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2022 Dis Jvldourado

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA

JOÃO VÍCTOR LIRA DOURADO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DO


ADOLESCENTE

FORTALEZA
2022
JOÃO VÍCTOR LIRA DOURADO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DO


ADOLESCENTE

Dissertação ao Mestrado em Saúde Pública da


Universidade Federal do Ceará, como requisito
parcial à obtenção do título de Mestre. Área de
concentração: Ciências Sociais, Humanas,
Ambientais Políticas de Saúde e Avaliação em
Saúde.

Orientador (a): Profa. Dra. Maria do Socorro de


Sousa.

Coorientador (a): Profa. Dra. Maria Vaudelice


Mota.

FORTALEZA
2022
JOÃO VÍCTOR LIRA DOURADO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DO


ADOLESCENTE

Dissertação ao Mestrado em Saúde Pública da


Universidade Federal do Ceará, como requisito
parcial à obtenção do título de Mestre. Área de
concentração: Ciências Sociais, Humanas,
Ambientais Políticas de Saúde e Avaliação em
Saúde.

Aprovada em:___/____/_______.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________________
Profa. Dra. Maria do Socorro de Sousa – Orientador (a)
Universidade Federal do Ceará (UFC)

____________________________________________________________
Profa. Dra. Maria Vaudelice Mota – Coorientador (a)
Universidade Federal do Ceará (UFC)

____________________________________________________________
Profa. Dra. Ivana Cristina de Holanda Cunha Barreto – 1º Examinador (a)
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Ceará)

_____________________________________________________________
Profa. Dra. Patrícia Neyva da Costa Pinheiro – 2º Examinador (a)
Universidade Federal do Ceará (UFC)

____________________________________________________________
Profa. Dra. Francisca Alanny Rocha Aguiar – 3º Examinador (a)
Centro Universitário INTA (UNINTA)
Dedico este trabalho a todos os adolescentes,
familiares e profissionais de saúde
pertencentes as áreas adscritas das Unidades
de Atenção Primária à Saúde do Brasil,
especialmente aqueles que vivenciaram alguma
situação semelhante as retratadas neste estudo.
AGRADECIMENTOS

Ao tudo que é e que existe, que por intermédio de algo muito maior e inexplicável,
por muitas vezes e/ou por todos os momentos da minha vida, vem me concedendo saberes para
que eu possa caminhar da melhor maneira possível nos caminhos desta longa estrada da vida
humana. Esta conquista não é apenas minha, mas de algo maior que emanou energias e fluídos
positivos para a conclusão deste trabalho que por meio de um ser humano tão falho e frágil, e
por vezes, (ir)racional e (in)consciente acredito que não se tornaria possível.
A Maria Fátima Lira Lima (vovó), pessoa a qual tenho uma grande admiração pelo
ser humano de grande fibra que já enfrentou vários problemas na vida. Esta sempre esteve
disposta a me auxiliar nos momentos da vida especialmente no ‘gosto pelo estudo’, dispensando
nesta tão difícil e árdua trajetória de estudos; carinho, apoio, cuidado, força, zelo e, sobretudo,
o sentimento mais pleno, belo, puro, completo e absoluto produzido entre os seres humanos, o
amor incondicional.
A Liduína Daniele Lira Lima (mãe), pessoa também pela qual eu devo a dádiva de
poder saborear a vida. Durante este momento, revelou-se também muito importante para que
eu conseguisse finalizar este processo, disponibilizando apoio, conselhos, suporte, força,
carinho e amor. Sem ela, esta vitória não seria possível de ser alcançada.
Ao Júlio Cleber Dourado (pai), que durante este longo processo tem compreendido
minhas longas ausências nos encontros familiares aos finais de semana para que eu conseguisse
finalizar este trabalho. Seja pelo contato pessoa e/ou por meio das redes sociais, sempre me
concedeu apoio, força, carinho, amor e, principalmente, grandes conselhos éticos e morais para
que eu exercesse da melhor forma possível o papel de ser humano, filho, irmão, amigo,
estudante e profissional.
Ao John Walyssoy Lira Dourado (irmão) e Edvard Mesquita de Azevedo Neto
(irmãzinho), pessoas pelas quais também durante este momento desempenharam tão bem o
papel de irmão, me concedendo carinho, apoio e amor, compreendendo minhas longas
ausências e deixando os momentos de pausas da escrita mais leves em meio as descontrações
em família.
As Profa. Dra. Antonia Eliana de Araújo Aragão (in memoriam), ser humano
incrível que o universo me possibilitou conhecer durante a metade da minha vida acadêmica.
Sempre me incentivou para o desenvolvimento das atividades indissociáveis ensino-pesquisa-
extensão na faculdade e nos momentos de pausa para diálogo, por meio de uma alocução
delicada, carinhosa, pacífica e humilde, me oportunizou ensinamentos éticos e morais para que
eu pudesse desempenhar o papel de estudante e profissional nos espaços de atuação,
principalmente, de ser humano aqui na terra.
A Profa. Dra. Keila Maria de Azevedo Ponte, que de encontro no início da
faculdade por meio da disciplina Introdução a Enfermagem me apresentou da maneira mais
bela a ciência no campo da Enfermagem, instigando a produção científica e, que durante a
função de orientadora enquanto era bolsista do Programa de Inovação Científica e Tecnológica
do Conselho Nacional Desenvolvimento Científico e Tecnológico, fomentou o
desenvolvimento de competências e habilidades para atuação neste campo que tenho tanta
afinidade.
A Profa. Dra. Francisca Alanny Rocha Aguiar, pessoa a qual tenho um grande
carinho pelo ser humano que se faz presente neste mundo e admiração pela professora que
produz constantemente no campo da docência na área da Enfermagem e Saúde Coletiva.
Durante a minha jornada na graduação de Enfermagem, sempre me incentivou diálogos sobre
questões que envolviam o campo da Saúde Coletiva e Saúde Pública, além de desenvolvimento
de pesquisa a produção de trabalhos científicos envolvendo a atenção primária à saúde e atenção
à saúde dos adolescentes. E, nesta reta final em meio aos diálogos ter me apoiado para a
conclusão do curso e do trabalho escrito. Deste modo, a conquista da entrada no curso de
mestrado e do desenvolvimento deste trabalho, são parte das orientações de todas estas as quais
considero como grandes mestras na minha vida.
A Profa. Dra. Maria do Socorro de Sousa, professora que lugar de orientadora
durante esta longa jornada me conduziu com grande maestria e de forma muito sábia e peculiar
as orientações abrindo pistas para o desenvolvimento deste trabalho enquanto projeto de
pesquisa e versão de dissertação e contribuindo significativamente para a obtenção desta
conquista que é parte de um sonho e interesse intrínseco maior e que reflete de modo direto na
minha vida pessoal, acadêmica e profissional.
A Profa. Dra. Maria Vaudelice Mota, professora no papel de co-orientadora
inicialmente acolheu a proposta do estudo com os adolescentes na atenção primária em primeiro
encontro realizado de orientação e desde então sempre tem se mostrado disponível e aberta para
diálogos aos quais se fizeram necessários durante o curso do mestrado, ofertando sábios
conselhos não apenas para o estudo mas para também para a vida, contribuindo assim
substancialmente no desenvolvimento da pesquisa para o alcance dos resultados obtidos.
As Profa. Profa. Dra. Ivana Cristina de Holanda Cunha Barreto, Profa. Dra. Patrícia
Neyva da Costa Pinheiro e Profa. Dra. Francisca Alanny Rocha Aguiar, as quais aceitaram
participar como membros da banca examinadora, dispensando tempo para a leitura de todo o
material e que tenho uma grande admiração pelas pesquisadoras excepcionais que se fazem
presente atualmente, contribuindo ainda significativamente no aperfeiçoamento dos aspectos
deste trabalho dissertativo.
A Mariana Batista Teotônio de Melo (Mari), Naira Martins da Silva e Sarah Feitosa
Lourenço (Sarita), amigas que de forma muito especial cito entre tantas outras, por terem
acompanhado de modo mais próximo este longo processo de percurso, compreendido minhas
longas ausências para dedicação na escrita e tornado os momentos mais leves e descontraídos,
além de abrirem espaço para o compartilhamento de receios, medos, cansaços e apoiarem de
forma especial para que eu alcançasse este resultado.
A Anyele Barroso Saldanha e Bruna Maria Osterno Mourão, colegas da turma do
mestrado que tive a satisfação de conhecer e construir uma grande parceria. Durante este
período me acompanharam em meio a escrita deste trabalho e de outros processos inerentes,
dispensado sempre atenção, escutas e diálogos que foram essenciais para me fortificar na
continuidade da construção do material, além da ‘troca de figurinhas’ referente os processos do
mestrado.
Ao José Luís Paiva de Mendonça Ferreira, Kilvia Paula Soares Macedo, Maria de
Fátima Bastos Nóbrega de Almeida, Tiago Bento Costa de Oliveira e Ana Camila Bezerra de
Sousa Silva, colegas no Centro de Educação Permanente em Gestão em Saúde da Escola de
Saúde Pública Paulo Marcelo Martins, que durante este período foram fundamentais para que
eu conseguisse realizar a coleta de informação no campo e concluísse a escrita deste material
dissertativo, portanto, compreendendo sempre minhas ausências durante os processos de
trabalho e apoiando a conclusão do curso de mestrado.
Aos Prof. Dr. Alberto Novares Ramos Júnior, Prof. Dr. Carlos Henrique Morais de
Alencar, Profa. Dra. Carmem Emmanuely Leitão Araújo, Profa. Dra. Caroline Mary Gurgel
Dias Florêncio, Prof. Dr. Hermano Alexandre Lima Rocha, Profa. Dra. Ligia Regina Franco
Sansigolo Kerr, Profa. Dra. Lisandra Serra Damasceno, Prof. Dr. Luciano Lima Correia, Prof.
Dr. Marcelo José Monteiro Ferreira, Profa. Dra. Márcia Maria Tavares Machado, Profa. Dra.
Maria Lúcia Magalhães Bosi, Profa. Dra. Maxmiria Holanda Batista, Profa. Dra. Raimunda
Hermelinda Maia Macena, Prof. Dr. Ricardo José Soares Pontes, Prof. Dr. Léo Barbosa
Nepomuceno e Prof. Dr. Bernard Carl Kendall que em meio as aulas ministradas no mestrado
implicaram substancialmente na apreensão de conhecimentos para o desenvolvimento deste
estudo.
A Dominik Garcia Araújo Fontes e José Hemison de Sousa Magalhães, por
desempenharem tão bem o processo de trabalho na secretaria do Programa de Pós-graduação
em Saúde Pública da UFC, mostrando-se durante este momento sempre disponíveis inclusive
fora do expediente para sanar qualquer dúvida a respeito dos processos do mestrado e
encaminhar demandas que envolviam de alguma forma esta pesquisa. Deste modo, foram
também essências para a conclusão deste trabalho científico.
A Universidade Federal do Ceará, a qual por meio do Programa de Pós-graduação
em Saúde Pública com toda sua estrutura física e organizacional cooperou para esta grande
conquista, ofertando ensino de qualidade por meio de excelentes docentes, espaços com
ferramentas que possibilitaram o protagonismo e um acervo com materiais de estudos de
excelência, sempre buscando atender as necessidades dos estudantes com base no que tem de
mais novo inovador, especialmente neste momento de pandemia que disponibilizaram
ferramentas digitais e alteraram a forma do processo de ensino-aprendizagem.
Ao Anselmo Alves Silvestre e Regina Claudia Oliveira de Sousa, agentes de
comunitários da unidade de saúde que foram essenciais ao se mostram prontamente disponíveis
para colaborar na coleta de informações com os adolescentes e familiares da comunidade.
A todos e todas aqueles (as), sejam conhecidos (as) e/ou desconhecidos (as), que de
forma implícita e/ou explicita, estiveram presentes na minha vida durante este momento
contribuindo de forma direta e/ou indireta para a obtenção dessa grande conquista.

Muito obrigado!
A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos.
Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais
alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de
caminhar. (Eduardo Galeano)
RESUMO

Apesar da elaboração de políticas para melhoria das condições de saúde e dos avanços nos
serviços do Sistema Único de Saúde, observa-se que ainda persistem muitos desafios quanto a
assistência à saúde dos adolescentes. De modo geral, nos serviços de saúde há práticas
fragmentadas baseadas no modelo biomédico que não consideram as dimensões biológica,
psicológica e social, além de pouco cuidado direcionado às singularidades desta população, com
destaque para a Atenção Primária à Saúde (APS). Por esse ângulo, acredita-se que avaliar a
qualidade do serviço contribui para monitorar os progressos e pontuar os obstáculos. Deste
modo, objetivou-se avaliar a qualidade da APS ofertada ao adolescente. Trata-se de um estudo
do tipo exploratório, de caráter descritivo com abordagem qualitativa numa perspectiva
avaliativa, realizado em novembro e dezembro de 2021, em uma unidade de APS do município
de Fortaleza, Ceará. Constituiu-se como participantes da investigação os adolescentes,
familiares e profissionais, utilizando para o levantamento de informações de quatro
instrumentos guias com perguntas objetivas e/ou subjetivas. Para tanto, seguiu duas etapas
distintas, sendo que na primeira realizou-se a integração na unidade a partir de uma
aproximação e identificação de possíveis participantes e na segunda efetuou-se o levantamento
de informações através da entrevista e observação sistemática. Na análise das informações
utilizou-se o método hermenêutico-dialético. Este respeitou os princípios éticos conforme a
Resolução 466 de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde e obteve parecer
favorável do Comitê de Ética em Pesquisa. Da análise e interpretação, ao final elaborou-se
quatro categorias sobre o tema em questão. Na primeira, foram apresentadas as características
do perfil dos participantes com diferentes aspectos sociais, demográficos, econômicos e
ocupacionais como parte da realidade do país. Na segunda, os participantes por meio de
depoimentos evidenciam que o acesso do adolescente ainda é escasso devido o próprio
desinteresse do grupo ou por ausência da oferta de atendimento no serviço de saúde, este apenas
acontecendo por alguma necessidade do paciente. O espaço do serviço é considerado
satisfatório ao passo que também não é adequado ao público, a organização da unidade está
direcionada aos processos de trabalho e os materiais, insumos e medicamentos ainda
insuficientes. Na terceira, reconheceram os profissionais que compõem as equipes embora, por
vezes, estes se mostrem ausentes e dispensem atenção com variação devido ao processo de
trabalho. Na quarta, os participantes destacaram que não há oferta de serviços específicos e
modelo de atenção é assistencial. Entre estes, destaca-se atendimento por programa, vacinas,
exames complementares, encaminhamentos, métodos contraceptivos e atividades na
comunidade. Além disso, apresentaram que a unidade favorece o reestabelecimento e a
promoção da saúde e os problemas que afetam são provenientes de comportamentos do grupo
e da deficiência de cuidado. O estado de saúde dos adolescentes foi classificado como
satisfatório embora alguns apresentassem algum problema em saúde. Houve (in)satisfação com
a referida unidade de saúde e com o trabalho desenvolvido pelos profissionais. Nesse sentido,
as evidências sendo sugestivas de que há necessidade de maior investimento na APS para a
inclusão de questões que envolvem os adolescentes.

Palavras-chave: avaliação em saúde; gestão da qualidade; atenção primária à saúde;


adolescente.
ABSTRACT

Despite the elaboration of policies to improve health conditions and the advances in the services
of the Unified Health System, it is observed that many challenges still persist regarding the
health care of adolescents. In general, in health services there are fragmented practices based
on the biomedical model that do not consider the biological, psychological and social
dimensions, in addition to little care directed to the singularities of this population, especially
Primary Health Care (PHC). From this angle, it is believed that assessing the quality of service
contributes to monitoring progress and scoring obstacles. Thus, the objective was to evaluate
the quality of PHC offered to adolescents. This is an exploratory, descriptive study with a
qualitative approach in an evaluative perspective, carried out in November and December 2021,
in a PHC unit in the city of Fortaleza, Ceará. The research participants were adolescents, family
members and professionals, using four guide instruments with objective and/or subjective
questions to collect information. For that, it followed two distinct stages, in the first one, the
integration in the unit was carried out from an approximation and identification of possible
participants and in the second, the collection of information was carried out through the
interview and systematic observation. In the analysis of the information, the hermeneutic-
dialectical method was used. This respected the ethical principles according to Resolution 466
of December 12, 2012 of the National Health Council and obtained a favorable opinion from
the Research Ethics Committee. From the analysis and interpretation, at the end, four categories
were elaborated on the subject in question. In the first, the characteristics of the profile of the
participants with different social, demographic, economic and occupational aspects were
presented as part of the reality of the country. In the second, the participants, through
testimonies, show that the access of the adolescent is still scarce due to the group's lack of
interest or the absence of the offer of care in the health service, this only happening due to some
patient's need. The service space is considered satisfactory while it is also not suitable for the
public, the organization of the unit is directed to work processes and the materials, supplies and
medicines are still insufficient. In the third, they recognized the professionals who make up the
teams, although sometimes they are absent and give attention with variation due to the work
process. In the fourth, the participants highlighted that there is no offer of specific services and
the care model is assistance. Among these, care by program, vaccines, complementary exams,
referrals, contraceptive methods and activities in the community stand out. In addition, they
showed that the unit favors the reestablishment and promotion of health and the problems they
affect come from group behaviors and care deficiency. The health status of the adolescents was
classified as satisfactory, although some had some health problem. There was (dis)satisfaction
with the referred health unit and with the work developed by the professionals. In this sense,
the evidence suggests that there is a need for greater investment in PHC to include issues
involving adolescents.

Keywords: health evaluation; quality management; primary health care; adolescent.


LISTA DE ILUTRAÇÕES

Figura 1 - Processo da revisão integrativa da literatura................................................ 47

Figura 2 - Fluxograma da seleção dos estudos incluídos na revisão integrativa de 53


acordo com as buscas nos bancos de dados....................................................

Figura 3 - Mapa da região metropolitana de Fortaleza localizada no estado do Ceará.. 61

Figura 4 - Mapa da distribuição das regiões admistrativas de Fortaleza localizada no 62


estado do Ceará..............................................................................................
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Estratégias de buscas utilizadas na revisão integrativa para aplicação nos 50


bancos de dados.............................................................................................

Quadro 2 - Etapas e momentos da coleta de informações durante o trabalho de campo. 67


Fortaleza, Ceará, Brasil, 2021.......................................................................

Quadro 3 - Instrumentos de coleta de informações elaborados para utilização no 70


trabalho de campo. Fortaleza, Ceará, Brasil, 2021.........................................

Quadro 4 - Caracterização do perfil sociodemográfico, econômico e ocupacional dos 75


adolescentes do estudo..................................................................................
Quadro 5 - Caracterização do perfil sociodemográfico, econômico e ocupacional dos 77
familiares do estudo.......................................................................................

Quadro 6 - Caracterização do perfil sociodemográfico, econômico, de formação e 78


ocupacional dos trabalhadores e profissionais do estudo...............................
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACS Agentes Comunitários de Saúde

AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

APS Atenção Primária à Saúde

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CAPS Centros de Atenção Psicossocial

CEO Centros de Especialidades Odontológicas

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

CINAHL Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature

CNS Conselho Nacional de Saúde

CORES Coordenadoria Regional

DeCS Descritores em Ciências da Saúde

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

ESF Estratégia de Saúde da Família

HIV Vírus da Imunodeficiência Humana

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDH Índices de Desenvolvimento Humano

IP Internet Protocol

IST Infecções Sexualmente Transmissíveis

LILACS Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde

MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrievel System Online

MeSH Medical Subject Headings

NASF Núcleo Ampliado de Saúde da Família


OMS Organização Mundial da Saúde

PBE Prática Baseada em Evidências

PeNSE Pesquisa Nacional de Saúde Escolar

PMAQ-AB Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade na Atenção Básica

PNAB Política Nacional de Atenção Básica

PRISMA Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-Analyse

RAS Redes de Atenção à Saúde

RIL Revisão Integrativa da Literatura

RS Secretarias Regionais

SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

SciELO Scientific Electronic Library Online

SUS Sistema Único de Saúde

TALE Termo de Assentimento Livre e Esclarecido

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UBS Unidade Básica de Saúde

UFC Universidade Federal do Ceará

UNICEF United Nations International Children's Emergency Fund


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 22

2 OBJETIVOS..................................................................................................... 27

2.1 Objetivo Geral.................................................................................................. 27

2.2 Objetivo Específicos......................................................................................... 27

3 REFERENCIAL DO ESTUDO...................................................................... 28

3.1 Uma síntese sobre definições, critérios e indicadores da adolescência......... 28

3.2 Tecendo fatos, contextos e conceitos sobre a APS.......................................... 37

3.3 Avaliação dos serviços e da qualidade em saúde à luz do quadro de 41


Donabedian.......................................................................................................

3.4 Produção do conhecimento científico sobre APS do adolescente.................. 46

3.4.1 1ª. Etapa: Identificação do tema e seleção da questão de pesquisa................ 47

3.4.2 2ª. Etapa: Estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão........................ 51

3.4.3 3ª. Etapa: Identificação dos estudos pré-selecionados e selecionados............ 51

3.4.4 4ª. Etapa: Categorização dos estudos selecionados......................................... 52

3.4.5 5ª. Etapa: Análise e interpretação dos resultados............................................ 52

3.4.6 6ª. Etapa: Apresentação da revisão/síntese do conhecimento.......................... 52

3.4.6.1 Acesso da população adolescente aos Serviços de Atenção Primária à Saúde... 54

3.4.6.2 Estrutura dos Serviços de Atenção Primária à Saúde para cuidado aos 55
adolescentes.......................................................................................................
3.4.6.3 Relação dos adolescentes e profissionais de Serviço de Atenção Primária à 55
Saúde..................................................................................................................
3.4.6.4 Assistência prestada aos adolescentes pelos Serviços de Atenção Primária à 56
Saúde..................................................................................................................
3.4.6.5 Colaboração entre Atenção Primária e demais setores no cuidado aos 57
adolescentes.......................................................................................................
3.4.6.6 Repercussões na saúde dos adolescentes atendidos pelos Serviços de Atenção 57
Primária.............................................................................................................
3.4.6.7 Facilidades, barreiras e sugestões da Atenção Primária à saúde do 58
adolescente.........................................................................................................

4 METODOLOGIA............................................................................................ 60

4.1 Tipo de Estudo e Abordagem.......................................................................... 60

4.2 Cenário da Investigação................................................................................... 61

4.3 Período da Pesquisa.......................................................................................... 65

4.4 Participantes do Estudo................................................................................... 65

4.5 Métodos e Técnicas da Investigação................................................................ 66

4.5.1 Integração na unidade do cenário do estudo.................................................... 67

4.5.2 Levantamento de informações no cenário do estudo........................................ 68

4.6 Instrumentos de Coleta de Dados.................................................................... 69

4.7 Análise, Interpretação e Apresentação das Informações.............................. 71

4.8 Aspectos Éticos do Estudo............................................................................... 73

5 ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS 75


RESULTADOS................................................................................................

5.1 Caracterização do perfil sociodemográfico, econômico e ocupacional dos 75


participantes.....................................................................................................

5.2 Acesso da população adolescente a UAPS e estrutura, insumo e material 79


para assistência.................................................................................................

5.2.1 Baixa procura da população adolescente pela unidade de 80


saúde..................................................................................................................

5.2.2 Presença dos adolescentes da comunidade no serviço de saúde....................... 84

5.2.3 Estrutura física da unidade de saúde para atendimento aos adolescentes....... 87

5.2.4 Estrutura organizacional para assistência ao adolescente no serviço............. 93


5.2.5 Insumos e materiais ofertados à população adolescente.................................. 98

5.3 Profissionais das equipes de saúde da UAPS no cuidado à população 102


adolescente........................................................................................................

5.3.1 Profissionais no atendimento aos adolescentes da comunidade...................... 102

5.3.2 Atendimento dos profissionais aos adolescentes na unidade de saúde............. 105

5.3.3 Deficiência no cuidado dos profissionais aos adolescentes da comunidade.... 114

5.3.4 Relação estabelecida entre os profissionais com os adolescentes..................... 119

5.3.5 Situação dos profissionais no atendimento ao adolescente.............................. 123

5.3.6 Qualificação dos profissionais para assistência ao adolescente....................... 127

5.4 Serviços ofertados aos adolescentes e repercussão, impacto e satisfação 131


com APS............................................................................................................

5.4.1 Atendimento prestado ao adolescente na unidade de saúde............................. 131

5.4.2 Exames complementares ofertados aos adolescentes da comunidade............. 135

5.4.3 Serviços específicos da rotina da unidade oferecidos ao adolescente............... 137

5.4.4 Ações para os adolescentes do trabalho intersetorial e da rede em saúde........ 139

5.4.5 Deficiência na oferta de serviços para os adolescentes da comunidade........... 145

5.4.6 Repercussão dos serviços na saúde da população adolescente......................... 151

5.4.7 Estado geral e problemas de saúde dos adolescentes da comunidade.............. 158

5.4.8 (In)satisfação com a unidade de saúde para atendimento ao adolescente....... 162

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 168

REFERÊNCIAS............................................................................................... 172

APÊNDICES................................................................................................. 206

APÊNDICE A – CARACTERIZAÇÃO DOS ARTIGOS 207


SELECIONADOS NA REVISÃO INTEGRATIVA.....................................
APÊNDICE B – DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS INFORMAÇÕES 210
EXTRAÍDAS DOS ESTUDOS SELECIONADOS NA REVISÃO
INTEGRATIVA...............................................................................................

APÊNDICE C - TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E 248


ESCLARECIDO PARA ADOLECENTES MENORES DE IDADE..........

APÊNDICE D - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E 250


ESCLARECIDO DOS PAIS/RESPONSÁVEL LEGAL..............................

APÊNDICE E - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E 252


ESCLARECIDO PARA ADOLESCENTES MAIORES DE IDADE.........

APÊNDICE F - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E 254


ESCLARECIDO DOS FAMILIARES DOS ADOLESCENTES.................

APÊNDICE G - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E 256


ESCLARECIDO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE.................................

APÊNDICE H - INSTRUMENTO DE COLETA DE INFORMAÇÕES 258


PARA ADOLESCENTE.................................................................................

APÊNDICE I - INSTRUMENTO DE COLETA DE INFORMAÇÕES 262


PARA FAMILIAR...........................................................................................

APÊNDICE J - INSTRUMENTO DE COLETA DE INFORMAÇÕES 266


PARA PROFISSIONAL..................................................................................

APÊNDICE K - INSTRUMENTO PARA OBSERVAÇÃO 271


SISTEMÁTICA...............................................................................................

ANEXOS........................................................................................................... 275

ANEXO A - CONSOLIDATED CRITERIA FOR REPORTING 276


QUALITATIVE RESEARCH........................................................................

ANEXO B – PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE 278


ÉTICA EM PESQUISA...................................................................................

ANEXO C - DECLARAÇÃO DE REVISÃO DE 283


PORTUGUÊS...................................................................................................
22

1 INTRODUÇÃO

O período da adolescência está caracterizado como um processo inerente ao ciclo


de vida do ser humano (AGUIAR et al., 2018), fundamentado por questões biológicas em que
se aceleram o desenvolvimento cognitivo e a estruturação da personalidade (SOUZA; SILVA,
2018). Nesta faixa etária ocorre também grandes modificações nos aspectos físicos,
psicológicos e sociais, possuindo uma propensão de formar grupos de amigos e o surgimento
de desejos ambivalentes, descoberta de afinidades entre os pares e reflexões sobre planos para
a vida (SILVA; SILVA, 2017).
De modo geral, este grupo se torna mais vulnerável as circunstâncias que põem a
saúde em risco. Por exemplo, o sexo desprotegido é um dos fatores que mais contribuem para
aumentar o número de anos de vida perdidos por incapacidades (MOKDAD et al., 2013). O
consumo de substâncias ainda continua crescendo entre eles, sendo encarado como um
problema de Saúde Pública pelo conjunto de danos associados (BELZUNEGUI-ERASO et al.,
2020). E, as causas externas são as principais causas de morbimortalidade nesta população, com
estimativas de 7,26 milhões de mortes em todo o mundo (KASSEBAUM et al., 2015). Isto,
portanto, demandando o desenvolvimento de intervenções para a promoção da saúde e a
prevenção de agravos (DOURADO et al., 2021).
Sabe-se que a proteção integral de crianças e adolescentes é assegurada pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ao reconhecê-los como sujeitos sociais e
portadores de direitos e garantias próprias, independente de seus pais e/ou familiares
responsáveis e do próprio Estado. Este estabeleceu obrigações diferenciadas para o Estado, as
famílias e a sociedade em geral, caracterizando a denominada Doutrina da Proteção Integral. O
estatuto, portanto, sendo resultado de uma luta ampla e intensa de vários setores sociais
organizados que buscaram construir uma nova seara jurídica e política para as crianças e
adolescentes brasileiros de modo a assegurar o crescimento e desenvolvimento integral
(CASTRO; MACEDO, 2019).
Além disso, atendendo às particularidades desta etapa da vida permeada por
vulnerabilidades, a União, os estados e os municípios têm atuado também de forma colaborativa
para elaborar e implementar políticas públicas à saúde voltadas aos adolescentes, em busca de
garantir a integralidade no cuidado nos diferentes serviços de saúde. Estas possuem como
principal escopo reduzir as principais doenças que acometem a população no cenário nacional,
melhorar a vigilância e a proteção da saúde e promover a qualidade de vida deste grupo,
23

contemplando ainda a determinação do referido ECA que garante o direito de proteção à vida
e à saúde (DAMASCENO et al., 2016).
Apesar da elaboração destas políticas para melhoria das condições de saúde e dos
grandes avanços na expansão de serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS),
observa-se que ainda persistem muitos desafios quanto a assistência à saúde do adolescente
(SILVA; ENGSTROM, 2020). Nos serviços de saúde há práticas fragmentadas baseadas no
modelo biomédico que não consideram as dimensões biológica, psicológica e social, além de
pouco cuidado direcionado às singularidades e necessidades da população (PENSO et al.,
2013). Além disso, verifica-se que nos cenários do sistema de saúde os profissionais enfrentam
grandes condições adversas no processo de trabalho, excesso de população cadastrada no
serviço, poucos recursos materiais, insumos e equipamentos, além de profissionais não
capacitados para práticas clínicas ampliadas que incluem a promoção da saúde e a prevenção
de agravos (SILVA; ENGSTROM, 2020).
Evidencia-se também disposição geográfica dispersa, deficiência de informação
sobre meios de obtenção do cuidado e ausência de transporte para chegar aos serviços, além de
questões relacionadas as próprias características organizacionais. Ademais, a ausência de
doença entre os adolescentes é o principal motivo da não presença no serviço, seguido de
dificuldade para encontrar a unidade ou não gostar da qualidade do atendimento. Outros fatores
incluem a preocupação acerca do sigilo do atendimento, o desconhecimento dos serviços e o
desconforto em compartilhar preocupações (MARTINS et al., 2019). Na avaliação em países
europeus, em alguns casos identificou-se que a incapacidade de ofertar atendimento de urgência
e a falta de confidencialidade afastavam os adolescentes das Unidades de Atenção Primária à
Saúde (UAPS) (JANSEN et al., 2019).
Contudo, salienta-se que a atenção à saúde ao adolescente exige uma abordagem
mais criteriosa dos serviços, especialmente no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS)
(MARTINS et al., 2019). Esta é uma proposta composta no Brasil pela Estratégia de Saúde da
Família (ESF) e Unidade Básica de Saúde (UBS), sendo a primeira indicada pelo Ministério da
Saúde para reorientação do SUS (OLIVEIRA; PEREIRA, 2013). O arranjo organizativo
flexibilizado em 2017, permite diferentes modalidades de equipes de saúde, composta por
generalistas e sem a presença de agente comunitário e profissionais do Núcleo Ampliado de
Saúde da Família (NASF) (SILVA; ENGSTROM, 2020). Nesse contexto, configura-se como
ponto preferencial de contato do usuário, família e comunidade com o sistema de saúde e
promove a oferta de cuidados para a promoção, detecção, tratamento, reabilitação e manutenção
da saúde (BARBIANI et al., 2014).
24

Por esse ângulo, acredita-se que avaliar a qualidade da APS contribui para
monitorar os progressos e pontuar os obstáculos, viabilizando o direcionamento de intervenções
no processo de planejamento e a delimitação de estratégias para sua melhoria e alcance de maior
resolutividade (FERREIRA et al., 2021). Com esse intento o Ministério da Saúde lançou no
ano de 2011, o Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade na Atenção Básica (PMAQ-AB)
(LIMA et al., 2018) com a proposta de incentivar e sensibilizar os gestores e as equipes na
melhoria da qualidade dos serviços, instituindo processos progressivos e contínuos de avaliação
e monitoramento como parte do planejamento e do cotidiano das unidades de saúde. Essa
iniciativa trouxe grandes avanços, fomentou debates sobre o delineamento da APS e conduziu
pesquisas de abrangência à nível nacional (LIMA et al., 2018).
No entanto, a avaliação por meio de experiências de usuários, familiares e
profissionais envolvidos nos serviços de saúde tem se apresentado também como outra
alternativa importante para reconhecer a atenção à saúde ofertada no âmbito da APS (SILVA;
ENGSTROM, 2020). Verifica-se que as concepções dos usuários permitem avaliar sua relação
com o profissional e a satisfação do atendimento, enquanto a percepção do profissional viabiliza
diagnosticar as características do serviço e as suas próprias condutas (VOLTAPO et al, 2010).
Apesar disso, o aspecto subjetivo de avaliação tem sido ainda pouco explorado nas
investigações e guarda em seus meandros muitas questões a serem desveladas. Nesta
perspectiva, denota-se a sua relevância ao considerar que as apreensões dos participantes podem
repercutir nas ações para a promoção da qualidade (UCHIMURA; BOSI, 2002).
Embora a qualidade dos serviços de saúde se configure como um termo imperativo
social e técnico (BRASIL, 2007), os patamares de exigências pela população se elevaram com
consequente procura de serviços seguros e eficazes, demandando cada vez mais do Estado o
desenvolvimento de ações nesse contexto. Observa-se que a definição de qualidade se apresenta
de forma multidimensional, todavia, essas descrições podem ser condensadas em elementos
comuns, por exemplo, a satisfação das necessidades e expectativas dos pacientes, conformidade
com as especificações, melhor relação custo versus benefício. No campo da saúde, qualidade
constitui-se como produto social expresso por expectativas acerca das relações entre usuários e
profissionais e as formas como são legitimados os papéis no sistema de saúde (GASTAL;
ROESSLER, 2006).
O quadro conceitual mais utilizado para a avaliação e qualidade dos serviços
inclusive neste estudo é o estabelecido por Donabedian (1990). Para o autor, a qualidade não se
constitui como atributo abstrato e deve ser construída por sete pilares: eficácia, efetividade,
eficiência, otimização, aceitabilidade, legitimidade e equidade, considerados como atributos
25

referentes às características das práticas de saúde e da sua organização social. O modelo


proposto está baseado na avaliação da tríade estrutura, processo e resultados para mensurar os
diversos fatores envolvidos na atenção à saúde. Este leva em conta a operação de um olhar
retrospectivo sobre distintos componentes do sistema de saúde, tanto no que se refere aos
recursos quanto as atividades de produção, bem como os resultados obtidos em termos de saúde
(AGUILAR; ANDER-EGG, 1994).
Logo, essa proposta permite a utilização de diferentes mecanismos metodológicos
para orientar no desenvolvimento de uma avaliação da qualidade dos serviços de saúde a partir
de várias dimensões, incluindo questões que dizem respeito a atenção à saúde da população
adolescente no cenário da APS. Ante tais considerações expostas, este estudo tem como fio
condutor a seguinte pergunta: Como os adolescentes, familiares e profissionais avaliam a
qualidade da APS ofertada aos adolescentes?
Sendo assim, desenvolveu-se esta pesquisa em busca de responder tal pergunta que
é parte do interesse em levantar informações acerca da assistência à saúde ofertada a população
adolescente, tendo em vista reconhecer a realização de intervenções de modo pontual para
agravos específicos. É também motivada pela necessidade da discussão no âmbito do serviço
de APS, ao identificar a existência de lacunas práticas de cuidados que atendam as
peculiaridades e necessidades deste grupo. Tudo isto, a partir da experiência pessoal, acadêmica
e profissional em meio a trajetória de vida que, de certo modo, direto ou indireto, suscitaram a
elaboração de várias questões sobre a realidade vigente e realização do estudo em busca de
respostas para tal problema.
Durante o período da adolescência em município de pequeno porte no interior do
estado do Ceará, destaco que pouco ou talvez nunca estive presente na UAPS em ações de
saúde, sendo a procura na maioria das vezes para uma consulta com profissional centrado na
queixa para resolução do problema. Na graduação, por meio da participação em atividades de
intervenção de disciplinas, grupos de estudo, pesquisa e extensão e vivências práticas e estágios
supervisionados em UAPS, observei a incipiência de ações direcionados aos adolescentes da
comunidade adscrita, sendo a maioria de cunho biomédico centrado no diagnóstico e tratamento
da doença. Na atuação profissional, percebi que não há um atendimento de modo sistematizado
por parte da equipe de saúde que compõem o quadro de trabalhadores, mas de acordo com a
demanda da unidade de saúde ao existirem outras prioridades com grupos populacionais.*

*
Este parágrafo do texto é parte da história de vida retratada pelo pesquisador no acesso ao serviço de APS.
26

Além disso, em estudos que as evidencias científicas sobre a assistência à saúde na


APS ofertada aos adolescentes são pouco frequentes a nível nacional, a maioria é sobre temas
específicos para um determinado tipo de cuidado em saúde, como, por exemplo, gravidez na
adolescência, comportamento sexual, abuso de drogas, violência entre pares, entre outros. Deste
modo, a adolescência ainda sendo identificada como um período da vida que se delimita aos
aspectos biopsicológicos e/ou aos critérios cronológicos, desconsiderando outros elementos que
são importantes para assegurar os adolescentes enquanto sujeitos sociais com múltiplas
dimensões (DOURADO et al., 2020).
Desta forma, essa carência de estudos apontando para a necessidade de realizar esta
investigação nesse âmbito, a fim de contribuir com achados que subsidiem o redirecionamento
das práticas assistenciais a serem desenvolvidas pelos profissionais nos serviços de APS. Além
disso, no planejamento, implementação e avaliação de ações em saúde e políticas públicas
direcionadas a garantir a Atenção Primária de forma integral e igualitária para esse grupo
populacional.
Nesse sentido, as páginas que seguem trazem à tona as partes do trabalho final
escrito sobre a APS da população adolescente, tendo a priori os objetivos geral e específicos
delineados em busca de encontrar respostas para o problema levantado. Soma-se isto ao
referencial do estudo composto por uma revisão efetuada na literatura que originou quatro
tópicos sobre os aspectos da adolescência, fatos da atenção primária, elementos da avaliação da
qualidade dos serviços e evidencias científicas acerca da APS do adolescente. Há ainda a
metodologia com a descrição dos métodos e das técnicas utilizadas no estudo para o
desenvolvimento do trabalho de campo em busca das informações.
Ademais, os resultados finais obtidos no estudo e a discussão realizada por meio da
literatura científica, os quais foram organizados em quatro categorias contemplando a
caracterização do perfil sociodemográfico e econômico dos participantes; acesso da população
adolescente a unidade e estrutura, insumo e material para assistência; profissionais das equipes
de saúde no cuidado à população adolescente; e serviços ofertados aos adolescentes e
repercussão, impacto e satisfação com APS. Por fim, as considerações finais com a
apresentação dos principais resultados obtidos, desafios, contribuições e limitações do referido
estudo e sugestões para pesquisas envolvendo o tema.
27

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar a qualidade da APS ofertada ao adolescente na perspectiva de adolescentes,


familiares e profissionais de saúde.

2.2 Objetivos Específicos

 Caracterizar o perfil sociodemográfico, econômico e ocupacional dos participantes;


 Analisar as condições existentes da APS para provisão do cuidado aos adolescentes;
 Conhecer as atividades desenvolvidas pela APS na assistência à saúde dos adolescentes;
 Identificar as repercussões da relação e interação com a APS na saúde dos adolescentes.
28

3 REFERENCIAL DO ESTUDO

Sem a pretensão de elaborar uma análise exaustiva e/ou esgotar discussão sobre a
temática do estudo, desenvolveu-se uma leitura reflexiva e crítica das publicações para maior
aproximação com os materiais sobre o tema e melhor compreensão dos desdobramentos da
referida pesquisa. E, ao final deste processo se debruçou nesse espaço específico para
apresentação dos elementos considerados mais importantes nas leituras realizadas para a
consolidação do referido enfoque.
Deste modo, como estratégia de exposição sistematizou os apontamentos em quatro
tópicos sequenciais dos temas tratados de forma que fossem situados em níveis distintos. Na
apresentação que se segue, destaca-se um caminho progressivo no plano dos temas acerca da
adolescência, APS, avaliação e qualidade em saúde e, por fim, do estado da arte. Partindo destas
questões situadas no qual se denomina de referencial do estudo, focalizou-se, então,
gradualmente: Uma síntese sobre definições, critérios e indicadores da adolescência; Tecendo
fatos, contextos e conceitos sobre a APS; Avaliação dos serviços e da qualidade em saúde à luz
do quadro de Donabedian e Produção do conhecimento científico sobre APS do adolescente.

3.1 Uma síntese sobre definições, critérios e indicadores da adolescência

A adolescência como etapa da vida humana apresenta os seus primeiros relatos


desde civilizações mais antigas. Deste modo, filósofos gregos como Sócrates (469-399 a.C.) e
Aristóteles (384-332 a.C.) já descreviam as características a partir de aspectos inerentes ao
corpo, sendo ressaltadas a impulsividade e a turbulência (DAVIM et al., 2009). Contudo, havia
poucas referências sobre este grupo nesta época, pois crianças e adolescentes não tinham
nenhum status especial na sociedade e não eram reconhecidos como uma categoria etária do
curso de vida (DOURADO et al., 2020).
Foi somente entre o final do século XIX e o início do século XX que a adolescência
então se tornou objeto de investigação crescente e acentuado entre escritores, artistas, moralistas
e políticos (SILVA; LOPES, 2009). Naquele século, marcado pelos grandes avanços teóricos
nas ciências em geral, advindos da adoção de modelos sistêmicos para a compreensão de
fenômenos do desenvolvimento, ela passou a ser vista no ocidente como um conjunto de fatores
inter-relacionados de aspectos histórico, social, cultural e político (SILVA; LOPES, 2009;
SENNA; DESSEN, 2012) e momento crítico da existência humana pelos riscos em potencial
29

para o próprio indivíduo e sociedade como um todo (SCHOEN-FERREIRA; FARIAS;


SILVARES, 2010).
Deste modo, na história do estudo científico sobre a adolescência é possível
identificar duas fases teóricas justapostas (GOOSENS, 2006). A primeira, ocorreu no início do
século XX até meados dos anos de 1970 com a realização de estudo descritivos e não teóricos.
A segunda, começou por volta dos anos de 1970 quando a ciência passa a ter foco na avaliação
de modelos teóricos e hipotéticos. Esse último se sobressaiu pelo crescente interesse por
pesquisas longitudinais e modelos sistêmicos e, ainda pela diversidade e plasticidade dos
processos no percurso da vida (SENNA; DESSEN, 2012).
Em síntese, durante a primeira datada no ano de 1904 se destacou o grupo composto
pelo Granville Stanley Hall. A partir da teoria biologicista, baseada nos aspectos da filogênese
e ontogênese, o psicólogo define a adolescência como um período de transição inevitável e
universal. Este defende a influência da cultura ao passo que valoriza as diferenças individuais
e a característica de maleabilidade (ARNETT, 1999). O segundo nos pressupostos da
psicanálise de Sigmund Freud, não a reconheceu como uma etapa diferente da vida humana,
mas como crucial para o seu desenvolvimento. Este descreveu como uma reativação de forma
madura e genital, por vários impulsos agressivos e sexuais já experimentados pela criança nas
fases iniciais de seu desenvolvimento (SENNA; DESSEN, 2012).
O terceiro grupo de teorias é apresentado por priorizar aspectos sociais e culturais
e preconizar que o comportamento é adaptativo. Na busca por analisar a universalidade do
preconceito de turbulência atribuída à adolescência, Margaret Mead (1979) relaciona a rebeldia
da puberdade contra a autoridade dos pais ao idealismo do indivíduo enquanto jovem. O quarto
tem como precursor Jean Piaget, que merece ênfase ao privilegiar os processos cognitivos do
desenvolvimento. Este destaca que no desenvolvimento do pensamento formal, o adolescente
durante este período da vida revela uma maneira própria de compreender a realidade e elabora
sistemas como tentativa de se adaptar e mudar o mundo (INHELDER; PIAGET, 1976).
Embora as teorias clássicas descrevessem as distintas transformações durante a
adolescência, com base em diferentes aspectos a nível individual, estas ainda não eram
suficientes para tentar explicar a complexidade do desenvolvimento desta etapa do curso da
vida (SENNA; DESSEN, 2012). Assim sendo, na medida em que evidências empíricas foram
sendo então reproduzidas, novos modelos relacionados ao desenvolvimento foram emergindo.
Estes reconheciam o caráter fundamental e integrador dos diferentes níveis de organização da
ecologia do desenvolvimento humano, gerando a necessidade de novos aportes teóricos,
30

culminando então na segunda fase dos estudos científicos da adolescência (LERNER;


STEINBERG, 2009).
Essa etapa teve início no ano de 1970 à medida que os estudos empíricos não
estavam mais vinculados aos modelos teóricos clássicos e novas perspectivas acerca do
desenvolvimento humano no curso de vida começaram a emergir (GOOSENS, 2006). Deste
modo, um grupo de pesquisadores se reuniu com o objetivo de elaborar uma síntese que servisse
para conduzir os estudos. Seus participantes propuseram um modelo abrangente denominado
de Ciência do Desenvolvimento, em que este último se refere a um fenômeno multifacetado,
composto por um conjunto de processos com mudanças estruturais, organizacionais e
progressivas (CAIRNS; ELDER; COSTELLO, 1996).
O desenvolvimento passou a ser observado como epigenético e probabilístico, na
medida em que pontos contextuais e biológicos foram considerados interativos entre os
pesquisadores, gerando um grande desafio para a área e o levantamento de várias questões
(SENNA; DESSEN, 2012). A abordagem sistêmica foi então de fundamental importância para
a compreensão de questões sobre desenvolvimento humano, tanto no que se refere a sua relação
reciproca com o sistema como a sua evolução em padrões no tempo. Entre os arcabouços
teóricos que representam essa nova perspectiva, destaca-se a Teoria do Curso de Vida proposto
por Elder (1996) e o Modelo Bioecológico por Bronfenbrenner (1999).
Esta primeira postula a integração de conceitos sobre o desenvolvimento,
ultrapassando modelos mais tradicionais, unidimensionais, unidirecionais, unifuncionais e
lineares de crescimento e maturação biológica (ELDER; SHANAHAN, 2006). Baseia-se na
identificação dos estágios de vida nos aspectos processuais, contextuais e temporais para
entender as transformações que ocorrem. Nesta perspectiva, as mudanças históricas, ambientais
e geográficas e os padrões de vida do indivíduo modelam o conteúdo, a forma e o processo na
história e no mundo social em diversos níveis (ELDER, 1996). Ao adotar uma visão holística
sobre os indivíduos, preceitua o desenvolvimento de ganhos como perdas, sendo que as
potencialidades são manifestadas por meio da plasticidade intraindividual (ELDER;
SHANAHAN, 2006).
Reconhece-se também que a teoria contribuiu não somente para a compreensão da
atual concepção sobre a adolescência, mas para a adesão de aspectos metodológicos mais
robustos e apropriados com vistas a responder questões desta etapa da vida (SENNA; DESSEN,
2012). Em conformidade com a abordagem do Curso de Vida proposto por Elder (1996) ainda
na década de 1970, Bronfenbrenner (1996) apresentou uma outra abordagem teórica para
31

conduzir os estudos em desenvolvimento intitulada de Modelo Ecológico e, posteriormente


denominada de Modelo Bioecológico após sua revisão final (BRONFENBRENNER, 1999).
Esta segunda postula que para compreender o desenvolvimento, torna-se necessário
identificar quatro elementos básicos, os quais estão inter-relacionados e são dinâmicos no
referido modelo, a saber: (P) processo, (P) pessoa, (C) contexto e (T) tempo
(BRONFENBRENNER; MORRIS, 1998). Nesse sentido, acentua que ao longo do
desenvolvimento o adolescente enquanto pessoa (P) se envolve em processos (P) de interações
mútuas com outros indivíduos (BRONFENBRENNER; EVANS, 2000). Ao apresentar
características particulares, além de uma forma própria de lidar com as experiências, é visto
como um sujeito ativo que apresenta interação com o contexto (C). Entre as relações (in)diretas
ocorrem transições que podem ser normativas ou não-normativas, ambas a níveis do micro,
meso e macrotempo (T) (BRONFENBRENNER, 1999).
Contudo, somente com a chegada do século XXI marcada por um contexto de
rápidas mudanças, observa-se o estímulo e o interesse de políticos, profissionais e
pesquisadores para a condução de pesquisas direcionadas aos aspectos sociais e a utilização dos
seus desfechos em direção ao progresso (SENNA; DESSEN, 2012). Este ponto de vista do
desenvolvimento humano de forma positiva busca ultrapassar a negativa que no século XX
dominou os campos da ciência do desenvolvimento. Embasada na concordância de educadores,
terapeutas e cientistas, a visão busca defender que tanto os adolescentes são fontes de recursos
e forças internas a serem construídos, como todas as famílias, escolas e comunidades possuem
elementos que podem impulsionar o crescimento saudável deste grupo (LERNER et al., 2009).
E, por este ângulo, emerge uma nova proposta de estudo denominada a Ciência
Aplicada ao Desenvolvimento, visando compartilhar evidências científicas para a comunidade
e propor aperfeiçoamentos na vida dos adolescentes (LERNER; WERTLIEB; JACOBS, 2005).
Por meio da explicação dos processos normativos e da descrição dos aspectos saudáveis, esta
tendência atual direciona ações no sentido de prevenir riscos e otimizar resultados ao invés de
remediar problemas (LERNER; FISHER; WEINBERG, 2000). As intervenções reforçam as
diferenças interindividuais e intraindividuais, bem como a centralidade do contexto e das
relações bidirecionais entre os diferentes níveis ecológicos do desenvolvimento (SENNA;
DESSEN, 2012).
Deste modo, a compreensão acerca da adolescência se traduz então na integração
de diversos conhecimentos sobre mudanças biológicas, desenvolvimento psíquico, influências
hereditárias, higiene de sono, qualidade física, relações sociais, condições religiosas,
educacionais e culturais, entre outras típicas desta fase (SENNA; DESSEN, 2012). Constitui-
32

se ainda como um desafio que ao superá-lo implica no reconhecimento dos ajustamentos


positivos na adolescência, dos aspectos normativos necessários ao desenvolvimento e das
possibilidades de contextos que tonificam o adolescente saudável na sociedade contemporânea
(THEOKAS et al., 2005). Está interessada em promover o desenvolvimento positivo,
especialmente ao reconhecer que estes representam o futuro da humanidade. Os estudiosos
estão engajados em transformar essa população em adultos comprometidos consigo, suas
famílias, comunidades e sociedade (SCHOEN-FERREIRA; FARIAS; SILVARES, 2010)
Em meio a isto há também as tentativas de caracterizar este período do curso de
vida por meio da classificação de critérios cronológicos (DOURADO et al., 2020), advindos da
ideia de fases ou idades da vida que teve início na Idade Média, a partir das observações sobre
as distintas formas de assistência ao cuidado, abrigo e sustento das pessoas desfavorecidas e as
funções sociais no decorrer do ciclo vital (SOUZA; HOMET, 1999). Naquela época, as fases
da vida humana correspondiam a períodos de sete anos distintos entre os grupos de pessoas. A
segunda idade era chamada de pueritia e começava aos sete e terminava aos 14 anos. A terceira
idade estava entre os 14 e 21 anos de idade e era denominada de adolescência, uma vez que a
pessoa estaria pronta para procriar. Para alguns, terminava aos 21 anos, mas para outros durava
até os 28 anos, podendo ser estendida até os 30 ou 35 anos de idade (GROSSMAN, 1998).
Estes critérios etários também são adotados atualmente embora que de maneira
diferente ao modelo anterior, tornando-se bastante úteis na identificação de parâmetros
relevantes para investigação epidemiológica e elaboração de políticas com vistas a subsidiar o
desenvolvimento de ações de serviço social e programas de saúde pública. Tem-se utilizado
mais por conveniência, ao agrupar ambos os critérios e denominar adolescência e juventude ou
adolescentes e jovens em programas comunitários, contemplando, os discentes universitários e
também os jovens que ingressam nas forças armadas ou participam de projetos de suporte social
(EISENSTEIN, 2005).
Nesse contexto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) (1965) considerada a
adolescência como um estágio durante a segunda década da vida dos seres humanos, que se
inicia aos dez anos e termina aos 19 anos de idade, sendo dividida em três etapas, a saber: pré-
adolescência (dez aos 14 anos), adolescência (15 a 19 anos) e juventude (15 a 24 anos).
Enquanto a United Nations International Children's Emergency Fund (UNICEF) em virtude do
abismo de experiências particulares que separa os adolescentes jovens e velhos, classifica em
dois momentos distintos. Em um sentido amplo, pode-se considerar como fase inicial da
adolescência, o período que se estende dos dez aos 14 anos e fase final da adolescência, de
maneira geral, entre a idade dos 15 aos 19 anos (UNICEF, 2011).
33

Nas normas e políticas de alguns países do mundo, existem outros critérios etários
que permanecem flexíveis e contraditórios, de acordo com os costumes e as culturas locais. No
Brasil, por exemplo, observa-se que as faixas etárias apresentam variações e há grande interesse
nas idades de dez a 24 anos. O Ministério da Saúde (2017) e o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) (2007) estabelecem os mesmos critérios cronológicos adotados pela OMS
(1965). Já o ECA, por meio da Lei 8069, de 13 julho de 1990, que dispõe sobre a proteção
integral à criança e ao adolescente, caracteriza a pessoa como criança até 12 anos de idade
incompletos e adolescente na faixa etária compreendida de 12 a 18 anos de idade e, em casos
excepcionais e quando disposto na lei, o estatuto é aplicável entre 18 e 21 anos de idade.
Em outros documentos ainda existe uma classificação de faixa etária que faz
interseção entre a metade da adolescência e os primeiros anos da juventude. Deste modo, pelo
Estatuto da Juventude do país para os efeitos da Lei nº 12.852, de 5 de agosto de 2013, a partir
das idades de 15 a 17 anos são adolescentes-jovens, entre 18 aos 24 anos são jovens-jovens e
de 25 a 29 anos são jovens-adultos. No campo da pesquisa científica, divide-se conforme às
particularidades identificadas, em inicial, intermediária e final, variando em função das idades
de início e fim. Nesse sentido, classifica-se adolescente precoce abaixo dos 15 anos,
adolescente-jovem entre 15 e 19 anos e adulto-jovem dos 20 aos 24 anos de idade (SMETANA;
CAMPIONE-BARR; METZGER, 2006).
Deste modo, não há consenso quanto à faixa etária exata que determina o grau de
desenvolvimento completo para o desempenho das atividades referente a adolescência. Além
disso, apesar da idade cronológica ser a mais usada à nível nacional como internacional para
demarcar este período pela comunidade científica, verifica-se que muitas vezes não é o melhor
critério em virtude da variabilidade e diversidade dos parâmetros. Os aspectos biológicos,
psicológicos e sociais, denominados de assincronia de maturação, se mostram também
relevantes para a compreensão das características e ampliação conceitual (EISENSTEIN,
2005). Essas mudanças, na visão do desenvolvimento humano, são de grande importância,
abrindo novas fronteiras para o entendimento do desenvolvimento e, mais especificamente para
a adolescência (SCHOEN-FERREIRA; FARIAS; SILVARES, 2010).
Destarte, para delimitar a adolescência em reconhecimento as particularidades
individuais como coletivas, torna-se importante incluir não só apenas os aspectos etários e
físicos como também os sociais e culturais. Deve-se partir de uma descrição relacionada
basicamente a concepções de mudanças múltiplas e simultâneas fundamentais ao
desenvolvimento humano, ao entender que tais transformações acontecem tanto no próprio
34

indivíduo quanto nas suas relações com as conjunturas das quais ele faz parte (SENNA;
DESSEN, 2015).
Mais do que isso, urge em um sentido imparcial descrever não a adolescência e o
adolescente de forma singular e, sim as adolescências e os adolescentes de modo plural,
influenciados por contextos sociais, históricos, culturais, políticos e econômicos, os quais estão
ao seu redor e pertencem a sua realidade. Acredita-se que ao trabalhar nessa perspectiva o
indivíduo passa a elaborar concepções em relação ao sujeito de que fala a partir da dimensão
do tempo e do espaço e, por meio destes aspectos pode ainda levantar questões sobre situações
que aumentam, em menor ou maior grau, a vulnerabilidade dos adolescentes à problemas e
agravos em saúde (DOURADO et al, 2020).
Não obstante, na sociedade contemporânea ainda se verifica a circulação de
concepções errôneas associadas a conflito, irresponsabilidade e desordem sobre a adolescência,
com destaque para um problema social a ser resolvido que merece atenção pública. Além disso,
o enfoque em particular das pesquisas tanto nacionais como internacionais está fortemente
direcionado a repertórios de situações inerentes a esta etapa da vida (DOURADO et al., 2020),
em virtude de os problemas decorrentes e os fatores associados causar ônus para o indivíduo,
família, comunidade e sociedade em geral (PINTO et al., 2018).
A contaminação às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), por exemplo, vem
se apresentando como um grave problema. Globalmente, estima-se que a cada dia há mais um
milhão de casos curáveis entre pessoas de 15 a 49 anos, correspondendo a mais de 376 milhões
casos de infecção, entre os quais, destacam-se por tricomoníase com 156 milhões, seguido de
clamídia com 127 milhões, de gonorreia com 87 milhões e sífilis com 6,3 milhões. No que se
refere ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) que, por vezes, evolui para a Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS), observa-se que estes tem causado impactos profundos na
saúde desta população. Dados recentes apresentam que as proporções de HIV são diferentes
entre os casos, evidenciando que a maioria ocorre no sexo feminino, com estimativa de 5.500
jovens entre 15 e 24 anos toda semana, com destaque para a África Subsaariana que em cada
seis casos de infecção cinco estão para meninas de 15 a 19 anos (UNAIDS, 2020).
No Brasil, não existem ainda informações sobre a prevalência de IST comuns entre
a população adolescente nas diferentes regiões do país, em virtude de somente o HIV e a sífilis
se apresentarem como notificação compulsória e os indivíduos com a infecção apenas buscarem
tratamento em farmácias, além da escassez de estudos sentinelas e de base populacional com
este enfoque (PINTO et al., 2018). Quanto ao HIV/Aids, dados do último boletim
epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde mostram que a doença cresce mais na
35

população jovem. Observa-se que mais da metade dos novos casos (52,1%) de HIV em 2019
ocorreram no sexo masculino. As taxas de detecção de HIV são quase quatro vezes maiores de
novos casos entre os jovens homens de 20 a 24 anos. Na faixa etária de 15 a 19 e de 20 a 24
anos, entre o período de 2009 e 2019, identificou-se também incremento na taxa de detecção
de Aids com proporções de 64,9% e 74,8%, respectivamente (BRASIL, 2020).
Soma-se isto à gravidez na adolescência que vem também ocasionando apreensão
no cenário global, sendo considerada um problema de Saúde Pública há mais de quatro décadas,
devido os impactos biológicos, psicológicos, sociais, educacionais e econômicas (UNICEF,
2013). Esta diminuiu nos últimos anos em todo o mundo, contudo, a redução se apresenta
desigual entre as zonas geográficas, situação que está relacionada à baixa condição
socioeconômica de países de baixa e média renda e as dificuldades de implementação e
manutenção de estratégias para o seu controle (MCCALL et al., 2015). Estima-se que das 7,3
milhões de meninas grávidas no mundo, 2 milhões correspondem aquelas com idade menor a
14 anos (UNICEF, 2017). Em relação as taxas de mortalidade, 70 mil óbitos de adolescentes
estão relacionados a problemas na gravidez ou no parto, configurando-se como a segunda causa
de morte (LIMA et al., 2015).
No Brasil, observa-se que uma em cada sete crianças são de mães menores de idade
e que a cada hora nascem 48 recém-nascidos de adolescentes. O número de recém-nascidos de
adolescente até 14 anos contabilizou 19.330 em 2019, o que significa que a cada 30 minutos,
uma menina de dez a 14 anos torna-se mãe (FEBRASGO, 2021). No entanto, desde o ano de
2000, quando a taxa de fecundidade entre 15 a 19 anos era de 81/1.000 adolescentes, a gravidez
vem apresentando queda latente, atingindo taxa de 62/1.000 em 2015. Dados de 2018 apontam
taxa de 54/1.000, reduzindo para 48/1.000 em 2019 (MONTEIRO et al., 2019). Em relação ao
parto, constata-se que no ano de 2018 a participação das adolescentes entre dez e 19 anos
representou 15,5% do total de partos, equivalente a 456.128 nascimentos. Em 2019, observa-se
redução para 14,7% do total de partos, igual a 419.252 recém-nascidos. Isto, portanto,
representando entre 2000 e 2019 uma redução de 37,2% no país (BRASIL, 2020).
No entanto, estas taxas de gravidez e parto são consideradas ainda elevadas entre
as adolescentes no país e são resultados das atuais condições sociais e de saúde que repercutem,
substancialmente, nos aspectos gerais de vida deste grupo populacional. Por viverem em um
país de grande extensão continental, destaca-se que as desigualdades se acentuam em desfavor
das meninas e mulheres que habitam nas regiões de difícil acesso, em que as políticas públicas
não vêm sendo implementadas de forma eficiente, com consequente vulnerabilidade a qualquer
tipo de iniquidade (FEBRASGO, 2021). Deste modo, as gestações inclusive as sucessivas
36

parecem decorrer de inúmeros fatores que fazem parte do contexto de vida destas jovens, como,
por exemplo, baixas condições socioeconômicas, início precoce da atividade sexual, baixa
adesão aos métodos contraceptivos, viver em união estável ou ser casada e abandono dos
estudos (ALMEIDA et al., 2016).
Em adição, ao considerar a adolescência como um momento com profundas
mudanças na vida dos indivíduos, as diferenças nas dimensões físicas e psicológicas implicam
que os adolescentes se tornem também mais vulneráveis ao consumo de bebidas alcóolicas e,
em alguns casos ao abuso de substâncias psicotrópicas (PRATTA; SANTOS, 2006). O contato
com algum tipo de substância, lícita ou ilícita, decorre basilarmente da influência dos amigos
que usam e da busca de aceitação em um determinado grupo social (NASCIMENTO;
AVALLONE, 2013).
Apesar das legislações brasileiras, entre elas o ECA, proibirem a venda de bebidas
alcoólicas para menores de 18 anos de idade (SCHENKER; MINAYO, 2005), o consumo pelos
adolescentes no país é preocupante, sendo fortemente induzido pelas estratégias publicitárias
(FARIA et al., 2011). A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), edição 2013, evidencia que a
prevalência de consumo abusivo de álcool, nos últimos 30 dias, em jovens é de 13,7% (IBGE,
2013). O consumo desta substância podendo produzir um efeito multiplicador, com aumento
da probabilidade do uso de outras drogas, a exemplo, das ilícitas que apresentou percentual de
16,6% entre adolescentes de 16 a 17 anos, conforme apresenta a Pesquisa Nacional de Saúde
Escolar (PeNSE), edição 2015 (IBGE, 2015). O consumo gerando ainda problemas tanto no
âmbito social como de saúde, entre os quais, destacam-se os acidentes e mortes no trânsito,
homicídios, quedas, queimaduras, afogamento e suicídio (OPAS, 2005).
Além disso, o envolvimento dos adolescentes em situações conflituosas com os
grupos sociais do seu cotidiano, na maioria das vezes, se manifesta em torno da perpetração do
fenômeno da violência (PEREIRA et al., 2020). Globalmente, estima-se que uma em cada três
adolescentes de 15 a 19 anos sofreu algum tipo de violência, por exemplo, emocional, física,
psicológica e/ou sexual por conhecidos (OMS, 2017). A violência interpessoal se constitui
como a terceira principal causa de morte entre os adolescentes, embora a sua projetação se
modifique de acordo com as zonas geográficas. Por exemplo, em países de baixa ou média
renda das regiões das Américas, essa causa representa quase um terço de todas as mortes entre
adolescentes do sexo masculino (OMS, 2018). Este tipo de violência nessa fase está relacionado
a comportamentos sexuais de risco, baixo desempenho escolar e uso de bebida alcoólica e
outras drogas (MALTA et al., 2017).
37

No caso da realidade brasileira, informações sobre casos de violência praticados


contra adolescentes são obrigatórias por meio do ECA (ECA, 1990). No setor saúde, em 2011
o registro passou a integrar a lista nacional de notificação compulsória (BRASIL, 2016). Deste
modo, estudo desenvolvido no período de 2011 a 2017 apresenta que dos 1.429.931 casos,
374.673 foram contra adolescentes. Do total, a maioria (65,2%) foram contra meninas, entre as
idades de 15 a 19 anos (60,3%), de cor negra (54,9%) e com oito anos de estudo (68,6%).
Quanto a violência, 56,9% ocorreram na residência, sendo a maioria física (64,7%), por meio
da força corporal (45,4%), envolvendo um autor (73,1%), do sexo masculino (66,5%) e do
grupo familiar (28,7%) (PEREIRA et al., 2020).
Isto, portanto, denotando que as ocorrências expressas não são apenas um conjunto
de violências perpetradas contra os adolescentes, mas uma aproximação ao problema ou
diagnóstico com base nos casos dos indivíduos em situação de violência, que procuraram os
serviços de saúde e tiveram acesso a cuidados primários ofertados por profissionais (RATES et
al., 2015). Além disso, apontando que aos casos de violências contra os adolescentes tem
predominância dos tipos intrafamiliar e comunitário com forte caráter crônico (PEREIRA et
al., 2020). Sendo assim, a violência perpetrada contra adolescentes no país ainda representando
como um grave problema social que demanda atuação de diversos setores (RATES et al., 2015),
em especial da saúde que precisa atuar em rede, de forma articulada e intersetorial, para que
sejam ofertados cuidados efetivos em atenção as necessidades das vítimas (AGUIAR et al.,
2020).

3.2 Tecendo fatos, contextos e conceitos sobre a APS

A primeira proposta governamental de forma operacional para organização de um


primeiro nível de atenção está datada no ano de 1920, quando na Grã-Bretanha o Partido
Trabalhista por iniciativa de um conselho formado por representantes do Ministério da Saúde,
envolvendo profissionais médicos privados propuseram a prestação de serviços de atenção
primária por equipes compostas por médicos e pessoal auxiliar em centros. Neste movimento,
por meio da elaboração de um documento oficial reconhecido como Relatório Dawson, o centro
de saúde passou então a ser classificado como uma instituição equipada para ofertar serviços
médicos preventivos e curativistas, sob a condução de médicos generalistas em cooperação com
serviços de enfermagem e apoio de especialistas (ROEMER, 1985).
A proposição do referido relatório incluía ainda a organização de forma
regionalizada dos serviços de saúde e hierarquizada em nível primário, secundário e terciário.
38

Essas concepções não foram implantas imediatamente por pressão da cooperativa médica,
todavia, fundamentaram iniciativas posteriores de implementação dos sistemas de saúde. Deste
modo, os centros de saúde foram somente difundidos em meados de 1960, quando as unidades
foram construídas em sua maioria na Inglaterra. Nos países em desenvolvimento, elaborou-se
um modelo diferente de centro de saúde com a oferta de apenas serviços preventivos. Nos países
socialistas, os centros de saúde apresentaram-se como modelo de atenção ambulatorial
predominante e representaram o modelo de atenção ambulatorial mais inclusivo e integral,
articulando serviços clínicos e preventivos de acesso universal e gratuito (FAUSTO; MATTA,
2007).
Contudo, o modelo de atenção à saúde da população de modo geral ainda se
apresentava naquela época pouco efetivo para o acesso do sistema de saúde e com enfoque
muito curativista, individualista e hospitalocêntrico, tradicionalmente instituído nos sistemas
de saúde nacionais. Frente ao exposto, durante a década de 1960 a OMS realizou uma crítica
aprofundada sobre à abordagem vertical dos programas no combate as doenças transmissíveis,
desenvolvidos com intervenções seletivas e descontextualizadas em diversos países e, ao final
deste mesmo período o modelo biomédico de atenção à saúde também recebeu críticas de
diversas origens, destacando os determinantes sociais mais gerais dos processos saúde-doença
e a exigência de nova abordagem em atenção (GIOVANELLA; MEDONÇA, 2009).
Na década de 1970, com o movimento de libertação das colônias africanas se
iniciaram movimentos para democratização dos países da América Latina. Em tais processos
surgiu a defesa pela modernização com ênfase nos valores locais, privilegiando a construção de
um modelo de atenção distinto dos Estados Unidos da América (EUA). Desse modo, criticava-
se a especialização progressiva e o elitismo médico, propondo a articulação de práticas
populares e a democratização do conhecimento (GIOVANELLA; MENDONÇA, 2009).
Ademais, o relatório do Ministério da Saúde canadense que discutia uma nova perspectiva para
saúde mostrava também a importância do objetivo de prevenção e da promoção para a
população, além da organização de um sistema adequado assumido como responsabilidade
pública. Este demonstrava a relação da saúde com as condições de vida, em particular o
saneamento ambiental e a nutrição, ao analisar retrospectivamente a evolução da situação de
saúde na Inglaterra e no País de Gales (MCKEOWN, 1976).
Nesse contexto, ao final da década de 1970 esta situação propiciou então a
organização de uma conferência de Atenção Primária. A realização da Conferência
Internacional sobre Atenção Primária à Saúde foi proposta pela China a OMS para difundir
novos métodos alternativos na área da saúde, contudo, esta não participou em virtude das
39

disputas políticas acerca do modelo de atenção do bloco socialista. E, ao final após uma
oposição inicial a temática o evento ocorreu na União Soviética com o apoio financeiro
substancial, em virtude do avanço do movimento em defesa da APS em todo o mundo. A
conferência realizada em Alma-Ata, em 1978, foi então um importante evento que contou com
representações de vários governos e na ocasião o documento Declaração de Alma-Ata foi
aprovado tendo sido ratificado em 1979 pela Assembleia Geral da OMS (CUETO, 2004).
A declaração entre outras afirmações acerca da atenção à saúde expressa a
concepção da atenção primária de forma abrangente, uma vez que a considera como eixo central
do sistema de saúde e aspecto do processo mais geral de desenvolvimento social e econômico
da comunidade que, de certo modo, envolve a cooperação com outros setores de modo a
possibilitar o desenvolvimento social e enfrentar os determinantes de saúde mais amplos de
caráter social e econômico. Esta ressalta também a preocupação com os custos crescentes da
assistência em decorrência do uso de novas tecnologias que permanecem, na maioria das vezes,
sem a avaliação adequada de seus reais benefícios para a saúde da população (GIOVANELLA;
MEDONÇA, 2009).
Neste referido documento, a APS é concebida a partir de uma assistência essencial
com tecnologias apropriadas, cientificamente comprovados e socialmente aceitáveis, em que o
acesso deve ser garantido a todo usuário, família e comunidade mediante a sua plena
participação. Assim sendo, pressupõe o envolvimento comunitário e a democratização do
conhecimento, incluindo práticas complementares e agentes de saúde qualificados para atuar
em tarefas específicas contrapondo as práticas biomédicas centrais. Nessa acepção, representa
também o primeiro nível de contato com o sistema de saúde e a oferta de atenção mais próxima
possível do espaço onde as pessoas residem. No entanto, a saúde não restringindo apenas a este
nível ao considerar a integração de um processo permanente de assistência, que inclui entre
outras intervenções a prevenção, promoção, cura e reabilitação (DECLARAÇÃO DE ALMA-
ATA, 1978).
Após sua aprovação com consequente divulgação, a Declaração de Alma-Ata
passou a ser censurada por várias instituições de âmbito internacional com o argumento de ser
pouco propositiva e muito abrangente. Deste modo, em contexto global adverso de maior
presença de govenadores conservadores e baixo crescimento econômico, houve uma sequência
nos anos posteriores de um embate entre a concepção de atenção primária abrangente e integral
e a concepção restrita em que se sobressaiu esta última supracitada. E, após um ano da
aprovação da Alma-Ata, a Fundação Rockefeller realizou uma reunião na Itália com a
colaboração de diferentes instituições internacionais para discussão de uma nova proposta
40

referente a uma APS seletiva, como estratégia para o controle de doenças em países em
desenvolvimento (CUETO, 2004).
Este novo modelo de atenção primária buscava desenvolver um conjunto de
intervenções de baixo custo para combater doenças em países pobres. A proposta inicial como
estratégia interina complementar às proposições de Alma-Ata, difundiu-se a partir da
destinação de controlar as principais doenças nos países em desenvolvimento. Em anos
posteriores, quatro intervenções passaram a ser inseridas: acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento, reidratação oral, aleitamento materno e imunização. E, a esse conjunto
restrito foram também incorporados alguns programas: suplementação alimentar, alfabetização
feminina e planejamento familiar. No entanto, embora a efetividade destas intervenções fosse
reconhecida, a concepção foi criticada por seu tecnicismo custo-efetividade e por desconsiderar
melhorias socioeconômicas e a relevância de assegurar as necessidades básicas
(GIOVANELLA; MEDONÇA, 2009).
Assim sendo, durante a década de 80 a configuração de Atenção Primária como
modelo restrito de serviços básicos à saúde de modo selecionado, direcionados à população em
situação de maior pobreza, passou a ser de modo hegemônico para as diferentes instituições
internacionais (GIOVANELLA; MEDONÇA, 2009). Nesse sentido, pode-se afirmar que a
nível nacional o emprego de vários termos, entre os quais, destaca-se a Atenção Básica para
designar a APS no SUS buscou diferenciar nas políticas propostas pelo movimento sanitário
(GIOVANELLA; MEDONÇA, 2009), distanciando dos programas de APS seletivos e
focalizando naqueles amplamente naqueles divulgados pelas instituições de âmbito
internacional (PAIM, 2012).
Deste modo, no Brasil desde os anos 1920 até a atualidade houveram várias
tentativas de modo a organizar a APS. Nesse período, os modelos foram implantados em regiões
do país em função de concepções e interesses bastante distintos. Contudo, o marco mais
relevante da APS ocorreu por meio da implantação do Programa Saúde da Família (PSF),
influenciado por questões internas e externas de cuidados primários (MENDES, 2012). Este foi
criado no ano de 1994 após o estabelecimento do Programa de Agentes Comunitários de Saúde
(PACS) e apresentado no primeiro documento ministerial como um programa, incluindo os
princípios do SUS e despontando um novo paradigma na atenção à saúde, com diretrizes que
elaboravam uma nova maneira de produzir as intervenções e serviços de saúde, na perspectiva
de mudanças e conversões do modelo assistencial biomédico e mecanicista (SOUZA et al.,
2008).
41

Em decorrência das suas potencialidades, o PSF passou então a ser reconhecido


como ESF por sua capacidade em orientar a organização do sistema de saúde, procurar
respostas para as necessidades de saúde e contribuir na mudança do modelo assistencial
(GIOVANELA et al., 2009). Como estratégia está baseado nas quatro dimensões exclusivas da
APS dimensionadas por Starfield. O primeiro contato se refere ao uso do serviço como a porta
de entrada para as situações de saúde e à capacidade para lidar com problemas. A
longitudinalidade está relacionada a existência de aporte contínuo de cuidados, bem como o
uso ao longo do tempo por meio de relação mútua. A integralidade requer a prestação de um
conjunto de serviços que atendam todas às necessidades da população. E, por fim, a
coordenação implica na capacidade de assegurar a continuidade do cuidado de um modo
organizado e integrado (STARFIELD, 2002).
Além disso, em 2006 com a aprovação da Política Nacional de Atenção Básica
(PNAB), a Saúde da Família está explicita como modelo preferencial de reorganização da
Atenção Primária no SUS. Deste modo, na referida política a APS enquanto Atenção Básica é
definida como um conjunto de intervenções em saúde realizadas em âmbito individual e
coletivo que contemplam a promoção, proteção, prevenção, diagnóstico, tratamento,
reabilitação e manutenção da saúde. Essas ações se desenvolvem por meio de uma equipe
multidisciplinar em um território definido e com sua respectiva população (MACINKO;
HARRIS, 2015). E, no ano de 2011, com a proposta das Redes de Atenção à Saúde (RAS) nas
regiões brasileiras, a APS foi definida como porta de entrada preferencial do SUS (OPAS,
2011).

3.3 Avaliação dos serviços e da qualidade em saúde à luz do quadro de Donabedian

O quadro teórico constitui no universo os princípios, categorias e


conceitos, formando sistematicamente um conjunto logicamente
coerente de aspectos, dentro do qual o trabalho se fundamenta e se
desenvolve (SEVERINO, 2013).

Assim sendo, tomando como base a avaliação e a qualidade em saúde como


propósitos de investigação, utilizará como referencial teórico o modelo de avaliação dos
serviços de saúde somado aos pilares da qualidade em saúde propostos pelo autor Avedis
Donabedian (1990). Este é considerado como um dos principais e maiores estudiosos nesta área
da saúde, tendo seus conceitos ainda sendo muito utilizados pelas organizações de saúde,
especialmente no que se refere a avaliação da qualidade em serviços de saúde (CARVALHO;
42

CAMPOS, 2000). Dentre as diversas possibilidades de delimitação do foco da avaliação no


modelo, aquela que toma a qualidade da intervenção como objeto de investigação (SILVA,
2009).
Para alcançar a compreensão destes aspectos que, por vezes, se apresentam
complexos de interpretação, em um primeiro momento nesta abordagem faz-se a exposição
daquilo que autores defendem por avaliação e por qualidade em saúde, tendo em vista que o
propósito deste material é auxiliar na condução de uma pesquisa avaliativa e não de uma
avaliação prática. Deste modo, a apresentação dos conceitos é norteada por meio de uma
fundamentação embasada em diversas obras disponíveis e possíveis oferecidas pela literatura
científica. Nesta perspectiva, tanto o conceito proposto pelo referido autor como também por
outros com os mesmos pressupostos é utilizado para a construção do texto.
Sabe-se que um dos grandes equívocos frequente na literatura científica é a redução
da proposta metodológica de Donabedian a discussão de alguns aspectos considerados como
limitantes. Anteriormente, esse quadro era usado pelo autor para sistematizar as múltiplas
configurações existentes sobre as possíveis abordagens na avaliação da qualidade. Contudo, a
avaliação da qualidade requer diferentes definições metodológicas no que se refere a avaliação,
ao nível da realidade a ser delimitada, aos atributos a serem selecionados, as formas de seleção
das prioridades, a amostragem na composição da pesquisa e a obtenção de consenso na
definição de critérios, indicadores e padrão (DONABEDIAN, 1980).
Na literatura científica, percebe-se que a avaliação em saúde é apresenta como
estratégia que produz informações quanto à adequação, efeitos e custos em relação ao emprego
de tecnologias, programas e serviços de saúde. Logo, pode subsidiar na tomada de decisão em
relação às práticas de saúde desenvolvidas pelos profissionais e no estabelecimento de políticas
públicas concernentes ao setor. Em geral, a avaliação pressupõe a seleção de problemas
relevantes e sensíveis, a aferição de aspectos pertinentes as tecnologias, programas e serviços
de saúde, o julgamento e a comparação desses aspectos como critério de apreciação e a
alimentação dos processos de análise e de formulação de condutas ou recomendações
(PORTELA, 2000).
A avaliação envolve ainda a seleção de critérios previamente estabelecidos para
julgar e comparar a adequação, os benefícios, os efeitos adversos e os custos de tecnologias,
serviços e programas de saúde, constituindo, portanto, em importantes indicadores de qualidade
em saúde (DONABEDIAN, 1980). Em outras palavras, destaca-se que estes indicadores de
qualidade em saúde correspondem aos critérios para a avaliação da qualidade da atenção à saúde
de uma população ou determinado grupo, seja em termos de procedimentos específicos ou de
43

uma rede de serviços (EDDY, 1992). Por exemplo, são indicadores de qualidade em saúde o
número de profissionais no serviço para prestação do cuidado, as condições de armazenamento
de medicamentos no espaço da farmácia, a existência de um sistema de referência e contra
referência em rede de serviço de saúde (PORTELA, 2000), entre outros aspectos que permitem
levantar informações acerca de determinados elementos do serviço de saúde para dar resposta
as condições existentes na provisão do cuidado.
O padrão se configura também em outro conceito de grande relevância no
desenvolvimento dos processos de avaliação em saúde. Esse conceito se refere a um valor
especificado para distinguir a qualidade das práticas ou de serviços de saúde, em aceitável ou
não, por meio de um certo indicador aplicado (DONABEDIAN, 1980). No entanto, neste
conceito se destacam dois pontos importantes que precisam ser levados em consideração por
estarem permeados na própria lógica da avaliação de qualidade em saúde (PORTELA, 2000).
O primeiro refere-se à noção de que é possível inferir conclusões acerca da
qualidade de serviços e tecnologias em saúde, com base em um grupo de observações e nas
ocorrências individuais de eventos que podem representar um sinal de alerta, mas que não
devem ser vistas necessariamente como reflexos de má qualidade. O conceito de evento
sentinela, trazido da epidemiologia, se refere a observar esses eventos como um alerta para a
possibilidade de uma deficiência na qualidade da atenção. O segundo, diz a respeito ao
estabelecimento de padrões para os indicadores da qualidade. Este campo tem merecido atenção
de pesquisadores e profissionais preocupados, especialmente em identificar aspectos da
assistência que se caracterizem como boas práticas. Logo, deve-se ter como parâmetro as
evidências científicas, referências nacionais e internacionais e resultados em realidade
semelhante (PORTELA, 2000).
Deste modo, se o indicador é considerado como critério de avaliação em saúde e o
padrão como valor que representa a qualidade do indicador, então os significados de ambos
dependem das características do problema e da população nas práticas ou nos serviços sob
investigação. Nessa linha de raciocínio, ao final se chega ao conceito não menos de importante
de referente no desenvolvimento de uma avaliação em saúde. A inclusão deste em um processo
de avaliação garante a elaboração de categorias homogêneas e reaplicáveis, com base nas quais
tecnologias ou serviços podem ser comparados em momentos e espaços distintos
(DONABEDINA, 1980). Essas costumam ser estabelecidas segundo características
diagnósticas, podendo também levar em consideração as questões demográficas, geográficas,
culturais, entre outras da população. O uso reduz a possibilidade de incertezas na consideração
de indicadores e padrões de qualidade da assistência (PORTELA, 2000).
44

Portanto, os conceitos de indicador, padrão e referente são aplicados nos processos


de avaliação normativa e incorporados ao modelo de avaliação dos serviços proposto por
Donabedian (1980): a estrutura, o processo e os resultados; classicamente sendo considerado
como uma tríade que corresponde às noções da Teoria Geral de Sistemas: input-process-output.
Este modelo é amplamente divulgado e aceito em razão de sua utilidade e compatibilidade as
tecnologias, programas e serviços de saúde e ao contemplar em sua lógica de funcionamento os
recursos, a organização, as atividades, os serviços e os efeitos (AGUILAR; ANDER-EGG,
1994). Essa tríade só faz sentido se houver relação de causalidade entre a estrutura, o processo
e os resultados de uma determinada realidade, sendo que cada componente da tríade tem valor
e significado diferente (DONABEDIAN, 2003).
O componente estrutura analisa as condições existentes para a execução da atenção
à saúde, abrangendo os recursos humanos, materiais e físicos utilizados na provisão do cuidado
(FERREIRA et al., 2021; DONABEDIAN, 1980), bem como os arranjos organizacionais,
incluindo normas, rotinas e instalações e os mecanismos de financiamento destes recursos
(DONABEDIAN, 1980), correspondendo às características mais estáveis da assistência à
saúde. Este envolve desde a estrutura física e disponibilidade de equipamentos até a capacitação
dos indivíduos na prestação da assistência. Contudo, ainda é difícil quantificar a influência
exata desse componente na qualidade final da assistência, apenas sendo possível falar em
termos de questões mais adequada do aumento da probabilidade de uma assistência prestada
ser de melhor qualidade (DONABEDIAN, 1990).
O componente processo concerne às atividades oferecidas pelas unidades de saúde
no desenvolvimento da assistência, contemplando os procedimentos, as técnicas, os aspectos
éticos e a relação terapêutica e envolvendo a relação entre os usuários assistidos e os
profissionais provedores (DONABEDIAN, 1980); por isso, constitui-se em base para a
valoração da qualidade em saúde. Entre outros elementos, neste aspecto aparecem os problemas
e as condutas éticas e a relação profissional, equipe de saúde e paciente. De certo modo, diz
respeito a tudo do cuidado durante o tratamento direto ao paciente e no momento que ele está
ocorrendo no serviço de saúde (DONABEDIAN, 1994).
O componente resultados refere-se ao impacto da interação entre o serviço de saúde
e a população e o efeito dessa relação no estado de saúde dos usuários como produto final da
assistência prestada, considerando a saúde geral e a satisfação de padrões e de expectativas
(DONABEDIAN, 1980). Logo, o resultado da atenção se restringe às mudanças observadas no
estado de saúde do paciente que podem ser atribuídas à assistência ofertada (DONABEDIAN,
1994). No entanto, para que estas alterações no estado de saúde correspondessem à mensuração
45

precisa da qualidade, seria preciso que as demais causas envolvidas na obtenção do mesmo
resultado fossem eliminadas (DONABEDIAN, 1994). Deste modo, a atribuição de aspectos
específicos mensurados na repercussão de cada uma dessas mudanças nos desfechos da
assistência permanece como tarefa não resolvida, mas não se pode negar a inter-relação entre
essas questões ainda que complexas de mensuração (MALIK; SCHIESARI, 1998).
Portanto, na avaliação de práticas e serviços se pressupõem que uma estrutura
adequada propicia um bom processo de assistência e este, por sua vez, implica em mudanças
benéficas ao nível de saúde da população. Entretanto, esta suposição não deve ignorar a
inexistência de um vínculo obrigatório e causal entre os três componentes. Em especial,
interessam os resultados produzidos sobre a saúde da população, mas é de relevância atribuir
esses desfechos ao processo da assistência. O conhecimento do processo de atenção ganha
notoriedade sempre que o estabelecimento de elos causais entre seus elementos e os resultados,
favoráveis ou desfavoráveis, seja possível com base na evidência científica. A avaliação da
estrutura é que menos informação oferece sobre a atenção à saúde, mas pode ser relevante para
complementar avaliações dos processos e dos resultados ou em alguns casos ser a única possível
(PORTELA, 2000).
Além disso, observa-se que a existência de relações causais bem estabelecidas entre
a estrutura do serviço de saúde, o processo de atenção à saúde e os resultados sobre a saúde da
população fortalece a abordagem da avaliação da qualidade em saúde que, por sua vez,
constitui-se como um campo de grande e forte interesse de pesquisadores na área da avaliação
em saúde (PORTELA, 2000). Esta, na literatura científica, ainda apresenta uma definição
complexa, múltipla e dimensional, no entanto, essas diferentes facetas podem ser sintetizadas
por meio de alguns pontos em comuns (UCHIMURA; BOSI, 2002). No campo da saúde, espaço
de reflexão e de prática, submerge uma rede objetiva e subjetiva por meio da qual se vislumbram
potencialidades, lacunas e barreiras ao cuidado. Deste modo, a qualidade em saúde reflete a
forma como são compartilhadas as responsabilidades e o estado de preocupação com o direito
de acesso ao serviço, bem como a melhoria da saúde individual e coletiva da população
(GASTAL; ROESSLER, 2006).
Esta pode ainda ser pensada tanto de forma delimitada quanto de forma abrangente.
Em relação ao conceito delimitado, Donabedian (1980, 2003) em trabalho anterior atribuiu a
qualidade como o produto de dois fatores, sendo um voltado a tecnologia do cuidado, derivada
da ciência e o outro seria a aplicação dessa ciência e tecnologia na prática concreta, influenciada
sobremodo pelas relações interpessoais (DONABEDIAN, 1980, 2003). Esse mesmo autor
definiu ainda a qualidade como a relação entre benefícios, riscos e custos de uma intervenção
46

em saúde (DONABEDIAN, 1980). Portanto, estas duas definições se apresentando de forma


complementar e formando os seguintes aspectos a ser objetos de avaliação: incorporação do
conhecimento científico e tecnológico, relações interpessoais, incorporação de saberes práticos
e relação benefícios entre riscos e custos favoráveis (SILVA, 2009).
Em outro modelo, Donabedian (1990) amplia o conceito de qualidade em saúde,
utilizando o que chamou de atributos dos sete pilares da qualidade, a saber: eficácia, efetividade,
eficiência, otimização, aceitabilidade, legitimidade e equidade. Deste modo, considera-se que
é necessário que as práticas desenvolvidas tenham um potencial de produzir resultado, ou seja,
sejam eficazes e que possam modificar a realidade alcançando seus objetivos, isto é, sejam
efetivas. Além da efetividade, as ações devem ser eficientes, isto é, devem produzir resultados
a um custo socialmente aceitável. Esta relação deve ser otimizada, ou seja, a ação deve produzir
os máximos benefícios ao menor custo. A aceitabilidade das ações é definida como a
conformidade das ações aos desejos e expectativas dos usuários. Devem também ser acessíveis
e conquistar a legitimidade e equidade social (DONABEDIAN, 2003).
Nesse contexto, a qualidade do cuidado em saúde é julgada de acordo com a sua
conformidade a uma série de expectativas que se originam de três fontes: a ciência que
determina a eficácia; os valores e expectativas individuais que determinam a aceitabilidade; e
os valores e expectativas sociais que determinam a legitimidade do cuidado. Assim, a qualidade
não pode ser avaliada inteiramente em termos técnicos, já que as preferências dos indivíduos e
da sociedade devem ser levadas em consideração. A busca de cada um dos pilares da qualidade
pode ser mutuamente reforçada, como no caso de um cuidado mais efetivo ser também o mais
aceitável e o mais legítimo, bem como pode ocorrer de forma conflitante entre os vários
aspectos (MALLET, 2005).

3.4 Produção do conhecimento científico sobre APS do adolescente

Tomando como base os temas anteriores ainda que apresentados de forma ampla,
destaca-se que para maior delimitação das informações existentes acerca do referido estudo,
elaborou-se ainda uma revisão de literatura com base no “estado da arte” da produção do
conhecimento científico nacional e internacional. Sabe-se que esta tem se tornado cada vez mais
presente nas pesquisas do cenário acadêmico, na medida que a Prática Baseada em Evidências
(PBE) ganha reconhecimento mundial como referência e a quantidade de fonte primária e o
acesso aumenta de forma acentuada.
47

Neste estudo, optou-se por utilizar a Revisão Integrativa da Literatura (RIL) em


virtude de sua abordagem permitir a análise e a síntese do conhecimento científico produzido
sobre o tema investigado (BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2008). Para tanto, seguiu-se as
seis etapas do método apresentadas pelos autores Botelho, Cunha e Macedo (2008), as quais
serão descritas a seguir em conformidade com a temática desta pesquisa:

Figura 1: Processo da revisão integrativa da literatura. Fortaleza, Ceará, Brasil, 2021.

Fonte: Botelho, Cunha e Macedo (2008).

3.4.1 1ª. Etapa: Identificação do tema e seleção da questão de pesquisa

Em consonância com a temática do referido estudo, delimita-se como problema a


ser investigado nesta revisão integrativa a ‘atenção à saúde do adolescente’, em razão de se
reconhecer os desafios e as limitações ainda presentes nos serviços de saúde para a produção
do cuidado integral a este grupo populacional, especialmente na APS caracterizada como novo
modelo reorganizador das práticas assistências e porta de entrada preferencial do usuário no
sistema de saúde.
E, nesse sentido, com base na estratégia mnemônica PICo em que a letra P se refere
a população, paciente ou problema abordado (Population), I ao fenômeno de interesse (Interest)
48

e Co ao contexto da pesquisa (Context) (ARAÚJO, 2020), elaborou-se para esta investigação a


seguinte pergunta norteadora: o que as publicações científicas nacionais e internacionais tem
evidenciado acerca da atenção à saúde ofertada ao adolescente na APS? Para a construção desta
questão considerou-se como letra P – adolescente, I – atenção à saúde e Co – atenção primária
à saúde.
Em seguida, procurou-se identificar as palavras mais importantes que compõe o
objeto ou problema da pesquisa para a elaboração da estratégia de busca, elegendo:
‘adolescente’, ‘atenção à saúde’ e ‘atenção primária’. De posse destas informações-chaves, fez-
se ainda necessário realizar a conservação ou adequação dos termos extraídos, a partir de
terminologias padronizadas. Deste modo, optou-se por utilizar os termos de vocabulários
controlados dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), ao abranger o domínio de
conhecimento das Ciências da Saúde, sendo o vocabulário padrão para a indexação de
documentos em algumas bases de dados; e o Medical Subject Headings (MeSH), ao se
apresentar na área da saúde como o mais utilizado no mundo, pois outras bases de dados, além
da Pubmed utilizam como vocabulário padrão para indexação (ARAÚJO, 2020).
Para tanto, realizou-se uma busca nas páginas eletrônicas dos referidos vocabulários
para extrair os descritores controlados em três idiomas de preferência, sendo que no primeiro
selecionou-se em português e espanhol: adolescente; menores de idade; menores/atenção à
saúde; assistência à saúde/atención a la salud; prestación de atención de salud/atenção
primária à saúde; estratégia saúde da família/atención primaria de salud; estrategia de salud
familiar e, no segundo apenas em inglês: adolescent/delivery of health care; health services;
community health services/primary health care; community health centers, respectivamente.
Incluiu-se também outros termos em forma de sinônimo, escritos no singular e
plural, com diferentes grafias, termos amplos, restritos e/ou padronizados para a combinação,
com vistas a obter uma estratégia mais ampla e sensível e expandir os resultados de busca,
apresentados a seguir, respectivamente: adolescentes; adolescência; jovem; jovens; juventude;
joven; adolescents; adolescence; youth; youths; teenagers; teens/assistência; cuidado;
atendimento; asistencia; cuidadoso; services, health; delivery of healthcare; healthcare
deliveries; health care/posto de saúde; serviço de saúde; programa saúde da família; centro
saúde da família; centro de salud; locales de primer nível de atencion; centros de servicio de
atencion primaria em salud; health center; centers, community health; primary care health
center; health center program.
Deste modo, a partir dos descritores controlados e não controlados escolhidos,
realizou-se então a montagem da string de busca utilizando o operador booleano OR, a saber:
49

(adolescente OR “menores de idade” OR adolescentes OR adolescência OR jovem OR jovens


OR juventude OR menores OR joven OR adolescent OR adolescentes OR adolescence OR
youth OR youths OR teenagers) / (“atenção à saúde” OR “assistência à saúde” OR assistência
OR cuidado OR atendimento OR “atención a la salud” OR “prestación de atención de salud”
OR asistencia OR cuidadoso OR “delivery of health care” OR “health services” OR
“community health services” OR “services, health” OR “delivery of healthcare” OR
“healthcare deliveries” OR “health care”) / (“atenção primária à saúde” OR “estratégia
saúde da família” OR “serviço de saúde” OR “programa saúde da família” OR “atención
primaria de salud” OR “estrategia de salud familiar” OR “centro de salud” OR “primary
health care” OR “community health centers” OR “health center” OR “centers, community
health”), respectivamente.
E, por fim, elaborou-se as estratégias de buscas por meio dos blocos temáticos da
pergunta de pesquisa elaborada a priori e das codificações identificadas a posteriori pelo
pesquisador, as quais fossem coerentes com os seis bancos de dados consultados para o
levantamento bibliográfico (Quadro 1), a saber:
a) Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS)
constitui-se como o principal repositório da produção científica da saúde publicada
nos países da América Latina e Caribe. Contém documentos publicados a partir de
1982, incluindo teses, dissertações, livros, anais, relatórios, artigos, entre outros,
com acesso ao conteúdo livre e gratuito (BVS, 2017);
b) Scientific Electronic Library Online (SciELO) é um portal que publica textos
completos em periódicos, de livre acesso e com modelo cooperativo, sendo
resultado de um projeto entre instituições de fomento à pesquisa. Este tem como
principal objetivo organizar a produção em formato eletrônico, contando com cerca
de 600 mil artigos e mais de mil periódicos (PACKER, 2019);
c) SciVerse Scopus configura-se como um dos maiores bancos de dados com
conteúdo científico. A base engloba as áreas de ciências da saúde, tecnologia,
medicina, ciências sociais, artes e humanidades, disponibilizando revistas
científicas, livros, documentos de congressos e publicações de setores. Oferece
mais de 35 mil títulos, sendo 22 mil títulos ativos e 13 mil inativos, incluindo a
cobertura de 16.500 revistas (ELSEVIER, 2019);
d) Medical Literature Analysis and Retrievel System Online (MEDLINE)
caracteriza-se como uma das principais bases de dados bibliográfica internacional.
Esta oferece acesso gratuito a referências e artigos de revistas em ciências da vida.
50

São indexados periódicos de mais 80 países do mundo, com publicações de 1996


até o momento e citações de 5.200 periódicos em cerca de 40 idiomas (NLM, 2021);
e) Web of Science é o mecanismo de pesquisa mais poderoso do mundo com as
melhores publicações para descoberta. Esta fornece acesso e cobertura de forma
abrangente nas áreas das ciências da saúde, sociais, artes e humanística. A
plataforma permite o rastreio de informações através de 1,7 bilhão de referências
em mais de 155 milhões de registros e inclui em sua base mais de 34.000 periódicos
de todo o mundo (CLARIVATE, 2021);
f) Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) configura-
se como uma base de pesquisa definitiva na área da saúde. Esta disponibiliza acesso
a textos completos desde o ano de 1937, aproximadamente 1.200 periódicos
indexados na base, referências citadas pesquisáveis de 1.500 periódicos e mais de
seis milhões de registros de pesquisadores (EBSCO, 2020).

Quadro 1: Estratégias de buscas utilizadas na revisão integrativa para aplicação nos


bancos de dados. Fortaleza, Ceará, Brasil, 2021.

Banco de dados Estratégia de busca


(adolescente OR “menores de idade” OR adolescentes OR adolescência
OR jovem OR jovens OR juventude OR menores OR joven OR adolescent
OR adolescents OR adolescence OR youth OR teenagers) AND (“atenção
à saúde” OR “assistência à saúde” OR cuidado OR atendimento OR
“atención a la salud” OR “prestación de atención de salud” OR cuidadoso
OR “delivery of health care” OR “health services” OR “community health
services” OR “services, health” OR “delivery of healthcare” OR
“healthcare deliveries” OR “health care”) AND (“atenção primária à
saúde” OR “estratégia saúde da família” OR “serviço de saúde” OR
“programa saúde da família” OR “atención primaria de salud” OR
LILACS
“estrategia de salud familiar” OR “centro de salud” OR “primary health
care” OR “community health centers” OR “health center” OR “centers,
community health”)

(adolescente OR “menores de idade” OR adolescentes OR adolescência


OR jovem OR jovens) AND (“atenção à saúde” OR “assistência à saúde”)
SciELO
AND (“atenção primária à saúde” OR “estratégia saúde da família” OR
“serviço de saúde” OR “programa saúde da família”)

Scopus adolescent AND “delivery of health care” AND “primary health care”
(adolescent OR adolescents OR adolescence OR youth OR teenagers) AND
(“delivery of health care” OR “health services” OR “community health
MEDLINE/PubMed,
services” OR “services, health” OR “delivery of healthcare” OR
Web of Science,
“healthcare deliveries” OR “health care”) AND (“primary health care”
CINAHL
51

OR “community health centers” OR “health center” OR “centers,


community health”)

Fonte: autoria própria (2021).

Para consolidar a exaustão de possibilidade de busca, salienta-se que o acesso aos


bancos de dados ocorreu a partir do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (CAPES), em cobertura de Internet Protocol (IP) pertencente à
Universidade Federal do Ceará (UFC).

3.4.2 2ª. Etapa: Estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão

Como critérios de inclusão, aplicou-se: artigos disponíveis, escritos nos idiomas


português, inglês e espanhol e publicados nos últimos cinco anos (2016-2020), a fim de agregar
produções científicas atuais sobre a temática do referido estudo.
Quanto aos critérios de exclusão, utilizou-se: manuscritos duplicados, monografias,
dissertações, teses, matérias jornalísticas, análise conjuntural, discussão teórica de conceitos,
editoriais, artigos não originais (nota prévia, resenhas, comentários), pesquisas secundárias
(bibliométrica, bibliográfica, integrativa, sistemática, entre outras) e estudos com amostras de
outros grupos que não adolescentes.

3.4.3 3ª. Etapa: Identificação dos estudos pré-selecionados e selecionados

Inicialmente, examinou-se a adequação aos critérios de inclusão e exclusão


estabelecidos na pesquisa e avaliou-se de forma ponderada os títulos, os resumos e as palavras-
chave de todas as publicações identificadas pela estratégia de busca. Nos casos em que o título,
o resumo e as palavras-chave não eram suficientes para definir a seleção, buscava-se a
publicação do artigo na íntegra.
Posteriormente, realizou-se o download completo das produções selecionadas em
arquivo específico e efetuou-se uma leitura completa de forma criteriosa e minuciosa, elegendo
os artigos que respondiam, de alguma forma, o objetivo da revisão. E, por fim, desenvolveu-se
também uma busca reversa a partir das listas de referências dos textos incluídos para identificar
outras publicações que também se aproximavam dos questionamentos da referida revisão.
52

As etapas da busca e seleção dos estudos da revisão estão resumidas na Figura 1,


utilizando-se de um fluxograma do Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-
Analyses (PRISMA) (GALVÃO; PANSANI; HARRAD, 2015).

3.4.4 4ª. Etapa: Categorização dos estudos selecionados

De posse das produções científicas selecionadas na etapa anterior, buscou-se extrair


as principais informações e analisar de forma separada, tanto os aspectos metodológicos quanto
os resultados obtidos. Para tanto, utilizou-se de um instrumento validado com informações
acerca do título, autores, ano, periódico, cenário (país/continente), objetivo, quantidade de
participantes, materiais e métodos, principais resultados e conclusões (URSI, 2005). Tais
informações foram organizadas e armazenadas em planilha do programa Microsoft Excel for
Windows versão 2014.

3.4.5 5ª. Etapa: Análise e interpretação dos resultados

Por meio dos textos analisados nesta revisão, estabeleceu-se ainda os pontos
convergentes e divergentes e situou-se uma relação entre a questão da pesquisa e os achados
obtidos. Buscou também levantar as lacunas do conhecimento existente e sugerir pautas para
futuros estudos científicos.

3.4.6 6ª. Etapa: Apresentação da revisão/síntese do conhecimento

Com base nas informações extraídas dos estudos selecionados, efetuou uma síntese
de elementos relevantes e enriquecedores sobre a referida temática e inseriu as informações em
quadros pela capacidade de facilitar a compreensão e interpretação dos leitores.
Sendo assim, por meio da utilização das estratégias de buscas nos bancos de dados,
encontrou-se 33.834 produções científicas, sendo 2.996 na LILACS, 260 no SciELO, 6.294 na
Scopus, 15.959 na MEDLINE/PubMed, 1.016 na Web of Science e 7.309 na CINAHL e
removeu-se 103 pela duplicidade na íntegra, restando 33.834 trabalhos. Com a aplicação dos
critérios de inclusão e exclusão e análise dos títulos, resumos e palavras-chave, elegeu-se 176
artigos e, destes após uma leitura completa, selecionou-se 64 estudos. Portanto, destaca-se que
ao total foram incluídos no material uma amostra final de 64 artigos (Figura 2).
53

Figura 2: Fluxograma da seleção dos estudos incluídos na revisão integrativa de acordo com
as buscas nos bancos de dados. Fortaleza, Ceará, Brasil, 2021.

Artigos identificados nos


Identificação

Artigos identificados por


bancos de dados
outras bases (n=00)
(n=33.834)

Artigos removidos por


duplicidade (n=103)
Seleção

Artigos analisados
(n=33.731)

Artigos excluídos (n=33.555)


Elegibilidade

Artigos completos
analisados (n=176)

Artigos completos excluídos


(n=112)
Incluídos

Artigos incluídos na
revisão (n=64)

Fonte: elaborado com base no PRISMA.

Os estudos selecionados foram desenvolvidos em sua maioria (40) por


pesquisadores da grande área das Ciências da Saúde com destaque para a área do conhecimento
em Saúde Coletiva. O ano de publicação variou entre o período de 2016 a 2020, sendo 14 em
cada ano de 2020 e 2019, 15 artigos em 2018, seguido de nove em 2017 e 12 manuscritos em
2016. A maior parte dos estudos foram realizados na América do Sul, seguido da América do
Norte, Europa, África e Ásia, conforme se apresenta no Apêndice A.
Quanto ao delineamento metodológico das pesquisas, prevaleceu a abordagem
qualitativa estando presente em 20 estudos. No que se refere os principais resultados,
identificou-se que a atenção à saúde do adolescente ainda se apresenta incipiente na APS, sendo
a maioria dos serviços ofertados direcionados ao modelo biomédico centrado na doença ou o
54

desenvolvimento de ações programáticas pertinentes a problemas inerentes a esta etapa da vida,


sem levar em consideração as necessidades em saúde deste grupo populacional, conforme está
disposto no Apêndice B.
Da análise da produção científica nacional e internacional emergiram sete
categorias, a saber: Acesso da população adolescente aos Serviços de Atenção Primária à
Saúde; Estrutura dos Serviços de Atenção Primária à Saúde para cuidado aos adolescentes;
Relação dos adolescentes e profissionais de Serviço de Atenção Primária à Saúde; Assistência
prestada aos adolescentes pelos Serviços de Atenção Primária à Saúde; Colaboração entre
Atenção Primária e demais setores no cuidado aos adolescentes; Repercussões na saúde dos
adolescentes atendidos pelos Serviços de Atenção Primária; e Facilidades, barreiras e sugestões
da Atenção Primária à saúde do adolescente, apresentadas a seguir.

3.4.6.1 Acesso da população adolescente aos Serviços de Atenção Primária à Saúde

Observou-se que o acesso dos adolescentes ao serviço de Atenção Primária ainda é


ausente ou deficiente (MARTINS et al., 2019; SCHRAEDER et al., 2020; DECKE et al., 2020;
CLARK et al., 2018; GUSS et al., 2019; DEJONCKHEERE et al., 2019; CORRY; LEAVEY,
2017; CORRY; LEAVEY, 2017; LANDGRAF et al., 2019; AYEHU; KASSAW; HAILU,
2016). Estes quando procuram o serviço de saúde a maioria são do sexo feminino (MARTINS
et al., 2019; DOYLE et al., 2019; FISHER et al., 2019; CAFERTY et al., 2020; ROMERO et
al., 2017; YASSAEE et al., 2017; SNYDER; BURAK; PETROVA, 2016), acompanhados
pelos seus próprios familiares desde o início (LEAL et al., 2016; KOLA et al., 2020).
Entre os fatores que levam os adolescentes a procurarem o serviço de saúde,
destaca-se a presença de um problema de saúde já instalado (CANO-CABELLERO et al., 2018;
DEJONCKHEERE et al., 2019; DALEY et al., 2019; FERRER; GRISI, 2016)) que precisa de
uma consulta com o profissional da equipe (TOOMEY et al., 2016; DALEY et al., 2019;
FERRER; GRISI, 2016) ou na necessidade da realização de algum procedimento específico
(LANDGRAF et al., 2019) ou recebimento de materiais (LANDGRAF et al., 2019), insumos
(LANDGRAF et al., 2019) ou medicamentos dispensados pela unidade de saúde (LANDGRAF
et al., 2019; FERRER; GRISI, 2016).
Já entre os fatores que dificultam o acesso do serviço de saúde ao adolescente,
identificou-se a demora no tempo de espera pelo atendimento (CLARK et al., 2018;
DEJONCKHEERE et al., 2019; CLARK et al., 2018; AYEHU; KASSAW; HAILU, 2016),
experiências de atendimentos anteriores com cuidado inadequadas ou inaceitáveis (CLARK et
55

al., 2018; GOLDENBERG et al., 2019; AYEHU; KASSAW; HAILU, 2016), o que leva a
utilização de outros serviços de saúde da rede de maior complexidade (CLARK et al., 2018).

3.4.6.2 Estrutura dos Serviços de Atenção Primária à Saúde para cuidado aos adolescentes

Constatou-se que a unidades de Atenção Primária possuíam uma infraestrutura


física necessária com um número substancial de instalações e componentes essenciais
instalados para fornecer serviços básicos, como (JAMES et al., 2018), por exemplo, salas para
consultoria que possibilitava o atendimento dos profissionais direcionado aos adolescentes
(ROMERO et al., 2017; (DEJONCKHEERE et al., 2019; DALEY et al., 2019; JAMES et al.,
2018). No entanto, alguns espaços ainda eram pequenos (DALEY et al., 2019) com paredes
finas que podiam comprometer a privacidade (DALEY et al., 2019).
Estas ainda apresentavam como um ambiente acolhedor para os participantes
(DALEY et al., 2019), por exemplo, tinham paredes coloridas, pôsteres, tanques de peixes
acolhedores (GUSS et al., 2019), uma boa limpeza (DALEY et al., 2019) que favorecia o
conforto durante a presença no serviço de saúde (DALEY et al., 2019). Além disso, fornecia
medicamentos, suprimentos e equipamentos adequados (JAMES et al., 2018).

3.4.6.3 Relação dos adolescentes e profissionais de Serviço de Atenção Primária à Saúde

Os adolescentes em geral possuíam uma relação estabelecida com os profissionais


da equipe de saúde de sua área adscrita (TOOMEY et al., 2016; SCHRAEDER et al., 2020;
SNYDER; BURAK; PETROVA, 2016; DALEY et al., 2019; LANDGRAF et al., 2019),
considerando a abertura de espaço para a produção o cuidado em saúde (DALEY et al., 2019;
SNYDER; BURAK; PETROVA, 2016); continuidade de atenção a essa população (PAULA et
al., 2017; SCHRAEDER et al., 2020; SNYDER; BURAK; PETROVA, 2016; DALEY et al.,
2019), o reconhecimento do paciente e de suas necessidades e problemas específicos (DALEY
et al., 2019; SNYDER; BURAK; PETROVA, 2016), atendimento de forma individual e
integral (SNYDER; BURAK; PETROVA, 2016).
Em outros casos também não havia uma relação interpessoal com os usuários
(ARAÚJO et al., 2016; CLARK et al., 2018; CORRY; LEAVEY, 2017; FERNANDES;
SANTOS, 2020), relacionado ao cuidado biomédico voltado ao diagnóstico da doença
(CORRY; LEAVEY, 2017; FERNANDES; SANTOS, 2020), não tinha a probabilidade de
conversar (SNYDER; BURAK; PETROVA, 2016; FERNANDES; SANTOS, 2020).
56

3.4.6.4 Assistência prestada aos adolescentes pelos Serviços de Atenção Primária à Saúde

Identificou-se que a unidade de saúde oferecia serviços voltado a problemas que


podiam causar complicações ao estado de saúde dos pacientes (MEREDITH et al., 2018;
SCHRAEDER et al., 2020; DECKE et al., 2020; JAMES et al., 2018), como, por exemplo,
saúde mental (PASCHALL; BERSAMIN, 2019; KOLA et al., 2020; SCHRAEDER et al.,
2020; DOYLE et al., 2019), prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (CORDOVA
et al., 2018; SANTOS et al., 2020; JONES et al., 2017; JAMES et al., 2018; UFA et al., 2020),
alimentação saudável (DALEY et al., 2019; AUFA et al., 2020) incluindo atividades na escola
(CANO-CABALLERO et al., 2018; FERNANDES et al., 2019).
Havia também orientações em geral (SCHRAEDER et al., 2020; BOMFIM, 202))
incluindo aquelas sobre métodos contraceptivos (LEAL et al., 2016; FISHER et al., 2019
ROMERO et al., 2017; DALEY et al., 2019), dispensação na unidade de métodos
contraceptivos (LEAL et al., 2016; FISHER et al., 2019; ROMERO et al., 2017; DALEY et al.,
2019) orientação sobre a saúde sexual e reprodutiva (AYEHU; KASSAW; HAILU, 2016;
FERNANDES et al., 2019; SANTOS et al., 2020; MAHDIKHANI; OVEISI; OLFATI, 2018;
DALEY et al., 2019; WEELER et al., 2019; JONES et al., 2017; BOMFIM, 2020; FISHER et
al., 2019; ROMERO et al., 2017; DALEY et al., 2019), diagnóstico de doenças no momento da
consulta (DOMMETT et al., 2019), problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas
(CANO-CABALLERO et al., 2018; LELAURIN et al., 2020; HIRATSUKA et al., 2016;
SANTOS et al., 2020; MEREDITH et al., 2018).
Outrossim, a oferta de vacinas conforme a faixa etária (GARBUTT et al., 2018;
THOMAS et al., 2018; GARBUTT et al., 2018; BLAGDEN; HUNGERFORD; LIMMER,
2020; DOYLE et al., 2019), consultas sobre planejamento familiar (ANTUNES; PADOIM;
PAULA, 2019; SANTOS et al., 2020 (JONES et al., 2017; ROMERO et al., 2017), testes
rápidos (CANO-CABALLERO et al., 2018; DALEY et al., 2019; LANDGRAF et al., 2019),
receber exames clínicos complementares (SNYDER; BURAK; PETROVA, 2016; (SNYDER;
BURAK; PETROVA, 2016), oferta de medicamentos (DALEY et al., 2019) disponibilização
de materiais educativos (DALEY et al., 2019), vistas domiciliares (DALEY et al., 2019;
ROMERO et al., 2017
No entanto, havia ainda lacunas nas intervenções em saúde para determinados casos
(CLARK et al., 2018; LANDGRAF et al., 2019), como, por exemplo, ações em saúde para a
prevenção de causas externa (FERREIRA JUNIOR et al., 2018), cuidado ainda limitado ao
paciente (PIGOZI; MACHADO, 2020; MAPELLI et al., 2020; LOURENÇO; FONSECA,
57

2020) com referência aos casos de violência (LEAL et al., 2016; MAPELLI et al., 2020;
LOURENÇO; FONSECA, 2020), visitas domiciliares que não contemplam a singularidade
desses sujeitos (RAMALHO et al., 2019; ANTUNES; PADOIN; PAULA, 2019;
FERNANDES et al., 2019) e deficiência de ações para a promoção da saúde (LEITE et al.,
2019; RAIZEL et al., 2016; KOLA et al., 2020; ROMERO et al., 2017).

3.4.6.5 Colaboração entre Atenção Primária e demais setores no cuidado aos adolescentes

Percebeu-se que a unidade de saúde quando necessário tem encaminhado os


pacientes adolescentes para outros serviços de maior complexidade da rede (SCHRAEDER et
al., 2020; FERNANDES et al., 2019; LAURA et al., 2019; LANDGRAF et al., 2019)) ou
aqueles comunitários existentes no bairro da unidade (DALEY et al., 2019; PIGOSI;
MACHADO, 2020; SANTOS et al., 2020), sendo claro que os pacientes continuaram ainda a
contar com cuidados primários para esclarecimento do plano de manejo apesar de estarem
sendo acompanhados pela atenção secundária (DOMMETT et al., 2019).
Em outros casos, a rede se apresentou reduzida, pouco densa e com grande número
de vínculos frágeis ou rompidos para que houvesse a realização dos encaminhamentos
(MAPELLI et al., 2020; FERNANDES et al., 2019; TEIXEIRA; COUTO; DELGADO, 2017;
SNYDER; BURAK; PETROVA, 2016; SNYDER; BURAK; PETROVA, 2016). Deste modo,
a falta de referências parece estar mais relacionada à ausência de articulação do que
propriamente à inexistência de serviços (SNYDER; BURAK; PETROVA, 2016; TEIXEIRA;
COUTO; DELGADO, 2017; PIGOSI; MACHADO, 2020). Em relação ao processo de contra
referência, constatou-se falhas na execução deste recurso pelo fato das informações chegarem
às instituições informalmente ou se perderem no processo, não havendo uma estratégia formal
que garantisse as devolutivas e a continuidade do cuidado prestado (MAPELLI et al., 2020).

3.4.6.6 Repercussões na saúde dos adolescentes atendidos pelos Serviços de Atenção Primária

Os adolescentes dos estudos elencados de modo geral pareceram apresentar um


bom estado de saúde e ausência de algum agravo ou doença (MARTINS et al., 2019).
Observou-se que aqueles que tinham uma boa relação estabelecida com o profissional tinham
mais chances de apresentar um bom estado de saúde (CLARK et al., 2018; TOOMEY et al.,
2016; KOLA et al., 2020; PASCHALL; BERSAMIN, 2018), pois o acesso com a continuidade
58

do atendimento primário de cuidados durante este período está relacionado com melhores
resultados de saúde inclusive na vida adulta (TOULANY et al., 2019)
Ao contrário daqueles adolescentes que não obtiveram experiências satisfatórias no
atendimento do profissional de saúde, apresentando mais propensão de relatar condições de
saúde precárias de saúde (YASSAEE et al., 2017; TOOMEY et al., 2016). Deste modo, sem
cuidados primários tiveram mais altas taxas de doenças e admissões de internações
(TOULANY et al., 2019).

3.4.6.7 Facilidades, barreiras e sugestões da Atenção Primária à saúde do adolescente

Entre as facilidades, observou-se que os centros de saúde utilizaram novas


estratégias para melhorar a conscientização da comunidade sobre os serviços disponíveis
(HALLUM-MONTES et al., 2016), o apoio da liderança do centro de saúde para a
implementação das ações de saúde (HALLUM-MONTES et al., 2016), trabalho de forma
colaborativa entre os profissionais que compõem as equipes de saúde (SCHRAEDER et al.,
2020; GABURTT et al., 2018; PAULA et al., 2019), disponibilidade de atendimento que
favorece a utilização de serviços de saúde (KOLA et al., 2020; GOLCOLEA et al., 2018;
SCHRAEDER et al., 2020; DEJONCKHEERE et al., 2019), horário de funcionamento
estendido que possibilita a procura da unidade (SCHRAEDER et al., 2020; DEJONCKHEERE
et al., 2019), a presença dos pais apoiando as intervenções em saúde realizadas com o grupo
(SCHRAEDER et al., 2020), a qualificação profissional que favorece a capacidade de
atendimento ao grupo (FERNANDES; SANTOS, 2020), ações desenvolvidas por intermédio
de programas existentes direcionados a esta população (ARAÚJO et al., 2016).
Com relação as barreiras, verificou-se a deficiência de treinamentos que não
possibilita o profissional fornecer serviço a adolescentes (HALLUM-MONTES et al., 2016;
FERNANDES; SANTOS, 2020; SNYDER; BURAK; PETROVA, 2016; CORRY; LEAVEY,
2017), ausência de protocolos institucionais como ferramenta para subsidiar no cuidado (LEAL
et al., 2016), inexistência de ações para a promoção da saúde e prevenção de agravos
(TEIXEIRA; COUTO; DELGADO, 2017), deficiência de comunicação entre os profissionais
de saúde para provisão do cuidado (SCHRAEDER et al., 2020), cuidado biomédico centrado
no diagnóstico e resolução da doença ou agravo (CARLOS et al., 2017), o excesso de trabalho
fragiliza as ações junto ao grupo (ARAÚJO et al., 2016; LOURENÇO; FONSECA, 2020),
inadequação da estrutura física e organizacional e a fala de insumos, medicamentos e materiais
59

(ARAÚJO et al., 2016), recursos financeiros limitados para orçamento das atividades (DECKE
et al., 2020; CLARK et al., 2018; KOLA et al., 2020).
No que concerne as sugestões, a realização de treinamento para que os profissionais
possam desenvolver competência profissionais (HALLUM-MONTES et al., 2016; CORDOVA
et al., 2018; SCHRAEDER et al., 2020; SNYDER; BURAK; PETROVA, 2016), atualização
de informações sobre a situação dos adolescentes da comunidade (HALLUM-MONTES et al.,
2016; SCHRAEDER et al., 2020), garantir a integralidade do cuidado no momento do
atendimento (LEITE et al., 2019; JONES et al., 2017; TEIXEIRA; COUTO; DELGADO, 2017;
SCHRAEDER et al., 2020; YASSAEE et al., 2017), inclusão de atividades divertidas e
especificas para o grupo por meio de programa (AUFA et al., 2020; BOMFIM et al., 2020;
YASSAEE et al., 2017), adaptar a unidade forma que acolha os pacientes para que se sinta
confortável durante o atendimento (SNYDER; BURAK; PETROVA, 2016;
DEJONCKHEERE et al., 2019)
60

4 METODOLOGIA

Por meio deste tópico se apresenta os métodos e as técnicas que foram empregados
para o desenvolvimento do estudo, considerados importantes para a obtenção das informações
e construção dos resultados, após um levantamento realizado acerca da metodologia da pesquisa
na literatura científica disponível para desenho atinente a proposta deste estudo.
Além disso, as recomendações atendidas do guia Consolidated Criteria for
Reporting Qualitative Research (COREQ) traduzido e validado para o português do Brasil, que
dispõe de critérios para incremento da qualidade da publicação de trabalhos científicos
(SOUZA et al., 2021), conforme pode-se observar no Anexo A.

4.1 Tipo de Estudo e Abordagem

Trata-se de um estudo do tipo exploratório, de caráter descritivo com abordagem


qualitativa numa perspectiva avaliativa. O estudo exploratório tem como escopo possibilitar
maior aproximação com o problema a fim de torná-lo mais explícito e/ou a construir hipóteses.
O planejamento tende a ser bastante flexível, tendo em vista considerar os mais variados
aspectos relativos ao fato ou fenômeno investigado. Em geral, esta envolve levantamento
bibliográfico, entrevistas com indivíduos que tiveram experiências práticas com o problema e
análise de exemplos que estimulem a compreensão (MARCONI; LAKATOS, 2010).
A pesquisa descritiva tem como finalidade conhecer, interpretar e registrar a
realidade observada sem nela interferir para modificá-la. Pode-se dizer que está interessado em
descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de
relações entre os aspectos investigados. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de
dados: instrumentos e observação. Em geral, assume a forma de levantamento de informações
sobre o tema de interesse investigado (PRODANOV; FREITAS, 2013).
A abordagem qualitativa se configura como uma estratégia que viabiliza aos
investigadores o alcance dos objetivos contextualizados ao ambiente sob investigação. Este tipo
de estudo tem o poder de explorar a objetividade, sendo capaz de explorar de forma alinhada
ao tempo, ao espaço e a cultura da população, aspectos que implicam em significados, sentidos
e sentimentos. Portanto, compreende e interpreta fenômenos a partir da subjetividade,
possibilitando uma visão mais ampla dos problemas investigados e fornecendo um enfoque
diferenciado para a compreensão da realidade (BRASIL; FROTA, 2018).
61

Por sua vez, a pesquisa avaliativa se configura como a aplicação sistemática de


procedimentos oriundos das ciências para fazer julgamentos sobre os programas de intervenção,
analisando as bases teóricas, o processo operacional e a implementação dos mesmos em sua
interface com o contexto no qual os constituem (ARREAZA; MORAES, 2010). Esta comporta
uma multiplicidade de possibilidades de recortes, formas de definir abordagens e dimensões
para as práticas que refletem, em alguma medida, as escolhas teóricas e os pontos de vista, a
partir dos distintos atores implicados que correspondem às suas posições no campo e espaços a
que pertencem (VIEIRA, 2005).
Deste modo, a aplicação destes estudos sendo de fundamental importância para o
desenvolvimento desta pesquisa, tendo em vista a necessidade do levantamento de informações
para o alcance dos objetivos propostos anteriormente.

4.2 Cenário da Investigação

O estudo foi realizado no município de Fortaleza que está localizado no litoral norte
do estado do Ceará, parte da região do nordeste do Brasil, com área territorial de 313,8 km².
Limita-se ao norte com o Oceano Atlântico, a leste com o município de Aquiraz, ao sul com o
município de Pacatuba e a oeste com os municípios de Caucaia e Maracanaú, conforme se
apresenta a seguir na Figura 03:

Figura 03: Mapa da região metropolitana de Fortaleza localizada no estado do Ceará.


Fortaleza, Ceará, Brasil, 2021.

Fonte: Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (2021).


62

A população total do referido município está estimada em 2.627.482 habitantes,


conforme Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010) para 2017 e apresenta
uma densidade populacional de 8.373 habitantes por km², sendo considerada a maior densidade
demográfica entre todas as capitais brasileiras. Para o ano de 2017, a estimativa populacional
teve um aumento de 6,67% em relação ao ano de 2010, mantendo Fortaleza com quinto maior
contingente populacional do país. Os fortalezenses representam 29,12% da população do estado
do Ceará, em um contingente populacional estimado para 2017 com 9.022.477 habitantes.
Em relação à distribuição da população do município por faixa etária e por sexo, de
acordo com a projeção para 2017, verifica-se que 47,8% (1.229.974) são do sexo masculino e
52,2% (1.397.508) são do sexo feminino. A distribuição por faixa etária da população é
composta predominantemente por pessoas jovens e adultas, sendo que o maior agrupamento
para ambos os sexos está na idade de 20 a 24 anos, sendo 10,5% masculino e 10,1% feminino.
Quanto ao sistema municipal de saúde, desde o fim da década de 1990 o município
adotou por meio da Lei Municipal nº 8.000 de 29 de janeiro de 1997, o modelo administrativo
das Secretarias Regionais (SR) e reformulou a organização administrativa municipal com o
objetivo de descentralizar a gestão. Assim, o município teve inicialmente seu território dividido
em seis regiões administrativas com distribuição de 119 bairros e recentemente no ano de 2021
passou a possuir 12 regiões administrativas com seus respetivos territórios, tendo o redesenho
como objetivo agregar nas regionais os bairros com condições sociais e econômicas
semelhantes. Além disso, o município está organizado por coordenadorias administrativas
regionais responsáveis pelo planejamento, organização e execução de ações de promoção da
saúde de sua população (FARIA; MOURA, 2020), como apresentado na Figura 4:

Figura 04: Mapa da distribuição das regiões admistrativas de Fortaleza localizada no estado
do Ceará. Fortaleza, Ceará, Brasil, 2021.
63

Fonte: Globo Ceará (2021).

Em Fortaleza, a gestão da saúde é responsável pelos serviços de nível de atenção


primária, secundária e terciária no seu território de abrangência, compondo uma rede
regionalizada e hierarquizada do SUS. A Secretaria Municipal de Saúde administra uma rede
própria de serviços de saúde e mantém convênio com uma rede de hospitais e clínicas públicas,
particulares ou filantrópicas. O aparelhamento do sistema municipal de saúde está organizado
por meio de Redes Assistenciais: Rede Assistencial da Estratégia Saúde da Família; Rede
Assistencial Ambulatorial Especializada; Rede Assistencial da Urgência e Emergência; Rede
Assistencial Hospitalar e Rede Assistencial da Saúde Mental (ACESUS, 2022).
Assim sendo, a rede de saúde é formada por 116 UAPS, dois Centros de
Especialidades Odontológicas (CEO), duas unidades com ambulatórios especializados, a UAB
Floresta e UAB Carlos Ribeiro, duas Farmácias Populares, 14 Centros de Atenção Psicossocial
(CAPS), oito hospitais secundários, um hospital terciário, um de atenção secundária e terciária
e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192). Portanto, a rede conveniada é
composta por clínicas e hospitais públicos, privados e filantrópicos credenciados que prestam
serviços de consultas, exames e internações a população (PREFEITURA DE FORTALEZA,
2022).
A Rede Assistencial da ESF se apresenta como eixo estruturante da organização do
sistema municipal de saúde. Nesse sentido, trabalhou na estruturação dessa rede concluindo a
reforma de várias unidades de saúde, tendo um total de 116 unidades organizadas nas regionais
da cidade. O número de equipes de trabalho está ampliado, contabilizando um total de 365
equipes de saúde cadastradas, perfazendo uma cobertura total 86%. Para fortalecer a atenção
básica na capital, conta ainda com 30 equipes do NASF, compostas por assistentes sociais,
educadores físicos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e terapeutas ocupacionais, entre
outros (PREFEITURA DE FORTALEZA, 2020).
A UAPS José Paracampos, selecionada como cenário para este estudo, se encontra
no âmbito da Coordenadoria Regional (CORES) V, considerada como uma das maiores do
município e menor em extensão territorial do que a CORES VI, no entanto, é a maior em
adensamento populacional indicando 83,5 habitantes/ha (MOURA et al., 2018) e apresentando
um dos mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade com valor de 0,44.
Esta possui 18 bairros oficiais e uma regional das mais jovens populações, com 44% dos seus
residentes com menos de 20 anos de idade (FARIA; MOURA, 2020).
64

Esta unidade é composta por dois patamares, sendo o primeiro piso equivalente ao
rés-do-chão e o segundo piso ao primeiro andar. No andar térreo na porção da frente do prédio,
dispõe-se de um espaço externo seguido do hall de entrada que dá acesso ao lado oeste as
escadas para o primeiro andar e ao lado leste ao espaço de atendimento do Núcleo de
Atendimento ao Cliente (NAC), seguido de uma sala de espera que dá acesso para uma sala de
imunização, uma sala de laboratório, duas salas de consultório, dois banheiros individuais para
cada sexo, uma sala de esterilização, uma sala de expurgo, uma sala de atendimento
odontológico.
Neste mesmo andar ao lado norte dispõem-se de um espaço de circulação que inclui
uma sala de espera com acesso a duas salas de consultório para atendimento, uma sala para
procedimento, uma sala de farmácia, uma sala da farmácia clínica, uma sala para depósito de
material de limpeza, um banheiro para funcionários e ao final na porção final ao leste um espaço
de circulação para dispensação de medicamento com acesso a espaço sem cobertura. Já no
primeiro andar com acesso a espaço em forma de corredor, compõem-se três consultórios para
atendimento, uma sala de coordenação, uma sala da copa e uma sala de situação e reunião.
Além disso, a unidade é composta por quatro equipes de Saúde da Família
completas para cada micro área, isto é, em cada equipe de adscrição há um (a) médico (a), uma
enfermeira, um (a) técnico (a) de enfermagem, de três a sete agentes comunitários de saúde, um
(a) cirurgiã (o) dentista e uma técnica ou auxiliar em saúde bucal e uma equipe incompleta, ou
seja, apenas um médico, uma enfermeira, uma técnica de enfermagem e quatro agentes
comunitários. Em caráter complementar sem vinculação as equipes de saúde, a unidade ainda
apresenta dois profissionais farmacêuticos e uma educadora física. Estes profissionais
apresentam carga horária que varia entre 32 a 40 horas semanais e com diferentes horários de
entrada e saída, sendo todos vinculados a Secretaria Municipal de Saúde por meio de
contratações efetivas ou temporárias
A unidade apresenta funcionamento com horário estendido, iniciando o expediente
a partir das 07:00h da manhã e encerrando o atendimento as 19:00h da noite. Esta oferece
atendimento por meio da demanda espontânea ou programada e atendimento específico de
rotina. No caso da demanda espontânea, ao chegar na unidade de saúde o usuário é acolhido
pelo NAC para ser direcionado ao seu atendimento, passando pela sala de procedimentos para
aferição dos sinais vitais e posteriormente segue para atendimento do profissional enfermeiro e
quando necessário é encaminhado ao profissional médico.
Na demanda programada, o paciente comparece na unidade de saúde após
agendamento efetuado na própria unidade, pelo agente de saúde ou na consulta de retorno,
65

passando inicialmente pela sala de procedimentos para aferição dos sinais vitais para posterior
atendimento com o profissional de saúde. No atendimento específico de rotina, o paciente se
direciona a sala de coleta de exame, espaço da farmácia, sala de procedimentos e sala de vacina.
No caso da demanda espontânea e programada, a unidade direciona os profissionais de saúde
de forma diferente para cada tipo de atendimento, isto é, uma vez na semana o enfermeiro,
técnico de enfermagem e agentes de saúde de cada equipe estão voltados para a linha de frente
do acolhimento, atendendo os usuários que chegam por demanda espontânea de todas as
áreas/equipes da unidade e o médico da equipe fica na retaguarda deste acolhimento também.
Os demais profissionais das equipes estão direcionados apenas a atender os pacientes de sua
área adscrita com agendamento.

4.3 Período da Pesquisa

A referida pesquisa foi desenvolvida durante o período de novembro e dezembro


de 2021, por meio de duas etapas, a saber: I) Integração na unidade do cenário do estudo e II)
Levantamento de informações no cenário do estudo, após o parecer favorável para execução no
campo da pesquisa. Para tanto, o projeto de pesquisa inicialmente foi encaminhado à
Coordenaria de Educação em Saúde, Ensino, Pesquisa e Programas Especiais da Secretaria
Municipal de Saúde para solicitação da carta de anuência e, posteriormente submetido a
Plataforma Brasil para envio ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UFC com vistas a
apreciação ética da comissão científica.

4.4 Participantes do Estudo

Constituíram como participantes da investigação os adolescentes, familiares e


profissionais pertencentes a unidade de APS do cenário do estudo. Sabe-se que a compreensão
tanto dos usuários como dos profissionais que estão presentes na unidade, tem sido considerada
como importante para a avaliação dos serviços de saúde, não apenas por expressarem pontos
de vistas de diferentes ângulos, mas também por ambos estarem implicados no processo,
apresentando-se como grupos de interesse da avaliação.
Como critérios de inclusão dos adolescentes, aplicou-se: faixa etária entre 10 e 19
anos de idade conforme preconizado pela OMS (1996) e Ministério da Saúde do Brasil (2018),
cadastro ativo do usuário no sistema e-SUS e seguimento na unidade de saúde há pelo menos
12 meses, período este considerado necessário para formulação de opinião sobre a temática
66

investigada. Excluiu-se aqueles com alguma deficiência mental e/ou problema cognitivo,
desorientados ao tempo e espaço e dificuldade em responder as perguntas do referido estudo.
Quanto aos critérios de inclusão dos familiares, utilizou-se: faixa etária igual ou
superior aos 18 anos de idade, membro da família com parentesco de vínculo sanguíneo
(consanguíneo) ou afetivo sem laços legais e que conviva há pelo menos 12 meses na mesma
residência, período este considerado necessário para reconhecer a relação do adolescente com
a unidade e formulação de opinião sobre a temática investigada. Exclui-se aqueles que
apresentavam alguma deficiência mental e/ou problema cognitivo, desorientados ao tempo e
espaço e dificuldade em responder as perguntas do referido estudo.
Em relação aos critérios de inclusão dos profissionais, adotou-se: integrantes de
equipe de Saúde da Família ou equipe de Atenção Primária, equipe de Saúde Bucal e equipe
multiprofissional que atuavam de forma integrada com as equipes, vínculo empregatício ativo
no âmbito da unidade de saúde, desenvolvimento de atividades profissionais há pelo menos 12
meses, considerando essencial este período para vivência na unidade de saúde e formulação de
opinião sobre a temática investigada e prestação cuidado aos adolescentes usuários da área
adscrita a unidade de saúde. Excluiu-se aqueles que durante a coleta de dados estiveram no
período de férias, atestado de saúde ou afastamento do trabalho.
Os participantes foram selecionados de forma não intencional, considerando a
diversidade e o acesso durante o desenvolvimento da pesquisa. O número de participantes se
deu por meio da saturação teórica das respostas sobre a temática investigada. Esta é
operacionalmente definida como a suspensão da inclusão de novos participantes quando as
informações obtidas passam a apresentar, na análise do pesquisador, uma certa repetição ou
redundância, não sendo considerado importante continuar com as entrevistas (DENZIN;
LINCOLN, 1994). Acredita-se que as informações fornecidas pouco acrescentariam ao material
obtido, não contribuindo para o aperfeiçoamento da reflexão teórica fundamentada nos dados
que estão sendo coletados (FONTANELLA; RICAS; TURATO, 2008).

4.5 Métodos e Técnicas da Investigação

Após definido o objeto do estudo com a fundamentação teórica e delimitado o


espaço a ser investigado, realizou-se a fase exploratória de campo com a realização do trabalho
propriamente dito na unidade de saúde. Sendo assim, foram seguidas duas etapas distintas para
o levantamento de informações sobre o tema em questão e respeitadas as normas sanitárias
67

vigentes dos decretos em atenção as medidas preventivas contra a Covid-19, conforme


apresentado no Quadro 2 descrito abaixo:

Quadro 2: Etapas e momentos da coleta de informações durante o trabalho de


campo. Fortaleza, Ceará, Brasil, 2022.
ETAPAS
Integração na unidade do cenário do estudo Levantamento de informações no cenário do estudo

Contato com o coordenador da unidade de Apresentação da proposta de estudo aos grupos de


MOMENTOS

saúde para apresentação da pesquisa participantes


Visitas técnicas para reconhecimento da Realização da entrevista semiestruturada aos
estrutura física, organizacional e cognitiva adolescentes e familiares
Contato inicial com os possíveis participantes Realização da observação sistemática na unidade de
da pesquisa saúde
Aproximação gradual com base nos objetivos -
estabelecidos no estudo
Estabelecimento de uma relação de respeito -
efetivo com a comunidade
Fonte: autoria própria, 2022.

4.5.1 Integração na unidade do cenário do estudo

Nesta primeira etapa, entrou-se em contato prévio com o coordenador da UAPS por
via telefônica e/ou e-mail para agendar um encontro pessoal no espaço do serviço de saúde.
Este momento serviu para apresentar os aspectos metodológicos e os benefícios da pesquisa,
tendo em vista a participação dos adolescentes e de seus familiares da área adscrita e dos
profissionais da unidade de saúde do cenário. Logo, a apresentação da proposta do estudo aos
possíveis colaboradores foi uma estratégia importante para o estabelecimento de relações de
confiança e de parceria.
Após o aceite, foi ainda solicitado a liberação de breves visitas técnicas para
reconhecimento da estrutura física, organizacional e cognitiva do serviço de saúde. Este
momento oportunizou uma aproximação inicial com a realidade do cenário do referido estudo,
a partir da presença em dias e horários da semana previamente agendados com o coordenador.
Acreditava-se que vários obstáculos poderiam dificultar ou até mesmo inviabilizar essa etapa
da pesquisa e, frente ao exposto buscou em primeiro lugar uma aproximação com a área
selecionada para o estudo.
Foi efetuado também um reconhecimento prévio e contato inicial com os possíveis
participantes do cenário a serem selecionados para o estudo. Sendo assim, os adolescentes
foram identificados por meio da sugestão dos agentes comunitários das equipes de saúde e os
familiares por meio da indicação dos próprios adolescentes participantes. Já os profissionais
68

foram selecionados durante a presença na unidade de saúde, conforme a sua disponibilidade


para participar da pesquisa. Ao final, foram considerados elegíveis para participar do estudo
todos aqueles que atendiam aos critérios de inclusão e exclusão estabelecidos anteriormente
neste estudo.
Ademais, neste momento realizou-se uma aproximação de preferência gradual, em
que a cada dia de trabalho ao campo foi refletido e avaliado com base nos objetivos
estabelecidos e consolidado ao mesmo tempo uma relação de respeito efetivo por todas as
pessoas envolvidas e pelas suas manifestações no interior da comunidade investigada.

4.5.2 Levantamento de informações no cenário do estudo

Nesta segunda etapa, desenvolveu-se o levantamento de informações por meio de


entrevista semiestruturada com os participantes e observação sistemática da realidade do
cenário, ao considerar como técnicas do trabalho de campo e importantes componentes na
realização da pesquisa qualitativa.
Sendo assim, a proposta do estudo foi apresentada aos grupos envolvidos para o
estabelecimento de uma relação de troca mútua entre ambas as partes. Os grupos foram
esclarecidos de forma individual sobre os elementos que se pretendiam investigar e as possíveis
repercussões favoráveis advindas do processo investigativo. Sabe-se que a busca de
informações envolve um jogo cooperativo, em que a cada momento há uma conquista baseada
no diálogo que foge da obrigatoriedade. Os grupos envolvidos não foram obrigados a colaborar
sob pressão, caso contrário, o processo favorecia a coerção que não permitiria a realização de
uma efetiva interação.
Assim sendo, após o aceite em participar da pesquisa realizou-se a entrevista
semiestruturada, sendo com os profissionais de saúde em espaço da unidade e os adolescentes
e familiares na sua própria residência, buscando garantir a privacidade, o conforto, o anonimato
e a segurança. Estas tiveram aproximadamente duração de 15 a 30 minutos cada, sendo
registradas em áudio com o auxílio do gravador de iPhone, mediante a autorização expressa dos
participantes, a fim de maximizar a fidedignidade das informações obtidas e facilitar a
transcrição literal dos depoimentos na íntegra a posterior.
A entrevista semiestruturada é o procedimento mais usual da pesquisa qualitativa
durante o trabalho de campo, tendo em vista a obtenção de informações contida no depoimento
dos participantes. Esta se constitui ainda como uma estratégia muito utilizada quando se deseja
delimitar o volume das informações, obtendo direcionamento maior para a temática a fim de
69

que os objetivos sejam alcançados. Esta combina perguntas abertas e fechadas, oportunizando
que o informante tenha a possibilidade de discorrer sobre o tema proposto (MINAYO, 2002).
Além disso, apresenta como vantagem a elasticidade quanto à duração da coleta de
informações, permitindo uma cobertura mais profunda sobre determinados assuntos. Esta
possibilita uma abertura e proximidade maior entre entrevistador e entrevistado, o que permite
ao primeiro abordar assuntos mais complexos e delicados, ou seja, quanto menos estruturada a
entrevista maior será o favorecimento de uma troca mais afetiva entre as duas partes (BONI;
QUARESMA, 2005).
Para tanto, no momento da entrevista um conjunto de questões foram seguidas
previamente definidas nos instrumentos guias elaborados num contexto semelhante ao de uma
conversa informal. Ficou-se atento para dirigir, no momento que achava oportuno, a discussão
para o assunto que interessava, fazendo perguntas adicionais para elucidar questões que não
ficavam claras ou ajudando a recompor o contexto da entrevista, caso a participante tivesse
perdido o sentido do tema ou dificuldade de expressar este.
E, ao final ainda realizou-se uma observação sistemática para captar informações
adicionais que fossem complementares às entrevistas realizadas. Esta examina a realidade em
condições controladas para se responder questões previamente definidas, portanto, requerendo
o planejamento e necessitando de operações específicas para o seu desenvolvimento. Com esta
técnica, sabe-se o que procura e usa propósitos preestabelecidos, porém flexíveis para o
levantamento de dados do fenômeno que se observa (LAKATOS; MARCONI, 2010).
Assim sendo, por meio de um roteiro elaborado foi realizada na referida unidade de
saúde esta observação de forma criteriosa e ponderada acerca dos elementos previamente
definidos, buscando garantir o distanciamento com o fenômeno a ser observado e a adoção de
procedimentos rigorosos de registros das informações.

4.6 Instrumento de Coleta de Dados

Neste estudo, quatro instrumentos foram utilizados para o levantamento das


informações no referido cenário. Verifica-se que para o desenvolvimento de pesquisas
científicas com fontes primárias, é importante durante a etapa de planejamento do estudo a
elaboração de instrumentos funcionais e claros para a coleta de dados. Estes contemplam
questões que originarão elementos para responder diretamente à pergunta norteadora associada
aos objetivos da pesquisa (THOMAS; OENNING; GOULART, 2018).
70

Assim sendo, considerando que antes da elaboração de um instrumento faz-se


necessário realizar uma revisão de literatura, a fim de verificar a existência de uma ferramenta
validada sobre o tema em questão (THWAITES; MURDOCH-EATON, 2016), foi efetuado por
meio das bases de dados, repositórios institucionais e períodos científicos uma busca rápida de
produções sobre a referida temática e, ao final não se encontrou estudos disponíveis na íntegra
com a mesma perspectiva. Logo, os instrumentos foram desenvolvidos para o levantamento de
informações por meio de questões com aspectos considerados relevantes e pertinentes ao
quadro teórico com vistas a responder ao objetivo do presente estudo, conforme apresentado no
Quadro 3 abaixo:

Quadro 3: Instrumentos de coleta de informações elaborados para utilização no


trabalho de campo. Fortaleza, Ceará, Brasil, 2022.

INSTRUMENTO DA ENTREVISTA INSTRUMENTO DA OBSERVAÇÃO


Identificação do participante da pesquisa Quantidade de profissionais por categoria
PARTE

Informações gerais sobre a entrevista Carga horária semanal dos profissionais


I

Perfil sociodemográfico, econômico e Funcionamento do serviço de saúde


ocupacional
Na estrutura, existência de profissionais; Na estrutura, presença de profissionais nas
materiais, normas e rotinas apropriadas; e equipes, existência de materiais, normas e
adequação das instalações rotinas apropriadas e instalações adequadas
na unidade
PARTE II

No processo, realização de procedimentos; No processo, realização de procedimentos,


adesão de técnicas, respeito aos aspectos adesão de técnicas no atendimento, respeito
éticos; e existência de relação terapêutica aos aspectos éticos e estabelecimento de
relação terapêutica
Nos resultados, impacto e efeito da interação
com a unidade; condição de saúde e -
satisfação dos adolescentes com o serviço
Fonte: autoria própria, 2022.

Desta forma, para a entrevista atentou-se a elaborar instrumentos com estrutura


adequada considerando o tipo de questão, a linguagem empregada e a ordem dos itens. As
questões foram formuladas de forma a assegurar uma fácil compreensão, livre de vieses de
informação e apropriada ao nível de educação e cultura do participante (BRYSON; TURGEON;
CHOI, 2012). Devido a ordem influenciar na obtenção de respostas, as perguntas foram
organizadas das mais fáceis para as mais difíceis e das gerais para as mais particulares. Os dados
demográficos foram inseridos o início por serem mais fáceis e os itens controversos ou emotivos
não foram colocados no início do instrumento (JONES; 2013).
Além disso, foram contemplados nos instrumentos critérios de avaliação que
correspondessem a indicadores de qualidade em consonância com as dimensões do quadro
teórico utilizado. Deste modo, na estrutura investigou os recursos humanos, materiais, normas
71

e rotinas e instalações; no processo identificou os procedimentos, técnicas, aspectos éticos e


relação terapêutica; e nos resultados analisou o impacto e efeito da interação com a unidade,
condição de saúde e satisfação como reflexo desta relação.
Portanto, os instrumentos direcionados aos adolescentes (Apêndice H), familiares
(Apêndice I) e profissionais de saúde (Apêndice J), respectivamente, em sua primeira parte
incluíram a identificação do participante, informações sobre a entrevista e perguntas fechadas
acerca do perfil sociodemográfico, econômico e ocupacional. Na segunda parte, abordavam a
dimensão estrutura com perguntas abertas sobre a existência de profissionais para atendimento,
disponibilidade de materiais, normas e rotinas apropriadas e adequação das instalações. Na
dimensão do processo, a realização de procedimentos, adesão de técnicas, respeito aos aspectos
éticos e existência de relação terapêutica. Nos resultados, o impacto e efeito da interação com
a unidade, condição de saúde e satisfação dos adolescentes com o serviço ofertado.
No que diz respeito a observação sistemática, buscou-se elaborar um instrumento
(Apêndice K) em forma de roteiro contendo em sua primeira parte perguntas fechadas sobre os
profissionais que compõem o quadro da unidade de saúde. Na segunda parte, foram inseridas
perguntas abertas para direcionar a observação dos elementos definidos com base nos
documentos do Ministério da Saúde (2017; 2019), sendo na estrutura a presença de diferentes
profissionais na equipe de saúde, existência de materiais para atendimento, existência de
normas e rotinas apropriadas e adequação das instalações da unidade. Na dimensão do processo,
a realização de procedimentos, adesão de técnicas no atendimento, respeito aos aspectos éticos
e o estabelecimento de relação terapêutica.
Ressalta-se que esses instrumentos foram desenvolvidos a partir da experiência
prévia em grupo de pesquisa com projetos matriciais na pesquisa qualitativa e dos aspectos da
tríade do referencial teórico utilizado no referido estudo, sendo que estes ainda foram
submetidos a teste piloto com os participantes antes da coleta de dados para possibilitar
adequações de linguagem e ordenação das questões, realizando ao final alterações, inclusões e
exclusões de algumas perguntas.

4.7 Análise, Interpretação e Apresentação das Informações

Para a análise das informações, utilizou-se o método hermenêutico-dialético


proposto por Minayo (1992). Nesse método, o depoimento dos participantes é situado no
contexto para melhor compreensão do fenômeno investigado. Essa compreensão tem como
72

ponto de partida o interior do depoimento e como ponto de chegada o campo da especificidade


histórica e totalizante que produz o depoimento do participante.
O primeiro nível de interpretação desenvolvido segundo a proposta em questão é o
das determinações fundamentais contidas no universo do estudo. Esse nível, entre outros
aspectos, diz a respeito à identificação da conjuntura social, econômica, cultura, histórica e
política da qual fazem parte e que se relacionam com o grupo de participantes. Essas
determinações foram definidas na fase de exploração da pesquisa a partir da inserção no campo.
Além disso, as categorias gerais elaboradas no nível a posteriori foram formuladas a partir
dessas definições identificadas a priori.
O segundo nível de interpretação baseia-se no encontro com os fatos surgidos na
pesquisa. Esse nível foi ao mesmo tempo ponto de partida e de chegada da análise. As
comunicações individuais, as observações de condutas e a análise da instituição foram
elementos a serem considerados nesse nível de interpretação. Operacionalmente se divide ainda
em três passos conforme se apresenta a seguir:
a) Ordenação dos dados: um mapeamento de todos as informações obtidas no
trabalho de campo foi realizado por meio de um quadro. Sendo assim, estavam
incluídas, por exemplo, a transcrição das gravações das entrevistas, organização
dos relatos e dos dados da observação e releitura do material obtido;
b) Classificação dos dados: através de uma leitura intensa, exaustiva e repetida
do material obtido, as interrogações foram estabelecidas para identificar o que
surgiu de relevante entre os depoimentos dos participantes do estudo. Com base
no que foi relevante nos textos obtidos, elaborou-se as categorias específicas.
Nesse contexto, determinou o conjunto ou os conjuntos das informações
presentes na comunicação;
c) Análise final: foram realizadas articulações entre os dados obtidos, o
referencial teórico da pesquisa e a literatura pertinente ao tema, respondendo à
questão da pesquisa com base nos objetivos. Assim sendo, promoveu-se
relações entre o concreto e o abstrato, o geral e o particular, a teoria e a prática.

Salienta-se que para analisar a qualidade da atenção à saúde do adolescente a partir


dos critérios definidos na avaliação com base no quadro teórico, adotou-se como referência os
documentos oficiais do Ministério da Saúde do Brasil (2013; 2017; 2019), que regulamentam
a atenção à saúde do adolescente na Atenção Básica. Estes, portanto, destacam entre outros
pontos que esta deve ser garantida mediante a oferta de serviços de cuidados primários,
73

incluindo, sobretudo, no que se refere ao componente estrutura a presença de profissionais


qualificados, disponibilidade de materiais para exames específicos e procedimentos de menor
intervenção, existência de normas e rotinas conforme manuais técnicos em atenção ao agravo e
as necessidades do grupo e ambiência que favoreça o conforto com a criação e adaptação do
espaço local.
Quanto ao componente processo, a realização de procedimentos habituais incluindo
exame detalhado de cada segmento a partir de métodos propedêuticos, adesão a técnicas na área
específica de atuação profissional por meio das boas práticas, atenção aos aspectos éticos com
base nos princípios do respeito, autonomia e liberdade e estabelecimento de uma relação
horizontal baseada no diálogo para compreender as necessidades com vistas o cuidado integral.
Em relação ao componente resultados, mudanças nos hábitos e comportamentos deletérios com
consequente redução dos problemas de saúde, qualidade de vida e bem-estar com
desenvolvimento saudável e satisfação com todos os componentes do serviço de saúde.

4.8 Aspectos Éticos do Estudo

O estudo recebeu parecer favorável do CEP da UFC sob n. 5.060.107, CAAE:


52013421.2.0000.5054. Este buscou respeitar os princípios éticos em todas as suas etapas
conforme a Resolução 466 de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS),
do Ministério da Saúde (2012) que regulamenta pesquisas envolvendo seres humanos. Esta
incorpora sob a ótica do indivíduo e das coletividades, referenciais da bioética, tais como:
autonomia, não maleficência, beneficência, justiça e equidade; visando assegurar os direitos e
deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos participantes da pesquisa e ao Estado.
Quanto aos princípios éticos relacionados à pesquisa, a beneficência refere-se aos
benefícios diretos e/ou indiretos que a pesquisa possa trazer para os participantes do estudo,
entre os quais, destaca-se a compreensão da realidade dos serviços vigentes ofertados aos
adolescentes pela Atenção Primária e a possibilidade da construção de estratégias para a
transformação das práticas com base nas necessidades particulares e intrínsecas dos usuários
para o seu pleno desenvolvimento saudável. Além disso, o aprofundamento em discussões
teóricas-práticas nos diferentes espaços sociais, de saúde e formação para dar maior visibilidade
a temática, a fim de engajar estudantes, docentes, profissionais e pesquisadores na busca da
qualidade da assistência integral à saúde deste grupo populacional no SUS.
A não maleficência relaciona-se a minimização de previsíveis riscos e danos aos
participantes durante o desenvolvido da pesquisa, como, por exemplo, constrangimento ou
74

desconforto no momento da aplicação das entrevistas com as perguntas dos instrumentos de


coleta de informação. Entende-se que ao abordar está temática envolvendo a assistência à saúde,
o participante poderia relembrar situações de experiências e vivências que venha causar
emoções negativas e, portanto, salienta-se que o pesquisador esteve prontamente disponível
para prestação atenção integral aos danos decorrentes da pesquisa.
No que se refere a autonomia, denota-se o consentimento dos participantes em
participar da pesquisa e desistir da mesma a qualquer momento, quando achar mais conveniente
sem quaisquer prejuízos ou danos, assegurando, assim, sua vontade de contribuir e permanecer,
ou não, na pesquisa, por intermédio de manifestação expressa, livre e esclarecida. Enquanto na
justiça assegurou os direitos e deveres à comunidade científica, como também aos participantes
da pesquisa e a equidade a igual dos interesses envolvidos, garantindo a igual consideração dos
interesses envolvidos, não perdendo o sentido de sua destinação sócio humanitária.
Para a assegurar o sigilo e o anonimato dos participantes no estudo, os depoimentos
quando apresentados nos resultados, foram acompanhados de letras do alfabeto que
correspondam as iniciais de cada um, sendo os adolescentes identificados então pela letra “A”,
os familiares pela “F” e os profissionais pela “P acompanhadas ainda de código alfanumérico
conforme a sequência da entrevista realizada (Ex: A01...A10, F01... F08, P01...P15).
Salienta-se que no momento da entrevista apresentou e solicitou aos profissionais
de saúde, pais/responsável legal e adolescentes maiores de idade a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e aos adolescentes menores de idade o Termo de
Assentimento Livre e Esclarecido (TALE), sendo uma cópia de cada de posse do pesquisador
para arquivo e outra disponibilizada ao participante do estudo. Os termos continham
informações relevantes e necessárias para os participantes do estudo, em uma linguagem clara
e objetiva e de fácil entendimento para o mais completo esclarecimento da investigação. O
pesquisador realizou também uma discussão mais aberta destes quando necessário, visando
dirimir possíveis dúvidas relacionadas ao documento, bem como os reais benefícios que
poderiam ser esperados com a participação na pesquisa.
75

5 ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Da análise e interpretação das informações obtidas, neste estudo ao final elaborou-


se uma categoria sobre a caracterização do perfil sociodemográfico, econômico e ocupacional
dos participantes e mais três grandes categorias temáticas acerca do acesso da população
adolescente a UAPS e estrutura, insumo e material para assistência; profissionais da equipe da
APS no cuidado à população adolescente; e serviços de saúde ofertados a população
adolescente e repercussão, impacto e satisfação com APS. Estas categorias encontram-se
desenvolvidas na sequência abaixo.

5.1 Caracterização do perfil sociodemográfico, econômico e ocupacional dos participantes

Os adolescentes participantes do estudo eram do sexo feminino e masculino, com


faixa etária compreendida entre 12 a 17 anos de idade, em sua maioria estavam solteiros,
pertencentes a religião católica, com ensino fundamental incompleto, autodeclarados como de
cor parda, desenvolvendo as atividades estudantis e com renda familiar menor que um salário
mínimo, conforme se apresenta no Quadro 4 a seguir:

Quadro 4: Caracterização do perfil sociodemográfico, econômico e ocupacional dos


adolescentes do estudo. Fortaleza, Ceará, Brasil, 2021.
Participante Sexo Idade Estado Religião Grau de Raça Ocupação Renda*
Civil Escolaridade

A01 Feminino 17 Solteira Evangélica Ensino Parda Estudante Menos


anos fundamental de 01
incompleto salário

A02 Feminino 12 Solteira Evangélica Ensino Parda Estudante Menos


anos fundamental de 01
incompleto salário

A03 Feminino 13 Solteira Católica Ensino Parda Estudante De 01 a


anos fundamental 02
incompleto salários

A04 Feminino 17 União Evangélico Ensino Branca Estudante Menos


anos Estável fundamental de 01
incompleto salário

A05 Masculino 15 Solteiro Católico Ensino médio Pardo Estudante Menos


anos incompleto de 01
salário
76

Continua

A06 Masculino 12 Solteiro Católico Ensino Branco Estudante De 01 a


anos fundamental 02
incompleto salários

A07 Masculino 14 Solteiro Católico Ensino Branco Estudante Menos


anos fundamental de 01
incompleto salário

A08 Feminino 14 Solteira Católica Ensino Parda Estudante De 01 a


anos fundamental 02
incompleto salários

A09 Masculino 17 Solteiro Católico Ensino médio Pardo Autônomo Menos


anos incompleto de 01
salário

A10 Masculino 12 Solteiro Católico Ensino Pardo Estudante De 01 a


anos fundamental 02
incompleto salários

*Salário mínimo referente ao ano de 2021 no valor de R$ 1.100,00.


Fonte: autoria própria, 2021.

Embora neste estudo a quantidade de adolescentes do mesmo sexo tenha sido igual
de modo não proposital, a qual se diferencia em outros ao mostrarem que a maioria dos
participantes são do sexo feminino (MARTINS et al., 2019), outras características também vão
de encontro com as levantadas por meio dos participantes em pesquisas nacionais. Deste modo,
evidenciou-se a presença de adolescentes com idades entre 15 e 19 anos ao apresentarem certo
grau de maturidade, com predominância da pele parda que é parte da existência de uma
miscigenação no país, com escolaridade entre ensino fundamental e médio incompleto em
consonância com faixa etária do ensino regular (MARTINS et al., 2019).
Além disso, em sua maioria se autodeclarando solteiros como reflexo de que as
relações afetivas entre pares ainda não foram estabelecidas, adeptos ao catolicismo que se
apresenta como religião bastante frequente no território brasileiro, voltados a realização das
atividades escolares como parte de um direito garantido pelo Estado e com renda mensal menor
que um salário mínimo proveniente dos membros da família (MARTINS et al., 2019). Isto,
portanto, em parte representa que a realidade dos adolescentes no interior do estado do Ceará é
semelhante com a de outros jovens em diferentes cenários do país.
Os familiares dos adolescentes que participaram do estudo em sua maioria foram
os responsáveis legais com destaque para as mães. Estes tinham idade entre 32 a 67 anos, grande
parte eram casados, pertencentes a diferentes religiões com apenas um não adepto, a metade se
autodeclarou de cor parda e com ocupação direcionada as atividades domésticas e a maior parte
apresentou menos de um salário mínimo, como se observa no Quadro 5 abaixo:
77

Quadro 5: Caracterização do perfil sociodemográfico, econômico e ocupacional dos


familiares do estudo. Fortaleza, Ceará, Brasil, 2021.
Participante Parentesco Idade Estado Religião Grau de Raça Ocupação Renda*
Civil Escolaridade

F01 Mãe 54 Casada Evangélica Ensino Médio Negra Dona de casa Menos
anos Completo de 01
salário

F02 Mãe 41 Casada Evangélica Ensino Médio Parda Terceirizada Menos


anos Completo de 01
salário

F03 Pai 37 Casado Católico Ensino Negro Autônomo De 01 a


anos fundamental 02
incompleto salários

F04 Vó 67 Viúva Universal Ensino Parda Desempregada Menos


anos fundamental de 01
incompleto salário

F05 Mãe 32 União Católica Ensino Branca Dona de casa De 01 a


anos Estável fundamental 02
incompleto salários

F06 Mãe 33 Casada Católica Ensino médio Parda Dona de casa Menos
anos completo de 01
salário

F07 Vó 58 Casada Evangélica Analfabeta Branca Dona de casa Menos


anos de 01
salário

F08 Mãe 44 Casada Sem Ensino médio Parda Terceirizada De 01 a


anos religião completo 02
salários

*Salário mínimo referente ao ano de 2021 no valor de R$ 1.100,00.


Fonte: autoria própria, 2021.

A participação da genitora conforme encontrada em outros estudos (FIGUEIREDO


et al., 2017) demostra a presença ainda da figura materna na provisão do cuidado ao filho. Além
disso, a idade de familiares que variou entre responsáveis jovens para mais velhos, em sua
maioria com estado civil de casados, adeptos as religiões existentes mais frequentes, com
predominância da pele parda que retrata a realidade de cor da população e de pessoas que não
exerciam atividades laborais formais, realizando apenas as domésticas que inclui o cuidado com
do lar e dos familiares e renda mensal menor que um salário mínimo oriundo do salário
companheiro como parte de uma realidade de várias famílias e de comunidade vulneráveis o
país.
Em relação aos profissionais de saúde, houve predominância do sexo feminino,
idade compreendida entre 27 a 51 anos, a maioria estavam casados e se autodeclararam de cor
parda e com renda variando de um a mais de cinco salários mínimos. Estes ainda apresentaram
78

diferentes formações que integram a equipe mínima e multiprofissional da APS, possuindo grau
de escolaridade desde o ensino médio até ensino superior completo com especialização, tempo
de formação variando de dois a mais de 11 anos e de serviço mais de cinco anos em mais da
metade, como pode se observar no Quadro 6 a seguir:

Quadro 6: Caracterização do perfil sociodemográfico, econômico, de formação e


ocupacional dos trabalhadores e profissionais do estudo. Fortaleza, Ceará, Brasil, 2021.

Participante Sexo Idade Estado Raça/ Renda* Categoria Grau de Tempo de Tempo
Escolaridade Formação de
Civil Etnia Serviço

P01 Feminino 51 Casada Parda De 01 a Agente Ensino


anos 02 Comunitário Superior
salários de Saúde Completo >11 anos 11 anos

P02 Masculino 42 Solteiro Branco De 01 a Agente Ensino Médio 11 anos


anos 02 Comunitário Completo
salários de Saúde -

P03 Masculino 29 Solteiro Branco De 01 a Técnico de Ensino Médio De 02 a 2 anos


anos 02 Enfermagem Completo 05 anos
salários

P04 Feminino 45 Casada Parda De 01 a Técnica de Ensino Médio De 05 a 10 anos


anos 02 Enfermagem Completo 10 anos
salários

P05 Feminino 47 União Parda De 01 a Auxiliar de Ensino Médio 06 anos


anos estável 02 Saúde Bucal Completo
salários -

P06 Feminino 49 Casada Branca Mais de Cirurgiã- Especialização > 10 anos 15 anos
anos 05 Dentista
salários

P07 Feminino 43 Casada Parda De 01 a Técnico de Ensino Médio De 05 a 06 anos


anos 02 Enfermagem Completo 10 anos
salários

P08 Masculino 26 Solteiro Pardo De 03 a Farmacêutico Especialização De 01 a 03 anos


anos 04 05 anos
salários

P09 Feminino 55 Solteira Branca Mais de Farmacêutica Especialização >10 anos 05 anos
anos 05
salários

P10 Masculino 49 Casado Pardo Mais de Cirurgião- Especialização >10 anos 15 anos
anos 05 Dentista
salários
79

Continua
P11 Feminino 33 Casada Parda De 01 a Enfermeira Ensino De 06 a 04 anos
anos 02 Superior 10 anos
salários

P12 Masculino 48 Casado Branco Mais de Médico Especialização >10 anos 03 anos
anos 05 e meio
salários

P13 Feminino 39 Casada Parda De 03 a Enfermeira Especialização De 06 a 01 ano


anos 04 10 anos
salários

P14 Feminino 27 Casada Branca De 03 a Educadora Ensino De 01 a 02 anos


anos 04 Física Superior 05 anos
salários

P15 Feminino 33 Casada Parda Mais de Médica Especialização De 01 a 01 ano


anos 05 05 anos
salários

*Salário mínimo referente ao ano de 2021 no valor de R$ 1.100,00.


Fonte: autoria própria, 2021.

O perfil dos profissionais incluídos no estudo muito se assemelha também com de


outros desenvolvidos no país à nível de atenção primária (BARROS et al., 2021), em que se
observa a predominância na assistência à saúde de mulheres, a presença no mercado de trabalho
tanto de pessoas velhas como também mais jovens, a maioria desses participantes sendo
casados, se autodeclarando como pardos que muito vai de encontro com a cor de pele mais
presente na população do país e com salário que variou conforme o exercício da profissão no
serviço de saúde. Ademais, pertenciam a diferentes categorias que atuam na unidade de saúde,
com tempo de formação que varia entre cada profissional e período de atuação elevado que
demostra bastante experiência no serviço, apenas diferenciando a formação ao encontrar que
todos os profissionais possuíam graduação como menor nível de formação e outras
especializações como também mestrado.

5.2 Acesso da população adolescente a UAPS e estrutura, insumo e material para


assistência

Nesta primeira grande categoria temática, elaborou-se cinco subcategorias em


relação a baixa procura da população adolescente pela unidade de saúde; presença dos
adolescentes da comunidade no serviço primário; estrutura física da unidade de saúde para
atendimento ao adolescente; estrutura organizacional para assistência ao adolescente no
serviço; e insumos e materiais ofertados à população adolescente, conforme descrito a seguir.
80

5.2.1 Baixa procura da população adolescente pela unidade de saúde

O acesso da população adolescente na UAPS apareceu neste estudo de modo frágil


e deficiente, devido à escassez de uma política ou de um programa direcionado a este grupo
que favoreça de algum modo a sua presença no serviço, conforme apresenta o profissional de
saúde:

(...) os adolescentes não são de vir ao posto, eles não têm uma política,
algum programa para vir, que tenha alguma coisa no posto, assim (...).
(P01)

O próprio Ministério da Saúde do Brasil (2017) reconhece que nem sempre as


unidades básicas estão preparadas para entender as peculiaridades e as necessidades dos
adolescentes em busca de assegurar uma visão integral como preconizado pelo art. 11 do ECA.
Ainda não há espaços e suporte adequados e resolutivos às demandas dessa população para
orientação, proteção ou recuperação da saúde. As desigualdades e as diferenças, assim, como a
percepção do crescimento e do desenvolvimento do corpo, na maioria das vezes, não são
considerados no trabalho com os adolescentes, o que acaba por definir procedimentos de
homogeneização e de simplificação no atendimento à saúde dessa população.
Em estudo realizado no Distrito Sanitário III de Recife com profissionais que
integram a equipe mínima e multiprofissional, verificou-se que estes desconheciam as políticas
públicas de saúde para o adolescente e reclamavam da precariedade da rede de serviços.
Pontuaram, ainda, a existência de uma assistência descontinuada que fragiliza alguns princípios
fundamentais da APS e a ausência de uma programação específica ao público, sendo o cuidado
realizado apenas por meio de atendimento a demanda espontânea (BARROS et al., 2021).
Isso, se dá também pelo fato do grupo reconhecer a ausência de doenças ou agravos
em saúde físicos e perceptíveis que, de certo modo, revela um bom estado geral de saúde e a
não necessidade de frequentar a unidade de saúde, conforme colhido nos depoimentos de
adolescente e profissional:

(...) porque eu não estou sentindo muitas coisas, eu mal vou no posto,
porque eu não sinto muitas coisas. (A10)

(...) porque se ele está bem, ele não vai precisar vir a posto, ele vai
estar sempre com a saúde boa, ele não precisa vir a posto, se ele não
81

tem um cuidado melhor em casa, ele sempre vai precisar está vindo no
posto. Eu acho que o posto de saúde está para receber as pessoas que
estão necessitando. (P05)

Inversamente proporcional, parece que quanto maior é a auto percepção geral do


estado de saúde do paciente como bom, regular ou satisfatório; possivelmente menor será a
busca deste por um atendimento ou serviço na Atenção Básica. Nesse sentido, a auto avaliação
sobre estado geral de saúde das pessoas tem sido muito utilizada, especialmente em estudos de
abordagem quantitativa de forma intencional por pesquisadores internacionais, como um bom
indicador para a medida objetiva de morbidade e do uso de serviços de saúde (BARROS et al.,
2009).
Esta situação parece fazer parte ainda do desinteresse do público adolescente em
buscar a unidade de saúde para atendimento. Um dos participantes com base na experiência do
serviço de odontologia aponta que, possivelmente, pode estar relacionado ao próprio período
da adolescência em comparação da etapa adultícera em que a procurar é maior:

(...) na odonto [odontologia] a procura é pouca, assim, não tem tanta


procura, mais as vezes são pessoas mais adultas. Acho que mais é
desinteresse dos adolescentes mesmo, de não está procurando, acho
que é da idade mesmo deles que não tem tanto interesse de procurar.
(P05)

Assim sendo, percebe-se que devido a sua própria condição de pessoa ainda em
desenvolvimento com transição do período de criança para a vida adulta, o adolescente traz em
si uma condição intrínseca de vulnerabilidade, por apresentar ainda a insuficiência de atributos
necessários à proteção de seus interesses. Sabe-se que neste período ocorrem mudanças de
ordem física que geram transformações emocionais e em decorrência disto ele vivencia
problemas internos. Além disso, ocorrem transformações cognitivas na transformação de
maniqueísta, mágico, animista, artificialista e finalista para relativista, lógico, racional, abstrato.
Logo, nesse emaranhado de transformações vivenciam sentimentos conflituosos e paradoxais
como dúvidas e certezas se alternando que, por muitas vezes, implicam em modos de vida sem
planejamento e irrefletidamente (PESSALACIA; MENEZES; MASSUIA; 2010).
Por outro lado, a baixa procura ocorre também pela deficiência na oferta de
atendimento à população no serviço de saúde primário, conforme apresenta o adolescente
participante do estudo:
82

(...) como eu estou dizendo, eu não vou para lá [unidade de saúde


investigada] porque eu sei que não vou conseguir o atendimento. (A01)

Sabe-se que o não atendimento aos usuários que procuram a APS vai contra os
princípios doutrinários e organizativos do SUS, ao pregarem sobretudo pelo acolhimento no
nível primário como importante estratégia de reorganização do modelo assistencial (BRASIL,
2017). Além disso, a existência de situações como estas no âmbito da APS, por um lado, gera
grande insatisfação do paciente e, por outro, de forma negativa no retorno dele ao serviço. Logo,
há necessidade de melhorias na gestão dos serviços e investimentos no preparo dos profissionais
e no acesso às consultas (GOMIDE et al., 2018).
Isto, portanto, implica que o adolescente e seu familiar como identificado nos
depoimentos abaixo busque de outras alternativas. Por exemplo, a adesão de planos de para
assegurar atendimento à saúde e suprimir esta carência de serviço:

(...) a minha mãe fez dois planos e a gente vai para um dos dois planos
da gente. (A01)
(...) porque eu vou dizer, eu mal vou lá [unidade de saúde investigada]
e quanto ela adolescente eu mal levo ela para lá. Assim, quanto ela
adolescente é muito difícil, qualquer coisa que ela tem eu levo no meu
plano, porque eu pago para todos aqui, eu levo ela para lá [serviço do
plano de saúde], mas no posto geralmente eu nem vou. Por isso que eu
prefiro pagar os 100 reais para extrair o dente dela do que perder meu
tempo indo em posto. (F01)
Os planos de saúde como apontado acima existem no Brasil desde de 1940 como
forma de garantir ao indivíduo acesso ao serviço de saúde privado (BAHIA, 2008) e em 2000
foi criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) pela Lei Federal nº 9.961
(BRASIL, 2000) com o objetivo de regular o setor, elaborando normas e fiscalizando as
operadoras (SOUSA JÚNIOR et al., 2021). Deste modo, conforme estudo realizado a partir da
Pesquisa Nacional de Saúde, observa-se uma cobertura de plano de saúde médico e
odontológico entre a população brasileira, com estimativa de 28,5% em 2019 que representa
um total de 59,7 milhões de segurados, levemente superior a estimativa de 55,7 milhões de
pessoas em 2013 (SOUSA JÚNIOR et al., 2021).
O estudo desenvolvido por Martins et al., (2019) evidenciou também entre 15,1%
dos adolescentes a adesão de algum plano privado médico ou odontológico. Outro em Pelotas
83

que o serviço de saúde mais utilizado pelos adolescentes é o consultório financiado por
planos/convênios de saúde ou pagamento privado por desembolso direto (NUNES et al., 2015).
Entre este grupo a cobertura nos planos de saúde é menor, o que pode ser explicado por serem
considerados como populações mais saudáveis e com isto as famílias retardariam a adesão
deles. Além disto, pela legislação em vigor foram estabelecidas faixas etárias e reajustes dos
planos e custos (MALTA et al., 2017).
No entanto, o grande embate sobre esta situação no país envolvendo o serviço
público e privado é que existe uma sobreposição de assistência à saúde a população brasileira,
pois como no caso acima evidenciado o setor privado oferta serviços que também são
disponibilizados de forma gratuita no setor público. Sendo assim, o mercado de planos e seguros
privados atuando de forma suplementar e gerando uma cobertura duplicada, em que seus
segurados podem acessar tanto os serviços públicos quanto os privados (BONFADA, 2015).
Outra estratégia também revelada pelos familiares é o acesso as outras unidades de
saúde no município em busca de garantir o atendimento para os adolescentes:

(...) uma vez ela [adolescente] apareceu um tumor muito grande aqui
nisso daqui dela [pescoço], isso foi um sofrimento, um sofrimento, eu
não levei para o posto porque eu sei que não ia ter atendimento, a
minha cunhada que a irmã do meu esposo que trabalha no posto da
Fazenda [nome fictício], foi que ela fez, ela tirou a foto e ajeitou para
imediatamente atender. Tia venha segunda feira tal hora. A gente
procura outro posto para outra coisa para nos cuidar porque lá
[unidade saúde investigada] não tem. Eu sei que a minha cunhada
pegou, venha, minha filha ela pegou um uber mais a minha irmã, foi
quando chegou lá [outra unidade de saúde] um médico bem novinho,
bem novinho atendeu, ela passou, (...) passou o medicamento, remédio
e ela tomou, ela tomou os remédios tudinho adequado na hora certa,
ficou boa, botou tudo para fora (...). (F01)
Precisava de um atendimento melhor, muitas vezes eu saio daqui com
ele [adolescente] levo lá para outro posto para outro serviço. (F04)
(...) porque assim, a gente já sabe que não tem, a gente já sabe que não
tem, então, a gente procura outros meios. Por exemplo, aqui a gente
procura outro meio, a gente procura outras especialidades, vai
procurar em outros cantos, mas não o posto para o adolescente. (F08)

Acredita-se que isso pode ser resultado de possíveis falhas no desenvolvimento das
ações voltadas a integração entre a equipe de saúde e população adscrita à unidade e o estímulo
as relações de vínculo e responsabilização entre ambos, como forma de garantir a continuidade
84

e a longitudinalidade para referência no cuidado. Sabe-se que entre as diretrizes da Política


Nacional de Atenção Básica (2017), destaca-se a territorialização e adstrição de modo a
viabilizar o planejamento em saúde, a programação descentralizada e a realização de ações
(in)setoriais com foco em um território específico, com impacto na situação, nos condicionantes
e determinantes da saúde das pessoas e coletividades que constituem aquele espaço e estão
adstritos a ele.
Ao passo também que a referida política estabelece que a unidade de saúde deve
acolher todos os indivíduos do seu território de referência, de modo universal e sem quaisquer
diferenciações excludentes. O acesso tem relação ainda com a capacidade do serviço em
responder às necessidades de saúde da população residente e itinerante que a busca com
necessidade de atendimento. Permite, ainda, de acordo com a conformação e necessidade da
comunidade, através de negociação e pactuação entre gestão e equipes que o usuário possa ser
atendido fora de sua área de cobertura, mantendo o diálogo e a informação com a equipe de
referência que não é a situação do caso acima apresentado.

5.2.2 Presença dos adolescentes da comunidade no serviço de saúde

Embora a UAPS não seja a primeira alternativa para atendimento aos adolescentes,
o participante familiar reconhece que em algum momento poderá ser a única escolha disponível,
considerando as questões financeiras que venham a impossibilitar o acesso ao serviço
suplementar:
(...) um dia eu posso precisar, eu vou dizer que eu não vou precisar,
porque num dia eu posso precisar, porque aqui de repente, eu não
tenho como pagar mais um plano, eu vou correr no posto com ela. (F01)

Para aqueles usuários como adolescentes e familiares que possuem algum plano de
saúde no país, a primeira e melhor escolha como identificado anteriormente parece ainda ser o
acesso ao serviço de saúde privado. Contudo, percebe-se que a cobertura tem diminuído
significativamente entre pessoas com rendimento domiciliar per capita de até um quarto do
salário mínimo e aqueles com ensino fundamental e médio completo. Entre indivíduos com
melhor rendimento domiciliar per capita, acima de três salários mínimos e aqueles residentes
em capitais tem havido um aumento significativo desta cobertura (SOUZA JÚNIOR et al.,
2021).
85

Nesse contexto, adolescente que são desprovidos de algum plano de saúde devido
ao baixo poder aquisitivo de seus familiares, priorizam como alternativa e não pior escolha a
busca por atendimento na UAPS do SUS, pois ao contrário das instituições de saúde privada
que apresentam escopo de eficiência produtiva e modelo de atenção à saúde limitada, a primeira
se pauta entre outros princípios na universalidade, integralidade e equidade impostos pelo SUS.
Deste modo, garante o acesso à saúde a qualquer cidadão, com abrangência a nível nacional e
ampla cobertura territorial a serviços gratuitos com referência aos demais níveis de atenção
(GARNELO et al., 2018).
Além disso, com base nos depoimentos dos adolescentes, familiares e profissionais
de saúde, a procura acontece quando da existência de algum problema de saúde de menor ou
maior agravo instalado:

É porque eu não vou muito lá [unidade de saúde investigada], eu vou


quando eu estou mal, meio essas coisas assim, doente mesmo, mal eu
vou consultar. Porque é quando eu estou doente mesmo assim, mal eu
vou no SUS [Sistema Único de Saúde], essas coisas de vacina. (A05)
(...) agora eu levo, assim, quando ela está com muita febre, ela tem
febre, tem uma emergência lá eu levo [unidade de saúde investigada],
na verdade eu levava, mas é muito difícil. (F01)
(...) quando vem [adolescente], já está uma coisa mais gritante, então,
tudo isso é muito ruim. (P01)
(...) adolescente, assim, não procura atendimento médico não,
adolescente só procura se tiver sentido uma dor ou quando está grávida
ou quando vai ser pai também, o adolescente novo não vai procurar a
unidade, mas procurar por conta própria não vem não, geralmente é o
pai ou a mãe que vem como algum adolescente, alguma demanda ou
vem pedir algum atendimento, mas o adolescente procura atendimento
não nos postos de saúde não. (P02)
(...) geralmente a população adolescente só vem no posto quando
precisa, quando aconteceu e apareceu, aconteceu alguma coisinha,
vamos supor, porque realmente ele se assusta quando ele vem no posto.
É como é que eu falei, ele raramente vem no posto, o adolescente
raramente vem no posto. O adolescente deixa isso para lá, ou para
depois, ou tem medo de procurar um profissional, ele acaba de passar
muito tempo de não vir. (P03)
Porque eles não têm esse hábito de vim aqui na unidade, buscar não,
só vem, quando eles vêm no posto eles estão nas últimas, é uma situação
dessa. (P04)
86

Na verdade, eles buscam assim quando já tem algum problema, quando


tem uma carie, uma dor de dente ou está com algumas coisas diferentes,
uma DST [Doenças Sexualmente Transmissíveis], alguma coisa assim
que eles precisam e procuram como para solucionar, o problema de
doença e não a questão de promoção da saúde (...). (P06)

É bem verdade a predominância da participação dos adolescentes em ações


curativas como expressado pelos participantes, dando ênfase na doença e/ou no tratamento
dessa condição. Estudo desenvolvido para avaliar a participação da população adolescente
apresentou que mais da metade dos profissionais relataram que eles compareciam as ações
propostas pela unidade básica, sendo essa participação restrita apenas ao atendimento
individual. Por sua vez, nesse tipo de atendimento à luz da Estrutura Teórico-Metodológica de
uma Participação Habilitadora, foi considerada uma forte presença do primeiro nível do
referencial denominada participação normativa, ao observar a presença de aspectos
relacionados apenas na existência de uma doença (VIEIRA et al., 2014).
Para os participantes do estudo o atendimento a este grupo ocorre também quando
da procura por uma consulta com profissional, realização de procedimentos específicos de
rotina e recebimento de medicamentos em geral:

Não, eu não vou muito no posto não (...) eu não vou muito no posto não,
eu vou só fui para tomar a vacina mesmo. (A06)
Não, porque eu quase não vou no posto de saúde, eu só vou do dia que
eu me peso mesmo. (A08)
(...) por algum, é algum problema de saúde, quando eles vêm à procura,
ele só vem mais à procura do posto por algum atendimento. (P07)
É porque é na verdade, o que eu vejo é que muito adolescente só vem
aqui [unidade de saúde investigada] quando eles estão precisando de
alguma coisa. Quando eles estão precisando de um remédio, quando
eles estão precisando de uma consulta (...). (P14)

Estes resultados encontrados nos depoimentos são parte também de estudo


realizado em hospital público de nível terciário de referência no mesmo estado do município da
unidade avaliada, o qual apresentou por meio de experiências de familiares que os serviços de
APS têm sido subutilizados no que diz respeito à assistência de crianças e de adolescentes. Os
autores identificaram que há procura apenas para a realização de procedimentos específicos e
técnicos, administração de imunizantes, recebimento de materiais e medicações, bem como
87

quando estes apresentam queixas de saúde consideradas por seus cuidadores como de menor
problema (FIGUEIREDO et al., 2017).
E, como destacado pelo profissional de saúde, atualmente, com a pandemia causada
pela Covid-19, o atendimento à população adolescente na UAPS aumentou de forma
significativa por meio de demanda espontânea ou programada:

Atualmente, com questão da pandemia, a gente [profissionais de saúde]


tem recebido um maior número de adolescentes aqui no posto, muitas
vezes eles vêm acompanhados dos pais, muitas vezes também em não
consultas marcadas, mas é porque o pai vê que é uma urgência e para
resolver a vida do filho. Então, assim, a gente tem notado que tem um
aumento nessa busca depois da pandemia. (P11)

Em consonância com estes achados revelado pelo profissional de saúde, a literatura


científica esclarece que após o surgimento da infecção pelo coronavírus e a aplicação das
medidas preventivas para mitigação, houveram muitas mudanças no cotidiano da vida das
pessoas inclusive dos adolescentes (MARQUES et al., 2020). Em meio a esse contexto, sugiram
muitos problemas de saúde entre a população adolescente, como, por exemplo, aumento do
risco para o desenvolvimento de quadros de ansiedade, surgimento de casos de depressão e
outros problemas psicológicos, a ocorrência de diferentes tipos de violência inclusive
intrafamiliar e comportamentos agressivos ou de delinquência (OLIVEIRA et al., 2020).
Isto, portanto, implicando na procura por algum atendimento em saúde para
resolução da queixa/problema, conforme apresentou pesquisa desenvolvida com adolescentes
de uma UAPS no estado do Acre durante o período da pandemia da Covid-19. Esta evidenciou
que todos os participantes buscaram atendimento no referido serviço de saúde e dentre os
motivos da procura por algum atendimento, destacou-se a consulta médica seguido de
solicitação de exames complementares. No entanto, os autores chamaram atenção para o fato
de que essa pode não ser a realidade de toda esta população, devido a existência de dificuldades
de acesso na maioria das unidades do país (MELO et al., 2021).

5.2.3 Estrutura física da unidade de saúde para atendimento aos adolescentes

Os adolescentes deste estudo avaliaram que a unidade de saúde apresenta uma boa
estrutura física, considerando como adequada em comparação a anterior após a reforma
realizada pela gestão municipal:
88

É, eu acredito sim que ele [unidade de saúde investigada] está


adequado. Estava ruim, muito ruim, deram uma reforma para ajeitar,
ficou melhorzinho. (A01)
(...) lá é bem estruturado [unidade de saúde investigada], num
reformaram o posto, ficou melhor, ficou melhor para nós. (A06)

Em um retrato da realidade complexa da Atenção Básica no sistema de saúde


brasileiro, em meio a tantos resultados positivos obtidos em pouco mais de duas décadas após
a implantação da ESF (FACCHINI; TOMASI; DILÉLIO, 2018), verifica-se que de fato as UBS
têm apresentado uma infraestrutura satisfatória como parte dos vários e grandes avanços nos
curtos períodos de avaliação do PMAQ. Apesar disso, os problemas de estrutura física entre os
serviços ainda persistem nos cenários do país, pois as desigualdades nas unidades de saúde são
marcantes em virtude do porte populacional do município, das características da região
geopolítica, da cobertura de ESF e do IDH (NEVES et al., 2018).
Deste modo, ao contrário da avaliação positiva realizada pelos adolescentes em
relação a estrutura da UAPS investigada, pesquisa multicêntrica desenvolvida em sete estados
brasileiros apresenta a existência de déficits arquitetônicos entre as unidades de saúde, pois
59,8% foram classificadas como não adequadas quando avaliada a infraestrutura (SIQUEIRA
et al., 2009). Outra pesquisa realizada em dois municípios baianos evidenciou resultados
semelhantes, posto que os dois municípios estudados apresentaram deficiências quanto à
estrutura física das unidades que foram mais acentuadas em um município com menos de 70%
nos itens avaliados (MOURA et al., 2010; SILVEIRA; SANTOS; COSTA, 2009). Logo, tais
dimensões não atendendo as recomendações do Ministério da saúde e a previsão de melhorias
e reformas para adequação e ampliação das unidades.
Nesse contexto, o Programa de Requalificação de Unidades Básicas de Saúde
(Requalifica UBS) sendo uma das estratégias para a estruturação e o fortalecimento da Atenção
Primária. Por meio do programa, o Ministério da Saúde propõe uma estrutura acolhedora e
dentro padrões. Instituído em 2011, este tem como objetivo criar incentivo financeiro para a
construção, reforma e ampliação de UBS, promovendo condições adequadas para o trabalho e
provendo melhoria do acesso e da qualidade da Atenção Básica (BRASIL, 2016). No município
de Fortaleza, 77 unidades já passaram por algum tipo de reforma e na apresentação do programa
foi divulgada uma lista de 57 serviços que passariam por pequenos reparos ou manutenções,
89

com prazos de entrega entre os meses de abril e junho de 2020 (DIÁRIO DO NORDESTE,
2020).
Os profissionais de saúde em sua avaliação apresentaram ainda que a unidade
investigada em sua estrutura física dispõe de salas de consultórios para atendimento, com
equipamentos como máquinas, macas e pias, além da limpeza geral realizada no ambiente:

(...) eu acho que a questão de espaço, a gente vê que são consultórios


que contam com máquinas, com pias, são paramentadas para atender
qualquer público, qualquer faixa etária e não seria diferente com
adolescentes. (P08)
(...) de modo geral, porque o SUS [Sistema Único de Saúde] é isso que
a gente sabe, nem tem tudo, falta sempre alguma coisa, mas eu acho
que no básico dá para fazer, assim, porque tem consultórios, tem maca,
tem pia, tem uma higienização (...). (P09)

No que se refere ao aspecto normativo conforme apresentado acima pelos


participantes, a Política Nacional de Atenção Básica preconiza a valorização dos aspectos
estruturais das unidades de saúde como itens necessários para à realização das ações de atenção
primária, sendo destacados uma lista de ambientes que devem estar presentes em cada unidade
de saúde e de equipamentos e materiais adequados para o conjunto de ações propostas (GOMES
et al., 2015). O consultório como espaço destinado ao profissional para atendimento ao paciente
conforme evidenciado acima, deve de fato apresentar entre outros elementos, lavatório com
torneiras que dispense o uso das mãos, uma mesa com gavetas, cadeiras, mesa de exame clínico,
baqueta giratória, escada com dois degraus, biombo duplo, foco com haste flexível, armário
vitrine, lixeira, telefone e computador (BRASIL, 2006).
No entanto, há de se pontuar que os consultórios não são os únicos espaços
disponíveis que os usuários estão presentes para a oferta de atendimento. Nessa direção, outros
participantes do estudo queixam-se ao considerar a unidade pequena para o grande número de
pacientes que a frequentam:

É pequeno porque, é muita gente, é bastante pequeno. Está, adequado,


adequado está, só que é pequeno. (A04)
(...) é pequeno cabe pouca gente, ele é muito apertado. É ruim, porque
fica muito apertado, muita gente, fica apertada, é apertado, depois
nessa pandemia fica uma aglomeração. (A05)
90

(...) é porque as vezes é muita gente e fica lá fora esperando porque


não tem espaço lá dentro. Olha não, não foi tão ruim assim porque eu
fui com os amigos meus e a gente ficava na fila conversando, num
instante a hora passava, mas é chato ficar na fila, no sol às vezes. (A08)
(...) ali é muito apertado, é muito imprensado, fica tudo em cima dos
outros e fica naquele negócio todo mundo, tem uma fila e já junta em
outra fila e é aquele negócio todo, porque o problema é que é muita
gente. (F04)
Não tem um lugar para fazer uma palestra para uma gestante, um
atendimento com um bebê, a farmácia ali e todo mundo em pé, é todo
mundo ali esperando, junta com a da vacina. Então, a estrutura física
desta unidade complica muito, não só mais ao adolescente mas para
qualquer tipo de atendimento que busque aqui. O espaço não é
adequado, não tem um auditório, enfim, o auditório já é eu acho que já
é um luxo, mas assim é um estreito como você pode ver, junta aqui até
a farmácia, a vacina, junto o bebê, gestante e fica uma confusão
grande, então, dizer que é do adolescente eu vejo, eu vejo como uma
estrutura como um todo, a unidade não é adequada. (P06)
Na realidade o que acontece é o seguinte, é nossa unidade em
particular, ela é unidade muito antiga. Então, assim, ela é unidade
muito pequena, apesar de ser uma abrangência muito grande, então,
acredito que não somente para adolescente, mas para vários outros
programas também, realmente às vezes a gente passa um pouco de
sufoco aqui pelo volume de circulação aqui, entendeu. (P12)

Estudo desenvolvido por Tavares (2019) em 76 unidades de Atenção Primária


proporcionalmente distribuídas nas seis regionais do município de Fortaleza, Ceará, evidenciou
resultados semelhante ao encontrado neste estudo com os participantes. Neste, os profissionais
de saúde apontaram como desfavorável à estrutura física das unidades investigadas por vários
motivos, como, por exemplo, a pequena largura dos corredores que torna a unidade apertada
para a circulação dos usuários, superlotando as mesmas.
Soma-se a este problema acima ainda a escassez de salas de consultórios
disponíveis para que os profissionais de saúde possam realizar atendimento ao adolescente,
conforme evidenciado nos depoimentos abaixo:

Porque não tem salas para poder atender, conversar com o


adolescente, tem pouca mas tem para fazer este atendimento ao
adolescente. (P03)
(...) a questão de salas realmente as vezes falta, até para o próprio
médico ter uma sala assim que tenha atendimento, atender a
91

população, principalmente, não teria uma sala para atender só o


adolescente, realmente tem essa carência. (P05)
(...) a questão de mais salas para poder atender porque o que nós temos
de sala hoje em dia a gente já não consegue atender o atendimento
médico com deveria ser, cada médico ter sua sala, seu horário e os
enfermeiros também ainda falta salas aqui. (P07)
(...) com relação ao espaço físico, porque aqui é um posto que tem
muito profissional e pouca salas. Então tem profissionais que acabam
tendo que fazer seu trabalho na área e a gente acaba também tendo que
fazer remanejamento de agendas para poder ter salas disponíveis, mas
assim sempre tem um profissional agora sala para todo mundo é um
problema. (P11)
Eu acho complicado inserir porque falta sala às vezes, a gente chega
com uma equipe multiprofissional aqui e não tem sala para atender,
simplesmente não tem lugar e a agenda de saúde mental é
extremamente lotada, já tem as gestantes que é demanda, é criança,
idoso e saúde mental e gestante já lota assim o posto, a agenda das
enfermeiras, eu não sei como elas conseguem, é pouca sala para dar
conta dessa demanda. (P14)

Em documentos oficiais normativos publicados pelo Ministério da Saúde ao


contrário do que se observado acima nos depoimentos deste estudo, o recomendado é que a
infraestrutura de uma unidade básica deve estar adequada ao quantitativo de população adscrita
e suas particularidades, bem como aos processos de trabalho das equipes e à atenção à saúde
dos usuários. Assim sendo, os parâmetros de uma estrutura física devem levar em conta a
densidade demográfica, a composição, atuação e os tipos de equipes, perfil da população e as
ações e serviços de saúde a serem desenvolvidas. É importante que sejam previstos espaços
físicos e ambientes adequados para a formação de estudantes e trabalhadores de saúde de nível
médio e superior, formação em serviço e educação permanente (BRASIL, 2017).
Deste modo, cada espaço ou sala deve cumprir com suas finalidades e usos,
caracterizando os ambientes específicos e as dimensões necessárias ao desenvolvimento das
ações dos profissionais que compõem as equipes (TAVARES, 2009). O dimensionamento
corresponde aos valores a serem adotados para a área e espaçamento dos ambientes. Então, é
necessário analisar se as dimensões adotadas pela equipe executora estão atendendo a
funcionalidade e fluxos presentes em cada ambiente. Este é sugerido ainda para que as
atividades e fluxos de recursos humanos possam fluir dentro dos ambientes projetados do
estabelecimento assistencial como no caso de uma UAPS (ANVISA, 2002).
92

Sobre este quesito houve ainda destaque de um profissional de saúde para a


existência de apenas uma sala de consultório odontológico com duas cadeiras para os
cirurgiões-dentistas, o que não permite o cuidado individualizado ao paciente adolescente,
especialmente na abordagem de questões que necessitam de privacidade:

(...) uma coisa que eu acho, assim, que era difícil o uso de duas cadeiras
funcionando no consultório e acaba que você não dava para conversar
individualmente, alguma coisa assim, mas devido a pandemia ninguém
está atendendo em duas cadeiras e então acaba que por um lado ficou
ruim e por outro não. E não dava, como é que você vai abordar o
paciente com o sugestivo de uma DST [Doenças Sexualmente
Transmissíveis], como é que você vai chegar e o colega está atendendo
e tem o outro na outra do outro lado, acaba que a gente deixa passar
justamente para evitar expor, assim, o espaço em si não favorece (...).
(P06)

Constata-se que de fato a utilização concomitante de espaço por mais de um


profissional como retratado acima, além de causar constrangimento, viola os direitos dos
usuários e interfere na acessibilidade em relação aos elementos da aceitabilidade e comodidade
(STARFIELD, 2002), podendo ainda gerar resistência do paciente para o atendimento em saúde
(PEDROSA; CORRÊA; MANDÚ, 2011). Essa realidade fere também o preceito da
integralidade na atenção à saúde, pois fragiliza a identificação das necessidades do usuário
através do uso das tecnologias leves, a qual requer efetiva interação por meio da comunicação,
caso contrário, o cuidado em saúde se apresenta desqualificado (PEDROSA; CORRÊA;
MANDÚ, 2011).
Esta situação vai também em contramão a ambiência em saúde proposta pela PNH,
que se apresenta como dispositivo no espaço físico arquitetônico direcionado à confortabilidade
e focada na privacidade e individualidade dos atores envolvidos. Como ferramenta facilitadora
do processo de trabalho, esta busca favorecer a otimização de recursos, o atendimento
humanizado, acolhedor e resolutivo. Além disso, valoriza os elementos do ambiente que
interagem com os recursos humanos, como a cor, cheiro, som, iluminação, morfologia, dentre
outros, para garantir o conforto dos profissionais e usuários. Dessa forma, uma mobilização
neste cenário parece ser necessária ao sistema gestor de modo a fornecer aos profissionais,
garantias e condições para se atingir a excelência do ambiente nos serviços de saúde (BRASIL,
2006).
93

Em meio esta situação vigente da estrutura física, o profissional de saúde destaca


que o cuidado ao paciente adolescente tem sido ofertado:

(...) é assim, eu acredito que do jeito que está, a gente está conseguindo
atender, não está tendo problema não. A gente, você não vai deixar
atender por causa da estrutura, porque a estrutura está nos ofertando
aquele atendimento, está nos dando o suporte que nós precisamos, que
precisa naquele momento. Não teve nenhuma situação que não desse
para atender por conta da estrutura não. (P04)

Há de convir que embora a estrutura física da UAPS se apresente como um


elemento condicionante no desempenho dos serviços e na melhoria das condições saúde, esta
ainda na realidade não é considerada como determinante na assistência ao paciente
(BOUSQUAT et al., 2017). Para Moura et al., (2010), os aspectos que ligam a estrutura aos
resultados são longos e, geralmente, apresentam ligações fracas e lógicas insustentáveis e não
comprovadas. Deste modo, as melhores pré-condições podem ser mal utilizadas e interpretadas,
ao passo que a excelência da prática profissional como acentuado pelo profissional no presente
estudo pode resultar em efeitos benéficos mesmo sob as condições adversas.
Apesar disso, destaca-se que fatores estruturais como o espaço físico da unidade
deve ser considerado ao afetar o acesso do paciente ao serviço e a satisfação do profissional
como também dos usuários. Logo, o mobiliário e o ambiente de trabalho mal projetados somado
a processo de trabalho, se tornam também importantes componentes para a compreensão da
relação entre satisfação e trabalho e suas consequências nas atividades laborais desenvolvidas
(TAVARES, 2019). Além disso, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde (2017), o
espaço físico arquitetônico das unidades básicas deve ser entendido como lugar social,
profissional e de relações interpessoais, o qual deve proporcionar uma atenção acolhedora e
humana para as pessoas, além de um ambiente saudável para o trabalho dos profissionais de
saúde.

5.2.4 Estrutura organizacional para assistência ao adolescente no serviço

Em relação a organização da UAPS, quando da entrada do paciente adolescente no


serviço em busca de algum atendimento, incialmente este é direcionado a sala de procedimento
para aferição dos sinais vitais e posteriormente é encaminhado para consulta com profissional,
conforme apresenta os excertos abaixo:
94

(...) depende assim, quando a gente vai aí lá [unidade de saúde


investigada] tem a enfermeira, a gente passa por outra primeira, ela
vai olhar nosso coração, temos que olhar a pressão, depende da
consulta que você vai, tem que avaliar. (A01)
Então, assim, não há questão de ter um profissional específico para
isso, não existe isso, com qualquer paciente não só adolescente, tem
que passar, por exemplo, por uma sala de procedimento para poder é
avaliar sinais vitais e depois ser encaminhado para um profissional,
enfermeira ou para o profissional médico. (P12)

Percebe-se que as unidades básicas possuem padrões de fluxos para atendimento


aos usuários recomendado pelo Ministério da Saúde. Parte-se do pressuposto de que a recepção
é o primeiro contato dos usuários com os trabalhadores que compõem a unidade de saúde. Nas
situações em que a avaliação e definição de oferta de cuidado não sejam possíveis na recepção,
o paciente é encaminhado a análise, escuta e definição para a oferta de cuidado com base na
necessidade de saúde, seja esta por meio de uma orientação, de uma intervenção ou de um
agendamento. Assim sendo, em parte dos serviços há um espaço físico especificamente para a
aferição dos sinais vitais a priori por profissional técnico de enfermagem definido como sala de
procedimentos após este contato inicial efetuado pelo paciente (BRASIL, 2013).
Após isso, em caso de demanda espontânea o adolescente é encaminhado ao
profissional de saúde responsável pelo acolhimento do dia e de demanda programada é
direcionado ao de sua área adscrita encarregado pelo agendamento, como descrito no
depoimento abaixo do participante:

(...) a gente tem como atender o adolescente. Se for na demanda


espontânea, vai ser o médico reservado para a demanda e se for dentro
da equipe, vai ser o profissional responsável, por exemplo, enfermeiro,
o médico que todas as equipes tem. (P11)

Nesse contexto, percebe-se que a forma de organização do fluxo de atendimento da


referida UAPS é parte de recomendações do próprio Ministério da Saúde. Para este, o
acolhimento por demanda espontânea é uma tecnologia de cuidado, mecanismo de ampliação
de acesso e dispositivo de (re)organização do trabalho. Entre as modelagens de acolhimento
para os serviços, apresenta o acolhimento pela equipe de referência, a qual tem como principal
característica o acolhimento do usuário pelos profissionais de sua equipe; a equipe de
95

acolhimento do dia, em que o enfermeiro e médico de uma equipe atende os pacientes por
demanda espontânea como identificado neste estudo; e acolhimento misto (equipe de referência
e equipe do dia), que determinada quantidade de usuários ou horário que o enfermeiro de cada
equipe acolherá a demanda espontânea da sua área (BRASIL, 2013).
Enquanto, a demanda programada é considerada como um recurso-chave para
garantir a retaguarda do acolhimento quanto para a continuidade do cuidado programático. Por
exemplo, há agenda programada para grupos específicos abrangendo o atendimento de pessoas
previsto nas ações programáticas; agenda de atendimentos agudos a partir do acolhimento da
demanda espontânea e de acompanhamento ou não de usuários como evidenciado nesta
pesquisa; e a agenda de retorno de usuários que não fazem parte de ações programáticas. Desta
forma, sendo uma estratégia que viabiliza a atenção em tempo oportuno na maior parte dos
casos agudos e subsidia na melhor distribuição dos atendimentos ao longo do dia, evitando
superlotação, desconforto e tensões (BRASIL, 2013).
No entanto, estas modelagens de atendimento ainda não são bem aceitas por
profissional que compõem a equipe de saúde, ao considerar o direcionamento de profissionais
exclusivamente para atendimento por demanda espontânea que, por vezes, se apresenta de
maneira pontual e com menor procura em relação a demanda programada que é maior:

(...) então o que a gestão está priorizando, está mudando é no pronto


atendimento para ter ideia, a enfermeira tinha um grupo ele teve que
sair para um acolhimento. Quando entrou essa história do
atendimento, é a equipe de profissionais, a equipe de PSF [Programa
Saúde na Escola], ele tem quer ter uma equipe naquele turno ou manhã
ou tarde só para atender demanda espontânea, receita, nada, as vezes
então ele teve que tirar aquela demanda programa dele, eu atendia
vamos dizer que era adolescente naquele dia, não mas agora a unidade
só tem um médico, o médico vai passar a manhã todinha só fazendo
acolhimento, 50 por cento, se duvidar como ele é só um, ele vai ficar só
no acolhimento, como é que ele vai atender hipertenso, o diabético, a
gestante, não, porque ele priorizou a pronto-atendimento que é a
demanda espontânea, que na verdade é o que é UPA [Unidade de
Pronto Atendimento]. Isso desandou o trabalho da atenção primária
muito grande, de médico, enfermeiro, dentista nem tanto, porque a
gente não atende urgência e não tem muita gente para urgência, mas a
equipe, a enfermeira e o médico teve que tirar os horários que eles
tinham programado para priorizar esse pronto-atendimento e
dependendo da unidade ter um médico, ele só vai fazer isso, se tivesse
dois dias e dois no outro, a enfermeira faz a pré-triagem, classifica
para mandar o médico, então aquele horário que ele podia está fazendo
coisas de atenção primária no caso, quem acompanha é o agente de
96

saúde, ela teve que priorizar o atendimento do acolhimento, pronto,


não tem para acompanhar essa linha do tempo, essa criança, o bebê,
gestante com esse atendimento acabou, já não tinha tempo, pirou. (P06)

Verifica-se que os momentos de implantação ou de mudança na modelagem do


acolhimento como apresentado neste estudo, são certamente os que possibilitam maior tensão
em relação ao modo como se organiza o acesso dos usuários à unidade de saúde, mesmo quando
já estão adaptados e implementados a certo modus operandi, mas ainda assim há diversas
tensões que acontecem no cotidiano e que precisam ser trabalhadas com muita cautela e parceria
por parte de todos que compõem a equipe de saúde. Nesse sentido, torna-se necessário que haja
uma maior solidariedade entre usuários e trabalhadores, de forma que o primeiro compreenda
o esforço dos profissionais em organizar o acesso para garantir a melhor qualidade no cuidado
a todos e o segundo entenda as angústias e os diferentes critérios de urgência construídos
legitimamente por parte dos usuários (BRASIL, 2013).
Além disto, os adolescentes e familiares do estudo destacaram em seus depoimentos
uma fragilidade na organização da UAPS quando da procura de uma informação ou de um
direcionamento ao profissional:

(...) não sabe explicar direito, porque, porque eu chego lá [unidade de


saúde investigada] eu vejo uma desorganização (...). (A01)
(...) lá [unidade de saúde investigada] é muito desorganizado, um posto
de saúde, assim, sem pé e sem cabeça, está ali só por estar mesmo.
(A03)
(...) a gente chega lá [unidade de saúde investigada], pergunta uma
coisa, ninguém sabe informar nada, não, pergunta outro. Fulano sobe
lá em cima, não tem nada, já encerrou, não só no mês que vem se o que
ele nem sabe, é a gente chega e pergunta, assim não tem atendimento,
está faltando isso, faltando aquilo, o médico não vem hoje. (F01)
(...) o que eu queixo lá [unidade de saúde investigada] é só que eu fico
empurrando um para o outro não sabe disso, não para ali que ali você
consegue. Você anda, anda para depois, porque eles não têm aquela
orientação, assim e assim, não, vai para ali, não, eu não sei não, não é
ali, não ali, fica andando, eles botam muito para andar. (F02)
(...) é uma bagunça total neste posto, eu vejo que é tanta gente
reclamando desse posto, eu acho que não é organizado. (F04)
97

Esses resultados expressos andam em direção contrária à Política Nacional de


Humanização, que estimula a comunicação entre gestores, trabalhadores e usuários da unidade
para construir processos coletivos no enfrentamento de relações de poder e facilitar o trabalho
com afeto e empatia envolvendo ambas as partes. Isto, porque, ao contrário do que orientam os
documentos oficiais ministeriais em gerais, na maioria das vezes, em realidade ainda existem
práticas desumanizadoras que inibem a autonomia e a corresponsabilidade dos profissionais no
trabalho e dos usuários no cuidado (BRASIL, 2013). Nesse sentido, a comunicação entre
profissional e usuário é um elemento importante para estabelecimento de relação interpessoal,
de modo que, esta não deve acontecer apenas nos espaços onde ocorre o atendimento
propriamente dito como salas de consultório, mas de uma forma permanente e continuada, quer
seja na sala de espera ou quer seja em demais locais da unidade de saúde.
Em direção oposta ao achado neste estudo com os adolescentes, outro realizado em
UBS de um município de médio porte no Brasil, apresentou a existência de uma atenção
dispensada e de relação interpessoal do usuário com profissional, a qual envolvia uma escuta
qualificada, a valorização de suas queixas e a identificação de suas necessidades, sendo que
84,9 % dos usuários relataram positividade a esse respeito. Deste modo, o estabelecimento de
uma relação profissional e usuário sendo satisfatória e reconhecida pelos usuários, o que
denotou um grau de responsabilidade da ESF com a população por meio do respeito,
compreensão e escuta que faz a diferença nas práticas e ações de saúde (MEDEIROS et al.,
2010).
No que se apresenta, outro participante do estudo revelou também que a forma
como a unidade de saúde disponibiliza o preservativo dificulta à aquisição pela população
adolescente:

(...) antes eles tinham um local e agora até isso eu acho errado, porque
devia ter um lugar para quando eles vierem. Antes quando passava ali
na entrada da porta eles já pegavam, agora tem que pegar na farmácia
e eles não vão. (P01)

Em material publicado pelo Ministério da Saúde (2016) intitulado: Cuidando de


adolescentes: orientações básicas para a saúde sexual e saúde reprodutiva, várias são as
orientações para os profissionais de saúde da Atenção Básica no atendimento em planejamento
familiar voltado ao grupo de adolescentes. Em consonância ao que se discute acima neste
estudo, recomenda que a dispensação do preservativo deve ter acesso facilitado nos espaços da
98

unidade de saúde e ser ofertado independentemente do local de residência, de apresentação de


documentação ou qualquer outra forma que dificulte este acesso.
Frente ao exposto, parece necessário adequar na referia unidade de saúde a forma
da distribuição do preservativo masculino e feminino a população adolescente, de modo que
esta possa ter acesso de forma livre e espontânea por meio de um dispensador em diferentes
espaços que evite o constrangimento e vergonha no momento da busca. Caso contrário, situação
como está pode reprimir de forma substancial a procura do insumo pela forma de acesso
disponível, levando os adolescentes a realização de possíveis atividades sexuais desprotegidas
que podem incidir em vários problemas à saúde.
Em estudo realizado em uma escola pública de uma região periférica do município
de Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio de Janeiro, evidenciou que embora o
acesso ao preservativo tenha sido referido como problemático para as meninas, alguns meninos
também relataram sentir vergonha de ir a lugares públicos como farmácias e/ou unidades de
saúde para solicitar ou comprar preservativos. Esse fato pode ter sido influenciado pela baixa
faixa etária dos participantes de estudo e, nesse sentido a escola passando a facilitar o acesso
para adolescentes que estivessem iniciando sua vida sexual. Dessa forma, o local no qual fica
o dispensador no ambiente é uma preocupação entre meninos e meninas (RUSSO; ARREGUY,
2015).

5.2.5 Insumos e materiais ofertados à população adolescente

Quanto aos materiais e insumos, o profissional de saúde revela que a unidade possui
de forma adequada e suficiente para toda a população em geral, incluindo os adolescentes que
pertencem a comunidade:

(...) há material também, são suficientes e adequados, porque o


adolescente faz parte também da comunidade na questão de um todo,
se tem material para atender uma pessoa adulta como não teria para o
adolescente. (P05)

Contudo, outros participantes da investigação como adolescentes e profissionais


destacam que embora se tenha matérias e insumos disponíveis na unidade, estes ainda são
limitados e insuficientes para a necessidade da população incluindo os próprios adolescentes:
99

(...) tem um dia, teve uma vez que a gente também foi para lá [unidade
de saúde investigada] e tinha umas coisas faltando, era remédio, era
seringue, algumas coisas faltando também, a falta de respeito porque
se a gente está pagando o nosso imposto, era para ele ter, era para
prefeitura mandar, tudo bem direitinho, porque tanto atrapalha a gente
como atrapalha o trabalho deles. (A01)
(...) tipo tem uns materiais que era para ter para um exame correto não
tem, então às vezes falta você percebe que falta, você vai no posto e ver
que tem aquele certo materiais e quando você vai nele você ver que
falta que não tem. (A03)
Nem sempre, nem sempre tem, porque tem falta, tem alguns que tipo
falta, várias coisas é que eu não estou lembrada, mas várias coisas,
teve uma vez do exame que não tinha materiais. (A04)
(...) aqui na minha área, aqui na sala de procedimento. Nesta parte
aqui sim tanto medicação como procedimento, agora suficiente não,
não são suficientes não, bem pouco, bem pouco material, vem pouco.
Como eu falei algumas coisinhas, falta insumo, falta alguns insumos
ainda falta, a gente dá um jeito, um próprio jeito aqui para conseguir
fazer o procedimento. Por exemplo, uma coisa simples, agora tem o
garrote, mas as vezes não tem, não tem garrote, por exemplo, agora
tem garrote, mas assim agora vamos supor assim, as vezes não tem,
tem que procurar, vou fazer uma medicação e não tem o garrote para
fazer, eu vou ter que usar a própria luva para fazer. Então, falta
algumas coisinhas, tipo alguns materiais do dia a dia para fazer
procedimento. (P03)
Nem a adolescente, nem para ninguém. Não é apenas uma questão de
adolescente, mas é questão de uma pessoa como um todo, aqui e ali
falta insumos. Assim, os insumos não são de qualidades. Então, assim,
com relação ao adolescente não, eu acredito que a demanda do posto
como um todo, porque não tem o material para o adolescente,
entendeu. Então, sempre falta material no posto de saúde. (P06)
(...) os insumos são poucos, as vezes limitados, mas acredito que o
básico sim, por exemplo, é alguns dias falta alguns tipos de insumos
para a gente ofertar até cuidados básicos mesmo, mas isso é muito
cíclico, eu não sei como é a questão dessa gerência. (P15)

Além de uma a infraestrutura frágil, a insuficiência de recursos materiais e insumos


também pode comprometer o desenvolvimento e a qualidade das ações no âmbito da Atenção
Básica, gerar insatisfação nos profissionais e usuários quanto os serviços de saúde e limitar as
potencialidades de ampliação do elenco de ações na perspectiva da reorganização das práticas
e do modelo de atenção à saúde (SOARES NETO; MACHADO; ALVES, 2016). Ademais, a
100

carência de recursos materiais e insumo interfere na continuidade do atendimento e ocasiona


condições de trabalho desfavoráveis (NORA; JUNGUES, 2013).
Esta é uma realidade que permeia não somente a unidade de saúde do referido
município como também outras em vários cenários do país. Estudo desenvolvido na cidade polo
do Norte do estado de Minas Gerais, Montes Claros, com 75 equipes de saúde da família da
zona urbana e rural cadastradas no município, evidenciou uma avaliação majoritariamente
negativa quanto aos equipamentos das unidades de saúde por parte dos profissionais que
compõem as equipes. Logo, as falhas na disponibilidade de insumos revelando a necessidade
de investir na melhoria da estrutura organizacional para que se agregue mais qualidade ao
cuidado em saúde (MOREIRA et al., 2017).
Outro profissional de saúde participante do estudo apresentou ainda a deficiência
na provisão de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para garantia da segurança no
momento do processo de trabalho:

(...) a gente vê que falta uma máscara, falta um jaleco que é do plástico,
eu trago o meu. (P06)

Na verdade, a adesão ao uso de equipamentos de proteção na APS há muito tempo


é negligenciada pelos profissionais de saúde devido à falta de hábito, desconforto, esquecimento
ou não gostar, além da falta de percepção quanto aos riscos ocupacionais existentes e da
susceptibilidade a estes durante o exercício da profissão (VIEIRA et al., 2015). Contudo, com
o surgimento da pandemia causada pela Covid-19, parece que estes equipamentos nunca foram
tão urgentes e necessários para garantir a segurança do profissional de saúde e do paciente no
momento da consulta.
Nesse contexto, houve um aumento expressivo do consumo de EPI relacionada à
paramentação dos profissionais de saúde das equipes e de apoio da APS, como auxiliares de
serviços gerais, porteiros e agentes administrativos, pois segundo recomendação da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária estes devem utilizar EPI no período de pandemia (BRASIL,
2020). Isso, portanto, acarretou impactos financeiros no orçamento público, ocasionou escassez
desses produtos e gerou dificuldades na aquisição dos mesmos (SARAIVA et al., 2020). No
entanto, conforme a Norma Regulamentadora 32, o uso de EPI é obrigatório na UBS e devem
ser disponibilizados pelo empregador (BRASIL, 2011), cabendo ao profissional aderir ao uso
e atentar para a proteção e dos pacientes e exigir caso não esteja disponível (SARAIVA et al.,
2020).
101

Por sua vez, os familiares indicaram a carência na oferta de alguns medicamentos


prescritos pelo profissional para uso do paciente adolescente:

(...) a única coisa que algumas vezes não chega a ter é remédio,
remédio ali no posto em alguns tipos de medicamento a gente atravessa
umas dificuldades. (F03)
(...) porque quando a gente procura nunca tem, a gente procura um
remédio ou uma medicação, nunca tem. (F06)

Para alguns autores a disponibilidade de serviços ainda é a principal barreira de


acesso à saúde no Brasil. Este é um problema que persiste no setor público do país, ao se
constatar como nos depoimentos acima os desafios enfrentados com relação a disponibilidade,
obtenção ou falta de medicamentos pela população. Em estudo realizado por levantamento de
informações numa amostra representativa de serviços de APS em municípios de todas as
regiões do país, observou-se a baixa disponibilidade de medicamentos entre usuários que
declararam ter acesso total a medicamentos por meio de unidades dispensadoras do SUS
(ALVARES et al., 2017).
Todavia, o acesso a medicamentos é um componente indispensável para que a
população tenha uma cobertura equânime e universal de saúde de modo resolutividade e de
qualidade, sendo reconhecido inclusive pela Organização das Nações Unidas como um dos
cinco indicadores relacionados a avanços na garantia do direito à saúde (HORGERZEIL;
MIRZA, 2011). No Brasil, a garantia de acesso aos medicamentos é particularmente importante
no âmbito da APS, ao se caracterizar como porta de entrada no SUS e parte integrante do
processo de promoção, recuperação e prevenção de algumas das doenças mais prevalentes na
população (ALVARES; ACURCIO, 2017).
A escassez de materiais educativos para uso em consulta no momento de orientação
com adolescente foi outro elemento denotado também por familiar e profissional:

Eu acho que falta, falta materiais educativo, que tinha num era numa
época, acho que falta mais um pouco desse atendimento educativo,
seria bom. (F04)
(...) porque não tem, assim, não eu não tenho acesso, se eu quiser
mostrar aqui em relação fotos, em relação a doença sexualmente
transmissível que chegue um com dúvida queira saber, eu tenho que
abrir no meu celular para mostrar do meu jeito, mas material não tem.
(P13)
102

Entre os desafios impostos para efetuar cuidado aos adolescentes no âmbito da APS,
ainda está o fato da escassez de materiais didáticos-pedagógicos que subsidiem os profissionais
de saúde no momento da consulta (SILVA; ENGSTROM, 2020). Sabe-se que a utilização de
materiais educativos é de grande valia no desenvolvimento de intervenções preventivas e cabe
ressaltar a importância da prévia adequação destes às realidades locais para que se alcancem os
objetivos propostos (BRASIL, 2017). No entanto, a ausência de recursos materiais não pode se
tornar uma justificativa plausível para a não realização das atividades preventivas com os
adolescentes, uma vez que o processo educativo tem como principais protagonistas o educador
e o educando (FONTANA; SANTOS; BRUM, 2013).
Além de tudo isso visto, o profissional de saúde revela que ao dispor de
equipamentos, materiais e insumos na unidade para a assistência à saúde, estes ainda são de
baixa qualidade pela forma de aquisição da gestão municipal através das contratuais licitações:

(...) não são suficientes, eu digo a qualidade porque todo que trabalha
é com licitação, todas as prefeituras trabalham com licitação. Então, o
que é que vence, quem tem o menor preço, então, quem tem menor
preço tem menor qualidade, basicamente é isso. (P10)

O processo de compra por meio de licitação como apresentado pelo participante


deste estudo visa contratar ou adquirir algo de forma transparente, a fim de disponibilizar iguais
oportunidades de participação aos interessados. Porém, uma questão que assola a administração
pública são as licitações pelo fato de, na maioria das vezes, se apresentam do tipo menor preço
trazendo consigo a baixa qualidade dos produtos e gerando prejuízos à administração pública,
além de situações de recompra, quebras de contrato, entre outros (MEDEIROS et al., 2014).

5.3 Profissionais das equipes de saúde da UAPS no cuidado à população adolescente

Nesta segunda categoria temática, elaborou-se sete subcategorias em relação aos


profissionais no atendimento aos adolescentes da comunidade; atendimento dos profissionais
aos adolescentes na unidade de saúde; deficiência no cuidado dos profissionais aos adolescentes
da comunidade; relação estabelecida entre os profissionais com os adolescentes; situação dos
profissionais no atendimento ao adolescente; e qualificação dos profissionais para assistência
ao adolescente, apresentadas na sequência abaixo.
103

5.3.1 Profissionais no atendimento aos adolescentes da comunidade

Os participantes do estudo apresentaram nos seus depoimentos que a unidade de


saúde é composta por diferentes profissionais de saúde, com destaque para os médicos,
enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes comunitários, cirurgiões-dentistas e auxiliares
de saúde bucal no atendimento aos adolescentes:

Tem a enfermeira e um médico, uma doutora que ela já foi até embora,
eles vêm de fora, ela veio e ficou um bom tempo, ela ajudou todo
mundo, pronto aí chegou o tempo dela, ela foi embora, quem ainda
ajuda mais é as enfermeiras. (A01)
Eu não tenho o que reclamar não, tem é o ginecologista, a médica, só
ela mesmo. (A04)
Tem médico, tem enfermeiro que são esses de cabeça que eu lembro e
que eu sei. (A10)
Tem os médicos, os enfermeiros que têm esse primeiro, têm as
enfermeiras. (F02)
No posto, no posto a gente tem médicos, tem técnico de enfermagem,
tem os agentes de saúde, que são os que mais presentes na comunidade,
conhece mais. (F08)
Tem o médico que atende, a enfermeira, tem o dentista, tem esses
profissionais na unidade. (P06)
Há profissionais sim, médicos, enfermeiros, os próprios ACS [Agente
Comunitário de Saúde] na ponta podem estar resgatando esse público
(...). (P09)
(...) nós temos aqui no posto o técnico de enfermagem, enfermeiro,
médico, dentista, auxiliar de saúde bucal, o vacinador, todos esses
profissionais estão disponíveis para o atendimento ao adolescente.
(P12)

A composição de profissionais médicos e enfermeiros somados aos agentes de


saúde e opcionalmente cirurgiões dentistas e técnicos ou auxiliares em saúde bucal nas equipes
mínimas de Saúde da Família (TESSER; NORMAN; VIDAL, 2018) constitui-se como
estratégia prioritária para a oferta de atenção à saúde da população e visa à reorganização da
Atenção Básica no país, de acordo com os preceitos do sistema de saúde. É considerada como
estratégia de expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica, por possibilitar uma
104

reorientação do processo de trabalho com maior potencial de aumentar a resolutividade e


impactar na situação de saúde dos usuários e coletividades, além de propiciar uma relevante
relação custo-efetividade (BRASIL, 2017).
Entretanto, a realidade é que ainda há, por vezes, a deficiência ou ausência de
profissionais, tais como médicos, enfermeiros e cirurgião dentista para a oferta de atendimento,
conforme expressa os adolescentes e seus familiares nos excertos abaixo:

(...) às vezes quando eu vou, às vezes não tem, mas acho que é provável
ter, não tinha nenhum enfermeiro e nenhum médico. (A02)
Nunca tem médico, nunca tem nada, a gente vai perder tempo passa o
dia todinho no posto, só para perder tempo e eu acho que isso (...) (F01)
Eu não tenho como levar porque nunca tem dentista para poder levar,
nunca dá certo, uma vez eu levei ela no UPA [Unidade de Pronto
Atendimento]. (F02)

A ausência de profissionais como enfermeiros e especialmente médicos é uma


realidade bastante comum nas UAPS do Brasil. Publicações relacionam a insuficiência com a
má distribuição geográfica e com a falta de profissionais na APS, atribuindo-se principalmente
as causas da escassez à crescente demanda devido ao aumento de estabelecimentos de serviços
de saúde públicos e privados (SCHEFFER; CASSENOTE; BIANCARELLI, 2015). Com a
reforma da APS nas Américas e a implantação da ESF, a qual criou equipes multiprofissionais
de saúde e ampliou o atendimento da população brasileira, consequentemente também
aumentou a necessidade destes profissionais para atendimento (OLIVEIRA et al., 2017).
Não obstante, destaca-se que a presença desses profissionais de saúde na oferta de
atendimento nas unidades é um critério imprescindível e privilegiado para as ações de
promoção, proteção e reabilitação da saúde e prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças.
Em atenção à saúde da população adolescente, especialmente no que se refere aos aspectos
sexuais e reprodutivos, integrada à política de prevenção e controle de IST/Aids e à política de
saúde da mulher com uma abordagem que respeite as necessidades e especificidades dessa faixa
etária (BRASIL, 2010).
Assim sendo, a enfermagem com destaque para a enfermeira se mostrou como
profissional da equipe preponderante na produção do cuidado à população, como apresentado
nos depoimentos que seguem de familiares e profissionais de saúde:
105

(...) até porque nem médico tem, é só enfermeira, tudo passa pela mão
da enfermeira, a enfermeira que a gente fica olhando para ela. Aí sim,
se acontecer alguma coisa de algo muito ruim, é que ela passa para a
mão de outro profissional (...). (F05)
Quanto tem é só as enfermeiras mesmo fazendo uma triagem e só, é só
o que a gente vê mesmo. (F06)
(...) para atender o adolescente principalmente a enfermagem, a
enfermeira dedicada a área tem enfermeira para cada área e cada área
tem uma atendendo. (P03)
(...) pode ser o enfermeiro, o médico, assim, a gente vê mais a questão
da equipe, a gente tem os enfermeiros em maior número do que os
médicos, então, teoricamente estariam mais disponíveis para o
atendimento. (P08)

É bastante provável que o primeiro contato da população no serviço de saúde como


identificado acima seja com a equipe de enfermagem, ao representar metade da força de
trabalho em saúde no Brasil e agregar mais de dois milhões de trabalhadores nos níveis de
auxiliar, técnico e superior, assim, formando aproximadamente um total de 23% de enfermeiros
e 77% de técnicos e auxiliares de enfermagem (PERSEGONA; OLIVEIRA; PANTOJA, 2016).
A quantidade significativa de profissionais nos municípios inseridas no SUS e trabalhando nos
setores público, privado, filantrópico e de ensino que representa a força de trabalho da
enfermagem atualmente é incipiente e pouco estudada (SILVA et al., 2020).
De qualquer modo, a referida profissão com destaque para enfermeira se constitui
essencial no serviço e nuclear entre todas as da saúde no Brasil e no mundo. Por ser uma
profissão que atua nas várias dimensões da saúde, a exemplo, na assistência de forma muito
forte, na área da saúde pública e coletiva e presente em todas as fases da vida desde o nascer
até morrer, isto lhe confere a noção sociológica de essencialidade no âmbito das profissões.
Esta tem ganhado cada vez mais expansão nos espaços de atuação com destaque para os
processos e procedimentos do SUS, o que a torna ponto nevrálgico de qualquer sistema, pois
sem ela não há como seguir com o trabalho. Deste modo, tem forte atuação na APS com
destaque nas Práticas Avançadas de Enfermagem que oferece uma perspectiva de maior
eficiência, eficácia e resolutividade (SILVA; MACHADO, 2020).

5.3.2 Atendimento dos profissionais aos adolescentes na unidade de saúde


106

Os familiares deste estudo apresentaram que a atenção dispensada parece variar de


profissional para profissional quando da presença na UAPS, em busca de atendimento para os
adolescentes especialmente no que se refere as informações e orientações:

(...) pela maneira que o paciente é acolhido, recebido e informado,


porque assim, certo, que cada pessoa tem a sua maneira, mas tem
aqueles profissionais que sabe dar uma informação melhor, tem toda
uma paciência, tem todo uma cautela, realmente sabe explicar a
situação e tirar dúvida, já outros talvez pelo tempo ou pela tarefa ou
pelo momento que esteja acontecendo, vou dizer assim, já não tem tanta
aquele tempo para explicar com precisão como o paciente deve se
dirigir, qual profissional ele procurar, qual o setor ele deve procurar
naquele momento, então eu digo alguns. (F03)
(...) alguns aqui que atende, mas tem outros que a gente vai pedir uma
informação, tem muitos que a gente vai pedir uma informação e eles
dão é as costas para a gente. Então nem responde, vira as costas para
gente. Assim, que quando a gente vai dá aquela atenção para a gente e
conversa e tudo, mas tem uns que não estão nem aí. Tem uns que dá até
atenção para gente mais tem outros. (F04)
(...) assim, quando a gente procura às vezes são atenciosos os
profissionais, as vezes são atenciosos, tem uns que são, outros não,
outras chutam logo a gente, trata logo a gente com a cara feia. (F06)

Em casos como estes nota-se a fragilidade de uma postura acolhedora e humanizada


por parte dos profissionais que compõem a equipe de saúde. No entanto, estas ainda são
consideradas sine qua non para promoção de uma escuta atentiva e qualificada, desde a
recepção do usuário na unidade de saúde para proporcionar melhorias de acesso, evitar conflitos
entre usuários, profissional e serviço e criar espaços propícios para a construção de vínculos.
Pois, ao contrário de situações como esta evidenciada no estudo, a implementação do
acolhimento visa reorganizar o serviço no sentido de oferecer sempre uma resposta positiva ao
problema de saúde apresentado pelo usuário (FALK et al., 2010).
Logo, essa tecnologia leve deve estar presente em todos os momentos em que o
usuário comparece na UBS, inclusive na recepção que se comporta como espaço no qual ocorre
o reconhecimento das necessidades do paciente e onde se pressupõe o estabelecimento de
prioridades de atendimento com organização de fluxo. A educação, cordialidade, interesse e
gentileza são elementos de um satisfatório acolhimento e, para que isso de fato ocorra é
necessário que o profissional de saúde tenha interesse em resolver as demandas dos usuários,
107

relacione-se bem com eles e leve em consideração as particularidades e o tipo de demanda


apresentada (PENNA; FARIA; REZENDE, 2014).
Ao contrário da situação retratada acima envolvendo os familiares, outros
participantes do estudo expressaram em seus depoimentos que no atendimento propriamente
dito com os adolescentes, os profissionais demonstram ser educados, atenciosos e cuidadosos,
sobretudo, na forma de abordagem baseada em um diálogo aberto entre pares com ênfase para
uma escuta qualificada:

(...) é a gente chega lá [unidade de saúde investigada], eles


[profissionais de saúde] são bem-educados e nunca aconteceu da gente
chegar e falar alguma coisa e a mulher rebater, a me rebater, sempre
foram muitos educados. (A01)
(...) eles cumprem com o dever deles, de forma que você sinta que está
seguro naquele atendimento, sendo atencioso, educado, não sendo
grosso com você como alguns lá [unidade de saúde investigada] de são.
(A03)
(...) pelo jeito que que eles tratam a gente, são é educado, essas coisas.
É bom, porque eles dão atenção. É bem boa e bom não é ruim não.
Quando a gente vai lá [unidade de saúde investigada] fazer uma
consulta, ele fala, eles são muito educados, tem uma atenção, é isso é
educação para bastante educado, atenção, fazem exame para saber
como a gente está. Pelo jeito que eu sou atendida, é bom, como eu já
falei, são bastante educados, dão bastante atenção, e isso daí é bom.
(A04)
(...) eles dão uma atenção, falam, perguntam, essas coisas. Eu acho que
eles estão certo, assim, respeitando, falando, dando atenção, essas
coisas e, é bom. (A05)
Foi bom, foi rápido, foi atenção, foi bem recebido e foi como atenção,
perguntaram do que eu estava precisando, porque eu fui bem recebido
com atenção. (A06)
(...) explicando direitinho as coisas de forma certa, ele [profissional de
saúde] explica direito e não interrompe muito, ele dá assim atenção em
geral. Eu acho isso muito bom, porque eu não gostaria de ter um
profissional que não me desse essa atenção logo do tipo que me
explicasse pouco. (A07)
Eles examinaram ela, orientaram ela, conversaram com ela, que eu não
me lembro nem o que era mais o atendimento (...). (F02)
(...) através de uma linguagem simples, próxima do adolescente,
através as vezes de uma conversa inicial sobre termos aleatórios para
deixar uma adolescente mais à vontade para depois ir para o para
108

questão, mas é assim, eu tenho que fazer dessa forma para que o
adolescente se sinta à vontade. (P11)
(...) quando o adolescente ele nos procura, certo, ele por exemplo, eu
atendo alguns aqui, são acolhidos de forma devida, são escutados de
forma devida, são acompanhados falando de forma devida. Quando o
adolescente nos procura aqui a gente, a gente tenta deixar o mais à
vontade possível. É dessa maneira de como eu estou lhe dizendo, eu
tento deixar o adolescente o mais o mais à vontade possível para que
ele possa realmente se expressar e estou tendo êxito apesar de querer
um volume muito maior desses, desses adolescentes aqui, mas é dentro
do que a nossa realidade, dentro do que realmente a gente atende aqui,
eu tento deixar o adolescente o mais à vontade possível, para que ele
possa realmente, poder se expressar de forma mais livre e a gente poder
verdadeiramente ajudar, porque muitas vezes o adolescente, ele tem ele
tem medo, tem receios, tem dúvidas, tem vergonha, isso é essas
barreiras que a gente tenta romper para que a gente possa ter um
trabalho realmente produtivo com esse pessoal. (P12)
A gente tem que saber, como o adolescente tudo é muito novo, tudo
muito é complicado, a gente tem que saber como entrar, como
conversar, como saber coletar as informações dele, respeitando a
individualidade de cada um, mas a gente tenta da melhor forma. (P13)

Reconhece-se que de fato a escuta e o diálogo são ferramentas importantes e


necessárias no processo da atenção à saúde da população, especialmente por considerar os
princípios, diretrizes e políticas que norteiam o modelo de atenção viabilizado pelo SUS
(SILVA; VASCONCELOS; SOUZA, 2021). Nesse sentido, ao passo que o profissional
estabelece uma relação mais horizontalizada com o paciente a partir do acolhimento, da escuta
sensível, de diálogo e de orientações, demonstra interesse pelas queixas que contribui para o
estabelecimento de vínculo com os usuários (SANTOS et al., 2016). Possibilita também
conhecer as condições de saúde e vida do paciente, suscitando uma atmosfera de confiança e
respeito mútuo que oportunize a resolução dos problemas identificados por ambos (SANTOS;
NERY; MATUMOTO, 2013).
Além do mais, o Ministério da Saúde (2019) recomenda que no atendimento ao
adolescente o profissional utilize a Estratégia de Integração de Manejo dos Adolescentes e suas
Necessidades (IMAN), construída em 2005 pela Organização Pan-Americana da Saúde para
preencher uma lacuna no atendimento a adolescentes na Atenção Básica. Entre os objetivos
propostos pela referida estratégia, acentua-se a relevância de perguntar por meio da anamnese
ou do responsável as queixas que o motivaram a ida e os antecedentes; observar que inclui
109

exame físico, determinação do estágio puberal e medidas antropométricas; avaliar, determinar


ou diagnosticar que aborda questões psicossociais e referência a serviços de maior
complexidade; tratar quando identificado uma doença com tratamento pertinente; acompanhar
de acordo com a condição clínica; e aconselhar ou orientar com manejo sem preconceitos e
refletindo em conjunto para encaminhamento.
Soma-se isto as condutas de cunho ético adotadas pelos profissionais de saúde no
tange o respeito ao paciente, a privacidade na consulta e o sigilo de informações, embora
existam também problemas desta ordem envolvendo os profissionais, adolescentes e familiares,
como identificado nos depoimentos dos participantes a seguir:

(...) na hora que eles [profissionais de saúde] vão avaliar e verificar a


gente, tomam cuidado para não tocar em lugares errados para que
você não se sinta confortável, eu não me senti desconfortável, eu não
me senti desconfortável. (A03)
Eu considero sim, com toda certeza, eles [profissionais de saúde]
respeitam, não vão com enxerimento e nem com nada, ficam na deles e
atende, vai e faz o que é para fazer. (F01)
(...) eles [profissionais de saúde] atendem muito bem mesmo e quando
a gente entra na sala, é só a gente e o médico, esses últimos
atendimentos que ela teve não tem o que falar não. (F02)
(...) mas a gente [profissionais de saúde] não ficou sugando ela
[adolescente] para saber o porquê, a mãe estava perto, o pai estava
perto, aí que o médico falou, vou marcar uma consulta para você e a
gente vai conversar, porque ela vai se sentir mais segura em falar,
porque que ele desenvolveu isso, que na realidade as vezes eles não
querem falar na frente dos pais, na frente de uma mãe, na frente de um
pai, na frente de um irmão, perto de tudo. E eles estavam aqui, e eles
todo tempo perguntando porque que ela estava sentindo isso. O médico
mandou ela parar, vamos agendar uma consulta e a gente vai
conversar, ela se sentia segura em falar. (F04)
(...) eles [adolescentes] procuram a unidade e a gente atende com muito
sigilo, tudo é com muito sigilo porque o adolescente ele não gosta de
se expor e quando ele vem é que é nas últimas, não tem a onde procurar,
ele vem e a gente tem que atendê-los é com descrição. (P02)
(...) nunca vi aqui que ninguém aqui comentando ou falando de uma
pessoa, ou de um certo paciente ou de outro paciente adolescente, a
ética aqui é central, é sempre abordada. (P03)
(...) nessa questão de que assim, as vezes ele [adolescente] chega aqui
e a dentista conversando com ele e as vezes a gente, ele fala que era
110

usuários alguma coisa, pronto, ali ela trata do mesmo jeito, atende
bem. E eu acho que isso é uma questão de ética não repassa para nada,
a gente fica, tudo que acontece fica aqui na sala não se espalha. (P05)
Pelo que eu tenho visto sim, é reservado a questão de exames, as
meninas que fazem, a enfermeira, só entrega o resultado se for com o
pai, tem uma parte mais assim sigilosa, eu o que eu tenho presenciado
apesar de eu não estar muito lá, as o que eu tenho presenciado, o que
eu vejo é que tem sempre esse cuidado. (P06)
(...) porque a gente não tem ouvido falar, nem de profissional para
profissional de por exemplo um pai vindo depois da unidade falar e
reclamar como quebra de ética, não, não tem isso aqui não. (P11)
Realmente eu posso falar que pelo menos dentro do que a nossa
realidade aqui no posto, as pessoas são muito éticas, as pessoas são
muito, são muito profissionais e dentro desse contexto, é a gente tenta
adequar o máximo possível do que é dentro do programa específico de
cada, de cada categoria, de cada setor, de cada área, de cada
categoria, de cada idade, por exemplo, de cada problema. (P12)
(...) agora também já aconteceu causas de falta de respeito a ética, que
já teve em questão religiosa, às vezes uma pessoa vai fazer uma visita
numa casa e ela tem uma religião, por exemplo, o agente saúde tem
uma religião tal e a mãe falou para a agente de saúde que achava que
a filha era lésbica, ela foi logo em rezar, dizer que isso era errado, que
ela tinha que procurar ajuda para melhorar disso e tal e ela veio a
menina se consultou com a psicóloga e após a consulta a mãe veio com
a agente atrás de saber o que a menina tinha falado se ela era
realmente gay, a psicóloga não, isso não, o que ela conversou comigo
na sala é sigiloso entre mim e ela, ela vai continuar vindo ainda alguns
dias, algumas vezes e eu peço que a senhora respeite tudo e a mãe tinha
vindo até com diário da menina na mão, então, às vezes acontece sim.
Acho que muitas vezes a pessoa deixa a sua crença o que ela acha
interferir na vida das pessoas. (P14)

O atendimento de adolescentes tem particularidades que envolvem questões


bioéticas, éticas e legais (TAQUETTE, 2010). Os princípios éticos no cuidado aos adolescentes
se referem especialmente à privacidade, caracterizada pela não permissão de outra pessoa na
consulta. Existe também a confidencialidade e sigilo (BRASIL, 2017) definida como acordo
entre profissional da saúde e paciente de que as informações não podem ser passadas sem
permissão (TAQUETTE, 2010), apenas em casos expressos mediante permissão do paciente ou
aplicação de lei, sendo está última regulamentada por muitos dispositivos legais e código de
ética específico de cada profissão. E, ainda, a autonomia que significa o respeito do profissional
111

sobre a decisão e as escolhas livres de adolescentes contida no Capítulo II do art. de nº 17 do


ECA.
Apesar disso, estudo através de uma de revisão integrativa da literatura evidenciou
a ocorrência de diversos problemas éticos presentes na ESF, incluindo aqueles envolvendo o
grupo de adolescentes, como a quebra de confidencialidade, sigilo de informações e desrespeito
entre profissional e paciente e vice-versa. Esses problemas por muitas vezes fazerem parte do
cotidiano da unidade de saúde acabaram passando despercebidos e as falhas em reconhecê-los
prejudicaram a assistência e implicaram no rompimento do vínculo entre paciente e
profissional, tornando necessário construir saberes e desenvolver competências para levantar e
solucionar as questões éticas (DOURADO et al., 2020).
Além dessas questões, no momento do atendimento o profissional de saúde tem
buscado promover a autonomia do paciente enquanto adolescente:

(...) eu tento deixar o adolescente a vontade, a questão se ele se sente à


vontade na presença dos pais, se necessário solicito o pai que por favor
se retire durante o momento que eu oriento que a consulta médica é
sigilosa e oriento que o paciente sim tem autonomia assim de vim
buscar o posto de saúde. Então precisa necessariamente vir
acompanhado dos pais, ele é um paciente adolescente, ele tem
autonomia de buscar a unidade de modo livre está certo e a gente
[profissionais de saúde] estamos aqui para isso, para oferecer cuidado,
educação e prevenção e promoção dessa saúde. (P15)

Verifica-se que situação como esta costuma igualmente gerar conflitos na ESF,
devido ao atendimento de menores de idade sem consentimento dos pais ou responsável legal
(DOURADO et al., 2020). Todavia, com base no princípio da autonomia os adolescentes podem
ser atendidos sozinhos caso desejem no sentido de garantir o direito à privacidade, uma vez que
é indispensável para melhorar a qualidade da assistência, promover a saúde e prevenir agravos.
Deste modo, o profissional deve respeitar as decisões e as escolhas do menor de idade, sempre
que este apresentar em sua avaliação capacidade para tal (BRASIL, 2017).
Além disso, promover orientações e esclarecimentos a população de adolescentes
utilizando uma estratégia participativa pode facilitar a construção de sua autonomia, tornando-
os corresponsáveis pela sua própria saúde. Logo, as práticas de saúde devem ser pautadas na
elaboração da responsabilização clínica e da intervenção resolutiva e os profissionais devem
ser resolutivos e facilitadores de todo este processo, como forma de assegurar a integralidade
da atenção e autonomia do paciente adolescente no cuidado em saúde (COSTA et al., 2012).
112

Nesta direção, os profissionais de saúde relataram ainda que os atendimentos aos


adolescentes são baseados no que está descrito nos protocolos clínicos:

(...) sempre que precisa, quando a gente [profissionais de saúde] atende


aqui pacientes adolescentes na farmácia clínica, a gente procura
métodos que estão já descritas nos protocolos. (P08)
(...) todas as ações que são desenvolvidas pelas equipes de saúde, elas
têm os protocolos. Então, eu acredito que no posto todos os
profissionais eles têm um conhecimento desses protocolos e que todo
mundo procura seguir nessa área seja na adolescência, seja o
hipertenso, então eu acredito que os protocolos sejam seguidos. (P09)

O fenômeno atual de modernização da gestão de sistemas e modelos de


planejamento em redes de saúde, fundamenta-se na necessidade de regulação do trabalho dos
profissionais nos serviços de saúde (HARRISON, 2002). Nos processos de regulação, verifica-
se os protocolos como parametrizadores nas diferentes situações de trabalho. Logo, o domínio
destes protocolos é um dos ingredientes basilares das competências profissionais. Dominar
saberes técnicos-científicos adquirido previamente é imprescindível para o agir profissional,
com competência frente às situações cotidianas do trabalho (WARMLING;
BALDISSEROTTO; ROCHA, 2019).
Deste modo, o uso de protocolo no atendimento ao adolescente se configura como
importante caminho na organização do trabalho da equipe, principalmente quando se leva em
consideração a adequação nas unidades as características sociais, econômicas e culturais, as
necessidades específicas e o perfil epidemiológico da população. Estudo que objetivou
desenvolver um protocolo para atendimento ao adolescente em unidade de saúde do município
de Santa Bárbara, Minas Gerais, apresentou que este após implantado e implementado de fato
permitiu tornar visível esta clientela e a sua demanda em relação a necessidade de uma
assistencial integral. O protocolo permitiu a reorganização da unidade do processo de trabalho,
o papel de cada profissional na abordagem, a sistematização das atividades e se mostrou
positivo no impacto dos indicadores de saúde (SILVA, 2011).
Outros participantes do estudo relataram que os profissionais oferecem abertura de
espaço para que os adolescentes possam tirar suas dúvidas, ao mesmo tempo que realizam
orientações para a promoção da saúde e prevenção de agravos. Por exemplo, a realização de
atividade física, a ingesta de uma alimentação saudável, a prevenção de IST, entre outras:
113

Porque assim, quando ela vai, elas orientam ela, olha tu vai fazer isso,
tu faz aquilo, educação física, faz exercícios, tem que se alimentar
assim, tem que tem que se trabalhar mesmo em ti e eles ajudam muito
nisso. (F02)
(...) no atendimento em si de tirar dúvidas de tirar, mas principalmente
em tirar dúvidas dos adolescentes, porque os adolescentes têm muitas
dúvidas. Olha, assim, eles têm as orientações, ele tem as orientações
sobre as vacinas, ele recebe as orientações sobre as IST’s [Infecções
Sexualmente Transmissíveis], sobre o HPV [Papiloma Vírus Humano],
tudo com embasamento científico. Quando um paciente, um cliente ele
chega ele pergunta o que é isso, para que você vai explicar, tem todo
um embasamento científico. (P03)
(...) muitos adolescentes vêm aqui que nem na sala de vacina, ele vem
com muita dúvida em relação ao HPV [Papiloma Vírus Humano]
porque que eu tenho que tomar essa vacina, a gente vai explicar que é
uma doença, que é uma vacina para evitar o câncer de colo de útero,
que não é só a menina no homem também pega, os tipos de vírus mais
agressivo, a gente explica o que está lá na vacina. (P04)
(...) de orientação, de orientação de dieta, de fio dental, como escovar,
a gente sempre está orientando, então. (P06)
(...) uma disposição no dia que quiser, eles retornarem para esclarecer
mais dúvidas, no dia que iniciar a relação sexual, quiser buscar
realmente, me deixo a disposição qualquer dia qualquer horário, está
certo, se tiver alguma questão de agenda qualquer coisa. (P15)

As orientações como expressadas pelos participantes acima se configuram de fato


como importante estratégia realizadas pelos profissionais no âmbito dos serviços de saúde e
espaços sociais para viabilizar a promoção da saúde dos adolescentes, pois parte destes na
maioria das vezes desconhecem ou pouco sabem sobre o fato de que as mudanças de hábitos de
vida podem interferir direta ou indiretamente no processo saúde-doença. Além disso, as
estratégias tradicionais utilizadas, na maioria das vezes, são pouco eficazes e eficientes nas
intervenções e há necessidade de novas formas para conscientizar o usuário de forma individual
ou coletiva sobre a importância das mudanças comportamentais em prol de uma vida mais saúde
(COSTA et al., 2011).
Estudo que objetivou identificar as ações de promoção da saúde desenvolvidas na
ESF por meio de revisão de literatura entre os anos de 2015 e 2016, apresentou que dentre as
estratégias organizadas pela equipe da ESF para promover a saúde deste público, a orientação
para a população em geral foi a ação mais citada nas referenciais bibliografias estudadas. Tais
114

orientações incluíram a importância de uma alimentação saudável e da prática regular de


atividade física, as questões de saúde sexual e reprodutiva, a prevenção de Infecções
Sexualmente Transmissíveis, o consumo de bebida alcóolica e uso de tabaco e outras drogas
ilícitas (BRIXNER et al., 2017).
Este cuidado ofertado pelo profissional de saúde tem extrapolado o adolescente e
alcançado o familiar que o acompanha e participa também do atendimento, conforme relatado
pelo participante no depoimento abaixo:

(...) eu gostei muito dos atendimentos dela [profissional de saúde],


porque assim, eles veem a gente muito como família, se sentem no lugar
da gente, não é porque ele é um profissional e que a gente é um paciente
que não vai ser assim. Eles têm um carinho pela gente, têm atenção,
conversam com a gente, eu não tenho que falar deles não, até agora,
não sei depois. (F02)

Em casos como este que a consulta do adolescente envolve a presença de um


parente ou responsável legal, não se pode considerar apenas o paciente que necessita de
atendimento em relação ao processo saúde e doença, mas também esta pessoa que o acompanha
durante este momento na unidade de saúde. Portanto, os serviços de saúde na esfera da APS
devem se responsabilizar por esse indivíduo e lhe garantir acesso de forma ampla (SILVA;
VIEIRA, 2014). Nesse contexto, percebe-se a importância da produção do cuidado inicializada
na APS, pois nessa esfera de atenção há importantes elementos que se aliam a um cuidado em
saúde ampliado, a partir de proximidade, responsabilização e humanização nas práticas com os
usuários que a procuram tanto de modo direto como indireto (MENDES, 2012).

5.3.3 Deficiência no cuidado dos profissionais aos adolescentes da comunidade

Em oposição ao que se apresentou acima, outros participantes do estudo


evidenciaram em seus depoimentos uma deficiência de atenção e cuidado por parte dos
profissionais aos adolescentes e familiares quando da busca por algum atendimento na unidade
de saúde:

(...) lá [unidade de saúde investigada] não dá atenção, as pessoas são


grossas. Então, você está ali e, é mesmo que você não estar, não dão
atenção não, não são educados, a maioria, a maioria, as vezes são
muito grossas. (A03)
115

(...) eles [profissionais de saúde] não dão mais atenção, tem uns assim
que mal falam, tem uns que ignoram, tem uns que são mais atenciosos.
(A05)
Uma vez eu fui com essa menina no posto, ela acordou cansada, ela
acordou de madrugada cansada, peguei vamos para o posto, eu fui e
quando eu cheguei lá, tinha pessoal para atender, foi que eu falei com
a moça ela olhou para mim, assim, puxa porque que a senhora ficou
até essa hora com essa menina cansada desse jeito, eu disse, eu te
trouxe ela para cá, eu não tinha como sair de madrugada de casa com
ela não, trouxe para cá, pois o médico está atendendo muita gente e
não pode atender a senhora, a senhora vai imediatamente na UPA
[Unidade de Pronto Atendimento] com ela, não vá nem em casa não,
vá imediatamente na UPA com ela, não tem atendimento aqui para a
sua neta não, a senhora quer que a sua neta morra. Eu disse não, se eu
quisesse que ela morresse, eu tinha trazido aqui não, eu trouxe ela para
cá porque aqui tem médico, pois o médico não vai atender ela desse
jeito não, vá correndo, pegue um carro e vá para o médico e como vou
pegar um carro sem ter o dinheiro do carro. Eu vou ter que ir em casa
para ver se eu arranjo o dinheiro, eu trouxe ela para cá porque eu não
tenho nem o dinheiro do transporte, mesmo assim eu voltei com ela,
quando eu cheguei aqui ajeitei meus documentos, ajeitei os documentos
dela e arranjei o dinheiro e fui com ela de ônibus. Graças a Deus,
quando eu cheguei lá foi num instante, fiz a ficha dela, a doutora
chamou logo ela e eu saí de lá era sete horas da noite com ela, mas
esse posto, foi desde desse dia que eu fui com ela muito cansada, desde
desse dia eu fiquei muito chateada nesse posto. (F04)

Estas situações envolvendo os adolescentes e seus familiares expressam


indumentárias contrárias as necessárias ao processo de trabalho em saúde no âmbito da APS,
pois o cuidado em saúde deve emergir como categoria central na prática de quaisquer
profissionais, exigindo que todos aqueles que se dedicam à área compreendam os elementos
constitutivos do cuidado (CARNUT, 2017). Este é conforme os autores Vale e Pagliuca (2011),
parte e sinônimo de palavras como o zelo, a dedicação e a afeição com destaque para o
preocupar-se com o outro. Neste sentido, o cuidado requer do profissional que deseja prestá-lo
alguns atributos necessários, sendo eles a ética nas relações humanas, a solidariedade e a
confiança.
Outro participante familiar expressou que no momento do atendimento o
profissional não realiza exame de maior acurácia no paciente adolescente que representa, de
certo modo, uma atenção frágil e imprecisa:
116

(...) ela não vai ter aquela coisa de examinar ele, de tocar não, ela vai
só olhar um exame e vai olhar se está tudo bem e se não tiver vai para
casa e pronto, não tem aquela questão de atenção, de examinar, não
tem aquele cuidado. (F05)

Na verdade, o exame físico é o procedimento que representa o mais elevado grau


de dificuldade para o profissional de saúde pouco habilitado. Isso, se justifica pelo fato de que
na formação do enfermeiro ou médico, não existem disciplinas específicas que desenvolvem
essa habilidade ao paciente adolescente, levando em consideração o desconforto causado ao
profissional pela manipulação do corpo do indivíduo em pleno desenvolvimento físico e sexual.
No entanto, sempre que possível, o profissional deve realizar o exame físico céfalo caudal ou
céfalo podálico na primeira consulta, iniciando pelo exame da cabeça e terminando nos pés,
incluindo um screening da acuidade visual, pesquisa de cáries dentárias, observação cuidadosa
de pele e mucosas, exame da coluna vertebral, do aparelho genital, entre outros (BRASIL,
2017).
Caso contrário, encaminhamentos desnecessários do paciente adolescente a outro
serviço podem possivelmente ocorrer para uma avaliação de saúde mais complexa, conforme
demostrado no depoimento que segue do participante do estudo:

Eles não fazem na hora, é chato porque as vezes nem necessita daquele
exame, eles passam para outro e vai ver é outra coisa mais leve
entendeu. (A04)
Compreende-se que situação como está retratada neste estudo representa um
descompasso no cuidado ao paciente no âmbito da APS. Este nível de atenção ao se caracterizar
como porta de entrada preferencial do SUS e gerenciadora do cuidado dos usuários na
efetivação do ordenamento e da integralidade, deveria apresentar capacidade clínica e de
cuidado entre as equipes, com grau de incorporação de tecnologias duras (diagnósticas e
terapêuticas) para a alta resolutividade dos problemas apresentados pelos pacientes e não ao
contrário com o referenciamento do paciente com condição sensível a própria unidade básica
(BERNARDINO et al., 2020).
A regulação da assistência também deveria servir como um filtro para os
encaminhamentos desnecessários, selecionando o acesso dos pacientes às consultas e/ou
procedimentos apenas quando estes apresentassem alguma indicação clínica para realizá-los.
Essa ação de filtro deveria provocar a ampliação do cuidado clínico e da resolutividade na
Atenção Básica, evitando a exposição dos pacientes a consultas e/ou procedimentos
117

desnecessários de prevenção quaternária. Isto, porque esses processos otimizam o uso dos
recursos em saúde, impedem deslocamentos desnecessários e trazem maior eficiência e
equidade à gestão das listas de espera (BRASIL, 2015).
Ademais, em seus depoimentos os participantes revelaram também a inexistência
da realização de vistas domiciliares aos adolescentes da comunidade por parte dos profissionais
de saúde, uma vez que o processo de trabalho em saúde se restringe exclusivamente aos espaços
da referida unidade de saúde:

(...) os profissionais nunca vieram aqui não, eu não posso dizer para ti
que alguma vez a gente recebeu uma visita porque não. (F03)
Ela [Agente Comunitário de Saúde] é ótima, sempre tem vindo aqui, é
ótima, mas nunca ninguém do posto veio aqui, aqui nunca veio
ninguém. (F07)
Porque assim, a gente está mais aqui durante o dia, a gente não anda
na comunidade, porque que anda mais são os agentes comunitários de
saúde e estes estão com contato mais direto, o nosso [trabalho] é
quando esse adolescente vem aqui na unidade de saúde. (P04)
(...) assim, porque primeiro, a gente [profissionais de saúde] não
trabalha assim, saindo para vistas, a gente fica mais dentro, a gente
fica mais interno, então, a gente atende as pessoas que nos procuram,
a gente não sai à procura deles para de saber quem é quem, para a
gente ter aquela certeza. (P05)

Em outro estudo realizado por Vieira et al., (2014) conforme apresentado


anteriormente, observou-se que as visitas domiciliares aos adolescentes ao contrário do
encontrado neste estudo ainda se desenvolviam, especialmente quando as meninas da
comunidade estavam gestantes ou puérperas ou quando eles apresentavam alguma doença ou
agravo em saúde. Essa atividade também ocorria, em menor frequência, quando se queria
identificar situações de risco, captar aqueles que não aderiram ao tratamento ou convidar os
usuários para atividades educativas. Deste modo, esses elementos caracterizando a passividade
dos usuários diante de tais atividades e a participação normativa da população adolescente.
Percebeu-se ainda no mesmo estudo que as atividades realizadas durante as visitas
domiciliares na maior parte das vezes, possuíam caráter essencialmente individualista e
curativista, apesar da proposta da ESF ser do cuidado estendido e ampliado ao âmbito familiar
e domiciliar. Além disso, identificou-se durante as observações realizadas que a abordagem ao
paciente adolescente, nesse cenário, era feita sempre ao indivíduo com queixa de uma doença
118

ou que necessitava de exames complementares ou procedimentos curativos, o que representa


um entrave à promoção da saúde neste âmbito da APS.
Opostos as informações apresentadas acima, outros depoimentos evidenciaram que
estas vistas são realizadas apenas pelos agentes comunitários de cada área de sua abrangência:

(...) o único que tem é o José [nome fictício] assim, porque quem vem
mais por aqui é o José. O José vem ele diz os dias das consultas, no dia
que tem atendimento no posto, a gente só sabe mais das coisas por
causa dele (...). (F01)
(...) quando acontece uma coisa, é uma vacina, está tendo isso, está
tendo aquilo, o José [nome fictício] ele avisa, ele avisa, está tendo isso,
já levou ela, está tendo prevenção, tu já levou ela, ele eu não tenho que
falar dele não (...) (F02)
O agente da nossa área que é o José [nome fictício]. O José sempre
está vindo, está perguntando como é que está, está perguntando se
vacina está em dia, se a gente quer consulta e isso daí particularmente
nós aqui a gente não tem do que reclamar não. (F03)
(...) eu tenho nas minhas visitas, sempre é o que, como a nossa unidade
oferece, primeira coisa que eu faço é tentar quando eu vê-las tentar
saber como é que está, a questão da vacinação dele, da imunização
dele se está com as vacinas, qual a vacina que tomou, qual a vacina
que não tomou, eu pergunto tem mais alguma coisa mais a desejar,
falar, quando não, quando cita alguma situação que está passando, eu
digo pois vamos no posto comigo, para tentar essa consulta quando
quer fazer um teste, alguma coisa, um exame, vamos, e assim a gente
vai tentando levar, é um jogo de cintura que a gente tentar resgatar e
trazer, porque eles não vem aqui. (P01).

Entre as intervenções desenvolvidas pelos agentes da unidade de saúde à população,


de fato a realização da vista domiciliar como observado nos depoimentos dos participantes é
parte de suas atribuições específicas, a qual tem como objetivo viabilizar o acompanhamento
dos usuários, das famílias e da comunidade de forma integral (BRASIL, 2011). Diferentes
autores atribuem à visita domiciliar a concepção de instrumento principal do trabalho do agente
de saúde, sendo uma das suas atividades considerada como mais importante na área da saúde
(KEBIAN; ACIOLI, 2011). Além disso, a visita domiciliar é importante para o estabelecimento
de comunicação entre os profissionais e as famílias, aumento da presença dos usuários aos
serviços de saúde, maior acesso às informações sobre os serviços disponíveis e melhor
119

compreensão das necessidades e dos contextos das famílias acompanhadas (BARALHAS;


PEREIRA, 2011).

5.3.4 Relação estabelecida entre os profissionais com os adolescentes

No cotidiano da ESF, as relações interpessoais estabelecidas entre os pares têm se


revelado como uma parte de sua contextualidade. Nesse sentido, ao pertencerem a comunidade
onde está inserida a unidade de saúde, os agentes comunitários parecem apresentar uma maior
interação e vínculo com os adolescentes e seus familiares, conforme é destacado pelo
profissional de saúde no excerto abaixo:

(...) principalmente o agente de saúde porque eles visitam a casa e eles


acaba tendo um vínculo, porque muitas vezes conhece a criança que
vira adolescente, que vira adulto, tem agente de saúde mais antigo que
acaba acompanhando toda esse processo da criança até conhece o
adolescente até desde criança, eu acho que eles têm o maior vínculo
com a população em si. (P14)

Sabe-se que como integrante da equipe da ESF, o agente de saúde opera com
habilidade específica a sua principal ferramenta assistencial: os vínculos interpessoais
(CARDOSO; NASCIMENTO, 2010) estabelecidos com os usuários e familiares como
observado neste estudo. Nesse sentido, historicamente os agentes comunitários interpõem suas
intervenções diárias no contexto da família pela aproximação social e afetiva que eles mantêm
com todas as pessoas que a pertencem de sua área e que fazem parte de seu convívio. Este,
portanto, reconhece as necessidades sociais vividas pela população adscrita e acompanha as
condições de vida de toda a população do bairro, o que facilita ao membro da equipe o controle
das questões de saúde presentes da comunidade (MENEGUSSI; OGATA; ROSALINI, 2014).
Ao contrário dos demais profissionais de saúde que se revela falha, imprecisa ou
ausente em determinados casos, pois além da baixa procura de atendimento por parte do
adolescente, este ainda é direcionado apenas a realização de uma consulta e/ou um
procedimento para resolução do problema, como descrito nos excertos de alguns participantes
do estudo:

(...) eu não sou chegada lá [unidade de saúde investigada], não vou


direto. Tem gente que tem tipo ela [familiar avó], olha assim, olha essas
120

pessoas assim tem bastante proximidade, mas a gente assim não.


Normal, assim eu acho normal, porque sim, eu não conheço quase
ninguém então eu acho normal. (A04)
(...) porque a minha parte aqui é só para parte da medicação e eles
acabam voltando mais para a parte da enfermagem ou da medicina em
si. Eles vêm muito para cá muitas vezes conversam e alguns não, mas
o que passa e faz aqui é mais medicação e sinais vitais. (P03)
(...) vinculo não temos, porque a gente trabalha aqui todos os dias e
vem várias pessoas e não tem como termos vínculos com o adolescente,
porque a demanda é pouca, não tem tanto adolescente assim, então,
por isso a gente não pode dizer que tem vínculo não, não tem. (P05)
(...) para trabalhar mais com o adolescente, aumentar o vínculo que é
mais complicado por conta da demanda de atendimento da gente,
porque eu tenho um horário estabelecido, a filosofia da administração
como eu falei mais voltado para aquele atendimento clínico que querem
mais uma condição clínica, parece que isso é o mais importante do que
o preventivo, então fica mais complicado, eu acho que isso é bem o que
complica mais. (P10)
(...) a questão do vínculo é com eu estou falando, a nossa unidade, o
volume de atendimento aqui ele é muito grande, ele é enorme. Inclusive
a farmácia polo e tem outras coisas também e também atendemos entre
outras coisas todos os programas do SUS [Sistema Único de Saúde].
Então assim é muito desafiador dizer que há e tem um vínculo. Porque
assim todos os programas que são realizados com muita, com muito
volume de trabalho então, essa coisa de dizer que a gente tem como
estar acompanhando individualmente cada um não, necessariamente
pelo volume de trabalho da gente. Na realidade não é perda de vínculo,
na verdade é a manutenção desse vínculo mais próximo, porque existe
uma comunidade, porque existe com o nosso entorno, mas um vínculo
mais próximo, mais um vínculo mais acompanhado, mais um vínculo
mais assistido (...). (P12)

Notadamente nos depoimentos do adolescente como dos profissionais de saúde,


identifica-se que há uma fragilidade no estabelecimento de relação interpessoal entre os pares
para a construção de possíveis interações e vínculos. E, por isso, a linha da produção de cuidado
ainda se apresenta fragmentada, estratificada e isolada nos serviços de saúde, pois o profissional
visualiza na maioria das vezes o paciente apenas como um ser acometido por alguma doença
ou agravo de maior ou menor problema e olvidam-se da intersubjetividade presente permeada
por uma história de vida particular que é determinante no seu processo de saúde e doença
(FRANCO; MAGALHÃES JÚNIOR, 2007).
121

Para que a integralidade seja de fato realizada na prática nos serviços de saúde, é
imprescindível que os profissionais atuem de maneira interdisciplinar, atendendo às
necessidades intrínsecas dos adolescentes e promovendo assistência qualificada que apresenta
várias dimensões, essencialmente, o acesso, acolhimento e vínculo. É importante também que
o adolescente se sinta aceito, confortado, ajudado e respeitado frente aos seus direitos para que
possa confiar nos profissionais e retornar aos serviços de saúde, pois o modo como é recebido
na unidade e acolhido pelo profissional de saúde definirá o vínculo a ser estabelecido (COSTA;
QUEIROZ; ZEITOUNE, 2012).
Esta situação retratada acima para alguns participantes do estudo é parte da
instabilidade na permanência dos profissionais na UAPS, considerando a grande rotatividade
em razão do remanejamento para outros serviços e do encerramento de contratos temporários:

(...) até porque vão trocando de enfermeiro, vão trocando de doutor e


assim vai, não tem como você ter uma relação e um vínculo. Ficam
trocando muitas vezes, a gente se dá mais com um doutor e às vezes ele
sai e vem outro que você não teve tanta intimidade que é um doutor
também, então às vezes você fica meio assim. Porque as vezes vem uma
pessoa que você se sente confortável, que você consegue se abrir e
outro que vem totalmente diferente e não é igual, eu sei que nem todas
as pessoas são iguais, mas tem pessoas que você consegue ter uma
relação boa. (A03)
É mais fraco porque os outros profissionais são muito rotativos. Eu por
exemplo, o meu contrato vai vencer, eu passo um ano a cada um ano a
renovado, mas geralmente o NASF [Núcleo de Apoio a Saúde da
Família] só fica dois anos. Eu vou embora, vai vir outra equipe aqui
para o posto, então é muito complicado estabelecer vínculo com
qualquer população de qualquer idade, as enfermeiras também são
muito rotativas. Então eu creio que esse vínculo seja maior com quem
é concursando, porque eles têm mais tempo aqui na área, tanto as
enfermeiras como as agentes de saúde, são as que ficam sempre ficam
no mesmo posto raramente elas saem. Então é onde se tem um vínculo
maior, com outros profissionais é bem rotativo e isso atrapalha muito
porque às vezes o médico, enfermeira chega a estabelecer um vínculo
com equipe com uma população, com pouco tempo sai e entra outra,
fica difícil estabelecer esse vínculo. (P14)

A rotatividade dos profissionais apresentada nos depoimentos dos participantes, na


literatura caracteriza-se como a permanente saída e entrada de pessoas de uma organização,
podendo ser de modo voluntário ou involuntário. Deste modo, dentro de uma instituição sempre
122

haverá alguma rotatividade que pode ser positiva ou não, desde que sejam de funcionários não
essenciais que estejam executando determinada atividade e que venham deixar a organização.
Entretanto, esta pode acarretar perdas de pessoas estratégicas para uma determinada vaga,
causando assim o fator de interrupção das atividades e consequentemente prejudicando no
desenvolvimento da organização (ROBBINS, 2002).
No caso da APS, a alta rotatividade de profissionais gera grandes impactos na saúde
e vida dos usuários. Por exemplo, o comprometimento de vínculos entre a equipe com o usuário
da comunidade que afeta também o objetivo dos resultados esperados dentro do serviço
(TONELLI et al., 2018) e a dedicação dos usuários no cuidado com a saúde relacionada a saída
repentina do profissional que colaborava. Além disso, no andamento do tratamento do usuário
ao considerar o início da atividade e o término inacabado por conta da saída, o que gera um
desamparo no processo até a chegada de outro profissional que pode ou não dar continuidade a
atividade (CAMPOS; MALIK, 2008). Pode acarretar ainda em falta de profissionais
qualificados, engajados e conhecedores do serviço no SUS (MEDEIROS et al., 2010).
Nesta conjunta, a relação interpessoal conforme aponta participantes apenas se
estabelecendo por meio das intervenções em saúde desenvolvidas no ambiente escolar, pois
favorecem a aproximação do profissional de saúde da unidade com o adolescente da
comunidade enquanto estudante:

(...) o vínculo que eu tenho que, eu posso dizer é da escola, que eu vou
na escola eles sabem que eu estou lá toda terça-feira, que eu conheço,
eu digo que é o posto e tudo mais. Assim, da minha área que é a área
que eu tenho, se você me perguntar quantos adolescentes é na minha
área, eu não sei te dizer, eu acredito que não é sou uma realidade
minha, é de todos porque a gente está trabalhando só com o pessoal
que procura. (P06)
O vínculo que a gente tenta e consegue estabelecer com eles é através
do PSF, o programa saúde na escola que a gente vai fazer os
atendimentos uma vez por semana também, faz o atendimento
preventivo, a escovação como eu disse, a aplicação de flúor, o vínculo
que a gente consegue estabelecer com eles é através da escola. (P10)

Na verdade, o cuidado em saúde aos adolescentes como expressado nos


depoimentos nem sempre está vinculado aos serviços ofertados nos espaços da própria UAPS.
Historicamente, a escola é reconhecida como cenário para abordar questões acerca da saúde
com problematizações do dia a dia. No Brasil, diversos modelos foram elaborados e vem sendo
123

utilizados, desde aqueles mais arcaicos que visavam à domesticação, à orientação clínico-
assistencial até os mais recentemente que estimulam a capacidade crítica e a autonomia dos
sujeitos em sintonia com a promoção da saúde (SILVA; BODSTEIN, 2016).
As ações em saúde podem ser desenvolvidas com a participação dos profissionais
da saúde da equipe de Saúde Família em junção com educadores e gestores das escolas e
familiares e adolescentes da comunidade (BRASIL et al., 2017). Nesta direção, a atuação dos
profissionais de saúde pode ser centrada na tríade assistência, promoção e prevenção,
destacando-se a Atenção Básica como espaço privilegiado na efetivação das práticas educativas
e de promoção da saúde, observando a população adscrita e formando vínculo com a
comunidade (SANTOS et al., 2012).

5.3.5 Situação dos profissionais no atendimento ao adolescente

Ante todo exposto envolvendo inclusive os problemas no atendimento à população


adolescente, os participantes do estudo reconhecem que profissionais de saúde têm realizado
suas atividades dentro de suas possibilidades e a partir do que é disponibilizado pela gestão
municipal:

(...) eu acho que eles são esforçados no trabalho deles para fazer
atendimento. (A09).
(...) eu acho que se nós tivéssemos um apoio maior, a gestão nos desse
mais, com certeza, porque nossos profissionais são muito top, para mim
eu vejo, porque tem situações que eles passam e eles conseguem lidar,
levar até onde dá. (P01)
(...) o profissional hoje em dia trabalha com o que tem, na medida do
possível. É tipo procurar usar o modo mais profissional possível para
não deixar o impacto negativo para o adolescente. (P02)

O cuidado ao usuário no âmbito da APS em consonância aos depoimentos acima


representa um grande desafio que vem sendo enfrentado há anos pelos profissionais de saúde,
parte de uma gestão ainda ineficiente que não parece nem se preocupar com a situação e nem
apresentar uma prioridade de recurso e gerência. Deste modo, as dificuldades são desafiadoras
a todos os envolvidos e merecedoras de atenção pelos órgãos responsáveis (SILVA et al., 2021).
Nesse contexto, reconhece-se que os gestores públicos precisam reconhecer seus
problemas e estudar os indicadores de saúde para que possam planejar, estruturar, organizar e
124

avaliar as ações de natureza político-institucionais e técnico-científica e estabelecer projetos


que possam intervir sobre o estado de saúde da população (MARTINS; WACLAWOVSKY,
2015). Os gestores e os profissionais que prestam assistência à saúde devem repensar o trabalho
realizado, tomando por base as necessidades dos usuários (LEITE et al., 2016).
Além do mais, os participantes do estudo acreditam que isto seja ainda resultado da
sobrecarga de trabalho dos profissionais na UAPS, devido a uma grande população adscrita que
gera uma grande demanda de atendimento somada a existência de vários programas específicos:

(...) eles fazem o que eles podem, são prestativos pessoal do posto, faz
o que eles estão conseguindo, mas eu acho muito sobrecarregado, que
era para ter uma área sobre especializada para cada coisa, não
enfermeiro tomar conta de tudo, da adolescente, da criança, do adulto,
da gestante, do idoso, não era para ser assim. (F05)
(...) na verdade eu não considero falha do profissional, é uma demanda
sobrecarregada do profissional, assim estou dizendo assim aumentou
mais um programa, porque já tem o programa da criança, da gestante,
do hipertenso, do diabético e vai surgir mais uma, o adolescente e a
gente é só um, então não dar para dar conta, a acaba que não vai ficar
bom para todo mundo. Não é nem mais uma sobrecarga que o
profissional da atenção primária tem que tá absorvendo todo mundo e
tem que dar conta de todo mundo, acaba que o adolescente é quem vem
menos como é que nós vamos dar uma atenção se nós não damos conta
nem de que quem está procurando, é isso que que a atenção primaria
sofre muito, tudo começa aqui e é só um e ainda tem mais o negócio de
acolhimento, de urgência, os profissionais aqui até atende, o dentista a
gente tem um dia determinado para ir a escola, pelo menos um dia a
gente foi obrigado a ir, o médico não tem tempo para o tanto de aluno,
um tempo para ir um período para ir na escola, a enfermeira não tem
esse luxo, digo em um tipo de um luxo para ela mas é uma necessidade
mas como é quem vai atender o pessoal que está doente e precisa de
atendimento porque já está sobrecarregado. (P06)
(...) pela questão do tempo que nós não temos, nosso tempo é muito
corrido. Então a gente trabalha de segunda a sexta e um horário muito
puxado que é o dia todo e quando nós temos que se ausentar daqui ou
é um curso ou então algum problema de saúde, é o que mais acontece
aqui com a gente, então, nós somos uma classe praticamente assim
doente. (P07)
(...) por conta de uma demanda que é muito alta, por conta que tem
uma equipe que tem 10 mil na sua área para atender, então fica meio
que impossível ele fazer um trabalho mais direcionado e de qualidade
melhor para cada área assistencial que é preconizado pelo Ministério
da Saúde na saúde do idoso, do hipertenso, do diabético, da saúde da
125

mulher, saúde da criança que são os programas assistenciais que a


gente sabe que que existem, mas a demanda é muito alta. (P08)
Tipo, a minha área vermelha que é o Jardim [nome fictício], eu tenho
uma cobertura de 12 mil pacientes então assim eu e o doutor Fulano
[nome fictício] e é um enfermeiro e um médico para esse tanto de gente,
a gente não atende 20% da população não, e é assim em relação ao
adolescente já é muito escasso isso, então o que o tempo que a gente
tem nem para fazer uma busca ativa em relação a uma vacina a tudo,
a orientação a tudo, porque o tempo que a gente tem ou é no
acolhimento, atendendo demanda ou é no programa do hipertenso, do
diabético, da gestante e ainda não dá tempo de cobrir todos esses
pacientes, então o atendimento do adolescente é bem escasso em
relação (...). (P13)

Em realidade, como identificado neste estudo em meio aos depoimentos dos


participantes, dependendo da forma de organização, o processo de trabalho de fato pode resultar
em sobrecarga do profissional e refletir em prejuízo na assistência em saúde e até em aspectos
da vida pessoal do trabalhador (PIRES et al., 2012). Pesquisa qualitativa desenvolvida nas cinco
regiões geográficas do Brasil, apresentou que entre os profissionais de saúde no âmbito da APS
há sobrecarga de trabalho como consequência do excesso de demanda e das inúmeras atividades
que a circundam. Observou-se que a existência de áreas geográficas da ESF mal definidas, a
sazonalidade e a cultura curativista presente na população fazem com que a demanda aumente.
Isto, portanto, em muitas situações tornando difícil administração e exigindo uma ação mais
ampla por parte dos profissionais para que os usuários possam ser acolhidos pela equipe
(SORATTO et al., 2017).
Não obstante, em reconhecimento da existência destes possíveis problemas como
identificado no presente estudo e para garantir a coordenação do cuidado ampliando ao acesso
e resolutividade das equipes que atuam na APS, o Ministério da Saúde (2017) recomenda que
a população adscrita por equipe de Atenção Básica (eAB) e de Saúde da Família (eSF) deve ser
de 2.000 a 3.500 pessoas, localizada dentro do seu território, garantindo os princípios e
diretrizes da Atenção Básica. Ademais, a faixa populacional pode de fato ser alterada conforme
vulnerabilidades, riscos e dinâmica comunitária, facultando aos gestores locais com as equipes
que atuam na unidade de saúde, a possibilidade de definir outro parâmetro, podendo ser maior
ou menor de acordo com as especificidades do território e assegurando a qualidade do cuidado
prestado.
126

Apesar de tudo isso, os profissionais de saúde relataram em seus depoimentos que


tem buscado trabalhar de forma colaborativa para ofertar atendimento qualificado aos
adolescentes da comunidade:

(...) porque até mesmo quando surge algumas dúvidas relacionada a


algum medicamento, alguns profissionais que estão atendendo veem
até nós perguntar o medicamento tal, como é que faz e tem alguns que
precisam de formular documentos para solicitar o medicamento, então,
a gente sabe porque tem essa procura contém alguma dúvida, tem essa
procura pela gente. (...) nossa profissão que antes não era vista como
uma profissão de lidar com paciente, é um ponto a mais, é uma escada
mais, pensando na colaboração da equipe, o farmacêutico não está
inserido numa equipe específica de saúde da família, mas ele ajuda
todas elas independente que equipe seja. (P08)
(...) então a gente conseguiu resgatar essa paciente, então, o
envolvimento da equipe multiprofissional como todo, quando chegam
uma demanda quando chega uma situação, então isso eu acredito que
é compromisso de todos assim tentar resolver aquela situação. Eu vejo
isso de forma de como uma interação com a equipe multiprofissional
realmente deve atuar dentro da unidade de saúde, dentro do serviço de
saúde que é exatamente um ajudando o outro para melhoria da
qualidade da assistência, aquele paciente de qualquer idade, de
qualquer situação clínica, mas a gente já percebe isso que aqui no
posto, a gente todo mundo interage, todo mundo vai, procura, eu
quando eu estou com dúvida corro ali no médico, como na enfermeiro,
encaminho aquele paciente que eu visualizei algumas situações que eu
não tenho como resolver e a gente consegue fazer e dá essa melhoria
para o paciente sim. (P09)
Tem sempre um trabalho multidisciplinar, dos enfermeiros, dos
médicos, sempre eles fazem uma reunião, uma vez por semana ou uma
vez em 15 em 15 dias para o atendimento. (P10)

Não se pode negar que a APS como observado acima nos depoimentos tem sido o
locus no qual mais se avançaram as propostas de organização dos serviços de saúde, com base
no trabalho em equipe e na prática colaborativa (PEDUZZI; AGRELI, 2018). O trabalho em
equipe interprofissional tem sido definido como elemento que envolve diferentes profissionais
e não apenas aqueles formados em alguma área da saúde, mas todos os que compartilham o
senso de pertencimento à equipe e trabalham de maneira integrada e interdependente para
atender às necessidades de saúde (INTITUTE OF MEDICINE, 2015).
127

Este têm contribuído significativamente no processo de melhoria do acesso e


qualidade da assistência à saúde e sinaliza a capacidade das equipes em responder às
necessidades de saúde dos usuários, família e comunidade (PEDUZZI; AGRELI, 2018). Em
estudo da APS brasileira, observou-se que as equipes com melhor atmosfera de trabalho em
equipe apresentaram participação mais intensa de seus membros para a tomada de decisões;
atividades orientadas por mecanismos consolidados de avalição do trabalho como feedback
individual e encontros para reflexão da equipe; e apoio a novas ideias e atenção centrada no
usuário, desenvolvendo ações de prevenção e promoção à saúde bem consolidadas e com
participação de usuários e comunidade (PULLON et al., 2016).

5.3.6 Qualificação dos profissionais para assistência ao adolescente

Em relação à qualificação para atendimento à população adolescente, alguns


participantes do estudo consideraram que os profissionais de saúde são capacitados em virtude
do estudo à nível Ensino Superior:

(...) eu acredito que eles são, eles estudaram para isso, porque é para
eles fazerem isso assim, porque eles estudaram para isso e é para eles
fazerem isso. (A01)
Eu acho que sim, eu acho que são [capacitados], porque eles estudam,
eles são capacitados para tudo. (A06)
(...) porque eles estudaram para isso, a prefeitura não ia botar um
profissional dentro do posto de saúde que não fosse qualificado. (F06)
(...) porque um médico ele, um médico, um enfermeiro, profissional de
nível superior, eles são formados para atender toda população, tanto
adolescente, adulto, criança, eu acho que estão aptos sim, então, tem
qualificação. (P05)
Na minha área de educação física sim, porque nos estágios a gente
acaba tendo acesso específico a esse público. A gente sempre tem aula
de didática para trabalhar com esse público, é de como se comunicar,
de fazer atividades que sejam mais do interesse deles, é dependendo da
faixa etária, então, na minha área de educação física assim. (P14)
(...) na faculdade a gente aprende como lidar um pouco mais com
adolescente, a questão tem muitas mudanças, a gente tem que atender
também a questão da saúde mental dessa população. (P15)
128

No entanto, fomentar a competência profissional no atendimento ao adolescente


nos planos teóricos e práticos ainda permanece como um grande desafio no Ensino Superior.
Por exemplo, na formação profissional de médicos e enfermeiros o processo é superficial e
incipiente no âmbito da saúde do adolescente. Isso, porque, na graduação não há um
componente curricular específico e as abordagens quando presentes na matriz curricular estão
inseridas à saúde da criança. Além disso, a ênfase maior está no tópico relacionado à infância,
sem um enfoque aprofundado acerca das singularidades da assistência a população adolescentes
e as temáticas relacionadas à saúde do adolescente igualmente não transversalizavam os demais
componentes curriculares, o que acaba se caracterizando como uma lacuna formativa
(FERNANDES; SANTOS, 2020).
Nesse contexto, os participantes do estudo indicaram em seus depoimentos que os
profissionais são qualificados para atender de maneira geral à Saúde da Família, mas não
questões que envolvem em maior ou menor grau a fase da adolescência:

Eu acredito que para a comunidade sim, mas para o adolescente eu


acho que não (...). (F08)
(...) têm qualificação realmente para ter esse atendimento, mas para o
adolescente, mas realmente não são realmente a questão direcionados
para ter que esse atendimento realmente aconteça, mas realmente tem
qualificação têm. (P01)
(...) mas nesse momento não, os profissionais não são qualificados para
o adolescente, nesse momento não. (P2)
(...) assim no geral todo mundo tem, o básico, desde saber atender o
paciente no início, lógico, claro que a gente vai direcionar para
algumas coisas mais específicas, mas assim na forma de lidar, como
chegar na escola, o que que eles gostam de ouvir e tudo, nem todos têm.
Assim, as vezes eu realmente tenho dificuldade de chegar num
adolescente no sentido da questão da escovação que ele acha muito
besta essa coisa de escovar. Então, assim, alguma coisa que estimule
além do simples ato de escovar, entendeu. Então, assim, não é que você
não saiba, mas eu acho que ajuda. Assim, como você conseguiu seu
objetivo, desde sensibilizar e motivar o adolescente. (P06)
(...) a gente, nós farmacêuticos, tem muito está questão de não está com
o olhar voltado apenas a um público de pacientes, a gente aqui na
farmácia clínica atendemos sim adolescentes com comorbidades,
diabetes e também a outras faixas etárias, então eu acredito que um
pouco do que a gente pode contribuir na nossa formação sim, mas tem
muito o que melhorar. (P08)
129

(...) eu acredito que dentro das diretrizes do que é preconizado pelo


Ministério da Saúde. Então os profissionais eles estão capacitados sim,
estão aptos a fazer todos os atendimentos preconizados pelo Ministério
da Saúde no que diz respeito às equipes saúde da família, certo, o que
o que eu acho que não conseguimos às vezes atender melhor este
público. (P09)
(...) é porque nós somos treinados para atender, é a família toda, então
inclui criança, adolescente, adulto, idoso, então eu considero que sim.
(P11)
No âmbito geral sim, agora especificamente, especificamente não, no
âmbito geral no geral do que é o SUS [Sistema Único de Saúde] sim,
mas vamos dizer assim um local, uma especialização não
necessariamente, não necessariamente. (P12)
(...) a gente não tem nenhum curso ou capacitação específica para
trabalhar com adolescente, a gente é mais assim uma capacitação geral
e ele acaba incluindo esse geral. (P14)

Apesar do ensino na saúde entre os cursos de graduação se apresentarem povoados


por disciplinas, cujo escopo detém um modelo clínico-assistencial direcionado a doença ou
agravo, com levantamento de diagnóstico para tratamento por meio de intervenção
medicamentosa, atualmente, discussões vem sendo realizadas em defesa da reorientação do
modelo educacional e de mudança na grade curricular vigente. Deste modo, novos conteúdos
programáticos têm sido incluídos de modo a incitar que os profissionais estejam implicados
com sistema de saúde com destaque para a APS e comprometidos em assegurar a saúde do
usuário, família e comunidade por meio de ações assistenciais e promotoras de saúde
(DEMARZO et al., 2011).
Outros participantes do estudo compostos pelos próprios profissionais de saúde,
comentaram que a vasta experiência levando em conta o tempo de atuação em outros serviços
possibilita a produção de um cuidado efetivo ao adolescente:

(...) capacitados são os que estão atualmente na unidade, porque já tem


bastante experiência de serviço. (P11)
(...) eu sou por conta da minha bagagem, eu sou enfermeira de
formação e sou especialista em UTI [Unidade de Terapia Intensiva]
Neo e Pediatria, então pediatria a engloba é até 17 anos, 11 meses e
29 dias e o adolescente está inserido nessa, agora se quiser saber
assim, em relação se eu tenho reciclagem para desempenhar esse papel
eu não tenho, é pela minha bagagem (...). (P13).
130

Nesse sentido, as experiências anteriores dos profissionais da Atenção Básica como


demostrado nos depoimentos colhidos podem oportunizar o desenvolvimento e aprimoramento
de competências e habilidades fundamentais e necessárias para o crescimento profissional neste
campo de trabalho (DIAS et al., 2020). Sabe-se que a competência profissional inclui
atividades, capacidades e contextos, envolvendo conhecimento, destreza e atitudes, bem como
experiências e qualidades pessoais usadas de modo efetivo e apropriado em atos individuais e
coletivos, como resposta às várias circunstâncias relativas à prática profissional (RIBEIRO et
al., 2008).
Ou pode ser ainda resultado do próprio interesse dos profissionais como observado
nos excertos abaixo em estudar questões que envolvem a saúde do adolescente:

(...) é pelo que eu me interesso em ver, chega, chegou um livro aqui


sobre IST [Infecções Sexualmente Transmissíveis], tem texto que tem
abordando isso dentro, quando eu tenho tempo eu vou lá e fico, mais
em relação à gestão impor para a gente, vamos fazer uma reciclagem
tem aqui uma. (P13)
(...) eu tenho tido até umas leituras específicas, questão de métodos
contraceptivos voltados para adolescente, eu tento me aprofundar para
englobar mais essa parte dessa população que ainda eu acho um pouco
negligenciada (...). (P15)

Parece que situação como esta fazem parte da realidade dos profissionais de saúde
no âmbito da APS ao envolver distintos grupos e condições. Estudo qualitativo desenvolvido
em duas capitais brasileiras com a participação de 140 profissionais da atenção e 34 da gestão,
no período de 2013 e 2014, evidenciou também que em casos de qualificação para atendimento
à mulher em situação de violência sexual, os profissionais de saúde das unidades de saúde
buscaram por iniciativa própria meios de capacitação. Portanto, esses fatos sinalizando que as
lacunas do conhecimento transcendem os muros das instituições de ensino e se estendem para
os espaços das unidades de saúde, em virtude de os temas permanecerem, na maioria das vezes,
oculto nas ações de educação permanente em saúde (MOREIRA et al., 2018).
Sendo assim, alguns profissionais de saúde apresentam maior qualificação do que
outros para atendimento ao adolescente, como apresentado nos depoimentos a seguir de alguns
participantes do estudo:
131

(...) tem muita gente qualificada, mas tem uns que uma qualificação a
mais, que você percebe que elas têm um certo direcionamento maior.
(P03)
Alguns profissionais sim e outros não tem capacitação, outros eu acho
que teria que ter mais um preparo, porque as vezes eu vejo que alguns,
alguém tem mais domínio de um determinado assunto. (P04)

Isto, portando, podendo ser hiato da formação que reflete substancialmente no


exercício das funções profissionais nos serviços de saúde. Sem capacitação para envolvimento
no processo de trabalho, alguns se solidarizam com as situações presentes vividas na
comunidade, desenvolvendo estratégias próprias e informais no atendimento ao paciente, mas
outra parcela tende a se distanciar, negligenciando a atenção ou deixando as questões passarem
despercebidas (MOREIRA et al., 2018).
Logo, considerando a existência de práticas em saúde desalinhadas e
descompassadas entre os membros que compõem a equipe de saúde, torna-se importante efetuar
nos serviços ações de educação permanente com os profissionais. Esta ao promover trocas de
saberes e aprimoramento contínuo da equipe, constitui-se em ambiente para reflexão e
crescimento coletivo, fortalecendo as relações interpessoais e proporcionando integração da
equipe. Logo, sendo potencial para transformar práticas e modificar o cenário de intervenções
assistemáticas e improvisadas (ANDRADE et al., 2016).

5.4 Serviços ofertados aos adolescentes e repercussão, impacto e satisfação com APS

Nesta terceira e última grande categoria, desenvolveu-se oito subcategorias com


relação ao atendimento prestado ao adolescente na unidade de saúde; exames complementares
ofertados aos adolescentes da comunidade; serviços específicos da rotina da unidade oferecidos
aos adolescentes; ações para os adolescentes do trabalho intersetorial e da rede em saúde;
deficiência na oferta de serviços para os adolescentes da comunidade; repercussão dos serviços
na saúde da população adolescente; estado geral e problemas de saúde dos adolescentes da
comunidade; (in)satisfação com a unidade de saúde para atendimento ao adolescente,
apresentadas na sequência descrita abaixo.

5.4.1 Atendimento prestado ao adolescente na unidade de saúde


132

A UAPS se configura como importante componente para a oferta de serviços


básicos a população adscrita, no entanto, os profissionais apresentaram em seus depoimentos
que esta não oferece atendimento direcionado e exclusivo ao adolescente, mas a toda população
em geral de sua área de abrangência incluindo o referido grupo:

Diretamente ao adolescente não, o acontecimento do atendimento é


geral a toda população, mas direcionado ao adolescente não existe.
(P01)
(...) o adolescente é colocado nas consultas, a gente não tem aquela
separação de adolescente, quando a gente tem criança, idoso,
hipertensos, diabéticos, o adolescente ele vem incluído e entra como
um adulto, ele não é como criança, a criança tem as consultas de
puericultura até os dois anos de idade, a partir daí é a doutor ou a
doutora atende criança a partir de dois anos, mas a partir dos dois
anos não temos essa iniciativa de diferenciar não. O adolescente é
incluso como um adulto como outra pessoa, como um adulto qualquer.
(P02)
(...) só que não tem um dia definido só para adolescente, eles vêm com
uma demanda no posto, com a mãe, com alguma demanda, mas assim,
vendo essa necessidade, assim, essa assim, sem esse olhar mais
direcionado. (P06)
(...) a gente tem muito a questão demandas, demandas espontâneas e
eu tenho um visto cuidado que muitos profissionais têm nesse
atendimento ao adolescente (...). (P09)
Especificadamente para o adolescente não, no caso é a população
geral, que isso também inclui o adolescente. (P12)
Especificamente do adolescente eu acho que ele acaba sendo assim
mais no geral, se ele chegar aqui, sempre vai ter atendimento como
qualquer outra pessoa, mas assim voltada específico para o
adolescente eu não conheço. (P14)

Em consonância com os depoimentos acima apresentados por alguns participantes,


estudo de abordagem qualitativa desenvolvido com adolescentes de Centro Municipal de
Educação e Saúde (CMES), situado na Secretaria Executiva da Regional IV a partir do Projeto
Nascente do município de Fortaleza-CE, evidenciou também que o cuidado em saúde a este
grupo se materializa por meio dos dispositivos organizacionais e das ações dos atores sociais.
Logo, a oferta de serviços de saúde a população adolescente sendo na maioria das vezes por
meio da porta de entrada da unidade de saúde (MARQUES; QUEIROZ, 2012).
133

Nesse sentido, a atenção à saúde do adolescente na unidade de saúde tendo como


ponto de partida a prestação dos serviços por demanda espontânea. A partir dessa procura,
identifica a necessidade do paciente adolescente e procedem a encaminhamentos caso este seja
necessário. Deste modo, constata-se que ainda existem muitas lacunas nas práticas de cuidados
direcionadas a população adolescente da área adscrita a APS, de forma que não atendem as
peculiaridades e particularidades desta etapa da vida humana. Não há um atendimento
específico ou sistematizado, mas de acordo com a demanda do serviço de saúde, pois existem
outras prioridades de determinados grupos populacionais, razão pela qual a organização de
trabalho com esse grupo etário fica aquém (COSTA; QUEIROZ; ZEITOUNE; 2012).
Isso, portanto, reverbera em uma atenção à saúde insuficiente que não leva em conta
a oferta de atendimento com base nas necessidades de saúde da população, tornando o serviço
primário falho devido à inexistência de um direcionamento de intervenções para os
adolescentes. Tal fato se constata pela afirmação da inexistência de atendimento específicos
para o atendimento aos adolescentes, assim, como de atividades programadas que
contemplassem essa faixa etária. Aponta-se, portanto, o potencial prejuízo que a ausência de
tais atividades pode representar, considerando que ocorre o impedimento da criação de mais
oportunidades para se abordar questões importantes relativas à adolescência, como o
autocuidado, o planejamento familiar e a prevenção de infecções (QUEIROZ et al., 2011).
Nesse contexto, o cuidado em saúde ao adolescente como apresentado nos
depoimentos abaixo está direcionado ao modelo assistencial na identificação da queixa com
levantamento de diagnóstico e resolução do problema por meio da prescrição de medicamento:

(...) têm me atendido, passado diagnósticos, passado remédios de um


médico. (A02)
(...) antes dela ser encaminhada para onde hoje ela é tratada, as
primeiras consultas dela foram na unidade e nesse tempo que o
problema dela era cansaço na época do cansaço dela, às vezes que ela
foi no posto, ela foi bem atendida, recebi os remédios. É teve uma
participação do posto, teve uma participação no posto porque assim eu
acredito que no tempo que ela era assistida aqui no posto, se lá no
posto não tivessem profissionais assim mesmo porreta como diz o
matuto eu acho que ele não tinha chegado onde ela chegou não. (F03)
(...) apesar que é pouco o atendimento ao adolescente, é mais a questão
mesmo assistencial (...) (P07)
134

À vista do exposto, parece que a APS ainda tem efetuado um cuidado em saúde
com intervenções impulsionadas por uma lógica pautada na fragmentação da análise do
fenômeno do adoecimento e uma atuação com atenção maior na dimensão biológica do ser
humano. Logo, esse panorama sendo sustentado pelo foco no paciente e seu corpo doente e
disfuncional no qual cabe apenas ações com viés curativista e intervenções medicamentosas,
inserindo o indivíduo em uma posição de assujeitamento que reflete negativamente em seus
processos de subjetivação e autonomia (RAIMUNDO; SILVA, 2020).
Com efeito, políticas públicas que se propagam na área da saúde corroboram com
a possibilidade de um cuidado integral no âmbito da unidade de saúde. Portanto, as estratégias
de humanização têm sido convocadas a tentar dirimir a tecnicalidade constitutiva da produção
do cuidado e têm como desafio promover integralidade nesse microcosmo. A clínica ampliada,
por exemplo, busca considerar o indivíduo ao máximo possível em sua dimensão
biopsicossocial, identificando as correlações entre seus modos de produção de vida e trabalho
em relação ao processo saúde-doença. É a não padronização diagnóstica que se contrapõem ao
cuidado biomédico ao considerar o sujeito em si, ou seja, é um constante neoartesanato que de
tanto se realizar, amplia a capacidade de considerar o humano como um holos (CARNUT,
2017).
Além disso, os participantes do estudo ainda relataram que a oferta de serviços em
saúde se efetua por meio de ações programadas implantadas na unidade direcionadas aos grupos
específicos, como o planejamento familiar e a consulta de pré-natal:

(...) a minha filha ela já precisou mais do posto, a minha filha sim, a
minha filha engravidou na adolescência e ela foi para o posto e eles
acompanharam a gravidez dela e encaminharam ela para um hospital
mais especializado, ela precisou mais de consulta. Então, ela teve mais
cuidados agora. Eu acho que se preocupa muito com a menina, tipo a
minha filha foi gravidez na adolescência, a gente foi bem
acompanhada, foi bem acompanhada e ela foi encaminhada, mas
menino não, menino a gente não tem essa preocupação, porque se visa
muito a mulher e o homem é mais um pouquinho esquecido. (F08)
(...) eu aqui eu tenho agenda até separada por turno, de hoje pela
manhã segunda-feira pela manhã eu tenho um planejamento familiar
nessas vagas do planejamento familiar, sempre tem um ou dois
adolescentes. Eu não tenho na agenda voltada para o adolescente, mas
ele insere nas minhas outras agendas como pré-natal, sempre tem um
paciente adolescente. (P13)
135

É bem verdade que desde da implementação da ESF em 2006 antes denominada de


Programa Saúde da Família (PSF) com implantação em 1994, diversas estratégias, programas
e ações foram e vem sendo elaborados, instituídos e modificados ao longo de sua trajetória de
Atenção Básica para garantir o direito e o acesso os serviços de saúde à nível primário à
população (ALMEIDA et al., 2018). A atenção à saúde sexual e reprodutiva é uma de suas áreas
de atuação prioritária, devendo ser ofertada observando como princípio o respeito aos direitos
das pessoas. Em âmbito nacional, entre os marcos referenciais em relação a estes direitos para
homens e mulheres, destaca-se a rede cegonha, a política de atenção à saúde da mulher, a lei
que estabelece o planejamento familiar, entre outros (BRASIL, 2017).
Nesse sentido, observa-se que a produção do cuidado aos adolescentes em
determinadas situações tem sido realizada neste âmbito, conforme identificado também em
outros estudos com base no que é estabelecido por meio de programas específicos reconhecidos
pelos profissionais de saúde (QUEIROZ et al., 2011). Ou seja, as ações em saúde parecem ter
o predomínio de um caráter técnico no que é preconizado pelos programas oficiais devido à
escassez na concretização de políticas públicas no país dirigidas às especificidades e
particularidades desse grupo populacional (DOURADO et al., 2020).
Corroborando com estas mesmas asserções, pesquisa desenvolvida em uma cidade
do interior da Bahia acerca da atenção a gestante adolescente na APS a partir de profissionais
que integravam a equipe de Saúde da Família, identificou por meio dos discursos uma
abordagem de modo impessoal e uma relação distante entre os participantes. A consulta era
orientada pelo modelo normativo em cumprimento aos protocolos gerais que sobrepuseram às
especificidades da adolescência e da gravidez nesta fase. A dissociação entre o modo de
perceber a gravidez na adolescência e a prática concreta revelou uma negligencia no
profissional de inscrever atos de cuidado na dimensão integral no processo de atenção (MELO;
COELHO, 2011).

5.4.2 Exames complementares ofertados aos adolescentes da comunidade

Ao passo do que se discute sobre o atendimento prestado a população adolescente,


em depoimento apresentado abaixo o participante do grupo familiar revela que a UAPS tem
oferecido os exames complementares de maior complexidade e de alto custo para avaliação de
questões específicas de saúde dos adolescentes, conforme solicitado pelo profissional:
136

De alguma maneira, eu acredito que sim, da forma através de exames


está entendendo. Nessa forma, o posto tem prestado serviço a ela e eu
avalio da seguinte forma, acredito que seja um bom trabalho. Porque
assim, é sempre muito difícil a gente conseguir um exame encaminhado
de um lugar em outro lugar, que isso por duas vezes aconteceu e
digamos até sem nenhuma dificuldade. Porque tem gente que demasia,
fala que é difícil a pessoa tem que ir de madrugada, tem que ser uma
espera enorme e muitas vagas e as duas vezes que ela precisou fazer,
desde a vez que seguiu o horário certo ficou na fila, deu bom. Até aí eu
não vi nada demais de nada. (F03)

Entende-se que a ESF por se apresentar como um novo paradigma na atenção à


saúde no país, com a intenção maior de realizar intervenções considerando o processo saúde e
doença e favorecendo a corresponsabilidade entre profissional e paciente no cuidado com a
saúde, tem requerido o uso dos recursos diagnósticos complementares. Deste modo, os
profissionais de saúde que atuam na unidade com competência para tal, especialmente médicos
de família tem realizado de forma consciente e com a indicação adequada a prática de
solicitação de exames, com vistas a minimizar os riscos relacionados à iatrogenia, às
repercussões econômicas e à sustentabilidade do sistema de saúde (FIGUEIREDO et al., 2017).
Todavia, outros participantes do estudo reclamaram ainda da dificuldade para a
marcação e recebimento dos exames indicados aos adolescentes da unidade de saúde:

(...) eles pedem o exame, eles pedem, eles pedem o exame, mas só que
tem uma coisa a gente marca, mas fica na fila de espera e não sai de
jeito nenhum, já tem tanto exame na fila de espera que ainda não recebi
e isso está do mês passado (...) (F04).
(...) se eu quiser conseguir um exame para ele [adolescente] eu consigo,
um exame, um hemograma completo, mas eu marco hoje para daqui a
três meses. (F05)

Durante uma consulta em geral na unidade de saúde como observado neste estudo,
o profissional de saúde pode solicitar entre outros exames aqueles considerados como
complementares e de rotina. O paciente pode optar a depender do exame indicado entre realizá-
lo em um laboratório particular, conveniado ou no municipal. A maioria dos pacientes prefere
fazer os exames no laboratório conveniado ou municipal, pois além do exame ser gratuito
devido ao financiamento ofertado pelo SUS, a coleta do material biológico pode ser realizada
137

na própria unidade de saúde e nesse caso o usuário não precisa custear gastos com o transporte
pelo seu deslocamento.
No entanto, várias são entraves ainda presentes enfrentados pelos pacientes para o
acesso como parte de um processo que pertence a organização do serviço. Para realizar o exame
o usuário em realidade precisa fazer o agendamento de forma antecipada, sendo a marcação dos
exames para o laboratório municipal efetuada uma vez por mês, pois toda unidade possui uma
cota específica de exames de patologia clínica. O usuário permeia ainda uma segunda fila para
conseguir seu atendimento, pois idosos e gestantes por serem priorizados no agendamento, não
precisam enfrentar a fila e agendam seus exames a qualquer momento. Deste modo, situação
como esta no serviço corroborando para a iniquidade em saúde de acesso aos exames
laboratoriais e a insatisfação entre os usuários (SOUSA et al., 2014), além da possibilidade um
diagnóstico tardio que pode comprometer o estado de saúde e a vida do paciente adolescente.

5.4.3 Serviços específicos da rotina da unidade oferecidos ao adolescente

Os participantes do estudo evidenciaram também que a unidade de saúde oferece


serviços específicos a população adolescente. Por exemplo, a administração de vacinas
específicas para a faixa etária ou campanha contra a Covid-19:

Foi bom, porque da última vez que eu fui para tomar a vacina da gripe
e foi rápido. Eu acho bom que eu tomei a vacina eu não tenho nada a
julgar. (A02)
Só vacina mesmo, só mesmo a vacina porque quando a gente procura
outra coisa nunca tem. (F06)
Cuidado no atendimento principalmente agora na questão do Covid-
19, eles têm feito na questão da dengue, chikungunya e hoje em dia
principalmente a vacina do covid-19. (A07)

Na política de saúde brasileira, a vacinação é considerada como uma atividade


executada preferencialmente pela APS e especificamente na ESF, ao se constituída por uma
equipe multiprofissional responsável por um território definido e uma população adscrita. Além
disso, visa a ampliação da clínica por ações de prevenção de riscos e agravos, promoção e
manutenção da saúde, diagnóstico, tratamento, recuperação e reabilitação (VIEGAS; PENNA,
2013). Por sua vez, a população adolescente como identificada no presente estudo está entre os
grupos prioritários no Programa Nacional de Imunização (PNI) do Brasil, devido à alta
138

suscetibilidade a algumas doenças preveníveis por meio da imunização e pela baixa cobertura
vacinal apresentada por essa faixa etária (ARAUJO et al., 2010).
O Ministério da Saúde (2014) preconiza e disponibiliza a imunização dos
adolescentes contra a Hepatite B (efetuadas em três doses), contra a difteria e tétano (uma dose
a cada 10 anos), contra a febre amarela (duas doses), tríplice viral (duas doses) e contra o
Papiloma Vírus Humano (HPV) para meninas entre 9 e 13 anos em 2017 e, para meninos entre
12 e 13 anos esta faixa etária foi ampliada até 2020 ao serem incluídos os de 9 a 13 anos. Deste
modo, o Brasil disponibilizando cerca de 300 milhões de doses de vacina anualmente e
representando um dos países que possui o maior número de vacinas ofertadas na rede pública
(VIEGAS et al., 2019).
No que se refere a vacinação contra a Covid-19, em junho de 2021 a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) autorizou de fato a vacinação de pessoas maiores
de 12 anos no Brasil com a vacina Pfizer/BioNTech e, por conseguinte, a Lei nº 14.190, de 29
de julho de 2021, incluindo artigos na lei nº 14.124 de 10 de março de 2021, passou a considerar
adolescentes com comorbidade ou privados de liberdade. Por outro lado, discussões foram
realizadas sobre a temática, visto que o Ministério da Saúde emitiu notas informativas que
restringia a vacinação dos adolescentes e, ao final divulgou nova orientação indicando
que todos fossem vacinados considerando a ordem de prioridade apenas com a vacina
Pfizer/BioNTech.
Outros participantes revelaram que a UAPS disponibiliza ainda aos adolescentes
vários métodos contraceptivos, a exemplo, do anticoncepcional injetável e do preservativo
masculino:

(...) por exemplo, é eu acabei de fazer uma aplicação de um


anticoncepcional em uma adolescente. A mãe vem com ela e a gente
administra ou uso da caminha que ela tem que usar. (P04)
(...) então, um método contraceptivo que existe, então a gente sabe que
ali tem disponível ao paciente para tirar o adolescente (...) (P08)
(...) até pensando na questão da saúde do adolescente no quesito da
prevenção, a gente tem vários insumos que contempla, tem de
preservativos, então a gente tem isso que possa atender. (P09)
(...) tem a camisinha também, a gente dá a injeção ou outros métodos
concepcionais também disponíveis (...). (P14)
139

(...) aqui a gente tem métodos contraceptivos, existem como a gente


fazer encaminhamentos, existem métodos contraceptivos disponíveis na
unidade né. (P15)

Reconhece-se que nas duas últimas décadas, houveram grandes avanços com a
publicação de legislações e políticas internacionais e nacionais para garantir os direitos sexuais
e reprodutivos como Direitos Humanos da população, incluindo, os adolescentes e os jovens
como sujeitos desses direitos. Em especial, a Atenção Básica por ser considerada como espaço
privilegiado para se trabalhar a promoção da saúde, a prevenção de agravos e a
intersetorialidade, além de acompanhar o crescimento e desenvolvimento dos adolescentes, tem
possibilitado garantir a atenção à saúde sexual e reprodutiva a este público-alvo (BRASIL,
2010).
Entre os serviços, inclui-se a distribuição de insumos para a prevenção de
IST/HIV/Aids e métodos contraceptivos, respeitando os direitos sexuais e reprodutivos. Deste
modo, disponibiliza materiais de prevenção, como preservativos masculinos e femininos. A
pílula anticoncepcional de emergência está disponível desde 2001, além da pílula
anticoncepcional combinada, minipílula anticoncepcional, anticoncepcionais injetáveis,
diafragma e dispositivo intrauterino (DIU). Entretanto, deve ser evitado o uso de
anticoncepcionais com apenas progestogênio (injetável trimestral e minipílula) antes dos 18
anos pelo possível risco de diminuição da calcificação óssea (BRASIL, 2013).

5.4.4 Ações para os adolescentes do trabalho intersetorial e da rede em saúde

Como parte de suas atribuições, a UAPS mensalmente desenvolve também ações


para os adolescentes em espaços da comunidade, a depender dos profissionais das equipes de
saúde, conforme esclarecido pelos participantes do estudo:

Por exemplo, na minha equipe a gente faz reunião no Bolsa Família,


foi programado com o coordenador para uma vez por mês, se a gente
faria isso. Agora que voltou e nesse atendimento não é só aquela
questão do peso do paciente e nem a questão de você fazer a altura,
não, a gente faz tratamento para verminose, ver se tem alguma
manchinha na pele com suspeita, é enfim tenta fazer um atendimento
também lá e se possível trazer um pouco para o posto para resolver. A
gente vai para a igreja no caso da minha equipe, porque é o local que
a gente tem disponível aqui que consiga atender muitas pessoas e com
140

o espaço físico adequado para o distanciamento é na igreja, então a


gente coloca uma vez por mês o atendimento na igreja. (P11)
(...) se a gestão chegasse vamos, por exemplo doutor Francisco [nome
fictício] e o dentista fazer uma atividade, não tem como, se eu for fazer
uma, a minha agenda está lotada até janeiro e a do doutor Francisco
até fevereiro, não teria como. Teria que trazer mais profissionais para
a gente poder trabalhar mais focado nisso daí, mas agora a gente que
já está sobrecarregado aqui de desempenhar esse papel de ir na igreja,
de ir a comunidade, de fazer uma roda de adolescente não teria como,
mas isso não ia partir da gente não, mas na regional um profissional
que venha ou que fique no lugar da enfermeira que está aqui ou então
que vai desempenhar esse papel. (P13)

É sabido que a proposta de olhar para a saúde da população assegurando tanto a


equidade quanto a integralidade, vem exigindo que a atuação dos profissionais de saúde que
compõem a equipe da Atenção Básica não se limite apenas às intervenções realizadas nos
espaços das unidades de saúde. Esses novos formatos de produção de ações de saúde indicam
que as práticas devem ocorrer também nos domicílios e demais espaços comunitários
(MARTINS et al., 2010). Além disso, entre as atribuições comuns de todos os profissionais das
equipes está o cuidado em saúde da população adscrita, especialmente no âmbito da unidade de
saúde, no domicílio e no espaço comunitário (BRASIL, 2017).
Estudo realizado nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina como parte
da região Sul e de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí da região
Nordeste do Brasil, apresentou que entre as práticas desenvolvidas na comunidade no último
ano, a maioria dos profissionais destacaram realizar atividades de educação em saúde com a
população. Seguido disso, encontros para palestras e reuniões em grupos, envolvimento em
atividades não especificadas e atividades e procedimentos específicos, tais como aplicação de
vacinas, escovação e aplicação de flúor e atividade do Programa Bolsa Família (MARTINS et
al., 2010).
Nesse contexto, reconhece-se que a programação de intervenções extramuros
representa uma empreitada em articular promoção da saúde e prevenção de agravos, avançando
assim na constituição de práticas de atenção integral à saúde da população
adolescente. Contudo, a sua não realização como evidenciada no presente estudo pode se
representar como um problema no cuidado em saúde, uma vez que segrega o profissional da
realidade local dificultando a identificação das necessidades inerentes a comunidade,
inviabilizando que se desenvolva práticas as quais propiciem investigação, orientação e
141

intervenção na saúde dos usuários que poderiam ter sido levantas a priori. Além disso,
representa uma lacuna no potencial das práticas assistências desenvolvidas pelos profissionais,
tornando-se relevante um direcionamento de suas práticas, no intuito de favorecer mudanças
com relação às ações no contexto da ESF.
Outros participantes do estudo destacaram que a unidade oferece ainda intervenções
em saúde por meio de outros dispositivos da comunidade, a exemplo, dos Centros Urbanos de
Cultura, Arte, Ciência e Esporte (CUCA) presentes no referido município:

Como a gente não tem esse espaço, acaba que a gente tem que ir para
comunidade, no caso o nosso posto ele tem uma vantagem que é o
CUCA [Centros Urbanos de Cultura, Arte, Ciência e Esporte], que é o
CUCA do Ararenda [nome fictício] que antes da pandemia a gente
conseguia abrir o espaço lá no CUCA para levar o profissional, fazer
palestra, fazer consultas. No entanto, com a pandemia, o CUCA fechou
e depois voltou só com as vacinas e agora é que ele está voltando a
desempenhar atividades com adolescentes, mas o nosso
relacionamento também foi porque sempre, sempre foi bom, porque lá
a gente tem um tem enfermeira, técnico de enfermagem, tinha um
médico também, mas agora não tem, mas sempre tem um profissional
de saúde sentinela, se houver um problema muito sério, a gente
consegue trazer o adolescente por questão de proximidade também,
então a gente tem esse link com o CUCA, acaba tendo que a gente tem
um ponto de apoio lá. Porque tem um grande número de adolescentes
lá fazendo atividades é e se houver algum problema, se for detectado
alguma demanda ou também traz para a gente. (P11)
Aqui nós temos um diferencial, porque nós temos o CUCA, que era
onde a gente pensa em entrar forte como um ponto de apoio para esse
pessoal, realmente que faz a parceria realmente muito bonita, a gente
realmente tem uma assim uma simpatia, uma empatia também muito
grande, nessa novamente parceria muito bonita, nós estamos com o
pessoal do CUCA. (P12)

A Rede Cuca evidenciada nos depoimentos dos profissionais acima é uma iniciativa
mantida pela Prefeitura de Fortaleza como rede de proteção social e oportunidades formada por
três CUCAS, sendo gerenciado pela Coordenadoria Especial de Políticas Públicas de
Juventude. Estes espaços atendem prioritariamente adolescentes e jovens com idade entre 15 a
29 anos, oferecendo cursos, práticas esportivas, difusão cultural, formações e produções na área
de comunicação e atividades que fortalecem o protagonismo juvenil e realizam a promoção e
garantia dos direitos humanos. Além disso, também visa trazer para a periferia do município
142

possibilidades e alternativas de fruição cultural por meio da realização de eventos estratégicos,


festivais, mostras, exposições e programação permanente de shows, espetáculos e cinema
(FORTALEZA, 2022).
Logo, nesses ambientes os adolescentes desenvolvem suas competências sociais,
experimentam novos papéis, definem a sua identidade, discutem temas de seu interesse e
aprendem uns com os outros. Por tudo isso, acredita-se que espaços públicos como estes são
mais valorizados do que outros pelos adolescentes e, consecutivamente propícios para a
implementação de ações (DOURADO et al., 2021) inclusive de saúde com eles pelos
profissionais de saúde.
Além destes cenários, as ações em saúde são realizadas no ambiente escolar por
meio do Programa Saúde na Escola como acrescido pelos profissionais nos excertos abaixo:

Eu atendo também nas escolas, eu atendo as escolas que a maioria é


adolescente e a gente faz orientação de escovação, assim, aplicação de
flúor, voltamos agora, teve a questão da história da parada da
pandemia, mas assim, tem o Programa Saúde na Escola, que
dependendo da escola, do perfil da escola, também a gente trabalha
com o adolescente, uma escola aqui escola municipal Jose Airton, ela
é quase toda de adolescente (...). (P06)
(...) é tem o atendimento que a gente faz nas escolas também, então, os
alunos que precisam de atendimento, a gente faz a marcação,
basicamente, é isso. Nosso trabalho é preventivo, aplicação de flúor,
passar informação e orientação. (P10)

O Programa Saúde na Escola (PSE) conforme mencionado nos depoimentos


anteriores é uma estratégia que integra de fato as intervenções de educação e saúde com a
finalidade de contribuir para a formação integral dos adolescentes enquanto estudantes da rede
pública de educação básica, por meio de ações de promoção da saúde e prevenção de agravos.
Este possibilita ainda o fortalecimento de ações na articulação dos setores da saúde e da
educação, para o enfrentamento das vulnerabilidades presentes na comunidade que podem
comprometer este grupo populacional. Assim, deve ser implementado com a participação
efetiva dos profissionais que compõem as equipes da ESF e integrado com as escolas dentro do
mesmo território, respeitando os princípios do sistema de saúde (BRASIL, 2011).
Em meio aos depoimentos dos participantes pareceu que os cirurgiões dentistas
estavam mais presentes nas atividades preventivas escolares, em comparação aos demais
profissionais que compõem a equipe de saúde. Fato este evidenciado também em outro estudo
143

desenvolvido em Fortaleza, Ceará, o qual aponta que a vinculação das equipes de saúde ao PSE
ainda não é bem delimitada no município, pois os participantes desconhecem o vínculo de sua
equipe ao programa e os profissionais nunca participaram de capacitações. Ao contrário dos
dentistas que atuam no programa, essencialmente, desenvolvendo ações de prevenção de
doenças bucais, como escovação bucal supervisionada e aplicação tópica do flúor, além de
atividades preventivas com outros enfoques (LIMA, 2016).
No entanto, com a pandemia causada pela Covid-19 em meio as medidas sanitárias
que orientaram a realização das aulas de forma online ou híbrida, estas intervenções estiveram
inoperantes com o retorno ainda sendo de modo gradual, como se pode observar no excerto
abaixo de participante do estudo:

Atualmente, com a pandemia a gente não conseguiu mais fazer


atividades dentro da escola, primeiro porque para fazer uma atividade,
às vezes as aulas elas não estão acontecendo ainda normalmente tem
pouco aluno indo, sistema ainda híbrido, alguns ficam na sala e outros
ficam online, então não deu ainda por conta da pandemia para voltar,
até porque agora que as consultas estão voltando, a nossa rotina e as
agendas estão sobrecarregadas. Eu consegui fazer uma atividade com
adolescente no mês e quando eu saí do posto, mas assim para voltar
para a escola atualmente ainda não deu certo por causa da pandemia.
(P11)

Em virtude da pandemia causada pelo novo coronavírus com a suspensão das aulas
de forma presencial, a rotina do referido programa precisou de fato ser desacelerada e
readaptada para um novo contexto. No entanto, ao contrário do que se encontrou neste estudo
com as atividades totalmente paralisadas, outro desenvolvido na Fronteira Oeste do Rio Grande
do Sul com a equipe do PSE vinculada às Secretarias de Saúde e Educação do município,
evidenciou a preparação de materiais com orientações de prevenção ao coronavírus e dicas para
a tornar a quarentena de modo mais leve e saudável. Assim sendo, como forma de proporcionar
o cuidado em saúde à população escolar do município, foram organizadas ações respeitando as
medidas preventivas nas escolas ao longo dos últimos meses (FETTERMANN et al., 2021).
O estudo reconhece que mesmo nesta situação de pandemia imbricada com vários
empecilhos, a aprendizagem acerca de questões de saúde aconteceu com a utilização de recursos
em vários lugares a partir das atividades previstas pelo PSE. Deste modo, essa aproximação
auxiliando que a escola juntamente com a unidade de saúde pudesse criar mecanismos que
favorecessem a promoção da saúde e a prevenção de agravos em estudantes, especialmente em
144

tempos de pandemia com uma articulação maior de ações em relação as medidas prevenção
contra o coronavírus e a divulgação de informações sobre a pandemia.
Além de tudo isso, os familiares e profissionais acrescentaram que a UAPS realiza
também quando necessário encaminhamento de adolescentes aos serviços especializados da
rede de saúde:

(...) a gente tem situações complicadas que a gente, nós precisamos de


um atendimento mais contínuo, a gente ver que as vezes ele vem e tem
feito a consulta e é encaminhado para Albert Sab, para um local que
possa dar um atendimento ao adolescente, que tenha realmente um
material que possa dar uma qualidade melhor para esse atendimento,
já que na Atenção Básica não tem, é só aquela básico. (F01)
O médico deve ter a consulta, encaminhar conforme entre outras
coisas, conforme sua necessidade, encaminhar para um psicólogo, se
precisar, eles sempre assim se importam. Eu assim quando preciso e eu
não tenho aqui, eu encaminho para uma atenção secundária e tudo.
(P06)
(...) o que a gente não consegue fazer aqui, a gente encaminha para o
CEO [Centro de Especialidades Odontológicas] que é um atendimento
secundário, é um atendimento especializado dependendo da demanda
(...). (P10)
(...) a não ser que seja uma demanda de saúde mental que a gente tem
que encaminhar para um serviço especializado. Isso só acontece
quando o médico da equipe não consegue resolver o problema. (P11)

A integração dos diferentes níveis existentes de atenção à saúde como


exemplificado nos excertos anteriores é um tema bastante presente no debate da política de
saúde de municípios brasileiros e considerada relevante para a construção de uma atenção
integral à saúde da população. Compreende-se que somente a expansão da ESF não é suficiente
para garantir a integralidade do cuidado, o que vem exigindo a articulação dos demais níveis de
serviços do sistema com as políticas públicas de saúde. Deste modo, reconhece que a
implantação da ESF na medida em que objetiva organizar a porta de entrada, impulsiona a
utilização e a necessidade da organização da rede, da regulação e da coordenação dos cuidados
(ALMEIDA et al., 2013).
Em contraposição aos resultados encontrados neste estudo em relação a existência
de uma rede de apoio à saúde dos adolescentes, outro apresenta que os profissionais de saúde
se queixam da precariedade da rede de serviços especializados para referência. A falta de
145

parcerias ou articulações intersetoriais gera preocupação principalmente em relação à referência


e contra referência. O encaminhamento à rede foi considerado deficitário pelos participantes,
com exceção do CAPS que se apresenta como serviço de referência para as demandas de saúde
mental (BARROS et al., 2021).
Isso, possivelmente, para alguns autores pode estar relacionado aos processos de
gestão na organização regional da atenção especializada, pois no estado do Ceará em que o
município deste estudo se encontra localizado, há uma tradição no planejamento territorial da
saúde, possuindo estruturas de gestão e pactuação regional consolidada. Logo, o forte
protagonismo do governo do estado e de suas instâncias regionais sendo os principais fatores
que contribuem para o estágio avançado da regionalização (LIMA et al., 2012).

5.4.5 Deficiência na oferta de serviços para os adolescentes da comunidade

Em oposição os comentários acima apresentados, outros participantes deste estudo


com destaque para os familiares trouxeram ainda em seus depoimentos a deficiência de
atendimento na UAPS quando da procura para o adolescente:

Tem dia que tem atendimento, tem dia que não tem. Eu me lembro que
eu fiquei com a minha mãe, a gente chegou e disseram que o
atendimento já tinha acabado e era de manhã e disseram não tem.
Nunca tem, marca e nunca é chamada, eu nem vou. Eu fui uma vez lá
para o dentista foi com a mãe, a moça falou que ia fazer todo o meu
tratamento e esperei, esperei lá nunca me chamaram. (A01)
(...) nunca não tem, tipo a gente chega com um problema de uma
adolescente lá e às vezes nem tem atendimento e às vezes as pessoas
que têm nem dão atenção, é muito ruim. (A03)
(...) ela está com dente para extrair, a mulher me prometeu no dia
ajeitar o tratamento do dente dela e até hoje não deram notícia de nada
(...) (F01)
(...) atendimento não tem não, não tem não, porque a gente vai no posto,
não consegue nada. Então consegue não nesse posto, a gente vai não
sei quantas maneiras e o tanto de viagem e o atendimento ainda é bom
não. É a pior humilhação quando a gente chega e não tem atendimento
nenhum. (F04)
(...) é muito difícil a gente conseguir, não tem, a gente tem que pagar
para conseguir um procedimento. Esta questão de higiene bucal, é
muito precário e para conseguir é questão assim a gente marca hoje
questão de três meses (...) (F05)
146

(...) às vezes sim as vezes não atendimento, muitas vezes a gente


procura o atendimento e as vezes não têm médico e as vezes tem aí
assim. (F06)
(...) a gente nunca consegue no posto, é difícil dentista, já busquei para
ele e já para minha filha também, para outro também não consegui, eu
pago dentista dele, eu pago. Vai atrás, só que não tem agenda, não tem,
não tem disponibilidade para a cor, não dá certo no posto. É difícil, é
difícil, a minha filha ela procurou várias vezes também não, não tem
dentista é precário. (F08)

Vários estudos desenvolvidos a nível nacional evidenciam que o acesso de modo


amplo aos serviços primários de saúde é uma realidade da população brasileira, demostrando o
importante avanço na implantação e implementação dos princípios e das diretrizes do SUS.
Além do mais, garantir o acesso a estes serviços de saúde é um direito de todos os cidadãos e
um dever do Estado brasileiro e, nessa linha de raciocínio os adolescentes ao terem procurado
o atendimento deveriam ter sido de fato atendidos na unidade por algum profissional (NUNES
et al., 2015). Destaca-se que independente da razão com a qual o adolescente procure o serviço,
cada visita oferece ao profissional a oportunidade de identificar, refletir e auxiliar na resolução
de questões distintas do motivo principal do atendimento (BRASIL, 2017).
Essa realidade é parte também de outros cenários do país como do município de
Camaçari, localizado na região metropolitana de Salvador, que a partir de estudo realizado no
período de outubro de 2011 a janeiro de 2012, evidenciou que 7,7% dos participantes relataram
dificuldade de encontrar atendimento e 3,3% ausência da oferta do serviço que precisavam
(MARTINS et al., 2019). No entanto, salienta-se que os acessos a serviços de saúde não podem
ser negligenciados, pois indicam que os usuários necessitantes de cuidados em saúde não
conseguiram entrar no primeiro nível de atenção do sistema de saúde, que no caso da ESF tem
conformação de um serviço de porta de entrada preferencial (OLIVEIRA et al., 2012).
Isso, por um lado, segundo o participante está relacionado com a agenda lotada de
atendimento dos profissionais da unidade de saúde:

(...) então, normalmente é muito rala, porque se o adolescente vier,


muitas vezes tem atendimento, pode também acontecer que as vezes não
tenha por questão de falta de como pode se dizer, de falta de
atendimento, as vezes não tem espaço na agenda das enfermeiras, não
tem espaço na agenda dos médicos para atender, aí eles acabam tendo
que voltar de novo para ser atendido. (P03)
147

O acesso aos serviços de saúde conforme observado neste estudo permanece como
um nó crítico na APS brasileira associado aos vários problemas que o compromete (TESSER;
NORMAM; VIDAL, 2018), entre os quais, destaca-se a grande sobrecarga de trabalho dos
profissionais das equipes de família relacionada a quantidade elevada de usuários adscritos ou
não em cada área que demanda um maior atendimento na unidade de saúde. Logo, esse
problema gerando um aumento no tempo para a população conseguir atendimento, além da
qualidade da consulta não corresponder às necessidades do paciente (LIMA et al., 2015).
Frente a este contexto, em alguns casos a oferta de serviço apenas ocorre quando
há alguma situação de emergência envolvendo o paciente adolescente, conforme apontam os
participantes deste estudo:

Agora assim, quando é uma emergência, as vezes está com a febre com
coisa assim eu ia, aí sim, eu era atendida faz tanto tempo, mas agora a
minha mãe paga plano. A gente vai assim para o plano porque ela a
gente não encontra. Eu acho a falta de respeito, porque a gente paga o
nosso imposto para ter a o nosso direito à saúde. (A01)
(...) a gente procura e nunca tem um atendimento lá, ali só mesmo se a
gente for na emergência a gente, a gente é atendida pela enfermeira,
mas assim a gente procurasse uma consulta uma coisa assim não. (F06)

O acesso dos adolescentes como observado neste estudo em alguns casos está
vinculado ao momento em que a família procura a unidade com sinais e sintomas apresentados
pelo paciente familiar. Isto é, os profissionais de saúde percebem que o paciente não se
apresenta bem quanto o estado de saúde e, dessa forma incluem no rol para a oferta de um
algum atendimento por meio de consulta. Logo, nessa situação a equipe de saúde não se
responsabiliza pela saúde destes cidadãos e tampouco apresenta sinais de vinculação com os
mesmos (OLIVEIRA et al., 2012).
Além disso, os profissionais perdem a possibilidade de uma aproximação direta
com o usuário e a construção de vínculo e cumplicidade na unidade. Outrossim, a proposta de
integralidade, acesso e escuta qualificada que são tão necessários e urgentes durante o processo
de cuidado ampliado em saúde, para reduzir o acolhimento apenas a uma prática clínica pontual
de queixa-conduta direcionado ao quadro de saúde com a presença de uma situação de
emergência e urgência (PENNA; FARIA; REZENDE, 2014).
Os participantes apresentaram também que na UAPS há uma lacuna na realização
das atividades educativas voltadas a promoção da saúde e a prevenção de agravos:
148

(...) não faz nenhuma ação assim para alguns jovens essas coisas, não
fazem nada, nada, eles não fazem nada. (A01)
(...) não tem um suporte em relação a educação, uma educação,
informação como entregar aquelas cartilhazinhas, não tem, eu ainda
não vi, existia mais eu no momento, eu não estou vendo. (F04)
(...) não temos um certo direcionamento, por exemplo, vamos supor,
palestras, você percebe que falta muita palestra direcionada ao
adolescente para adolescência, é tudo na verdade. (P03)
Não dar para eu chegar e pegar, não tem um grupo lá fora de
adolescente, hoje nós vamos falar sobre carie no adolescente, mau
hálito no adolescente, não, a gente não faz esse tipo de atividade aqui
na unidade, não tem espaço, mas já foi feito em escola, é assim na
escola essa parte, assim, de educação em saúde e promoção de saúde.
A gente faz na escola, eu pelo menos assim é meu público atingido nos
grupos de educação permanente e nas capacitações dos grupos pelo
município é na escola, no posto normalmente assim é difícil, porque
não tem espaço, então fica mais restrito ao clínico e orientação do que
precisa. (P06)
(...) eu acredito assim que faltam a parte mais a questão da parte da
educação em saúde. Eu acho que é um ponto assim, que falta para esse
olhar mais ao tratamento ao cuidado aos adolescentes, a questão de
temas que aborda o universo da adolescência e a gente não vê tão
presente aqui na unidade. (P08)
(...) agora aqui dentro do posto mesmo não tem não ações educativas,
eu não sei das outras áreas porque na nossa área a gente trabalha
dessa forma. (P10)

Parece que a atenção dispensada ao grupo adolescente inclusive do presente estudo


se apresenta fragmentada, com práticas voltadas para ao assistencialismo que se opõem às
concepções promotoras. Todavia, esta deve ser superada ao levar em conta que ESF atende a
família como linha de cuidado em seu ciclo vital, podendo privilegiar a saúde do adolescente
inserida nas práticas de promoção realizadas pelos profissionais. Deste modo, as ações
centradas na tríade promoção, prevenção e assistência devem fazer parte, ao considerar que as
duas primeiras são de maior relevância no processo de cuidar e vão de encontro dos princípios
e diretrizes do SUS (SANTOS et al., 2012).
O estudo realizado por Martins et al., (2019) mostra resultado diferente do
encontrado neste estudo com os adolescentes, ao constatar diferenças marcantes a respeito do
acesso às intervenções de promoção da saúde e prevenção de agravos desenvolvida, sendo três
149

vezes maior a participação deles em atividades educativas nos serviços da própria ESF.
Houveram maiores percentuais de indivíduos que procuraram por esses serviços para ações
preventivas e que conheciam os agentes comunitários nas áreas cobertas pela ESF.
Isto, portanto, segundo os autores está relacionado a cobertura das áreas pela ESF
que possibilitou os serviços de APS serem identificados e utilizados pelos adolescentes e
jovens. Além disso, indica que as unidades de saúde investigadas não atende apenas as
necessidades de atenção aos problemas do setor, mas funcionam como serviços capaz de
responder a demandas por prevenção de doenças e promoção da saúde, o que deve ser destacado
como fortemente positivo e condizente com as diretrizes e os propósitos da ESF.
Esta carência de serviço se mostrou presente na UAPS inclusive durante a pandemia
da Covid-19, em que as intervenções foram necessárias para conscientizar a população sobre a
importância da adesão as medidas preventivas para a manutenção da saúde e preservação da
vida, conforme evidenciado pelo familiar participante deste estudo:

(...) aqui no Ararenda [nome fictício] eu vejo o caso de muitos


adolescentes carentes de atenção no setor da saúde está entendendo,
aqui nessa época de Covid-19, o bairro atravessou e chegou até alguns
adolescentes que foram contaminados e não tiveram resposta nenhuma
não, aí o que acontece é o seguinte, a minha forma de avaliar isso aí
eu acho que chega a ser uma falta, porque numa crise, numa pandemia
desta como a gente atravessou, principalmente referente a adolescente
que é mais cabeça dura, não quis tomar todo cuidado, tipo máscara,
lavar a mão, ficar dentro de casa e evitar aglomeração, eu acho que
deveria ter tido por parte da unidade de saúde do bairro um trabalho
maior de conscientização desse povo principalmente. (F03)

Esta situação expressa no depoimento acima não vai de encontro com o que a
Secretária de Atenção Primária à Saúde, pertencente ao Ministério da Saúde publicou por meio
da Nota Técnica de nº 4/2020. Entre os elementos contidos no documento oficial, havia
recomendações às coordenações de saúde de adolescentes e jovens a nível estadual e municipal
e demais gestores da APS e equipes de SF atuantes no SUS, para a manutenção e/ou adequação
das intervenções no atendimento as necessidades de saúde de adolescentes e jovens no cenário
da pandemia da Covid-19 e mesmo após esse período.
Entre outras sugestões, considerando que população adolescente em condições
sanitárias normais se depara com obstáculos para acessar os serviços de saúde por questões do
imaginário social e cultural associado à sua geração, o documento pontuava a importância da
150

divulgação em meios acessíveis e familiares aos adolescentes e jovens quando houvessem casos
de sintomas a procurar a unidade. Além disso, o levantamento de adolescentes com
comorbidades que pudesse evoluir para formas mais graves da infecção, a busca de formas
objetivas que apoiassem os adolescentes e jovens em situações de vulnerabilidade na prevenção
individual do comprometimento de sua capacidade e a priorização de estratégias de
teleatendimento durante o período de pandemia para manter a continuidade do cuidado, as quais
aparentemente não foram efetuadas pela unidade de saúde investigada.
Nesse contexto, parece a UAPS está direcionada a ofertar serviços a outros grupos
populacionais da comunidade vistos como prioritários, conforme destacaram os participantes
deste estudo:

(...) eu acho que não é mais para os adolescentes, é mais para os idosos,
mas na minha opinião é mais para os idosos. (A09)
(...) eu vejo mais assim, criança para o idoso e isso eu vejo, mais o
adolescente em si não. Tem para criança mas para adolescente não. Eu
acho que é um ponto que a gente não pensa muito, não pensa muito no
adolescente, a gente pensa mais muito no idoso, hoje pensa mais na
criança, mas no adolescente nem tanto assim. Porque a gente tem
programa voltado para criança, para o idoso na comunidade mas para
o adolescente em si não. (F08)
(...) tem outras pessoas que a gestão dá mais prioridade certo, idosos,
gestantes e as pessoas com doenças crônicas. É porque as políticas
públicas para o adolescente realmente não estão acontecendo,
entendeu, no meu ver. (P01)

Na verdade, a discussão acerca da atenção à saúde do adolescente como identificado


nos excertos acima ainda é muito incipiente nos espaços de saúde que, por um lado, pode ser
reflexo das políticas nacionais que durante décadas vem priorizando em suas diretrizes gerais a
assistência ao grupo materno-infantil, e, por outro, do baixo interesse de investimento do setor
público considerando este público como bastante saudável. Logo, observa-se a fragilidade nas
ações voltadas à saúde do adolescente em comparação as da saúde da criança, do adulto e do
idoso (TEIXEIRA et al., 2014).
Estudo realizado em municípios Barbalha, Crato e Juazeiro do Norte da Região do
Cariri, sul do estado do Ceará, a partir de profissionais que integravam as equipes mínimas das
ESF dos munícipios supracitados, evidenciou que as mulheres com 70,9%, seguidas de idosos
com 64,8% e crianças com 56,3% representaram os grupos populacionais mais atendidos no
151

interior da unidade ou em até atividades fora dela. Em contrapartida, os adolescentes com


27,2% se incluindo juntamente com os homens com 11,7%, se apresentando como grupos que
menos são atendidos no referido serviço de saúde (VIEIRA et al., 2014).
Logo, considerando a situação do atendimento ao adolescente e a necessidade de
maior investimento à nível de cuidado primário, a gestão do município vem elaborando uma
proposta em forma de programa com ações direcionadas a este público:

(...) atualmente, assim, a própria instituição, a própria prefeitura está


criando o programa do adolescente, a gente está em fase de piloto aqui,
inclusive eu faço parte da equipe e eles estão assim na fase inicial, a
gente está até com um programa na fase inicial de preparar o nome,
escolher o nome. Então está tendo um concurso nas escolas municipais
para os adolescentes escolherem o nome do programa que ele que eles
querem que tenha, assim, para partir deles. Eu acredito que a partir de
agora, quando surgir esse programa, vai ter um horário mais assim
definido, tenha um atendimento, mas não aquele definido como um
programa como tem o da criança, gestantes, assim mais nós estamos
nessa fase inicial. (P06)
(...) o objetivo da prefeitura agora é exatamente esse, fazer um
programa que está sendo lançado pelo governo, que é exatamente a
gente conseguir alcançar esse jovem, já exatamente a gente poder
começar a fazer um trabalho. Exatamente, o que acontece que a gente
está fazendo uma parceria da unidade com a escola e a gente aqui com
esse diferencial do CUCA, que a gente pode começar a desenvolver um
trabalho, fazer uma divulgação, sabe chamar palestras, aí sim a gente
vai conseguir realmente alcançar um pouco realmente, maravilhoso,
entendeu. Eu realmente eu acho muito válido, acho muito louvável da
parte dos nossos governantes está fazendo esse projeto que realmente
estava precisando há muito tempo. (P12)

À vista do exposto, acredita-se que a ampliação do acesso por meio de um programa


como este no serviço pode proporcionar a consolidação da atenção integral à saúde desse
público, ao passo que também estimula a participação deles na Atenção Básica, contribuindo
para melhoria da qualidade de vida e, consequentemente modificando o perfil de saúde da
comunidade (VIEIRA et al., 2014). Ademais, o desenvolvimento de um programa específico
como este por iniciativa da gestão do próprio município, representa uma grande empreitada na
atenção à saúde da população adolescente no referido cenário antes não vista, ao passo que em
uma rápida busca realizada na literatura nacional sobre o tema em questão nas bases de dados,
152

não se encontrou pesquisas disponíveis até o momento acerca de projetos semelhantes inclusive
no país.
5.4.6 Repercussão dos serviços na saúde da população adolescente

Embora se tenha na UAPS uma fragilidade na oferta de intervenções em atenção à


população adolescente, os participantes do estudo em seus depoimentos acentuaram que os
serviços de algum modo têm possibilitado o reestabelecimento deste público:

(...) porque eu já me vacinei lá, eu já tive uma consulta, meio que isso
me curou de doenças de forma em geral. (A07)
(...) você vai promover saúde, você vai resolver o problema que poderia
ter sido evitado. (P06)

Em concordância com os excertos dos participantes apresentados acima neste


estudo, alguns autores acreditam que estes resultados são de fato parte do processo de trabalho
desenvolvido na Atenção Básica (MARTINS et al., 2019). Esta como contato preferencial dos
usuários na rede de atenção à saúde orientada pelos princípios e diretrizes do SUS, assume
funções e características específicas desenvolvidas em âmbito individual e coletivo. Deste
modo, considera as pessoas em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando produzir a
atenção integral por meio da promoção da saúde, da prevenção de doenças e agravos, do
diagnóstico e tratamento de doenças, da reabilitação e da redução de danos ou de sofrimentos
que possam comprometer a autonomia do paciente (BRASIL, 2017).
Nesse molde, apresenta recursos tecnológicos de elevada complexidade e baixa
densidade comprovadamente eficazes, eficientes e resolutivos para realizar ações de promoção
da saúde e prevenção de agravos à população adscrita brasileira, além de fazer o levantamento
de diagnósticos e intervenções precoces de vários agravos presentes na comunidade, reduzindo
as incidências de patologias com suas complicações e reabilitação do estado de saúde do
paciente (CASTRO et al., 2020).
Isto, é parte também como apresenta os participantes das orientações realizadas
pelos profissionais no momento da consulta que favorecem o autocuidado do adolescente para
a manutenção e promoção da saúde e prevenção de agravos

Porque assim, se você vai com um médico, ele disse que você tem que
fazer isso e isso, é as regrinhas, então faz, eu acho que por isso que ela
não precisa mais, o cuidado, não se você não quer ir para médico, não
153

quer ir para o hospital, não quer se cuidar, faça em casa, se cuide e ela
já está com um bom tempo que não precisa graças a Deus, agora faz
assim é exame de rotina. (F02)
(...) por conta dessas informações mesmo, principalmente sobre esta
questão das informações ou de informações que ele tem dos
profissionais, das próprias enfermeiras que eles têm, parte de uma
forma boa, por conta disso das informações, porque ele não vão está
fazendo um sexo desprotegido ou menos vezes, é está acontecendo,
pronto, ultimamente, está acontecendo nessa sala aqui que eu estou
percebendo que eu estou fazendo menos bezetacil, estou fazendo menos
em adolescente, ultimamente, ultimamente deu um queda nessa relação
de adolescente. Claro, que eu não tenho, não estou fazendo, não tenho
uma base para poder dizer exatamente, mas eu percebo que
ultimamente está tendo, está mais linha mais adulta mesmo do que em
adolescente em si. (P03)
Alguns pacientes a gente ver algumas melhoras, alguns com mais
dificuldade mais outros a gente acaba evoluindo e vendo que há sim
uma melhora a partir do momento que paciente não deixa de tomar o
medicamento porque ele atende ou saiu daquela condição ou então
tinha diminuído a dose, então a gente então acho que nesse ponto sim.
(...) porque eu entendo que tudo que uma coisa esteja ligada a outra,
se realmente está caminhando com a situação de melhora é porque está
tendo um atendimento adequado. (P08)
(...) eu já tenho um atendido adolescente com diabetes e a gente
consegue sabe, eu tenho um paciente com 11 anos já 10, tipo 1, a gente
começou a acompanhar quando ele estava na UTI [Unidade de Terapia
Intensiva] do Barreto [nome fictício] e hoje esse menino é muito
disciplinado totalmente compensado. Então, assim ele é aquele menino
que anota na agenda quantas vezes ele tem que verificar glicemia
capilar, bota o celular para despertar, anota os resultados das
aferições, então, a gente consegue, é colocar a ideia para o paciente
da importância do autocuidado, dele assumir aquela responsabilidade,
autonomia todo dia e conhecimento da sua condição clínica. (P09)
Eu acho que sim, porque a gente faz o trabalho preventivo de
aconselhar e de conscientização do adolescente, a gente faz as
palestras. Então, eu acho que isso tem impacto, porque eles vão
aprendendo, valorizando sua saúde, é tem mais cuidado através do
aconselhamento de nutrição, de hábitos em tudo isso influência na
formação do paciente adolescente. A gente avalia isso a partir de índice
de carie que a gente faz o levantamento, como eu falei aqui como no
caso a odontologia, a gente vai acompanhando se está aumentando o
número de caries, os problemas bucais se está diminuindo, então a
gente nota que com o tempo que a gente já faz isso de 2006 está
reduzindo, tem menos problemas os adolescentes, vão tendo
154

consciência, então vão tendo mais um maior cuidado com a sua saúde.
(P10)

Ao que se apresenta acima com relação ao cuidado dos adolescentes consigo, a


literatura científica apresenta que o autocuidado tem sido entendido como a capacidade que
uma pessoa tem de distinguir fatores que devem ser controlados ou administrados para regular
seu próprio funcionamento e desenvolvimento. Este permite que os indivíduos desempenhem
de forma autônoma as atividades que visam à prevenção de agravos, a promoção da saúde, o
cuidado com a doença; envolvendo os aspectos físicos, mentais, sociais e espirituais e
proporcionando a qualidade de vida (MOURÃO et al., 2010).
E, o profissional de saúde como identificado neste estudo ocupa importante espaço
na promoção do autocuidado do paciente ao ampliar suas práticas assistenciais e educativas ao
usuário, família e comunidade, pontos de apoio fundamentais a estes que vivenciam um
processo de adoecimento. Ao identificar as potencialidades e dificuldades que carecem serem
trabalhadas nesses indivíduos, baseada no encontro da necessidade que se estabelece no cuidado
considerando as singularidades, esses realizam orientações sobre questões de saúde que podem
impulsionar a construção de possibilidades para os indivíduos (TOSSIN et al., 2016).
Todavia, os participantes deste estudo acrescentaram nas entrevistas que os
problemas que afetam à saúde da referida população, tanto são parte de comportamentos
deletérios dos adolescentes como da deficiência de intervenções da unidade:

(...) totalmente a unidade não, porque também eu procuro, porque se a


gente quer uma saúde, é saudável, a gente tem que fazer tudo saudável,
então se eu me empurro em coisas que não são saudáveis vai me
ocorrer algumas coisas, problemas cardíacos, é problema de
respiração e assim vai. Acredito que também não é tanto posto, porque
ele está ali para ajudar na saúde assim, para gente cuidar, a gente
também não procura, tem isso tem esse descontrole do corpo. Não, ele
não é totalmente, mas de certa forma ele é. Porque eu acredito assim
que os médicos estão ali para lhe consultar e se eles não estão tendo
atendimento, se eu vou, vamos supor, tenho um problema de cardíaco,
eu vou lá para me consultar, só que eles não estão e isso pode me piorar
porque eu sempre vou adiando, vai adiando, nunca tem consulta e eu
posso ter ali um problema assim e entupir uma veia alguma coisa e
porque eu fui no médico só que eles não tiveram atendimento e
atrapalha nisso. Eu acredito assim que ele não tem culpa de eu ter, de
eu não está bem não, então não é não também totalmente, é por
consequência minha que tipo às vezes não procuro é sou sedentária,
não procuro correr, não procuro fazer uma coisa para minha saúde,
155

ficar bem minha saúde. Então, eu acredito que isso também é


consequência minha entendeu. (A01)
Uma é uma parte sim e uma parte não, porque depende muito da
pessoa. Ela, ela está assim bem, porque ela está trabalhando
psicológico dela. Olha eu quero está assim, eu não quero está afim
direto do posto, eu não quero está tomando medicamento direto (...).
(F02)
(...) não, só com o posto não, o mundo está um caos, botar uma coisa,
uma culpa dessa no posto, no profissional da primária, pelo amor de
Deus. Olha como é que está aí o mundo, o adolescente com o celular
na mão o tempo todo. (P02)
(...) com o mundo, com a família, com tudo, não só a unidade não, é
com tudo. A unidade um pontinho, ela teria um papel de estar
consciente disso e tentar intervir de alguma forma na área de
abrangência dela, porque a perturbação, essa insegurança não é só da
área da saúde, é na vida deles com um todo, mas que a saúde tem um
papel importante claro que tem. (P06)
(...) muitos casos são da estrutura familiar, a estrutura familiar eu
percebi que sabe que interfere muito, porque sempre quando eles
chegam eles chegam com um problema, aí nesse problema tem o
culpado a ou b ou c com a família ou com alguma coisa. (P07)
(...) o planejamento familiar, a gente pode empatar uma gestação não
desejada, como eu falei, em uma gestação indesejável, no uso
precipitado de droga, um nessas em relação a isso, a gente aborda
também a questão da marginalidade, mesmo do roubo, de tudo. (P13)
Os problemas que lesionam de algum modo a saúde da população adolescente como
revelado nos fragmentos acima deste estudo, são de fato parte de vários fatores intrínsecos e
extrínsecos ao universo ao qual estão inseridos. Por um lado, observa-se a existência de
comportamentos de risco que podem ser definidos como aqueles potencialmente capazes de
ameaçar a saúde física ou mental no presente como no futuro (ZAPPE; ALVES; DELL’AGLIO,
2018). Entre tais, percebe-se indumentárias que contribuem para as lesões acidentais e casos de
violência, uso de tabaco, álcool e outras drogas que geram agravos em saúde e na vida,
atividades sexuais desprotegidas que contribuem para gravidez indesejada e contaminação as
infecções sexualmente transmissíveis, hábitos alimentares pouco saudáveis e inatividade física
(ZAPPE; ALVES; DELL’AGLIO, 2018; DOURADO et al., 2020).
Por outro, consta-se a insuficiência de atividades assistências essenciais
desenvolvidas pelos profissionais no âmbito da APS, que podem também ser impulsionadoras
para a ocorrência de problemas entre a população adolescente. Isto, porque os pacientes
156

desconhecem algumas questões sobre cuidados em saúde que, por sua vez, podem ser obtidas
na unidade de saúde ao atender às necessidades mais comuns. No entanto, em determinados
casos em que há a ausência de intervenção, o paciente não se beneficia dos serviços implicando
paulatinamente em atitudes imprecisas que, de certa forma, podem comprometer à saúde em
razão de comportamentos deletérios. Nesse sentido, para melhorar ou manter a qualidade da
saúde e de vida, os pacientes mesmo que não conheçam o assunto cientificamente, precisam ter
acesso aos conhecimentos básicos de saúde (LUNA; KUTIASKI, 2018).
Caso contrário, os adolescentes podem estar vulneráveis aos problemas de saúde
considerados como preveníveis por meio do acesso as orientações e informações, conforme
apresenta os profissionais de saúde:

(...) isso é ruim para a gente, porque, porque o que está acontecendo
as consequências, quais são as consequências que está, uma
consequência que para numa gravidez, numa doença que as vezes eles
mesmos tem dúvida, eles ficam com aquilo guardado. (P01)
(...) a falta de informação, a desinformação leva erro, é início de vida
sexual precoce, IST [Infecções Sexualmente Transmissíveis], gravidez,
drogas e aí vai, o contexto geral que a gente já está cansado já de
escutar a respeito dessa fase adolescente. (P12)
(...) isso aí vai reverbera um futuro, a questão da promoção, da
prevenção, mais doenças, o uso de ilícito, a dependência química, a
questão também da depressão e aí é um efeito dominó. (P15)

De fato, o acesso à informação e a realização de orientações sobre saúde, suas fontes


e utilização ao paciente como revelado neste estudo, são de extrema importância para a saúde
em geral, qualidade de vida e exercício da cidadania. No Brasil, há a Política Nacional de
Promoção da Saúde que norteia diversas estratégias, propostas e programas voltados a ações
promotoras de saúde. Esta tem como objetivo possibilitar que o indivíduo seja capaz de
gerenciar o cuidado de sua saúde, com o apoio dos serviços e profissionais de saúde e com suas
vontades e possibilidades dentro do contexto no qual está inserido (BRASIL, 2010).
Frente ao exposto, a Atenção Básica como porta preferencial de atendimento a nível
primário que reconhece a promoção da saúde como um princípio para o cuidado em saúde,
parece que ainda precisa efetuar a oferta de informação num sentido amplo, possibilitando ao
adolescente dispor de conhecimentos necessários que lhe permitam tomar decisões conscientes
157

e assertivas quanto a sua conduta, em lugar de ser submetido a valores e normas que o impedem
de exercer seu direito de escolha na administração de sua própria vida (BRASIL, 2017).
Nesse enquadramento, o profissional precisa também repensar as práticas de saúde
desempenhadas neste âmbito da APS, ao passo que segundo os participantes do estudo a forma
como o atendimento acontece repercute notadamente no retorno do adolescente a unidade:

(...) até mesmo para que ele tenha confiança de procurar a unidade de
saúde, porque senão ele não vai vim, aí é que ele não vem mesmo. (P01)
Se você não tiver aquela relação, claro o ele não voltar, você saber
acolher o adolescente, saber conversar, mesmo que ele venha meio
assim assustado, você sabendo acolher, sabendo conversar, a próxima
vez que ele vier, ele já vem mais tranquilo, já vem com mais à vontade,
já fica mais à vontade de lhe ouvir, de lhe dar mais atenção. Porque se
ele chegar num ambiente que que ele está com muito medo e que você
não transmite a segurança para ele, ele não vem mais voltar, então, eu
acho que impacta sim. (P05)
Eu julgo isso também pelo retorno dele, porque uma vez que o paciente
ele é bem acolhido na unidade ele volta, então é essa resposta que eu
vejo positiva, aquele paciente, independente, da idade de que não é bem
recebido na unidade, que não tem a demanda resolvida, ele não volta
certo. (P11)
(...) eu acho que é isso aí a onde a gente consegue provar, é produzir o
vínculo de confiança e muitas vezes com o adolescente, a grande
maioria das vezes ele quer ser escutado, ele tem suas queixas pessoais,
particulares individuais, porque não quer compartilhar com a família,
mas ele sim que resolver o problema, sim ele quer ele quer informação,
sim ele quer progredir, ele quer avançar, ele quer conhecer, ele quer
dominar o assunto. Então realmente é o trabalho, ele é muito
interessante, é muito interessante de trabalhar com jovens
adolescentes. (P12)
(...) eu acho que esse primeiro contato, essa primeira questão aí do
acolhimento do paciente adolescente, quando a busca é o serviço de
saúde essencial, traz buscas futuras para esse cuidado longitudinal e
integral do paciente adolescente no momento que tem uma questão,
falta de empatia com esse público que o profissional não sabe acolher
as dúvidas, as transformações, transições, a gente coloca uma barreira
nisso aí dificulta novos acessos. (P15)

Sabe-se que a forma como o profissional aborda o paciente no momento do


atendimento conforme apresentado nos depoimentos acima, envolvendo entre outros elementos
158

a empatia, atenção, diálogo e respeito como prática de uma atenção humanizada e integral,
torna-se decisivo para a construção de relação, estabelecimento de confiança, cuidado contínuo
e retorno ao serviço em busca de novos atendimentos. Em casos em que isto não ocorre, o
acolhimento e o vínculo do profissional e unidade de saúde com o usuário ficam de fato
prejudicados, apresentando-se de modo bastante superficiais, frágeis, imprecisos (GOMIDE et
al., 2018).

5.4.7 Estado geral e problemas de saúde dos adolescentes da comunidade

De forma geral, alguns participantes do estudo classificaram o estado de saúde dos


adolescentes como satisfatório devido à ausência de sinais e sintomas de doença e agravos em
saúde:

Eu acho que está normal, está normal, eu não tenho problema dessas
coisas, de saúde, problema do coração, de diabetes, tenho nada não.
(A06)
Minha saúde está bem, está bem. Ela está bem, porque eu já fui
vacinado, eu já tomei os remédios, eu não tive doença e nem tantas
doenças nos últimos dias assim. (A07)
Está bem graças a Deus, está bem, porque eu não sinto nada, eu não
estou sentindo nada, não estou precisando de nada, está bem, na minha
opinião está bem. (A09)
Saúde está bem, está melhor do que eu dez vezes, melhor do que eu dez
vezes, não sente nada, não sente nada, nem uma dor na unha, ela nunca
adoeceu, ela está ótima. (F07)
Bem como outros participantes apesar dos adolescentes apresentarem algum
problema de saúde considerados de menor risco à saúde:

Assim, a saúde está boa, mas não está tanto mais está bom, graças a
Deus. Porque assim, eu acredito que todos nós temos um problema de
saúde, então a gente precisa sempre estar ali se consultando. Eu
também só não como estou sem por cento, eu tenho eu tenho é coisas
alguns problemas para mim examinar e saber se eu estou bem mesmo
ou não mas assim de saúde assim vendo, graças a Deus eu estou bem.
(A01)
Minha saúde está maravilhosa, porque já que eu não fico doente, as
vezes eu tenho uma gripe mas passa é um, dois dias, então é boa,
159

porque para quem cansava que tinha que ir para o hospital e ser
internada e agora não sou mais, então é maravilhosa. (A03)
Graças a Deus é até agora graças a Deus ela está bem, não só mesmo
esse problema desses dentes dela, mas de saúde graças a Deus deu
nada não, ela não está sentindo nada não. (F01)
Está bom de saúde dele, ele não teve mais nenhuma doença mais assim,
só mesmo uma virose aqui e ali mesmo, por causa do tempo, mas está
bem. (F06)
Tem adolescente que vem até com um estado de saúde boa, mas tem
adolescentes que chegam com uma necessidade muito grande de
cuidados, de cuidados mesmo, questão de limpeza, questão de boca, os
dentes estragados e tem adolescente que chegam bem cuidados. (P05)

A auto avaliação do estado de saúde evidenciada nos depoimentos anteriores dos


participantes ainda é considerada como um conceito impreciso, sendo representado na literatura
científica por uma gama de medidas que podem ser agrupadas em duas grandes categorias: o
estado de saúde percebido de modo individual pelo paciente e o avaliado pelo profissional de
saúde no momento do atendimento. No entanto, tem se mostrado associada à avaliação clínica
quanto à presença ou ausência de uma condição especialmente aquela considerada crônica,
sendo encontradas taxas de concordância de até 80% em alguns estudos (CLARO et al., 2006).
Esta auto percepção positiva representou ainda para o adolescente que não há uma
necessidade de cuidado ou intervenção em saúde por meio do atendimento com profissional na
UAPS:

Atualmente a saúde está bem, eu estou saudável, porque eu estou


saudável, não estou precisando ir ao médico e nem no posto. Não
preciso ir a um médico, nem um posto, nem nada mais não, porque por
enquanto ainda está tudo em ordem, está tudo bem, não está precisando
de nada. (A02)

Na verdade, a busca pelos serviços de saúde como pensa o adolescente não se deve
restringir apenas quando da presença de um problema ou agravo já instalado, uma vez que se
pode definir a APS como um inextricável conjunto de propostas assistenciais divididas de forma
equitativa a toda população brasileira. Entre os serviços de saúde que devem ser ofertados
conforme a política para resolver uma diversidade de problemas comuns, destaca-se as
160

consultas regulares, os exames complementares, as atividades educativas, as ações de cunho


preventivo, entre outras intervenções em saúde (SILVA; VIEIRA, 2014).
Ao contrário do que alguns adolescentes apresentaram acima, outros participantes
deste estudo trouxeram à tona a presença de problemas de psicológico na referida população
que se tem agravado de forma substancial após a pandemia da Covid-19:

Minha saúde está bem, só o meu psicológico que está abalado, mas
estou bem, mas para mim é normal. (A04)
Meio mais perturbado o adolescente, é um adolescente, é uma geração
meio que muito informada, mas não preparada para agir com as
informações que eles têm, então são meio aborrecidos mesmo em
alguns aspectos. Vejo porque as informações estão bem fáceis, mas
como ele lidam com essa informação é que é o diferencial, é o que eu
vejo muitos pacientes que tem muitos casos de suicídio assim, coisas no
adolescente que a gente cite. A enfermeira quando a gente começou
nesse programa, ela deu testemunho que ela tinha um grupo que os
adolescentes estão adoecidos mentalmente, eles tão sozinhos, solitários
num mundo bem conectado. (P06)
(...) hoje em dia nos estamos com muitos adolescentes com problemas
psicológicos, muito e muito até é considerado hoje em dia uma das
primeiras doenças. (P07)
Hoje, é de modo geral, eu vejo os adolescentes é socialmente, abalados,
talvez, a mente está muito confusa. A gente tem número de pacientes
novos jovens fazendo uso de antidepressivos. Então depois, a pandemia
só aumentou isso daí. (P09)
(...) depois da pandemia, a gente tem recebido muito adolescente com
ansiedade, alguns poucos casos estão com alguns sinais de depressão,
de pânico também, mas a maioria da adolescente que vem aqui é com
crise de ansiedade, tudo gerado por outros motivos, mas que a
pandemia ela veio trazer uma complicação. (P11)
(...) o que chega muito mais a questão emocional desses adolescentes
com depressão, com muita ansiedade, tem muita agora na época da
pandemia, veio muito adolescente com o ataque de pânico contar que
ataque cardíaca dizendo que tem ansiedade. (P14)
(...) existe ainda uma questão de uma aflição e um angustia relacionada
à questão do isolamento da pandemia que eu tenho visto bastante. Os
poucos que eu atendi é uma repercussão como se fosse um transtorno
de ansiedade gerado, eles sentem muita falta do contato na escola, eu
acho que essa questão das aulas online muitos relataram para mim
sobre o que eu atendi dessa barreira que não estão gostando de ficar
dentro de casa e gostava do convívio social, acho que essa questão é
161

importante, do desenvolvimento, dos movimentos comunicação, de


tudo, eu acho que isso aí foi uma barreira que a gente vai ter que saber
controlar isso depois como os frutos aí da pandemia. (P15)

É bem verdade que os problemas de ordem mental como identificado nos


depoimentos são temas frequentes na literatura sobre a saúde dos adolescentes. Em geral,
documentou-se em estudo uma prevalência de 30% de transtornos mentais comuns presentes
entre adolescentes brasileiros (LOPES et al., 2016). Os mais comuns são caracterizados por
sintomas ligados à depressão, ansiedade, queixas inespecíficas e somatização. A relação com a
família pode desencadear processos de crise, especialmente quando a dinâmica familiar é
marcada por casos de violência (ROSSI et al., 2019).
Com a chegada da pandemia causada pela Covid-19 e aplicação de medidas
preventivas para a mitigação da infecção, o fechamento das instituições de ensino se tornou
necessário como iniciativa para a contenção de casos, retirando cerca de 1,5 bilhão de crianças
e adolescentes das escolas (MARQUES et al., 2020). Nesse contexto, exames e provas foram
adiados e houve suspensão da conclusão de ciclos ou períodos escolares, o que causou uma
interrupção nas rotinas e o confinamento em casa. Isto, portanto, gerando nos adolescentes
medos, incertezas, ansiedades e distanciamento social dos pares ou amigos, os quais afetaram
o bem-estar e a qualidade de vida e aumentaram a vulnerabilidade em saúde (IMRAN;
ZESAHN; PERVAIZ, 2020), além da busca por atendimento nos serviços de saúde.
Soma-se com estes problemas acima os casos de gravidez não planejada e
contaminação às Infeções Sexualmente Transmissíveis presentes entre os adolescentes,
conforme apresentado abaixo pelos participantes deste estudo:

É por isso que nós temos na nossa área muitas adolescentes com
questão de gestantes, adolescentes com doenças sexualmente
transmitidos, outros questionamentos (...) (P01)
(...) a gente chega aqui tem muita adolescente grávida, muita novinha
e às vezes eu já cheguei a atender porque eu atendi o compartilhado
com psicóloga a adolescente que já estava, já tinha saído da fase da
fase mais na adolescência, ela teve três filhos e ela não tinha a menor
noção de educação sexual, ela achava que ela engravidava quando
queria, um rapaz disse para ela que não fazia filha, ela acreditou e ele
fez um filho, a menina totalmente inocente do mundo sem nenhuma
noção de educação sexual (...). (P14)
162

Em geral, a vivência da sexualidade nesse período se apresenta mais evidente e se


manifesta através de atividades sexuais desprotegidas devido à falta de informação, de
comunicação entre familiares e da existência de mitos e tabus ou até mesmo pelo fato do receio
em assumir a própria sexualidade (CARLETO et al., 2010). Dessa forma, a procura e a
curiosidade por novas experiências e a deficiência de orientações sobre as mudanças pelas quais
estão passando, tornando os adolescentes vulneráveis a situações de risco, dentre as quais,
observa a gravidez na adolescência possivelmente não planejada ou indesejada e a
contaminação as IST (DOURADO et al., 2020).
No entanto, considerando que depois dos adolescentes somado aos seus familiares,
são os profissionais de saúde da APS que complementam o cuidado em saúde, destaca-se que
estes têm uma imensa corresponsabilidade na promoção da saúde de seus pacientes. Nos
espaços sociais e de saúde da comunidade, estes devem oportunizar por meio de ações
educativas a construção do conhecimento de forma a possibilitar a tomada de decisões
conscientes e livre de risco. Deste modo, fica a cargo do profissional a realização de ações em
saúde por meio de discussões e orientação relacionadas ao tema e da unidade a oferta de espaço
como uma parte de seu compromisso com o acesso da população.

5.4.8 (In)satisfação com a unidade de saúde para atendimento ao adolescente

À vista da atenção primária ofertada ao adolescente, em seu depoimento o


participante familiar apresenta entusiasmo pelo privilégio da existência de uma UAPS na
comunidade:

O posto ele é um órgão muito necessário, é uma necessidade que a


comunidade tem e a gente tem esse privilégio de ter um posto próximo
à nossa casa (...) (F08)

É bem verdade que a APS como evidenciado no excerto acima é um espaço


privilegiado para acesso da população aos serviços de saúde, como parte do resultado da grande
aposta realizada pelo SUS que desponta a um novo paradigma na atenção à saúde, com
diretrizes que criam uma nova forma de produzir as ações e serviços de saúde, na perspectiva
de mudança e conversão do modelo assistencial mecanicista e biomédico. Esta garante acesso
à saúde por ser o primeiro contato com porta de entrada para as questões de saúde, cuidado
linear com aporte regular de modo consistente ao tempo, assistência integral na prestação de
163

serviços que atendam às necessidades da população e continuidade do cuidado para garantir a


atenção de modo integrado e organizado (STARFIELD, 2002).
Outro participante familiar demostrou contentamento pela qualidade dos serviços
da UAPS que são prestados pelos profissionais ao adolescente da comunidade:

(...) então, assim, eu não tenho muito o que falar deles não, porque eles,
pelo profissionalismo deles, eles são as pessoas que são umas pessoas
legais, pessoas que a gente cria afeto com eles. (F02)

Compreende-se que a satisfação do participante como no caso do familiar do


adolescente, representa um potente indicador do resultado do trabalho desenvolvido pelo
profissional no momento do atendimento ao paciente no âmbito da Atenção Básica (GOMIDE
et al., 2018). Outro estudo desenvolvido a partir de dados qualitativos e quantitativos com
participantes adolescentes, demonstra que este foram também muito bem atendidos nos
serviços de saúde. Logo, parece que a atenção dada pelos profissionais aos adolescentes durante
as consultas parece modular uma avaliação positiva da unidade de saúde (GRAÇA, 2016).
Por sua vez, os adolescentes do estudo demostraram satisfação com os componentes
da unidade de saúde:

O posto é bom, porque como eu falei lá é bem estruturado e lá atende


bem e é isso. (A06)
Os serviços do posto eu acho muito bom, porque tem um ótimo
atendimento, uns ótimos profissionais, disponibilização de remédios e
uma boa estrutura também, eu acho os profissionais muito bem e muito
profissionais. (A07)
Os serviços são ótimos não tenho nada a falar sobre isso, porque
atende super bem, não faz igual aos outros lugares que nem
atendimento tem. (A02)

A avaliação em geral recebida de forma positiva dos adolescentes em relação à


unidade de saúde, revela que de fato esta atendeu às necessidades de saúde e apresentou
condições fundamentais para o cuidado em saúde. No entanto, estudos apresentam que apesar
da ESF demonstrar a oferta de serviços em geral à população inclusive adolescente, constata-
se ainda que as unidades básicas ainda são inadequadas quanto estrutura física e organizacional,
recursos humanos, materiais, insumos, equipamentos, entre outros (CESAR et al., 2014). Deste
164

modo, para alguns autores a expressão de satisfação não necessariamente reflete uma avaliação
positiva. Os pacientes sentem-se satisfeitos independentemente da boa qualidade do cuidado
recebido e a insatisfação é manifesta apenas em eventos extremamente negativos
(ESPERIDIÃO; VIERA-DA-SILVA, 2018).
Nesse sentido, os familiares ao contrário dos adolescentes como identificado abaixo
apresentaram insatisfação com a referida unidade de saúde:

(...) porque esse posto aí do Ararenda [nome fictício] é péssimo mesmo,


é péssimo mesmo (...). Porque esse posto do Ararenda é péssimo os
atendimentos, péssimo, eu nunca vou lá para poder conseguir uma
ficha para poder consultar. (F01)
(...) os outros cantos atende tão bem, atende o adolescente bem, atende
o idoso, mas nesse posto aí é péssimo, o atendimento aí eu não gosto
não, eu vou aí porque enfim. Essa outra daí ela vai sozinha, aí quando
ela chega aqui, ela fica reclamando que não fui atendida, me
atenderam desse jeito, um dia você será atendida direito. Ela sempre
chega reclamando porque quando ela vai, ela não vai comigo, aí eu
quando eu vou com ele, eu fico prestando lá atenção, aí quando ela
chega, aí ela chega pega esse papel, eu não vou mais lá, me atenderam
assim e assim, é porque ela não quer dizer o que que passa lá, ela é
tímida, ela não quer dizer, mas eu gosto de dizer o que eu sinto, eu
gosto de dizer, eu não gosto de atendimento desse posto aí, para melhor
dizer eu não gosto do atendimento deste posto aí. (F04)
Porque quando a gente procura uma consulta não tem, não tem médico
na nossa área e isso é péssimo, porque quando a gente procura mesmo,
não tem, aí fica difícil. É ruim você procurar um atendimento, além de
não ter os profissionais ainda destratar gente, fica ruim. (F06)
Esta discrepância de considerações entre familiares e adolescentes pode sugerir
níveis diferentes de expectativas entre os participantes e suposta carência de conhecimento
sobre os aspectos técnicos dos serviços, o que leva alguns avaliarem de forma negativa e outros
de forma positiva (REIS et al., 2013). Além do mais, são os familiares que estão mais presentes
na unidade de saúde e envolvidos na busca por algum atendimento, portanto, por experiência
própria reconhecem em realidade as limitações e lacunas presentes no serviço primário ao
adolescente.
O trabalho que os profissionais de saúde vêm desenvolvendo na UAPS também se
apresentou como outro elemento insatisfatório, pois ainda há uma fragilidade na oferta de
atendimento e necessidade de melhoria nos processos:
165

Eu avalio um péssimo trabalho e por mim poderia melhorar, muito,


muito mesmo. Eu acho que eles não, não estão fazendo muito bem
trabalho deles, porque era para ter um atendimento melhor você ir lá
e ter consulta. (A01)

Este resultado é um importante elemento na avaliação dos serviços em saúde,


considerando que para esta análise é fundamental conhecer como os usuários avaliam o
atendimento prestado para daí repensar as práticas profissionais e a forma da organização dos
serviços de saúde (MISHIMA et al., 2010) e viabilizar o aperfeiçoamento das ações de cuidado
em saúde no nível da Atenção Básica. Portanto, é um componente essencial para consolidação
do modelo, ao investir na responsabilidade de reorganizar práticas promocionais, preventivas,
assistenciais e gerenciais dirigidas às populações de territórios delimitados (ANDRADE et al,
2013).
Para o participante do grupo familiar esta atenção ainda de certa forma omissa do
profissional desperta uma grande sensação de abandono:

(...) é porque a gente nunca viu isso não, aqui não tem isso não, isso é
ruim, isso é péssimo. A gente se sente meio abandonado, na área da
saúde a gente se sente meio que abandonado. (F06)

Pode-se evidenciar claramente a insatisfação deste participante com o cuidado que


tem sido prestado ao adolescente e ao familiar da área adscrita, ao ponto que este pareceu não
ser produzido como esperado pelos profissionais de compõem a equipe de saúde. Deste modo,
compreende-se que a APS precisa responder a pluralidade das necessidades existentes, desde
as demandas com intervenções na unidade de saúde até a atuação nos espaços onde as pessoas
vivem seu cotidiano, de modo a proporcionar o cuidado em saúde, a construção de vínculo e a
promoção da saúde de pacientes e famílias da comunidade (SILVA; SILVA; BOUSSO, 2011).
Outra insatisfação demostrada por participante do grupo adolescente é referente a
demora na espera por um atendimento na unidade de saúde:

Tem sido péssimo, uma vez que cheguei lá para ser atendida, cheguei
lá era uma hora da tarde e saí seis horas da noite, povo demora no
atendimento, às vezes o doutor demora todo essa demora, às vezes nem
consulta e quando uma vez eu passei mal lá não prestaram socorro, foi
tanto que eu tive que voltar para casa passando mal, horrível. Que não
deveria nem existir esse posto, nem presta assistência nenhuma. (A03)
166

O tempo de espera como retratada acima neste estudo tem sido avaliada também
em outras pesquisas no país e os resultados são em geral negativos, identificando queixas sobre
esta dimensão. Em geral, as queixas dos participantes se referem ao tempo de espera demorado,
a necessidade de receber atendimento mais rápido e as dificuldades para a marcação das
consultas (BRANDÃO; GIOVANELLA; CAMPOS, 2013). Em uma pesquisa observou-se que
o tempo de espera para consulta dentro dos serviços esteve em torno de 30 minutos, logo, dentro
do período recomendado por estudiosos da qualidade dos serviços de saúde (STARFIELD,
2002).
Assim sendo, na unidade básica o tempo médio razoável da duração de uma
consulta deve ser em torno de 20 minutos para um atendimento. Entende-se que o momento da
consulta é central no processo diagnóstico e terapêutico, sendo necessário o entendimento da
subjetividade do paciente e a influência das queixas clínicas dos aspectos sociais, culturais e
religiosos. Logo, o tempo no modelo centrado no paciente deve permitir a abordagem de
questões do médico relacionada aos sintomas e à doença e do paciente que inclui suas
preocupações, medos e experiência de adoecer e a integração entre de ambas (BALLESTER et
al., 2010).
Embora exista (in)satisfação por parte de adolescentes, familiares e profissionais
frente aos serviço da unidade de saúde, estes últimos demostraram em seus depoimentos
conformação com as situações complexas e indesejáveis vivenciadas:

Tem que se conformar, tem que ficar calada, porque ninguém pode
dizer nada, tem que ficar calado, eu fico calada, muitas vezes eu fico
calada, mas só Deus sabe porque, vai no posto porque precisa, tem que
estar precisando, quando chegar direitinho, mas você tem que ficar
calada. (F04)
(...) eu acho que porque é o que nós temos, não tem como você exigir a
mais do que isso. (P05)

Estudo desenvolvido por Gomide et al., (2018), identificou também que apesar das
diversas debilidades presentes nas UAPS investigadas, os participantes apresentaram com
frequência uma satisfação com os atendimentos ofertados e um certo conformismo quanto aos
serviços prestados. Nesse contexto, percebe-se que entre os adolescentes e os familiares, em
especial, há uma necessidade de apreensão sobre os seus direitos e o envolvimento no controle
social da comunidade para que possam participar dos processos de gestão pública em busca de
167

melhorias, a partir do que é garantido a sociedade de meio e instrumentos para planejar,


fiscalizar e analisar as ações e os serviços de saúde (COTTA et al., 2011).
168

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Destaca-se que os objetivos tanto geral como específicos traçados inicialmente


neste estudo foram alcançados em meio as informações obtidas no referido cenário, tendo em
vista a avaliação da atenção primária ofertada à saúde do adolescente posteriormente
apresentada nos resultados em meio a discussão realizada com literatura, a partir das condições
existentes da unidade de saúde, dos processos de trabalho desenvolvido pelos profissionais das
equipes e das repercussões no estado saúde da população adolescente.
As informações obtidas colocadas em evidência por meio dos depoimentos dos
participantes, são parte inicialmente das relações estabelecidas entre os adolescentes e
familiares com os profissionais de saúde e a UAPS investigada e, posteriormente da
participação deles na presente pesquisa por meio das entrevistas efetuadas. Assim sendo,
houveram grupos que oscilaram entre a aprovação e a desaprovação dos serviços e, ainda,
grupos que não possuíam uma opinião mais precisa da unidade, o que não anula os resultados
encontrados neste estudo, mas apresenta as distintas concepções existentes entre os
participantes quanto aos serviços ofertados pela unidade como reflexo do processo de uma
avaliação em saúde.
Os participantes do estudo em questão foram adolescentes, familiares e
profissionais de saúde que estavam implicados com o serviço primário, sendo identificado
distintas características de perfil que incluiu ambos os sexos, faixa etária de pessoas jovens e
mais velhas, diferentes situações de estado civil e auto declaração de raças pertencentes a
realidade do país. Além disso, uma variação de renda entre menos e mais de cinco salários
mínimos, ocupação com atividades domésticas, estudantis e profissionais, adeptos as várias
religiões existentes, escolaridade que envolvia pessoas analfabeta e com ensino superior
incluindo experiência laboral.
Verificou-se por meio dos depoimentos que o acesso da população adolescente à
UAPS ainda é deficiente e escasso. Por um lado, há desinteresse do próprio grupo em buscar o
serviço devido a concepção da ausência de uma doença ou um agravo em saúde ou de aspectos
da fase da adolescência que negligência a atenção à saúde e, por outro, da ausência de serviços
de saúde quando da procura que implica em recorrer aos planos de saúde e a outras unidades
de saúde. Nesse contexto, a procura acontece apenas quando da presença de um problema
instalado ou da necessidade de procedimento e insumos, sendo este impulsionado recentemente
com a pandemia causada pelo coronavírus. Isto, portanto, representa uma fragilidade de
169

intervenções que favoreçam a participação do público na referida e um descompasso ao que


propõe as políticas de saúde do país.
Quanto aos aspectos estruturais e materiais, percebeu-se que o espaço da unidade
em comparação a anterior se apresenta satisfatório com a presença de equipamentos, ainda que
não disponibilize salas para todos os profissionais e seja pequeno para a quantidade da
população que a procura. A organização da unidade busca direcionar os processos assistenciais
e os profissionais de saúde para a oferta de atendimento que, no entanto, ainda não é adequada
da visão dos participantes por demostrar falhas quando na procura do serviço e o modo como
se disponibiliza os preservativos. Por sua vez, os materiais, insumos e medicamentos são
insuficientes, a oferta de EPI para os profissionais precária e os materiais educativos ausentes,
situação esta que em sua maioria que não vai de encontro com o que regulamenta os manuais
normativos do Ministério da Saúde para o funcionamento de uma APS.
Identificou-se ainda que os participantes reconhecem os profissionais de saúde que
compõem a equipe de saúde, embora haja a deficiência de médicos e enfermeiros para a oferta
de atendimento, mas que se destaca este último no cuidado a população adolescente. A atenção
dispensada pareceu apresentar uma certa variação quando da presença do familiar na UAPS, ao
contrário do que ocorre com os adolescentes onde é permeada por diálogo e escuta que elevam
a qualidade do atendimento, somado as questões de cunho ética do profissional em respeito ao
paciente. Além disso, os profissionais têm buscado no momento do atendimento, garantir a
integralidade do cuidado, utilizar protocolos clínicos e dispensar informações em gerais. Logo,
evidencias como estas em parte sendo reflexo do que de fato é esperado na APS brasileira,
como parte dos objetivos traçados e alcançados em meio aos projetos que vem sendo realizado
dentro de um sistema que dá certo.
No entanto, em outros casos conforme os participantes deste estudo a realidade da
atenção à saúde oferta ao adolescente como também ao seu familiar no serviço é bastante
diferente. Deste modo, identificou-se a carência de cuidado à saúde por parte dos profissionais,
ausência na realização do exame físico, encaminhamentos desnecessários e inexistência de
vistas domiciliares que, por sua vez, apenas é realizada pelos agentes de saúde que apresentam
maior vínculo em comparação aos outros profissionais. Isto, possivelmente, estando
relacionado com a rotatividade e a sobrecarga de trabalho na UAPS, embora estes venham
realizando as atividades dentro de suas possibilidades e de forma colaborativa entre os colegas
que compõem a equipe e tenham de certa forma uma qualificação para atenção ao adolescente.
Notou-se também em meio aos depoimentos que a unidade de saúde não oferece
serviços específicos e sistematizados para os adolescentes, apenas por meio de demanda
170

espontânea e programa conforme sua rotina geral, sendo este mais voltado ao modelo
assistencial com identificação do problema e busca pela sua resolução de modo pontual. Além
disso, entre os serviços disponíveis há oferta de atendimento através de programas específicos,
administração de imunizantes, solicitação de exames complementares, encaminhamento para
serviços especializados, disponibilização de métodos contraceptivos e realização de atividades
promotoras em diferentes espaços da comunidade, os quais de fato fazem parte do SUS para
garantir o acesso a saúde da população brasileira incluindo os adolescentes.
De algum modo, a unidade tem possibilitado reestabelecer a saúde dos adolescentes
através de atendimentos pontuais, bem como a promoção da saúde em meio as orientações
realizadas pelos profissionais. Ademais, os problemas de saúde que afetam os adolescentes, ora
são provenientes de comportamento deletérios do próprio grupo, ora são da deficiência de
cuidado em saúde do serviço que viabilizam também a adoção destas práticas. De forma geral,
o estado geral de saúde do adolescente foi classificado como satisfatório embora o grupo
investigado apresente algum agravo em saúde de menor grau e risco, estando presente de forma
mais acentuada os problemas psicológicos, gravidez e IST, retrato este que em sua maioria faz
parte da realidade e do universo da população adolescente.
Os participantes do estudo ainda demostram em meio aos depoimentos uma certa
(in)satisação com serviços ofertados aos adolescentes. De um lado, observou-se a satisfação
pela presença de uma unidade de APS na comunidade para a oferta de serviços e a qualidade
do cuidado do profissional dispensado ao adolescente e, por outro, a insatisfação com os
serviços da referida unidade de saúde e também com o trabalho desenvolvido pelos
profissionais, demostrando ainda um certo grau de conformação com as situações complexas
enfrentadas.
Nesse contexto, as evidências são sugestivas de que há necessidade de maior
investimento na APS no que diz respeito a inclusão de questões que envolvem à saúde da
população adolescente, de forma a implantar e implementar processos de trabalho, práticas de
cuidado e ações em saúde que contemplem as especificidades deste grupo para acesso aos
serviços primários. Acredita-se que intervenções como estas possivelmente estimularão a
presença dos adolescentes na unidade de saúde em busca de algum atendimento no cuidado
com a saúde e favorecerão o desenvolvimento de atividades assistenciais para a promoção da
saúde e prevenção de agravos.
Espera-se que este estudo possa contribuir de alguma forma na atenção à saúde
ofertada a população adolescente pela APS. Deste modo, que este favoreça a reorientação do
modelo de atenção em saúde a esse público ainda vigente na unidade de saúde, a partir da
171

reflexão de gestores e profissionais quanto realidade das práticas de cuidado desempenhadas


que não atendem por completo as necessidades em saúde e particularidades e peculiaridades
desta população. Além disso, o desenvolvimento de novo estudos por pesquisadores através de
outras abordagens metodológicas que permitam desvelar situações não evidenciadas neste
estudo sobre o tema ora investigado e, deste modo, apresentar as outras realidades semelhantes
ou divergentes nos diferentes cenários de saúde a nível primário do país.
Entre as várias dificuldades superadas para o desenvolvimento deste estudo,
destaca-se a realização da coleta de informações com adolescentes, familiares e profissionais
de saúde. Para que fosse possível acessar os adolescentes e familiares em suas residências, foi
necessário inicialmente sensibilizar os agentes de saúde para a obtenção de apoio na pesquisa,
pois ao conhecerem as famílias da comunidade se apresentavam como os mais propícios para
repassar informações sobre os possíveis participantes elegíveis e efetuar o contato na
apresentação da pesquisa, agendamento e sensibilização prévia dos participantes com vistas a
realização dos encontros conforme a sua disponibilidade.
Além disso, pela grande demanda de pacientes em busca de algum atendimento na
unidade de saúde, a participação dos profissionais de saúde que compõem a equipe no momento
da entrevista, uma vez que estes requeriam muito tempo para a realização das consultas
inviabilizando na maioria das vezes a disponibilidade deles para participar. Soma-se isso aos
estudos sobre os serviços de atenção primária entre adolescentes que são pouco frequentes no
Brasil, sendo a maioria voltados para um determinado tema, como gravidez na adolescência,
contaminação as IST, uso de drogas licitas e ilícitas, envolvimento em situação de violência,
entre outros, o que tornou por vezes limitada as possibilidades de discussão com literatura
pertinente sobre a referida temática no presente estudo.
Aponta-se algumas limitações do estudo que, por sua vez, não comprometem a
contribuição das informações elencadas, pois se reconhece que a realidade apresentada é
análoga aos outros diferentes cenários do país. A primeira está relacionada às entrevistas
semiestruturada ao considerar que os participantes em algum momento podem ter omitido
informações para preservar a unidade ou se preservar. A segunda é o fato de a coleta de
informações ter ocorrido apenas em unidade de saúde, o que não possibilita generalizar as
informações obtidas. E, por fim, a terceira quanto às fontes que não houve a inclusão de dados
da análise de documentos institucionais acerca das atividades desenvolvidas no serviço de
saúde.
172

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accelerated-action/en/>. Acesso em: 27 jul. 2021.
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em: 15 fev. 2021.

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11682018000100006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 18 nov. 2021.
206

APÊNDICES
207

APÊNDICE A – CARACTERIZAÇÃO DOS ARTIGOS SELECIONADOS NA


REVISÃO INTEGRATIVA
AUTOR(ES) ANO LOCAL PERIÓDICO
THOMAS et al., 2018 América do Norte American Journal of Men's
(EUA) Health
HIRATSUKA et al., 2016 Ásia (Índia) Journal of Primary Care &
Community Health
CORDOVA, D. et al., 2018 América do Norte Health Commun.
(Estados Unidos)
PASCHALL, M. J.; 2018 América do Norte Am J Prev Med.
BERSAMIN, M. (Estados Unidos)
HALLUM-MONTES, 2016 América do Norte J Adolesc Health
R. et al. (Estados Unidos)
GOLDENBERG, T. et 2019 América do Norte J Adolesc Health
al. (Estados Unidos)
AYEHU, A.; 2016 África (Etiópia) PLoS ONE
KASSAW, T.;
HAILU, G.
SILVA et al., 2016 América do Sul (Brasil) Rev. Bras. Enferm
LOURENÇO; 2020 América do Sul (Brasil) Rev. Latino-Am.
FONSECA Enfermagem
HART et al., 2019 América do Norte J Gen Intern Med
(Carlina do Norte)
GARBUTT et al., 2018 América do Norte BMC Family Practice
(Estados Unidos da
América)
DOMMETT et al., 2019 Europa (Inglaterra) BMC Cancer
CANO- 2018 Europa (Espanha) An. Syst. Sanit. Navar.
CABALLERO et al.,
LEAL, I. et al. 2016 América do Sul (Chile) Rev. Med. Chile
TOULANY, A. et al., 2019 América do Norte JAMA Netw Open
(Canadá)
ARAÚJO, M. S. et al. 2016 América do Sul (Brasil) Revista de Enfermagem da
UFPE
TOOMEY, S. L. et al. 2016 América do Norte Academic Pediatrics
(Birmingham,
Alabama, Houston,
Texas, Los Angeles e
Califórnia)
SNYDER, B. K.; 2016 América do Norte Clinical Petriatrics
BURAK, G. D.; (Estados Unidos)
PETROVA, A.
CLARK, B. A. et al. 2018 América do Norte Family Practice
(Canadá)
ROMERO, L. M. et 2017 América do Norte Jornal of Adolescent
al. Health
YASSAE, A. A. et al. 2017 Europa e América do Jornal of Adolescent
Norte Health
208

CORRY, D. A. S.; 2017 Europa Jornal of Adolescence


LEAVY, G.
MEREDITH, L. S. et 2018 América do Norte (Los BMC Family Practice
al. Angeles, Pittsburgh)
GUSS, E. C et al. 2019 América do Norte Jornal of Adolescent
Health
DALEY, A. M. et al. 2019 América do Norte Journal of Pediatric
(Estados Unidos) Nursing
LANDGRAF, A. et al. 2019 América do Norte The Journal for Nurse
(Estados Unidos) Practitiones
VAZ, E. M. C. et al. 2019 América do Sul (Brasil) Qualitative Health
Research
BLAGDEN, S.; 2019 Europa (Inglaterra) Journal of Public Health
HUNGERFORD, D.;
LIMMER, M
FISHE, R. et al. 2019 América do Norte Perspectives on Sexual
(Nova York) and Reproductive Health
DOYLE, A. M. et al. 2019 África BMC Health Services
Research
DEJONCKHEERE, 2020 América do Norte Jornal of Adolescent
M. et al. Health
CAFETTY, R. et al. 2020 América do Norte Jornal of Adolescent
Health
DECKE, S. et al. 2020 Europa (Alemanha) BMC Family Practice
SCHRAEDER, K. et al. 2020 América do Norte BMC Family Practice
(Canada)
MAPELI, L. D. et al. 2020 América do Sul (Brasil) Revista Gaúcha de
Enfermagem
FERNANDES, E. S. F; 2020 América do Sul (Brasil) Interface - Comunicação,
SANTOS, A. M. Saúde, Educação
MARTINS, M. M. F. et 2019 América do Sul (Brasil) Caderno de Saúde Pública
al.,
RAIZEL, R. et al. 2016 América do Sul (Brasil) Epidemiologia e Serviço de
Saúde
PIGOSI, P. L.; 2020 América do Sul (Brasil) Ciência & Saúde Coletiva
MACHADO, A. L.
BOMFIM, E. et al. 2020 África (Moçambique) Pan Afr Med

CARLOS, D. M.; 2017 América do Sul (Brasil)


PÁDUA, E. M. M.; Revista Brasileira de
FERRIANI, M. G. C. Enfermagem
SANTOS, R. L. et al. 2020 América do Sul (Brasil) Revista Brasileira de
Enfermagem
NASCIMENTO, L. et 2016 América do Sul (Brasil) Revista Lati-Americana de
al. Enfermagem
PAULA, C. C. et al. 2017 América do Sul (Brasil) Acta Paulista de
Enfermagem
AUFA, B. A. et al. 2020 Ásia (Indonésia) Jurnal Kesehatan Masyarakat
Nasional
CLARK, B. A. et al. 2018 América do Norte International Journal of
(Canadá) Transgenderism
209

SOTOLONGO, M. S. et 2017 América do Norte J Adolesc Health


al. (Carolina do Norte)
SCHRAEDER, K. et al. 2020 América do Norte BMC Family Practice
(Canadá)
GOCOILEA, I. et al. 2018 Europa (Suécia) International Journal of
Mental Health Systems
CASTRO, F. et al. 2017 América do Norte Journal of Adolescent Health
(México)
MARCELL, A. V. et al. 2018 América do Norte J Adolesc Health
(Estados Unidos da
América)
FERRER, A, P. S.; 2016 América do Sul (Brasil) Revista de Associação
GRISI, S, J. F. E. Médica Brasileira

TEXEIRA, M. R.; 2017 América do Sul (Brasil) Ciência & Saúde Coletiva
COUTO, M. C. V.;
DELGADO, P G. G
JAMES, S. et al. 2018 África (Guateng) BMC Health Serv Res.
MAHDIKHANI, Z.; 2018 Ásia (Irã) Biomedical Research
OVEISI, S.; OLFATI,
F.
JONES, L. F. et al. 2017 Europa (Inglaterra) Br J Gen Pract.
WHEELER, N. J. et al. 2018 América do Norte Clin Pediatr (Phila)
(Estados Unidos)
LELAURIN, J. H. et al. 2020 América do Norte Nicotine Tob Res.
(Florida)
NGWENYA, N. et al. 2020 África (KwaZulu-Natal) PLoS One
LEITE, J. T. et al. 2016 América do Sul (Brasil) Revista Guacha de
Enfermagem
FERREIRA JUNIOR, 2018 América do Sul (Brasil) Revisa Baiana de Saúde
A. R. et al. Pública
RAMALHO, E. L. R. et 2019 América do Sul (Brasil) Revista Mineira de
al. Enfermagem
ANTUNES, B. S.; 2018 América do Sul (Brasil) Escola Anna Nery
PADOIN, S. M. M.;
PAULA, C. C.
FERNANDES, L. T. B. 2019 América do Sul (Brasil) Texto Contexto Enfermagem
et al.
Fonte: elaborado pelo autor (2021).
210

APÊNDICE B – DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DOS ESTUDOS SELECIONADOS NA REVISÃO
INTEGRATIVA
TÍTULO OBJETIVO MÉTODO PRINCIPAIS RESULTADOS CONCLUSÕES

Barreiras e Usar uma abordagem Estudo misto Dos 72 construtos do consolidado, Usando o consolidado para examinar
facilitadores para o sistemática com base no sete fortemente distinguidos e sete sistematicamente o uso desta vacina em
HPV vacinação nas Consolidado Framework fracamente distinguidos entre os práticas de atenção primária
práticas de atenção for Implementation profissionais com cobertura de independentes, permitiu identificar
primária: um estudo Research (CFIR) para vacina de Papiloma Vírus Humano facilitadores e barreiras no provedor,
de métodos mistos identificar e caracterizar mais alta versus mais baixa. A nível interpessoal e de prática que
usando o fatores que são facilitadores maioria dos construtos fortemente precisam ser abordadas em esforços
Consolidado de barreiras para a distintivos foram facilitadores e futuros para aumentar o uso de vacinas
Framework for implementação do nacional. estavam relacionados às em tais locais. Os resultados sugerem
Implementation características dos provedores, sua que a implementação de estratégias que
Research. percepção da intervenção e seu têm como alvo o profissional, os
processo de aplicação da auxiliam a lidar com as barreiras de
vacina. Construtos adicionais vários níveis ao uso da vacina contra o
fracamente distintivos que eram vírus e merecem ainda mais
facilitadores eram do ambiente investigação.
externo, do ambiente interno e
processo. Dois fortemente
distintivos construtos foram
barreiras de uso, um da
intervenção e o outro ambiente
externo.
Centros de saúde Examinar se o aumento da Estudo Os alunos em escolas de centros de Este estudo sugere que o aumento da
em escolas, disponibilidade de serviços longitudinal saúde com base na escola que disponibilidade de serviços de saúde
depressão e risco de de saúde mental em centros aumentaram a disponibilidade de mental nas escolas pode ajudar a
suicídio entre de saúde em escolas serviços de saúde mental foram reduzir os episódios depressivos e o
adolescentes. públicas de Oregon estaria menos propensos a relatar risco de suicídio entre adolescentes.
associado a uma diminuição episódios depressivos de 2013 a
na probabilidade de 2015 em comparação com todas as
episódios depressivos e outras escolas. Reduções
significativas de risco em
211

risco de suicídio entre episódios depressivos do ano


adolescentes. passado e ideação suicida também
foram observadas em escolas de
centros de saúde com base na
escola, o que aumentou a
disponibilidade de serviços de
saúde mental em relação a outras
escolas com centros de saúde com
base na escola.
Barreiras e Examinar as barreiras e Estudo A análise dos dados revelou que Os esforços dos centros de saúde para
facilitadores para a facilitadores que os centros qualitativo certos fatores nos níveis do sistema implementar novas diretrizes de
implementação de de saúde experimentam ao de saúde e da comunidade práticas devem incluir esforços para
práticas clínicas implementar práticas influenciaram os esforços dos desenvolver a capacidade da liderança
baseadas em clínicas baseadas em centros de saúde para implementar dos centros de saúde para mobilizar
evidências em evidências para serviços de práticas clínicas baseadas em pessoal e recursos para garantir que as
centros de saúde em saúde reprodutiva de evidências para os cuidados de novas práticas sejam implementadas de
serviços de saúde adolescentes e discute saúde reprodutiva de adolescentes. forma consistente e com qualidade.
reprodutiva de estratégias para lidar com as Em particular, o apoio da liderança
adolescentes. barreiras identificadas do centro de saúde, a comunicação
entre a liderança e a equipe e as
atitudes e crenças da equipe foram
relatados como fatores que
facilitaram a implementação de
novas práticas.
Estigma, afirmação Examinar o papel da Estudo No modelo de efeitos principais, a Os resultados sugerem que a afirmação
de gênero e uso de afirmação de gênero na quantitativo afirmação de gênero foi a única de gênero dentro da saúde é importante
cuidados de saúde saúde para determinar se ela variável estatisticamente associada para aumentar o acesso aos cuidados
primários entre pode mitigar a relação ao não uso de cuidados de saúde. entre os TGDY negros. As intervenções
jovens negros trans. negativa entre o estigma e o A interação entre a afirmação de devem considerar como aumentar a
uso da saúde. gênero e o estigma promulgado afirmação de gênero entre os
não foi significativa, mas a profissionais de saúde e nos ambientes
afirmação de gênero moderou a de saúde. Pesquisas adicionais usando
relação entre o estigma antecipado uma abordagem interseccional para
e o não uso de cuidados de saúde. entender as experiências de negros
Para indivíduos que não tiveram TGDY são necessárias para destacar as
212

suas necessidades de afirmação de necessidades de saúde exclusivas desta


gênero satisfeitas, conforme o população.
estigma antecipado aumentou, o
não uso de cuidados de saúde
também aumentou; entretanto, isso
não ocorreu para aqueles que
tiveram suas necessidades de
afirmação de gênero atendidas.
Nível de Jovens Avaliar as relações sexuais e Estudo Jovens de famílias de famílias A utilização de serviços de saúde sexual
Sexuais e reprodutivas de jovens e transversal mais altas despesas familiares e reprodutiva é baixa, o que requer
Utilização de utilização de serviços de morava com as mães, participava grande atenção, em que se não houver
serviços de saúde saúde e seus fatores de educação de pares e vivia perto intervenção, os jovens podem se
reprodutiva e seus associados no distrito de de um centro de saúde e eram mais envolver em atividades sexuais de
fatores associados Awabel, Noroeste da propensos a utilizar serviços de risco. Portanto, precisa de um esforço
entre os jovens no Etiópia. saúde sexual e reprodutiva. Além concertado de todos os órgãos
distrito de Awabel, disso, aqueles que tiveram uma envolvidos para melhorar a utilização
noroeste da Etiópia. discussão parental sobre saúde dos serviços e, assim, reduzir o fardo
sexual e reprodutiva e já teve das doenças e deficiências dos jovens
relações sexuais foram mais associadas a saúde sexual e reprodutiva.
propensos a utilizar o serviço do
que suas contrapartes. Por outro
lado, os jovens que viviam com
seus pais e tinham um nível de
escolaridade primário eram menos
propensos a utilizar o serviço.
Fatores do paciente Examinar se a entrega de Estudo 30% dos pacientes elegíveis eram Baixa entrega de rastreamento de
e do provedor rastreamento de tabaco em quantitativo rastreados. O sexo de ambos os tabaco por profissionais do sexo
associados com consultas de cuidados provedores e pacientes foi feminino e o baixo recebimento de
índios americanos e primários está associada às associado à triagem. Provedores rastreamento entre pacientes mais
nativos do Alasca características do paciente e do sexo masculino entregaram jovens do sexo masculino.
Triagem do uso de do provedor entre os exames mais frequentemente do
tabaco em adolescentes. que as provedoras do sexo
adolescentes. feminino. Pacientes do sexo
masculino tiveram chances de
20% menores de recebimento de
213

triagem do que pacientes do sexo


feminino, independentemente da
idade do paciente e características
do provedor. A identidade
individual do provedor contribuiu
significativamente para a
variabilidade no modelo de efeitos
mistos.
Atenção à saúde de Comparar a qualidade da Estudo Na avaliação dos atributos Os resultados do estudo apontam para a
criança e atenção à saúde das crianças quantitativo segundo o tipo de serviço, ambos necessidade de melhoria de alguns
adolescente com e dos adolescentes com HIV apresentaram valores de escores atributos dos serviços de Atenção
HIV: comparação entre os tipos de serviços, na satisfatórios para os atributos: Primária à Saúde e do especializado, o
entre serviços. experiência dos Grau de afiliação; Acesso de que implica em reformulações de
familiares/cuidadores. Primeiro Contato; Acesso de alguns aspectos de sua estrutura e
Primeiro Contato; desempenho, com a finalidade de
Longitudinalidade; Coordenação; oferecerem a qualidade a que se
Integralidade. Não houve propõem. Sugere-se que as crianças e os
diferença estatisticamente adolescentes com HIV sejam
significativa entre ambos. Na encaminhados aos especialistas, porém
análise conjunta dos atributos, continuem frequentando os serviços
nenhum serviço apresentou valor primário para sua condição crônica.
satisfatório de escore geral.
Atenção Primária à Identificar e analisar as Estudo As percepções e as práticas diante As concepções negativas e
Saúde e o terceiro percepções e as práticas de qualitativo da violência entre parceiros estereotipadas sobre a violência entre
setor diante da profissionais da saúde e do íntimos adolescentes são balizadas parceiros íntimos adolescentes são
violência entre terceiro setor a respeito da pelo senso comum e subjugam, marcadas por vieses de gênero e
parceiros íntimos adolescência e da violência sobretudo, as adolescentes do sexo geração. O estudo evidencia a
adolescentes. entre parceiros íntimos na feminino. Nos serviços de saúde, a necessidade de promover ações em rede
adolescência. violência é percebida no momento nas práticas profissionais que
de atendimento a outras demandas, considerem a compreensão histórica e
sob o paradigma biomédico. Os social da adolescência para o
profissionais do terceiro setor enfrentamento do problema.
entendem o enfrentamento da
violência como responsabilidade
da área da saúde.
214

Quais modelos de Descrever modelos de Estudo Método qualitativo a partir de Compartilhado estratégias de prática e
atendimento os cuidados que os cuidados quantitativo entrevistas semiestruturadas. filosofias enfatizaram o cuidado co-
generalistas primários provedores Dezenove médicos generalistas ordenação, foco em todo o paciente
implementar implementaram e com formação de todos os EUA, além do imediato preocupações com a
abordar a transição examinando características engajados em processos de saúde e vontade de aprender com a
do atendimento das experiências dos transição e/ ou cuidados contínuos práticas de famílias, agem baseada em
pediátrico para o médicos generalistas de adolescentes e adultos jovens equipe interdisciplinar.
adulto ?:um estudo proporcionando cuidados com condições de início na
qualitativo. transitórios. infância, sendo a análise conteúdo
e teoria fundamentada.
Conseguir um Entender melhor as vias de Estudo A 1ª apresentação foi na atenção Relatórios anteriores de tempo para o
diagnóstico referência em um coorte de quantitativo primária em 86% e 93% diagnóstico prolongado focaram no
oportuno para pacientes recém- consultaram também antes do atraso no encaminhamento da atenção
adolescentes e diagnosticados diagnóstico. As rotas para o primária, mas esse estudo sugere que
jovens adultos com encaminhados para uma diagnóstico foram 45% por meio isso pode ser reduzido por meio da
câncer: o ACE rede de atenção ao câncer de vias de espera de duas semanas otimização da gestão na atenção
“também jovem TYA no sudoeste de urgentes e 38% como secundária.
para ter câncer? " Inglaterra. encaminhamentos de emergência.
estudo No geral, o tempo na atenção
primária foi curto em comparação
ao atendimento secundário. 40%
das vias foram classificadas como
boas/melhores práticas, mas 16%
foram menos que
satisfatórias. Segurança contínua
rede/apoio foi identificado a partir
de cuidados primários, mas a
análise sugeriu oportunidades de
melhoria em transição para a
atenção secundária.

Opiniões de Conhecer as opinião es de Estudo Os profissionais reconhecem Seria aconselhável estabelecer


profissionais de profissionais de saúde qualitativo dificuldades para alcançar a estratégias que melhorem a informação
saúde de cuidados primário na prevenção em população adolescente em que os profissionais têm sobre o HPV,
primários da adolescentes da Infecção questões de prevenção de bem como os benefícios da vacina para
215

Andaluzia sobre o por papiloma vírus humano comportamentos sexuais de risco, que os transmitam de forma clara e com
papiloma vírus e administração da sua devido à falta de tempo e pouca assertividade aos pais. Isso evitaria
humano e sua vacina. preocupação dos adolescentes com incertezas em pais, melhoraria as taxas
vacina. medidas preventivas. Embora de vacinação e diminuiria as
reconheçam a sintomatologia da complicações da infecção e câncer.
infecção por HPV, nem todo
mundo sabe se o homem sofre da
doença, bem como da associação
de infecção com outros tipos de
câncer além do colo do útero. Eles
duvidam da hora de recomendar a
vacina, cabendo aos pais a decisão
de vacinar suas filhas.
Conhecimento e Explorar o conhecimento e Estudo Existe um atendimento clínico O quadro legal causa insegurança nos
prática clínica de a prática clínica da atenção qualitativo diferenciado para a prevenção da profissionais de saúde e deriva de uma
provedores de primária à saúde gravidez entre adolescentes abordagem clínica diferenciada de
saúde para prestadores de cuidados maiores de 14 anos. Isso é devido acordo com a idade do paciente. Esta é
prevenção da (APS) em relação à ao quadro legal, especificamente à uma barreira para fornecer acesso
gravidez na prevenção da gravidez na lei do crime sexual e à lei sobre a oportuno e confidencial a
adolescência de adolescência. regulamentação da fertilidade. As aconselhamento e contracepção.
acordo com o marco diferenças afetam os cuidados de
legal chileno. saúde, o acesso e o
aconselhamento sobre
contracepção e
confidencialidade. Assistência à
saúde de adolescentes menores de
14 anos é percebido como
problemático para os prestadores,
devido às possíveis implicações
legais.

Associação da Analisar a associação entre Estudo coorte Entre 8.409 adolescentes com No contexto da diminuição das taxas de
continuidade dos a continuidade da atenção doença mental grave, 65,1% tinham consultas ambulatoriais de especialistas
cuidados primários primária durante a transição cuidados primários contínuos e em saúde mental após a transição para
com os resultados de pediátrico para cuidados 28,4% tinham cuidados primários os cuidados adulto, garantindo o acesso
216

após a transição adultos e necessidade de descontínuos, e 6,4% não tiveram adequado aos cuidados primários
para os cuidados de serviços de saúde mental atenção primária durante o período durante este período vulnerável pode
adultos para aguda na idade adulta de transição. Jovens sem cuidados melhorar os resultados de saúde na
adolescentes com jovem. primários durante a transição eram idade adulta jovem.
doença mental mais propensos a ser do sexo
grave. masculino, ter menor nível
socioeconômico e não ter médico de
cuidados primários habituais no
início do estudo. Em comparação
com o cuidado contínuo, os
pacientes com descontínua e sem
atenção primária teve um aumento
na taxa de hospitalização
relacionada à saúde mental em idade
adulta jovem.
Experiências de Descrever experiências de Estudo Os participantes reconhecem que As descobertas ressaltam o desejo dos
adolescentes de adolescentes de qualitativo os médicos são profissionais, a adolescentes de se envolverem na
comunicação entre comunicação clínico- importância da confidencialidade comunicação sobre HIV/DST com os
médico e paciente paciente de HIV/DST por para promover a comunicação profissionais de saúde, ao mesmo
em HIV / DST na meio de entrevistas médico-adolescente e apelando tempo em que destacam estratégias
atenção primária. qualitativas com mulheres para a comunicação de HIV/DST importantes para os médicos. Os
adolescentes iniciada pelo médico. Os resultados podem informar a pesquisa e
predominantemente afro- adolescentes expressaram a a prática de comunicação em saúde e o
americanas de uma clínica necessidade de os médicos desenvolvimento de intervenções
de atenção primária voltada envolverem os jovens nessas destinadas a aumentar a comunicação
para jovens. conversas desafiadoras por meio médico-adolescente sobre HIV/DST.
de uma abordagem aberta e
compreensiva. Além disso, os
adolescentes descreveram
experiências de julgamento
percebido e desconforto dos
médicos e não revelação de
comportamentos de HIV / DST aos
seus médicos.
217

Participantes do Descrever os participantes Estudo Destaca-se que 79% dos Os adolescentes Lésbicos, Gays,
Festival do Orgulho adolescentes do festival do transversal entrevistados se identificaram Bissexuais e Transgêneros que
do Adolescente - Orgulho e determinar se eles como tendo orientação não frequentam o Orgulho de Minnesota
Avaliando suas estão acessando o sistema heterossexual. Os participantes estão acessando um médico de atenção
interações com os de saúde, se os provedores rurais foram mais propensos a se primária com a mesma regularidade que
médicos da atenção estão discutindo história identificarem como Lésbicos, os pares heterossexuais cisgêneros, mas
primária. sexual e oferecendo exames Gays, Bissexuais e Transgêneros raramente recebem testes de Infecções
de Infecções Sexualmente do que os participantes urbanos ou Sexualmente Transmissíveis, apesar do
Transmissíveis nesses suburbanos. A maioria (90%) dos conhecimento das taxas aumentadas de
encontros, com foco em adolescentes foi visto por um infecções nesta população. Obter um
adolescentes Lésbicos, médico no último ano. Destes, histórico sexual e rastrear Infecções
Gays, Bissexuais e 68% foram questionados sobre Sexualmente Transmissíveis é algo que
Transgêneros. histórico sexual e 29% oferecidos todos os médicos podem fazer e
testes de Infecções Sexualmente representa um primeiro passo
Transmissíveis. A identificação importante em qualquer iniciativa de
como Lésbicos, Gays, Bissexuais e redução de Infecções Sexualmente
Transgêneros não foi associada à Transmissíveis.
taxa de histórico sexual obtido ou
ao rastreamento de oferecido, mas
foi associada à percepção da
necessidade de teste de Infecções
Sexualmente Transmissíveis.
Esforços para Descrever as mudanças na Estudo misto Dentre os 48 centros de saúde das Para aumentar o uso dos adolescentes
aumentar a implementação de práticas 10 comunidades, 52% relataram dos serviços de saúde reprodutiva de
implementação de clínicas baseadas em um aumento na implementação de qualidade, centrados no cliente,
práticas clínicas evidências entre parceiros práticas clínicas baseadas em acessíveis e confidenciais, é necessário
baseadas em de centros de saúde como evidências, principalmente no melhorar a implementação de práticas
evidências para parte de uma iniciativa de fornecimento de acesso a clínicas baseadas em evidências. Os
melhorar os prevenção de gravidez em anticoncepcionais e na oferta de esforços para identificar barreiras e
serviços de saúde adolescentes com vários Quick Start. Entre os centros de facilitadores na implementação de
reprodutiva amigos componentes e em toda a saúde que não relataram nenhuma práticas clínicas, podem informar aos
dos adolescentes. comunidade; compreender mudança (13%), a maioria relatou centros de saúde sobre as oportunidades
melhor as barreiras e os que as práticas já estavam sendo de desenvolver sua capacidade para
facilitadores da implementadas antes da garantir que estas sejam
implementação das práticas iniciativa. Entre os centros de implementadas.
218

clínicas baseadas em saúde que relataram uma


evidências; e descrever a diminuição na implementação de
assistência técnica e práticas, a maioria relatou uma
treinamento fornecidos aos diminuição em ter contracepção
parceiros dos centros de hormonal ou dispositivos
saúde e as principais lições intrauterinos disponíveis, tendo o
aprendidas. teste rápido de Vírus da
Imunodeficiência Humana
disponível ou participando do
programa federal de desconto em
medicamentos. Além disso, os
sistemas de saúde e os fatores de
nível comunitário influenciam na
implementação de práticas clínicas
nos centros de saúde.
Experiência de Investigar a experiência dos Estudo De 5.335 adolescentes, 4.149 Quase metade dos adolescentes do
serviços de atenção adolescentes com o médico transversal relataram ter visitado o médico no estudo não se sentiu capaz de discutir
primária entre de clínica geral, se a baixa ano passado. Destes, 91,8% assuntos pessoais com o
adolescentes na experiência relatada estava sentiram-se tratados com respeito, médico. Houve uma associação
Inglaterra e associada a piores medidas 78,7% à vontade, 85,7% ficaram consistente e forte entre a falta relatada
associação com de saúde física e mental e se satisfeitos com as explicações e de boa experiência e medidas de saúde
resultados de saúde. a experiência ruim anterior 53,9% capazes de discutir assuntos precárias.
estava ligada a uma menor pessoais. Depois de ajustar as
utilização desses serviços. variáveis, a experiência ruim em
qualquer indicador se foi associada
ao aumento do risco de
automutilação, sensação de baixa e
problemas de sono. A experiência
insatisfatória em todos os
indicadores, exceto na discussão
de assuntos pessoais, foi associada
a pior saúde auto referida.
Experiências de Conhecer as experiências na Estudo Os participantes relataram A prestação de serviços de atenção
adolescentes atenção primária de qualitativo experiências positivas na atenção primária para adolescentes
transgêneros na adolescentes transgêneros e primária. A maioria dos transgêneros pode ser otimizada se as
219

atenção primária: não-conformes de gênero e participantes comentou acerca do unidades proporcionarem um ambiente
um estudo suas recomendações para as sofrimento ao serem chamados acolhedor, usarem nomes e pronomes
qualitativo. práticas de atenção primária pelo nome ou pronome corretos e discutirem o gênero de
e clínicos. incorreto. Várias recomendações maneira confidencial com os pacientes.
emergiram, incluindo perguntas
sobre a identidade de gênero e
pronomes nas consultas e não
perguntar em relação a identidade
de gênero. Os participantes
enfatizaram a importância de usar
seus nomes e pronomes
afirmativos e a existência de
conhecimento do profissionais
acerca da saúde transgênero.
Resultados de uma Descrever as experiências Estudo De 1.123 adolescentes elegíveis, Os resultados descrevem barreiras e
Pesquisa Nacional relacionadas à atenção longitudinal 789 responderam a pelo menos um possíveis soluções para a atenção
de Mensagens de primária entre uma grande prompt. Quatro temas foram primária entre os adolescentes. Por
Texto com Jovens: amostra nacional de encontrados: os jovens exemplo, cuidados com a saúde são
Perspectivas na adolescentes para melhorar reconheceram a importância da estabelecidas durante a adolescência e
Atenção Básica. a atenção centrada no atenção primária, mas existem uma transformação é necessária para
paciente. barreiras que limitam sua criar um cuidado mais centrado no
utilização, sentiram que melhorar a paciente que se alinhe com os valores e
conveniência aumentaria o uso da as experiências. Assim, os profissionais
atenção primária; não tinham de cuidados primários têm a
certeza de como fazer a transição oportunidade de impactar de forma
entre os ambientes de atenção positiva a saúde dos adolescentes de
primária; sentir-se respeitado era presente e dos adultos do futuro.
essencial para obterem
experiências positivas em um
ambiente de atenção
primária. Jovens mais velhos e
aqueles que se identificam como
mulheres, não binários ou
transgêneros eram mais propensos
220

a relatar experiências anteriores


ruins com a atenção primária.
Confiança do Explorar as atitudes dos Estudo Os resultados apontam para uma Os adolescentes anseiam participar de
adolescente e adolescentes ao se consultar exploratório falta generalizada de confiança forma ativa do processo de tomada de
atenção primária: com médico de família como a principal barreira para a decisão. As soluções podem ser
busca de ajuda para sobre problemas busca de ajuda dos médicos. O acordadas em um esforço transparente e
dificuldades psicológicos. tema central e a maior barreira colaborativo, com base nos princípios
emocionais e para a procura de ajuda foram a do cuidado centrado na pessoa. Deste
psicológicas. falta generalizada de confiança dos modo, pode ser útil estabelecer relações
adolescentes no médico da íntimas e de confiança e garantir a
unidade de saúde. Os fatores continuidade. Fácil acesso,
relacionados à desconfiança dos confidencialidade, empatia e tomada de
adolescentes tendem a surgir do decisão compartilhada auxiliariam a
contato prévio limitado, ansiedade garantir que os adolescentes se sintam
em buscar ajuda do profissional, confiantes em se envolver com o
confidencialidade e envolvimento médico de família.
dos pais no atendimento,
competência profissional
deficiente acerca das questões
juvenis e percepções negativas dos
profissionais.
Os elementos Identificar os elementos Estudo misto O estudo gerou opinião de Os achados contribuem para uma maior
essenciais do essenciais do cuidado amigo especialistas sobre os elementos compreensão acerca das características
cuidado amigo do do adolescente em centros essenciais da atenção à saúde essenciais necessárias no cuidado
adolescente em de saúde escolar na amigo do adolescente nos centros amigo do adolescente. Os centos de
centros de saúde perspectiva dos enfermeiros de saúde baseados na escola. Após saúde baseados na escola são um
baseados na escola: que prestam cuidados aos quatro rodadas da técnica Delphi, importante recurso comunitário para
um estudo de adolescentes e os o consenso foi alcançado em 98 atender às necessidades de saúde dos
métodos mistos das adolescentes, como itens. Os resultados foram adolescentes e devem incorporar essas
perspectivas de consumidores desses agrupados em seis elementos características na oferta dos serviços de
enfermeiros e serviços. essenciais: saúde.
adolescentes. confidencialidade/privacidade,
acessibilidade, médico/equipe,
serviços clínicos ao adolescente,
meio ambiente do centro e relação
221

entre a escola e o centro de


saúde. Os grupos focais com
adolescentes confirmaram os
elementos essenciais identificados
na técnica Delphi e acrescentaram
dois temas abrangentes:
relacionamento confortável e
confiável.
Incorporando a Avaliar a viabilidade de Estudo misto Um total de 40 adolescentes entre Os resultados revelam que há demanda
saúde sexual e programa de saúde sexual e idade de 13 a 19 anos foram por atenção à saúde sexual e
reprodutiva do reprodutiva para atendidos durante o período de seis reprodutiva e atender a essas
adolescente na adolescentes em uma clínica meses no projeto. A maioria dos necessidades em um ambiente de
atenção primária privada de atenção primária adolescentes procuraram atenção primária é apropriado e viável.
pediátrica. pediátrica. aconselhamento contraceptivo, Deste modo, a sustentabilidade
menos da metade eram financeira e defender mudanças nas
sexualmente ativos e todos foram políticas para aumentar a capacidade
orientados sobre a importância do das clínicas privadas de fornecer
rastreamento de Infecções cuidados de saúse sexual e reprodutiva
Sexualmente Transmissíveis. são etapas futuras importantes.
Pacientes que receberam
aconselhamento sobre controle de
natalidade para contracepção e/ou
preocupações menstruais optaram
por pílulas anticoncepcionais
orais, implantes subdérmicos,
anticoncepcionais injetáveis e
dispositivos intrauterinos. Estes,
ainda, apresentaram satisfação
com atendimento classificando
como excelente.
222

Percepções dos Determinar se os serviços de Estudo misto A maioria dos jovens apresentou Os jovens sentiram que suas demandas
jovens LGBTQ atenção primária à saúde são que suas necessidades de saúde de saúde não foram contempladas no
sobre a Atenção percebidos com não eram bem atendidas. A centro, sendo as principais
Básica. atendimento adequado às maioria reconheceu a má preocupações com relação a abordavam
necessidades dos jovens comunicação entre paciente e superficial dos médicos sobre questões
LGBTQ, avaliar as lacunas profissional de saúde, desrespeito de orientação e saúde sexual. Além
nos serviços e identificar e falta de discussões sobre tópicos disso, muitos sentiram-se tratados de
áreas para melhoria na importantes como saúde sexual e maneira crítica e desrespeitosa. Os
prestação da atenção emocional. Os participantes prestadores de cuidados primários
primária à saúde. citaram preocupações com a precisam aumentar seus conhecimentos
confidencialidade e comentários sobre a saúde LGBTQ e melhorar suas
inadequados como barreiras para o habilidades de comunicação.
atendimento. Os jovens
expressaram um forte desejo de
que os médicos estivessem mais
conscientes de suas necessidades e
preocupações.
Desafios da Identificar os desafios Estudo Os profissionais e gestores O estudo desenvolvido na atenção
Atenção Básica às enfrentados por gestores e qualitativo apontaram desafios associados à básica do Brasil abordou os desafios
crianças e equipes no cenário da gestão das condições crônicas e à enfrentados pelos profissionais e
adolescentes com atenção básica para o estrutura operacional da rede de gestores, mostrando que a coordenação
condições crônicas atendimento de crianças e atenção à saúde que afetam a do cuidado à criança/adolescente em
no Brasil. adolescentes em condições coordenação do cuidado e a condição crônica ainda não é eficiente
crônicas no Brasil. organização da rede de ou eficaz no município estudado. Para
atendimento à população jovem que esse tipo de atenção seja integral,
acometida por doenças crônicas. são necessárias melhorias na gestão das
necessidades de saúde, bem como na
estrutura operacional que afeta a
organização da rede de atenção à saúde.
Acesso à atenção Examinar as questões de Estudo A maioria dos jovens relatou um Os clínicos gerais podem desempenhar
primária e atenção acesso à atenção primária e transversal estado de saúde mental geral ruim. um papel fundamental na melhoria da
dispensada: uma dispensa de atenção à saúde Conforto com um médico foi saúde dos jovens trans, demonstrando
pesquisa com entre adolescentes e jovens positivamente correlacionado com compreensão das necessidades de saúde
adolescentes e transexuais. o estado de saúde geral e mental, dos jovens transgêneros e competência
jovens transexuais. assim, como ter um médico ciente em cuidados de afirmação de gênero, e
223

do status transgênero. Menos da garantindo que suas práticas sejam


metade dos jovens relataram a acessíveis a todos os jovens trans que
necessidade de cuidados de saúde precisam de cuidados.
anteriores. Entre os adolescentes,
os níveis de conforto com o
médico foram negativamente
correlacionados com os cuidados
dispensados de saúde mental. Os
motivos para a falta de cuidados
necessários abrangeram as
dimensões do acesso aos cuidados,
variando de barreiras de custos a
experiências negativas e
preocupações que o médico não
tivesse educação sobre pessoas
trans.
“Estamos em boas Investigar como os Estudo Ao total, 11 pediatras, três co O programa coaching de saúde é
mãos lá.” - objetivos antecipados do qualitativo desenvolvedores, 22 pais e quatro percebido como um facilitador para um
Aceitação, barreiras coaching de saúde são adolescentes foram incluídos no cuidado mais centrado no paciente. No
e facilitadores de percebidos e aceitos pelo estudo. Em geral, as famílias entanto, as barreiras estruturais
um programa de pediatra e afetam crianças, ficaram satisfeitas com o permanecem. Os pontos de partida para
treinamento em adolescentes e seus pais. atendimento pediátrico recebido melhorias são outras opções para
saúde baseado na no contexto do programa. O fortalecer os recursos das famílias e
atenção primária coaching de saúde apoiou o papel expandir a rede interdisciplinar.
para crianças e essencial dos pediatras como
adolescentes com consultores e melhorou suas
problemas de saúde habilidades diagnósticas. Falta de
mental: um estudo tempo, restrições financeiras e
qualitativo (PrimA- estruturas familiares desafiadoras
QuO). dos pacientes foram relatadas
como as principais barreiras para o
sucesso.
224

Vacinação Investigar a associações Estudo Foram utilizados dados de 587 O estudo identificou vários fatores
meningocócica na entre várias características ecológico práticas gerais, representando 8% independentemente associados à
atenção primária de medicina geral e a de todas as práticas gerais na vacinação da meningocócica
entre adolescentes aceitação de vacina Inglaterra. A captação da quadrivalente ACWY na atenção
no Noroeste da meningocócica meningocócica quadrivalente primária. Essas descobertas permitirão
Inglaterra: um quadrivalente ACWY no ACWY variou de 20,8% a 46,8% uma abordagem direcionada para
estudo ecológico noroeste da Inglaterra. entre os grupos de melhorar a aceitação da vacinação em
investigando comissionamento clínico nível de prática geral.
associações com avaliados. Após a regressão
características da multivariável, a aplicação da
clínica geral. vacinação aumentou com o
aumento da porcentagem de
pacientes de minorias étnicas, da
porcentagem de pacientes de 15 a
24 anos, de pacientes que
recomendariam sua prática e o
alcance total da estrutura de
qualidade e resultados para a
prática. Por outro lado, a absorção
da vacinação diminuiu com o
aumento da privação.
Utilização de Identificar as condições de Estudo Três quartos das 4.121 visitas de Medir a morbidade e a provisão de
serviços de saúde saúde que os jovens retrospectivo jovens foram registrados por serviços é fundamental para informar a
primários e de apresentam e os serviços mulheres e 40% de todas as visitas política e promover sistemas de saúde
saúde escolar por eles recebem em clínicas de de jovens foram de mulheres com responsivos. Os esforços devem ser
adolescentes e saúde pública, clínicas idade entre 20 e 24 anos. As intensificados para melhorar a
jovens adultos em móveis e serviços de saúde condições de apresentação mais qualidade e integridade dos registros de
KwaZulu-Natal, escolar. comuns foram relacionadas ao saúde, com atenção à documentação de
África do Sul. Vírus da Imunodeficiência questões de saúde dos jovens
Humana, pré-natal, planejamento importantes, e atualmente mal
familiar, queixas gerais não documentadas, como saúde mental e
específicas e problemas nutrição.
respiratórios. Houve poucas
consultas registradas para outras
condições comuns que afetam os
225

jovens, como saúde mental e


problemas
nutricionais. Antibióticos,
antirretrovirais, anticoncepcionais,
vitaminas/suplementos e
analgésicos foram os mais
comumente fornecidos. Os
registros de saúde de rotina
registravam informações
limitadas, eram frequentemente
incompletos e/ou inconsistentes e
a idade não era registrada
rotineiramente.
226

Perspectivas dos Obter uma compreensão Estudo Durante a transição do A opinião dos médicos de família que
prestadores de sobre os papéis dos médicos qualitativo atendimento pediátrico para o acompanham seus pacientes ao longo
cuidados de saúde de família e potenciais adulto, as cinco funções principais da vida e fornecem a maior parte dos
primários sobre as barreiras e facilitadores para identificadas pelos participantes cuidados primários no Canadá, são
suas funções no o seu envolvimento durante para apoiar os adolescentes e essenciais para informar e refinar as
apoio a o período de transição, a jovens pareceram inter- práticas de transição recomendadas. As
adolescentes e partir da perspectiva dos relacionadas. Antes da descobertas fornecem insights, dos
jovens adultos na médicos de família e outros transferência, o relacionamento próprios prestadores da atenção
transição de prestadores de Atenção longitudinal profissional-paciente primária, para reforçar a justificativa
serviços Primária à Saúde. permite que eles assumam que para o envolvimento durante as
pediátricos. incluem o fornecimento transições da especialidade pediátrica e
de cuidado holístico e avaliação da dos cuidados baseados na
preparação para a transição, bem comunidade. Soluções para superar as
como capacitar os adolescentes e barreiras para a integração da atenção
jovens para desenvolver primária e atenção especial para
autonomia e responsabilidade adolescentes e adultos jovens precisam
pessoal por seus cuidados. Os ser identificadas e testadas.
participantes perceberam que os
papéis eram essenciais para
facilitar seu papel no cuidado,
como coordenar serviços
especializados e/ou comunitários
durante o período de
transição. Este papel foi percebido
como difícil para os provedores de
cuidados aos adolescentes e jovens
se eles não tivessem
relacionamento estabelecido ou
não fossem conhecidos.
Dificuldades Identificar as dificuldades Estudo As dificuldades foram a ausência e A enfermagem necessita desenvolver
enfrentadas por enfrentadas pelos qualitativo a inadequação da estrutura física, ações concretas baseadas na realidade
enfermeiros para enfermeiros no item necessário para proporcionar dos adolescentes e, também facilitar o
desenvolver ações desenvolvimento de ações realização de encontros, debates e acesso aos serviços de saúde a partir de
direcionadas ao voltadas ao adolescente na reuniões com adolescentes. A programas e serviços específicos para
atenção primária. sobrecarga de trabalho impede a esse público.
227

adolescente na realização de práticas educativas


atenção primária. devido à ausência de atuação
multiprofissional. Observou-se a
utilização do Programa Saúde na
Escola como instrumento de
aproximação entre profissionais e
adolescentes.
228

Influência da saúde Descrever os padrões de Estudo Quase a metade (49,2%) dos Os adolescentes em risco de uso de
mental e do risco de risco de uso de álcool e transversal adolescentes relatou uso de álcool álcool e outras drogas e problemas de
uso de álcool ou outras drogas e triagem e e outras drogas no ano saúde mental têm maior probabilidade
outras drogas nos intervenção de cuidados anterior. Dos 769 (60,1%) de se beneficiar de uma intervenção
cuidados relatados primários relatados por adolescentes que relataram ter sido breve. Essas descobertas sugerem que
por adolescentes adolescentes e examinar questionados por um provedor estratégias são necessárias para facilitar
recebidos em associações de risco de uso médico em cuidado primário sobre a identificação dos profissionais de
ambientes de de álcool e outras drogas e o uso de álcool e outras drogas, saúde da necessidade de
cuidados primários. saúde mental com os apenas 37,2% relataram ter aconselhamento tanto de uso de álcool
cuidados recebidos. recebido triagem/intervenção. As e outras drogas quanto de cuidados de
chances de triagem/intervenção saúde mental para jovens em risco.
relatada foram significativamente
maiores para adolescentes com
maior risco de uso de álcool e
outras drogas e menores escores de
saúde mental.
Rede intersetorial Analisar a rede intersetorial Estudo Emergiram duas categorias A ausência de um cuidado em rede
para o construída a partir da qualitativo intituladas “Não é inexistente, mas ficou evidente, gerando isolamento e
enfrentamento da Atenção Primária à Saúde é complicada” e “A gente está sobrecarga da unidade de atenção
violência contra em contexto rural para sempre na linha do tiro”. A básica que é potencializada pelas
crianças e enfrentamento da violência existência de uma rede fragilizada, características da ruralidade.
adolescentes em doméstica contra crianças e a atenção pautada pelo viés
contexto de adolescentes. biomédico e a fragmentação no
ruralidade. cuidado foram características
presentes no cuidado às famílias.
229

Relação entre o Examinar em uma amostra Estudo Um total de 40% dos adolescentes Muitos adolescentes não relatam
relatório do da comunidade se o auto transversal relatou que receberam atenção receber atenção centrada no
adolescente de relato do adolescente sobre centrada no paciente. O relatório paciente. Esta relatada por adolescentes
atenção centrada no a atenção centrada no de recebimento de atenção correlaciona-se positivamente com
paciente e da paciente varia de acordo centrada no paciente foi associado medidas de atenção primária a
qualidade da com as características do a alta qualidade para outras adolescentes de alta qualidade. O
Atenção Básica. paciente e se o recebimento medidas, como ter uma conversa estudo fornece suporte para usar o
pelo adolescente está privada com um médico e ter relatório do adolescente de atenção
associado a medidas de falado sobre comportamentos de centrada no paciente como uma medida
qualidade da atenção saúde. Além disso, foi associado a da qualidade da atenção primária ao
primária ao adolescente. menor probabilidade de adolescente.
necessidade de cuidados não
satisfeita auto referida e ter um
problema de saúde sério não
tratado.
230

Fornecimento de Estimar o impacto que o Estudo Entre 2008 e 2017, o Projeto de Quando serviços abrangentes de saúde
contracepção em aumento da disponibilidade transversal Saúde Reprodutiva do Centro de reprodutiva estão disponíveis os Centro
centros de saúde e do acesso a serviços Saúde Escolar apoiou um aumento de Saúde Escolar, os adolescentes os
baseados em contraceptivos locais, substancial na proporção de utilizam, resultando em
escolas da cidade de incluindo método clientes mulheres sexualmente substancialmente menos gravidezes,
Nova York: anticoncepcional reversível ativas que usam anticoncepcionais abortos e nascimentos, e custos mais
impacto na gravidez de ação prolongada, em eficazes. Mais dramaticamente, baixos para os sistemas de saúde
na adolescência e Centro de Saúde Escolar 14% dos clientes no mix de pública.
custos evitados, teve sobre o uso de métodos do Projeto de Saúde
2008–2017. contraceptivos entre Reprodutiva do Centro de Saúde
adolescentes sexualmente Escolar usaram método
ativas em Nova York e, anticoncepcional reversível de
consequentemente, em ação prolongada em 2017, em
gravidezes e nascimentos comparação com 2% no mix de
em toda a cidade e abortos não Projeto de Saúde Reprodutiva
de 2008 a 2017. do Centro de Saúde Escolar. O
projeto evitou uma estimativa de
5.376 gestações, 2.104
nascimentos e 3.085 abortos,
resultando em um valor estimado
de $ 30.360.352 em custos únicos
evitados de nascimentos e abortos
com financiamento público. Esses
eventos evitados foram
responsáveis por 26–28% do
declínio de gravidezes,
nascimentos e abortos na
adolescência em Nova York.
231

Desencontros entre Discutir aspectos Estudo Profissionais e gestores É necessário maior investimento na
formação relacionados ao processo qualitativo consideram a graduação e a formação/capacitação dos profissionais
profissional e formativo de gestores e educação permanente incipientes, como caminho para aperfeiçoar a
necessidades de profissionais da Atenção não abarcando o cuidado integral. prática nos serviçosS, a fim de torná-los
cuidado aos Básica à Saúde no cuidado à O despreparo do profissional foi mais coerentes e adequados à lógica de
adolescentes na saúde do adolescente. destacado pelos adolescentes cuidado e às necessidades e aos modos
Atenção Básica à como entrave para vinculação ao de vida dos adolescentes.
Saúde serviço.

Acesso aos serviços Analisar a associação entre Estudo O acesso aos serviços de Atenção A pesquisa evidenciou que os
de atenção primária o acesso aos serviços de transversal Primária à Saúde foi referido por adolescentes e adultos jovens
à saúde por atenção primária à saúde 89,5% dos indivíduos, apontando conseguem acessar os serviços de
adolescentes e dos adolescentes e adultos uma elevada prevalência entre os Atenção Primária à Saúde, apesar da
jovens em um jovens e a cobertura da adolescentes e adultos jovens e não existência de barreiras de acesso
município do Estratégia Saúde da Família. havendo diferenças geográficas e organizacionais. Isso
Estado da Bahia, estatisticamente significantes entre indica que, embora seja considerada
Brasil. esse tipo de acesso e a área de porta de entrada privilegiada e
cobertura da Estratégia Saúde da alternativa substitutiva do modelo
Família. Entretanto, entre biomédico, a Atenção Primária à Saúde
indivíduos residentes em áreas ainda enfrenta muitos desafios para a
cobertas pela Estratégia Saúde da efetivação de um papel organizador e
Família, verificou-se maior acesso coordenador do cuidado no sistema de
às ações de prevenção de agravos saúde.
e promoção da saúde, mas também
menor probabilidade de o
atendimento ocorrer no mesmo dia
de marcação da consulta e menor
disponibilidade de transporte
coletivo. Embora não se tenham
observado diferenças do acesso
entre as áreas com cobertura da
Estratégia Saúde da Família, a
maior participação desses
indivíduos em atividades de
232

prevenção e promoção da saúde


reforçam a importância dessa
estratégia no âmbito do Sistema
Único de Saúde.

Comportamentos de Analisar comportamentos Estudo Houve baixa participação em A renda familiar esteve associada ao
risco à saúde de de risco à saúde de transversal ações educativas sobre álcool, baixo consumo de frutas e hortaliças.
adolescentes e adolescentes e ações alimentação e atividade física; Adolescentes mais próximos à idade
atividades educativas da Estratégia meninas apresentaram maior adulta apresentaram maior prevalência
educativas da Saúde da Família em prevalência de atividade física de consumo de álcool. A baixa
Estratégia Saúde da Cuiabá, Mato Grosso, insuficiente; o consumo de álcool participação de adolescentes em ações
Família em Cuiabá, Brasil. foi associado à idade de 15 a 19 de promoção da saúde indica a
Mato Grosso, 2011. anos; e o baixo consumo de frutas necessidade de políticas de saúde mais
e hortaliças associou-se à renda efetivas. Sugere-se o monitoramento de
familiar menor que dois salários programas de prevenção aos agravos,
mínimos. O estudo não encontrou principalmente voltados à adolescência.
associação significativa entre os
comportamentos de risco à saúde e
a participação dos adolescentes em
ações educativas promovidas pela
Estratégia Saúde da Família. Além
do que, houve baixo relato de
participação desse público
adolescente nesse tipo de
atividades desenvolvidas no
âmbito da Atenção Primária.
Os cuidados da Cartografar a produção do Estudo O desfecho da atividade A utilização da cartografia e do
Estratégia Saúde da cuidado ofertada a um qualitativo possibilitou olhar para a vida de fluxograma possibilitou visualizar os
Família a um adolescente em situações de Teo em si e não somente para a modos produzir cuidado de uma equipe
adolescente vítima “bullying” pela Estratégia patologia. Todavia, de modo geral, ao adolescente vítima de bullying. Há
de bullying: uma Saúde da Família. o cuidado ofertado não alcançou a uma frágil rede de suporte à saúde do
cartografia dimensão do sofrimento psíquico adolescente que foram: as estratégias de
decorrente do bullying escolar. A cuidado desarticuladas entre os níveis
alopecia tão visível e inquietante de atenção, reduzida comunicação entre
roubou a cena e se fez protagonista os profissionais e inexistente atenção à
233

na vida do adolescente. dimensão psicossocial. Logo, indica-se


Complementar a isso, a a necessidades de implementação das
burocratização e fragmentação da políticas, no sentido de aperfeiçoar os
assistência prestada rompeu com serviços e articular as estratégias de
qualquer possibilidade de cuidado atenção à saúde do adolescente.
contínuo e longitudinal. Ademais,
a equipe pouco trabalhou na
perspectiva do coletivo e, ainda
assim, e paradoxalmente, foi na
contramão, dando passagem para
linhas potentes de produção
intensiva de sofrimento.

Avaliação da Avaliar a qualidade deste Estudo Foram avaliados 126 usuários do Embora a maioria dos usuários estejam
qualidade nos serviço de saúde na sua transversal Serviço Amigo do Adolescente e satisfeitas com os serviços, houve
cuidados de saúde localização no Centro de da Juventude, todos pertencentes algumas críticas severas. A prática dos
primários: Serviço Saúde Marrere, Nampula, ao grupo étnico-linguístico profissionais de saúde com o protocolo
Amigo do norte de Moçambique, na Emacua. Entre os participantes, é variada e há deficiências
Adolescente e da perspectiva dos clientes. 67% eram adolescentes e 78,2% significativas de informação.
Juventude, um mulheres. A média de idade foi de Verificou-se comunicação aberta nas
estudo de caso 17,6 anos. Encontrou-se uma famílias e o reforço de informações
moçambicano. média de 0,54 gestações por sobre saúde sexual e reprodutiva.
mulher e 69% nunca Recomenda-se a inclusão de reforço na
engravidaram. 44% conseguiram capacitação dos profissionais para a
relatar a data da primeira consulta proteção da saúde sexual de
de pré-natal, em média realizada adolescentes e jovens, importante
na semana 16, embora 53% a estratégia na atenção primária à saúde
tenham realizado durante o para alcançar a cobertura universal.
primeiro trimestre. Abortos
espontâneos e induzidos foram
relatados respectivamente em
quatro e 34 casos. O índice de
satisfação geral foi mais frequente
em ambos os grupos, sendo
respondido por 93,8% dos jovens e
234

adultos e 72,0% dos adolescentes,


diferença estatisticamente
significativa entre os dois grupos.

Violência contra Analisar o cuidado Estudo Da análise das informações O modelo de compreensão e construção
crianças e realizado por Unidades qualitativo obtidas no estudo, emergiram duas dos processos de trabalho na Unidade
adolescentes: o Básicas de Saúde (UBS) categorias temáticas: Tudo Básica de Saúde está estruturado no
olhar da Atenção junto a famílias envolvidas desemboca aqui, que reflete o paradigma biomédico centrado na
Primária à Saúde. na violência intrafamiliar lugar legitimado das Unidades queixa e conduta. Destaca-se que o
contra crianças e Básicas de Saúde para a população profissional de enfermagem tem a
adolescentes. e as intervenções efetuadas para a possibilidade de se colocar como um
produção do cuidado às famílias e agente de mudança, tanto na formação
A gente só faz o que é dos profissionais como no cuidado à
indispensável mesmo, que comunidade.
apresenta o olhar para a violência
ainda pautado no modelo
biomédico e positivista, sem
atender as necessidades das
vítimas e familiares para atenção
integral.

Agentes Identificar os domínios Estudo Emergiram duas categorias e nove Percebeu-se que houve a presença de
Comunitários de desenvolvidos pelos qualitativo domínios das competências de alguns domínios da competência em
Saúde: Agentes Comunitários de promoção da saúde, sendo promoção da saúde de Agentes
competências de Saúde, na competência de Conhecimento a partir de conceito, Comunitário de Saúde junto aos
promoção da saúde promoção da saúde, para determinantes e condicionantes da adolescentes, mas há necessidade de
para adolescentes. com os adolescentes. saúde, principais problemas de Educação Permanente em Saúde
saúde da população e referente à abordagem que estes
enfrentamento e a profissionais, em relação ao
intersetorialidade; Habilidade conhecimento e habilidades de
através de identificar a relação promoção da saúde.
entre os problemas de saúde,
realizar atividades educativas,
organizar grupos de discussão,
propor e implementar ações
235

intersetoriais e estabelecer
articulação com equipamentos
sociais, apoiar ações sociais de
alfabetização.

Qualidade da Avaliar a qualidade de Estudo Os profissionais da Estratégia Destaca-se a Estratégia Saúde da


Atenção Primária à atenção à saúde da criança e transversal Saúde da Família, quando Família com maior qualidade de
Saúde de crianças e adolescente vivendo com o comparados aos de Unidades atenção à saúde da criança e
adolescentes Vírus da Imunodeficiência Básicas de Saúde, obtiveram maior adolescente vivendo com HIV,
vivendo com HIV. Humana., entre os grau de orientação à atenção entretanto, a cobertura ainda é baixa.
diferentes tipos de serviço primária, tanto pelo escore geral Há necessidade de ampliação dessa
de Atenção Primária à quanto derivado, assim como nos cobertura, bem como investimento na
Saúde, de Santa Maria, Rio atributos integralidade e qualificação profissional direcionada
Grande do Sul. orientação comunitária. para Atenção Primária e na efetivação
Especialização em Atenção dos profissionais.
Primária à Saúde, outro emprego,
vínculo estatutário mostraram-se
associados à qualidade da atenção.

Atenção à saúde de Avaliar a presença do Estudo A longitudinalidade apresentou-se A avaliação indicou o potencial da
crianças e atributo longitudinalidade transversal satisfatória (p=6,96). Associaram- Atenção Primária à Saúde para o
adolescentes com da Atenção Primária à se ao alto escore: profissional com atendimento das crianças e
HIV: avaliação da Saúde, na experiência de idade menor ou igual a 30 anos adolescentes com HIV, especialmente
longitudinalidade. profissionais dos (p=,01); formação profissional em proporcionar o vínculo,
municípios de procedência clínico geral (p 0,03). Foi determinante para a continuidade da
de crianças e adolescentes associado ao alto escore, na atenção.
com HIV, acompanhados Estratégia de Saúde da Família, o
em serviço especializado. tempo suficiente no atendimento
aos usuários (p 0,045).

Usando Alcance, Fornecer uma avaliação Estudo A maioria dos participantes da O uso da estrutura na avaliação do
Eficácia, Adoção, formativa-programa de ação qualitativo Posmaja eram adolescentes do programa sugere que Posmaja é
Implementação, da Posmaja usando a sexo masculino com idade em potencialmente impactante,
Estrutura de estrutura de Alcance, torno de 15 anos. Os temas comuns especificamente para empoderar a
Manutenção na Eficácia, Adoção, gerados foram adolescentes com juventude, promovendo conhecimentos
236

Avaliação de Base Implementação e empoderamento, aumento do de saúde e para monitorar as condições


Comunitária Manutenção. conhecimento sobre saúde e de saúde entre os jovens. Os
Programa Piloto de monitoramento da saúde e nutrição voluntários, formados por um grupo
Atenção ao como resultado da realização do dos jovens, desempenham um papel
Adolescente. programa piloto. Voluntários e vital na implementação do processo,
profissionais de saúde uma vez que são eles que promovem a
reconheceram os benefícios da Posmaja para seus colegas e persuadi-
Posmaja e, assim, incentivou a los a participar.
adoção do programa. Esta
conscientização, seguida pelo
escritório do departamento de
saúde de disposição para financiar
e adotar o programa foi
considerada altamente necessária
para a continuação do programa.

Jovens não Explorar resultados de Estudo Os jovens não binários e binários Jovens trans não binários relatam
binários: acesso aos saúde e experiências de quantitativo eram semelhantes na maioria dos desafios no acesso a cuidados de saúde
cuidados primários jovens não binários em dados demográficos, incluindo de afirmação de gênero necessários.
de saúde que comparação com aqueles de idade, distribuição geográfica e Além disso, prestadores de cuidados
afirmam o gênero. meninas/mulheres trans e etnocultural. No entanto, uma primários estão bem situados para
meninos/homens trans no proporção maior (82%) de jovens integrar uma ampla gama de serviços de
acesso geral as necessidades não binários foi designada do sexo cuidados de afirmação de gênero na
primárias de saúde ou trans feminino ao nascer. Jovens não prática, a fim de atender às
específicas. binários mais velhos (19 e 25 anos) necessidades exclusivas de não
eram mais propensos a renunciar juventude binária. Pesquisas futuras são
aos cuidados de saúde do que os necessárias para explorar experiências
jovens binários mais velhos. No de jovens não binários relacionadas a
geral, os jovens não binários barreiras ao cuidado e para explorar os
(13%) eram menos prováveis do serviços ofertados.
que os binários jovens (52%) de
acessar a terapia hormonal, mas
eram mais propensos do que os
jovens binários a relatar a
experiência de barreiras para
237

acessar o hormônio terapia quando


necessário.

Estratégias Descrever o Estudo No primeiro ano, o Centro de O projeto conseguiu um aumento no


comunitárias desenvolvimento e a transversal Bem-Estar Adolescente foi aberto, número de clientes adolescentes de
integradas para promoção de um centro de sendo que 1.675 clientes saúde reprodutiva. O estabelecimento
vincular jovens aos saúde para adolescentes adolescentes receberam serviços de uma clínica de serviço completo
serviços de saúde com serviço completo em de saúde reprodutiva, um aumento voltada para adolescentes e o trabalho
reprodutiva de um departamento de saúde de 12,5% em comparação com o com agências de atendimento a jovens
adolescentes: um local, com o objetivo de ano anterior. O número de clientes para aumentar o conhecimento dos
estudo de caso. aumentar o acesso dos adolescentes que receberam mais serviços da clínica são abordagens
adolescentes aos cuidados de um tipo de serviços de saúde promissoras para aumentar o acesso dos
de saúde reprodutiva e reprodutiva, por exemplo, visitas adolescentes aos cuidados de saúde
anticoncepcional. de bem-estar e serviços de reprodutiva.
planejamento familiar aumentou
133%. O número de clientes
adolescentes que receberam
serviços de planejamento familiar
aumentou 3,8%.

Perspectivas dos Obter uma compreensão Estudo Cinco papéis distintos, embora A opinião dos médicos que
prestadores de sobre os papéis dos médicos qualitativo sobrepostos, de prestadores de acompanham seus pacientes ao longo
cuidados de saúde de família e potenciais cuidados primários para da vida e fornecem a maior parte dos
primários sobre as barreiras e facilitadores para adolescentes e jovens adultos em cuidados primários no Canadá, são
suas funções no o seu envolvimento durante transição para cuidados de adultos essenciais para informar e refinar as
apoio a o período de transição, a resultaram de nossa análise: ser o práticas de transição recomendadas. As
adolescentes e partir da perspectiva dos provedor de cuidados contínuos descobertas fornecem insights, dos
jovens adultos na médicos de família e outros acessíveis, cuidar do paciente de próprios prestadores de Atenção
transição de prestadores de Atenção forma integral, conhecer a família Primária, para reforçar a justificativa
serviços Primária à Saúde. para o cuidado colaborativo, para o envolvimento do serviço durante
pediátricos. empoderar os adolescentes e as transições. Soluções para superar as
adultos jovens para barreiras na integração da atenção
desenvolver responsabilidade e primária e atenção especial precisam
cuidados especializados ou ser identificadas e testadas, com a
baseados na comunidade). Os
238

participantes identificaram os contribuição das principais partes


benefícios potenciais desses papéis interessadas.
para adolescentes e jovens adultos
em transição para cuidados de
adultos e barreiras na prática,
como, por exemplo, falta de tempo
e envolvimento mínimo em
cuidados pediátricos.
Acessibilidade e Analisar as várias condições Estudo misto A fim de melhorar a acessibilidade Serviços diferenciados de primeira
fatores associados à que são suficientes e/ou aos serviços de saúde mental, os linha para os jovens podem
utilização de necessárias para tornar os centros de saúde juvenil precisam desempenhar um papel importante na
serviços de saúde centros de saúde juvenil ter a confiança dos jovens. A promoção da saúde mental dos jovens,
mental em centros suecos acessíveis para a confiança era necessária, mas não se certas condições forem satisfeitas. A
de saúde para saúde mental e psicossocial. suficiente, o que significa que confiança é necessária, mas deve ser
jovens: uma análise tinha que ser combinada com combinada com equipes
qualitativa outras condições ou ter uma equipe multidisciplinares ou experiência em
comparativa no com uma variedade de profissões saúde mental e fácil acessibilidade.
norte da Suécia. representadas no centro de saúde
juvenil, ou ser um centro de saúde
juvenil fácil de contatar e bem
equipado com profissionais de
saúde mental.
Acesso de Avaliar o acesso de Estudo Vinte por cento das mulheres não O acesso às informações sobre
adolescentes a adolescentes a informações transversal receberam as informações anticoncepção em farmácias e clínicas é
informações sobre sobre anticoncepcionais e a solicitadas. As clientes que elevado, mas esforços devem ser feitos
anticoncepcionais: qualidade do atendimento buscavam informações sobre para oferecer cobertura de 100% aos
um estudo de em uma amostra de clínicas anticoncepção de emergência adolescentes. A qualidade dos serviços
cliente misterioso e farmácias de atendimento tinham maiores chances de obtê- de contracepção é ruim e não equitativa,
no México primário no México e sua las do que as clientes que favorecendo adolescentes mais velhos e
associação com as buscavam informações sobre não indígenas. As clínicas e farmácias
características dos anticoncepcionais. As pontuações devem se esforçar para cumprir as
estabelecimentos de saúde e dos serviços amigos do diretrizes internacionais dos serviços
adolescentes. adolescente foram baixas, embora amigos do adolescente.
mais altas nas clínicas do que nas
farmácias. A idade mais jovem e a
239

aparência indígena foram


associadas a uma qualidade
inferior medida pelo escore
serviços amigos do adolescente

Escopo do Descrever o recebimento de Estudo O estudo 90% eram negros não Este estudo descobriu que poucos
recebimento de saúde sexual e reprodutiva transversal hispânicos, 61% com idade entre pacientes jovens do sexo masculino
cuidados de saúde de homens jovens por 20 e 24 anos, 90% sexualmente receberam saúde sexual e reprodutiva
sexual e reprodutiva comportamento sexual e ativos, 71% tinham parceiras de homens jovens essencial e o
entre jovens do sexo fatores associados com femininas e 20% homens ou recebimento de cuidados variou
masculino com maior recebimento destes parceiros femininos. Entre os principalmente de acordo com o status
idade entre 15-24. serviços . homens sexualmente ativos, um do comportamento sexual dos pacientes
em cada dez recebeu todos os e características da visita. Os resultados
serviços. Metade ou mais foram do estudo destacam a necessidade de
questionados sobre saúde sexual e melhorar a prestação de serviços de
testes de Infecções Sexualmente saúde sexual e reprodutiva de homens
Transmissíveis, testados para jovens aos homens jovens, para além
infecções e aconselhados sobre dos cuidados de Infecções Sexualmente
redução do risco destas e uso Transmissíveis.
correto de preservativo. Poucas
pessoas foram questionadas sobre
planejamento familiar, receberam
preservativos e aconselhadas sobre
planejamento familiar. No geral,
os homens que não eram
sexualmente ativos relataram
menos serviços do que os homens
sexualmente ativos.

Avaliação do Avaliar o acesso à Atenção Estudo No período estudado, 65,2% das A proporção de condições sensíveis à
acesso à atenção Primaria à Saúde oferecido transversal 2.031 internações ocorridas na atenção primária foi alta nesta
primária à saúde a crianças e adolescentes enfermaria pediátrica foram população. O acesso aos serviços é
entre crianças e hospitalizados por decorrentes de condições sensíveis inadequado devido a: barreiras de
adolescentes condições sensíveis à à atenção primária. Tanto o Acesso acesso, valorização dos serviços de
de Primeiro Contato quanto seus emergência e atitude em relação às
240

hospitalizados por atenção primária e analisar dois componentes estrutura e necessidades de saúde. Atitudes e
condições evitáveis. os condicionantes. processo tiveram baixa avaliação opiniões profissionais reforçam ideias
entre os usuários. Dentre as inadequadas dos usuários refletindo
variáveis estudadas, as que sobre o padrão de uso do serviço.
pareceram influenciar a avaliação
foram o tipo de diagnóstico e o
modelo de atendimento
recebido. A avaliação feita pelos
profissionais foi ainda pior.

Atenção básica e Analisar os facilitadores e as Estudo A partir dos eixos temáticos Há inexistência de direção psicossocial
cuidado barreiras para o cuidado qualitativo propostos, identificou-se que a clara que deixa os operadores sem um
colaborativo na colaborativo entre a e um percepção dos problemas de saúde saber fazer, dinâmico e corresponsável,
atenção Centro de Atenção mental infanto-juvenil pelos com a criança ou adolescente que sofre.
psicossocial de Psicossocial infanto- trabalhadores das Estratégias de A efetivação da saúde mental de
crianças e juvenil, no Rio de Saúde da Família foi nomeada crianças e adolescentes como política
adolescentes: Janeiro/RJ. pelas alterações de comportamento pública exige estratégias formais de
facilitadores e situadas em contexto de difusão, avaliação, acompanhamento e
barreiras. vulnerabilidade. As principais compartilhamento para que responda
barreiras para implementação das pelo mandato da inclusão. Espera-se
ações foram: desconhecimento que os resultados encontrados e as
sobre o modo de cuidado, discussões propostas possam contribuir
problemas relacionados ao para o debate e o avanço da saúde
processo de trabalho e mental comunitária brasileira.
desarticulação da rede. Ainda que
os profissionais consigam
identificar os problemas de saúde
mental de crianças e adolescentes,
as ações de cuidado são frágeis e a
articulação da rede praticamente
inexistente. O cuidado
colaborativo foi reconhecido como
uma estratégia para qualificação
241

da atenção psicossocial infanto-


juvenil.

Avaliação dos Detalhar a avaliação do Estudo As pontuações médias para os dez As instalações tinham os componentes
serviços amigáveis Serviço Amigo do transversal padrões mostraram uma variação essenciais para a prestação de serviços
para adolescentes e Adolescente e da Juventude substancial entre as instalações nos gerais, mas faltava a prestação de
jovens em unidades em relação aos padrões dois subdistritos, com a província serviços específicos para
de saúde primárias definidos para informar as de Gauteng pontuando abaixo do adolescentes. O Serviço Amigo do
em duas províncias iniciativas para fortalecer Noroeste para nove padrões. A Adolescente e da Juventude é uma
da África do Sul. esses serviços. mediana do subdistrito de Gauteng prioridade do governo, mas é
foi de 38% e do Noroeste de necessário apoio adicional para as
48%. Em ambas as províncias, os instalações para atingir os padrões
padrões relacionados à prestação acordados. Atender a esses padrões
de serviços gerais, como os pode dar uma grande contribuição para
padrões quatro e cinco, pontuaram garantir a saúde dos adolescentes,
acima de 75%. A avaliação dos especialmente na prevenção de
serviços que abordam gravidezes indesejadas e do HIV, bem
especificamente a saúde sexual, como melhorar a gestão psicossocial.
reprodutiva e mental mostrou que
quase todos esses serviços foram
pontuados acima de 50%. A
exploração de serviços
relacionados a avaliações
psicossociais e físicas demonstrou
diferenças na gestão de queixas
apresentadas por adolescentes em
unidades de saúde e sua gestão
abrangente, incluindo status
psicossocial e perfil de risco.

Esclarecendo os Determinar os critérios de Estudo Os critérios de aconselhamento em Os profissionais de saúde forneceram


critérios para aconselhamento relativos à qualitativo saúde reprodutiva para meninas vários critérios para serviços de
aconselhamento de saúde reprodutiva de adolescentes foram classificados aconselhamento para adolescentes,
saúde reprodutiva meninas adolescentes do em cinco categorias: onde a atenção à coordenação entre os
para meninas aconselhamento com abordagem critérios é de suma importância no
242

adolescentes por ponto de vista dos educacional, atenção ao efeito de planejamento do


provedores de prestadores de serviços fatores intrapessoais, interpessoais aconselhamento. Estudos adicionais
serviços: um estudo e sociais nos objetivos do são recomendados, especialmente sobre
qualitativo. aconselhamento, atenção à relação o sistema de referência e triagem no
dos componentes do aconselhamento de meninas
aconselhamento, atenção ao adolescentes.
encaminhamento e sistema de
triagem, centros de prestação de
serviços preferenciais para o
aconselhamento de meninas.

Testes de clamídia e Determinar as opiniões dos Estudo Os participantes indicaram que o A equipe de clínica geral deve facilitar
HIV, conselhos jovens adultos sobre o qualitativo método de teste, o momento e a as preferências dos pacientes,
sobre contracepção recebimento de uma oferta forma como o membro da equipe garantindo que os 3Cs e os serviços de
e preservativos mais ampla de saúde sexual abordou foram aspectos teste de HIV sejam disponibilizados em
gratuitos oferecidos de 3Cs e HIV em sua importantes para quem receberam sua cirurgia e oferecidos aos pacientes
na prática geral: um clínica. 3Cs e HIV. Os participantes apropriados de uma forma sem
estudo de entrevista demonstraram preferência por 3Cs julgamento.
qualitativa das e HIV a serem
percepções de oferecidos. Destacaram a
jovens adultos conveniência da prática, garantia
sobre esta de sigilo e que a discussão era
iniciativa. apropriada e rotineira. As barreiras
para os pacientes foram
constrangimento, desconforto,
falta de tempo, religião. Os
facilitadores sugeridos incluem
aumentar a conscientização,
reafirmar a confidencialidade e
garantir que a oferta seja feita de
forma profissional e sem
julgamentos no final da consulta.
Oportunidades Descrever a proporção de Estudo A maioria dos participantes eram Constatou-se que uma minoria de
perdidas de abordar homens jovens que transversal negros não hispânicos, com idades homens jovens, independentemente de
a prevenção da perceberam que aprenderam entre 15-19 anos, vistos para seu status de atividade sexual, percebeu
243

gravidez com sobre prevenção da gravidez exame físico e pacientes que aprendeu sobre prevenção de
homens jovens na na atenção primária, estabelecidos. Poucos gravidez em sua consulta de atenção
atenção primária. estratificada por status de participantes perceberam que primária. Essa percepção foi associada
comportamento sexual. aprenderam sobre prevenção da ao recebimento das necessidades de
gravidez, independente da prevenção da gravidez e
atividade sexual ou não. Os anticoncepcionais na última relação
modelos de regressão de Poisson sexual. Destaca-se a necessidade de
determinaram que o aprendizado abordar a prevenção da gravidez para
percebido sobre a prevenção da homens jovens na atenção primária.
gravidez foi independentemente
associado ao recebimento de
cuidados de prevenção da gravidez
e às necessidades de contracepção
no último sexo. .

Aconselhamento e Descrever as práticas de Estudo Na revisão registro eletrônico de As instruções sobre o status do uso de
documentação documentação no registro transversal saúde, a triagem de cigarro foi tabaco devem ser revisadas para maior
sobre o tabaco na eletrônico de saúde documentada em 92,3% das clareza e incluir produtos de tabaco
prática de atenção relacionadas ao tabaco em visitas, a triagem de tabaco sem não-cigarros e exposição a fumaça do
primária a clínicas de atendimento a fumaça em 51,4%, o uso de tabaco cigarro. A educação do provedor sobre
adolescentes: adolescentes e identificar pelos pais em 23,2% e a exposição produtos não-cigarros e avaliação de
desafios e aspectos do uso de tabaco a fumaça do tabaco em casa em exposição é necessária. Melhorias nos
oportunidades. por adolescentes que podem 33,1% das visitas. As opções de sistemas, recursos e ferramentas de
informar as atualizações e as status de fumante não eram registros podem levar a melhores
práticas de aconselhamento mutuamente exclusivas e não práticas de rastreamento, prevenção e
e documentação. incluíam produtos não-cigarros. tratamento do tabaco entre os
Nenhum registro documentou prestadores de cuidados primários.
avaliação do uso de cigarros
eletrônicos, apesar de quase
metade dos adolescentes
entrevistados citarem estes como
os produtos mais populares entre
adolescentes. Em entrevistas, os
adolescentes discutiram suas
experiências com produtos
244

alternativos de tabaco/nicotina
mais do que cigarros.
Fatores Apresentar uma abordagem Estudo Fatores socioecológicos e Para avaliar plenamente a
comportamentais e abrangente para a qualitativo comportamentais influenciaram a complexidade da utilização dos
socioecológicos que exploração da utilização de intenção dos jovens de usar os serviços de saúde, é necessário não
influenciam o serviços de saúde por jovens serviços. As barreiras incluíam a apenas considerar fatores e processos
acesso e a utilização na zona rural de KwaZulu- percepção de atitudes negativas relevantes para o indivíduo, mas
dos serviços de Natal, África do Sul, dos profissionais de saúde e a também reconhecer e agir sobre a
saúde por jovens examinando barreiras e percepção de fracas competências disjunção entre valores culturais,
que vivem na zona facilitadores conceituados do pessoal. Os facilitadores normas e políticas nacionais no nível da
rural de KwaZulu- pelos construtos da Teoria incluíram uma apreciação por comunidade.
Natal, África do do Comportamento receber educação em saúde e
Sul: implicações Planejado, enquadrados em presumiram uma melhora na
para a intervenção. um modelo socioecológico. saúde. Nos níveis social e
comunitário, as crenças
normativas impediam os jovens de
utilizar os serviços, pois temiam a
estigmatização No nível das
políticas públicas, os elementos
estruturais tiveram um efeito
enfraquecedor, pois o layout físico
das clínicas dificultava a
utilização, os recursos limitados
influenciavam o pessoal e os
horários de abertura das
instalações não eram
convenientes.
Enfrentamento da Analisar as ações relatadas Estudo Emergiram dois núcleos As principais limitações ao trabalho
violência doméstica por enfermeiros da atenção qualitativo temáticos: Políticas públicas prático dos enfermeiros são a
contra crianças e básica no enfrentamento da identificadas pelas enfermeiras e sobrecarga de trabalho, a falta de
adolescentes na violência doméstica contra Ações das enfermeiras diante da segurança e a dinâmica de trabalho
perspectiva de crianças e adolescentes. violência permeadas por medos e desarticulada com a rede de proteção as
enfermeiros da conflitos. Destaca-se que as quais levam à subnotificação dos casos
atenção básica. enfermeiras conheciam as políticas de violência.
públicas, mas não conseguiam
245

colocá-las em prática, estavam


despreparadas para identificar e
enfrentar a violência, não
participavam de cursos de
capacitação e temiam notificar os
casos detectados de violência

Percepções de Analisar as percepções dos Estudo Construíram três categorias com Diante do exposto, percebeu-se que a
adolescentes acerca adolescentes acerca do qualitativo base na releitura do material: a participação da Estratégia Saúde da
do enfrentamento enfrentamento da violência, violência no cotidiano do Família deve ser ampliada, visto que a
da violência na desenvolvido pelos adolescente, a banalização da violência deve ser considerada na
atenção primária à profissionais da Estratégia violência, relação dos adolescentes multiplicidade de interfaces geradas no
saúde. Saúde da Família. com a equipe de saúde local. âmbito, físico, social e de saúde
Evidenciou-se que os adolescentes pública. A formação de parcerias
estão expostos à violência na sua parece emergir como potencial
comunidade, o que contribui para mecanismo de enfrentamento dos
naturalização deste fenômeno. problemas oriundos da violência,
Quanto à equipe de saúde, esta tem construindo alternativas para melhora
dificuldade em construir atrativos das relações humanas e mediação de
direcionados aos adolescentes, conflitos.
causando pouca procura deste
público. No entanto, são geradas
necessidades no cotidiano dos
adolescentes que merecem atenção
específica dos profissionais.
Discursividade de Evidenciar a discursividade Estudo Apurou-se que na Atenção Os agentes comunitários de saúde
agentes de agentes comunitários de qualitativo Primária as ações de cuidado não precisam sensibilizar-se em relação às
comunitários de saúde acerca da atendem às especificidades das necessidades das crianças/adolescentes
saúde acerca do contribuição de suas ações necessidades de saúde de com doença crônica e suas famílias e
cuidado à criança e de cuidado para o manejo da crianças/adolescentes com doença buscar nas equipes uma comunicação
ao adolescente com doença crônica de crianças/ crônica, sendo necessário o efetiva, para que sejam traçadas ações
doença crônica na adolescentes na atenção acompanhamento destes por de cuidado compartilhadas, objetivando
Atenção Primária. primária. serviços especializados da rede de o manejo qualificado da doença
atenção. A visita domiciliar é crônica.
realizada para cumprimento de
246

metas. O cuidado encontra-se


desarticulado entre os membros da
equipe e está centrado nas
condições agudas ou na
atualização de receitas médicas.
Apesar dessas fragilidades, o
processo de trabalho dos agentes
comunitários de saúde permite
escuta qualificada, confiança e
segurança na relação com a
família, possibilitando a formação
de vínculo.

Avaliação dos Avaliar os atributos Estudo Na caracterização da população A avaliação dos atributos derivados
atributos da atenção derivados de Atenção transversal investigada, identificou 270 demonstra a interação com os usuários
primária à saúde: Primária à Saúde com foco profissionais em Unidade Básica e a comunidade e o potencial da
criança e nas crianças e adolescentes de Saúde (51%) e 257 em Atenção Primária à Saúde para atender
adolescente vivendo com HIV, na Estratégia Saúde da Família essas crianças e adolescentes, sendo
vivendo com HIV. experiência de (49%). A comparação entre os que a visita domiciliar qualifica a
profissionais, comparando tipos de serviço de Atenção prática.
unidades do modelo Primária à Saúde mostrou que o
tradicional e Estratégia escore derivado atribuído às Saúde
Saúde da Família. da Família (7,8) foi maior do que o
atribuído às Unidade Básica (6,8),
ambos satisfatórios. Contribuíram
com o alto escore as variáveis
visita domiciliar, formação
profissional e vínculo
empregatício, essa última atuando
independentemente das demais.

Ações de Analisar ações das equipes Estudo Evidenciaram-se ações As ações na Atenção Primária à Saúde
autocuidado da Atenção Primária à qualitativo insuficientes no plano de cuidados ainda não valorizam o papel ativo e
apoiado a crianças e Saúde na perspectiva do específicos. São realizadas corresponsável do indivíduo no
autocuidado apoiado de intervenções isoladas incluindo, controle de sua doença, havendo
247

adolescentes com crianças e adolescentes com avaliação de barreiras para o lacunas a serem superadas nos cinco
doenças crônicas. doenças crônicas. autocuidado e do estado emocional pilares do autocuidado apoiado.
do indivíduo, fornecimento de Sugerem-se pesquisas de intervenção
informações sobre sinais, sintomas que capacitem os trabalhadores para o
da doença e tratamento, estímulo autocuidado apoiado à saúde desses
da busca por recursos da indivíduos.
comunidade, ações inerentes à
formação profissional e
acompanhamento por meio da
busca ativa e visitas domiciliares.

Fatores associados Examinar a vacinação Estudo 26,0% receberam pelo menos uma O início e a conclusão do HPV na
à vacina contra contra o HPV e os fatores quantitativo dose de vacina e 12,3% receberam amostra do estudo foram baixos.
HPV iniciação, associados à vacinação três doses. Fatores associados ao Atendimento ao centro de saúde para
Conclusão da contra o HPV em homens de recebimento de pelo menos uma adolescentes, público seguro e idade
Vacina e Precisão 13 a 26 anos de idade e dose em modelos multivariáveis mais jovem foram associados ao início
da vacinação auto examinar e determinar os incluiu local de recrutamento e da vacina. Idade mais avançada e
relatada Status entre fatores associados ao público seguro versus outro. A ambiente clínico de DST eram
homens de 13 a 26 autorrelato preciso da maioria dos jovens relatou com associado a auto relato preciso de
anos de idade. vacinação. precisão o estado de vacinação, vacinação.
mas a precisão do relatório diferia
por idade. A maioria (73,3%)
relatou com precisão o número de
doses recebidas.

Fonte: elaborado pelo autor (2021).


248

APÊDICE C - TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA


ADOLECENTES MENORES DE IDADE
Você está sendo convidado (a) como participante da pesquisa: “AVALIAÇÃO DA
QUALIDADE DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DO ADOLESCENTE”. Nesse
estudo pretendemos avaliar a qualidade da atenção Primária à Saúde do Adolescente.
O motivo que nos leva a estudar esse assunto é que a atenção à saúde do adolescente ainda
apresenta insatisfatória quanto aos serviços ofertados pelos profissionais de saúde, não
contemplando as necessidades e os interesses de saúde da população adolescente para promover
a saúde integral para a qualidade de vida com vistas ao desenvolvimento saudável.
Para este estudo adotaremos o(s) seguinte(s) procedimento(s): realizaremos uma entrevista com
perguntas fechadas acerca do perfil sociodemográfico, econômico e ocupacional e perguntas
abertas quanto a atenção à saúde pela unidade de Atenção Primária à Saúde por meio de itens
referente a estrutura física da unidade, o processo de trabalho dos profissionais e os resultados
disso tudo na saúde sua saúde. O momento será na unidade de saúde ou na residência podendo
ainda ser gravado pelo pesquisador para melhor compreensão das informações obtidas,
mediante a sua autorização. Para participar deste estudo, o responsável por você deverá
autorizar e assinar um termo de consentimento. Você não terá nenhum custo, nem receberá
qualquer vantagem financeira. Você será esclarecido(a) em qualquer aspecto que desejar e
estará livre para participar ou recusar-se. O responsável por você poderá retirar o consentimento
ou interromper a sua participação a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a
recusa em participar não acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma em que é
atendido(a) pelo pesquisador que irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo.
Você não será identificado em nenhuma publicação. Este estudo apresenta risco mínimo como
possível constrangimento e desconforto pela temática abordada, no entanto, caso venha a
acontecer, o pesquisador estará prontamente disponível para prestar assistência integral às
complicações e danos decorrentes da pesquisa. Apesar disso, você tem assegurado o direito a
ressarcimento ou indenização no caso de quaisquer danos eventualmente produzidos pela
pesquisa.
Os resultados estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome ou o material que indique
sua participação não será liberado sem a permissão do responsável por você. Os dados e
instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com o pesquisador responsável por um
período de 5 anos e, após esse tempo, serão destruídos. Este termo de consentimento encontra-
se impresso em duas vias, sendo que uma via será arquivada pelo pesquisador responsável, e a
outra será fornecida a você.

Eu, __________________________________________________, portador(a) do documento


de Identidade ____________________ (se tiver o documento), fui informado(a) dos objetivos
do presente estudo de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a qualquer
momento poderei solicitar novas informações, e o meu responsável poderá modificar a decisão
de participar, se assim o desejar. Tendo o consentimento do meu responsável já assinado,
declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma via deste Termo de Assentimento
e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas.

Fortaleza, ____ de ______________ de _____ .

_____________________________________
Assinatura do(a) menor
249

_____________________________________
Assinatura do(a) pesquisador(a)

Endereço d(os, as) responsável (is) pela pesquisa:


Nome: oão Víctor Lira Dourado
Instituição: Universidade Federal do Ceará
Endereço: Rua Professor Costa Mendes, 1608, Bloco didático, 5º andar, Rodolfo Teófilo,
Fortaleza, Ceará.
Telefones para contato: (88) 9.9630-5051

ATENÇÃO: Se você tiver alguma consideração ou dúvida, sobre a sua participação na


pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da UFC/PROPESQ – Rua
Coronel Nunes de Melo, 1000 - Rodolfo Teófilo, fone: 3366-8344/46. (Horário: 08:00-12:00
horas de segunda a sexta-feira).
O CEP/UFC/PROPESQ é a instância da Universidade Federal do Ceará responsável pela
avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos de todas as pesquisas envolvendo seres
humanos.
250

APÊNDICE D – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DOS


PAIS/RESPONSÁVEL LEGAL

Prezado (a),
O seu familiar está sendo convidado por JOÃO VÍCTOR LIRA DOURADO como
participante da pesquisa intitulada “AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ATENÇÃO
PRIMÁRIA À SAÚDE DO ADOLESCENTE". Ele não deve participar contra vontade.
Leia atentamente as informações abaixo e faça qualquer pergunta que desejar, para que
todos os procedimentos desta pesquisa sejam esclarecidos.
A colaboração de seu familiar nesta pesquisa será através da participação em uma entrevista
com perguntas fechadas acerca do perfil sociodemográfico, econômico e ocupacional e
perguntas abertas quanto a atenção à saúde dele (a) pela unidade de Atenção Primária à Saúde
por meio de itens referente a estrutura física da unidade, o processo de trabalho dos profissionais
e os resultados disso tudo na saúde dele (a). O momento será na unidade de saúde ou na
residência podendo ainda ser gravado pelo pesquisador para melhor compreensão das
informações obtidas, mediante a autorização. Garanto que a pesquisa não trará nenhuma forma
de prejuízo, dano, transtorno para ele (a), uma vez que é máximo o benefício como a avaliação
da qualidade a atenção à saúde do adolescente no serviço de saúde que poderá apresentar vários
resultados para quando necessário mudanças para melhorias no serviço de saúde e mínimos os
riscos como possível constrangimento e desconforto pela temática abordada, no entanto, caso
venha a acontecer, o pesquisador estará prontamente disponível para prestar assistência integral
às complicações e danos decorrentes da pesquisa. Comprometo-me a utilizar os dados coletados
somente para a pesquisa sempre resguardando a identificação. Portanto, participação dele (a) é
muito importante para o alcance dos objetivos deste estudo, se apresentará de forma voluntária
sem recebimento de nenhum pagamento pela participação e só poderá acontecer após sua
autorização.

Destaco ainda que a qualquer momento ele (a) poderá recusar a continuar participando da
pesquisa e que também poderá retirar o consentimento, sem que isso traga qualquer prejuízo.
Garanto que as informações conseguidas através da participação não permitirão a identificação,
exceto aos responsáveis pela pesquisa e que a divulgação das mencionadas informações só será
feita entre os profissionais estudiosos do assunto.

Endereço do responsável pela pesquisa:

Nome: João Víctor Lira Dourado


Instituição: Universidade Federal do Ceará
Endereço: Rua Professor Costa Mendes, 1608, Bloco didático, 5º andar, Rodolfo Teófilo,
Fortaleza, Ceará.
Telefones para contato: (88) 9.9630-5051

ATENÇÃO: Se você tiver alguma consideração ou dúvida, sobre a sua participação na


pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da UFC/PROPESQ – Rua
Coronel Nunes de Melo, 1000 - Rodolfo Teófilo, fone: 3366-8344/46. (Horário: 08:00-12:00
horas de segunda a sexta-feira).
251

O CEP/UFC/PROPESQ é a instância da Universidade Federal do Ceará responsável pela


avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos de todas as pesquisas envolvendo seres
humanos.

O abaixo assinado _________________________,___anos, RG:________, declara que é de


livre e espontânea vontade que está como participante de uma pesquisa. Eu declaro que li
cuidadosamente este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e que, após sua leitura, tive
a oportunidade de fazer perguntas sobre o seu conteúdo, como também sobre a pesquisa, e
recebi explicações que responderam por completo minhas dúvidas. E declaro, ainda, estar
recebendo uma via assinada deste termo.

Fortaleza, ____/____/___

Nome do participante da pesquisa Data Assinatura


Nome do pesquisador Data Assinatura
Nome da testemunha Data Assinatura
(se o voluntário não souber ler)
Nome do profissional Data Assinatura
que aplicou o TCLE
252

APÊDICE E - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA


ADOLESCENTES MAIORES DE IDADE
Prezado (a)
Você está sendo convidado por JOÃO VÍCTOR LIRA DOURADO como participante da
pesquisa intitulada “AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À
SAÚDE DO ADOLESCENTE". Você não deve participar contra a sua vontade. Leia
atentamente as informações abaixo e faça qualquer pergunta que desejar, para que todos
os procedimentos desta pesquisa sejam esclarecidos.
A sua colaboração nesta pesquisa será através de sua participação em uma entrevista com
perguntas fechadas acerca do seu perfil sociodemográfico, econômico e ocupacional e
perguntas abertas quanto a atenção à sua saúde pela unidade de Atenção Primária à Saúde por
meio de itens referente a estrutura física da unidade, o processo de trabalho dos profissionais e
os resultados disso tudo na sua saúde. O momento será na unidade de saúde ou em sua
residência podendo ainda ser gravado pelo pesquisador para melhor compreensão das
informações obtidas, mediante sua autorização, se o (a) senhor (a) assim concordar. Garanto
que a pesquisa não trará nenhuma forma de prejuízo, dano, transtorno para o (a) senhor (a), uma
vez que é máximo o benefício como a avaliação da qualidade a atenção à saúde do adolescente
no serviço de saúde que poderá apresentar vários resultados para quando necessário mudanças
para melhorias no serviço de saúde e mínimos os riscos como possível constrangimento e
desconforto pela temática abordada, no entanto, caso venha a acontecer, o pesquisador estará
prontamente disponível para prestar assistência integral às complicações e danos decorrentes
da pesquisa. Comprometo-me a utilizar os dados coletados somente para a pesquisa sempre
resguardando sua identificação. Portanto, a sua participação é muito importante para o alcance
dos objetivos deste estudo e se apresenta de forma voluntária sem recebimento de nenhum
pagamento pela participação.

Destaco ainda que a qualquer momento o (a) senhor (a) poderá recusar a continuar participando
da pesquisa e que também poderá retirar o seu consentimento, sem que isso lhe traga qualquer
prejuízo. Garanto que as informações conseguidas através da sua participação não permitirão a
identificação da sua pessoa, exceto aos responsáveis pela pesquisa e que a divulgação das
mencionadas informações só será feita entre os profissionais estudiosos do assunto.

Endereço do responsável pela pesquisa:

Nome: João Víctor Lira Dourado


Instituição: Universidade Federal do Ceará
Endereço: Rua Professor Costa Mendes, 1608, Bloco didático, 5º andar, Rodolfo Teófilo,
Fortaleza, Ceará.
Telefones para contato: (88) 9.9630-5051

ATENÇÃO: Se você tiver alguma consideração ou dúvida, sobre a sua participação na


pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da UFC/PROPESQ – Rua
Coronel Nunes de Melo, 1000 - Rodolfo Teófilo, fone: 3366-8344/46. (Horário: 08:00-12:00
horas de segunda a sexta-feira).
253

O CEP/UFC/PROPESQ é a instância da Universidade Federal do Ceará responsável pela


avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos de todas as pesquisas envolvendo seres
humanos.

O abaixo assinado _________________________,___anos, RG:________, declara que é de


livre e espontânea vontade que está como participante de uma pesquisa. Eu declaro que li
cuidadosamente este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e que, após sua leitura, tive
a oportunidade de fazer perguntas sobre o seu conteúdo, como também sobre a pesquisa, e
recebi explicações que responderam por completo minhas dúvidas. E declaro, ainda, estar
recebendo uma via assinada deste termo.

Fortaleza, ____/____/___

Nome do participante da pesquisa Data Assinatura


Nome do pesquisador Data Assinatura
Nome da testemunha Data Assinatura
(se o voluntário não souber ler)
Nome do profissional Data Assinatura
que aplicou o TCLE
254

APÊNDICE F – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DOS


FAMILIARES DOS ADOLESCENTES

Prezado (a)
Você está sendo convidado por JOÃO VÍCTOR LIRA DOURADO como participante da
pesquisa intitulada “AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À
SAÚDE DO ADOLESCENTE". Você não deve participar contra a sua vontade. Leia
atentamente as informações abaixo e faça qualquer pergunta que desejar, para que todos
os procedimentos desta pesquisa sejam esclarecidos.
A sua colaboração nesta pesquisa será através de sua participação em uma entrevista com
perguntas fechadas acerca do seu perfil sociodemográfico, econômico e ocupacional e
perguntas abertas quanto a atenção à saúde do adolescente pela unidade de Atenção Primária à
Saúde por meio de itens referente a estrutura física da unidade, o processo de trabalho dos
profissionais e os resultados disso tudo na saúde dele. O momento será na unidade de saúde ou
em sua residência podendo ainda ser gravado pelo pesquisador para melhor compreensão das
informações obtidas, mediante sua autorização, se o (a) senhor (a) assim concordar. Garanto
que a pesquisa não trará nenhuma forma de prejuízo, dano, transtorno para o (a) senhor (a), uma
vez que é máximo o benefício como a avaliação da qualidade a atenção à saúde do adolescente
no serviço de saúde que poderá apresentar vários resultados para quando necessário mudanças
para melhorias no serviço de saúde e mínimos os riscos como possível constrangimento e
desconforto pela temática abordada, no entanto, caso venha a acontecer, o pesquisador estará
prontamente disponível para prestar assistência integral às complicações e danos decorrentes
da pesquisa. Comprometo-me a utilizar os dados coletados somente para a pesquisa sempre
resguardando sua identificação. Portanto, a sua participação é muito importante para o alcance
dos objetivos deste estudo e se apresenta de forma voluntária sem recebimento de nenhum
pagamento pela participação.

Destaco ainda que a qualquer momento o (a) senhor (a) poderá recusar a continuar participando
da pesquisa e que também poderá retirar o seu consentimento, sem que isso lhe traga qualquer
prejuízo. Garanto que as informações conseguidas através da sua participação não permitirão a
identificação da sua pessoa, exceto aos responsáveis pela pesquisa e que a divulgação das
mencionadas informações só será feita entre os profissionais estudiosos do assunto.

Endereço do responsável pela pesquisa:

Nome: João Víctor Lira Dourado


Instituição: Universidade Federal do Ceará
Endereço: Rua Professor Costa Mendes, 1608, Bloco didático, 5º andar, Rodolfo Teófilo,
Fortaleza, Ceará.
Telefones para contato: (88) 9.9630-5051

ATENÇÃO: Se você tiver alguma consideração ou dúvida, sobre a sua participação na


pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da UFC/PROPESQ – Rua
Coronel Nunes de Melo, 1000 - Rodolfo Teófilo, fone: 3366-8344/46. (Horário: 08:00-12:00
horas de segunda a sexta-feira).
255

O CEP/UFC/PROPESQ é a instância da Universidade Federal do Ceará responsável pela


avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos de todas as pesquisas envolvendo seres
humanos.

O abaixo assinado _________________________,___anos, RG:________, declara que é de


livre e espontânea vontade que está como participante de uma pesquisa. Eu declaro que li
cuidadosamente este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e que, após sua leitura, tive
a oportunidade de fazer perguntas sobre o seu conteúdo, como também sobre a pesquisa, e
recebi explicações que responderam por completo minhas dúvidas. E declaro, ainda, estar
recebendo uma via assinada deste termo.

Fortaleza, ____/____/___

Nome do participante da pesquisa Data Assinatura


Nome do pesquisador Data Assinatura
Nome da testemunha Data Assinatura
(se o voluntário não souber ler)
Nome do profissional Data Assinatura
que aplicou o TCLE
256

APÊNDICE G – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DOS


PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Prezado (a)
Você está sendo convidado por JOÃO VÍCTOR LIRA DOURADO como participante da
pesquisa intitulada “AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À
SAÚDE DO ADOLESCENTE". Você não deve participar contra a sua vontade. Leia
atentamente as informações abaixo e faça qualquer pergunta que desejar, para que todos
os procedimentos desta pesquisa sejam esclarecidos.
A sua colaboração nesta pesquisa será através de sua participação em uma entrevista com
perguntas fechadas acerca do seu perfil sociodemográfico, econômico, ocupacional e de
formação e perguntas abertas quanto a atenção à saúde do adolescente pela unidade de Atenção
Primária à Saúde por meio de itens referente a estrutura física da unidade, o processo de trabalho
dos profissionais e os resultados disso tudo na saúde dele (a). O momento será na unidade de
saúde podendo ainda ser gravado pelo pesquisador para melhor compreensão das informações
obtidas, mediante sua autorização, se o (a) senhor (a) assim concordar. Garanto que a pesquisa
não trará nenhuma forma de prejuízo, dano, transtorno para o (a) senhor (a), uma vez que é
máximo o benefício como a avaliação da qualidade a atenção à saúde do adolescente no serviço
de saúde que poderá apresentar vários resultados para quando necessário mudanças para
melhorias no serviço de saúde e mínimos os riscos como possível constrangimento e
desconforto pela temática abordada, no entanto, caso venha a acontecer, o pesquisador estará
prontamente disponível para prestar assistência integral às complicações e danos decorrentes
da pesquisa. Comprometo-me a utilizar os dados coletados somente para a pesquisa sempre
resguardando sua identificação. Portanto, a sua participação é muito importante para o alcance
dos objetivos deste estudo e se apresenta de forma voluntária sem recebimento de nenhum
pagamento pela participação.

Destaco ainda que a qualquer momento o (a) senhor (a) poderá recusar a continuar participando
da pesquisa e que também poderá retirar o seu consentimento, sem que isso lhe traga qualquer
prejuízo. Garanto que as informações conseguidas através da sua participação não permitirão a
identificação da sua pessoa, exceto aos responsáveis pela pesquisa e que a divulgação das
mencionadas informações só será feita entre os profissionais estudiosos do assunto.

Endereço do responsável pela pesquisa:

Nome: João Víctor Lira Dourado


Instituição: Universidade Federal do Ceará
Endereço: Rua Professor Costa Mendes, 1608, Bloco didático, 5º andar, Rodolfo Teófilo,
Fortaleza, Ceará.
Telefones para contato: (88) 9.9630-5051

ATENÇÃO: Se você tiver alguma consideração ou dúvida, sobre a sua participação na


pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da UFC/PROPESQ – Rua
Coronel Nunes de Melo, 1000 - Rodolfo Teófilo, fone: 3366-8344/46. (Horário: 08:00-12:00
horas de segunda a sexta-feira).
257

O CEP/UFC/PROPESQ é a instância da Universidade Federal do Ceará responsável pela


avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos de todas as pesquisas envolvendo seres
humanos.

O abaixo assinado _________________________,___anos, RG:________, declara que é de


livre e espontânea vontade que está como participante de uma pesquisa. Eu declaro que li
cuidadosamente este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e que, após sua leitura, tive
a oportunidade de fazer perguntas sobre o seu conteúdo, como também sobre a pesquisa, e
recebi explicações que responderam por completo minhas dúvidas. E declaro, ainda, estar
recebendo uma via assinada deste termo.

Fortaleza, ____/____/___

Nome do participante da pesquisa Data Assinatura


Nome do pesquisador Data Assinatura
Nome da testemunha Data Assinatura
(se o voluntário não souber ler)
Nome do profissional Data Assinatura
que aplicou o TCLE
258

APÊNDICE H – INSTRUMENTO DE COLETA DE INFORMAÇÕES PARA


ADOLESCENTES
PARTE I
Número da Entrevista: _____________________ Data da Entrevista: / /
Iniciais do (a) participante:____________________ Pesquisador: ________________
ASPECTO SOCIODEMOGRÁFICO
Qual o seu sexo?
( ) Masculino ( ) Feminino
Quantos anos você tem?
_______________
Qual o seu estado civil?
( ) Solteiro (a) ( ) Casado (a) ( ) União estável ( ) Viúvo (a) ( ) Separado (a)
( ) Divorciado (a)

Qual a sua religião?


_____________________________________
Qual o seu grau de escolaridade?
( ) Analfabeta ( ) Alfabetizada ( ) ensino básico completo ( ) ensino básico
incompleto
( ) ensino fundamental completo ( ) ensino fundamental incompleto ( ) ensino médio
completo
( ) ensino médio completo ( ) ensino superior incompleto
Qual a sua raça?
( ) Branca ( ) Parda ( ) Negra ( ) Amarela ( ) Indígena
Com quem você mora?
( ) Esposo (a) ( ) Filhos (as) ( ) Familiares de 1º grau ( ) Amigos ( ) Outros
Quem?______________
Quantas pessoas moram na sua casa incluindo você?
_______________
Você trabalha?( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual a sua ocupação?______________________________
Qual a sua principal fonte de renda?
( ) Emprego
( ) Seguro desemprego
( ) Renda do companheiro
( ) Renda Familiar
( ) Outro Qual?___________________________
ASPECTO ECONÔMICO
Qual a sua renda mensal? (Salário mínimo de R$ 1.100,00)
( ) Sem renda
( ) menos 1 salário mínimo
( ) de 1 a 2 salários mínimo
( ) de 3 a 4 salários mínimo
( ) mais de 5 salários mínimo
259

PARTE II
ESTRUTURA
RECURSOS HUMANOS
Você considera que no posto de saúde há profissionais para atendimento a você? Quais? Por
que?

Você considera que esses profissionais do posto são qualificados/ capacitados para atender lhe
atender? Por que?

MATERIAIS
Você considera que no posto há materiais disponíveis para que os profissionais possam fazer o
atendimento a você? Por que?

NORMAS E ROTINAS
Você considera que no posto de saúde há normas e rotinas apropriadas levando em conta a sua
presença? Por que?

Poderia me contar então como você avalia isso?

INSTALAÇÕES
Você avalia que a estrutura física, as instalações e os equipamentos o posto são adequados em
atenção à sua presença?

PROCESSO
Você considera que os profissionais do posto de saúde têm prestado assistência ou cuidado a
você? De que forma?

Como você avalia essa assistência ou esse cuidado dos profissionais do posto a você.

PROCEDIMENTOS
260

Os profissionais do posto de saúde têm realizado durante o atendimento algum procedimento


em você? Como?

Qual a sua analisa sobre esses procedimentos realizados em você pelo profissional.

TÉCNICAS
Você considera que os profissionais do posto de saúde têm utilizado de boas práticas, de
técnicas científicas e corretas na assistência ou cuidado a você? Por que?

Como você avalia/julga essas condutas utilizadas no atendimento a você pelo profissional.

ASPECTOS ÉTICOS
Você considera que os profissionais do posto de saúde têm respeitado a ética no atendimento a
você? Por que?

Conte-me como você julga então essa ética dos profissionais do posto de saúde em relação ao
atendimento a você.

RELAÇÃO TERAPÊUTICA
Você considera ter uma relação estabelecida/vínculo com os profissionais do posto? Por que?

Conte-me como você avalia/julga essa relação entre você e os profissionais do posto.

RESULTADOS
IMPACTO
Você considera que a relação com os profissionais do posto de saúde tem impactado no seu
estado de saúde? Por que? Quais são os impactos?

Então, conte-me de que forma você verifica este impacto na sua saúde.
261

EFEITO
Você considera que esta interação com os profissionais do posto tem causado efeito no seu
estado de saúde? Por que? Quais são os efeitos?

Então, conte-me como de que forma você avalia estes efeitos no seu estado de saúde.

CONDIÇÃO DE SAÚDE
Descreva-me como você julga atualmente o seu estado geral de saúde.

Você considera que este seu estado de saúde é reflexo/resultado da relação atual com o posto
de saúde? Por que?

SATISFAÇÃO
Qual o seu julgamento com os serviços prestados pelo posto a sua saúde e a você? Por que?
262

APÊNDICE I – INSTRUMENTO DE COLETA DE INFORMAÇÕES PARA


FAMILIAR
PARTE I
Número da Entrevista: _____________________ Data da Entrevista: / /
Iniciais do (a) participante:____________________ Pesquisador: ________________
Qual o seu parentesco com o adolescente?
( ) Mãe ( ) Pai ( ) Irmão (ã) ( ) Tio (a) ( ) Primo (a) ( ) Outro Qual: ___________
Quantos anos você tem?
_______________
Qual o seu estado civil?
( ) Solteiro (a) ( ) Casado (a) ( ) União estável ( ) Viúvo (a) ( ) Separado (a)
( ) Divorciado (a)

Qual a sua religião?


_____________________________________
Qual o seu grau de escolaridade?
( ) Analfabeta ( ) Alfabetizada ( ) ensino básico completo ( ) ensino básico
incompleto
( ) ensino fundamental completo ( ) ensino fundamental incompleto ( ) ensino médio
completo
( ) ensino médio completo ( ) ensino superior incompleto
Qual a sua raça?
( ) Branca ( ) Parda ( ) Negra ( ) Amarela ( ) Indígena
Você trabalha?( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual a sua ocupação?______________________________
Qual a sua principal fonte de renda?
( ) Emprego
( ) Seguro desemprego
( ) Renda do companheiro
( ) Renda Familiar
( ) Outro Qual?___________________________
Qual a sua renda mensal? (Salário mínimo de R$ 1.100,00)
( ) Sem renda
( ) menos 1 salário mínimo
( ) de 1 a 2 salários mínimo
( ) de 3 a 4 salários mínimo
( ) mais de 5 salários mínimo
263

PARTE II
RECURSOS HUMANOS
Você considera que no posto de saúde há profissionais para atendimento a ele (a) enquanto
adolescente? Quais? Por que?

Você julga que esses profissionais do posto de saúde são qualificados para atender a ele (a)
enquanto adolescente? Por que?

MATERIAIS
Você considera que no posto de saúde há materiais disponíveis para que os profissionais possam
fazer o atendimento a ele (a) enquanto adolescente? Por que?

NORMAS E ROTINAS
Você considera que no posto de saúde há normas e rotinas apropriadas a presença dele (a)
enquanto adolescente? Por que?

Como você avalia essas normas e rotinas em atenção a presença dele (a) enquanto adolescente?

INSTALAÇÕES
Você avalia que a estrutura física, as instalações e os equipamentos são adequados em atenção
à presença dele (a) enquanto adolescente?

PROCESSO
Você considera que os profissionais do posto de saúde têm prestado assistência ou cuidado a
ele (a)? De que forma?

Conte-me como você avalia essa assistência ou esse cuidado prestado pelos profissionais a ele
(a).

PROCEDIMENTOS
264

Os profissionais do posto de saúde têm realizado durante o atendimento algum procedimento


nele (a)?

Como você analisa isso sobre os procedimentos realizados no atendimento a ele (a) pelos
profissionais.

TÉCNICAS
Você considera que os profissionais do posto têm utilizado de boas práticas e técnicas
científicas na assistência ou cuidado a ele (a)? Por que?

Conte-me como você avalia isso sobre as técnicas realizadas no atendimento pelo profissional
do posto.

ASPECTOS ÉTICOS
Você considera que os profissionais do posto têm respeitado a ética no atendimento a ele (a)
enquanto adolescente? De que forma?

Como você avalia/julga isso sobre esta conduta do profissional do posto no atendimento a ele
(a).

RELAÇÃO TERAPÊUTICA
Você considera que o profissional do posto possui uma relação estabelecida com ele (a)? Por
que? De que forma?

Como você avalia essa relação entre o profissional do posto com ele (a) enquanto adolescente?

RESULTADOS
IMPACTO
Você considera que a relação com os profissionais do posto impactado no estado de saúde dele
(a)? Por que? Quais são os impactos?
265

EFEITO
Você considera que esta interação com os profissionais do posto tem causado algum efeito no
estado de saúde dele (a)? Por que? Quais são os efeitos?

Então, conte-me como de que forma você avalia isto sobre a saúde dele enquanto adolescente.

CONDIÇÃO DE SAÚDE
Descreva-me como você julga atualmente o estado geral de saúde dele (a).

Você considera que este estado de saúde dele (a) é reflexo/resultado da relação com o posto de
saúde? Por que?
SATISFAÇÃO
Qual o seu julgamento/opinião com os serviços prestados pelo posto à saúde e vida dele (a)?
Por que?
266

APÊNDICE J – INSTRUMENTO DE COLELTA DE INFORMAÇÕES PARA


PROFISSIONAIS
PARTE I
INFORMAÇÃO
Número da Entrevista: _____________________ Data da Entrevista: / /
Iniciais do (a) participante:____________________
ASPECTOS SOCIODEMOGRÁFICO
Qual o seu sexo?
( ) Masculino ( ) Feminino
Qual a sua idade?
________________
Qual o seu estado civil?
( ) Solteiro (a) ( ) Casado (a) ( ) União estável ( ) Viúvo (a) ( ) Separado (a)
( ) Divorciado (a)
Qual a sua raça?
( ) Branca ( ) Parda ( ) Negra ( ) Amarela ( ) Indígena
Grau de escolaridade:
( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior ( ) Especialização ( ) Residência ( )
Mestrado ( ) Doutorado
Qual a sua categoria profissional?
_________________________________
Quanto tempo de formação?
1) < 1 ano 2) de 01 a 05 anos 3) de 06 a 10 anos 4) >10 anos
Há quanto tempo você atua neste serviço de saúde?
_______________
Qual a sua renda mensal?
( ) de 1 a 2 salários mínimo
( ) de 3 a 4 salários mínimo
( ) mais de 5 salários mínimo
267

PARTE II
ESTRUTURA
RECURSOS HUMANOS
Você considera que no posto de saúde há profissionais para atendimento os adolescentes?
Quais? Por que?

Você julga que os profissionais do posto de saúde são qualificados para atender os
adolescentes? Por que?

Você se considera como profissional do posto de saúde qualificado para atender os


adolescentes? Por que?

MATERIAIS
Você considera que no posto há materiais e insumos disponíveis para fazer o atendimento aos
adolescentes? Por que?

NORMAS E ROTINAS
Você considera que no posto de há normas e rotinas levando em consideração a presença dos
adolescentes? Por que?

Como você avalia isso levando em conta a presença dos adolescentes no posto?

INSTALAÇÕES
Você considera que a estrutura física, as instalações e os equipamentos são adequados em
atenção à presença dos adolescentes na unidade?

PROCESSO
Você considera que os profissionais do posto têm prestado assistência ou cuidado aos
adolescentes? De que forma, por exemplo?
268

Como você avalia/julga essa assistência ou esse cuidado dos profissionais do posto de saúde
aos adolescentes.

Como você julga a sua assistência ou o cuidado prestado aos adolescentes? Por que?

PROCEDIMENTOS
Como tem sido o atendimento, o cuidado e a assistência do profissional aos adolescentes?

Os profissionais do posto têm realizado durante o atendimento algum procedimento, exame,


encaminhamentos frente ao caso dos adolescentes? De que formas?

Você tem realizado atendimento aos adolescentes? De que forma tem acontecido?

O que você observa e avalia sobre isto que tem realizado?

TÉCNICAS
Você considera que os profissionais do posto têm utilizado de boas práticas e técnicas-
científicas na assistência ou cuidado aos adolescentes? Por que você considerada isso?

Conte-me como você avalia isso sobre essas condutas utilizadas no atendimento aos
adolescentes pelos profissionais do posto.

Você tem utilizado de boas práticas e técnicas-científicas na assistência ou cuidado aos


adolescentes? Como isso ocorre?

O que você observa e avalia sobre isto?


269

ASPECTOS ÉTICOS
Você considera que os profissionais do posto de saúde têm respeitado a ética no atendimento
aos adolescentes? Por que?

Conte-me como você julga então isso sobre a ética dos profissionais do posto em relação ao
atendimento aos adolescentes.

Você considera que tem respeitado a ética no atendimento aos adolescentes? Por que?

O que você observa e avalia sobre isto?

RELAÇÃO TERAPÊUTICA
Você considera que os profissionais do posto possuem uma relação estabelecida com os
adolescentes em atenção à saúde deles? Por que? De que forma?

Conte-me como você avalia isso sobre esta relação entre os profissionais e adolescentes em
atenção à saúde dele.

Você considera que possui uma relação estabelecida com os adolescentes em atenção à saúde
deles? Por que?

O que você observa e avalia sobre isto?

RESULTADOS

IMPACTO
Você considera que a relação que os profissionais do posto têm com os adolescentes tem
impactado no estado de saúde deles? Por que? Quais são os impactos?
270

Então, conte-me de que forma você verifica isto sobre o impacto na saúde dos adolescentes.

EFEITO
Você considera que esta interação com os profissionais do posto tem causado algum efeito no
estado de saúde dos adolescentes? Por que? Quais são os efeitos?

CONDIÇÃO DE SAÚDE
Descreva-me como você julga atualmente o estado geral de saúde dos adolescentes.

Você considera que este estado de saúde dos adolescentes é reflexo/resultado da relação com o
posto de saúde? Por que?

De forma geral, qual o seu julgamento com os serviços que são oferecidos pelo posto aos
adolescentes? Por que?
271

APÊNDICE K – INSTRUMENTO PARA OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA

CARACTETIZAÇÃO DA UNIDADE DE SAÚDE


1. Número de profissionais:_________________________
1.1 Número de médicos:_________________________
1.2 Número de enfermeiros:_________________________
1.3 Número de técnicos ou auxiliar de enfermagem:_________________________
1.4 Número de Agente Comunitário de Saúde:_________________________
1.5. Número de dentista:_____________________________________
1.6 Número de auxiliar em saúde bucal:_______________________________
1.7 Número de profissionais do NASF:_______________________________________
1.7.1 Número de profissionais por
categoria:___________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

OBSERVAÇÃO DA UNIDADE DE SAÚDE

ESTRUTURA
RECURSOS HUMANOS
Equipe mínima de saúde presente na unidade para atendimento ao adolescente?

Equipe multiprofissional presente na unidade para atendimento ao adolescente?

Existe treinamento específico envolvendo questões sobre a saúde do adolescente na unidade?


272

MATERIAIS
Presença de materiais em atenção à saúde do adolescente (antropômetro/estadiômetro, gráfico
de Estatura/Idade para os sexos masculinos e femininos, balança eletrônica ou mecânica;
calculadora; gráfico de IMC/Idade para os sexos masculino e feminino, materiais educativos,
métodos anticoncepcionais)?

NORMAS E ROTINAS
Existência de normas levando em consideração a presença do adolescente na unidade de saúde?

Existência de rotinas levando em consideração a presença do adolescente na unidade de saúde?

Existência de um horário e/ou turno específico na unidade para atendimento ao adolescente?

Adesão a protocolos do Ministério da Saúde em atenção a agravos ou problemas específicos?


273

INSTALAÇÕES
Existência de um ambiente na unidade com espaços que permitem com que o adolescente se
sinta à vontade (privacidade, conforto, segurança, sigilo)?

PROCESSO
PROCEDIMENTOS
Realização de procedimentos de rotina no atendimento ao adolescente na unidade de saúde?

Realização de procedimentos em casos específicos ao adolescente na unidade de saúde?

TÉCNICAS
Adesão aos métodos propedêuticos no atendimento ao adolescente na unidade de saúde?

ASPECTOS ÉTICOS
Respeito aos éticos em atenção e atendimento ao adolescente na unidade de saúde?

RELAÇÃO TERAPÊUTICA
274

Existência de uma relação estabelecida com o adolescente na unidade de saúde em atenção à


saúde dele?
275

ANEXOS
276

ANEXO A - CONSOLIDATED CRITERIA FOR REPORTING QUALITATIVE


RESEARCH

Critérios consolidados para relatar pesquisa qualitativa


Nº do item Tópico Perguntas/Descrição Guia
Domínio 1: Equipe de pesquisa e reflexividade
Características pessoais
1 Entrevistador/facilitador Qual autor (autores) conduziu a entrevista ou
o grupo focal?
2 Credenciais Quais eram as credenciais do pesquisador?
Exemplo: PhD, médico.
3 Ocupação Qual a ocupação desses autores na época do
estudo?
4 Gênero O pesquisador era do sexo masculino ou
feminino?
5 Experiência e treinamento Qual a experiência ou treinamento do
pesquisador?
Relacionamento com os participantes
6 Relacionamento estabelecido Foi estabelecido um relacionamento antes
do início do estudo?
7 Conhecimento do participante sobre o O que os participantes sabiam sobre o
entrevistador pesquisador? Por exemplo: objetivos
pessoais, razões para desenvolver a
pesquisa.
8 Características do entrevistador Quais características foram relatadas sobre o
entrevistador/facilitador? Por exemplo,
preconceitos, suposições, razões e interesses
no tópico da pesquisa.
Domínio 2: Conceito do estudo
Estrutura teórica
9 Orientação metodológica e teoria Qual orientação metodológica foi declarada
para sustentar o estudo? Por exemplo: teoria
fundamentada, análise do discurso,
etnografia, fenomenologia e análise de
conteúdo.
Seleção de participantes
10 Amostragem Como os participantes foram selecionados?
Por exemplo: conveniência, consecutiva,
amostragem, bola de neve.
11 Método de abordagem Como os participantes foram abordados?
Por exemplo: pessoalmente, por telefone,
carta ou e-mail.
12 Tamanho da amostra Quantos participantes foram incluídos no
estudo?
13 Não participação Quantas pessoas se recusaram a participar ou
desistiram? Por quais motivos?
Cenário
14 Cenário da coleta de dados Onde os dados foram coletados? Por
exemplo: na casa, na clínica, no local de
trabalho.
15 Presença de não participantes Havia mais alguém presente além dos
participantes e pesquisadores?
277

16 Descrição da amostra Quais são as características importantes da


amostra? Por exemplo: dados demográficos,
data da coleta.
Coleta de dados
17 Guia da entrevista Os autores forneceram perguntas,
instruções, guias? Elas foram testadas por
teste-piloto?
18 Repetição de entrevistas Foram realizadas entrevistas repetidas? Se
sim, quantas?
19 Gravação audiovisual A pesquisa usou gravação de áudio ou visual
para coletar os dados?
20 Notas de campo As notas de campo foram feitas durante e/ou
após a entrevista ou o grupo focal?
21 Duração Qual a duração das entrevistas ou do grupo
focal?
22 Saturação de dados A saturação de dados foi discutida?
23 Devolução de transcrições As transcrições foram devolvidas aos
participantes para comentários e/ou
correção?
Domínio 3: Análise e resultados
Análise de dados
24 Número de codificadores de dados Quantos foram os codificadores de dados?
25 Descrição da árvore de codificação Os autores forneceram uma descrição da
árvore de codificação?
26 Derivação de temas Os temas foram identificados
antecipadamente ou derivados dos dados?
27 Software Qual software, se aplicável, foi usado para
gerenciar os dados?
28 Verificação do participante Os participantes forneceram feedback sobre
os resultados?
Relatório
29 Citações apresentadas As citações dos participantes foram
apresentadas para ilustrar os temas/achados?
Cada citação foi identificada? Por exemplo,
pelo número do participante.
30 Dados e resultados consistentes Houve consistência entre os dados
apresentados e os resultados?
31 Clareza dos principais temas Os principais temas foram claramente
apresentados nos resultados?
32 Clareza de temas secundários Há descrição dos diversos casos ou
discussão dos temas secundários?
278

ANEXO B – PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA EM


PESQUISA
279
280
281
282
283

ANEXO C – DECLARAÇÃO DE REVISÃO DE PORTUGUÊS

DECLARAÇÃO DE REVISÃO

Prezada Senhor (a),

Referente a dissertação “AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À


SAÚDE DO ADOLESCENTE” foi revisado quanto a correções a possíveis erros de
sintaxe, concordância gramatical, textual e integridade de conteúdo.
Para o autor correspondente, << JOÃO VÍCTOR LIRA DOURADO >> foi fornecido a
versão final deste documento constando o português adequado conforme assunto
de interesse.

Rio de Janeiro, 08 de abril de

2022.Sinceramente,

Tradutora e
Revisora Tel/Zap:
(21) 98703-9852

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