História Moderna de Portugal

Gentes e Espaços foi escrito com um fim: a habilitação ao grau de Doutoramento em História (História Económica e Social Moderna). Visa o aproveitamento de um texto fundamental para o conhecimento do Portugal Quinhentista, o «numeramento de 1527-1532». Não é contudo um trabalho sobre demografia, nem um trabalho sobre instituições, nem um trabalho sobre administração. Pretende antes conjugar o fator humano com todos os outros fatores. Não quero chegar ao materialismo de dizer que a população foi o único motor na época-moderna. Vivia-se antes uma época de ilusões (título que gostaríamos de ter dado a este trabalho); julgava-se que as condições físicas e económicas da população iriam sempre em franco progresso.

Ao longo deste trabalho, procuramos demonstrar a presença dos castrati em território português, precipuamente nos reinados de D. João V e D. José I [fruto da herança joanina], de modo a alcançarmos o devido entendimento sobre a relevância destes indivíduos no processo de enriquecimento da cultura erudita, englobando-a no ambiente religioso-católico, palaciano ou até mesmo político, constituindo assim, uma espécie de mecenato régio através da italianização dos chamados usos e costumes, já que muitos dos reinos europeus foram “vítimas” desta influência setecentista.

En el Livro Velho de Linhagem de 1270 se dice que la nobleza portuguesa procede de los infanzones leoneses que en tiempos de Alfonso VI de León reconquistaron la región. De ellos se destacarían los Ricoshomes, por lo extenso de sus propiedades y de los que surgirían los Condes, como órganos jurisdiccionales, y el resto serían los Infançoes, a su vez divididos en cavaleiros, escudeyros y moços según el grado de adscripción militar.
Las primeras manifestaciones heráldicas aparecieron en Portugal, a finales del siglo XIII, entre los grandes linajes como forma de destacar sus vínculos de sangre. Costumbre iniciada por las grandes familias que se fue generalizando entre nobres y cavaleiros,  que adoptaron brasaos como distintivo personal.

Antero de Quental elaborou o mais perspicaz diagnóstico da velha questão do atraso da Península Ibérica elaborando uma distinção entre as sociedades europeias do sul, que recuaram fechando-se numa visão tradicional do mundo, e outras, no centro e norte da Europa, que se abriram à modernidade. Optando claramente pelas segundas, Antero propõe uma leitura do caso peninsular que, muito antes dos debates que haviam de surgir, se situa entre Max Weber e Karl Marx.

From an early stage of carreira da Índia route, slaves embarked in the ships which performed the return voyage. It remains to be determined an exact figure, as well as how often did the slaves went on this voyage. They usually came from China, India and other parts of Asia, Mozambique, Angola and Cape Verde. Most of them did not make it to Lisbon, as they were used in several illegal acts of trafficking and smuggling along the way, thus being mostly traded in the Azores, off the Portuguese coast, or even in Brazil and Galicia. Since mid-sixteenth century, at least, hundreds had been shipped: the sources record a single ship in which the total number of slaves amounted to 300. Despite Crown's policies aimed at putting a stop to illegal activities and slaves' mass transportation, the problem resurfaced throughout this period, even if it seems to have caused greater concern in early-seventeenth century.

Estudio de las fortificaciones abaluartadas de la Raya/Raia luso-española, centrado fundamentalmente en las extremeño-alentejanas, orígenes, evolución y situación actual en cuanto a integridad y autenticidad, cara a su calificación como Patrimonio de la Humanidad.

Apresentamos esse breve estudo sobre as representações da morte de Inês Pires de Castro na
crônica de Rui de Pina (c.1440 – c.1522), nas “Trovas que Garcia de Resende fez à morte de Dona Inês de Castro, que El-Rei Dom Afonso, o Quatro de Portugal, matou em Coimbra, por o Príncipe Dom Pedro, seu filho, a ter como mulher e pólo bem que lhe queria nam queria casar, endereçadas às damas”, de Garcia de Resende (1470 – 1536), e finalmente do canto III da obra “Os Lusíadas”, de Luís Vaz de Camões (c.1525? – 1580), estabelecendo relações entre as narrativas literárias elencadas e a narrativa histórica, por meio do cruzamento e análise das informações contidas nas obras.
Texto publicado pela Revista Fênix. Revista de História e Estudos Culturais. ISSN 1807-6971, v. 5, ano V, n. 4, Jul./Ago./Set. de 2008 (disponível no sítio: http://www.revistafenix.pro.br/PDF16/ARTIGO_07_RODRIGO_MEDINA_ZAGNI_FENIX_JUL_AGO_SET_2008.pdf). Qualis B2.

Apresentação, na sessão de lançamento da obra, que teve lugar em Lisboa, na Livraria Bucholz, no dia 21 de maio de 2015.
O texto completo da apresentação, disponível em pdf, analisa, de modo hipertextual, a informação e a coerência interpretativa do autor, sempre atento aos sinais, seguindo, de perto, as fontes testemunhais da época, revelando o verso e o reverso dos relatos dos acontecimentos.

Resumo: A História de Portugal, referente ao período moderno, é em grande parte tratada de dentro para fora, ou seja, a importância do reino português na história do mundo e da necessidade da política colonial pela ação "civilizadora" e doutrinária. Em contrapartida, nosso objetivo é demonstrar o impacto econômico das grandes navegações no contexto interno de Portugal-séc. XVI-irradiado especialmente por Lisboa, ressaltando as ações da população que no período fundou alicerces cada vez mais profundos voltados para dentro do reino, como reflexo dos impactos dos descobrimentos marítimos. Palavras-chave: História de Portugal, grandes navegações, cotidiano econômico interno. Abstract: Portugal's History, regarding the modern period, is cared largely for inside outside, in other words, the importance of the Portuguese kingdom in the history of the world and of the need to colonial politics by the civilizing" and doctrinaire action. As opposed, our objective is to demonstrate the economic impact of the big navigations in Portugal's internal context-XVI CENTURY-broadcast especially for Lisbon, stressing the actions of the population that in the period founded foundations more and more geared profound into of the kingdom, like reflex of the impacts of the marine discoveries.

O que têm em comum Manuel Gomes de Elvas, o escravo que se tornou fidalgo, Francisca Coronel, a freira insubmissa encarcerada no convento, Luís Gomes da Mata, o correio-mor e Anne Armande du Verger, a espia francesa, amante do rei D. Pedro II e avó do primeiro duque de Lafões, Pedro Henrique de Bragança?
São todos membros de uma família cuja história é aqui relatada. Nela se incluem alguns episódios surpreendentes da história de Portugal: desde a peculiar obsessão do herdeiro da coroa, D. Sebastião, que o levou ao desastre de Alcácer-Quibir até ao fascínio da família real pelos autos de fé, passando pelos amores licenciosos nos conventos e os horrores da Inquisição – e, como pano de fundo, os esforços e o engenho de uma família que conseguiu sobreviver aos tumultos da nossa história.
Assente em factos verdadeiros, numa investigação que levou a autora aos Arquivos Secretos do Vaticano e a outros arquivos nacionais e internacionais, o livro acompanha diversos momentos marcantes da história de Portugal, como a batalha de Alcácer-Quibir e as suas funestas consequências, a dominação filipina que se lhe seguiu, a ação persecutória do Santo Ofício, as invasões francesas e as guerras liberais.

Partindo de importantes afirmações formuladas pelo Professor Joaquim Veríssimo Serrão evidenciamos um facto tão relevante como é o de se dever a Fernão de Magalhães a circunstância de ter sido o primero homem que descobriu o mundo tal como ele é. Esta realidade deriva da circunstância de ele ter conseguido acabar de dar uma volta à Terra quando em 1521 chegou às Filipinas, porque antes já havia logrado ir em 1512 às Molucas. Foi assim que, em duas fases, Magalhães realizou «a primeira viagem de circum-navegação» da Terra, de forma indireta, o que constituiu um dos feitos mais notáveis da História da Humanidade. Neste texto fundamentamos a forma como ele concluiu a primeira parte dessa volta ao ter

Esta tese analisa um conjunto de discursos de caráter memorial, escritos ao longo do
século XVII nas monarquias ibéricas, tais como crônicas, panegíricos, sermões e
composições poéticas, que buscavam compor imagens ideais de governantes e de
nobreza, a partir da exaltação das ações e virtudes de homens que ocuparam posições de
destaque dentro da ordem política da época. Dessa forma, compreende-se tais discursos
como práticas associadas ao exercício do poder e da justiça, que contribuíam para
estabelecer condutas exemplares relacionadas aos aspectos da vida e morte daqueles que
presidiam a sociedade. Compreende-se que, enquanto recursos de legitimação de poder,
ao mesmo tempo que essas obras criavam e reforçavam representações acerca da atuação
dos nobres e monarcas, eles eram também representantes do modelo político em que
estavam inseridos. Nesse sentido, para respeitar a lógica das fontes, busca-se apoiar a
análise dos discursos, chamados memoriais, aos tratados políticos da época, que
contribuíam para a construção dos referenciais políticos de representação do bom
governante, delimitando suas interpretações possíveis. A partir dessa perspectiva,
esperou-se interpretar as relações de poder entre as elites ibéricas, integrando-as a
determinadas lógicas sobre as quais se fundamentavam a atuação política, como a moral,
a afetividade e a religião.

D. Antão de Noronha (1520-1569) desde tenra idade esteve ligado ao desempenho de cargos e missões militares no âmbito do império português. Não é, pois, de estranhar que a sua figura se encontre associada, como veremos, a alguns dos momentos mais importantes da consolidação e manutenção do Estado da Índia nos primeiros anos do terceiro quartel do século XVI (1550-1568). Foi através desta carreira ultramarina que D. Antão foi conseguindo granjear o seu prestígio até ser nomeado vice-rei da Índia em 1564, cargo que ocupou até 1568.
Figura de certo modo incompreendida por uma historiografia mais empenhada no estudo daquela que considerava ser a “época de ouro” do Império Português do Oriente (primeira metade do século XVI), D. Antão de Noronha surge conotado com a suposta decadência que, alegadamente, começaria a sentir-se já no período do seu vice-reinado. Apesar do surto de trabalhos sobre a temática da expansão decorrente das comemorações dos descobrimentos portugueses e apesar das tendências historiográficas mais recentes apontarem para uma visão não tão pessimista e, sobretudo, mais realista da situação do Estado da Índia nesta cronologia, a ação de indivíduos como D. Antão de Noronha carece ainda de um estudo mais pormenorizado que vá mais além do que o simples e conciso artigo de dicionário.

Title: D. Antão de Noronha. Sketch of the biographical journey of a viceroy of India. 1520-1569
Abstract: D. Antão de Noronha (1520-1569) from an early age was linked to the performance of military positions and missions within the Portuguese empire. It is therefore not surprising that his figure is associated, as we shall see, with some of the most important moments in the consolidation and maintenance of the Estado da India in the early years of the third quarter of the 16th century (1550-1568). It was through this overseas career that D. Antão managed to gain his prestige until he was appointed viceroy of India in 1564, a position he held until 1568.
Figure somehow misunderstood by a historiography more committed to the study of what it considered to be the “golden age” of the Eastern Portuguese Empire (first half of the 16th century), D. Antão de Noronha appears to be connoted with the supposed decadence that, allegedly, would begin to feel already in the period of his viceroyalty. Despite the surge of works on the theme of expansion resulting from the celebrations of the Portuguese discoveries and despite the most recent historiographical trends pointing to a not so pessimistic and, above all, more realistic view of the situation of the Estado da Índia in this chronology, the action of individuals like D. Antão de Noronha still lacks a more detailed study that goes beyond the simple and concise dictionary article.

Título: D. Antão de Noronha. Bosquejo del viaje biográfico de un virrey de la India. 1520-1569
Resumen: D. Antão de Noronha (1520-1569) desde temprana edad estuvo vinculado al desempeño de cargos y misiones militares dentro del imperio portugués. No es de extrañar, por tanto, que su figura se asocie, como veremos, a algunos de los momentos más importantes de la consolidación y mantenimiento del Estado da India en los primeros años del tercer cuarto del siglo XVI (1550-1568). . Fue a través de esta carrera en ultramar que D. Antão logró conquistar su prestigio hasta que fue nombrado virrey de las Indias en 1564, cargo que ocupó hasta 1568.
Figura algo incomprendida por una historiografía más comprometida con el estudio de lo que consideraba la “edad de oro” del Imperio portugués oriental (primera mitad del siglo XVI), D. Antão de Noronha aparece connotado con la supuesta decadencia que, supuestamente , comenzaría a sentirse ya en el período de su virreinato. A pesar del auge de trabajos sobre el tema de la expansión derivados de las celebraciones de los descubrimientos portugueses y a pesar de las tendencias historiográficas más recientes que apuntan a una visión no tan pesimista y, sobre todo, más realista de la situación del Estado da Índia en esta cronología , la acción de personajes como D. Antão de Noronha aún carece de un estudio más detallado que vaya más allá del simple y conciso artículo de diccionario.

Titre : D. Antão de Noronha. Esquisse du parcours biographique d'un vice-roi des Indes. 1520-1569
Résumé : D. Antão de Noronha (1520-1569) dès son plus jeune âge était lié à l'exercice de positions et de missions militaires au sein de l'empire portugais. Il n'est donc pas surprenant que sa figure soit associée, comme nous le verrons, à certains des moments les plus importants de la consolidation et du maintien de l'Estado da India dans les premières années du troisième quart du XVIe siècle (1550-1568) . C'est grâce à cette carrière à l'étranger que D. Antão a réussi à gagner son prestige jusqu'à ce qu'il soit nommé vice-roi de l'Inde en 1564, poste qu'il a occupé jusqu'en 1568.
Figure quelque peu incomprise par une historiographie plus engagée dans l'étude de ce qu'elle considérait comme «l'âge d'or» de l'Empire portugais oriental (première moitié du XVIe siècle), D. Antão de Noronha apparaît connoté avec la supposée décadence qui, prétendument , commencerait à se sentir déjà dans la période de sa vice-royauté. Malgré l'afflux d'ouvrages sur le thème de l'expansion résultant des célébrations des découvertes portugaises et malgré les tendances historiographiques les plus récentes pointant vers une vision moins pessimiste et surtout plus réaliste de la situation de l'Estado da Índia dans cette chronologie , l'action d'individus comme D. Antão de Noronha manque encore d'une étude plus détaillée qui aille au-delà de l'article de dictionnaire simple et concis.

Títol: D. Antão de Noronha. Esbós del viatge biogràfic d'un virrei de l'Índia. 1520-1569
Resum: D. Antão de Noronha (1520-1569) des de petit va estar vinculat a l'exercici de posicions i missions militars dins l'imperi portuguès. No és estrany, doncs, que la seva figura estigui associada, com veurem, amb alguns dels moments més importants de la consolidació i manteniment de l'Estado da India en els primers anys del tercer quart del segle XVI (1550-1568). . Va ser a través d'aquesta carrera a l'estranger que D. Antão va aconseguir guanyar-se el seu prestigi fins que va ser nomenat virrei de l'Índia el 1564, càrrec que va ocupar fins al 1568.
Figura d'alguna manera mal entesa per una historiografia més compromesa amb l'estudi del que va considerar l'"edat d'or" de l'Imperi portuguès oriental (primera meitat del segle XVI), D. Antão de Noronha apareix connotat amb la suposada decadència que, suposadament , començaria a sentir-se ja en el període del seu virregnat. Malgrat l'augment de treballs sobre el tema de l'expansió fruit de les celebracions dels descobriments portuguesos i malgrat les tendències historiogràfiques més recents que apunten a una visió no tan pessimista i, sobretot, més realista de la situació de l'Estat da Índia en aquesta cronologia. , l'acció d'individus com D. Antão de Noronha encara manca d'un estudi més detallat que vagi més enllà del simple i concís article del diccionari.

Titolo: D. Antão de Noronha. Schizzo del viaggio biografico di un viceré dell'India. 1520-1569
Riassunto: D. Antão de Noronha (1520-1569) fin dalla tenera età fu legato allo svolgimento di incarichi e missioni militari all'interno dell'impero portoghese. Non sorprende quindi che la sua figura sia associata, come vedremo, ad alcuni dei momenti più importanti del consolidamento e mantenimento dell'Estado da India nei primi anni del terzo quarto del XVI secolo (1550-1568) . Fu attraverso questa carriera all'estero che D. Antão riuscì ad ottenere il suo prestigio fino a quando fu nominato viceré dell'India nel 1564, posizione che mantenne fino al 1568.
Personaggio in qualche modo frainteso da una storiografia più impegnata nello studio di quella che era considerata l'"età dell'oro" dell'Impero portoghese d'Oriente (prima metà del XVI secolo), D. Antão de Noronha appare connotato con la presunta decadenza che, presumibilmente , comincerebbe a sentirsi già nel periodo del suo vicereame. Nonostante l'impennata di lavori sul tema dell'espansione derivante dalle celebrazioni delle scoperte portoghesi e nonostante le tendenze storiografiche più recenti indicano una visione non così pessimistica e, soprattutto, più realistica della situazione dell'Estado da Índia in questa cronologia , l'azione di individui come D. Antão de Noronha manca ancora di uno studio più dettagliato che vada oltre il semplice e conciso articolo del dizionario.

Titel: D. Antão de Noronha. Skizze der biografischen Reise eines Vizekönigs von Indien. 1520-1569
Zusammenfassung: D. Antão de Noronha (1520-1569) war schon in jungen Jahren mit der Ausübung militärischer Positionen und Missionen innerhalb des portugiesischen Reiches verbunden. Es ist daher nicht verwunderlich, dass seine Figur, wie wir sehen werden, mit einigen der wichtigsten Momente in der Konsolidierung und Erhaltung des 'Estado da India'

Durante a época Moderna, a Inquisição não foi uma instituição consensual. Diversos indivíduos e grupos sociais lançaram críticas ao seu procedimento e à sua ação por meio de panfletos, me-moriais ou mesmo de sua própria voz para forjar, posto que sem intenção, uma imagem literária do Santo Ofício. Fato de monta, tais escritos ganhavam certa unidade dentro de uma diversidade de personagens que ocupavam lugares díspares ou mesmo tinham múltiplas intenções com suas palavras. Assim, no conjunto, chamaremos-malgrado a imprecisão do termo-de literatura anti-inquisitorial estes escritos, embora a maior parte dos autores fosse crítica apenas do pro-cedimento e dos estilos e não tiveram a intenção de acabar com o Tribunal. Assim, este artigo procura analisar três aspectos das cinco edições do opúsculo conhecido como Notícias recônditas e póstumas sobre o modo de proceder da Inquisição: I) autoria; II) temática; III) edições e circulação. Palavras-chave: Europa Moderna; Inquisição; história do livro.
The book An Account of the cruelties and the writings against the Portuguese Inquisition in Modern Age (1670-1821) ABSTRACT During the Modern era, the Inquisition was not a consensual institution. Various individuals and social groups have criticized inquisitional procedures and actions through pamphlets, memorials or even their own voice to forge, even though unintentionally, a literary image of the Holy Office. Indeed, these writings have gained a certain unity within a diverse realm of characters occupying disparate places and multiple intentions regarding their own words. Thus, overall, we will qualify these writings as anti-inquisitorial literature, in spite of the im

se tratar de uma síntese da minha tese de Mestrado, Aculturação e Resistências nos Primórdios do Brasil (que tenho a intenção de divulgar integralmente, depois de reformulada), mantive a ausência de notas. No entanto, introduzi agora algumas modificações, não apenas estilísticas, e utilizei a grafia atualmente em vigor em Portugal (grafia que, podendo ser discutível, como o é o Acordo que a estabeleceu, certamente com as melhores intenções, me parece ser, neste momento, a opção mais satisfatória para que se evite a amplificação incontrolável de uma Babel ortográfica que os países de língua portuguesa tardam em superar). Finalmente, registo que permanece neste texto o carácter conciso e até elíptico (sobretudo na parte final) que marca a versão anterior, o que se justifica não só pelo seu propósito sinóptico, como pelo número de páginas predefinido para ele e ainda pelas particulares circunstâncias da sua elaboração. A chegada da frota comandada por Pedro Álvares Cabral ao Brasil em 1500 deu origem aos primeiros contactos entre portugueses e índios de que existe prova documental. Embora, retrospetivamente, possamos considerar ter sido aquela arribada a principal consequência da viagem, cumpre ter presente que o seu desígnio era atingir a Índia, dando sequência ao relacionamento com os orientais iniciado por Vasco da Gama. Compreende-se, pois, que se limitasse a duração da estadia na América do Sul a cerca de uma semana, e que os mareantes tivessem procedido diligentemente e de forma sistemática visando recolher o máximo de informações úteis acerca daquela terra (localizada na costa do atual estado da Baía) e dos seus habitantes tupiniquins. É certo que também os índios fizeram o possível para averiguar quem eram os marinheiros barbaçudos chegados ao litoral onde viviam. Porém, os portugueses puderam beneficiar não só das vantagens da literacia (fonte inestimável de conhecimento de experiências transmitidas desde a Antiguidade), como de uma vasta prática anterior de contactos, em muitos casos pioneiros, com as populações litorâneas de outras regiões do mundo visitadas pelos seus navios. Estas circunstâncias decisivas permitiram-lhes tirar maior proveito das suas diligências prospetivas do que os seus parceiros neste convívio inicial. De facto, submeteram os índios a um exame cultural metódico com o objetivo de avaliar com a profundidade possível as suas características. Como é óbvio, o desconhecimento da língua

Por Arte Efémera entendemos uma série de manifestações artísticas cuja brevidade de uso preside à sua construção. Essas construções, de dimensões são variadas, presentes já no reinado de D. João II, é com D. João V que conhecem o seu apogeu, culminando na construção do palácio sobre o rio Caia por ocasião da troca das princesas em 1729.
Na presente comunicação, apresentada ao IV EJIHM (Encontro de Jovens Investigadores em História Moderna) pretendemos atentar no caso da arte efémera como ponto de partida para a análise do conceito de efémero. Qual é o lugar do efémero no Barroco? De que forma podemos operacionalizar tal conceito para a cultura do Barroco?
Materializando princípios basilares da retórica barroca - docere, delectare et movere - a cidade e o espaço da festa surgirão como fundamentais para a afirmação e encenação do poder. É aí que encontramos a arte efémera, parte da performatividade da coroa, forma de, na efemeridade, perpetuar a imagem e o poder régios.
A comunicação, e o estudo ainda em curso, compreendendo uma mais larga cronologia, pretendem atentar não apenas na especificidade da arte efémera enquanto linguagem artística, mas também nas lógicas do efémero no período joanino.

Resumo: O objetivo deste artigo é revisitar o mito do Preste João a partir de um novo enfoque, considerando-o como elemento pertencente ao léxico político do Renascimento português. Para isso, detivemo-nos na recuperação do contexto intelectual que dá sentido às representações desse mito a partir de diferentes registros, tais como cartas, tratados e crônicas. Com base nestas fontes, percebemos que assim como o recurso à fábula para a educação das crianças possuía um valor pedagógico, de edificação moral, a oscilação entre o plano da realidade e o da ficção foi um recurso moralmente válido no trato político. Diante disso, concluímos que a coexistência de diferentes modalidades de consciência na atribuição de sentido a ações e enunciados produzidos no contexto intelectual do Renascimento português articula-se à prerrogativa pedagógica da instituição monárquica na condução de seus súditos. Palavras-chave: mito, linguagem política, Renascimento português.
Abstract: The purpose of this article is to understand the myth of Prester John as a political language of the Portuguese Renaissance. For this we recover the intellectual context in which this myth circulated. We do this from different sources, such as letters, treatises and chronicles. Based on these sources, we realize that the arguments in political dialogue can be fictitious or real, just like fables were used for the education of children. We conclude that the coexistence of different modes of consciousness in the Portuguese Renaissance must be understood in articulation with the pedagogical prerogative of the monarchical institution in leading of its subjects.

Nas últimas décadas as temáticas assistenciais têm suscitado atenção nos meios académicos nacionais, permitindo a realização de teses de mestrado e de doutoramento, bem como de artigos publicados em revistas da especialidade a par de conferências e de comunicações apresentadas a congressos realizados no país e no estrangeiro. É por isso que na atualidade se sabe bastante mais do que no passado recente acerca das instituições assistenciais, designadamente Mise-ricórdias, hospitais, rodas de expostos, colégios de órfãos, dotes de casamento, recolhimentos, confrarias ou irmandades, ordens terceiras e Igreja, tal como, naturalmente, sobre os assistidos, a saber, expostos, doentes, viajantes, dotadas, pobres, órfãos e cativos, bem assim como os que permitiram ou facultaram as práticas assistenciais, desde os responsáveis aos assalariados, neste caso, com destaque para médicos, cirurgiões, boticários, pessoal de enfermagem, amas e religiosos trinitários que em terras do Islão resgatavam cativos. No âmbito que no momento nos ocupa, não cabe proceder ao exame crítico do estado da questão, até porque o mesmo já foi feito em 2010 1. Cabe, contudo, realçar que, no concreto da história das Misericórdias, apesar de diversas obras terem sido produzidas – recordo, sem caracter de exaustivi-dade e sem análise de conteúdos, as

Ao longo do século XVI, mas sobretudo em sua segunda metade, verifica-se uma expansão e especialização dos tribunais palacianos nas monarquias ibéricas. Tal processo, que conta com distintas explicações e facetas, desenrola-se em simultâneo a uma reflexão abrangente acerca da validade e benefício de se deliberar de forma colegiada. Em geral, defendia-se que os conselhos régios eram considerados  tradicional e comumente espaços em que o rei poderia exercitar ou preparar certas virtudes, como a prudência e a sabedoria. Constrangiam a ação régia, ainda que nem sempre o rei se subsumisse a esses Conselhos, e promoviam, no limite, um afastamento da tirania. Disso resultava, conforme o discurso político da época, que a deliberação em
assembleia era aquela que privilegiava o “acerto da prudência” e o respeito ao suposto bem comum. Assim, em face desse discurso, esta comunicação tem por propósito não apenas localizar os Conselhos Superiores na tratadística jurídico-política, mas também discutir o papel desses tribunais e de sua expansão na cultura política ibérica quinhentista.

Livro de Cristóvão Mata, com base na Dissertação de Mestrado em História Moderna de Portugal, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Disponibilização com a autorização do autor. Editora Palimage. Passível de compra em papel no site da editora ou através do contacto telefónico da Biblioteca Municipal de Penela, no número em anexo.

Fronteiras de guerra e de negociação. Portugal e a Monarquia Hispânica em confronto (1640-1668)
8 e 9 de Outubro de 2018
Faculdade de Ciencias Sociais e Humanas (Univ. Nova de Lisboa)
Site: http://www.cham.fcsh.unl.pt/ac_actividade.aspx?ActId=791