônica reportagem, esta apoiada em conceitos de silêncio, sons e ruídos, música e palavra subjetiva, sobretudo narração impressionista por parte do repórter. Demonstro a necessidade e a possibilidade de que a peça radiofônica reportagem seja aplicada em nossas emissoras e equipes de jornalismo no rádio.
Este estudo define um modelo aberto de análise de reportagens, aplicado subjetivamente em 5 reportagens: “Médicos faltam em unidades de pronto atendimento”, de Priscila Moraes, para a Rádio CBN; “Empresas não se adaptam a expor impostos em nota fiscal”, de Michele Trombelli, para a rádio BandNews FM; “Made in Bajo Flores”, do argentino Lalo Recanatini; “Wet”, do britânico radicado no Brasil Gibby Zobel para a BBC; e “N.N.”, da canadense radicada na Colômbia Nadja Drost para a Radio Ambulante. Este trabalho tenta apontar, com justificativas acadêmicas e práticas, a possibilidade tornar o jornalismo falado – e, no caso que apresento, sonorizado para o rádio – mais criativo, vivo, atualizado em forma e conteúdo, conectado com nosso tempo.

Este trabalho é um estudo teórico sobre Rádios Comunitárias como instrumento para o exercício da cidadania. A pesquisa aborda o conceito de Indústria Cultural, monopólio dos meios de comunicação de massa, o direito à cidadania e a livre manifestação da palavra. O estudo também apresenta a história do rádio e o que pensaram alguns teóricos
sobre esse meio de comunicação. E a origem das Rádios Comunitárias no Brasil e no Mundo. Além disso, apresenta uma proposta de que essas rádios podem ter sua concessão realizada pelos municípios.

Este artigo explora a Resolução nº 94/2020 do Conselho Estadual de Educação, que apresenta alternativas para a transmissão de aulas remotas no Maranhão no período da pandemia causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). Entre as alternativas está a transmissão das aulas por meio de rádio e TV aberta. O estudo tem como objetivo descrever as potencialidades pedagógicas dessas ferramentas no processo de aprendizagem. Trata de uma pesquisa bibliográfica e documental, que discute os impactos da suspensão das aulas presenciais e aborda, também, os desafios e benefícios da transmissão das aulas em canais de comunicação abertos (Rádio e TV) no estado do Maranhão. Evidencia que as aulas transmitidas pelo rádio e TV favorecem o processo de aprendizagem em tempo de distanciamento social e se apresentam como uma prática inclusiva, considerando que muitos alunos não têm acesso a outras tecnologias para acompanhar o conteúdo escolar.

A transformação da reportagem radiofônica externa a partir do uso dos smartphones: reflexões sobre as potencialidades tecnológicas em tempos de pandemia Resumo: As transformações tecnológicas têm impactado no processo de evolução do radiojornalismo brasileiro ao longo de sua história, com reflexos diretos na produção das reportagens externas. Historicamente, o formato reportagem radiofônica evolui no compasso das adaptações da tecnologia, explorando características como a mobilidade e o imediatismo. Este artigo propõe algumas reflexões sobre o processo de transformação deste formato radiofônico a partir da evolução das ferramentas e do uso dos smartphones, alavancada no momento atual de pandemia e distanciamento social. A metodologia utilizada neste estudo é a análise documental e a revisão bibliográfica. O percurso teórico para a análise utiliza contribuições recentes de

O programa Zumbi-O Rap na Universitária FM entrou no ar em novembro de 2018, alguns meses depois que a pioneira produção Se liga, transmitida desde 1999, deixou a grade de programação da emissora da Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura (FCPC), ligada à Universidade Federal do Ceará. Para manter o tradicional horário reservado ao hip hop no dial, o novo programa apresenta seleções de rap nacional com ênfase em lançamentos, sempre trazendo notícias e também entrevistas com artistas em atividade, além de produtores culturais e pesquisadores. Em 2021, o programa passou a contar com o apoio da Secult-Arte, a Secretaria de Cultura Artística da UFC. A parceria permitiu ampliar a oferta de conteúdos, por meio da produção de matérias com múltiplas fontes sobre a história e a atualidade do hip hop cearense e nacional. Além disso, foram criados perfis nas redes sociais (Instagram, Twitter e Facebook), para alcançar um público mais segmentado. A presença nestas plataformas proporcionou alcançar nova parcela da audiência, que passou a ser informada sobre atrações futuras do programa, postagens no blog do Zumbi, chegada de novos programas à plataforma digitais de áudio, notícias do hip hop, entre outras. Devido à pandemia de COVID-19, todas as etapas de produção foram realizadas em modo remoto: desde a reunião para criação de pautas, entrevistas, até a gravação, finalização e divulgação dos materiais. Depois de transmitidas aos domingos no programa, as matérias e entrevistas vêm sendo disponibilizadas em novos formatos em outras mídias na internet. As entrevistas ganham transcrição no blog, onde o texto é ilustrado com fotografias e videoclipes, além de trazer o áudio original, conteúdo que é "embutido" dos perfis da Rádio Universitária FM 107,9 em outras plataformas, como Soundcloud e Mixcloud. Além de garantir maior acessibilidade desses materiais, tem sido possível aproveitar ao máximo o contato com as fontes, desdobrando os materiais em vários novos conteúdos.

A publicidade em forma de música ilustra sonoramente produtos e serviços de forma alegre e descontraída. Os jingles publicitários, na sua essência, possuem letras e melodias simples para que sejam facilmente memorizadas e reverberarem no inconsciente das pessoas. Diante disso, este trabalho tem como objetivo analisar a percepção de pessoas nascidas nas décadas de 1970 e 1980 em relação aos jingles das décadas de 1980 e 1990. Em uma pesquisa de campo de viés descritivo com uma abordagem qualitativa, foram utilizados autores das áreas da publicidade e sociologia para compor o arcabouço teórico. Os resultados revelaram que os jingles trazem consigo mais do que uma finalidade exclusivamente persuasiva, mas também um significativo impacto emocional, perdurando de forma singular na memória dos consumidores.

Este artigo analisa as ritualidades da Radio Rebelde das comunidades autônomas do movimento insurgente mexicano zapatista, localizada em Oventic, no Estado de Chiapas. Para isso, são investigados os tempos e os espaços dos formatos da emissora e dos ouvintes, realizando a relação proposta por Jesús Martín-Barbero para o estudo das ritualidades. É possível notar, a partir da pesquisa, uma ruptura com a organização temporal das rádios comerciais, pois a Radio Rebelde não possui programa definidos, funciona nos horários fraturados de 5h às 9h e das 17h às 20h e segue o fuso horário zapatista da Frente de Combate Sul Oriental. Estas características apontam para a autonomia do formato da emissora. Já parte dos ouvintes entrevistados, principalmente de comunidades rurais autônomas, apropriam-se desta temporalidade nos diversos espaços de escuta. Outra parte possui dificuldade de adaptar-se ao ritmo diferenciado da emissora.
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This article analyzes the ritualities of Radio Rebelde of the autonomous communities of the Mexican Zapatista insurgent movement, located in Oventic, in the State of Chiapas. For this, the times and spaces of the producion formats and listeners are investigated, realizing the relationship proposed by Jesús Martín-Barbero. It is possible to notice a rupture with the temporal organization of the commercial radios, since the station does not have defined programs, it works in the fractured hours of 5h to 9h and of the 17h to the 20h and it follows the Zapatista timezone of the Front of the South Eastern Combat. These characteristics point to the autonomy of the format. Some of the interviewed listeners, mainly from autonomous rural communities, appropriate this temporality in the various listening spaces. Other listeners have difficulty adapting to the station's rhythm.

The purpose of this article was to understand how the programming of the Caçula and Difusora Pantanal radios started to be configured after the process of migration from the AM to FM band. For the analysis of the programming and the establishment of the Comparative Study, the techniques of direct observation of the programming and in-depth interview with speakers and representatives of the direction of the respective broadcasters were used. After migrating to FM, the analysis reveals that Difusora Pantanal presented more significant programming changes than Rádio Caçula. At Rádio Difusora Pantanal, we identified that traditional AM programs with a focus on sports and police were taken off the air, and the broadcaster opted for the musical format geared to the backwoods genre in order to reach a defined audience. Rádio Caçula, on the other hand, preferred the replication of most programs in the AM to FM band, where the process represented only an adaptation to the technology.

RESUMO: O artigo tem como objetivo analisar conteúdos e aspectos materiais da cartilha “Viver é lutar”, publicada em 1963, que integrava a coleção didática, de mesmo nome, elaborada pelo Movimento de Educação de Base (MEB) como suporte às aulas de alfabetização de adultos no contexto das escolas radiofônicas brasileiras nos primeiros anos da década de 1960, tendo em vista o contexto político do regime ditatorial brasileiro (1964-1985) e a repressão aos movimentos sociais voltados à educação de adultos. Também foram utilizados como fontes documentais “O Conjunto Didático ‘Viver é lutar’”, relatórios produzidos pelo MEB e cartas escritas por monitores que participaram do movimento. Observa-se no material didático o esforço em trazer elementos da cultura popular sertaneja como estratégia didático-pedagógica para gerar identificação com os camponeses atendidos pelo movimento, tendo em vista ainda as diferentes tendências intelectuais e ideológicas em disputa no interior da Igreja Católi...

A radio e o esporte, especialmente o futebol, tem uma longa historia de sucesso em comum. Apesar do aparecimento da televisao, esta ligacao manteve-se forte ao longo das ultimas decadas, tendo ate sido reforcada gracas as novas potencialidades que a Internet ofereceu a radio. Mas em que medida estas alteracoes tiveram algum impacto na relacao entre a radio e o esporte? Este estudo visa clarificar qual espaco ocupado pelos conteudos esportivos na programacao e nos sites das radios do Brasil e de Portugal, procurando ainda verificar a importância do futebol na oferta de noticias esportivas. Para isso, foram analisadas duas radios brasileiras (Gaucha e CBN) e duas portuguesas (TSF e Renascenca).

O artigo tem como objetivo analisar conteúdos e aspectos materiais da cartilha “Viver é lutar”, publicada em 1963, que integrava a coleção didática, de mesmo nome, elaborada pelo Movimento de Educação de Base (MEB) como suporte às aulas de alfabetização de adultos no contexto das escolas radiofônicas brasileiras nos primeiros anos da década de 1960, tendo em vista o contexto político do regime ditatorial brasileiro (1964-1985) e a repressão aos movimentos sociais voltados à educação de adultos. Também foram utilizados como fontes documentais “O Conjunto Didático ‘Viver é lutar’”, relatórios produzidos pelo MEB e cartas escritas por monitores que participaram do movimento. Observa-se no material didático o esforço em trazer elementos da cultura popular sertaneja como estratégia didático-pedagógica para gerar identificação com os camponeses atendidos pelo movimento, tendo em vista ainda as diferentes tendências intelectuais e ideológicas em disputa no interior da Igreja Católica mobilizadas na construção do material, relacionadas às suas concepções política, pedagógica e religiosa, que resultaram em um modelo próprio de educação dos camponeses. Por fim, abordamos o processo de reestruturação do MEB no contexto do regime ditatorial que, de acordo com historiografia recente, se deu por meio de processos de acomodação ao regime, cuja consequência foi a reordenação de seus princípios pedagógicos e o afastamento de militantes das alas mais radicais do movimento.

As mídias locais são importantes, pois podem significar a possibilidade de representação daquilo que está mais próximo do cidadão. Dessa forma, buscamos levantar dados sobre a mídia regional de Mato Grosso do Sul, principalmente a radiofônica e verificar a presença e quais atores influenciam o desenvolvimento deste meio nos municípios do Estado. Em julho de 2018, foram divulgados dados do Atlas da Notícia que apontou que 50 milhões de brasileiros não tem acesso a conteúdo local, principalmente de informação; ou seja, 25% da população do país reside em municípios sem emissoras locais de radiodifusão (rádio ou televisão).

>A importância das rádios livres e comunitárias para a democratização da comunicação no Brasil. Considerações sobre a diferença entre estas rádios e as experiências de legalização de emissoras de rádio. Rádio Comunitária-Radialismo-Democratização da Comunicação >The importance of independent and communitary radio stations for the democratization of broadcasting in Brazil. Considerations on the differences between those stations and the experiences on the legalization of radio stations in the country. Communitary Radios-Radialism-Democratization of Broadcasting Na realidade do mundo atual, globalizado e com um desenvolvimento tecnológico às vezes assustador, falar de propostas de comunicação comunitária costuma a soar como uma heresia no mercado profissional. Mas ao contrário, esta pode ser a forma que os indivíduos têm de exercer influência sobre decisões que afetam as suas vidas. É o que comenta a professora Raquel Paiva, Nesse horizonte, o papel da comunicação é extremamente importante. Primeiro, porque, como a mídia comercial se torna a cada dia mais globalizante e universalista, o tratamento dos assuntos passa a ser genérico e nada específico. O local, o regional, só são iluminados uma vez que se enquadrem em certos critérios, como os de originalidade, repercussão, conflito, raridade. O surgimento de veículos a partir dos grupos comunitários tem caráter basicamente local, de abordagem temática relacionada ao particular, ao que interessa especificamente àquele grupo, e de conscientização de sua realidade. Existe, assim, a possibilidade de reforçar uma das facetas a que se refere a comunidade: a das relações de pertencimento entre seus membros, e conseqüentemente o poder reivindicatório, que se instala a partir da informação numa ótica programática, não com um propósito meramente promocional, mas de melhoria da condição de vida do indivíduo. (Paiva; p. 58) É interessante perceber também, que o rádio, há algum tempo, tem sido o centro destes debates. Por um lado, nos últimos trinta anos, ele foi praticamente desprezado pelas empresas de publicidade na distribuição dos recursos financeiros, para as mais diversas campanhas. Por outro, é através dele e por todo seu potencial que tem sido travada uma grande batalha pela democratização dos meios de comunicação-entre aqueles que acreditam poder operar livremente pelas ondas eletromagnéticas e os empresários que são os donos das emissoras comerciais. Com sua indiscutível penetração, o rádio se transformou no grande edifício de alienação, em que se defendem os interesses das classes que tradicionalmente tem dominado nossa América. Paradoxalmente, o rádio, tem deixado novamente sem fala aos que nunca tiveram voz. (Cabezas; p. 37) A tentativa de mudar este quadro pode ser encontrada na história do movimento das Rádios Livres e Comunitárias. Mesmo que os documentos sobre elas nem sempre estejam organizados ou de fácil acesso aos interessados pelo tema-que não são poucos-é vital sua importância nos últimos anos para a comunicação no Brasil. O boom de rádios de baixa potência é a prova disso. Em um recente encontro da ABERT, Associação Brasileira de Rádio e Televisão, os empresários foram informados de que, já em l996, as rádios livres tinham aproximadamente 40% da audiência radiofônica,

O golpe jurídico-parlamentar-midiático de 2016, que pôs fim ao governo legitimamente eleito da presidente Dilma Rousseff, pegou os cientistas políticos e pesquisadores em Comunicação Política inteiramente de surpresa. Até então, tinha-se como certo que a democracia brasileira havia se consolidado, algumas décadas depois do fim do regime militar. O colapso da democracia brasileira foi e não foi espetacular, dependendo do modo como se olha para o processo. Não foi espetacular na medida em que não ocorreu por meio de um ato de força: diferentemente do golpe de 1964, o golpe de 2016 não envolveu tropas e tanques nas ruas, mas foi realizado por meio do comportamento pervertido de instituições basilares da vida democrática, como o Legislativo, o Judiciário e o Ministério Público. O golpe de 2016 foi, no entanto, espetacular em um sentido que o de 1964 não foi, dado o papel de proa que os meios de comunicação — com destaque para a grande imprensa — desempenharam no processo de deslegitimação das instituições políticas representativas e criminalização da esquerda política, abrindo terreno para oimpeachment de Dilma Rousseff.

O projeto de monitoria Meios de Comunicação: ensino no cenário brasileiro constitui-se num projeto de ensino que visa ações orientadas para a integração da teoria e da prática referente à disciplina Técnicas de Mercadologia para rádio e televisão, do Curso de Comunicação Social, da Universidade Federal da Paraíba - UFPB. O curso de comunicação destina-se à formação de profissionais que atuarão em um mercado altamente competitivo e complexo. Neste sentido, percebeu-se a exigência de buscar novas formas de ensino que atendessem essa demanda profissional, estimulando os estudantes à experimentação. A disciplina Técnicas de Mercadologia, tem como principal dificuldade a falta de bibliografia específica, pois são raros os livros que abordam temas referentes ao seu conteúdo programático, além disso os livros existentes são predominantemente escritos por autores estrangeiros, o que por um lado, permite que se conheçam as experiências mundiais, por outro, dificulta o ensino da prática brasileira, colocando para os estudantes o ensino de cenários que não refletem a realidade nacional. Neste sentido, o projeto teve como objetivo elaborar uma coletânea de textos, com o envolvimento direto dos alunos. Durante a vigência do projeto, os estudantes aplicando os conhecimentos e as orientações da professora, redigem artigos, de acordo com as normas científicas, realizando pesquisas bibliográficas, documentais e de campo, sobre temas, à sua escolha, que envolvam a disciplina. Para a elaboração desses artigos foram realizadas, sob supervisão da coordenadora do projeto, visitas às emissoras de rádio e televisão, a agências de publicidade e a empresas anunciantes, além de pesquisas com telespectadores e ouvintes de programas de radio, que constituem os consumidores finais. Detectou-se também a importância de incentivar os estudantes para a pesquisa e o ensino, tendo como resultado o seminário intitulado: Desafios da mercadologia: Meios de Comunicação – anunciantes –consumidor, que acontece semestralmente, com palestrantes, e apresentações orais dos artigos. Além disso, como resultado do projeto dois trabalhos elaborados por estudantes foram publicados em encontros científicos da área de comunicação, ou seja, uma atividade da disciplina possibilitou que os alunos publicassem seus trabalhos, incentivando-os à área acadêmica. Conclui-se, assim, que o projeto desenvolvido permitiu a dinamização da disciplina, possibilitou aos monitores aprofundarem seus conhecimentos através da integração do ensino e pesquisa e deu à disciplina um cunho teórico-prático, com o envolvimento direto dos alunos na preparação desses textos.

... Entrar. Sítio do Picapau Amarelo. Apresentar o registro completo.  Título: Sítio do Picapau Amarelo. Autor: Silva, Giovanna. URI: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/810. Data: 2012-02-29. Arquivos neste Item. Arquivos, Tamanho, Formato, Visualizar. ...

Este ensaio discute como o rádio pode reabilitar sua legimidade em rede, frente às mudanças nos processos de aquisição e consumo de notícias. Realiza-se uma revisão teórica sobre o papel contemporâneo dos fluxos informacionais e dos dados algorítmicos, seguida de uma crítica aos estudos do radiojornalismo. Uma provocação ao mercado e aos estudos do rádio é feita, sustentada por observações tomadas pelos autores em pesquisas recentes: devemos investir em uma nova visada sobre o meio, pois a partir da combinação de suas características institucionalizadas com novos usos em rede, o rádio pode servir de importante contraponto aos filtros digitais que limitam a circulação da informação.

O livro traduz uma das obras canônicas do meio radiofônico. Produção de Programas de Rádio: do roteiro à direção, de Mario Kaplún, ganha versão em português quase 40 anos depois de sua publicação original. A obra é o esforço coletivo do Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da Intercom, encabeçado neste trabalho pelos pesquisadores Eduardo Meditsch e Juliana Gobbi Betti. A publicação é leitura obrigatória no meio acadêmico e auxilia na compreensão do fazer rádio numa perspectiva transformadora. A tradução ratifi ca a importância histórica de Kaplún para os estudos de um rádio que conscientiza e emancipa. PALAVRAS-CHAVE: RÁDIO; KAPLÚN; EMANCIPAÇÃO.

Este artigo analisa as ritualidades da Radio Rebelde das comunidades autônomas do movimento insurgente mexicano zapatista, localizada em Oventic, no Estado de Chiapas. A partir da relação entre os formatos da emissora e as competências da recepção, proposta por Jesús Martín-Barbero, é possível notar uma ruptura com a organização temporal das rádios comerciais, apontando para a autodisposição do formato. Parte dos ouvintes entrevistados, principalmente de comunidades rurais autônomas, apropriam-se desta temporalidade nos diversos espaços de escuta. Outra parte possui dificuldade de adaptar-se ao ritmo da emissora.

A decisão de elaborarmos um Projeto Experimental sobre o atual panorama do radiojornalismo do século XXI no Recife nasceu no módulo de Assessoria de Rádio e Televisão da Pós-Graduação em Assessoria de Imprensa da Escola Superior de Relações Públicas – ESURP, onde estudamos sobre a história do rádio e de onde nasceu a principal indagação que norteia o Projeto: Como a internet e as Redes Sociais influenciaram no Radiojornalismo do Século XXI?

Se vivencia na contemporaneidade uma constante imersão tecnológica dos indivíduos em diversas instâncias e contextos que modificam as esferas sociais, culturais e comportamentais. Essa ação, multidisciplinar, se substancializa em técnicas, ferramentas e aparatos que reorganizam o modo como interpretamos e agimos no mundo. Os sustentáculos que permitem as novas relações e conexões tecnológicas oriundas dessa imersão transformam o conhecimento para além de um conteúdo estático e/ou analógico, dotado de dinamismo particular. Muitas vezes, de forma ubíqua, fazer parte da cultura digital implica na absorção e recombinação da informação, que de certo modo fomenta e enaltece a criatividade, que se concatena em produção de ideias e novos conhecimentos. Logo, partindo do pressuposto de que a criação reforça a sociabilidade de indivíduos conectados, uma das formas de externar esse fenômeno se deu a partir da necessidade de se modernizar os processos de aprendizagem a partir de unidades de ação coletiva que constituem redes. Através de tecnologias que trazem possibilidades de expressão artística e cultural e técnicas de Comunicação que informam, engajam e inovam, os caminhos ofertados pela modernização do entendimento do rádio e a difusão radiofônica dos poscasts transformaram os processos educacionais e atendem gerações que encontram nesse caminho midiático a contingência de representatividades com seus semelhantes. Portanto, discutir sobre o tema é pertinente por se tratar de uma responsabilidade do contexto educacional. Considerar essas recentes maneiras de se comunicar, aprender e educar é relevante. De um lado, as ferramentas tecnológicas, do outro, uma gama de possibilidades que acompanham as constantes mudanças do contexto conectado. Considerando essa transformação do rádio, a pesquisa tem intento de referenciar como o cenário de evolução tecnológica e potencialidade radiofônica se desdobra no digital garantindo a imersão tecnológica e narrativa para o contexto educacional através de exemplos de casos distintos.