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Terapia Familiar e Cibernética

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Terapia Familiar e

Cibernética
Luana Souza
Terapia Familiar da Metá fora
Cibernética/Sistêmica para a Metá fora Pó s -
Moderna
• Palo Alto - MRI Mental Research Institute com os estudos:
• Teoria Geral dos Sistemas
• Teoria da Comunicação Humana
• Estudos dos Esquizofrênicos e suas famílias
• Cibernética - 1ª. e 2ª. Ordem
• Terapia Familiar Pós-moderna: construtivista e construcionista social
O pensamento sistêmico, aplicado à prática clínica, representou 2 grandes saltos
conceituais:
1. Mudança de foco das teorias clínicas: do indivíduo para os sistemas humanos (do
intrapsíquico para o inter-relacional). Mudança paradigmática configurou um novo
conjunto de pressupostos para a compreensão dos problemas humanos e das
práticas de terapia.
2. Mudança interna ao próprio modelo: se a princípio as terapias sistêmicas,
informadas pela Cibernética de Primeira Ordem, situavam-se dentro do modelo de
pensamento da modernidade, quando do desenvolvimento da cibernética de 2ª
ordem observou-se um afinamento com os pressupostos pós-modernos,
representados na terapia sistêmica pelas epistemologias construtivistas e
construcionistas sociais.
• A mudança paradigmática imprimida pelo pensamento sistêmico-cibernético à
terapia familiar, enfatizou a importância do contexto, da causalidade circular,
da informação e da relação para compreensão dos dilemas humanos,
considerando o indivíduo como um ser em interação com os outros.

• Esta é sua maior diferença dos modelos em que o locus do sintoma era o
indivíduo, seja por seu funcionamento bioquímico ou por sua genética, seja
pelo seu desenvolvimento intrapsíquico.
Prá ticas Sistêmicas em Terapia Familiar
Na coexistência de diferentes modelos, desde o 1º momento de sua evolução,
até hoje as terapias sistêmicas se definem como um conjunto de práticas não
uniformes, em contínua evolução.
• Comunicacional/ Interacionais Bateson, Haley, Satir,Jackso,Watzlawick
Haley e Cloé Madanes
• Estratégico Salvador Minuchin
• Estrutural Carl Whitaker, Virginia Satir
Bowen, Andolfi e Borzomeny-Nagy
• Experencial Simbólica
Mara Selvini-Palazzoli, Giuliana Prata
• Intergeracional/Trigeracional
• Sistêmico de Milão
Terapias Pó s-Modernas
• Processos reflexivos - Tom Andersen
• Práticas Narrativas - Michael White, David Epston
• Práticas Colaborativas - Harlene Anderson, Harold Goolishian
• Perspectiva Generativa - Dora Schinitman
• Todo terapeuta, antes de se definir como tal, pertence a uma tradição que
estabelece um contexto informando suas crenças e valores em um tempo e espaço
histórica e localmente situados
• Terapeuta faz uma dança entre sua prática e o tecido teórico pelo qual pode
compreendê-la
• Muitos têm sido vocabulários, as metáforas teóricas, e as descrições no campo da
terapia sistêmica para definirem, compreenderem e tratarem os dilemas que as
famílias vivem.
• Os problemas são definidos de acordo com o “modelo da escola” adotado
• Vamos utilizar dos conhecimentos dessas escolas como “recursos conversacionais”,
cada uma delas traz possibilidades de seguir nas conversa com as pessoas.
• Uma coisa sempre esteve presente na história da terapia familiar: a diversidade de
profissionais envolvidos, caracterizando o estudo e a prática como interdisciplinar
Teoria Sistêmica e Cibernética
● Um primeiro discurso organizador do discurso e da prática da terapia familiar
veio da cibernética – ênfase no conceito de sistema, homeostase,
causalidade circular, retroalimentação positiva e negativa
● Os conceitos teóricos da cibernética conduziram os terapeutas a buscarem a
funcionalidade dos sintomas como desvios ativados por erros na
organização familiar
● O sintoma só podia ser percebido no contexto da família
● O sintoma compreendido como uma maneira de manter a homeostase
familiar diante de dificuldades da família em manejar pressões oriundas de
fatores externos ou das demandas de mudanças próprias das transições
(Primeira Cibernética)
Avanços no campo da Segunda
Cibernética
● A compreensão da família e seu funcionamento ganhou um novo contexto
para se pensar teoricamente os problemas e as possibilidades de
intervenção
● Organizava-se em torno do conceito de retroalimentação/feedback positivo
● A capacidade da família de sobreviver não dependia apenas da manutenção
da homeostase, mas também da sua capacidade de modificar a sua
estrutura de acordo com as demandas do meio
Postura do Terapeuta
● Um terapeuta interventor que, apoiado em seus diagnósticos sistêmicos
buscava a solução dos problemas que a família vivia
● Figura do terapeuta centrada no especialista
● O terapeuta definia o que não ia bem com a família e também decidia os
caminhos e as direções da mudança necessária
PRIMEIRA CIBERNÉTICA SEGUNDA CIBERNÉTICA

● Morfoestase - Manutenção da ● Morfogênese


mesma forma ● Considerava que as famílias
● Sintoma como forma de necessitam ampliar suas
manutenção da organização possibilidades de modo a garantir
familiar sua sobrevivência –
● Escolas: Palo Alto; MRI - Iniciam adaptabilidade
as discussões com pacientes ● Modelos que tinham como
esquizofrênicos recurso técnicas
desestabilizadoras que geravam
crise no sistema para favorecer
sua mudança
● Escola: Estrutural (Minuchin)
● A prática da terapia familiar apoiada em noções como a de que os sistemas
humanos se organizam longe do equilíbrio (prigogine), desenvolveu técnicas
de intervenção que visavam favorecer mudanças através de saltos
qualitativos para uma nova organização sistêmica
● O terapeuta assim orientado desenvolvia sua ação como uma intervenção
ativa para ajudar a família a aceitar as exigências das pressões exteriores, os
pontos de transição, as etapas de desenvolvimento e a mudança.
Minuchin - Casais e Família (Exemplo)
A Cibernética de Segunda Ordem
● Avanços da ciência impulsionados pelas descobertas da física quântica,
teoria da relatividade (Einstein), Biologia do Conhecer (Maturana)
○ Não se pode conhecer a realidade objetivamente
○ Impossibilidade de separação do sujeito/objeto
○ Cibernética-da-cibernética/Si-Cibernética
Terapia Familiar
● Entende-se que os sistemas humanos, como os sistemas vivos são capazes
de produzir a sua própria mudança, as quais são conduzidas e limitadas pela
sua organização sistêmica, não podendo ser deliberadamente operadas a
partir de qualquer lugar externo ao próprio sistema
● Outros conceitos e outras práticas surgem em relação à Primeira Ordem:
sistemas linguísticos, conversação, narrativa, diálogo, significado, histórias
cultura, construção
● Da metáfora cibernética aos sistemas linguísticos
● A terapia familiar se divide em dois referenciais teóricos distintos:
construtivismo e construcionismo social
Construtivismo e Construcionismo
Social
● Teorias pós-modernas
● Ambos partilham a impossibilidade de um lugar privilegiado de acesso a uma
realidade objetiva
● Crença na realidade construída a partir do ato de observação que
inevitavelmente inclui a pessoa do observador e suas lentes teóricas ao
sistema
● A utilidade das teorias e técnicas de terapia passou a ser diretamente
compreendida pela sua possibilidade de oferecer subsídios para a
construção de significados organizadores da experiência vivida pela família
A TERAPIA MUDA
● A noção de consertar uma estrutura que apresenta um problema não se usa mais
● Os problemas não estão nas famílias (modelo biomédico) senão na construção da
realidade de cada família
● O sistema está determinado na linguagem não na estrutura nem no papel social.
● O interesse do terapeuta se desloca das seqüência de comportamentos a serem
modificadas para os significados gerados no sistema, incluindo nele o Terapeuta
Sistema Terapêutico
• Sistema terapêutico se define como uma rede de conversações à volta de um
problema.
• Terapeuta um facilitador na construção de novos significados
• A atividade terapêutica é concebida como lingüística e dialógica.
• O Terapeuta não implementa mais técnicas e sim práticas
• O processo terapêutico é o resultado da participação ativa da família e do
terapeuta
• Uma co-construção e co-evolução
• Questiona o modelo médico, como diagnósticos, conceito de normal-
anormal, funcional e disfuncional.
• A auto-referência passa a ser o exercício fundamental do terapeuta,
pergunta-se sobre seus limites e possibilidades de ação sobre o sistema.
PAPEL DO TERAPEUTA
• A tarefa terapêutica é facilitar o diálogo entre as diferentes vozes
• A linguagem do terapeuta muda saindo do estilo oracular de alguém com acesso a
um saber oculto, para o cliente como dono do saber da sua vida.
• Postura do não saber do terapeuta
• Utilizam-se das perguntas conversacionais que abrem um espaço para novas
perguntas criando oportunidades para que surjam novos significados.
NOVO CONCEITO DE TERAPIA
• A terapia é uma aventura, se afasta do conhecido e vai atrás do não sabido.
• Crise é entendida como a falta de uma linguagem que permita um
ordenamento diferente da experiência.
• Um novo ordenamento da experiência traz também um novo ordenamento
da identidade familiar.
Terapia Narrativa (Exemplo)

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