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Este artigo versa sobre a renovação dos estudos sobre a industrialização fluminense nas últimas décadas. De início, analisamos os estudos clássicos sobre in-dustrialização brasileira. Em seguida, assinalamos as novas... more
Este artigo versa sobre a renovação dos estudos sobre a  industrialização  fluminense  nas  últimas  décadas.  De  início,  analisamos  os  estudos  clássicos  sobre  in-dustrialização  brasileira.  Em  seguida,  assinalamos  as novas pesquisas acerca do processo de desenvolvi-mento  fabril  na  província/estado  do  Rio  de  Janeiro  nos  séculos  XIX  e  XX,  abordando  temas  da  história  econômica  e  da  história  social  do  trabalho,  com  ên-fase na história das fábricas, nas condições laborais, nas vilas operárias, dentre outros temas.
O presente artigo pretende analisar o desenvolvimento do jogo do bicho enquanto empresa durante a ditadura. Entendemos que o regime político imposto no país após o golpe de 1964 constituiu uma ditadura empresarialmilitar, que forjou um... more
O presente artigo pretende analisar o desenvolvimento do jogo do bicho enquanto empresa durante a ditadura. Entendemos que o regime político imposto no país após o golpe de 1964 constituiu uma ditadura empresarialmilitar, que forjou um ambiente fértil para a expansão do capitalismo no país. O jogo do bicho foi formado no final do século XIX e se estruturou enquanto negócio ao longo do tempo, tornando-se uma empresa capitalista, dominada pelos "banqueiros" e com emprego de vasta força de trabalho. Utilizamos depoimentos de agentes do setor e especialistas, além de matérias da imprensa e outras fontes, analisando a trajetória de alguns dos principais banqueiros do bicho no período. Concluímos que o desenvolvimento e concentração de recursos no jogo do bicho no período é expressão do próprio caráter da ditadura, em sua feição violenta, autocrática, pró-empresarial e incentivadora da centralização de capitais e formação de grandes grupos econômicos.
This article analyzes the experience of the Volkswagen Farm (1973-1986), an initiative of a large rural property established in Southeast Pará during the Brazilian dictatorship for extensive cattle raising. It is based on documents about... more
This article analyzes the experience of the Volkswagen Farm (1973-1986), an initiative of a large rural property established in Southeast Pará during the Brazilian dictatorship for extensive cattle raising. It is based on documents about the project that the Superintendency for the Development of the Amazon (Sudam) recently made available. To analyze the episode, we dialogue with the scholarship dealing with corporate responsibility for violations committed during South America's dictatorships in the second half of the twentieth century, notably the work of Ricardo Rezende Figueira, José de Souza Martins, Benjamin Buclet, Antoine Acker, and Juan Pablo Bohoslavsky. The analysis of Sudam's documentation verified that the Volkswagen Farm caused severe environmental devastation, used hiring agents who employed slave labor, and relied on an abundant injection of public resources, making the project representative of the truculent modernization process of Brazilian capitalism during the dictatorship.
O presente artigo pretende desenvolver uma reflexão teórica e analítica acerca das formas específicas assumidas pelo capital monopolista e pela dominação burguesa nas sociedades capitalistas contemporâneas. Nossa hipótese é de que dado o... more
O presente artigo pretende desenvolver uma reflexão teórica e analítica acerca das formas específicas assumidas
pelo capital monopolista e pela dominação burguesa nas sociedades capitalistas contemporâneas. Nossa hipótese
é de que dado o desenvolvimento das estruturas corporativas e o avanço do próprio capitalismo, alguns grupos
econômicos assumem grau tão elevado de organização que passam a operar com características semelhantes
aos aparelhos privados de hegemonia na terminologia gramsciana. Para desenvolver tal questão, elaboramos, em
uma primeira parte do texto, uma breve reflexão teórica sobre o capitalismo contemporâneo e, em um segundo
momento, analisamos o caso específico do grupo Odebrecht, um conglomerado que pode ser indicado como representante do capital monopolista brasileiro até a operação Lava Jato e que atuava, de certa forma, com funções
semelhantes a um aparelho privado de hegemonia na sociedade brasileira.
O presente texto constitui um ensaio que buscaestabelecer certos apontamentosacerca da guerra da Ucrânia, levando em consideração a transição hegemônica vigente no sistema internacional, alguns aspectos... more
O presente texto constitui um ensaio que buscaestabelecer certos apontamentosacerca  da  guerra  da  Ucrânia,  levando  em consideração    a    transição    hegemônica    vigente    no    sistema internacional, alguns aspectos históricos que parecem ser relevantes para  compreender  o  conflito  e  a  importância  dos  interesses econômicos  e  das  ações  do  complexo  industrial-militar  norte-americano. O texto levanta algumas hipóteses e possibilidades para o desdobramento e sentido histórico do conflito, indicando o papel que ele  pode  vir  a desempenharem  termos  de  aceleração  datransição hegemônica no sistema internacional, com a decadência relativa dos Estados  Unidos  enquanto  principal  potência  global  e  ascensão  de outros países no plano global, sobretudo a China. Além disso, o texto traz  alguns  elementos  de  ordem  histórica  nosprecedentes  de conflitos  envolvendo  os  agentes  em  guerra  para  tentar ajudar  a compreender o fenômeno.
O artigo aborda a construção da usina de Itaipu durante a ditadura brasileira. Enfatizamos as violações sobre os trabalhadores e grupos sociais afetados, como povos indígenas e camponeses que viviam no entorno, além do favorecimento... more
O artigo aborda a construção da usina de Itaipu durante a ditadura brasileira. Enfatizamos as violações sobre os trabalhadores e grupos sociais afetados, como povos indígenas e camponeses que viviam no entorno, além do favorecimento econômico às empresas envolvidas, como construtoras, fabricantes de equipamentos eletromecânicos, financiadores e consumidores eletro-intensivos. Usando como fontes documentos oficiais e denúncias sobre as suas polêmicas, o artigo conclui que a maior obra de infraestrutura da ditadura expressa marcas fundamentais do regime, como o favorecimento de grandes grupos econômicos internacionais e domésticos e a violação de direitos das classes subalternas que construíram e foram impactadas pela obra.
O presente artigo analisa a relação entre as empresas e a ditadura brasileira imposta com o golpe de 1964. No entanto, não tratamos – como é mais comum – das relações de apoio, composição e favorecimento entre grupos econômicos e o... more
O presente artigo analisa a relação entre as empresas e a ditadura brasileira imposta com o golpe de 1964. No entanto, não tratamos
– como é mais comum – das relações de apoio, composição e favorecimento entre grupos econômicos e o regime, mas sim das organizações empresariais que foram perseguidas e penalizadas pelas ações do aparelho de Estado após o golpe. Para proceder à abordagem, utilizamos memórias, testemunhos, documentos oficiais e matérias da imprensa do período. Partimos do entendimento de Dreifuss e da historiografia recente de que o golpe de 1964 e a ditadura tinham um perfil de classe, sendo marcados por significativas participação e responsabilidade por parte do empresariado. Em uma primeira parte do artigo, tratamos de casos conhecidos, como o da Panair, da TV Excelsior e dos jornais Correio da Manhã e Última Hora. Em seguida, abordamos casos menos estudados que dizem respeito a empreiteiras de obras públicas que passaram por um processo de decadência após o golpe de 1964 por motivos políticos. Concluímos que, mais do que uma simples ação de um Estado autoritário contra grupos econômicos, os casos analisados podem ser lidos nos marcos da concorrência entre as próprias empresas, com a ação estatal em favor de algumas em desproveito de outras.
Resumo: O artigo problematiza a relação entre o processo de reafirmação da hegemonia norte-americana desde o final da década de 1970 e a internacionalização das empreiteiras brasileiras vigente naquele período histórico, indicando os... more
Resumo: O artigo problematiza a relação entre o processo de reafirmação da hegemonia norte-americana desde o final da década de 1970 e a internacionalização das empreiteiras brasileiras vigente naquele período histórico, indicando os limites a este movimento impostos pela ação e o poder do Estado e das empresas dos EUA. O texto parte da Economia Política Internacional enquanto enfoque analítico e com base nos textos clássicos de Maria da Conceição Tavares para abordar os obstáculos e limitações colocados à expansão internacional das empresas brasileiras durante o período da ditadura civil-militar. Após breve apresentação da trajetória das construtoras brasileiras e sua emergência internacional, com base em memórias e fontes das empresas, o artigo trata de casos específicos de obras de infraestrutura perdidas por empresas nacionais para concorrentes norte-americanas, que revelam a força e o peso colocados pelo Estado e grupos econômicos dos EUA para limitar e dificultar a ascensão externa das firmas brasileiras de engenharia. Concluímos relacionando esses episódios com o processo de reafirmação da hegemonia norte-americana desde o final dos anos 70 e o enquadramento do modelo de desenvolvimento do capitalismo brasileiro naquele período histórico. Palavras-chave: Reafirmação da hegemonia norte-americana; empreiteiras; internacionalização das empresas brasileiras; ditadura civilmilitar brasileira; Economia política internacional.
Resenha do livro: GASPAR, Malu. A organização: a Odebrecht e o esquema de corrupção que chocou o mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2020. 639 p.
O artigo analisa a aproximação entre militares e empresários e seu papel na definição da ditadura brasileira, inaugurada com o golpe de 1964. Para isso abordamos dois movimentos específicos. Em primeiro lugar, tratamos da presença de... more
O artigo analisa a aproximação entre militares e empresários e seu papel na definição da ditadura brasileira, inaugurada com o golpe de 1964. Para isso abordamos dois movimentos específicos. Em primeiro lugar, tratamos da presença de empresários brasileiros em escolas e instituições militares antes e durante a ditadura. Em seguida, problematizamos o emprego de militares em empresas privadas ao longo do regime. Defendemos que essa forma de aproximação tenha cumprido papel fundamental, já que expressa o conteúdo social e sentido máximo da ditadura - que por sua vez se apresenta, ao nosso ver, como um regime empresarial-militar. Para referendar nossa hipótese, usamos documentos do empresariado e dos arquivos militares que comprovam essa aliança, base do regime implantado no país desde 1964.
The article questions the relationship of Volkswagen and the Brazilian civil-military regime formed after the 1964 coup. We analyze, in particular, the German automaker’s collaboration with the regime’s repressive apparatus since state... more
The article questions the relationship of Volkswagen and the Brazilian civil-military regime formed after the 1964 coup. We analyze, in particular, the German automaker’s collaboration with the regime’s repressive apparatus since state surveillance and control agencies were provided with information about the company’s workers. We use company sources, documents from security agencies held in public archives, and materials produced by workers and unions, as well as testimonies and reports from
truth commissions. The study is part of the discussion of the relationship between the business community and the Brazilian dictatorship, indicating the close intersection between large companies and the state apparatus in the period and indeed their insertion in this, which often included collaboration with the State’s repressive methods.
O artigo problematiza a relação da Volkswagen com a ditadura civil-militar brasileira inaugurada com o golpe de 1964. Analisamos em particular a colaboração da montadora de origem alemã com o aparato repressivo do regime, que contou com o... more
O artigo problematiza a relação da Volkswagen com a ditadura civil-militar
brasileira inaugurada com o golpe de 1964. Analisamos em particular a colaboração da montadora de origem alemã com o aparato repressivo do regime, que contou com o fornecimento de informações sobre os
trabalhadores da empresa para os órgãos de vigilância e controle
do Estado. Utilizamos fontes da empresa, documentos da repressão sediados em arquivos públicos e materiais produzidos pelos rabalhadores e sindicatos, além de depoimentos e dos relatórios das comissões da verdade. O trabalho se insere nos marcos da discussão sobre a relação do empresariado com a ditadura brasileira, indicando as estreitas imbricação e inserção das grandes empresas junto ao aparelho de Estado no período, o que incluía muitas vezes colaboração com a repressão.
O artigo pretende analisar o suporte dado pela diplomacia estatal brasileira à internacionalização das construtoras do país durante o período da ditadura empresarial-militar instalada com o golpe de 1964. Para tal usamos como fontes... more
O artigo pretende analisar o suporte dado pela diplomacia estatal brasileira à internacionalização das construtoras do país durante o período da ditadura empresarial-militar instalada com o golpe de 1964. Para tal usamos como fontes revistas especializadas do período, imprensa, memórias de empresários e diplomatas, discursos e documentos oficiais. Analisamos em distintas seções o processo de internacionalização das construtoras durante a ditadura brasileira, a atuação do Ministério de Relações Exteriores ao longo do regime e o papel da diplomacia em favor da atuação das empreiteiras brasileiras no exterior. Concluímos que durante o regime o Itamaraty sofreu aperfeiçoamentos no sentido de impulsionar e dar suporte à atuação de empresas brasileiras exportadoras e que atuavam fora do país, o que fez parte de um processo mais amplo de modernização e atualização do Estado capitalista brasileiro, que forjou o advento de uma ordem empresarial no país no período.
Resenha do livro: BOHOSLAVSKY, Juan Pablo; FERNÁNDEZ, Karinna; SMART, Sebastián (org.). Complicidad económica con la dictadura: un país desigual a la fuerza. Santiago: LOM, 2019.
O presente artigo pretende problematizar o papel dos interesses empresariais das empreiteiras brasileiras de obras públicas na concepção e realização da obra da rodovia Transamazônica durante o período da ditadura. As construtoras... more
O presente artigo pretende problematizar o papel dos interesses empresariais das empreiteiras brasileiras de obras públicas na concepção e realização da obra da rodovia Transamazônica durante o período da ditadura. As construtoras nacionais cresceram significativamente antes e durante o regime sob forte proteção estatal, desenvolvendo uma especialização na realização de obras de estradas de rodagem. A Transamazônica representou uma grande oportunidade de ganhos para esses e outros grupos econômicos, apesar dos intensos impactos gerados para os trabalhadores, o meio ambiente e os povos indígenas locais. Depois desse projeto, as empresas brasileiras de engenharia se capacitaram para realizar empreendimentos similares no exterior. Para proceder a análise, utilizamos fontes produzidas por empresários e imprensa técnica que cobria o setor da indústria da construção pesada no período.
O artigo analisa as políticas públicas para o setor do saneamento urbano durante a ditadura civil-militar e sua relação com os interesses empresariais vigentes naquele período. Usando fontes corporativas, memórias e imprensa, o texto traz... more
O artigo analisa as políticas públicas para o setor do saneamento urbano durante a ditadura civil-militar e sua relação com os interesses empresariais vigentes naquele período. Usando fontes corporativas, memórias e imprensa, o texto traz um histórico sobre o ramo no século XX, problematiza os interesses privados organizados no setor, aborda as políticas no período da ditadura e trata de alguns dos grandes programas para a área na época, como os emissários submarinos, o sistema de abastecimento da grande São Paulo e o projeto Nordestão. Nossa questão gira em torno do porquê da inclinação para as grandes soluções prevendo vultosas obras de engenharia e quem eram os setores e grupos favorecidos por essa escolha. Trabalhamos a hipótese de que durante a ditadura, dadas as particularidades do regime e seu conteúdo social, os interesses empresariais parecem ter tido um peso significativo para compreender as políticas endereçadas ao ramo do saneamento urbano.
Resenha do livro "El Negocio del Terrorismo de Estado: los cómplices económicos de la dictadura uruguaya", organizado por Juan Pablo Bohoslavsky
O artigo aborda o desenvolvimento urbano da cidade do Rio de Janeiro nas décadas de 1960 e 1970 do século XX, levando em conta os interesses e projetos do capital privado da indústria de construção civil, com suas influências e... more
O artigo aborda o desenvolvimento urbano da cidade do Rio de Janeiro nas décadas de 1960 e 1970 do século XX, levando em conta os interesses e projetos do capital privado da indústria de construção civil, com suas influências e implicações sobre a evolução da cidade. A partir dos apontamentos teóricos e conceituais marxistas e gramscianos, pretende-se observar como agentes privados - empresas e associações do setor da construção - estiveram presentes nas decisões públicas acerca da alocação dos melhoramentos na cidade.
Resumo: O texto busca expor e analisar as fontes e o estado da arte das pesquisas sobre a atuação do empresariado durante a ditadura civil-militar no Brasil (1964-1988). Abordamos inicialmente as fontes primárias e métodos para as... more
Resumo: O texto busca expor e analisar as fontes e o estado da arte das pesquisas sobre a atuação do empresariado durante a ditadura civil-militar no Brasil (1964-1988). Abordamos inicialmente as fontes primárias e métodos para as investigações acerca das atividades do empresariado durante a ditadura brasileira, indicando as dificuldades nos estudos nesse campo e as possibilidades disponíveis, presentes em acervos empresariais, de associações corporativas, na imprensa, nas memórias, nos fundos públicos, dentre outros conjuntos documentais. Problematizamos também a produção já realizada e em andamento sobre a temática, apontando os principais trabalhos desenvolvidos, linhas de pesquisa vigentes e grupos de pesquisa que se dedicam ao assunto. Por fim, indicamos como essa agenda de trabalho se desenvolveu bastante nos últimos anos, por influência das atividades da Comissão Nacional da Verdade e de organizações congêneres, porém ainda há muito o que conhecer e avançar nesse terreno.
O tema da colaboração de empresas com os regimes ditatoriais na América Latina vem ganhando fôlego nos últimos anos. Por um lado, tem havido um avanço nas pesquisas acadêmicas, com novos estudos e revelações feitas nos últimos anos, dados... more
O tema da colaboração de empresas com os regimes ditatoriais na América Latina vem ganhando fôlego nos últimos anos. Por um lado, tem havido um avanço nas pesquisas acadêmicas, com novos estudos e revelações feitas nos últimos anos, dados os progressos políticos verificados em alguns países, além da consolidação de uma agenda internacional de investigações a respeito desse tema. A realização de eventos e algumas publicações recentes são expressão desse movimento. Por outro lado, a questão não tem se restringido apenas ao meio acadêmico e da pesquisa científica, mas também tem sido objeto de ações judiciais e processos abertos contra empresas que comprovadamente cooperaram com os sistemas repressivos durante os governos ditatoriais sentidos no Cone Sul do continente nos anos 1960 e 1970. Justamente para apoiar o amadurecimento dessa pauta de pesquisas e avançar na interlocução e troca de experiências de estudos, coordenamos no ano passado o simpósio "Ditaduras, empresas e transformações sociais na América do Sul durante a Guerra Fria" no VI Congresso Latino-Americano de História Econômica (Cladhe), realizado na Universidade de Santiago, no Chile, entre os dias 23 e 25 de julho de 2019. O simpósio temático reuniu 12 pesquisadores oriundos de universidades do Chile, Argentina e Brasil que expuseram suas pesquisas específicas sobre casos de colaboração de empresas com as ditaduras no subcontinente e a relação desses grupos econômicos com os/as trabalhadores/as e sindicatos nos distintos regimes de exceção sentidos na América Latina no período em questão.
Os estudos sobre o papel desempenhado pelo empresariado durante a ditadura civil-militar brasileira têm proliferado nos últimos anos. Nessa interface entre empresários e o regime, ganha destaque a figura de Antônio Delfim Netto,... more
Os estudos sobre o papel desempenhado pelo empresariado durante a ditadura civil-militar brasileira têm proliferado nos últimos anos. Nessa interface entre empresários e o regime, ganha destaque a figura de Antônio Delfim Netto, economista de relevante trajetória acadêmica, ligado a diferentes organizações corporativas e agente fundamental na condução da política econômica durante a ditadura. Baseado em fontes primárias produzidas no período e bibliografia especializada, verificamos que Delfim estava ligado ao grande capital nacional e estrangeiro, com destaque para a fração industrial paulista, não à toa privilegiada pelas políticas públicas nos períodos em que ele foi ministro. Adotando uma abordagem marxista gramsciana, entendemos que Delfim se portava como um intelectual orgânico da classe dominante brasileira durante a ditadura, sendo expressão do poder empresarial no regime.
O presente ensaio busca analisar o impacto do novo coronavírus no Brasil, desenvolvendo a hipótese de que a presente crise pode proporcionar as condições para a aceleração da escalada dos militares sobre o Estado brasileiro, um processo... more
O presente ensaio busca analisar o impacto do novo coronavírus no Brasil, desenvolvendo a hipótese de que a presente crise pode proporcionar as condições para a aceleração da escalada dos militares sobre o Estado brasileiro, um processo que vem ocorrendo desde a acentuação do impasse político no país, que se intensificou ao longo da última década. O texto aponta também para a probabilidade de essa emergência militar sobre o aparelho de Estado e as políticas públicas lesarem de forma mais significativa as classes subalternas e as forças políticas progressistas, além de indicar a necessidade de mais estudos sobre as forças armadas brasileiras no período atual, dado o desconhecimento acerca dos seus agentes e frações, bem como a escassez de especialistas que se dedicam ao assunto.
O artigo trata dos interesses empresariais durante a ditadura civil-militar brasileira envolvidos em casos de “corrupção”. Especificamente é trabalhada a atuação das empreiteiras na obra da usina hidrelétrica de Tucuruí, construída entre... more
O artigo trata dos interesses empresariais durante a ditadura civil-militar brasileira envolvidos em casos de “corrupção”. Especificamente é trabalhada a atuação das empreiteiras na obra da usina hidrelétrica de Tucuruí, construída entre 1975 e 1984. O texto procede uma breve reflexão teórica sobre o tema da “corrupção”, problematiza a ocorrência desses casos durante a ditadura e faz um tratamento empírico e analítico da atuação das construtoras e seu envolvimento com irregularidades na obra de Tucuruí. Com o uso de jornais, dados oficiais da Eletronorte e memórias de agentes das empresas envolvidas, é feita uma abordagem do caso, levantando-se a hipótese de disputa pelo fundo público para acumulação de capital e busca de maiores taxas de lucro como possível causa para o uso de práticas ilegais pelas empresas.
O artigo problematiza a relação entre grupos empresariais e a ditadura brasileira, analisando especificamente os interesses do capital privado nacional e estrangeiro em torno da política nuclear brasileira e da obra das usinas de Angra... more
O artigo problematiza a relação entre grupos empresariais e a ditadura brasileira, analisando especificamente os interesses do capital privado nacional e estrangeiro em torno da política nuclear brasileira e da obra das usinas de Angra dos Reis. Usando fontes oficiais, imprensa e documentos das empresas envolvidas, discutimos os benefícios concedidos pela ditadura para o grupo alemão KWU/Siemens, responsável pelos reatores e equipamentos elétricos das usinas, e para a construtora brasileira Norberto Odebrecht, encarregada das suas obras civis. Entendemos que o caso estudado tem muito a revelar sobre o caráter da ditadura, que ao mesmo tempo beneficiou o capital estrangeiro, ampliou a dependência econômica e tecnológica do país e protegeu certos grupos empresariais domésticos, que ganharam projeção no país e no exterior a partir de então.
O artigo pretende analisar a relação entre capital e Estado no Brasil, problematizando a trajetória da construtora mineira Mendes Júnior, centrando em suas atividades ao longo da ditadura civil-militar brasileira (1964-1988), período de... more
O artigo pretende analisar a relação entre capital e Estado no Brasil, problematizando a trajetória da construtora mineira Mendes Júnior, centrando em suas atividades ao longo da ditadura civil-militar brasileira (1964-1988), período de grande crescimento da empresa. Nossa hipótese é que essa empreiteira constitui um caso emblemático do capital monopolista gestado no Brasil ao longo do século XX, alimentado pelo fundo público e pelo protecionismo estatal implementado pelo regime autoritário. Dessa forma, analisamos o percurso da empresa enfatizando seu processo de crescimento e inserção junto às agências do Estado brasileiro. Concluímos que o processo de expansão da empresa se dá no compasso da afirmação do capital monopolista no Brasil, porém a construtora encontrou dificuldades em meio ao processo de transição política e durante a Nova República no país.
No breve artigo , analisamos como a operação Lava Jato forneceu subsídios a um golpe de Estado, desmantelou setores da economia brasileira e pavimentou a chegada do fascismo ao poder. Sob o pretexto de combater a corrupção, fechou um... more
No breve artigo , analisamos como a operação Lava Jato forneceu subsídios a um golpe de Estado, desmantelou setores da economia brasileira e pavimentou a chegada do fascismo ao poder. Sob o pretexto de combater a corrupção, fechou um milhão de empregos, levou as maiores construtoras do país a perder 85% de sua receita entre 2015 e 2018 e abriu o mercado doméstico a empresas estrangeiras.
Este artigo analisa o comércio interno realizado no Brasil na primeira metade do século XIX, enfatizando o abastecimento de carnes verdes para a cidade do Rio de Janeiro. Abordando a bibliografia que se dedica ao estudo do tema, bem como... more
Este artigo analisa o comércio interno realizado no Brasil na primeira metade do século XIX, enfatizando o abastecimento de carnes verdes para a cidade do Rio de Janeiro. Abordando a bibliografia que se dedica ao estudo do tema, bem como acessando fontes primárias, percebemos que, ao contrário de certos antigos postulados historiográficos, o comércio doméstico dispunha no período de razoável dinamismo e  constituiu uma via para a acumulação mercantil. Notamos que os capitais acumulados no comércio de abastecimento da cidade do Rio de Janeiro formaram recursos que depois foram revertidos no processo de industrialização do país, na formação do capital bancário nacional e na montagem de unidades produtoras da economia para exportação de gêneros primários para o mercado internacional.
O presente artigo versa sobre os efeitos da crise econômica brasileira recente e da operação Lava jato sobre a indústria da construção pesada no país. Trazendo dados econômicos e informações sobre operações de empresas, o texto apresenta... more
O presente artigo versa sobre os efeitos da crise econômica brasileira recente e da operação Lava jato sobre a indústria da construção pesada no país. Trazendo dados econômicos e informações sobre operações de empresas, o texto apresenta um processo de falências e concordatas de empreiteiras, além de uma significativa desestruturação do setor, com intensa desnacionalização do segmento de infraestrutura no Brasil. A análise se detém em especial sobre os ramos de eletricidade, petróleo e concessões públicas. Ao final do artigo, é levantada a hipótese de um reforço no período recente de um padrão de acumulação de capital centrado predominantemente na valorização financeira, com acentuação dos processos de reprimarização, desindustrialização,
enxugamento do mercado interno e desnacionalização da economia brasileira, nos marcos de uma nova inserção da economia capitalista brasileira na Divisão Internacional do Trabalho.
O artigo pretende problematizar os interesses empresariais em torno do projeto da usina hidrelétrica de Tucuruí, construída durante a ditadura civil-militar brasileira. Indicando a falta de transparência na condução do projeto e do uso... more
O artigo pretende problematizar os interesses empresariais em torno do projeto da usina hidrelétrica de Tucuruí, construída durante a ditadura civil-militar brasileira. Indicando a falta de transparência na condução do projeto e do uso dos recursos públicos, analisamos a atuação dos diferentes beneficiários da obra, no que tange a aspectos como o financiamento, a realização da obra, a exploração da madeira da área inundada e o consumo da energia subsidiada por indústrias eletro-intensivas. Para proceder aos argumentos, acessamos fontes primárias produzidas por diversos agentes envolvidos no empreendimento. Concluímos que a usina de Tucuruí expressa em boa medida o perfil da ditadura brasileira, que, ao advogar por um discurso desenvolvimentista e nacionalista, escondia, por trás dele, interesses empresariais que se beneficiavam de seus projetos e do próprio caráter autoritário do regime, que garantia, dentre outras coisas, uma alta exploração da força de trabalho e elevadas margens de lucro às empresas.
O presente artigo se dedica a analisar a dinâmica da sociedade civil brasileira ao longo da ditadura civil-militar (1964-1988), atentando para a trajetória das formas organizativas do empresariado e dos trabalhadores. Enfatizamos... more
O presente artigo se dedica a analisar a dinâmica da sociedade civil brasileira ao longo da ditadura civil-militar (1964-1988), atentando para a trajetória das formas organizativas do empresariado e dos trabalhadores. Enfatizamos especificamente as formas de associação dos empresários da indústria da construção, percebendo como o Estado ditatorial agiu em relação a esses agentes, em contraste com a política direcionada aos operários do mesmo setor. Verificamos uma intensa repressão às formas de organização popular durante o regime e livre funcionamento das associações empresariais, que se multiplicaram, fortaleceram-se e ampliaram seus canais de ação junto ao aparelho de Estado, com poder de pautar em certa medida as políticas estatais implementadas no período. Concluímos que esse fenômeno levou à redefinição da arena da luta de classes na sociedade brasileira e afetou a forma como se deu o processo de transição política e a correlação de forças com o advento da Nova República.
O artigo pretende problematizar a atuação dos empresários em meio à transição política da ditadura civil-militar brasileira inaugurada com o golpe de 1964 para o regime constitucional inaugurado com a Carta de 1988, dando ênfase à atuação... more
O artigo pretende problematizar a atuação dos empresários em meio à transição política da ditadura civil-militar brasileira inaugurada com o golpe de 1964 para o regime constitucional inaugurado com a Carta de 1988, dando ênfase à atuação dos empreiteiros de obras públicas nesse processo. Partindo de uma concepção ampliada de Estado, respaldada nas reflexões de Antonio Gramsci, analisamos as formas organizativas desses agentes no âmbito da sociedade civil e sua atuação junto às agências do aparelho de Estado. A partir da leitura e análise de fontes das associações patronais das empreiteiras, notamos que há uma modificação dos mecanismos de atuação individual e coletiva desses empresários, que deixam de priorizar a atuação junto a oficiais militares e uma ação direta junto às empresas estatais e autarquias do poder Executivo para desenvolver uma atividade mais intensa junto aos partidos políticos, à dinâmica parlamentar, nas campanhas eleitorais e na imprensa, de modo a manter o poder e inserção no aparelho de Estado que esses empresários alcançaram durante o regime ditatorial.
This article analyzes the performance of the Brazilian executives of heavy construction together with the press organizations before and during the Brazilian civil-military dictatorship. Through the access to memories and primary sources... more
This article analyzes the performance of the Brazilian executives of heavy construction together with the press organizations before and during the Brazilian civil-military dictatorship. Through the access to memories and primary sources of the sector, we verified the high interest of these agents in the newspapers of great circulation in the country and the power of its leaders, given the control these had on vehicles of great regional and national circulation. We noticed a
change in the performance of construction entrepreneurs with the press before and during the dictatorship, with an intensification of the actions of these agents along with newspapers written in the very escalation of the economic and political emergence of contractors after the 1964 coup.
Dentre os vários fenômenos que ocorreram em 1968, uma das medidas que mais marcaram foi o Ato Institucional n o 5, que ampliou o caráter autocrático da Ditadura brasileira. Essa decisão é costumeiramente lida por seu viés autoritário e... more
Dentre os vários fenômenos que ocorreram em 1968, uma das medidas que mais marcaram foi o Ato Institucional n o 5, que ampliou o caráter autocrático da Ditadura brasileira. Essa decisão é costumeiramente lida por seu viés autoritário e pelo escancaramento que ela produziu do regime de exceção no país, com intensificação da repressão política desde então. No entanto, o AI-5 também serviu como mecanismo para reorientação da política econômica, ao permitir, com o Congresso fechado, decisões, na forma de decretos-lei, em medidas que antes deveriam ser aprovadas pelo parlamento. Com as ações tomadas em matéria econômica após o ato institucional, houve um rearranjo do equilíbrio social no país, com redefinição do conflito distributivo, havendo satisfação das demandas empresariais e perdas para os trabalhadores.

Abstract: Among the various phenomena that occurred in 1968, one of the measures that more marked that year was Institutional Act Number 5, which expanded the autocratic character of the Brazilian dictatorship. This decision is usually read by its authoritarian bias and by the gap it has made with the exception regime in the country, with intensification of political repression ever since. However, the AI-5 also served as a mechanism for reorienting economic policy by allowing, with the Congress closed, decisions in the form of legislative decrees in measures that were previously to be approved by parliament. With the actions taken in economic matters after the institutional act, there was a rearrangement of the social balance in the country, with redefinition of the distributive conflict, with satisfaction of business demands and losses for workers.
Resumo: O presente artigo analisa as formas de organização dos empresários da construção civil no âmbito da sociedade civil e a formação das primeiras entidades nacionais do setor durante o governo Juscelino Kubitschek (1956-1961). São... more
Resumo: O presente artigo analisa as formas de organização dos empresários da construção civil no âmbito da sociedade civil e a formação das primeiras entidades nacionais do setor durante o governo Juscelino Kubitschek (1956-1961). São abordadas as condicionantes que levaram à associação desses agentes e, com o uso de um aparato teórico e conceitual marxista gramsciano, problematizamos a atuação desses aparelhos privados de hegemonia junto ao Estado ampliado no Brasil. Verificamos a participação dos empreiteiros de obras públicas, através de suas organizações, no golpe de Estado de 1964 e também a sua atuação na formulação de propostas de políticas públicas que foram aplicadas depois da derrubada do regime democrático, políticas essas que tiveram esses empresários como grandes beneficiários.

Abstract: This article analyzes the forms of organization of civil construction entrepreneurs in civil society and the formation of the first national entities of the sector during the Juscelino Kubitschek administration (1956-1961). The conditions that led to the association of these agents are discussed and, with the use of a Gramscian Marxist theoretical and conceptual apparatus, we problematize the performance of these private hegemonic apparatuses with the enlarged State in Brazil. We verified the participation of public works contractors, through their organizations, in the coup d'etat of 1964 and also their action in the formulation of public policy proposals that were applied after the overthrow of the democratic regime, policies that had these entrepreneurs as great beneficiaries.
This article intends to analyze the performance of Brazilian businessmen in the civil-military dictatorship imposed in the country with the 1964 coup. By problematizing the social content of the regime and the agents who supported and... more
This article intends to analyze the performance of Brazilian businessmen in the civil-military dictatorship imposed in the country with the 1964 coup. By problematizing the social content of the regime and the agents who supported and benefited from it, the text addresses the current state of the discussions on entrepreneurs and dictatorships in other countries, and then the production on the subject in Brazil, putting in particular the issue of reparation and the involvement of
companies in this process. Finally, it addresses the specific case of public works contractors, entrepreneurs who dedicated intense support to the 1964 coup and to the regime and were intensely rewarded by the
authoritarianism and state policies implemented during the Brazilian
dictatorship.
O presente artigo pretende analisar a trajetória da indústria da construção pesada do Rio de Janeiro ao longo do século XX. Problematizando as formas de intervenção do Estado na economia e as peculiaridades da indústria fluminense, a... more
O presente artigo pretende analisar a trajetória da indústria da construção pesada do Rio de Janeiro ao longo do século XX. Problematizando as formas de intervenção do Estado na economia e as peculiaridades da indústria fluminense, a análise se detém na trajetória das empresas nascidas no estado, verificando os diferentes papeis assumidos pelas mesmas ao longo do século XX no mercado nacional de infra-estrutura. Apesar de sediar uma quantidade e qualidade bastante expressiva de agências estatais contratadoras de serviços de engenharia - como a Petrobrás o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) e o Banco Nacional de Habitação (BNH), durante a ditadura - a cidade do Rio nem sempre dispôs das empreiteiras mais poderosas do país, tendo em vista os audaciosos projetos alternativos
realizados em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e no Nordeste, além de uma série de disputas políticas locais e nacionais que levaram à decadência de algumas construtoras fluminenses.
A atual crise do estado do Rio de Janeiro coloca sobre os pesquisadores uma série de desafios. Para além do exercício próprio da sobrevivência, em meio à penúria da fundação estadual de amparo à pesquisa e estado de lástima das... more
A atual crise do estado do Rio de Janeiro coloca sobre os pesquisadores uma série de desafios. Para além do exercício próprio da sobrevivência, em meio à penúria da fundação estadual de amparo à pesquisa e estado de lástima das universidades fluminenses, a crise econômica, política e no campo da segurança pública são por si só objetos de estudo que precisam ser enfrentados e explicados pelos especialistas acadêmicos. Em meio a um processo de desindustrialização e reprimarização da economia, com perda de relevância do mercado interno, a economia fluminense tem perdido espaço e importância no sistema capitalista brasileiro, superado pelo epicentro do processo de acumulação-cada vez mais hipertrofiado em São Paulo-e pelos novos polos especializados na economia exportadora, como as regiões com riquezas minerais e importância agropecuária-praticamente irrelevantes no estado. Em meio aos ataques desferidos contra a Petrobrás e os desdobramentos da "Operação Lava-jato", o estado foi elevado à condição de "olho do furacão" da crise brasileira. É fácil culpar simplesmente os administradores notoriamente criminosos que estiveram à frente da condução do estado nos últimos anos ou simplesmente assinalar os abusos nas isenções fiscais às grandes empresas. Apesar da validade parcial dessas explicações, um exame mais cuidadoso do processo histórico, que se detenha nas condições estruturais da economia do estado, vai verificar sua fragilidade em meio ao padrão de acumulação predominante hoje no capitalismo brasileiro e um caráter cada vez mais periférico representado pela federação fluminense na economia nacional.
O presente artigo pretende proceder uma análise quantitativa dos contratos firmados pelas empresas brasileiras de construção pesada no exterior desde o estabelecimento da primeira obra fora do país, em 1969, até o final do governo Lula. A... more
O presente artigo pretende proceder uma análise quantitativa dos contratos firmados pelas empresas brasileiras de construção pesada no exterior desde o estabelecimento da primeira obra fora do país, em 1969, até o final do governo Lula. A partir do trabalho com informações como valores, quantidade, distribuição geográfica, empresas responsáveis e outros, verificamos que a maior parte dos contratos se encontra justamente nas regiões prioritárias de atuação da política externa brasileira, ou melhor, a América do Sul, seguidos pelos países do continente africano. O trabalho com os dados permite verificar também que esse movimento está intensamente concentrado em algumas poucas empresas nacionais, o que nos leva a concluir que o processo de transnacionalização é um movimento típico do grande capital brasileiro e que conta com forte suporte estatal.
A partir do final da década de 1960, as empresas brasileiras de indústria de construção passam a exportar capitais através da realização de obras em outros países. O movimento se direciona principalmente para os países vizinhos da América... more
A partir do final da década de 1960, as empresas brasileiras de indústria de construção passam a exportar capitais através da realização de obras em outros países. O movimento se direciona principalmente para os países vizinhos da América do Sul, mas também para outras nações da América Latina, da África e do Oriente Médio, contando com a
forte proteção e incentivo por parte do aparelho de Estado brasileiro. O artigo pretende dar um quadro geral desse movimento no período ditatorial entre 1964 e 1984 e discutir as hipóteses explicativas para tal fenômeno. Para isso, será feita uma discussão central do conceito de
subimperialismo, proposto por Ruy Mauro Marini ainda na década de 1960.
O presente artigo pretende realizar uma reflexão teórica e histórica acerca do papel do empresariado em relação à condução da política externa brasileira em meio à ditadura civil-militar. Para compreender a questão, acessamos as... more
O presente artigo pretende realizar uma reflexão teórica e histórica acerca do papel do empresariado em relação à condução da política externa brasileira em meio à ditadura civil-militar. Para compreender a questão, acessamos as elaborações de Antonio Gramsci acerca do Estado ampliado e tomamos como período de análise os governos de Ernesto Geisel (1974-1979) e Figueiredo (1979-1985), indicando a importância dos projetos e objetivos de alguns setores empresariais brasileiros para a compreensão da agenda internacional do país naquele período.
Passadas três décadas do fim do governo do último general-ditador, a sociedade brasileira ainda guarda muitas marcas que remontam ao período do regime autoritário. Uma delas é o fato de vários grupos empresariais que dominam hoje a... more
Passadas três décadas do fim do governo do último general-ditador, a sociedade brasileira ainda guarda muitas marcas que remontam ao período do regime autoritário. Uma delas é o fato de vários grupos empresariais que dominam hoje a economia e, em certa medida, também a política brasileira, terem crescido de maneira significativa ao longo da ditadura. Dentre esses empresários, os empreiteiros de obras públicas se destacam, sendo que sua importância atual na economia brasileira remete em grande parte à emergência verificada no período ditatorial, quando as empresas do setor foram beneficiadas por políticas altamente favoráveis e cresceram de forma expressiva. Antes disso, e tendo relação direta com essas políticas benéficas, os empreiteiros desempenharam um papel bastante ativo no golpe de Estado de 1964. Nossa intenção nesse artigo é tentar apreender o posicionamento e a contribuição desse fração específica do empresariado brasileiro no golpe civil-militar.
As empreiteiras nacionais têm hoje grande importância na economia brasileira, com forte projeção internacional e ramificação em suas atividades. Este artigo pretende analisar as raízes do poderio dessas empresas no período da ditadura... more
As empreiteiras nacionais têm hoje grande importância na economia brasileira, com forte projeção internacional e ramificação em suas atividades. Este artigo pretende analisar as raízes do poderio dessas empresas no período da ditadura civil-militar, quando elas se consolidaram como grandes grupos privados nacionais e iniciaram suas atividades fora do país. Organizados em entidades privadas como associações e sindicatos, os empreiteiros tiveram intensa atividade nos mais de vinte anos do regime autoritário e agiram correntemente
junto ao aparelho de Estado, pautando e determinando as políticas públicas, inclusive os grandes projetos de engenharia da ditadura. Pode-se dizer que os empresários nacionais da indústria de construção pesada estiveram profundamente articulados à ditadura civil-militar
brasileira, tendo aderido ao regime e sendo responsáveis pelo mesmo, junto com outros empresários e grupos sociais.
Este ensaio pretende analisar as políticas estatais implantadas durante a ditadura civil-militar brasileira (1964-1988) para o setor da indústria de construção pesada. Oriundo de uma pesquisa maior acerca da relação dos empresários da... more
Este ensaio pretende analisar as políticas estatais implantadas durante a ditadura civil-militar brasileira (1964-1988) para o setor da indústria de construção pesada. Oriundo de uma pesquisa maior acerca da relação dos empresários da construção pesada com a ditadura, tentamos indicar como os empreiteiros - a partir de sua organização e posicionamento nas agências estatais - foram beneficiados pelas políticas públicas postas em prática a partir do golpe de Estado de 1964. Apesar de perceber nuances de momento a momento e de governo a governo dentro da ditadura, concluímos que esses empresários foram amplamente favorecidos pelas medidas e políticas postas em prática pelo aparelho de Estado, o que foi um fator decisivo para que algumas empreiteiras crescessem, se ramificassem e se internacionalizassem ao final da ditadura, tomando então um porte de capital monopolista, além de terem se tornado importantes agentes econômicos e políticos da transição e do novo regime estatal inaugurado em 1988.
O ensaio pretende analisar o processo de concentração das atividades em poucas companhias no setor de construção pesada no período final da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985), bem como o processo de diversificação das atuações... more
O ensaio pretende analisar o processo de concentração das atividades em poucas companhias no setor de construção pesada no período final da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985), bem como o processo de diversificação das atuações dessas empresas nesse mesmo período. Lançando mão de um aparato teórico-conceitual marxiano para analisar o processo, entende-se esse duplo movimento como uma centralização de capitais e também como busca de ramos econômicos com maiores taxas de lucro, devido à redução das margens de ganho no setor, ocasionada em função da estabilização e diminuição dos investimentos governamentais em obras públicas. Vê-se em passagens da década de 1970 para a de 1980 a formação de um oligopólio nesse mercado e o princípio de um processo de ramificação das atuações desses grupos empresariais, que está na origem da consolidação de grandes e diversificados conglomerados empresariais, capitaneados atualmente por essas empresas.
O presente artigo pretende analisar as políticas estatais da ditadura civil-militar brasileira (1964-1988) para os trabalhadores da construção civil, tendo em vista os interesses e o favorecimento dos empresários do setor, em particular... more
O presente artigo pretende analisar as políticas estatais da ditadura civil-militar brasileira (1964-1988) para os trabalhadores da construção civil, tendo em vista os interesses e o favorecimento dos empresários do setor, em particular os empreiteiros de obras públicas. Partindo de um aparato teórico-conceitual advindo do materialismo histórico, abordamos em linhas gerais as condições de trabalho proporcionadas nos canteiros de obras para os operários do setor, suas formas de organização e as limitações impostas à sindicalização e mobilização durante o período da ditadura. Abordamos também as condições de segurança e saúde do trabalhador, os acidentes ocorridos nas obras e as formas de atuação desses trabalhadores em greves, revoltas e quebra-quebras, em particular no período final do regime. Nossas conclusões indicam que as políticas para os trabalhadores em geral e da construção civil em particular ao longo do regime eram intensamente benéficas para os empresários do setor.
O ensaio pretende analisar o processo de consolidação dos conglomerados nacionais da construção pesada no final da ditadura civil-militar brasileira. Nesse período, houve a concentração das atividades do setor em algumas grandes empresas,... more
O ensaio pretende analisar o processo de consolidação dos conglomerados nacionais da construção pesada no final da ditadura civil-militar brasileira. Nesse período, houve a concentração das atividades do setor em algumas grandes empresas, bem como uma tendência à diversificação das áreas de atuação dessas companhias. Lançando mão de um aparato teórico-conceitual marxiano, entende-se esse duplo movimento como uma centralização de capitais e também como busca de ramos econômicos com maiores taxas de lucro, devido à redução das margens de ganho no setor, em função da estabilização e diminuição dos investimentos governamentais em obras públicas. Concluímos que vários dos grandes grupos que predominam atualmente na economia brasileira têm origem no período da ditadura e se projetaram a partir das políticas estatais impostas então.
A cidade escravista do Rio de Janeiro na época joanina tinha uma desigualdade social fortemente excludente visível não só na diferenciação entre livres e cativos e no escalonamento da renda, mas também nos padrões sociais de consumo... more
A cidade escravista do Rio de Janeiro na época joanina tinha uma desigualdade social fortemente excludente visível não só na diferenciação entre livres e cativos e no escalonamento da renda, mas também nos padrões sociais de consumo alimentício. Isso era patente na quantidade de proteínas animais ingeridas pelos diferentes grupos sociais. Em contextos em que a carne bovina era racionada e tabelada, dinâmicas sociais novas surgiam para manter a exclusão social do consumo, como o mercado paralelo de carne, que abastecia as mesas das classes dominantes urbanas.
Resenha do livro "Cuentas Pendientes: los cómplices económicos de la dictadura", organizado por Horacio Verbitsky e Juan Pablo Bohoslavsky e publicado em 2013 pela editora Siglo Veintiuno, de Buenos Aires.
Resumo: A apresentação visa debater as interpretações possíveis para a tendência de exportação de capitais por empresas brasileiras a partir dos anos 60 e 70 do século XX, processo que vem se acentuando nos últimos anos. À luz dos dados... more
Resumo: A apresentação visa debater as interpretações possíveis para a tendência de exportação de capitais por empresas brasileiras a partir dos anos 60 e 70 do século XX, processo que vem se acentuando nos últimos anos. À luz dos dados do setor da indústria de construção, propomos uma reflexão sobre a natureza do processo tendo em vista a bibliografia específica que o analisa, em especial os textos escritos por Rui Mauro Marini e sua tese sobre o "subimperialismo", com o qual se trava o diálogo central da exposição. A partir de um debate conceitual, intentamos amadurecer a validade ou não da utilização de termos como imperialismo brasileiro, subimperialismo ou apenas exportação de capitais.
Palavras-chave: imperialismo, subimperialismo, imperialismo brasileiro

Abstract: The presentation seeks to debate the possible interpretations for the tendency of export of capitals for Brazilian companies starting from the years 60 and 70 of the XXth century, process that is accentuating if in the last years. To the light of the data of the section of the construction industry, we propose a reflection on the nature of the process tends in view the specific bibliography that it analyzes him, especially the texts written by Rui Mauro Marini and him thesis on the "subimperialism", with which the central dialogue of the exhibition is joined. Starting from a conceptual debate, we attempted to mature the validity or not of the use of terms as Brazilian imperialism, subimperialism or just export of capitals.

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Livro reúne capítulos derivados do curso de extensão realizado na UFRRJ no ano de 2018 intitulado "O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil"
O livro "Empresariado e Ditadura no Brasil" é uma coletânea de textos organizada por Pedro Henrique Pedreira Campos, Rafael Vaz da Motta Brandão e Renato Luis do Couto Neto e Lemos que reúne 21 artigos de 19 diferentes autores sobre... more
O livro "Empresariado e Ditadura no Brasil" é uma coletânea de textos organizada por Pedro Henrique Pedreira Campos, Rafael Vaz da Motta Brandão e Renato Luis do Couto Neto e Lemos que reúne 21 artigos de 19 diferentes autores sobre diferentes aspectos da atuação empresarial durante a ditadura brasileira. A obra é fruto de um evento nacional realizado no ano de 2018 que ocorreu na UFRJ, FGV, UFRRJ e Uerj.
As empresas nacionais da indústria de construção pesada ao longo da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985) constituem o objeto de estudo desta tese de doutorado. Nela, é analisada a formação histórica do setor no país, bem como a... more
As empresas nacionais da indústria de construção pesada ao longo da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985) constituem o objeto de estudo desta tese de doutorado. Nela, é analisada a formação histórica do setor no país, bem como a trajetória das principais empreiteiras brasileiras e seu desenvolvimento ao longo da ditadura. Em uso do aparato teórico-conceitual marxista gramsciano, analisamos as formas de organização dessas construtoras em aparelhos privados da sociedade civil detidamente em capítulo específico, sendo abordadas também sua atuação junto à sociedade e ao aparelho de Estado. São analisadas as políticas estatais voltadas para o setor da construção, bem como as políticas mais gerais que incorreram em efeitos para a indústria de construção. Concluímos que ao final da ditadura, temos a consolidação de um capital monopolista no setor, com a conformação de grandes conglomerados econômicos diversificados liderados pelas construtoras, fazendo esses parte de um seleto grupo do grande capital monopolista e financeiro brasileiro. Além disso, verificamos a forte inserção dos empresários do setor e de suas formas organizativas junto ao bloco de poder e pacto político que deu base à ditadura civil-militar brasileira, sendo os empreiteiros de obras públicas bastante poderosos naquele período, com ampla participação nas agências estatais e mecanismos de decisão das políticas públicas postas então em prática.
O suprimento de carnes verdes assumiu um papel central dentro do comércio de abastecimento na economia colonial brasileira e a cidade do Rio de Janeiro era o principal mercado desta produção na primeira metade do século XIX. Através da... more
O suprimento de carnes verdes assumiu um papel central dentro do comércio de abastecimento na economia colonial brasileira e a cidade do Rio de Janeiro era o principal mercado desta produção na primeira metade do século XIX. Através da metodologia da história do abastecimento, analisou-se a estrutura desse comércio, que interligava a Corte às diversas capitanias/províncias do Centro-Sul da América portuguesa/Brasil de 1808 a 1835. Foi analisada também a política do Estado imperial português e brasileiro e da Câmara Municipal do Rio de Janeiro para o tema das carnes verdes, tendo-se em conta o poder, inserção, pressão e anseios do grupo mercantil ligado ao comércio. Foi relacionada a dinâmica do mercado das carnes frescas à vida social da cidade, abordando-se temas como a situação dos matadouros e açougues, a questão do asseio e da saúde pública, a exclusão social do consumo e os motins contra a carestia e a escassez. Concluiu-se que os fenômenos sociais encontrados que envolviam o comércio de carnes verdes são plenamente explicáveis através do modelo do escravismo colonial e que, além disso, foi possível constatar que havia uma acumulação de capital neste comércio, o que pode ser compreendido como algo subjacente ao modo de produção escravista colonial.
Capítulo no livro "Empresas transnacionais brasileiras na América Latina: um debate necessário", organizado pela Fundação Rosa Luxemburgo.
O livro "Trabajadores, archivos, memoria, verdad, justicia y reparación: reflexiones del 4º seminario internacional el mundo de los trabajadores y sus archivos" é uma coletânea de textos organizada por Antonio José Marques (da CUT), pela... more
O livro "Trabajadores, archivos, memoria, verdad, justicia y reparación: reflexiones del 4º seminario internacional el mundo de los trabajadores y sus archivos" é uma coletânea de textos organizada por Antonio José Marques (da CUT), pela Inez Stampa (do Arquivo Nacional - Memórias Reveladas) e pela Sonia Troitiño (Cedem/Unesp). A obra está em espanhol e é a versão traduzida do livro em português e é desdobramento de um evento ocorrido em São Paulo em 2016.
Traz artigos de Victoria Basualdo, Álvaro Pereira Nascimento, Pedro Henrique Pedreira Campos, Rafael Soares Gonçalves, dentre outros.
É com grande satisfação que o Arquivo Nacional (AN) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT/Brasil) apresentam a coletânea Trabalhadores, arquivos, memória, verdade, justiça e reparação: reflexões do 4º Seminário Internacional O Mundo... more
É com grande satisfação que o Arquivo Nacional (AN) e a Central Única
dos Trabalhadores (CUT/Brasil) apresentam a coletânea Trabalhadores,
arquivos, memória, verdade, justiça e reparação: reflexões do 4º Seminário Internacional O Mundo dos Trabalhadores e seus Arquivos. Essa publicação tem origem na quarta edição desse evento, realizado entre os dias 8 e 10 de junho de 2016, na cidade de São Paulo, com o apoio da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da Fundação Rosa Luxemburgo, do Departamento de Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (DSS/PUC-Rio), da Unisoli Turismo e do Sindicato dos Químicos de São Paulo, que também sediou o evento.
Trata-se de um capítulo publicado no livro "Procesos Represivos, Empresas, Trabajadores/as y Sindicatos en América Latina: actas del II Encuentro internacional de la RIProR", organizado por Pablo Esteban Ghigliani, fruto de evento... more
Trata-se de um capítulo publicado no livro "Procesos Represivos, Empresas, Trabajadores/as y Sindicatos en América Latina: actas del II Encuentro internacional de la RIProR", organizado por Pablo Esteban Ghigliani, fruto de evento realizado no ano de 2019 na Universidad Nacional de La Plata.
O texto constitui o prefácio escrito ao livro "Companhia Docas de Santos: eternamente em berço esplêndido", de Adriana Gomes Santos e Antonio Fernandes Neto. A obra representa uma grande contribuição nas pesquisas e denúncias sobre a... more
O texto constitui o prefácio escrito ao livro "Companhia Docas de Santos: eternamente em berço esplêndido", de Adriana Gomes Santos e Antonio Fernandes Neto. A obra representa uma grande contribuição nas pesquisas e denúncias sobre a responsabilidade empresarial na ditadura brasileira. O livro traz com documentos inéditos provas da colaboração da empresa da família Guinle com o golpe de 1964, o regime ditatorial brasileiro e o sistema repressivo adotado pelo regime de exceção. O prefácio traz um convite à leitura desse importante livro.
O presente capítulo pretende problematizar a atuação do empresariado brasileiro da indústria da construção pesada ao longo da ditadura civil-militar no país (1964-1988), enfatizando a produção ideológica desses agentes e suas associações,... more
O presente capítulo pretende problematizar a atuação do empresariado brasileiro da indústria da construção pesada ao longo da ditadura civil-militar no país (1964-1988), enfatizando a produção ideológica desses agentes e suas associações, bem como as disputas e projetos de hegemonia desenvolvidos pelos mesmos no período. Nossa principal questão gira em torno da questão de como foi assimilado o ato de governar à realização de obras de infraestrutura. Para desenvolver nossos argumentos, recorremos a memórias dos dirigentes das construtoras, documentos e publicações das organizações patronais do setor e a produção intelectual de alguns empreiteiros notáveis do período. Nossa tese é de que a ação ideológica dos empresários do setor teve um papel significativo no processo de associação do exercício de governar com a realização de empreendimentos de engenharia, sendo que a ditadura representou um momento fundamental na construção dessa aproximação, tendo em vista o poder disposto pelos empreiteiros e as numerosas obras realizadas naquele período histórico.
Introdução do livro "Empresariado e Ditadura no Brasil", escrito por Pedro Campos, Rafael Brandão e Renato Lemos
O livro reúne capítulos de diversos autores sobre portos e cidades portuárias na história. O capítulo aborda os interesses empresariais em torno da construção portuária e dos portos brasileiros no século XX, enfatizando as construtoras... more
O livro reúne capítulos de diversos autores sobre portos e cidades portuárias na história. O capítulo aborda os interesses empresariais em torno da construção portuária e dos portos brasileiros no século XX, enfatizando as construtoras dedicadas à área de infraestrutura.
Capítulo do livro "Coleção História do Tempo Presente: volume 3". Nele é apresentada uma breve reflexão sobre a trajetória, principais conceitos e debates da História econômico-social e o potencial de encontro com a História do Tempo... more
Capítulo do livro "Coleção História do Tempo Presente: volume 3". Nele é apresentada uma breve reflexão sobre a trajetória, principais conceitos e debates da História econômico-social e o potencial de encontro com a História do Tempo Presente.
Introdução do livro "Dimensões do Empresariado Brasileiro: história, organizações e ação política", organizado por Pedro Henrique Pedreira Campos e Rafael Vaz da Motta Brandão. O livro contém capítulos de autoria de Almir Pita Freitas... more
Introdução do livro "Dimensões do Empresariado Brasileiro: história, organizações e ação política", organizado por Pedro Henrique Pedreira Campos e Rafael Vaz da Motta Brandão. O livro contém capítulos de autoria de Almir Pita Freitas Filho (UFRJ), Armando Boito Jr. (Unicamp), Ary Cesar Minella (UFSC), Cezar Teixeira Honorato (UFF), Dilma Andrade de Paula (UFU), Felipe Pereira Loureiro (USP), Pedro Henrique Pedreira Campos (UFRRJ), Rafael Vaz da Motta Brandão (Uerj), Sebastião Velasco e Cruz (Unicamp), Sonia Regina de Mendonça (UFF) e Virginia Fontes (UFF).
O livro traz uma série de artigos de autores que apresentaram seus trabalhos em evento de mesmo nome organizado em 2014 pelo Polis (Laboratório de História econômico-social da UFF) e Lehi (Laboratório de Economia e História da UFRRJ). Em... more
O livro traz uma série de artigos de autores que apresentaram seus trabalhos em evento de mesmo nome organizado em 2014 pelo Polis (Laboratório de História econômico-social da UFF) e Lehi (Laboratório de Economia e História da UFRRJ). Em nosso artigo, tratamos da relação de um segmento específico do empresariado, o dos empreiteiros de obras públicas, com a ditadura civil-militar brasileira e as políticas estatais implementadas após 1964, notando uma série de favorecimentos e proteção a esse ramo particular da classe dominante do país.
O livro reúne capítulos de autores que acompanham e analisam as trajetórias de algumas das principais famílias empresariais do capitalismo brasileiro, como os Marinho, os Setúbal, os Gerdau-Johannpeter, os Moreira Salles, os Simonsen, os... more
O livro reúne capítulos de autores que acompanham e analisam as trajetórias de algumas das principais famílias empresariais do capitalismo brasileiro, como os Marinho, os Setúbal, os Gerdau-Johannpeter, os Moreira Salles, os Simonsen, os Klabin e os Guinle. Em nosso texto, tratamos do percurso das famílias controladoras das três maiores empreiteiras brasileiras: os Camargo (proprietários da Camargo Corrêa), os Odebrecht (donos da construtora de mesmo nome) e os Andrade e os Gutierrez (que detêm o controle da construtora Andrade Gutierrez).
O livro reúne textos de autores que apresentaram suas pesquisas no IX Seminário Nacional Estado e Poder, realizado em 2017. Trata-se de uma coletânea de artigos de estudos baseados nas reflexões e elaborações teóricas de Antonio Gramsci.... more
O livro reúne textos de autores que apresentaram suas pesquisas no IX Seminário Nacional Estado e Poder, realizado em 2017. Trata-se de uma coletânea de artigos de estudos baseados nas reflexões e elaborações teóricas de Antonio Gramsci. Em nosso artigo, problematizamos a organização dos empresários da indústria da construção pesada no âmbito da sociedade civil e sua atuação, com elaboração de projetos de hegemonia, junto ao Estado ampliado. Particularmente analisamos o desenvolvimento dos interesses desses empresários e seus intelectuais orgânicos no período da ditadura civil-militar brasileira (1964-1988) e particularmente no que diz respeito à política externa e ação de fomento à internacionalização de empresas brasileiras, tendo em vista o início das atividades das empreiteiras nacionais no exterior naquele período.
O texto introduz o livro "Família Importa e Explica: instituições políticas e parentesco no Brasil", organizado por Ricardo Costa de Oliveira (UFPR) e lançado em 2018 pela editora LiberArs. A obra constitui uma coletânea de textos, com um... more
O texto introduz o livro "Família Importa e Explica: instituições políticas e parentesco no Brasil", organizado por Ricardo Costa de Oliveira (UFPR) e lançado em 2018 pela editora LiberArs. A obra constitui uma coletânea de textos, com um total de 13 capítulos, e relaciona a questão a família a diversos fenômenos sociais e dimensões da realidade, como a política, classes sociais, campesinato, escravidão, nepotismo, riqueza, partidos, além de conter estudos de casos sobre a trajetória de determinadas famílias e da interface entre poder e família em determinadas regiões do país. No prefácio, sinalizamos para a alta qualidade e pertinência do livro e de seus textos e procedemos uma breve reflexão sobre a família na compreensão do materialismo histórico.
O capítulo trata das possibilidades de pesquisa e aproximações entre as disciplinas de História e Relações Internacionais. Para isso, problematiza a produção bibliográfica e o perfil teórico-metodológico de alguns autores e linhas... more
O capítulo trata das possibilidades de pesquisa e aproximações entre as disciplinas de História e Relações Internacionais. Para isso, problematiza a produção bibliográfica e o perfil teórico-metodológico de alguns autores e linhas analíticas que atuam nesse diálogo entre as duas áreas do conhecimento e no campo da História das Relações Internacionais em particular. Por fim, problematiza em específico o terreno da história da política externa, levantando postulados teóricos e metodológicos que podem ser levados em contra em pesquisas nesse campo de estudos.
O artigo tem por objetivo fazer um balanço da produção historiográfica sobre o comércio de abastecimento na economia brasileira, enfocando o período colonial e imperial. Os textos analisados remontam ao início da década de 1950 e foram... more
O artigo tem por objetivo fazer um balanço da produção historiográfica sobre o comércio de abastecimento na economia brasileira, enfocando o período colonial e imperial. Os textos analisados remontam ao início da década de 1950 e foram divididos em três gerações ou grupos: o primeiro, que marca a mais antiga produção sobre o assunto e que é restrito a São Paulo, com uma perspectiva mais tradicional e a presença marcante da obra de Mafalda Zemella; o segundo, também restrito à USP, mas com uma abordagem que cruza negócios e política, muito influenciada por Sérgio Buarque de Holanda; e, finalmente, o terceiro, concentrado em dissertações e teses defendidas na UFF e UFRJ, com uma proposta totalizante e liderada por Maria Yedda Linhares e Ciro Flamarion Cardoso. Por fim, é feita uma conclusão sobre a contribuição da história do abastecimento para a historiografia nacional.
O presente texto foi publicado no livro "História econômica e imprensa", organizado por Maria Letícia Corrêa, Monica Piccolo Almeida Chaves e Rafael Vaz da Motta Brandão, lançado em 2016 ela editora Contracapa. O texto trata da trajetória... more
O presente texto foi publicado no livro "História econômica e imprensa", organizado por Maria Letícia Corrêa, Monica Piccolo Almeida Chaves e Rafael Vaz da Motta Brandão, lançado em 2016 ela editora Contracapa. O texto trata da trajetória da revista "O Empreiteiro", periódico mensal que passou a circular desde 1968 e que acompanhava algumas das obras públicas realizadas desde então e a dinâmica do setor da indústria da construção pesada. O periódico se caracterizou por um amplo apoio à ditadura civil-militar brasileira (1964-1988) e retratou em suas páginas com detalhes a escalada do poder econômico e político desses empresários em meio ao regime autoritário no país.
O presente ensaio pretende analisar a atuação do Clube de Engenharia durante o governo Castello Branco (1964-1967) e sua campanha "em defesa da engenharia brasileira". A mobilização foi lançada por engenheiros da entidade, em protesto... more
O presente ensaio pretende analisar a atuação do Clube de Engenharia durante o governo Castello Branco (1964-1967) e sua campanha "em defesa da engenharia brasileira". A mobilização foi lançada por engenheiros da entidade, em protesto contra a política do governo federal de conceder preferência a empresas estrangeiras de engenharia para a realização de projetos e obras no país. De porte de um aparato analítico marxista gramsciano, entendemos o Clube de Engenharia como um intelectual coletivo dos empresários-engenheiros, que, em pleno regime ditatorial, desenvolveu uma mobilização junto à sociedade civil e à sociedade política no sentido de rever as políticas estatais em vigor. Mesmo em um cenário político não-democrático, o Clube de Engenharia e outros organismos da sociedade civil elaboraram um projeto de hegemonia e tiveram êxito em suas ações, já que conseguiram reorientar as políticas públicas com o advento do governo Costa e Silva, a partir de 1967.
Programa da disciplina "História do Rio de Janeiro", oferecida no curso de graduação e na pós-graduação de História da UFRRJ.
Programa de curso da disciplina "História econômico-social: teoria e historiografia", ofertada no primeiro semestre de 2018 no Programa de Pós-Graduação de História da UFRRJ.
O curso propõe fazer uma revisão bibliográfica em torno das pesquisas realizadas acerca da atuação do empresariado brasileiro durante o período da ditadura civil-militar, propondo a leitura e o debate de textos que versam sobre a questão,... more
O curso propõe fazer uma revisão bibliográfica em torno das pesquisas realizadas acerca da atuação do empresariado brasileiro durante o período da ditadura civil-militar, propondo a leitura e o debate de textos que versam sobre a questão, seja de autores clássicos, seja de estudos mais recentes. As aulas serão no formato de discussão de textos, dando-se em torno de eixos temáticos. A proposta é dar uma visão de conjunto e apresentar o estado da arte das pesquisas e debates em torno da atuação dos empresários ao longo do regime civil-militar brasileiro.
Pagamento de propinas por empreiteiras se consolidou durante ditadura, diz historiador-BBC Brasil
Resumo O presente artigo analisa a relação entre as empresas e a ditadura brasileira imposta com o golpe de 1964. No entanto, não tratamos - como é mais comum - das relações de apoio, composição e favorecimento entre grupos econômicos e o... more
Resumo O presente artigo analisa a relação entre as empresas e a ditadura brasileira imposta com o golpe de 1964. No entanto, não tratamos - como é mais comum - das relações de apoio, composição e favorecimento entre grupos econômicos e o regime, mas sim das organizações empresariais que foram perseguidas e penalizadas pelas ações do aparelho de Estado após o golpe. Para proceder à abordagem, utilizamos memórias, testemunhos, documentos oficiais e matérias da imprensa do período. Partimos do entendimento de Dreifuss e da historiografia recente de que o golpe de 1964 e a ditadura tinham um perfil de classe, sendo marcados por significativas participação e responsabilidade por parte do empresariado. Em uma primeira parte do artigo, tratamos de casos conhecidos, como o da Panair, da TV Excelsior e dos jornais Correio da Manhã e Última Hora. Em seguida, abordamos casos menos estudados que dizem respeito a empreiteiras de obras públicas que passaram por um processo de decadência após o g...
The article analyzes the rapprochement between the military and businessmen and their role in defining the Brazilian dictatorship inaugurated with the 1964 coup. For this, we approach two specific movements. Firstly, we deal with the... more
The article analyzes the rapprochement between the military and businessmen and their role in defining the Brazilian dictatorship inaugurated with the 1964 coup. For this, we approach two specific movements. Firstly, we deal with the presence of Brazilian businessmen in schools and military institutions before and during the dictatorship. Then, we problematize the employment of military personnel in private companies throughout the regime. We defend that this form of approximation played a fundamental role in the regime, considering that it expresses the social content and maximum meaning of the dictatorship, which, in our view, presents itself as a business-military regime. To endorse our hypothesis, we used documents from the business community and military archives, which prove this alliance, the basis of the regime implemented in the country since 1964.
A resenha aborda a obra de Malu Gaspar, "A Organização: a Odebrecht e o esquema de corrupção que chocou o mundo". Além de percorrer a obra e suas contribuições, tentamos realizar uma reflexão acerca das diferenças e aproximações... more
A resenha aborda a obra de Malu Gaspar, "A Organização: a Odebrecht e o esquema de corrupção que chocou o mundo". Além de percorrer a obra e suas contribuições, tentamos realizar uma reflexão acerca das diferenças e aproximações entre o jornalismo econômico com os métodos da História econômica e História de empresas.
O presente artigo pretende problematizar o papel dos interesses empresariais das empreiteiras brasileiras de obras públicas na concepção e realização da obra da rodovia Transamazônica durante o período da ditadura. As construtoras... more
O presente artigo pretende problematizar o papel dos interesses empresariais das empreiteiras brasileiras de obras públicas na concepção e realização da obra da rodovia Transamazônica durante o período da ditadura. As construtoras nacionais cresceram significativamente antes e durante o regime sob forte proteção estatal, desenvolvendo uma especialização na realização de obras de estradas de rodagem. A Transamazônica representou uma grande oportunidade de ganhos para esses e outros grupos econômicos, apesar dos intensos impactos gerados para os trabalhadores, o meio ambiente e os povos indígenas locais. Depois desse projeto, as empresas brasileiras de engenharia se capacitaram para realizar empreendimentos similares no exterior. Para proceder a análise, utilizamos fontes produzidas por empresários e imprensa técnica que cobria o setor da indústria da construção pesada no período.
RESUMO O artigo problematiza a relação da Volkswagen com a ditadura civil-militar brasileira inaugurada com o golpe de 1964. Analisamos em particular a colaboração da montadora de origem alemã com o aparato repressivo do regime, que... more
RESUMO O artigo problematiza a relação da Volkswagen com a ditadura civil-militar brasileira inaugurada com o golpe de 1964. Analisamos em particular a colaboração da montadora de origem alemã com o aparato repressivo do regime, que contou com o fornecimento de informações sobre os trabalhadores da empresa para os órgãos de vigilância e controle do Estado. Utilizamos fontes da empresa, documentos da repressão sediados em arquivos públicos e materiais produzidos pelos trabalhadores e sindicatos, além de depoimentos e dos relatórios das comissões da verdade. O trabalho se insere nos marcos da discussão sobre a relação do empresariado com a ditadura brasileira, indicando as estreitas imbricação e inserção das grandes empresas junto ao aparelho de Estado no período, o que incluía muitas vezes colaboração com a repressão.
EnglishThis essay aims to examine the state policies of the Brazilian civil-military dictatorship (1964-1988) for the heavy construction industry. Deriving from a larger study on the relationship of the heavy construction business with... more
EnglishThis essay aims to examine the state policies of the Brazilian civil-military dictatorship (1964-1988) for the heavy construction industry. Deriving from a larger study on the relationship of the heavy construction business with the dictatorship, we try to indicate how contractors - from their organization and positioning in state agencies – were benefited by public policies implemented beginning with the coup of 1964. Despite noticing differences from time to time and from government to government within the dictatorship, we conclude that these entrepreneurs were widely favored by the measures and policies implemented by the state apparatus. These measures were a decisive factor for several contractors that grew, diversified, and internationalized by the end of the dictatorship, assuming a position of monopoly capital, and becoming important agents of economic and political transition within the new state regime inaugurated in 1988. portuguesEste ensaio pretende analisar as ...
This article analyzes the performance of the Brazilian executives of heavy construction together with the press organizations before and during the Brazilian civil-military dictatorship. Through the access to memories and primary sources... more
This article analyzes the performance of the Brazilian executives of heavy construction together with the press organizations before and during the Brazilian civil-military dictatorship. Through the access to memories and primary sources of the sector, we verified the high interest of these agents in the newspapers of great circulation in the country and the power of its leaders, given the control these had on vehicles of great regional and national circulation. We noticed a change in the performance of construction entrepreneurs with the press before and during the dictatorship, with an intensification of the actions of these agents along with newspapers written in the very escalation of the economic and political emergence of contractors after the 1964 coup.
O artigo problematiza a relação entre grupos empresariais e a ditadura brasileira, analisando especificamente os interesses do capital privado nacional e estrangeiro em torno da política nuclear brasileira e da obra das usinas de Angra... more
O artigo problematiza a relação entre grupos empresariais e a ditadura brasileira, analisando especificamente os interesses do capital privado nacional e estrangeiro em torno da política nuclear brasileira e da obra das usinas de Angra dos Reis. Usando fontes oficiais, imprensa e documentos das empresas envolvidas, discutimos os benefícios concedidos pela ditadura para o grupo alemão KWU/Siemens, responsável pelos reatores e equipamentos elétricos das usinas, e para a construtora brasileira Norberto Odebrecht, encarregada das suas obras civis. Entendemos que o caso estudado tem muito a revelar sobre o caráter da ditadura, que ao mesmo tempo beneficiou o capital estrangeiro, ampliou a dependência econômica e tecnológica do país e protegeu certos grupos empresariais domésticos, que ganharam projeção no país e no exterior a partir de então.
O artigo trata dos interesses empresariais durante a ditadura civil-militar brasileira envolvidos em casos de “corrupção”. Especificamente é trabalhada a atuação das empreiteiras na obra da usina hidrelétrica de Tucuruí, construída entre... more
O artigo trata dos interesses empresariais durante a ditadura civil-militar brasileira envolvidos em casos de “corrupção”. Especificamente é trabalhada a atuação das empreiteiras na obra da usina hidrelétrica de Tucuruí, construída entre 1975 e 1984. O texto procede uma breve reflexão teórica sobre o tema da “corrupção”, problematiza a ocorrência desses casos durante a ditadura e faz um tratamento empírico e analítico da atuação das construtoras e seu envolvimento com irregularidades na obra de Tucuruí. Com o uso de jornais, dados oficiais da Eletronorte e memórias de agentes das empresas envolvidas, é feita uma abordagem do caso, levantando-se a hipótese de disputa pelo fundo público para acumulação de capital e busca de maiores taxas de lucro como possível causa para o uso de práticas ilegais pelas empresas.
O presente artigo versa sobre os efeitos da crise econômica brasileira recente e da operação Lava Jato sobre a indústria da construção pesada no país. Trazendo dados econômicoseinformaçõessobreoperaçõesdeempresas,... more
O presente artigo versa sobre os efeitos da crise econômica brasileira recente e da operação Lava Jato sobre a indústria da construção pesada no país. Trazendo dados econômicoseinformaçõessobreoperaçõesdeempresas, otextoapresentaumprocesso de falências e concordatas de empreiteiras, alémde uma significativadesestruturação do setor, com intensa desnacionalização do segmento de infraestrutura no Brasil. A análise se detém em especial sobre os ramos de eletricidade, petróleo e concessões públicas. Ao final do artigo, é levantada a hipótese de um reforço no período recente de um padrãode acumulaçãode capital centrado predominantemente na valorização financeira, com acentuação dos processos de reprimarização, desindustrialização, enxugamento do mercado interno e desnacionalização da economia brasileira, nos marcos de uma nova inserção da economia capitalista brasileira na Divisão Internacional do Trabalho.
Resumo: O artigo analisa a aproximação entre militares e empresários e seu papel na definição da ditadura brasileira inaugurada com o golpe de 1964. Para isso abordamos dois movimentos específicos. Em primeiro lugar tratamos da presença... more
Resumo: O artigo analisa a aproximação entre militares e empresários e seu papel na definição da ditadura brasileira inaugurada com o golpe de 1964. Para isso abordamos dois movimentos específicos. Em primeiro lugar tratamos da presença de empresários brasileiros em escolas e instituições militares antes e durante a ditadura. Em seguida,  problematizamos o emprego de militares em empresas privadas ao longo do regime. Defendemos que essa forma de aproximação tenha cumprido papel fundamental, já que expressa o conteúdo social e sentido máximo da ditadura que por sua vez se apresenta, ao nosso ver, como um regime empresarial militar. Para referendar nossa hipótese usamos documentos do empresariado e dos arquivos militares que comprovam essa aliança, base do regime implantado no país desde 1964.

Abstract: The article analyses the rapprochement between the military and businesses, and its role in defining the Brazilian dictatorship, inaugurated with the 1964 coup. To this end, we tackle two specific movements. First, we deal with the presence of Brazilian businesspeople in military schools and institutions before and during the dictatorship. Then, we problematise the employment of military personnel in private companies throughout the regime. We argue that this form of approximation played a fundamental role in the regime, considering that it expresses the social content and utmost purpose of the dictatorship, which, in our view, presents itself as a business military regime. To en dorse our hypothesis, we used documents from the business community and military archives, which prove this alliance the basis of the regime implemented in the country since 1964.
O ensaio pretende analisar o processo de concentracao das atividades em poucas companhiasno setor de construcao pesada no periodo final da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985),bem como o processo de diversificacao das atuacoes... more
O ensaio pretende analisar o processo de concentracao das atividades em poucas companhiasno setor de construcao pesada no periodo final da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985),bem como o processo de diversificacao das atuacoes dessas empresas nesse mesmo periodo.Lancando mao de um aparato teorico-conceitual marxiano para analisar o processo, entendeseesse duplo movimento como uma centralizacao de capitais e tambem como busca deramos economicos com maiores taxas de lucro, devido a reducao das margens de ganho nosetor, ocasionada em funcao da estabilizacao e diminuicao dos investimentos governamentaisem obras publicas. Ve-se em passagens da decada de 1970 para a de 1980 a formacao deum oligopolio nesse mercado e o principio de um processo de ramificacao das atuacoesdesses grupos empresariais, que esta na origem da consolidacao de grandes e diversificadosconglomerados empresariais, capitaneados atualmente por essas empresas.