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O Médico A Força PDF

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ACADEMIA DAS SeIENCIAS DE LISBOA

THEATRO DE MOLlERE
SEGUNDA TENTATIVA
,

OMEDICO A fORÇACOMEDIA Á ANTIGA


TRASLADADA LIBERRIMAMENTE DA PROS,. ORIGINAL
A REDONDILHAS PORTUGUEZ S
POR

ANTONIO FELICIANO DE CASTI~HO

REPRl!:SENT AD~ PELA PRIMEIRA VEZ


EM LISBOA NO THEATRO DA TRINDADE AOS 2 DE JANEIRO DE 1869
R BReu IDA DE UM PARECER

PI!:LO IU. ..... EX. MO SR.

JOSÉ DA SILVA MENDES LEAL

3.' EDIÇÃO

COIMBRA
Sala IMPRENSA DA UNIVERSIDADE
Oab . 19 2 7
E:,;t.
Tuh.
~ .J
)
Obra protegida por direitos de autor
o MEDICO Á FORÇA

Obra protegida por direitos de autor


...................... .......... ......
~ ~ ~~ .. .. ..
~ ~ ~~.. --~~~ . ------.----

Obra protegida por direitos de autor


ACADEMIA DA IENCIAS DE LISBOA

THEATRO DE MOLIERE
SEGUNDA TEN fATIVA
,

O MEDICO A fORÇACOMEDIA ANTIGA


TRASLADADA LlBERRIMAMENTE DA PROSA ORIGINAL
A REDONDILHAS PORTUGUEZAS
P OR

ANTONIO FELICIANO DE CASTILHO


REPR~SENTADA !'ELA PRIMEIRA VEZ
EM LISBOA NO THEATRO DA TRINDADE AO S :2 DE JANEIRO Dr: 1869
E SEG UIDA DI!! UM PARECER

PI!:LO ILI ,MO EX,MO SR,

JOSÉ DA SILVA MENDES l.EAl.

3,' EDiÇÃO

COIMBRA
IMPRENSA DA UNIVERSIDADE

1'.)27

Obra protegida por direitos de autor


Obra protegida por direitos de autor
A

FRANCISCO ALVES DA SILVA


TABORDA

DIGNO SUCESSOR DE MOLlÊRE

NA PARTE DO

MEDICO A FORÇA
o ADMIRADOR

AMICISSIMO DE AMBOS

A. F. de Castilho.

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PESSOAS

FIOURA' DA COMEDIA E lUAS QUALIDADEI EX ECUTA "TU

• GANARELLO (Sganarelle ) -
lenheiro folgazão e velhaco. . . .• FrancilCo Alvtl da Silva
TaborJa.
MARTINHA (Martine) - mulher
de ganarello, velha rustlca.. . .. Delfina Perpdua do Espi-
rito Santo.
NORBERTO (Robert) - visinho e
compadre de ganarello... . . . . Josi Grecorio de Sousa
Lima.
JANUARIO (Géronte) - morgado
e lavrador; abastado, viuvo, e sim·
plorio . . . . . • • . . . • • • . . .. Raymundo Q/leiro{ Saro
menlo.
D. JULIANA (Lucinde) - moça
esbelta, elegante, e esperta, filha de
Januario, e amante correspondida
de Valerlo . . . . . . . . . . . . . .• Gertrudes Carneiro.

JOAQUINA (Jacqueline)-ruslica,
ama de leite em casa de Januario ;
mulher de Lucas. . . . . • . . . .. EmUla dos Anjos.

LUC A (Lucas) - creado de Janua·


rio e marido de Joaquina ; rustico
alôrpado, e lomba lobos. . . . . .. AUCl/slo Celar de AlmelJa.

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fiGURAI DA COI/EDIA E SUAI QUALIDADES EUCUTANTES

BRAZ (Valere) - outro creado d~


Januarlo, tombem ru tleo, ma um
tanto uperior 00 tU cemponhelro
LUCI ••••••••••••••••• Fratl't'I,o Maria Cardo.o
U(m/.
VALERIO (Léandre) - mancebo
nobre, amante corre pOlldldo de
D. Juliano. . • • • • . • . . . . . •• Eduardo Joaquim Bratáo.

SIMÃO (Thibaut) - camponio ruS-


ticisslmo. . . . • • . . • • • • • • .• AI~Kandre AulfU'/O da. Ne-
vu Foi/o.
TI·mOTO 10 (Perrin) - filho de
Imão; outro pat por uma penna.. Ertltllina Duar/e.

(Alde6es e aldeús; um d'eUe cantador d vibla;


e U0l3 d'.Uos cantadelru).

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ACTO I

Obra protegida por direitos de autor


Obra protegida por direitos de autor
Estrada larga, correndo para o fUlldo a perder de vista.
A direita e junto ao proscenio a choupana cm que mO/'am
S ganarello e Mm'tinha; poial á pOl·ta, e parreiral por
cima. Contigua a e/la outra casa mais alta, habitação
de N orberto. Da esquerda pinh eiral, e á orla d'elle umas
poucas de achas.

SCENA I

MARTINHA e ~ GANARELLO

(Martillha es/d d pO"la da citaI/palia ; Scallarcllo nitrado de papo


para o ar em cima do poial, co." I/IU pOI/COI de ramOI de pil/ll0, e o
cllapell em cima por cabtceim. Ao pc enc, s/ado a parede o bo,·dáo.)

MART1NHA (a Scanarello, apol/tal/do·IM para as achJI)

Vai!
SGANARELLO

Niío quero j já t'o dic e.


l Quem é que governa aqui?

MARTlNHA

I unca vi tal mandriice !

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MEDICO Á FORÇA
ahi me (em vocês a dama
no quarto a passear.

LUCAS
Salvou-se? !
E vive?!
MARTINHA

Está viva e fera.

IlRAZ

o vidrinho era de ga?,


talvez,
MARTlNHA

Não sei cá de que era.


Ha dois mezes, um rapaz
sobe·se á torre da egreja,
ao cheiro das andorinha,
esco rrega, (salvo seja)
faltam-lhe ambas as mãosinhas,
descamba d'aquella altura,
bate em baxo no lagedo,
e alli fica a creatura
n'um bolo, que punha medo!
Partiu as pernas e um braço,
tres costellas, e a cabeça,
e estoirou-lhe dentro o baço.
Quer Deus que alli appareça
por acaso o meu doutor j
convidam-n-o co' uma sova

Obra protegida por direitos de autor


I
:"I
ACT 47
a ir logo logo, pôr
no morto uma vida nova.
Esfrega-lhe o corpo lodo
co' uns unguentos que elle faz,
a modo de côr de lodo j
ergue-se em pé o rapaz ...

LUCAS

Conhece-o?

MARTlNHA

Perfei tamen te.


e era o Joze da Francisca I
Logo alli (viu toda a gen te)
poz·se a jogar a petisca.

LUCAS

Aquillo o homem tem parte!


ou ahe a magica branca.

BRAZ

Ou aprenderia a arte
nas covas de Snlamanca.

MARTINHA

Lá on de aprendeu não sei j


sei que faz dJisto. Vão, vão j
nfio percam mais tempo.
,

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MEDICO Á F RÇA

ORA?
Irei.
MARTlNHA

Não se esqueçam ...

LUCAS
Do bordão?
Cá vai; não tenha cuidado.

MARTINHA
E é rijo?
LUCAS

Já deu marmello.

Bn AZ (para Mar/ii/na)

No pinhal?

MARTINHA

D'aquelle lado.

LUCAS

E chama-se? ..

l\IARTI HA

O ganarello.

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ACTO J 49
Vou para a minha casinha
erguer os pequenos.

BRAZ
Vá.
LUCAS

J ois adeus, tia Martinha.

BRAZ

Fique·se com Deus por cá.

LUCAS

E obrigado!

BRAZ

E agradecido!

MARTlNHA

Ora essa! não tem de quê

NORBERTO (dajan~lIa, á paru)

Arranjou bem o marido;


que tal é sua mercê!

Obra protegida por direitos de autor


~o ° MEDICO FORÇA

CENA VI

Os mesmos excepto Martinha, que e recolheu para casai


NORBERTO, que saiu da sua, e G NARELLO,
que se ouve dentro no pinhal, mas ainda se não vê.

SGANAREU.O (canlando)

Ai I lé! trilolé I ai! lé!


ai I lé! trilolé! meu bem I

BRAZ (para Lucas)

Não ouves?

LUCAS

Oiço: mas que é?

BRAZ

Será elle que lá vem?

LUCAS

Nada j aquillo não caminha j


tu náo sentes o machado?

BRAZ

Bem nos dizia a Martinha;


que sabio tão desmanchado!

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AC TO I
s/

NORBERTO (para Luca. e Bra{)

Bons dias I

LUCAS E BRAZ

Muito bons dia& !

BRAZ

o senhor não nos dirá


quem é que canta acolá?

LUCAS

Elle não são cotovias,


nem raxinoes.

BRAZ (para Luca,)

Cal'-te ahi.

SGANARELLO (aillda dentro, repelindo ao campana do "'achada)

Ai! lé I trilolé ! ai! lé!

NORBERTO

Aquillo é o doutor i oh se é!
Eu logo o reconheci.

Obra protegida por direitos de autor


() MEDICO FORÇA

BRAZ

Então empre elle é verdade


que o tal medico, ou doutor,
se di rarça em rachador?

NORBERTO

É verdade, e reverdade.

BRAZ

E mesmo assim cura tudo?

NORBERTO

Tudo, tudo; aqui estou eu,


que, co' um mal que Deus me deu,
se não fosse elle, era mudo.

LUCAS

E então curou-o?

NORBERTO

Bem Vê.

BRAZ

Pois nós vamol-o b scat,

Obra protegida por direitos de autor


AC TO I

para tambem nos curar


outra muda .

NORBERTO

Sua mercê
já sabe que sem paulada? .. .

BRAZ

Sabemos; os paus cá vão.

NORBERTO (apon/a/ldo para o varapau de Luca.,


e falando com 8rar)

aquelle é bem bom bordão;


mas o seu não vale nada;
parece uma bengalinha;
se quer trocar .. .

BRAZ

Trocarei.
Trocam en/re si. Norb~r/o ex/rega a Brar o seu grande e g'oSlo
CQjado, e recde d'~lIe o pau, que e delgado e cur/o.)

NORBERTO

Vá; com essa vara minha


póde bater.

BRAZ

Baterei.

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o MEDICO Á FORÇA

CENA VII

Os mesmos, excepto Norbeno, que se recolheu para casa,


e GA ARELLO que sai do pinhal, senta-se em cima
de um feixe de achas que trouxe ás costas, limpa o
suor da testa, e saca de baixo do braço para cima dos
joelhos a borracha de vinho .

GANARELLO (qu~ ainda náo d~u por Bra{ ~ Lucal)

Tambem não vai a matar.


Trabalhar de mais é vicio.
O diabo leve o officio,
mais quem inventou rachar!
(Pausa)
Aqui, á beira da estrada,
com as costas contra o pinho,
até a modo que o vinho
sabe melhor! Vem cá, fada;
(fallando com a borracha)
vou-te pregar um tal beijo,
que fiques consoladinha.
Esta é melhor que a Martinha.
(Pausa)
Assim eu tivera queijo!
Adeus! se nao ha, não ha .
Sou philosopho; imagino
sabor de queijo londrino;
que o vinho é como o maná.
Han! han I borrachinha.
(Pó~ a borracha ti bocca)
Abaixo I

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ACTO 55
(Oepo;, de beber)

Eu não sei como alguem acha,


sendo tão boa a borracha,
não ser bom o ser borracho I
(Canla)

Ai / lé I trilolé! ai I lé!
(Torna aJallar)

Porque é que Deus não faria


os rios de mal vazia ...
pelo menos, de agua-pé?
Mysterios / ! / ...
(Torna a beber)

Aqui na estrada
sinto-me até mais contente j
sempre póde passar gente,
e lá nos pinhais nem nada.
(Torna a levar a borrac/la ti bocca)
Dá cá outro; é que faz calma!
(Dt!po;, de beber)
Borracheta de uma figa,
ver-te sempre de barriga
era o gostinho d'est' alma.
(PalUa)
A lida de um lenhador
é mais salgada que atum.
Que sêde! Venha mais um,
pretinha, meu rico amor!

LUCAS (a Brll{, em Jlof baixa)

E olha que é elle I

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ACTO (I
99

JANUARIO

Sabemos. A rUiluriga
~ minhn filha.

SCANARELLO

Solteira ?

JANUARIO

Solteirll.

SGANARE I.lO

E em que idade vai ~

JANUARIO

Nos vinte.

SGANARELLO

Idade mui eriliea!


Ê forte? ~ gorda? e estytica?
e bonita? ou sai ao pai?

JANIlARIO

Vel-3·ha.

SGANARELI.O

°
E que prognóstico
(e melhor do que eu o entende

Obra protegida por direitos de autor


c

O<lO
o MEDICO A FORÇA

o meu c:ollega), depende


do perreilo disgnoslico.
Já Iii o dizia Hypocratts,
O nossa (amoso of8culo,
o que nos sen'e de báculo
CO'Il5 explanações de SOCfatts.
Como se chama a doente?

JANUARIO

Juliana.

SGANARELLO

A rapariga
ue que é que se queil3? Diga.

JAN UARJO

Se eu' muda inteiramente J


como ha-de queixa r-se I

SGANARF:LLO

Emão ..•
se se não queixa de nada,
deIxem-o-a lá socegada, •
e ponho-me li andor.

JANUARto

Niio, não;
ha ·de·me ver a pequena .
adivinhai-o, e cUfal-a.

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AC T O II
'0'

SGANARIlLLO

Mas iS50 de eSlar sem fala


não ~ bom, diz Avieenna;
e digo eu tambem. Comludo.
folg o de achai-a tio mail
pois jli cu rei OUIrO mudo;
(p4rD l.I/CDI)
NÃo é verdade?

LUCAS

Tal qual.

SGANARELLO

Faça por tanto de con la


que o que ha-de ser ha-de ser.

JANUARIO

Bello I vou ver se esta prompta


pa ra jli o receber.

Esta senhoril C mie d'ella i


niio é assim? A sua graça 1

JOAQUIN ....

Sou Joaquina.

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'0' o MEDICO A FORÇA

SGANARELl.O

Perfeilaça J
sim senhor! robusla e bella !
.! das tau, que a medicina
para 01 medicos rccdla.

JA NUAR IO

Ama de um filho .. ..

SGANA RELLO

Que minnl
JANUARIO

que Deus me deu.

SGANARE LLO

Mui perfeita J
benlll-a Ikusl
IS,u' J/3~~G~'O '~8 .."/o d~ Dr.. , fitfll pri.tr,.., ,ou. <I.. dinifll.)

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ACTO II ,.3

SCENA IV

SGANARELLO, JOAQUINA e LUCAS

Em realidade
o leu dOUlor lem seu geilo.

LUCAS (""xo pora Joaq,,'tra)

E int!! é home perreito!

JOAQUINA (COMO acl...al

Isso é.

Folgo que le _gude.

SGANARELLO (d pGr/c)

Pois não é nenhuma asneira.


(Alia)
Dava eu, ama Joaquinal
a minha seiencia inleira
por ser a sua menma.

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'''' U MED I CO A I F Onç A

fem graça I

Tem graça ás pas tas I


Não queres cre r ?

JOA QU INA

Creio, creio.

SGANARELlO

Lá graças de sele castas


tem-o-as a amo. Que seio!
O leite ha-de se r mui rico,
porque, segundo Avenoes
escreveu n'um dos seus Toes •• •
quando niio eu verifico.
II..; """4 f"~r~r ntl"IO,It,II-D)

LUCAS (/~"I)·I"~ ....rol

Alio! dispenso inumina;


sou seu home j nií se quer.

SG ANARELLO

Po is a n05511 amo Joaquina,


L ucas, ~ suo mulher!?

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A C 1'0 II '0'

LUCAS

A' racia da igreja.

SGANARI! I.1.0

~ boa I
Nó" cuidei. Folgo infinito
de ver um pa r lóO bonilO !
Deizem que o. minha pessoa
em signsl de regosijo
05 sb ro.ce.
W'IIlIt 'Iurrt~ IIh~IIf''' a LI/TDI, t...ar para Qkllf,1( Q )009";1141)

I.UCAS

Devagar !

SGANAREl.LO

EUa bonila; dle rijo;


dá g0510 ver um 131 par!
E enlão d aos da minha afie
causa lal salisração,
que ficam sem saber parle
de si, nem aonde eSlão.
Um ab raço a05 meus dois pombos.
j Vai para Dh~3fJ' a LUTIII_ 11 'II/DI t.U"dt 01 brDfol ~Qro () 't.
rrkr. "1M S,a"lI,dlo PII"" ror bQuta d'tl/tl, t dr'risr·1t ptlro.
JOiJ'I"IIIIII

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ldi o MEDI C O Á FORÇA

LUCAS

DIspenso j nio se incommodc.


(O! filrlt!
Eu torno (I r(llar-Ie os lombos
se,: alêm:a !

SGA NAREL LO

Um douto r nlio póde


con ter a sua aleg ria
Cm vendo um par tão egulll.
Um abraço medical
a eUa, ou tro Li companhia !

LUC AS

1I0me! não me imbi rr e m:a is;


forte mania de abraços I

JOAQUI NA

SGANARELLO

Oiço passos:
será já a en(erma?

LUCAS

Quaes !

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ACTO II
"'7
Por ora ~ ,ó o patrão.
IA ", ~/~)
Anll:1 fosse ella; a menina
sempre ~ muito mais paillão
do que nio ~ a Joaquina.

SCENA V

Os mesmos e JANUARIO

JANUAR IO

Niio lordll a nossa doente.

SGANARELLO

Cá eSlamos á lua espera:


eu, e a cura .

JANUARIO

Sim?

SGANARELLO

Pod ~ ra !
A cura aqui Ulá presenle.
(lJplJ"'Il',do PQTIJ IJ pr'OprilJ c/J~flJl
Venl. E, em quan lO a esperamos,
deixe·me vl:r :oe examino
a ama do seu menino,

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'08 o MEDI CO A FORÇA

c que la l de Itile ondamos.


Se eu engracei co' o senhor,
e quanto lhe dil respeito!
Ama, faça-me favor,
amos Ire d cne peilo_

LUCAS CFO<XAtlJO For S,ofl(Jrtflo. '1Mt


u """ .. (It*J I'" ,..,,.., JOoJ<I~ 'IfJ, t f(J{NI.io·l~t dIJr ''"'0 F'r", III)

Alio! O peito c5uI. famoso ;


nii tem III nado que ver!

SGAN ARELLO

~'um bom medico é dever


sondn r ludo.

I. UCAS

t bem curioso!
Nã quero.

J.\:>iU,\RI') (~r4 Larc".)

Que lIuevimen l O!
Pois tu oppões-te ao doulor?
Sae- Ie d'ahi!

LUCAS

Nã senhor I
nú senho r I

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,h o MEDICO Á FORÇA

que ê nii sou nenhuma le!;ma:


51: eH. tomasse o lal vmho,
av~r.l ficar na me)ma:
, ê se? ou r6r.se a caminho,
dci'UlnJo-me d de r .. SIOS,
'"C vome':? sim, ê os ruoi~.
mda 'Iue vendc~5e O~ buois,
nl1 me: Java para os 885105.

M;)~ vamos no~ ao que presta j


vocês que qucn:rn?

~IM\O

Queria,
sim, qUI: vuo~sa senhoria,
\'i~sc: se 8 cur;lVQ d'esta.
~im. se nos póde alembraT
algum' erva de vertude ...
ê ~ê cá!. ,_ que: dê ,aude
li mulher, ,'dla a tomar!

SGANAREI. 1.0

THEOTONIO

A coisa é isto,
se Já lec:ença : a nha mãe,

Obra protegida por direitos de autor


ACTO 111 .53
J~nlio se I' acode in bem,
e~t'ali, e~ul com Christo I
Uora a !lenle «! próvesinha ,
mais ('or«!m, mai~ Iru testões,
que 01 leve o demo; a continha
t,&· I~~ I> dl.. lrd~o .......Sol
aqui csut ('iU'" un ~ reij ;Les ...
e perdoe o confienotu.

SOANA REl. l O

E stll J)fm.loudo 1 !)ae doe;


,:I entendo I
(d I"'~I~)
E51 1\ crecnça
faHa mais daro (\ue o ('ue !
,.. 110)
MuilO bem; a suo. mãe,
diz que tem hydropeúa,
que tcm inchaç io, que tcm
caimbru, muita febre e azia,
fanicos, et u tcra eu"! ..

TH EOTONt O

Tal qual; ~em terar ncm ('uor I

SGANARELLO

Você é que e"plico. o mal,


que nem o melhor doutor I

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," o MEDICO A FORÇA

o seu paesinho, esse é ton lo I


Nfio se lhe entende nem pada!

SIMÁO 112 r<lrl,)

\lercêi8$!

SGANAREI.LO

Vumos no ponto:
por'iuc é que csul opiluda,
é ISSO que quer Stlber?

THEOTONlO

iii;;. senhor, ê só desejo


'Iue a cure, se poder ~er.

sGAN.\il.EI. LO

Pois bem, IcviI-lhe o!5U: quêjo;


el\a que o tome, aqui lens.
(E"'rt,,,·Mt .... ~.I"fQ dr pt!/o)

Isto é remedlQ?

:SGANARt:: LLO

Approvado!
t:: melho r, sendo tOmado
com vinho d'oito vin len ~ I

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ACTO III ,li

THI!OTONIO

l\cl1lcd.o de dar ~audc?

SGANARELLO

Ilois quê? de matar?

THt!OTONIO

o quêjo?
I'ois cite terá verludc . . .
Il é que nã percevEjo I . . .

SGAN ARELLO

Isto ~ um queijo amassado


com pcrolns e cornes,
pó d'oiro, e OU lrllS cOisas mais . . .
que foi ha pouco inventado.
Chamam·lhe queijo de rei!
O preço e so.lgado ... embora I
nõo foliemos d'isso agora I
Vão, que eu depois Ih'o direi.

SIMÃO

()'eSIU fEto. C que ê e~carro


canto ho. em casa; depuois
(liúa ê vender ús buo;s ...
d'es ta mart, vendo o cnr lo !

Obra protegida por direitos de autor


iS a

. 56 o MEDICO Á FORÇA

A uremCII SIII e-me (arêlll!


(lN,pNl.,ItNt de S,aurtllol
5c:m mo" aqueUa !

SCANARELLO

.:: marchal I

Viva!
(P,, ~lr. r 1U .....l II "d /lor-l" f:Dr/J mlí)
E se falha II recêlu?

~G,\N"'H, I LO ( dtroil 'Ü 1',.1Il<1 r.", I'OI/co)

Não se esqueçam de II enterra r!


(.'\.iI......, n/c ",o .. t~to 0rFiJ ~"U d/"rlo "oilltullo O. J"/,,,"O,
'''lira ror .... r..r.ldo "'" uI,,,,II,,,
\'ol u i o IrrtJ dr 11...,1'0 ".<iI
.." ..til" (!dr o,,/r.l " .. UII II>Bar. f) J"IiQ~a "«o IIr.. ti UI/fRitO,
JufeJ...., ""'" 6<"'01 .. r«l.O'O,do UIr o ...a1l'<" r IOntQ ""0
Jn.lro "r.J("",,~ <,o.,.."lIuI.o cria II <,ar/il)

~G ANARFUO (d,r'G,,,J'I-I<' F',,./J (#III..


til.! V"'t,.,o ...... !aJllllÚo 10 fo'tI 'i,
Ago ra ao m<.:u pra llcanle.
limpo,
:Se lirJffiUS e~ l ..I II
sem car"a de pau bas tame,
que p<:ça ao démo que eu (hlmpo !

fiM DO A CTO lU

Obra protegida por direitos de autor


ACTO IV

Obra protegida por direitos de autor


Obra protegida por direitos de autor
Em CIISII di' Jmw,'1""o, A mi'smtr s,;J!1l l' ptrll'O do trCIQ 1/,
tr um calllo J,l SII/,l III/III t~pinG,Jrdtr

SCENA I

JOAQU INA, SGANARELLO e LUCAS

(JoaqN(/la ~"" dn d(rt/ln ~ S"I",a r~lIo da ~.qN~rJ,,; Llmu t.t4


~'"cr0//4 dt Mm la",tflrtlt, ao IMndfl d" .UM, o orr""j"r ~. rclog/o
dr portJt, r Il'III dar P'Q 9~t .... ror t""r dr to,'''',
r 'odo <Ib,or~,do
"flUM IraMMo),

SGANARELLO

Deus louvado que ali vem


II nossll Bma Joaquina I
Guopa mulhe r! Inda bem
que eu,mos IOÓ5, PSI, menina I
rn rO\lor? Em cu n ezill,
duns palavras I

JOAQUINA

Poi~ não,
quanlns queira,

Obra protegida por direitos de autor


,60 o MEDICO Á FORÇA

SGAN AII.E LLO

, o que: ~u queril,
3ma do meu cotaçõo . .

o que era?
SGANARELLO

o que ern ? se quer


cu s~mpre Ih'o diS',. .

JO AQUINA
Diga.

~GA=--ARFLLO

É que nunca vi mulhe r


como esta ama d'uma figB I
De dOU I 'f fez-me pau: 13!
de um homem gra ve um babiio!
mclleu-me t:io fu ndo a setll
dentro n'este coração,
que só por \ler n'esse f O:> IO,
e merecer-lhe, um sorriso,
sujclIllva-me por gOstO
a quanto fosse preciso:
lavar as fraldinhos sujas,
fazer tem-tem ao crianço,

Obra protegida por direitos de autor


ACTOIV

e pintar.lhe gOrll1ujos
poro entretel·o . ,.

JOAQUINA

AI, é mans,,;
ntio necessito en tretido I
r em ~r,lçll I) senhordouwrl

SGANARE I..I.O
Acha?
JOAQUIN\

Oro .'acho !

SGAN ARELlO

Eu duvido;
dE-me uma prova d'amor

JOAQU I NA
Como?
SGANARE1.l0

Adoeça I

JOAQUINA

Credo bento I

SGAN,\RE LlO

Adoeça. 3ma~ inho, adoeça;

"

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o MEDICO Á FORÇA 2S,

de publicação, crêmos. Agora sae á luz o Me-


dico á fOl'ça, passado de prosa para verso- re-
dondilha, isto é, magnificado na metrificação
de mais e melhor sabor peninsular!
O sr. Castilho é homem a quem não p6de já
ser licito endereçar encarecimentos que se fi-
zeram banaes. S eria faltar-lhe ao respeito. O
proprio enthusiasmo ha-de ler na sua presença
a casta sobriedade que é a maior demonstração
de acatamento . Aquellas mãos, prodigas de
prodigios, segu ram o sceptro indisputado da
poesi a nacional. Di ante da verdadeira mages-
ta de não se deve perminir cousa que se con-
funda com affectação ou dema sia .
Diremos pois sincera mente, mas parcamente.
Traba lhos ha que escusam apologias: faliam
elles por si.
O sabido proverbio italiano: "-adultol'e, Ira-
ditore é sobre tudo aplicavel aos que vertem a
palavra desfigurando a idéa, - a grande maioria.
Nada com efTeito mais infiel do que uma traducçâo
absolutamente littenll. Se quereis desenganar-
-vos, compa rae um texto serv il ao origina l cor-
respondente. Desconhecereis este, repugnar-
-vos-ha aque lle, este por desfigurado, aquelle
por contrafeito. O verdadei ro traductor - e por
isso raros sam elles! e por isso necessitam gran-
dissimas faculdades! - o verdadeiro traductor
é o que primeiramente se apodera do espirita do

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'lS2 o MEDICO Á FORÇA

auctor, e depois o transvasa inteiro para o novo


mOldt:, udequando feiç.ão a feição, estileo a estileo,
genero a genero, sem todavia desOorar o idioma
para que traduz. Experimentae j vereis quanto
é ardua qualquer versão n'es tas rigorosas con·
dic~oens. O'ahi lhe vem o rncrito.
Quem não conhece as A1~/amo'1'hos~s, os
Amol'es, a L)'rica, os Fastos, as Gear'gicas,
esses portentos da arte antiga que o sr. Castilho
transp lantou do Lacio e Grecia com todos os
seus primores nativos, ás vezes accrescenta-
dos?
Quem a um tempo se não assombra e desva-
nece na con templa ção d'aqueJla musa oppu len -
ti ssima , que lucta victoriosamente com os mes-
tres de Roma, e depois de egua lar o portuguez
mais puro ao latim ma1S culto, se faz em que-
rendo francesa ou italiana, francesa como a de
Lamar tine, italiana como a de Malon i?
Nas novas tradu ~oe ns, antes recons lruçoens,
ha a mesma \'eia inexhaurive l, a mesma si ngular
propriedade, e vernaculidade egual, e elegancia
incompar:\\'el. Confundem-se no abra~o os dois
grandes poetas. E se Molil:re nacionalisado
transmite a Castilho o thesouro das suas pro-
{undas concepções, paga·o Castilho a i\1olicre
enriquecendo-lhe a fórma, a<:sim como, purifi.
cando·o dos descuidos fllhos da precipita..;ão,
que ás "ezes o desdouram, o resgata de uma

ObraIii_o=::.•. _ __
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o MEDICO Á FORÇA :IS)

das mais justas censura .. tlue lhe tem sido


feita s.
No A'fedico ti fo,.ça o trabalho é ainda mai or.
Não só passou este da prosa ao ve rso, - e a
verso de CII.'itilho! - ma~ recebeu considera ve is
modificaçoens c melhorias. Algum as scenas fo-
ram desenvolvidas e comp letadas j outras ex·
purgadas de temeridades de locução hoje in-
admissiveis. Não poucos episodios e accessorios
passaram por alteraçoens que os tornarão mais
inlelligiveis ou mais acceitaveis. A divisão dos
actos é tambem diversa j cgualmcnte se cffectllou
mudança ulil no loga r da scena , particularmente
no 4.° ado.
Não fica n'isto. O fraco de Moliere, princi-
palmente nas suas peç.as menos meditadas, era
a negligencia no conduzir a acção e a in suffi·
,. ciente preparação do desenlace. Nasciam-lhe
esles defeitos exactamente das maiores quali-
dades. Para e\le os caracteres eram ludo : d'ahi
a rara perfeição dos !oeus typos . Fabula e situa-
ç.oens manavam d'esta fonte principal, correndo
como á vontade. A sua preocupação maior con·
sistia em que nunca o personagem se desmen-
tisse. Se este methodo proporcionava notavel
desafogo e naturalidade, lambem necessaria-
mente occasionava ommissoens e irregularidades
que redundavam em con fusão, remai ando n'a-
quelles desfechos subitaneos e incompletos que

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2S.~ o MEDICO Á FORÇA

Ihc sam frequcntes. O Medico á (orça peceava


não pouco por c!>.las culpas. Ilemiu-Ih'as tam-
bem O sr. Castilho, supprindo as falhas, fa·
zendo dcsapparecer as obscuridades, e dando· lhe
um no\·o final.
O que o poeta portuguez laborou n'esta peça
é similha nte ao que o proprio Molic re fez nos
esqueletos de muitas a que deu vida nova. O
maior serviço porém que ta lvez lhe prestou foi ,
não já revestil-a, mas remoça l·a. Remoçou-a
COm efeito apropriando.a á actua lidade, naeio-
nali sando·a por forma que as suas melhores in·
tenções carnicas se avivam e tornam intelligiveis
a lodos , dcsempecenda.a em fim de quanto
n'ella andava an tiquado, já moral, já material-
mentej por outra, conservando qua nto ahi havia
do Moliere de todos os tempos, que era o optimo,
substituindo quanto sobrava do tempo de Mo-
lierc, que era o inutil, se não prejudicia l. A jovia-
lidade, a naturalidade, a verdade que essencia l·
menle caracterizam tal composição, tornam-se
por este modo como que mais palpaveis. Mal se
poderá chamar traducção ao que assim se fez
cabal metamorphose.
A distincção fundamental, que tem sido a
bem dizer o thema d'estas consideraçoens, acha·
-se aqui levada :1 pratica n'um trabalho precioso,
que rubrica um nome illustre. A au thoridadc de
tal nome e tal exemplo não estará dando normas

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de proveitosa cu ltura ? não patenteará um campo
vasto e fecundo, que s6 espera arroteadores
sollici tos?
O Medico d força, com receber esta gloriosis-
sima carta de naturalisação, subiu emcathegoria.
Ê já definitivamente comedia, comedia popular
e comedia naciona l, que sob as propriissimas
plebeidades da língua rustica , essencial e obri-
gataria na maioria dos seus personagens, contem
reunidas a lição e observação dos dois altissimos
engenhos.
Dcsappareceu na nova peça a quasi totalidade
dos incidentes licenciosos , a que no intento já
exposto, Molicre ás vezes propendia, e dos quaes
bem se podéra dizer, como nas cançoens do
nosso grande epico:

Fraquezas sam do co rpo que ê da lerra,


Mas não do pensa menlo que ê di vino I

E se no li\'ro ficou, pOStO mais atenuada,


alguma familiaridade, que o escrupu lo das pla-
téas poderia ainda e\.tranhar na scena, é justa-
mente por haver ahi, como eOectivamente ha,
envolta com liberdades que se fizeram anachro-
nicas, uma situação tam francamente comica e
r isonha, que o dcsvello respei toso do associado
de Molicrc não teve animo de amputai-a. Com-
prehendc-sc.

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256 O MEDICO Á FORÇA

O Medico ti fo r'ça foi destinado j fe 'i la ar-


li stica do exce lente Taborda. Merece este o
mimo, e merccem-n'o os que o acompa nham.
E tempo que os nossos actores d~ ve rd adeiro
merito-os que podem e sabem, semp re que
queiram, ser conscienc iosos interpre tes de obras
conscienciosas, os que sabem e devem leva n-
tar-se levantJndo o theatro,- c tempo, repe·
timos, que esses exercitem com mais frequenc ia
as suas facu ldades cm criaçoens dignas d'clles.
Ganhará n'isso o publico e a arte j ganha rão
tambem os artistas. Confiamos que Ih 'o de-
monstre a expericncia.
A quadra vae-se desenhando propicia á renas-
cença das boas lellras na scena, Cordeiro tem
um drama cm ensaios; segui r-se-ha Pinheiro
Chagas, aurora que promelte um as tro ; virá
apoL o auclor do Ma/-ia com uma es trêa que
de,'c fazer época.
Na frente d'estas enf10radas esperanças Mo-
licre re\"i\endo em Castilho!
Ammo, esforçados obreiros da resta uração!
Não podieis ler mais alto pharol para a llumia r-
·\'os, nem diante dos olhos mais larg'ls pers-
pectivas! Animo! sus tentae o edificio vaci lan te
da Thalia naciona l. Exorta-\"os lambem asombra
de Garrett, a grande sombra que ali vaguêa
ainda, saudosa de ler deixado o templo ma l lhe
abrira os a licerces!

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o MEI) I GO A FORÇA 157

A nacionalisa~ão de .\ loliére por Ca ... tilho,-


isto é, um verdadeiro acontecimento litterario,
- suggeriu c\tas apressadas e incompleta) re-
lI e'\oeos. Report am-se ella!> principalmente ii
physionomia e aos lineamentos mais gera ti do
creador da comediu moderna i querem apenas
ser uma como saudação ao hospede glorioso,
que nos entra finalme nte para casa cm toda a
sua verdadeira grandeza , e n'ella )c fi"(3 em
companhia quc ainda o realça: analy ... e propor-
cionada ao trabalho elleclUado, nem a intentam.
Não cabe ao discipulo julga r o mestre!

FU,\

'7

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I
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Vl klRA GUlMAltÃES - Marrocos e Ires meslfeS da Ordem
de Cri~IO . . _ . . .. . . . • . . .• . 3~
O h .RÓI'IIMO OE ;\l."SCt\REtlHAS - HiSlOrla de la ciud:HJ de
eeUlll rpublicada por Afonso de Dornelas) . . , ." 2o.:t1OO
BERNARDO KormlGul!:S - Anais de Arzila, lôm. I e li (publi-
cados por David Lopes) . . . . . . . . • . . . . , . . . 40#()t)
Regislos poroquiuis Ja Sé de Tânfoler (publicados por José
Maria Rodrigues ~ P~rlro de Azevedo), . . . . . . . . 2~
DocumentOS do Corpo t:hronologico relu ti vos n Mar rocos,
publicados por Anlonio BaiBo . , . . . . . . . . . • . I~

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