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Orientador : Profª. Drª. Elena GodoyDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa: Curitiba, 15/04/2016Inclui referências : f. 153-158Área de concentração:... more
Orientador : Profª. Drª. Elena GodoyDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa: Curitiba, 15/04/2016Inclui referências : f. 153-158Área de concentração: Linguagem e práticas sociaisResumo: Este estudo tem por objetivo analisar a metarrepresentação na comunicação linguística a partir de uma perspectiva gradativa. Investigações sobre Teoria da Mente (ToM) nas áreas da psicologia cognitiva, filosofia da mente e neurociência apresentam que a capacidade de atribuição de estados mentais próprios e alheios ocorre em formato de encadeamento de (meta)representações. Por outro lado, estudos da pragmática cognitiva voltados à linguagem verbal possibilitam uma importante constatação: a de que existem ordens, camadas ou níveis inerentes a esse processo. Nesse âmbito, os fenômenos comunicativos verbais que mais se destacam nas pesquisas em termos de sofisticação metarrepresentativa em ordens ou níveis são dois: a...
A Coleção de Pragmática, organizada pelo Grupo de Pesquisa Linguagem, Comunicação e Cognição do CNPq, tem como objetivo apresentar pesquisas científicas realizadas nesta área em seus múltiplos diálogos com outras ciências, como a... more
A Coleção de Pragmática, organizada pelo Grupo de Pesquisa Linguagem, Comunicação e Cognição do CNPq, tem como objetivo apresentar pesquisas científicas realizadas nesta área em seus múltiplos diálogos com outras ciências, como a neurociência, biologia, psicologia, ciências sociais, estudos literários, direito, tradução, comunicação social, entre várias outras, como também difundir investigações aplicadas aos mais diversos contextos da atividade humana nesses âmbitos. Este primeiro volume, inaugural, conta com pesquisas de professores doutores nacionais e estrangeiros, assinadas em conjunto com colegas e alunos, com o propósito tanto de fortalecer o intercâmbio de ideias na ABRAP – Associação Brasileira de Pragmática, como de maximizar o alcance, originalidade, potencialidade de impacto e interdisciplinaridade desta ciência no Brasil.
Existem tradutores para todos os gostos científicos: os que se interessam pelos aspectos literários em seus diversos gêneros e categorias, os que gostam de teorias da tradução, os que leem assiduamente sobre crítica literária, os que se... more
Existem tradutores para todos os gostos científicos: os que se interessam pelos aspectos literários em seus diversos gêneros e categorias, os que gostam de teorias da tradução, os que leem assiduamente sobre crítica literária, os que se divertem com os estudos das arapucas linguísticas, e, também, existem aqueles – geralmente os excessivamente curiosos – que buscam uma explicação cognitiva sobre a tarefa tradutória. Fazendo parte dos mais curiosos, meu objetivo neste livro foi buscar e oferecer argumentos sobre dois questionamentos que, certamente, inquietam toda a comunidade de tradutores: O que acontece em nossas mentes enquanto traduzimos? Que tipos de processos cognitivos estão envolvidos na tradução de textos humorísticos, já que, geralmente, são tão difíceis para se trabalhar? Neste estudo mostrei como as teorias cognitivas de tradução, em consonância com as teorias cognitivas de interpretação do humor, podem subsidiar um entendimento sobre os processos inferenciais, e por iss...
Desenvolvemos neste trabalho uma proposta de análise da interpretação jurídica da Constituição Federal Brasileira, envolvida na criação das Súmulas Vinculantes instituídas pelos magistrados do poder judiciário em suas cortes. Utilizamos a... more
Desenvolvemos neste trabalho uma proposta de análise da interpretação jurídica da Constituição Federal Brasileira, envolvida na criação das Súmulas Vinculantes instituídas pelos magistrados do poder judiciário em suas cortes. Utilizamos a perspectiva da pragmática cognitiva para construir uma base epistêmica mais sólida sobre o conceito de interpretação forense. Com isso, buscamos elucidar, tanto aos juristas como aos linguistas, que a integração da pragmática à concepção desse tipo de interpretação é capaz de oferecer um modelo teórico mais aprofundado do que as abordagens estritamente sociológicas, recorrentes nesse tipo de estudo. A relação controversa da interpretação da lei entre um tribunal e outro, no exemplo prático utilizado, torna oportuna uma outra maneira de avaliar o processo de interpretação jurídica
O presente trabalho se insere na sociopragmática que, conforme Leech (1983), ocupa-se da forma com que os interlocutores constroem suas crenças sobre valores sociais e culturais relevantes. O objetivo central foi verificar a interação... more
O presente trabalho se insere na sociopragmática que, conforme Leech (1983), ocupa-se da forma com que os interlocutores constroem suas crenças sobre valores sociais e culturais relevantes. O objetivo central foi verificar a interação entre os clientes e fornecedores de serviços de teleatendimento de duas empresas estatais do Uruguai (UTE e OSE – fornecedores de luz e saneamento), a fim de comparar, pelo histórico de reclamações registradas, as formas de tratamento utilizada por cada estatal, a partir da análise de dois aspectos elementares: as diferenças culturais que regem a forma de tratamento empregada por cada uma das empresas e o resultado da interação comunicativa em cada caso analisado.
In the past decade or so, a small but rapidly growing band of literary scholars, theorists, and critics has been working to integrate literary study with Darwinian social science. These scholars can be identified as the members of a... more
In the past decade or so, a small but rapidly growing band of literary scholars, theorists, and critics has been working to integrate literary study with Darwinian social science. These scholars can be identified as the members of a distinct school in the sense that they share a certain broad set of basic ideas. They all take “the adapted mind” as an organizing principle, and their work is thus continuous with that of the “adaptationist program” in the social sciences. Adaptationist thinking is grounded in Darwinian conceptions of human nature (2004, p. 6).
O objetivo neste trabalho é demonstrar que o desenvolvimento de uma competência intercultural pragmática e os estereótipos no ensino de ELE são mais amplamente entendidos, tanto em seus conceitos particulares como na relação entre eles,... more
O objetivo neste trabalho é demonstrar que o desenvolvimento de uma competência intercultural pragmática e os estereótipos no ensino de ELE são mais amplamente entendidos, tanto em seus conceitos particulares como na relação entre eles, quando observados a partir da ideia de atração cultural. A teoria de Sperber (2012) e Claidière, Scott-Phillips e Sperber (2014) visa à descrição causal e natural dos fenômenos culturais, e o ensino, especificamente o de língua adicional, oferece elementos observáveis a partir dessa descrição, entre eles o apontamento dos atratores que contribuem para a própria evolução cultural.
Resumo: Conforme apresentam nos estudos de Cummings (2017), Volden (2017), Loukusa (2017), Stemmer (2017), entre outros pesquisadores, a aproximação das ciências da saúde com os estudos da pragmática permitiu a caracterização e a gestão... more
Resumo: Conforme apresentam nos estudos de Cummings (2017), Volden (2017), Loukusa (2017), Stemmer (2017), entre outros pesquisadores, a aproximação das ciências da saúde com os estudos da pragmática permitiu a caracterização e a gestão de um extenso grupo de distúrbios causadores de déficits na interpretação e comunicação humana. Entre as deficiências pragmáticas incluem-se indivíduos com transtorno do espectro autista, déficits intelectuais, demência e dano no hemisfério direito. O objetivo neste trabalho é, portanto, apresentar os aspectos gerais que norteiam uma pragmática de vertente clínica (Cummings, 2017), a partir de casos que envolvem o estudo e o manejo clínico de distúrbios pragmáticos (Brinton, Fujiki, 1994; Abusamra et al, 2009; Loukusa, 2007, 2017), para uma breve análise de diálogos nesta perspectiva. Por fim, buscamos também elucidar a pragmática enquanto ciência transdisciplinar e os benefícios desse alcance para o impacto científico da área.   Palavras-chave: Prag...
Resumo: Conforme apresentam nos estudos de Cummings (2017), Volden (2017), Loukusa (2017), Stemmer (2017), entre outros pesquisadores, a aproximação das ciências da saúde com os estudos da pragmática permitiu a caracterização e a gestão... more
Resumo: Conforme apresentam nos estudos de Cummings (2017), Volden (2017), Loukusa (2017), Stemmer (2017), entre outros pesquisadores, a aproximação das ciências da saúde com os estudos da pragmática permitiu a caracterização e a gestão de um extenso grupo de distúrbios causadores de déficits na interpretação e comunicação humana. Entre as deficiências pragmáticas incluem-se indivíduos com transtorno do espectro autista, déficits intelectuais, demência e dano no hemisfério direito. O objetivo neste trabalho é, portanto, apresentar os aspectos gerais que norteiam uma pragmática de vertente clínica (Cummings, 2017), a partir de casos que envolvem o estudo e o manejo clínico de distúrbios pragmáticos (Brinton, Fujiki, 1994; Abusamra et al, 2009; Loukusa, 2007, 2017), para uma breve análise de diálogos nesta perspectiva. Por fim, buscamos também elucidar a pragmática enquanto ciência transdisciplinar e os benefícios desse alcance para o impacto científico da área.   Palavras-chave: Prag...
Resumo: Desenvolvemos neste trabalho uma proposta de análise da interpretação jurídica da Constituição Federal Brasileira, envolvida na criação das Súmulas Vinculantes instituídas pelos magistrados do poder judiciário em suas cortes.... more
Resumo: Desenvolvemos neste trabalho uma proposta de análise da interpretação jurídica da Constituição Federal Brasileira, envolvida na criação das Súmulas Vinculantes instituídas pelos magistrados do poder judiciário em suas cortes. Utilizamos a perspectiva da pragmática cognitiva para construir uma base epistêmica mais sólida sobre o conceito de interpretação forense. Com isso, buscamos elucidar, tanto aos juristas como aos linguistas, que a integração da pragmática à concepção desse tipo de interpretação é capaz de oferecer um modelo teórico mais aprofundado do que as abordagens estritamente sociológicas, recorrentes nesse tipo de estudo. A relação controversa da interpretação da lei entre um tribunal e outro, no exemplo prático utilizado, torna oportuna uma outra maneira de avaliar o processo de interpretação jurídica.
Palavras-chave: Pragmática. Direito. Interpretação Jurídica. Linguística Forense.
É com imensa satisfação que apresentamos à comunidade científica o dossiê Pragmática: desenvolvimentos e extensões, destacando um panorama do que se produz em pragmática no sul do Brasil e, desse modo, contribuindo para a missão de... more
É com imensa satisfação que apresentamos à comunidade científica o dossiê Pragmática: desenvolvimentos e extensões, destacando um panorama do que se produz em pragmática no sul do Brasil e, desse modo, contribuindo para a missão de Revista Memorare como veículo de propagação de estudos com temáticas de linguagem, cultura e identidade. Diferente do que ocorre no cenário mundial, ainda há poucos e dispersos projetos e pesquisadores alinhados com abordagens pragmáticas contemporâneas-que consideram capacidades linguísticas e metarrepresentacionais humanas-, para a comunicação e para criação e aprendizagem de culturas humanas como propriedades da evolução de organismos capazes de constantemente inferir a informação relevante em contexto (TOMASELLO, 2008; SPERBER et al., 2010; BARA, 2010; REBOUL, 2017). Posto isso, o objetivo deste dossiê é, em essência, o de fazer avançar estudos dessa espécie em seus múltiplos diálogos com outras ciências.
Acesse o Dossiê em: http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/memorare_grupep/index
RESUMO: Na condição de fenômeno comunicativo fundamentalmente constituído de metarrepresentação, a tradução imbrica na linguagem de maneira complexa: origina-se no contato de diferentes ambientes cognitivos, desenvolve-se por meio de um... more
RESUMO: Na condição de fenômeno comunicativo fundamentalmente constituído de metarrepresentação, a tradução imbrica na linguagem de maneira complexa: origina-se no contato de diferentes ambientes cognitivos, desenvolve-se por meio de um indivíduo que é incumbido de metarrepresentar, para si próprio, o ambiente cognitivo mútuo entre o comunicador original e o público primeiramente destinado e, conclui-se, no alcance da semelhança interpretativa na língua-alvo para o conteúdo da língua-fonte, segundo as características da nova audiência. Esse é um percurso que recai em aspectos que podem ser bastante problemáticos. Um deles – enfoque dessa pesquisa – é a decorrência de situações comunicativas que demandam a interpretação de enunciados não sérios em que comunicador e público são expostos a suscetibilidades interpretativas e um processamento metarrepresentativo sofisticado torna-se necessário para que a comunicação seja bem sucedida. O objetivo deste trabalho é, portanto, apresentar como as perspectivas teóricas sobre metarrepresentação linguística, abordadas no âmbito da pragmática, podem lançar luz às configurações de ambientes cognitivos, em termos de comunicação guiada pela relevância. No estudo conclui-se que os resultados investigativos de distintas vertentes de pesquisa podem ser integrados, multidisciplinarmente, para o enriquecimento do conceito de metarrepresentação em tradução na configuração de ambientes cognitivos. 

PALAVRAS-CHAVE: Tradução; Representação; Mutualidade; Enunciados não sérios; Teoria da Relevância.
Este estudo tem por objetivo analisar a metarrepresentação na comunicação linguística a partir de uma perspectiva gradativa. Investigações sobre Teoria da Mente (ToM) nas áreas da psicologia cognitiva, filosofia da mente e neurociência... more
Este estudo tem por objetivo analisar a metarrepresentação na comunicação linguística a partir de uma perspectiva gradativa. Investigações sobre Teoria da Mente (ToM) nas áreas da psicologia cognitiva, filosofia da mente e neurociência apresentam que a capacidade de atribuição de estados mentais próprios e alheios ocorre em formato de encadeamento de (meta)representações. Por outro lado, estudos da pragmática cognitiva voltados à linguagem verbal possibilitam uma importante constatação: a de que existem ordens, camadas ou níveis inerentes a esse processo. Nesse âmbito, os fenômenos comunicativos verbais que mais se destacam nas pesquisas em termos de sofisticação metarrepresentativa em ordens ou níveis são dois: a tradução, porque detém o envolvimento de múltiplos ambientes cognitivos em seus domínios interpretativos; e a interpretação do humor, por envolver conteúdo implícito, a verificação do engano e a resolução da incongruência. Assim sendo, propõe-se a confluência entre essas duas circunstâncias comunicativas complexas, a fim de observar como a capacidade metarrepresentativa se comporta em condições elevadas e/ou extremas. A metodologia descritivo-explanatória na interface das teorias possibilitou a confirmação de três hipóteses: a de que nas várias disposições de/entre ambientes cognitivos mútuos da tradução existe sempre uma partilha de conhecimentos entre autor e tradutor, pelo menos em alguma medida; que a gama metarrepresentativa dos dois fenômenos comunicativos (tradução-do-humor), torna-se um processo que oscila, em detrimento a condição estanque de ordens, camadas e níveis atribuídos à metarrepresentação nas definições dadas pela psicologia cognitiva e pragmática cognitiva; e, por fim, devido à situação interna da própria incongruência – que exige o trabalho duplo de ser reconhecida e resolvida na interpretação para então ser metarrepresentada segundo o efeito de humor apreendido e apostado para o novo público – a condição estanque de ordens e níveis metarrepresentativos estabelecida por Wilson (2000), Gibbs (2000) e Recanati (2000) passa a migrar, portanto, à uma instância dinâmica de grau, tendo em vista o alargamento de significação a ser realizado no processo tradutório. 
Palavras-chave: ToM. Psicologia Cognitiva. Teoria da Relevância. Metarrepresentação Gradativa. Tradução.
RESUMO: Os estudos linguísticos atuais sobre o humor revestem-se, historicamente, de um legado que é ramificado em diversos campos do saber. A amplitude de discussão sobre o tema fez com que a literatura especializada passasse a... more
RESUMO: Os estudos linguísticos atuais sobre o humor revestem-se, historicamente, de um legado que é ramificado em diversos campos do saber. A amplitude de discussão sobre o tema fez com que a literatura especializada passasse a apresentar uma taxonomia polêmica sobre as fronteiras, limites e interfaces do humor. Há, por exemplo, recorrentes tentativas de caracterizar os seus tipos e subtipos, os quais se distinguem entre si por seus efeitos tangíveis, isto é, performativos (VANDAELE, 2002). Trocadilhos, bon mot (tiradas inteligentes), sátira, ironia, besteirol, cômico, piada, deboche, sarcasmo, dentre outros, são manifestações muito sutis de formas de humor e seria pretencioso demais querer restringi-los a um único termo-humor-já que o mesmo serve à áreas tão variadas como a filosofia, a psicologia, a antropologia, a sociologia, a medicina, as ciências da informação e da educação, a teoria literária e a linguística, principalmente a linguística de abordagem cognitiva. Nessa última, a que aqui contemplaremos, o conceito de humor é relacionado ao conceito de processamento cognitivo da linguagem, o que de certa forma mantém fortes relações com o conceito de cultura na antropologia e na psicologia, por exemplo. A incongruência, por ser a propulsora do elemento surpresa, do paradoxo, da quebra de expectativas e, sobretudo, a responsável pela dissonância cognitiva na interpretação do humor, é aqui considerada como o principal constituinte da linguagem "não séria". Portanto, neste trabalho, propomos um ajuste de hipóteses entre as teorias tradicionais difundidas na literatura acerca do conceito de incongruência, especificamente no gênero textual piada, e recorremos a uma abordagem de metodologia analítica (SANTOS, 2014) afim de visualizar, em termos lógicos, o recálculo cognitivo demandado nesse tipo de interpretação discrepante. Por fim, a comprovação desse ajuste teórico pode ser observada na interface com os estudos dos cientistas cognitivos Coulson et. al (2012).
RESUMO: Os estudos linguísticos atuais sobre o humor revestem-se, historicamente, de um legado que é ramificado em diversos campos do saber. A amplitude de discussão sobre o tema fez com que a literatura especializada passasse a... more
RESUMO: Os estudos linguísticos atuais sobre o humor revestem-se, historicamente, de um legado que é ramificado em diversos campos do saber. A amplitude de discussão sobre o tema fez com que a literatura especializada passasse a apresentar uma taxonomia polêmica sobre as fronteiras, limites e interfaces do humor. Há, por exemplo, recorrentes tentativas de caracterizar os seus tipos e subtipos, os quais se distinguem entre si por seus efeitos tangíveis, isto é, performativos (VANDAELE, 2002). Trocadilhos, bon mot (tiradas inteligentes), sátira, ironia, besteirol, cômico, piada, deboche, sarcasmo, dentre outros, são manifestações muito sutis de formas de humor e seria pretencioso demais querer restringi-los a um único termo-humor-já que o mesmo serve à áreas tão variadas como a filosofia, a psicologia, a antropologia, a sociologia, a medicina, as ciências da informação e da educação, a teoria literária e a linguística, principalmente a linguística de abordagem cognitiva. Nessa última, a que aqui contemplaremos, o conceito de humor é relacionado ao conceito de processamento cognitivo da linguagem, o que de certa forma mantém fortes relações com o conceito de cultura na antropologia e na psicologia, por exemplo. A incongruência, por ser a propulsora do elemento surpresa, do paradoxo, da quebra de expectativas e, sobretudo, a responsável pela dissonância cognitiva na interpretação do humor, é aqui considerada como o principal constituinte da linguagem "não séria". Portanto, neste trabalho, propomos um ajuste de hipóteses entre as teorias tradicionais difundidas na literatura acerca do conceito de incongruência, especificamente no gênero textual piada, e recorremos a uma abordagem de metodologia analítica (SANTOS, 2014) afim de visualizar, em termos lógicos, o recálculo cognitivo demandado nesse tipo de interpretação discrepante. Por fim, a comprovação desse ajuste teórico pode ser observada na interface com os estudos dos cientistas cognitivos Coulson et. al (2012).
RESUMO: Na comunicação, enunciados e discursos são interpretados porque, dependendo dos contextos nos quais estão inseridos, os interlocutores antecipam e preenchem uma série de expectativas cognitivas que permitem inferir os significados... more
RESUMO: Na comunicação, enunciados e discursos são interpretados porque, dependendo dos contextos nos quais estão inseridos, os interlocutores antecipam e preenchem uma série de expectativas cognitivas que permitem inferir os significados transmitidos. Esse princípio não se aplica apenas a atos comunicativos constituídos de indiretividade, ironia ou linguagem figurada, como apresentam os exemplos acima, mas também, e inclusive, na interpretação de enunciados chamados convencionais ou padronizados. A expressão “O livro da Rosa”, por exemplo, apesar de clara e completamente aceitável em termos gramaticais, pode não ser obrigatoriamente simples de decodificar. Para saber a relação entre “livro” e “Rosa” - se Rosa é a autora ou a dona do livro, ou até mesmo, em situação de fala, se é ‘aquele livro’ que possui a figura de uma rosa na capa, elementos contextuais devem ser considerados e, sobretudo, partilhados entre os interlocutores para que a interpretação ocorra de maneira satisfatória e a comunicação bem sucedida.
Nessa perspectiva, em que o significado contextual torna-se a base para a interpretação humana, pode-se definir o contexto como o conjunto de conhecimentos e crenças compartilhados pelos interlocutores de um evento de comunicação verbal e que são relevantes para produzir e interpretar os enunciados transmitidos (REYES, 2011 p. 19). Dessa maneira, a interpretação em uma situação comunicativa real e concreta constitui-se, integralmente, por pelo menos dois princípios pragmáticos distintos: pelo resultado da operação de decodificação do conteúdo gramatical (desambiguação dos elementos referenciais), seguido do reconhecimento das intenções comunicativas que permitem identificar não apenas o conteúdo explícito do que foi dito, mas o conteúdo implícito, daquilo que “se quis dizer” com a mensagem comunicada.
RESUMO: Pensar no "mecanismo oculto" que faz a comunicação verbal funcionar é uma tarefa bastante intrigante: somos convictos de que as palavras significam por elas mesmas, porém a comunicação humana é muito mais do que a simples... more
RESUMO: Pensar no "mecanismo oculto" que faz a comunicação verbal funcionar é uma tarefa bastante intrigante: somos convictos de que as palavras significam por elas mesmas, porém a comunicação humana é muito mais do que a simples combinação de palavras com seus significados pré-estabelecidos. Do ponto de vista linguístico, são inúmeras as possibilidades comunicativas. Pode-se dizer, por exemplo, que "Está calor aqui", para pedir que abram a janela; ou "Muito lindo isso que você fez", para censurar ou comunicar descontentamento; ou ainda, "Sinto borboletas no estômago!" ao avistar a pessoa pela qual se nutre interesse afetivo. A compreensão e a interpretação também vão além da mera decodificação linguística, e isso ocorre porque, na maioria das vezes, o conteúdo da significação torna-se mais dependente das informações que aportam a situação comunicativa do que do conteúdo do significado literal, propriamente dito. Na comunicação, enunciados e discursos são interpretados porque, dependendo dos contextos nos quais estão inseridos, os interlocutores antecipam e preenchem uma série de expectativas cognitivas que permitem inferir os significados transmitidos. Esse princípio não se aplica apenas a atos comunicativos constituídos de indiretividade, ironia ou linguagem figurada, como apresentam os exemplos acima, mas também, e inclusive, na interpretação de enunciados chamados convencionais ou padronizados. A expressão "O livro da Rosa", por exemplo, apesar de clara e completamente aceitável em termos gramaticais, pode não ser obrigatoriamente simples de decodificar. Para saber a relação entre "livro" e "Rosa"-se Rosa é a autora ou a dona do livro, ou até mesmo, em situação de fala, se é 'aquele livro' que possui a figura de uma rosa na capa, elementos contextuais devem ser considerados e, sobretudo, partilhados entre os interlocutores para que a interpretação ocorra de maneira satisfatória e a comunicação bem sucedida.
RESUMO: Enraizado em um contexto linguístico e cultural específico, o humor pode causar significativos problemas à tradução. A indeterminancia de significado na tradução humorística traz consequências potencialmente desastrosas... more
RESUMO: Enraizado em um contexto linguístico e cultural específico, o humor pode causar significativos problemas à tradução. A indeterminancia de significado na tradução humorística traz consequências potencialmente desastrosas tornando-se um desafio ao trabalho do tradutor. Profissionais e estudiosos da área afirmam que é uma tarefa qualitativamente diferente de outros tipos de tradução (VANDAELE, 2002 p. 150), "(...) uma operação que se revela tão desesperadora como a de traduzir poesia (DIOT, 1989 p. 84); considerada como uma "espécie de processo mágico (...) de um poder criativo que requer a implementação de um longo aprendizado (LAURIAN, 1989 p. 5). Portanto, o objetivo neste trabalho é elencar teorias e perspectivas da pragmática cognitiva aos estudos da tradução humorística, a fim de apresentar pontos e contrapontos sobre os processos inferenciais atrelados a tarefa tradutória desse tipo de comunicação intrinsecamente peculiar.
PALAVRAS-CHAVE: Tradução; Humor; Pragmática; Processos Inferenciais.
RESUMO: Vertentes atuais dos estudos da tradução e investigações contemporâneas sobre interpretação humorística, vêm apresentando propostas que visam compreender os processos cognitivos de linguagem associado às suas práticas. Ambas as... more
RESUMO: Vertentes atuais dos estudos da tradução e investigações contemporâneas sobre interpretação humorística, vêm apresentando propostas que visam compreender os processos cognitivos de linguagem associado às suas práticas. Ambas as áreas já foram, pelo menos em parte, analisadas segundo os postulados da Teoria da Relevância, de Sperber & Wilson (1995/2001), que possui como objetivo central, a partir dos pressupostos da pragmática, oferecer respostas às questões que dizem respeito ao modo como o processo de interpretação se desenvolve na mente dos interlocutores (2001, p. 7), e quais os princípios que regem a comunicação humana diante desta perspectiva. No âmbito da tradução, Ernest-August Gutt (2000), Alves & Gonçalves (2003), Alves & Carvalho Neto (2006), lançam as bases teóricas da tradução como um processo inferencial, cujos elementos cognitivos do tradutor direcionam a atuação do contexto e semelhança interpretativa entre o texto de partida (TP) em relação ao texto de chegada (TC). Um paralelo semelhante traça Santos (2009), ao submeter à interpretação do humor a uma abordagem cognitiva, a fim de mostrar como a mente humana atua na resolução da incongruência comunicada na piada. Em razão desse ponto de encontro entre as investigações da tradução e do humor, propõe-se nesse estudo um enlace desses olhares teóricos. Para isso, será avaliado o percurso interpretativo de uma tira em quadrinhos da Mafalda, de autoria do cartunista argentino Quino, com o objetivo de compreender como o mecanismo cognitivo humano processa o fenômeno tradutório desse gênero de texto, caracterizado por sua linguagem intrinsecamente peculiar.
RESUMO: O objetivo neste trabalho é analisar a tradução do humor de Mafalda, personagem do cartunista argentino Quino, a partir de uma perspectiva cognitiva de linguagem. Para tal proposta, discute-se às propostas teóricas sobre tradução,... more
RESUMO: O objetivo neste trabalho é analisar a tradução do humor de Mafalda, personagem do cartunista argentino Quino, a partir de uma perspectiva cognitiva de linguagem. Para tal proposta, discute-se às propostas teóricas sobre tradução, demonstrada nos estudos de Frota (2007), Barbosa (1990), Santos (2011), Arrojo (1992), Gonçalves (2003) e Alves & Carvalho Neto (2006). Após a fundamentação conceitual de tradução, a pesquisa enfatiza a concepção da pragmática cognitiva, recorrendo aos atributos da Teoria da Relevância de Sperber & Wilson (2001), e em continuidade, aos estudos de Gutt (2000) que recebe destaque por tratar diretamente de tradução e cognição. Fundamentadas estas dimensões, busca-se compreender a tradução do humor a partir das investigações de Rosas (2002), Brezolin (1997), Queiroz (2007), Lessa (2008), Silva (2010), e também a interpretação de enunciados humorísticos, considerando a proposta de Santos (2009). Com base neste arcabouço teórico, são brevemente debatidos oito modelos de tradução das referidas tiras, e em seguida, analisa-se mais detalhadamente outras duas delas. Dessa maneira, as observações analíticas pretendem mostrar que a tradução eficaz desse tipo de humor, dá-se, não somente através da mera aplicação de enunciados compatíveis, mas origina-se, sobretudo, de um processo cognitivo de semelhança interpretativa, que derivado do desempenho interpretativo do tradutor, deve atuar de forma a prever, incondicionalmente, os elementos constituintes da realidade cognitiva, social e cultural da audiência do texto alvo, em busca de tornar manifesto um efeito contextual equivalente. 


PALAVRAS-CHAVE: tradução, humor, quadrinhos, pragmática, teoria da relevância.
RESUMO: Durante mucho tiempo el ejercicio y la práctica de la traducción estuvieron proscritos de las clases de enseñanza de lenguas extranjeras. Este rechazo se debió, en gran parte, a la creencia de que el uso sistemático de la lengua... more
RESUMO: Durante mucho tiempo el ejercicio y la práctica de la traducción estuvieron proscritos de las clases de enseñanza de lenguas extranjeras. Este rechazo se debió, en gran parte, a la creencia de que el uso sistemático de la lengua materna (LM) interfería en el avance del aprendizaje de la lengua meta (L2). Fernández (2005), enumera muchos otros argumentos que favorecieron el destierro de la traducción tales como: i) la traducción implica sólo dos destrezas, leer e escribir; ii) la traducción no es una actividad comunicativa, porque carece de interacción oral; iii) la traducción es una actividad no sistemática, eventual y no planificada; iv) la traducción se ocupa de textos literarios y
científicos, que no se ajustan a las necesidades de los aprendices; v) la traducción produce errores de interferencia. Sin embargo, según la autora, tales argumentos en contra la traducción son refutables porque son ingenuos y principalmente porque están basados, por lo general, en el sentido común, sin ninguna comprobación teórica ni empírica. Respecto a la enseñaza del español, en Brasil, esas y otras opiniones infundadas dan paso a una cuestión mucho más amplia y de orden práctica: la falta de materiales propios que traten adecuadamente del tema – los actuales materiales de enseñanza de español, principalmente los impresos en España, atendiendo, tal vez, a una reivindicación “mercadológica globalizante” de vender los mismos materiales en distintos países – siquiera aportan algún espacio para el uso contrastivo de los conocimientos de los aprendices sobre la lengua portuguesa. Ello hace con que se use inadecuadamente, o mínimamente, la traducción en las clases de español. Además, hay profesores que son conscientes de la necesidad de incluir ejercicios de traducción a sus clases, pero, lo que es más grave, no saben cómo hacerlo. Actualmente la traducción vuelva a ocupar un lugar de destaque en las discusiones académicas, sea como actividad del traductor profesional sea como protagonista en la enseñanza de lenguas extranjeras. Aunque haya estado ausente de los cursos de lenguas, la traducción nunca ha dejado de existir como práctica profesional. Mismo existiendo como actividad autónoma, independiente e integradora, la traducción aun plantea conocimientos específicos y estratégicos de ejecución, porque carece de investigaciones empíricas que describan rigurosamente las competencias necesarias para el desarrollo del saber traducir y su proceso de adquisición. El desafío actual del profesor de español lengua extranjera consiste en pensar la traducción como una herramienta de apoyo y un valeroso instrumento
pedagógico.
RESUMO: O objetivo neste trabalho é contemplar os conceitos da Teoria da Relevância de Sperber e Wilson (2001/04) em consonância com as concepções teóricas do humor, no percurso interpretativo/comunicativo das tiras em quadrinhos. O... more
RESUMO: O objetivo neste trabalho é contemplar os conceitos da Teoria da Relevância de Sperber e Wilson (2001/04) em consonância com as concepções teóricas do humor, no percurso interpretativo/comunicativo das tiras em quadrinhos. O gênero textual quadrinhos constrói-se a partir de uma afinidade tácita entre a crítica e o riso, e a presença da incongruência na linguagem da personagem Mafalda, do cartunista Quino, é o que motiva a busca de uma alternativa que revele como o mecanismo cognitivo processa a interpretação humorística que neste caso é composta não somente por elementos linguísticos, mas também por elementos visuais numa relação interdependente.
PALAVRAS-CHAVE: humor; cartuns; interpretação; Teoria da Relevância.