Este artigo tem como objetivo analisar uma carta de José Ignacio de Abreu e Lima (1794-1869) ao venezuelano José António Páez (1790-1873) publicada em O Novo Mundo, periódico mensal lançado nos Estados Unidos por José Carlos Rodrigues... more
Este artigo tem como objetivo analisar uma carta de José Ignacio de Abreu e Lima (1794-1869) ao venezuelano José António Páez (1790-1873) publicada em O Novo Mundo, periódico mensal lançado nos Estados Unidos por José Carlos Rodrigues (1844-1923) em abril de 1873. Partimos da seguinte questão: como Abreu e Lima, nesta missiva de 1868, se edifica enquanto ator histórico e labuta um projeto de memória de si? Para respondê-la, examinamos como o general construiu um projeto de memória reconstituindo sua trajetória em três momentos sucessivos: (i) durante as guerras de independência latino-americanas entre os anos 1820 e 1830; (ii) durante o período regencial, quando se instalou no Rio de Janeiro após uma passagem pela Filadélfia; e enfim (iii) no Recife, nos anos 1840, período de efervescência político-partidária que culminou na Insurreição Praieira. O estudo mostra que Abreu e Lima construiu o seu percurso memorialístico assumindo de forma consciente a sua biografia como a de um fiel bolivarista, historicizando seus próprios passos e fazendo projeções àquilo que em sua leitura se delineava no horizonte político do país e, no fim, para si mesmo.
Research Interests: Latin American and Caribbean History, Brazilian History, Brazil History, Colombian History, História do Brasil, and 11 moreHistory of Brazilian Empire, historia de Pernambuco, História do Brasil Imperial, Independencias Hispanoamericanas, Venezuelan History, Historia de Venezuela, Recife, História Da América Latina, História Da América, Simón Bolívar, and José Ignácio de Abreu e Lima
Dissertação de mestrado apresentada em 20 de fevereiro de 2020, na Universidade Federal de Pernambuco. Resumo: O seguinte trabalho opta em analisar, nos pasquins A Torre de Babel e A Arca de Noé, como José Ignácio de Abreu e Lima... more
Dissertação de mestrado apresentada em 20 de fevereiro de 2020, na Universidade Federal de Pernambuco.
Resumo: O seguinte trabalho opta em analisar, nos pasquins A Torre de Babel e A Arca de Noé, como José Ignácio de Abreu e Lima recepcionou as culturas políticas do momento e construiu representações políticas nestas suas duas produções publicadas em 1833 no Rio de Janeiro. Ao longo de três capítulos mais uma introdução, buscamos em um primeiro momento abordar, a partir da seleção de algumas biografias sobre este sujeito, como um primeiro recorte temporal da vida de Abreu e Lima fora construído por seus biógrafos;problematizando estas narrativas, procuramos interliga-las com demais outras documentações interseccionadas sobre este personagem e os diferentes cenários que serviram de palco à sua trajetória. No segundo capítulo optamos por investigar, no pasquim A Torre de Babel, como Abreu e Lima insere-se naquela cultura política moderna que era recepcionada (e também transformada) no Brasil de inícios do século XIX; partindo de alguns pressupostos metodológicos da chamada história do pensamento e da cultura política, perpassamos algumas das leituras liberais de Abreu e Lima, de sua receptação das ideias ditas modernas que corriam este período do oitocentos e a sua perspectiva sobre alguns eventos que marcaram o final do Primeiro Reinado e o início das Regências. O terceiro capítulo, por fim, objetiva aos estudos de como Abreu e Lima, na Arca de Noé, fabricou representações dos três grandes grupos políticos brasileiros que se encontravam em voga neste momento inicial das Regências, construindo e relendo as posições desde daqueles que lia como antagonistas até àqueles aos quais prestara apoio.Portanto, com este recorte e com tais vias metodológicas, intencionamos contribuir à historiografia do pensamento de Abreu e Lima a partir destas documentações fluminenses, pouco abordadas em estudos deste sujeito ou naquele campo historiográfico do pensamento político brasileiro
Resumo: O seguinte trabalho opta em analisar, nos pasquins A Torre de Babel e A Arca de Noé, como José Ignácio de Abreu e Lima recepcionou as culturas políticas do momento e construiu representações políticas nestas suas duas produções publicadas em 1833 no Rio de Janeiro. Ao longo de três capítulos mais uma introdução, buscamos em um primeiro momento abordar, a partir da seleção de algumas biografias sobre este sujeito, como um primeiro recorte temporal da vida de Abreu e Lima fora construído por seus biógrafos;problematizando estas narrativas, procuramos interliga-las com demais outras documentações interseccionadas sobre este personagem e os diferentes cenários que serviram de palco à sua trajetória. No segundo capítulo optamos por investigar, no pasquim A Torre de Babel, como Abreu e Lima insere-se naquela cultura política moderna que era recepcionada (e também transformada) no Brasil de inícios do século XIX; partindo de alguns pressupostos metodológicos da chamada história do pensamento e da cultura política, perpassamos algumas das leituras liberais de Abreu e Lima, de sua receptação das ideias ditas modernas que corriam este período do oitocentos e a sua perspectiva sobre alguns eventos que marcaram o final do Primeiro Reinado e o início das Regências. O terceiro capítulo, por fim, objetiva aos estudos de como Abreu e Lima, na Arca de Noé, fabricou representações dos três grandes grupos políticos brasileiros que se encontravam em voga neste momento inicial das Regências, construindo e relendo as posições desde daqueles que lia como antagonistas até àqueles aos quais prestara apoio.Portanto, com este recorte e com tais vias metodológicas, intencionamos contribuir à historiografia do pensamento de Abreu e Lima a partir destas documentações fluminenses, pouco abordadas em estudos deste sujeito ou naquele campo historiográfico do pensamento político brasileiro
Research Interests: Liberalism, História do Brasil, Cultura política, Rio de Janeiro, Liberalismo, and 15 moreJacobinism, História das Ideias, História do Brasil Imperial, História do Império Brasileiro, Pensamento Político Brasileiro, Historia de Venezuela, Regência, História Da Imprensa, Monarquismo, História e Imprensa, Pernambuco, Pedro II, Simón Bolívar, Insurreição de 1817, and José Ignácio de Abreu e Lima
Artigo submetido ao simpósio "A política da memória: narrativas biográficas e literárias e as possibilidades de (re)construção do passado". Resumo: O seguinte artigo busca analisar, a partir do Compendio da História do Brasil de autoria... more
Artigo submetido ao simpósio "A política da memória: narrativas biográficas e literárias e as possibilidades de (re)construção do passado". Resumo: O seguinte artigo busca analisar, a partir do Compendio da História do Brasil de autoria do recifense José Ignácio de Abreu e Lima (1794-1869), como este pensador empreende, nessa sua empresa de cunho historiográfico publicada no coração da capital e da corte do Império brasileiro em 1843, diálogos e intersecções que se aproximam, e por vezes são tangidos, de uma narrativa memorialística sobre alguns eventos e acontecimentos que, recuperados nas linhas do seu Compendio, marcaram esta obra e, por suposto, mesmo a vida de seu autor; apresentado ao Instituto Historico e Geographico Brasileiro (IHGB), o Compendio de Abreu e Lima buscou atender, com suas particularidades, a proposta de construção de uma história do Brasil oferecida por esta instituição aos pensadores, "intelectuais" e demais sujeitos de pressupostos "científicos" à época, sendo espaço de auspícios áulicos e da própria nobreza bragantina quando de sua fundação. Neste sentido, partindo de diálogos com uma historiografia que versa sobre esta produção abreu-limense em específico e que lançam olhares múltiplos sobre a obra, mas recuperando também um debate com algumas daquelas produções historiográficas que pensam a chamada "primeira fase de pensadores latino-americanos" desta primeira metade do oitocentos-na qual o recifense encontra-se inserto por suas produções desde aquele momento de suas experiências militares e literárias na Grã-Colômbia e Venezuela bolivaristas, na década de 1820, até àquelas empreitadas no então Brasil imperial, a partir dos anos 1830-, proporemos alguns objetivos a este trabalho: como Abreu e Lima, neste seu Compendio, descreveu a insurreição de 1817 em algumas províncias daquele Norte do Império do Brasil? Ou, mais especificamente, como, nesta produção que falava mesmo em servir uma "nascente" literatura brasileira e dedicada ao "muito alto, muito poderoso senhor D. Pedro II", este bolivariano, alçado à posição de generalato pelo Libertador Simón Bolívar (1783-1830) por suas contribuições nos conflitos emancipatórios e republicanos na América hispânica no segundo decênio do XIX, resgatou suas memórias do Dezessete que, pouco mais de duas décadas antes do debute do Compendio nos salões do IHGB, agitou parte das províncias nortistas brasileiras? Recordemos que o pai do "General de Bolívar", José Ignácio Ribeiro de Abreu e Lima (1768-1817)-ou, como ficou mais conhecido à época, o Padre Roma-foi daqueles primeiros insurretos republicanos que caíram nas mãos das tropas repressoras a mando do monarca lusitano João VI (1767-1826), ainda estabelecido em território reinol brasileiro quando dos primeiros estouros "revolucionários", marcado por "ideias" e "ciências" modernas, na vila do Recife. Para a atividade aqui proposta, partiremos de algumas categorias metodológicas úteis, a nosso ver, no trato de tais temáticas: leituras do filósofo e historiador da ciência italiano Paolo Rossi (1923-2012), no que se refere à memória, e do filósofo mexicano Leopoldo Zea (1912-2004), essencial aos aportes para estudos daquele campo chamado de "história do pensamento", serão utilizados ao longo da escrita deste trabalho, por exemplo.
Palavras-chave: Historiografia brasileira. História e memória. José Ignácio de Abreu e Lima. Compêndio da História do Brasil. 1817.
Palavras-chave: Historiografia brasileira. História e memória. José Ignácio de Abreu e Lima. Compêndio da História do Brasil. 1817.
Research Interests:
Apresentado no XII Simpósio de História da UFPI e I Seminário da Pós-Graduação em História do Brasil em 2015, o seguinte trabalho busca apresentar como Domingo Faustino Sarmiento (1811-1888), importante intelectual argentino do século... more
Apresentado no XII Simpósio de História da UFPI e I Seminário da Pós-Graduação em História do Brasil em 2015, o seguinte trabalho busca apresentar como Domingo Faustino Sarmiento (1811-1888), importante intelectual argentino do século XIX, teve ativa participação nos movimentos políticos da Argentina; pautando suas ideologias muitas vezes na dicotomia entre “civilização” e “barbárie” e nos ideais ditos “modernos” vindos da Europa (como o romantismo, por exemplo), Sarmiento buscava por meio de suas obras explicar e propor soluções para as situações que considerava responsável pelo atraso de seu país (e da América do Sul enquanto um todo). Partindo desse pressuposto, o objetivo deste trabalho é buscar analisar o modelo de projeto político proposto em sua obra Argirópolis, refletindo o modo no qual Sarmiento buscou pensar a formação de um “novo” Estado e de uma nova identidade argentina, que deveria condizer com o estágio civilizatório dessa “nova” nação. Datado de 1850, Argirópolis (cuja primeira edição foi publicada anonimamente no Chile) é constituído por uma série de propostas que, ao pensar o momento político da Argentina, Paraguai e Uruguai, visa a união desses três países em um só, os “Estados Confederados del Río de la Plata”. Em meio as suas ideias para este novo Estado sul-americano, Sarmiento também pensa em modos de “civilizar” a região do Prata; ato civilizatório este que, dentre outras coisas, abordava também a formação de uma nova identidade argentina.
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Apresentado na ANPUH-2016, o seguinte artigo visa analisar, a partir da obra Fragmento preliminar al estudio del Derecho (1837) a maneira pela qual seu autor, o jurista, estadista e intelectual argentino Juan Bautista Alberdi (1810-1884),... more
Apresentado na ANPUH-2016, o seguinte artigo visa analisar, a partir da obra Fragmento preliminar al estudio del Derecho (1837) a maneira pela qual seu autor, o jurista, estadista e intelectual argentino Juan Bautista Alberdi (1810-1884), utilizou-se do termo “educação” para a defesa de um determinado projeto político voltado para o “progresso” e a civilização” não só de seu país, mas de toda a América Latina. Como um dos mais proeminentes intelectuais da chamada Nova Geração (também conhecida como Geração de 1837) argentina, Alberdi e seus demais companheiros defendiam uma “nova política” para uma “nova” América do Sul, que, agora livre do domínio colonial espanhol, deveria prostrar-se adequada às demandas político-sociais das modernas civilizações europeias: livre da barbárie e do atraso; tais demandas que só poderiam ser alcançadas, como defendeu Alberdi, a partir de uma “nova” educação para os americanos, objeto de estudo que será discutido neste trabalho.
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Análise, a partir da história do pensamento enquanto metodologia documental, da perspectiva educacional presente no periódico praieiro "A Barca de S. Pedro", publicado em 1848 no Recife, do general José Ignacio de Abreu e Lima.
Research Interests:
O objetivo deste trabalho é analisar de que maneira Juan Bautista Alberdi (1810–1884) se utiliza de alegorias e sátiras para criticar, através da obra ficcional Peregrinación de Luz del Día, a chamada “Nova Geração’’ ou “Geração de... more
O objetivo deste trabalho é analisar de que maneira Juan Bautista Alberdi (1810–1884) se utiliza de alegorias e sátiras para criticar, através da obra ficcional Peregrinación de Luz del Día, a chamada “Nova Geração’’ ou “Geração de 1837’’ argentina. Estabelecendo uma fronteira tênue entre literatura e política, Alberdi nesta obra realiza, ao mesmo tempo em que faz uma “rememoração’’ da história da América do Sul, críticas filosóficas e políticas aos dirigentes da Argentina de seu tempo, assim como os projetos para o futuro da nação que tais classes dirigentes pensavam: datado de 1871, Peregrinación critica, por exemplo, as ideologias e decisões políticas de Domingo Faustino Sarmiento, então presidente do país. Dessa maneira, esta obra de Alberdi se estabelece como um instrumento de crítica (dentro) da classe intelectual argentina, sendo antagonista ao regime vigente e, porque não, dos ideias ditos “modernos’’ do século XIX que se propagavam nos círculos intelectuais no país.
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Ensaio apresentado ao professor Pablo Porfírio na disciplina "História, tempo e narrativa" e que parte da problemática "o que você faz?"; procurou-se responder esta pergunta a partir da retomada de algumas balizas das atividades... more
Ensaio apresentado ao professor Pablo Porfírio na disciplina "História, tempo e narrativa" e que parte da problemática "o que você faz?"; procurou-se responder esta pergunta a partir da retomada de algumas balizas das atividades historiográficas na academia, a saber, dos aspectos científicos e dos objetos de estudo do historiador. O ensaio também foi escrito a partir da experiência do autor com as documentações e as categorias analíticas de sua pesquisa acerca dos pensamentos do militar e intelectual José Ignácio de Abreu e Lima (1794-1869). O público alvo desta atividade foram os alunos de Ensino Médio do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
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Monografia de conclusão de curso apresentada em 2016, o objetivo deste trabalho é analisar, a partir do romance literário "Peregrinación de Luz del Día", como Juan Bautista Alberdi (1810-1884) se utiliza de alegorias e sátiras para... more
Monografia de conclusão de curso apresentada em 2016, o objetivo deste trabalho é analisar, a partir do romance literário "Peregrinación de Luz del Día", como Juan Bautista Alberdi (1810-1884) se utiliza de alegorias e sátiras para criticar aqueles dito liberais sul-americanos do século XIX. Estabelecendo uma fronteira tênue entre literatura e política, Alberdi nesta obra realiza, ao mesmo tempo em que faz uma "rememoração" alegorizada da história da América do Sul, críticas filosóficas e políticas aos dirigentes argentinos de seu tempo, bem como aos projetos que a classe dirigente argentina pensaram para esta nação - e mesmo à América do Sul: datado de 1871, "Peregrinación" critica, por exemplo, as decisões e ideologias políticas de Domingo Faustino Sarmiento, então mandatário máximo do país. Dessa maneira, esta obra do Alberdi se estabelece como um instrumento de crítica interno da classe intelectual argentina, sendo antagonista ao regime vigente e, porque não, dos ideais ditos "modernos" do século XIX que se propagavam nos círculos intelectuais latino-americanos. Partindo das possibilidades que norteiam História e Literatura, fazemos uso da História Cultural como nosso aporte teórico, compreendendo que a literatura enquanto fonte histórica possibilita uma narrativa literária como representação do real.