Rubens A Correa

RESUMO: Entre 1876 e 1885, excetuando os anos de 1882 e 1883, veio à público na capital paulista, o Almanach Litterario de São Paulo, por iniciativa de José Maria Lisboa, tipógrafo lusitano de origem. Inserido numa antiga tradição desse tipo de publicação, o caso do almanaque paulista teve como particularidade o fato de reunir ao longo de seus oito volumes publicados grupo de intelectuais identificados com repertório de oposição ao sistema político imperial dominante. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é o de resgatar a história desta publicação situando-a no contexto de crise do Império e de transição para a República. O tratamento conceitual que se pretende aplicar no contexto deste trabalho é o de sociabilidade intelectual desenvolvido por Jean-François Sirinelli, no âmbito da história dos intelectuais, combinado com o de repertório, elaborado por Charles Tilly, a partir da perspectiva da sociologia da cultura. PALAVRAS-CHAVE: Almanaque. Intelectuais. Repertório.

Resumo O presente ensaio busca refletir, de forma crítica, sobre a atualidade dos conflitos que incidemsobre a educação nacional. Parte considerável desses conflitos está relacionada ao fato de que determinadas ideologias conservadoras avançam de forma sistemática sobre as políticas educacionais desenvolvidas no Brasil. Consideradas em conjunto, essas ideologias conservadoras se caracterizam por defender uma oposição às mudanças que resultam tanto do desenvolvimento de teorias e práticas advindas do campo acadêmico quanto das lutas sociais incorporadas à realidade do ensino básico e superior, fazendo da escola e da educação um importante lócus do embate de classes estruturante de nossa sociedade. Palavras-chave: Educação; território; currículo escolar; professor. School and curriculum: an essay about disputed territories Abstract This essay seeks to make a critical reflection on the actuality of conflicts that affect national education. A considerable part of these conflicts is related to the fact that certain conservative ideologies advance systematically on the educational policies developed in Brazil. Taken together, these conservative ideologies are characterized by defending an opposition to the changes that derive both from the development of theories and practices derived from the academic field and from the social struggles incorporated into the reality of basic and higher education, making the school and of education, an important locus of the structuring class struggle of our society. Escuela y currículo: un ensayo sobre territorios en disputa Resumen El presente ensayo busca realizar una reflexióncrítica sobre la actualidad de los conflictos que inciden en la educación nacional. Parte considerable de esos conflictos está relacionada al hecho de que ciertas ideologías conservadoras avanzan de forma sistemática sobre las políticas educativas desarrolladas en Brasil. Consideradas en conjunto, esas ideologías conservadoras se caracterizan por defender una oposición a los cambios que se derivan tanto del desarrollo de teorías y prácticas derivadas del campo académico y de las luchas sociales incorporadas a la realidad de la enseñanza básica y superior, haciendo de la escuela y de la educación un importante el locus del embate de clases estructurante de nuestra sociedad. Palabras-clave: Educación; territorio; currículum escolar; maestro. Rev. NERA Presidente Prudente v. 22, n. 48, pp. 85-97

Este trabalho tem como objetivo principal levantar algumas proposições do campo das ciências sociais e dos estudos culturais acerca da questão da identidade cultural, especialmente no tocante ao contexto histórico contemporâneo marcado pela chamada crise
de paradigmas da pós-modernidade ou da modernidade líquida. O texto encontra-se dividido em três partes: na primeira, uma abordagem envolvendo as contradições conceituais que envolvem a questão da identidade tendo por escopo as ideias de Manuel Castells; na segunda
parte, pretende-se sistematizar a crise da pós-modernidade a partir dos apontamentos de Stuart Hall; na terceira parte, será tratada, em breve nota, a questão da identidade nacional em tempos de globalização levando em conta as concepções de Zigmunt Bauman. A questão da
crise das identidades faz parte do debate contemporâneo especialmente a que tange duas modalidades particulares de identidade cultural – a étnica e a nacional – submetida ao deslocamento provocado pela era da globalização e da pós-modernidade

O artigo pretende fazer uma leitura de
O Ateneu de Raul Pompéia, obra publicada
originalmente em 1888, ano da
abolição da escravidão no Brasil, estabelecendo
relações entre a trama ficcional
e os fatos políticos marcantes do
final do Império. A hipótese sugerida
é a de que no romance, o autor revela
por meio de seus personagens suas
concepções de política e de sociedade,
realizando uma crítica ácida ao regime
monárquico ao qual atribuí todos
os males que país atravessava naquela
conjuntura histórica.

O artigo pretende oferecer algumas reflexões sobre o contexto da crise do Império que culminou com a proclamação da República em 1889, retomando o debate sobre os fatores que contribuíram para o esgotamento  do sistema monárquico  brasileiro levantando elementos teóricos como estruturas de oportunidades e ação política.

Este trabalho visa dar conta do repertório de ideias construído por um grupo de intelectuais de São Paulo no contexto da crise política do
Império. Trabalha-se com a hipótese de que “república” funcionou como
estratégia retórica e de ação política para o enfrentamento do status político imperial dominante. Toma-se como referencial teórico para pensar a hipótese, os conceitos de repertório de ideias e ação política a partir das noções desenvolvidas no âmbito da sociologia política norte-americana, especialmente os trabalhos de Charles Tilly. Interessa conhecer quem verbalizou as demandas de São Paulo naquele contexto; quais as palavras-chave que compuseram o repertório verbalizado e como esse repertório fora utilizado como estratégia de ação contra o status dominante.

RESUMO: o presente trabalho tem por objetivo apresentar algumas considerações acerca da questão da escravidão no Brasil colônia a partir de uma obra-documento publicada no século XVII: Economia Cristã dos Senhores do Governo dos Escravos escrita pelo padre jesuíta Jorge Benci. O livro de Benci é revelador do ponto de vista assumido pela Igreja Católica acerca da escravidão além de permitir, também, uma leitura acerca de particularidades no desenvolvimento da escravidão no Brasil colônia dos tempos da economia canavieira do Nordeste, em especial, a Bahia, onde o religioso viveu entre 1681 e 1705.

Busca-se, com o artigo, situar o objeto de estudo – os intelectuais – dentro das possibilidades teóricas oferecidas pela história intelectual,
em particular, e pelas ciências sociais, em geral. Sabe-se que a história intelectual ainda é, nos dias de hoje, um domínio do campo historiográfico em processo de construção, em termos de metodológicos. Nesse particular opta-se em proceder pela compreensão da perspectiva adotada por Jean François Sirinelli que oferece como ferramentas de abordagem dos intelectuais as noções de itinerários, de estruturas de sociabilidades e de geração. Desta forma, propõe-se uma discussão teórica a partir da reconstituição das diversas noções atribuídas
ao papel do intelectual na sociedade ocidental desde o aparecimento formal do termo no contexto francês do caso Dreyfus no final do
século XIX.

RESUMO: Em 1876 veio a público pela Tipografia da Província de São Paulo e sob os cuidados do editor José Maria Lisboa a obra Lições de História Pátria, de autoria de Américo Brasiliense de Almeida e Mello. O livro nasceu da experiência de seu autor como professor da cadeira de História junto ao Colégio de São João, localizado em Campinas, interior de São Paulo e de propriedade de J. B. da Silveira Caldeira. Tomamos a obra de Brasiliense como um retrato do " fazer e ensinar histórico " situando-a nos limites teórico-metodológicos vigentes no Brasil da segunda metade do século XIX, procurando discutir o conteúdo ideológico intrínseco à perspectiva cronológica, linear, ufanista e regional adotada pelo autor. ABSTRACT: In 1876 it was made public by the typography of the Province of São Paulo and in the care of editor Jose Maria Lisboa to work Lessons of Homeland History, written by Américo Brasiliense de Almeida and Mello. The book was born from the experience of the author as a teacher of the chair of history along the St. John College, located in Campinas , São Paulo, and owned by J. B. Silveira boiler. We take the work of Brasiliense as a portrait of " do and teach history " situating it in the theoretical and methodological limitations in force in Brazil during the second half of the nineteenth century , seeking to discuss the intrinsic ideological content to the chronological perspective , linear, vainglorious and regional adopted by author.

Busca-se, com o artigo, situar o objeto de estudo
– os intelectuais – dentro das possibilidades
teóricas oferecidas pela história intelectual,
em particular, e pelas ciências sociais, em
geral. Sabe-se que a história intelectual ainda
é, nos dias de hoje, um domínio do campo
historiográfico em processo de construção,
em termos de metodológicos. Nesse particular
opta-se em proceder pela compreensão da
perspectiva adotada por Jean François Sirinelli
que oferece como ferramentas de abordagem
dos intelectuais as noções de itinerários, de
estruturas de sociabilidades e de geração. Desta
forma, propõe-se uma discussão teórica a partir
da reconstituição das diversas noções atribuídas
ao papel do intelectual na sociedade ocidental
desde o aparecimento formal do termo no
contexto francês do caso Dreyfus no final do
século XIX.

Em 1900, crepúsculo do século XIX, veio a público, sob encomenda do Departamento de Agricultura do Estado de Minas Gerais, o livro A Arte de Fabricar o Vinho – Manual do Vinicultor (1), cuja publicação ficou sob os auspícios do próprio governo mineiro em colaboração com o governo do Estado de São Paulo.  Seu autor: Luís Pereira Barreto, nascido em cidade do interior do Rio de Janeiro, formado pela Universidade de Bruxelas  (Bélgica),  dado a exercícios filosóficos por meio de livros e jornais e, por fim, político eleito pelo Partido Republicano Paulista para mandatos junto às Assembleias Constituintes paulista e nacional.

Os limites da vida intelectual de fins do século XIX e inícios do
XX transformavam a imprensa escrita na grande “tribuna” onde artistas e escritores
podiam defender seus ideais políticos e ideológicos. Neste contexto é que emerge o
pensamento republicano e abolicionista de Raul Pompéia, escritor de renome por conta
da publicação de O Ateneu (1888), e que, tal como os homens de letras de seu tempo
,vai se engajar nas lutas políticas. Militante abolicionista desde os tempos da faculdade
de Direito do Largo de São Francisco, Pompéia vai se filiar ao movimento republicano
mais radical, pregando o rompimento com as estruturas arcaicas da monarquia e
propondo uma idéia de nação. Durante o governo de Floriano Peixoto (1891-1894) vai
aderir, ao lado de outros intelectuais, ao florianismo encontrando no “velho marechal”
uma alternativa para a implantação de um projeto reformista que, embora radical em
seus princípios, tinha um caráter de fundo autoritário.

O contexto de crise do Império iniciado em 1870 e culminado com o desfecho do movimento civil-militar que derrubou o regime monárquico em 1889 foi vivido intensamente, em São Paulo, por um grupo de homens de letras ligado a setores econômicos emergentes e ávidos por prestígio e visibilidade numa sociedade extremamente conservadora e nobiliárquica.  Conduziram um movimento concatenado e intencional de confronto político contra o status dominante por meio de manifestos, congressos classistas, clubes e partidos políticos, irmandades maçônicas, órgãos de imprensa, intervenções nos campos da educação e da cultura, estruturas a partir das quais construíram redes de sociabilidades e repertórios de ideias. A ação política dos homens de letras paulistas visava colocar em prática um projeto de poder que fosse capaz de contemplar interesses localizados, para o qual forjaram um repertório dentro do qual o termo “república” funcionou muito mais como um apelo para cooptar adesões em prol de seu projeto de poder e muito menos como uma crença e convicção nos valores republicanos de cidadania, respeito à coisa pública, separação entre público e privado, além de universalização das liberdades individuais. Ao fim e ao cabo o movimento se revelou vencedor e do grupo de intelectuais de São Paulo surgiram os futuros integrantes da nova ordem política pós-proclamação da República. Pretende-se, aqui, trabalhar a hipótese de que o grupo de intelectuais paulistas construiu um repertório de confronto ao status político imperial a partir de suas experiências de compartilhamento e que o apelo aos grandes enunciados da época como “república”, “abolicionismo”, “positivismo” etc, era somente uma estratégia de acomodação de interesses do grupo num contexto de decadência das formas hegemônicas de poder da qual os membros do grupo tinham consciência e procurou tomar partido. 

Palavras-chave: intelectuais. ação política. itinerários.  repertório de ideias. microclimas.

Pretende-se neste artigo trabalhar a questão dos costumes políticos do Brasil, em geral, e do rio de janeiro, em particular, a Partir do olhar de um observador privilegiado dos acontecimentos entre a queda da monarquia e proclamação da república que fora Raul Pompéia. para tanto escolheu-se um tipo de texto que possui suas particularidades, enquanto forma discursiva, no caso as crônicas.

Neste artigo pretende-se trabalhar o discurso político de Raul Pompéia(1863-1895), escritor e militante fluminense, a partir de um tipo de fonte específica: os escritos políticos. A escolha por esse modelo de documentação justifica-se pelo fato de permitir ao autor, no caso Raul Pompéia, o emprego de um discurso mais incisivo e direto, além do uso de uma linguagem própria do panfleto. Os escritos políticos pesquisados permitem identificar a construção de um projeto de república radical, de rompimento com a dependência externa e de alargamento dos direitos de cidadania,por meio da criação de um sistema nacional de educação e da incorporação dos ex-escravos à sociedade brasileira.

Este artigo é parte integrante da dissertação de mestrado sobre o pensamento político de Raul Pompéia. Considerado pela história da literatura brasileira como o autor de uma obra-prima do realismo/naturalismo brasileiro –“O Ateneu” – Pompéia, tal como outros escritores de seu tempo, interveio, por meio de grande atuação na imprensa, no debate político de sua época. Republicano,abolicionista e nacionalista, Raul Pompéia contribuiu para a construção de uma ideia de identidade nacional brasileira em fins do século XIX.

Este artigo pretende fazer um resgate histórico do escritor Raul Pompéia, levando em conta o ponto de vista dos historiadores da literatura brasileira, ou seja, enseja investigar a forma de construção intelectual pela qual ficou conhecido o autor de
O Ateneu , obra publicada em 1888, que imortalizou o seu autor.

Este trabalho pretende fazer uma resenha das principais tendências historiográficas que abordaram a questão das independências nas Américas Hispânica, levando em conta, sobretudo, a perspectiva tomada a cabo pela Nova História Política. Para tanto, destacamos os trabalhos de François-Xavier Guerra e Monica Quijada, para o caso dos processos independentistas no mundo hispano-americano. O eixo central das novas abordagens sobre os movimentos de independência nas Américas procura enfatizar os processos de lutas políticas internas relativas às colônias e suas respectivas metrópoles distanciando da perspectiva adotada pela historiografia mais tradicional que busca respostas para os eventos independentistas da América na conjuntura do capitalismo industrial e nos efeitos das ideias iluministas propagadas pela Revolução Francesa. Não se trata, contudo, de sobrepor a esfera do político sobre as demais, mas a de conciliar abordagens que possam dar uma explicação mais abrangente sobre as motivações e os significados envolvidos naquele processo histórico
.

Procuramos com este trabalho apresentar uma leitura crítica do problema da pós-modernidade tendo como referencia as idéias de Jean-François Lyotard, filósofo francês, que publicou em fins da década de 1970, o livro A Condição Pós-Moderna,
utilizando-se do termo para se referir às mudanças provocadas pelo avanço das técnicas e seu impacto no âmbito do saber e de suas apreensões.

O presente trabalho integra os quadros de uma pesquisa mais ampla, na qual investigamos a trajetória, a militância e os ideais políticos de Raul Pompeia (1863-1895), situando-o no contexto brasileiro do final do século XIX. Enfatizamos, particularmente, a  produção cronística de Raul Pompeia para o jornal O Estado de S. Paulo em uma série que o  próprio autor intitulou de “Da Capital” e que foi publicada pelo vespertino paulista entre 1891 e 1893. Procuramos compreender, por meio deste trabalho, como a crônica, enquanto gênero na fronteira entre a literatura e a história, opera como um testemunho documental capaz de revelar as tensões políticas de uma época.

"Raul Pompeia foi um intelectual militante que fez da imprensa, da literatura e da caricatura armas poderosas, com as quais combateu pelo fim do escra-vismo e a implantação da República.Como abolicionista, defendeu a subversão das senzalas; como republicano, era contra o predomínio político dos grandes fazendeiros e favorável às trans-formações profundas.Mais conhecido do grande público como autor de O Ateneu , obra prima da literatura brasileira, Raul Pompeia foi um grande patriota e nacionalista, que dedicou sua breve existência ao sonho de construir um Brasil moderno e justo.”

Este livro pretende resgatar a ação e o pensamento político do escritor Raul Pompéia (1863-1895), autor de O Ateneu (1888), obra prima do realismo brasileiro.
Raul Pompéia, como tantos outros intelectuais de seu tempo, esteve engajado nos grandes movimentos sociais da segunda metade do século XIX - o abolicionismo e o republicanismo. Fez da imprensa uma tribuna na defesa de suas ideias batendo-se pela extinção do trabalho escravo, pelo fim do regime monárquico, pelo rompimento com a dependência econômica dos principais centros capitalistas, pela incorporação dos ex-escravos na sociedade.
Durante o governo do Marechal Floriano Peixoto (1891-1894) vai aderir ao jacobinismo pregando a necessidade militarismo como forma provisória de se superar os fundamentos agrários e oligárquicos da sociedade brasileira. Enfim, Raul Pompeia vai construir um ideal de nacionalidade brasileira no movimento período de transição da monarquia para a república.

Certificamos que RUBENS ARANTES CORREIA, CPF 073.271.778.76, proferiu palestra como docente, membro, da “Mesa redonda: As violações aos direitos humanos” durante o evento da SEMANA DO LIVRO E DA BIBLIOTECA no período de 22 a 26 de outubro de 2018, totalizando 1h40min, em Birigui/SP. IFSP campus BRI

Resumo: O texto pretende fazer uma reflexão sobre o educar pela pesquisa no âmbito do ensino superior. Para tanto faz uma leitura da legislação escolar pertinente ao tema e da literatura produzida sobre o assunto destacando particularmente a obra de Pedro Demo. Procura, ainda, aprofundar o tema levando em conta a realidade concreta dos agentes envolvidos, ou seja, o ensino superior público, o ensino superior privado, o educando e o professor. 1. Ensino e Pesquisa na legislação educacional A legislação educacional em vigor atribui ao ensino superior a responsabilidade indissociável do ensino, da pesquisa e da extensão tendo em vista o pleno desenvolvimento do educando para o exercício da cidadania e de sua qualificação para o trabalho. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB no. 9394/96) em seu artigo 43 inciso III assinala que o ensino superior tem por finalidade " incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive ". Compreende-se, com base no texto da LDB, que a sintonia entre ensino e pesquisa favorece a criação cultural, o desenvolvimento do espírito científico, o pensamento reflexivo, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e a criação e difusão da cultura. Da mesma forma a Constituição Federal de 1988 em seu capítulo sobre Educação (capítulo III, seção I, artigos 205-214), quando se refere à pesquisa a coloca com indissociável ao ensino e à extensão no âmbito das universidades (art. 207) e fazendo menção aos recursos financiadores assinala que tais atividades " poderão receber apoio financeiro do poder público (art. 213 inciso II parágrafo 2o.). Portanto, em termos legais a relação ensino-pesquisa está devidamente amparada e prevista o que necessariamente não significa que se realiza na vida cotidiana das IES. 2. Ensino e Pesquisa na literatura sobre o tema Do ponto de vista da literatura específica que trata da relação entre ensino e pesquisa percebe-se relativo consenso entre os autores dedicados ao assunto segundo os quais tal relação é absolutamente imprescindível para a efetivação do processo de aprendizagem. Pedro Demo, importante intelectual na área da educação e professor da UnB, afirma em

Resumo: Este trabalho está inserido nos quadros de uma pesquisa mais abrangente que tem como eixo central de investigação o estudo das relações escravistas na região do Sudoeste Mineiro na segunda metade do século XIX. Parte-se da hipótese de que em uma economia subsidiária e pouco dinâmica, em comparação com regiões ligadas ao mercado agro-exportador como as cafeeiras do mesmo período histórico, o emprego de escravos nas atividades produtivas é quantitativamente menor, gerando relações escravistas de baixa tensão e de maior negociação entre senhores e escravos. Para tanto, elegeu-se como documentação preferencial, para fins de testar a hipótese, dois tipos de fontes muito particulares e pertinentes no estudo da escravidão: as cartas de alforria e os inventários post mortem, encontradas no Cartório do 1º. Ofício da cidade de São Sebastião do Paraíso e no Centro de Memória “Prof. Antônio Grillo” da cidade de Passos.

RESUMO O trabalho tem por objetivo comunicar as atividades do Laboratório de História da UEMG de Passos, órgão vinculado ao Colegiado do Curso de História e ao Núcleo Acadêmico de Educação da unidade de ensino local e ainda em fase de reconhecimento institucional. Tendo iniciado suas atividades em 2005, o Laboratório de História da UEMG Unidade de Passos constitui-se de um acervo museológico formado por hemeroteca, biblioteca, videoteca, peças arqueológicas e artefatos temáticos relativos à tecnologia áudio-visual, ao trabalho doméstico e agrícola, aos costumes religiosos, à numismática, às atividades comerciais e de serviços, além de acervo fotográfico, representativos de diferentes épocas históricas e, fundamentalmente, relativos à cidade de Passos e à região do Sudoeste Mineiro. A partir de 2015 com a efetivação da estadualização da Unidade de Passos pela UEMG, o Laboratório de História passa por um processo de reestruturação física, humana e institucional visando atingir finalidades compatíveis com o espírito de uma universidade pública, ancorado no tripé ensino-pesquisa-extensão. Visando atingir tais objetivos o Laboratório de História vem definindo ações que possam contemplar: 1) a pesquisa: através do engajamento dos estudantes do curso de Licenciatura de História foram definidas duas linhas de investigação subordinadas a duas grandes áreas-a História Regional, onde vem sendo desenvolvida uma pesquisa sobre Levantamento de fontes para o estudo da escravidão no Sudoeste mineiro que já apresenta resultados preliminares; e a Arqueologia Pré-Histórica e Indígena na região do Sudoeste mineiro, ainda em fase embrionária, de leitura de textos e formatação de projeto; 2) o ensino: por meio de atividades pedagógicas envolvendo acadêmicos do curso de História com estudantes e professores de escolas de nível básico, através de visitas monitoradas não só para o conhecimento do acervo museológico do Laboratório como, também, para a participação em eventos temáticos com programação própria e inserida na Semana Nacional de Museus e na Primavera dos Museus ambos organizados nacionalmente pelo IBRAM. Dessa forma, pretende-se dar um caráter não só de extensão como, também, de ensino-aprendizagem, envolvendo comunidade acadêmica e público local e regional em torno de ações que contemplem as diversidades culturais. Concomitante a esses objetivos, o Laboratório de História pretende ser um espaço de exercício e prática do futuro profissional de História da UEMG de Passos, encampando um cronograma abrangente de iniciativas como organização de oficinas pedagógicas, confecção de material didático destinado a aulas de história, elaboração de aulas temáticas através de meios didáticos alternativos aos tradicionalmente utilizados em sala de aula, organização de roteiros e passeios histórico-culturais que possam contribuir para a aprendizagem in loco de aspectos da paisagem urbana e rural. contribuindo, assim, para a formação dos acadêmicos do curso de História. Dessa maneira o Laboratório de História da Unidade de Passos passa a inserir suas atividades nesta nova fase vivida pela instituição.

FESB realiza Semana Interna de História

DATA: 22/10/2008 / EDUCAÇÃO

A FESB-Fundação de Ensino Superior de Bragança Paulista dá início nesta quarta-feira, 22, a Semana Interna de História, que se prolonga até a próxima sexta, 24, com um ciclo de palestras e exposições. Segundo os organizadores, a FESB abrirá as suas portas para a visitação pública, direcionada especialmente a escolas, colégios do Ensino Médio de Bragança Paulista e região e todos os interessados em conhecer sua infraestrutura e cursos técnicos de graduação. Dentro da programação está uma palestra do professor Gonçalo Moraes Galvão sobre a relação entre História e Cinema, Educação e Poder, a ser realizada nesta quarta-feira das 9h00 às 10h00, que se repetirá entre as 20h00 e 21h00, na Sala da Biblioteca. No Laboratório de História, em todos os períodos (08h00 às 22h00), acontecerão exposições montadas pelos próprios alunos do curso, que serão feitas a partir das atividades dos PICs (Projeto de Iniciação Científica) e das Práticas de Ensino de História e Estágio. Entre eles destacam-se uma exposição dos mapas técnicos dos patrimônios tombados e dos patrimônios em processo de tombamento em Bragança Paulista, exposição do patrimônio do “Colégio São Luiz – um patrimônio esquecido?”, exposição de painéis de visitas técnicas em museus e arquivos, apresentação das pesquisas acadêmicas, sobre a produção dos TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) dos alunos concluintes. Na sexta feira, 24, o professor Rubens Arantes Corrêa realiza a palestra “História, Literatura e Identidade Nacional”. Corrêa é autor do livro “O Pensamento Político de Raul Pompéia”.

O II Simpósio de Letras encerrou-se com a palestra “Discurso do Texto Didático da Disciplina História: Os Conceitos e os Preconceitos”, ministrada pelas professoras Sueli de Cássia Tosta Fernandes e Vivian Ferreira Costa, alunas egressas de 2009 do curso de Letras/Espanhol da Fafibe, apresentada pelo Prof. Dr. Rinaldo Guariglia, do Colegiado de Letras da Fafibe e com a conferência “História, Literatura e Identidade Nacional”, proferida pelo autor e professor Ms. Rubens Arantes Corrêa, do Centro Universitário Claretiano de Batatais, seguida por uma exposição de livros e sessão de autógrafos.

PALESTRA: DECIFRANDO O ENIGMA: BRASIL, QUE PAÍS É ESSE?



* ATIVIDADE ENCERRADA
Palestrante: Rubens Arantes
24/5 – sexta-feira – 19h às 21h
Público: adolescentes e adultos
Inscrições: 25/2 a 22/5
Seleção: primeiros inscritos
30 vagas

Palestra que tratará da questão da identidade nacional brasileira, enfocando o período entre os anos 70 do século XIX e a década de 80 do século XX, por meio de textos literários, de música e exibição de trechos de filmes relacionados a cada época.

O presente trabalho integra os quadros de uma pesquisa mais ampla na qual pretendemos investigar a trajetória pessoal, a militância intelectual e os ideais políticos de Raul Pompéia (1863-1895), no contexto brasileiro do final do século XIX. Autor de O Ateneu (1888), obra que o consagrou definitivamente na história da literatura brasileira, Raul Pompeia desenvolveu, também, uma intensa atividade jornalística como cronista de publicações do Rio de Janeiro – Gazeta da Tarde, Gazeta de Notícias e Jornal do Comércio-, São Paulo – O Estado de S. Paulo – e Minas Gerais – Diário de Minas e O Farol – sendo esses dois últimos publicados na cidade de Juiz de Fora. A obra jornalística de Raul Pompeia tem sido trabalhada por pesquisadores em uma abordagem que enfatiza seus aspectos mais literários e estéticos, como atestam os trabalhos recentes de Marciano Lopes e Silva (2008)2 e Regina Lúcia de Araújo (2006)3. Diferentemente da perspectiva adotada por esses autores, preferimos tomar a obra de Raul Pompeia como objeto de pesquisa inserido na perspectiva da história dos intelectuais, vertente da nova história política, preconizada por Jean François Sirinelli4, ou seja, investigando seu engajamento nas lutas políticas de seu tempo – movimentos abolicionista e republicano-, suas relações de afinidade/repulsão dentro do campo intelectual ainda em formação no contexto do entresséculo XIX-XX e suas concepções de nação e povo, questões recorrentes em suas crônicas e " escritos políticos ". Para efeito dessa comunicação, delimitamos o tem levando em conta somente a colaboração cronística de Raul Pompeia com o jornal O Estado de S. Paulo entre fevereiro de 1891 e julho de 1893, cobrindo para o vespertino paulista o conturbado período dos primórdios do regime republicano sob os governos militares de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Trata-se de um conjunto de crônicas enfeixadas sob o título geral de " Da Capital " somando ao todo 66 colaborações. Pelas próprias características do texto cronistico praticado pela imprensa brasileira da época e pelas próprias particularidades da escrita de Raul Pompeia podemos observar, por meio de uma leitura mais atenta do material, o esforço do escritor em não só informar o leitor de O Estado de S. Paulo sobre o cotidiano da capital da República, destacando fatos da vida cultural e festiva da antiga Corte, como, também, manifestar abertamente, quase em um panfletário, suas opiniões ora de apoio ora de reprovação diante do acontecimentos políticos envolvendo os rumos da República naquela conjuntura de acirradas disputas.

As grandes imigrações humanas são fenômenos que ocorrem desde tempos mais longínquos, contudo, com o processo de globalização os fenômenos migratórios ganharam outros contornos diferenciando-se, portanto, dos períodos anteriores. A globalização corresponde a um processo histórico de desenvolvimento do capitalismo verificado desde o fim da 2ª. Guerra Mundial (1939-1945) baseado na intensa internacionalização da economia provocando uma grande interdependência entre os países tendo por eixo os centros geo-econômicos mundiais. Tal processo é acelerado a partir de fins do século XX com a derrocada do comunismo europeu, a derrubada do Muro de Berlim (1989) e a extinção da URSS (1991). Desde então a hegemonia capitalista via EUA impôs um discurso unilateral voltado para a supremacia do mercado, do consumismo e das relações burguesas de produção e trabalho. A reestruturação da lógica capitalista de produção e distribuição de riquezas correspondente ao que chamamos de globalização e pós-modernidade provocou grande impacto nas populações que se encontram fora do eixo central dos países capitalistas, exercendo forte atração e apelo por meio da oferta de melhores condições de trabalho, de renda, de vida e de consumo. Com isso os movimentos migratórios ganharam nova complexidade não só de diversos grupos sociais foram afetados pela nova ordem capitalista, como também, porque sua maneira de ser percebida foi deslocada. Ao lado dos enormes contingentes humanos afetados por guerras, ditaduras, desastres naturais etc, fatores históricos de expulsão populacional, na Era Global surgem os contingentes dos " indesejados " , expulsos de seus locais de origem e renegados pelas localidades que adotaram, midiatizados pelas redes sociais, pela televisão, pela cultura do outdoor. Para melhor clarear a questão recorremos a Z. Bauman (1998) que para tipificar as condições dos migrantes transnacionais da Era Globalizada lança mão da metáfora dos " vagabundos " em contraste com os " turistas " : " Os vagabundos " são os migrantes indesejados, trabalhadores temporários e sem-direitos trabalhistas e civis, em conflito com a lei dos países adotados pela condição de ilegal ou refugiado; " os turistas " são os outros, aqueles que consumem, que trazem dinheiro para a municipalidade, que desfilam sua cultura pelas ruas da cidade. Eis o padrão de estratificação social da pós-modernidade, fator intrínseco aos fluxos migratórios na Era Global. (BAUMAN, 1998, p. 5)2 1 Texto apresentado por ocasião da Mesa-Redonda " Direitos Humanos e Processos Migratórios Internacionais ". IFSP campus Birigui, 07.06.2016. 2 BAUMAN, Z. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1998, p. 5.

RESUMO: O objetivo desse trabalho é o de retomar a trajetória de um personagem consagrado pela historiografia, estudiosos da história da economia brasileira e da sociologia do pensamento brasileiro que situam Irineu Evangelista de Souza, o barão e visconde de Mauá como símbolo de uma época seja na condição de um empreendedor capitalista seja na condição de antítese de uma " sociedade arcaica e anti-moderna " representada pelo Segundo Reinado (1840-1889). Pretende-se discutir os mecanismos políticos e intelectuais envolvidos no processo de apropriação e re-apropriação de um ator social historicamente localizado dentro de marcos temporais específicos que serviu como modelo representativo de " homem de negócios " e de " visionário " por gerações subsequentes. PALAVRAS-CHAVE: Mauá. Empreendedorismo. Capitalismo. Sociedade Arcaica. 1. Nos livros didáticos de história do Brasil utilizados por décadas pelos sistemas de ensino básico é comum deparar-se com um capítulo intitulado " Era Mauá " no qual são condensados conteúdos relativos ao desenvolvimento urbano e industrial ocorrido no Império com destaque para as iniciativas no campo dos serviços urbanos como iluminação pública, casas bancárias e de comércio de importação-exportação, ferrovias e serviços de bonds, entre outros empreendimentos. De acordo com a perspectiva histórica tomada por essa literatura didática, Irineu Evangelista de Sousa, o futuro barão e visconde de Mauá, soube aproveitar a conjuntura econômica, interna e externa, favorecida pela liberação de capitais empregados no tráfico de escravos, extinto a partir da lei Eusébio de Queirós de 1850, e pela intensa participação de capitais ingleses nos negócios brasileiros, algo visivelmente favorecido desde os Tratados de 1810. Gilberto Cotrim (1999) chama a atenção para a " ousadia empresarial " de Mauá cujo sucesso, segundo o autor, estaria relacionado com as condições internas de protecionismo cambial proporcionado pela chamada Tarifa Alves Branco de 1844. A partir da década de 1860 a retomada da concorrência de produtos estrangeiros (leia-se, ingleses) combinada com supostos atentados e sabotagens da parte de inimigos políticos de Mauá concorreu para a falência de seus negócios. Patrícia Ramos Braick e Miriam Becho Mota (2010), por sua vez, destacam o " arrojado projeto industrial que tentou implantar " que fora frustrado devido à desleal concorrência inglesa, à falta de interesse da sociedade aristocrática e rural do 2º. Reinado avessa aos processos da modernização industrial, e devido a atos de sabotagem. Nesse particular, causa estranheza a insistência na concorrência inglesa como fator de declínio de Mauá, pois, desde os seus primeiros empreendimentos sempre esteve associado justamente com o capital inglês.