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RESUMO Este texto tem o objetivo de caracterizar o encontro entre a ciência histórica e o cinema como documento histórico e veiculo que apresenta um discurso sobre a História. O debate em torno deste tema tem encontrado opiniões diversas. Buscamos apresentar algumas visões a fim de criar uma referencia teórica e uma maior aproximação do leitor com o assunto em questão.
A presente publicação reúne dez das dezanove comunicações apresentadas durante as XI Jornadas Cinema em Português que decorreram entre 8 e 10 de maio de 2018 na UBI, numa organização conjunta do Departamento de Comunicação e Artes e do Labcom.IFP, da Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior. Mais uma vez, esta edição das Jornadas Cinema em Português trouxe a debate questões atuais e pertinentes para a reflexão sobre as produções e relações cinematográficas entre os diversos países que falam em português, procurando reunir esforços para ensaiar hipóteses de leitura conjunta e complementar. A imagem escolhida para a capa desta publicação pertence ao filme A toca do lobo (2015), de Catarina Mourão, a quem agradecemos a generosa cedência e autorização. Index Introdução - 9 Paulo Cunha, Manuela Penafria, Fernando Cabral & Tiago Fernandes A representação dos pobres no cinema épico de Glauber Rocha e no de Manoel de Oliveira - 13 Renata Soares Junqueira Ensaio e etnografia no documentário contemporâneo - 27 Maria Beatriz Colucci & Gabriela Borges Martins Caravela A catarse pela imagem: dois documentários, duas “memórias de família” reveladas - 45 Rita Márcia Magalhães Furtado Materialidades do Cinema: a mulher figurinista em Portugal - 57 Caterina Cucinotta “We can’t go home again/There’s no place like home...” Os sentidos da descolonização em Paraíso Perdido e Tempestade da Terra - 71 Luís Bernardo Do Gesto em António Reis - 87 Luís Lima & Alexandra João Martins Uma Abelha na Chuva: Repetição e Diferença - 101 Francisco Ricardo Cipriano Silveira A produção cinematográfica na Madeira no início do século XX. O exemplo da Madeira Film e da Empresa Cinegráfica Atlântida - 113 Ana Paula Almeida A Literatura cinematográfica moderna na Cinemateca Brasileira - 129 Pedro Plaza Pinto Marcas do padrão tecno-estético alternativo na obra do cineasta Franklin Pires - 143 Jacqueline Lima Dourado, Luís Nogueira & Thais Souza
2018 •
Este trabalho estuda as representações da cidade de Salvador e de seus habitantes presentes no documentário O Capeta Carybé. Produzido entre 1995 e 1996, e lançado no mercado exibidor no ano de 1997, com roteiro adaptado do livro homônimo de Jorge Amado e dirigido pelo cineasta Agnaldo Siri Azevedo, narra a relação entre o artista plástico Hector Júlio Paride Bernabó, mais conhecido como Carybé, com a cidade de Salvador. Tanto o livro de Jorge Amado quanto as obras plásticas de Carybé não podem ser dissociados da análise do documentário, pois devem ser vistos concomitantemente como linguagens que são retraduzidas para a narrativa fílmica, mas principalmente como representações escrita e artística desses sujeitos históricos e suas temporalidades que foram deslocados ou retraduzidos historicamente para constituir uma visão da cidade de Salvador e de seus habitantes manejados pela lente do cineasta a partir do seu tempo presente. Neste sentido, deslocar ou retraduzir significa ao mesmo tempo captar o modo com as imagens em movimento do cinema são construídas em uma narrativa e descobrir as temporalidades que a engendram, isto é, o documentário como uma película do e no tempo. Para chegar na análise do filme, vamos primeiramente apresentar a inserção de Agnaldo Siri Azevedo na trama social e cultural de Salvador entre os anos 1950 a 1970. Posteriormente, vamos mergulhar em sua produção cinematográfica, identificando seus principais temas e procedimento estético-políticos entre os anos 1960 e 1990. Por último, apresentamos a análise do documentário, onde identificamos as representações construídas por “Siri” a partir do referencial construído por Jorge Amado e Carybé. Percebemos que ambos os artistas desejavam registrar uma memória da cidade do Salvador, compatível com suas experiências, tendo consciência de que as coisas sempre se renovam com o tempo.
História: espaço fecundo para diálogos 3
"On dirait Jequié": estratégias nacionais e regionais na crítica de Paulo Emílio Salles Gomes2020 •
O objetivo deste trabalho é explorar certas estratégias adotadas pelo crítico Paulo Emílio Salles Gomes diante do problema da formação de uma cultura cinematográfica brasileira. Assim, trata-se de observar como Bahia e São Paulo são evocados em alguns de seus textos, de modo a indicar sua oscilação em torno de conceitos como “subdesenvolvimento” ou “formação”. Os marcos temporais que orientam a seleção do material são os anos de 1959, data de publicação de "Formação da literatura brasileira", do crítico literário Antonio Candido de Mello e Souza, e 1976, quando Salles Gomes fez seu último acréscimo a um texto de ficção mais tarde publicado com o título "Cemitério". No início dos anos 1960, o crítico acompanhava o clima otimista criado em torno de filmes como "Porto das caixas" [1962, dir. Paulo César Saraceni] e "O pagador de promessas" [1962, dir. Anselmo Duarte], que pareciam realizar as expectativas frustradas na década anterior pelo fracasso da Companhia Cinematográfica Vera Cruz. Representativa em relação a esse momento é a conferência “Um certo clima que reina hoje no Brasil em torno do cinema nacional”, proferida naquele mesmo ano de 1962. Ali, a latente independência econômica do cinema nacional era comparada à situação da literatura brasileira nas primeiras décadas do século XIX. Também nessa época o cinema baiano aparece na crítica e na correspondência de Salles Gomes com muita força. Filmes como "Bahia de Todos os Santos" [1960, dir. Trigueirinho Neto] e "Barravento" [1962, dir. Glauber Rocha] parecem confirmar para o crítico o crescente enraizamento nacional da cultura cinematográfica. O Regime Militar, no entanto, parece estar na raiz de uma revisão da parte do crítico paulista. O otimismo que marcava a década anterior era agora substituído por um ambíguo “jacobinismo” que, se não perdia o pé em uma perspectiva nacional, investia cada vez mais diretamente num aprofundamento em seu contexto imediato, São Paulo. Isso se faz sentir não apenas no papel de destaque que o caipira ganhava em sua crítica de cinema (de Amácio Mazzaropi a Ozualdo Candeias), mas também em sua produção ficcional, sobretudo no roteiro elaborado em torno de "Amar, verbo intransitivo", nas novelas "Três mulheres de três PPPês" e em "Cemitério". Conhecer e incorporar os limites de uma formação precária (a “burrice paulista específica”), parece agora ser o centro de uma estratégia que passa pela revisão da história local, movimento no qual a Bahia não deixa de ter um papel importante, mas muito diverso do que lhe era atribuído anos antes. É provavelmente nesse momento que o crítico escreve um material intitulado “Possibilidade de um filme de longa metragem sobre o cinema paulista de 1934 a 1949”, que serve de fecho para as reflexões aqui propostas.
Terceira Margem no. 24
Da dialética da intoxicação em *Naked Lunch*, de David Cronenberg2011 •
A fama de Naked Lunch (1959), de William Burroughs pode ser explicada tanto por seu conteúdo quanto forma, ou seja, por: a) a descrição cho-cante de todo tipo de obscenidade e abjeção; b) seu experimentalismo, por meio de um uso extenso de uma técnica de ruptura, associada a uma escrita modernista transgressiva. O presente ensaio discute a adaptação de David Cronenberg, investigando recursos que favorecem um sentido mais simples, negado pelo livro, porém fundamental para garantir a circulação de um produto da indústria cultural. Procura-se demonstrar que, se a obra de Burroughs é regida pelo dito “nada é verdadeiro, tudo permitido”, a versão fílmica de Cronenberg usa a defesa da intoxicação, não para alcançar um processo verdadeiramente criativo, mas para desenvolver uma estrutura narrativa que inverte a oposição convencional entre alucinação e sobriedade. O resultado é uma tensão na qual os estados alucinatórios encontram-se plasmados por gêneros narrativos do cinema mainstream, como o noir e o filme de conspiração. É na alucinação que se forma um padrão narrativo coeso, que só é desestabilizado por pequenas interferências que podem ser vistas como erros técnicos. A estrutura narrativa alucinatória é construída com base em uma naturalização coerciva da estética cinematográfica análoga aos procedi- mentos de homogeneização da percepção da indústria cultural.
Estudos de Cinema – Socine IX. Eds. Esther Hamburger, Tunico Amancio, Gustavo Souza, Leandro Mendonça
Um cinema desenquadrado: a política da linguagem e a linguagem da política em Duas ou três coisas que eu sei dela2008 •
Este trabalho analisa como o cinema de Godard, e mais precisamente Duas ou três coisas que eu sei dela, atrela a política à metalinguagem, promovendo uma prática revolucionária focada não tanto em narrativas e mensagens, mas na forma do filme, por meio da subversão de sistemas dominantes de representação.
2008 •
This article came out of a conference presentation at the eleventh meeting of Socine, the Brazilian Society for Cinema and Audiovisual Studies, in Rio de Janeiro in October 2007. In the piece, I use the theoretical writings of Pier Paolo Pasolini to discuss a dilemma that in the late 1960s would go on to concern not just the realm of Italian political cinema, but all film artists animated by political aspirations: whether the politically engaged filmmaker should discard the allegedly democratising effect of a realism of authorial self-effacement in favour of a more deconstructive, and therefore creationist and manipulative, approach.
2003 •
História e cinema. São Paulo: Alameda
O cinema como fonte histórica na obra de Marc Ferro2007 •
Imagofagia
A simbologia religiosa no cinema de Ana Carolina: diálogos com Luis Buñuel e Glauber Rocha2019 •
XVI Estudos de Cinema e Audiovisual - SOCINE - eBook (textos completos)
Archaeology of producing images in film animation - Arqueologia da produção de imagens no cinema de animação2013 •
2017 •
Universidade de São Paulo (Tese de Doutorado)
Fotogramas operários no documentário paulistano: uma análise sobre as representações das classes populares na luta política e sindical brasileira dos anos 19702018 •
2013 •
CINEMA BRASILEIRO E EDUCAÇÃO
CINEMA BRASILEIRO E EDUCAÇAO ACIR E SALETE2019 •