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Em oposição a certa proposta moderna de temporalidade teleológica, este ensaio evoca a poética de Max Martins, em uma leitura da tendência-espiral, para analisarmos os efeitos e desdobramentos de uma pers-pectiva curvilínea, recursiva,... more
Em oposição a certa proposta moderna de temporalidade teleológica, este ensaio evoca a poética de Max Martins, em uma leitura da tendência-espiral, para analisarmos os efeitos e desdobramentos de uma pers-pectiva curvilínea, recursiva, espaçante, tanto para a percepção das diferenças do moderno na poesia brasi-leira, quanto para uma teoria da poesia. Para tanto, estabelece-se um diálogo, sobretudo, com o pensamento morfológico de Goethe, com as fórmulas plásticas e patéticas de Aby Warburg e com a noção de erotismo de Georges Bataille
Com base em discussões sobre as relações variáveis entre o pensamento e a terra, alavancadas pelo conceito tardio de geofilosofia, elaborado por Gilles Deleuze e Félix Guattari, e em proposições histórico-políticas sobre a formação... more
Com base em discussões sobre as relações variáveis entre o pensamento e a terra, alavancadas pelo conceito tardio de geofilosofia, elaborado por Gilles Deleuze e Félix Guattari, e em proposições histórico-políticas sobre a formação discursiva e simbólica da região do Nordeste, objetiva-se compreender como alguns poetas contemporâneos encaram os paradigmas que outrora foram responsáveis por atribuir à produção artística de certas localidades as alcunhas de “cultura regionalista” e “tradicionalismo”. As obras de três poetas – Rodrigo Lobo Damasceno, Reuben da Rocha e Josoaldo Lima Rêgo – nortearão o presente ensaio, uma vez que, através de seus trabalhos, questões centrais sobre terra e território nos provocam a repensar a configuração do imaginário nordestino ou mesmo de um imaginário poético pouco apto, de modo geral, a acolher a mobilidade e a instabilidade dos planos e das figuras presentes nos poemas.
O discurso da crise, decorrente de transformacoes do verso e do uso da linguagem no fim do seculo XIX, tem como alicerce teorico o ensaio “Crise de vers”, publicado por Mallarme, e cujo teor programatico acaba por fundar  os paradigmas da... more
O discurso da crise, decorrente de transformacoes do verso e do uso da linguagem no fim do seculo XIX, tem como alicerce teorico o ensaio “Crise de vers”, publicado por Mallarme, e cujo teor programatico acaba por fundar  os paradigmas da modernidade artistica – e porque nao, da arte contemporânea. O objetivo do presente artigo se da no sentido de problematizar a postura critica convocada por esse cenario, e associar a inflexao do aspecto formal de cada obra, seja ela de imagem ou de palavra, como resultado da intricada e tensa relacao entre crise e critica.
O presente artigo visa estabelecer uma intersecao entre a obra Cujo , de Nuno Ramos, e a filosofia de Giorgio Agamben, tendo como eixo o pensamento da negatividade. Considerando tratar-se de obras marcadas pelo limiar do seculo XX, em que... more
O presente artigo visa estabelecer uma intersecao entre a obra Cujo , de Nuno Ramos, e a filosofia de Giorgio Agamben, tendo como eixo o pensamento da negatividade. Considerando tratar-se de obras marcadas pelo limiar do seculo XX, em que o fim da esperanca em propostas coletivistas e comunitarias deu lugar a um pensamento critico a respeito da essencia das comunidades, as obras-objeto deste artigo propoe, as suas maneiras, novas maneiras de pensar o comum.
Este artigo propoe uma leitura centrada no texto “La loi du genre”, de Jacques Derrida, a partir do qual sao tecidas conexoes e atravessamentos com os pensamentos teoricos e filosoficos de Giorgio Agamben e de Judith Butler, no que toca... more
Este artigo propoe uma leitura centrada no texto “La loi du genre”, de Jacques Derrida, a partir do qual sao tecidas conexoes e atravessamentos com os pensamentos teoricos e filosoficos de Giorgio Agamben e de Judith Butler, no que toca as nocoes de genero, exemplo e pertencimento. Trata-se de analisar o modo como o contemporâneo se coloca diante de questoes tao caras a subjetividade, no que tange tanto uma politica dos corpos quanto uma politica dos textos. Nesse sentido, buscamos ampliar a discussao com a leitura da obra Argonautas , escrita pela professora e pesquisadora Maggie Nelson, que relata o seu relacionamento com o artista queer Harry Dodge.
Partindo da antiga querela entre poesia e filosofia, presente ja nos dialogos platonicos, objetiva-se investigar a maneira como a poesia critica de Carlito Azevedo, na esteira do que Giorgio Agamben conceitua como critica, mantem-se no... more
Partindo da antiga querela entre poesia e filosofia, presente ja nos dialogos platonicos, objetiva-se investigar a maneira como a poesia critica de Carlito Azevedo, na esteira do que Giorgio Agamben conceitua como critica, mantem-se no limiar entre a mais fundamental experiencia, que e a da linguagem poetica, e a sua unica possibilidade de experimenta-la de forma nao cindida, que e criticamente.
RESUMO: Em busca de saber se o insignificante pode ou não falar, este artigo se detém na poética proferida de Stella do Patrocínio, articulando os campos da psicanálise, da teoria da literatura e da filosofia. Discute-se, para tanto, o... more
RESUMO: Em busca de saber se o insignificante pode ou não falar, este artigo se detém na poética proferida de Stella do Patrocínio, articulando os campos da psicanálise, da teoria da literatura e da filosofia. Discute-se, para tanto, o que é simbolizável no discurso delirante, e o que permanece à margem, impedido de ser interpretado totalmente. A metáfora, enquanto elaboração do Simbólico, norteia esta investigação, ao trazer para a discussão o pensamento estruturalista das figuras de linguagem, e uma orientação pós-estruturalista, que não toma a linguagem como código, mas como fluxo, a subverter a lógica da representação.
A partir de uma breve discussão a respeito da insurgência de uma perspectiva performativa em Fernando Pessoa, o presente artigo objetiva propor um estudo comparativo entre a noção de poemacto em Herberto Helder e o drama-poesia de Maria... more
A partir de uma breve discussão a respeito da insurgência de uma perspectiva performativa em Fernando Pessoa, o presente artigo objetiva propor um estudo comparativo entre a noção de poemacto em Herberto Helder e o drama-poesia de Maria Gabriela Llansol, evidenciando a que diferentes tarefas o uso poético da linguagem se vincula. Por meio das formulações desses dois escritores portugueses, discute-se também o entrelaçamento da forma-poesia com outros gêneros e outros procedimentos, evidenciando pontos de fuga para a questão da poesia no contemporâneo. 
Invertendo as figuras do mito da criação dos brasileiros pelos europeus, a escritora portuguesa Alexandra Lucas Coelho focaliza o apocalipse como tropo não só tropicalista, mas perspectivista, mudando de posição para ver as diferenças e... more
Invertendo as figuras do mito da criação dos brasileiros pelos europeus, a escritora portuguesa Alexandra Lucas Coelho focaliza o apocalipse como tropo não só tropicalista, mas perspectivista, mudando de posição para ver as diferenças e as partilhas deste espaço incomum que se abre entre os contrários na língua portuguesa. Este ensaio, em resposta à provocação de Deus-dará, revisita os lugares de nossa formação, revisando sobretudo os trânsitos que nos constituíram do ponto de vista da movência, dos jogos de linguagem e do fenômeno da simultaneidade, que tornam indecidível criação e destruição, ordem e desordem, fato e valor. O barroquismo que investe a língua portuguesa de um pendor estético, sensível na forma informe da obra de Alexandra, nas canções de Caetano Veloso e nos ensaísmo de Lévi-Strauss, provoca um deslocamento crítico nas discussões de base lusófona e lusotropicalista, reanimando o cenário reflexivo e político transatlântico com outros paradigmas sensíveis, imagéticos...
Resumo Este artigo busca ler a poética do escritor brasileiro Ismar Tirelli Neto em seus movimentos desassossegados de retorno, deambulação e desvio, que acabam por dessituar a própria noção de lugar (da memória, da poesia, das imagens) e... more
Resumo Este artigo busca ler a poética do escritor brasileiro Ismar Tirelli Neto em seus movimentos desassossegados de retorno, deambulação e desvio, que acabam por dessituar a própria noção de lugar (da memória, da poesia, das imagens) e do ter lugar da linguagem. Nesse caso, o intuito é analisar como a sua voz procura se encontrar à deriva, nos confins da linguagem, tornando-se irreconhecível em meio às incontáveis referências de cidades, bairros, cinemas, autores, muitos deles despercebidos, menores ou desaparecidos. Assim, intentamos dar a ver como certa poesia brasileira, em diálogo com toda uma tradição latino-americana ilhada, faz experiência dessa ausência de norte, mobilizando concepções fora de lugar e contribuindo sobremaneira para as relações entre literatura e política.
O presente artigo visa estabelecer contato entre a obra de Herberto Helder e a de Carlos de Oliveira, no que tange a criação de lugares e paisagens a partir de cenas de escrita. Em um primeiro momento, o artigo percebe, na obra dos dois... more
O presente artigo visa estabelecer contato entre a obra de Herberto Helder e a de Carlos de Oliveira, no que tange a criação de lugares e paisagens a partir de cenas de escrita. Em um primeiro momento, o artigo percebe, na obra dos dois escritores portugueses, uma atenção à vida subterrânea, ao devir das formas naturais. Posteriormente, nota-se de que maneira se dá o uso da visualidade – potente em movimento, em sedimentação, em povoamento e habitação da linguagem – sendo o próprio ter-lugar da linguagem posto em questão.
http://dx.doi.org/10.5007/1984-784X.2015v15n24p34Este artigo pretende estabelecer interseções entre a produção cinematográfica Ex isto, de Cao Guimarães, e a obra literária que a motiva, Catatau, de Paulo Leminski, tendo como eixo a... more
http://dx.doi.org/10.5007/1984-784X.2015v15n24p34Este artigo pretende estabelecer interseções entre a produção cinematográfica Ex isto, de Cao Guimarães, e a obra literária que a motiva, Catatau, de Paulo Leminski, tendo como eixo a discussão sobre as posições ocupadas pelo homem e pelo animal. A fim de evidenciar as implicações de uma inversão crítica propiciada pela exposição do homem, que é perscrutado, e torna-se, imagem, e do animal, que se posiciona como o detentor do olhar, recorremos ao pensamento de George Didi-Huberman, Giorgio Agamben e Michel Foucault.
O teórico francês Georges Didi-Huberman desenvolve um campo lexical que atrela a ideia de imagem à forma, à plasticidade, ao ritmo e à força de sua aparição. Todo um vocabulário morfológico é desenvolvido a partir da observação tanto de... more
O teórico francês Georges Didi-Huberman desenvolve um campo lexical que atrela a ideia de imagem à forma, à plasticidade, ao ritmo e à força de sua aparição. Todo um vocabulário morfológico é desenvolvido a partir da observação tanto de espécies animais, como as falenas, quanto do reino vegetal, e mesmo de obras artísticas teoricamente destituídas de dinamismo, como as do minimalismo. Diante da extrema variabilidade de matérias sobre as quais a teoria didi-hubermaniana se detém, o presente artigo visa investigar as condições em que a noção de forma se apresenta como operador conceitual, de modo a compreender os outros paradigmas da arte que o crítico francês elabora, apoiado em uma reformulação do conceito.  Enviado em: 18 de outubro de 2016.Aprovado em: 01 de dezembro de 2016. 
Diante da extensa discussão sobre a autobiografia e seu questionado estatuto de gênero literário, o presente artigo tem como objetivo discutir comparativamente o gesto autobiográfico e seus rastros nas obras de dois escritores, os quais,... more
Diante da extensa discussão sobre a autobiografia e seu questionado estatuto de gênero literário, o presente artigo tem como objetivo discutir comparativamente o gesto autobiográfico e seus rastros nas obras de dois escritores, os quais, a seus modos, quebram o protocolo associado às escritas do eu. Trata-se da obra A idade viril de Michel Leiris, em que escritura, confissão, memórias e sonhos se fundem, e Photomaton & Vox, reunião de ensaios, comentários, poemas e relatos do poeta português Herberto Helder.
Em oposição a certa proposta moderna de temporalidade teleológica, este ensaio evoca a poética de Max Martins, em uma leitura da tendência-espiral, para analisarmos os efeitos e desdobramentos de uma perspectiva curvilínea, recursiva,... more
Em oposição a certa proposta moderna de temporalidade teleológica, este ensaio evoca a poética de Max Martins, em uma leitura da tendência-espiral, para analisarmos os efeitos e desdobramentos de uma perspectiva curvilínea, recursiva, espaçante, tanto para a percepção das diferenças do moderno na poesia brasileira, quanto para uma teoria da poesia. Para tanto, estabelece-se um diálogo, sobretudo, com o pensamento morfológico de Goethe, com as fórmulas plásticas e patéticas de Aby Warburg e com a noção de erotismo de
Research Interests:
Considerando que a forma se torna uma questão crucial para o discurso da modernidade, a se entrelaçar com noções de ritmo, comunidade e crítica, este artigo busca analisar o projeto de desmanche da tradição e de revisão histórica que o... more
Considerando que a forma se torna uma questão crucial para o discurso da modernidade, a se entrelaçar com noções de ritmo, comunidade e crítica, este artigo busca analisar o projeto de desmanche da tradição e de revisão histórica que o poeta Edimilson de Almeida Pereira realiza ao propor a concepção de antiforma. Em diálogo com a herança afro-diaspórica, entre outras expressões poéticas modernas e arcaicas, o verso em constante interrupção do poeta acaba por incluir no discurso da crise da poesia, questões relativas à origem, à sobrevivência e à disseminação, de modo a desfazer qualquer leitura permanente e positiva de forma. Tendo isso em vista, nesse artigo são interrogadas algumas teorias do verso, como as de Mallarmé, Giorgio Agamben e Marcos Siscar, além de importantes contribuições de Jacques Derrida para o problema do estilo e para a tarefa da desconstrução, e que se mostram centrais para a aproximação de uma poética notoriamente inclinada à aprendizagem da desmontagem, ao mesmo tempo em que trabalha também pela continuidade, pelo infinito e pela justiça. Palavras-chave: forma; antiforma; poesia contemporânea; Edimilson de Almeida Pereira; poesia afro-brasileira. Form and antiform: the disassembly poetry of Edimilson de Almeida Pereira ABSTRACT. Considering that form becomes a crucial issue for the modernity discourse, attached with notions of rhythm, community and criticism, this article seeks to analyze the dismantling tradition and historical revision project that the poet Edimilson de Almeida Pereira carries out to propose his conception of antiform. In dialogue with the Afro-diaspora heritage, among other modern and archaic poetic expressions, the poet's constant interruption verse ends up including in the discourse of the poetry crisis issues related to origin, survival and dissemination, in order to undo any permanent and positive reading of the notion of form. This article questions some theories of verse, such as those of Mallarmé, Giorgio Agamben and Marcos Siscar, in addition to the important contributions of Jacques Derrida to the problem of style and to the task of deconstruction, which are central to the approximation of a poetics notoriously inclined to learning how to disassemble, while also working for continuity, infinity and justice.
Research Interests:
Essay on the appearances of world as language and as image in the work of contemporary Brazilian artist Nuno Ramos, in view of the acoustic, sculptural and combinatorial uses that the artist makes, both in his visual works as in his... more
Essay on the appearances of world as language and as image in the work of contemporary Brazilian artist Nuno Ramos, in view of the acoustic, sculptural and combinatorial uses that the artist makes, both in his visual works as in his literary works. Notions such as shape, inform, matter and Stimmung are worked critically and engender a comparative outlook of theoretical thoughts of Giorgio Agamben, Georges Didi-Huberman and Hans Ulrich Gumbrecht, that underlie this article. It is the aim of the study see how the always of the unpredictable presence of the word in the work of Ramos corresponds to changes in the actual status of genres and in the idea of an artistic vocation.
Com base em discussões sobre as relações variáveis entre o pensamento e a terra, alavancadas pelo conceito tardio de geofilosofia, elaborado por Gilles Deleuze e Félix Guattari, e em proposições histórico-políticas sobre a formação... more
Com base em discussões sobre as relações variáveis entre o pensamento e a terra, alavancadas pelo conceito tardio de geofilosofia, elaborado por Gilles Deleuze e Félix Guattari, e em proposições histórico-políticas sobre a formação discursiva e simbólica da região do Nordeste, objetiva-se compreender como alguns poetas contemporâneos encaram os paradigmas que outrora foram responsáveis por atribuir à produção artística de certas localidades as alcunhas de “cultura regionalista” e
“tradicionalismo”. As obras de três poetas – Rodrigo Lobo Damasceno, Reuben da Rocha e Josoaldo Lima Rêgo – nortearão o presente ensaio, uma vez que, através de seus trabalhos, questões centrais sobre terra e território nos provocam a repensar a configuração do imaginário nordestino ou mesmo de um imaginário poético pouco apto, de modo geral, a acolher a mobilidade e a instabilidade dos planos e das figuras
presentes nos poemas.
Este artigo se propoe a investigar a passagem do simbolo a alegoria na poesia da angolana Paula Tavares, enfatizando a assimetria, o desencontro e a perda como constitutivos de uma poetica voltada para as relacoes entre a natureza e a... more
Este artigo se propoe a investigar a passagem do simbolo a alegoria na poesia da angolana Paula Tavares, enfatizando a assimetria, o desencontro e a perda como constitutivos de uma poetica voltada para as relacoes entre a natureza e a historia. O dialogo se estabelece sobretudo com Walter Benjamin e seu trabalho sobre a alegoria barroca, e com Georges Bataille e o conceito de erotismo.
Em busca de saber se o insignificante pode ou não falar, este artigo se detém na poética proferida de Stella do Patrocínio, articulando os campos da psicanálise, da teoria da literatura e da filosofia. Discute-se, para tanto, o que é... more
Em busca de saber se o insignificante pode ou não falar, este artigo se detém na poética proferida de Stella do Patrocínio, articulando os campos da psicanálise, da teoria da literatura e da filosofia. Discute-se, para tanto, o que é simbolizável no discurso delirante, e o que permanece à margem, impedido de ser interpretado totalmente. A metáfora, enquanto elaboração do Simbólico, norteia esta investigação, ao trazer para a discussão o pensamento estruturalista das figuras de linguagem, e uma orientação pós-estruturalista, que não toma a linguagem como código, mas como fluxo, a subverter a lógica da representação.
Invertendo as figuras do mito da criação dos brasileiros pelos europeus, a escritora portuguesa Alexandra Lucas Coelho focaliza o apocalipse como tropo não só tropicalista mas também perspectivista, mudando de posição para ver as... more
Invertendo as figuras do mito da criação dos brasileiros pelos europeus, a escritora portuguesa Alexandra Lucas Coelho focaliza o apocalipse como tropo não só tropicalista mas também perspectivista, mudando de posição para ver as diferenças e as partilhas desse espaço incomum que se abre entre os contrários na língua portuguesa. Este ensaio, em resposta à provocação de Deus-dará, revisita os lugares de nossa formação, revisando, sobretudo, os trânsitos que nos constituíram do ponto de vista da movência, dos jogos de linguagem e do fenômeno da simultaneidade, que tornam indecidível criação e destruição, ordem e desordem, fato e valor. O barroquismo que investe a língua portuguesa de um pendor estético, sensível na forma informe da obra de Alexandra, nas canções de Caetano Veloso e nos ensaísmo de Lévi-Strauss, provoca um deslocamento crítico nas discussões de base lusófona e lusotropicalista, reanimando o cenário reflexivo e político transatlântico com outros paradigmas sensíveis, imagéticos e simbólicos.
Resumo: O contemporâneo pós-colônia promete cosmopolitismo e trânsito internacional, enquanto o gerenciamento da mobilidade acirra as estratégias de controle dos corpos, determinando zonas de exclusão, bordas de despertencimento e campos... more
Resumo: O contemporâneo pós-colônia promete cosmopolitismo e trânsito internacional, enquanto o gerenciamento da mobilidade acirra as estratégias de controle dos corpos, determinando zonas de exclusão, bordas de despertencimento e campos de invisibilidade. Este ensaio visa perscrutar os espaços paradoxais desse cenário, expressos em obras como Também os brancos sabem dançar, do artista angolano Kalaf Epalanga, um romance-musical marcado tanto pela alegoria da viagem do kuduro no Atlântico Negro (Paul Gilroy), quanto pelo confinamento dos corpos estigmatizados, que Achille Mbembe sinaliza em sua crítica ao liberalismo. Palavras-Chave: lugares de condenação;; pós-colônia;; descolonização;; atlântico negro;; afropolitismo.
Este artigo propõe uma leitura centrada no texto "La loi du genre", de Jacques Derrida, a partir do qual são tecidas conexões e atravessamentos com os pensamentos teóricos e filosóficos de Giorgio Agamben e de Judith Butler, no que toca... more
Este artigo propõe uma leitura centrada no texto "La loi du genre", de Jacques Derrida, a partir do qual são tecidas conexões e atravessamentos com os pensamentos teóricos e filosóficos de Giorgio Agamben e de Judith Butler, no que toca as noções de gênero, exemplo e pertencimento. Trata-se de analisar o modo como o contemporâneo se coloca diante de questões tão caras à subjetividade, no que tange tanto a uma política do corpo quanto a uma política do texto. Nesse sentido, buscamos ampliar a discussão com a leitura da obra Argonautas, escrita pela professora e pesquisadora Maggie Nelson, que relata o seu relacionamento com o artista queer Harry Dodge. P
Este artigo busca ler a poética do escritor brasileiro Ismar Tirelli Neto em seus movimentos desassossegados de retorno, deambulação e desvio, que acabam por dessituar a própria noção de lugar (da memória, da poesia, das imagens) e do ter... more
Este artigo busca ler a poética do escritor brasileiro Ismar Tirelli Neto em seus movimentos desassossegados de retorno, deambulação e desvio, que acabam por dessituar a própria noção de lugar (da memória, da poesia, das imagens) e do ter lugar da linguagem. Nesse caso, o intuito é analisar como a sua voz procura se encontrar à deriva, nos confins da linguagem, tornando-se irreconhecível em meio às incontáveis referências de cidades, bairros, cinemas, autores, muitos deles despercebidos, menores ou desaparecidos. Assim, intentamos dar a ver como certa poesia brasileira, em diálogo com toda uma tradição latino-americana ilhada, faz experiência dessa ausência de norte, mobilizando concepções fora de lugar e contribuindo sobremaneira para as relações entre literatura e política.
Resumo: A partir de uma breve discussão a respeito da insurgência de uma perspectiva performativa em Fernando Pessoa, o presente artigo objetiva propor um estudo comparativo entre a noção de poemacto em Herberto Helder e o drama-poesia de... more
Resumo: A partir de uma breve discussão a respeito da insurgência de uma perspectiva performativa em Fernando Pessoa, o presente artigo objetiva propor um estudo comparativo entre a noção de poemacto em Herberto Helder e o drama-poesia de Maria Gabriela Llansol, evidenciando a que diferentes tarefas o uso poético da linguagem se vincula. Por meio das formulações desses dois escritores portugueses, discute-se também o entrelaçamento da forma-poesia com outros gêneros e outros procedimentos, evidenciando pontos de fuga para a questão da poesia no contemporâneo.
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Resumo: A obra A máquina performática, escrita em parceria pelos especialistas em literatura latino-americana, Gonzalo Aguilar e Mario Cámara, se propõe pensar o campo literário como campo expandido, no qual está implicado o corpo, a voz,... more
Resumo: A obra A máquina performática, escrita em parceria pelos especialistas em literatura latino-americana, Gonzalo Aguilar e Mario Cámara, se propõe pensar o campo literário como campo expandido, no qual está implicado o corpo, a voz, o espaço, instâncias menores e que passam despercebidas da crítica tradicional. Para tal, os autores elaboram a noção de " máquina performática " , cuja atuação se dá em um campo experimental, transformando diferentes matérias em signos. A presente resenha aborda, então, alguns dos principais pressupostos da obra, evidenciando, ainda, o repertório crítico-teórico que a fundamenta.
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O presente artigo visa estabelecer uma interseção entre a obra Cujo, de Nuno Ramos, e a filosofia de Giorgio Agamben, tendo como eixo o pensamento da negatividade. Considerando tratar-se de obras marcadas pelo limiar do século XX, em que... more
O presente artigo visa estabelecer uma interseção entre a obra Cujo, de Nuno Ramos, e a filosofia de Giorgio Agamben, tendo como eixo o pensamento da negatividade. Considerando tratar-se de obras marcadas pelo limiar do século XX, em que o fim da esperança em propostas coletivistas e comunitárias deu lugar a um pensamento crítico a respeito da essência das comunidades, as obras objeto deste artigo propõem, às suas maneiras, novas maneiras de pensar o comum.
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O discurso da crise, decorrente de transformações do verso e do uso da linguagem no fim do século XIX, tem como alicerce teórico o ensaio " Crise de vers " , publicado à altura por Mallarmé, e cujo teor programático acaba por fundar o que... more
O discurso da crise, decorrente de transformações do verso e do uso da linguagem no fim do século XIX, tem como alicerce teórico o ensaio " Crise de vers " , publicado à altura por Mallarmé, e cujo teor programático acaba por fundar o que viriam a ser os paradigmas da modernidade artística – e porque não, da arte contemporânea. O objetivo do presente artigo se dá no sentido de problematizar a postura crítica convocada por esse cenário, e associar a inflexão do aspecto formal de cada obra, seja ela de imagem ou de palavra, como resultado da intricada e tensa relação entre crise e crítica.
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Partindo da antiga querela entre poesia e filosofia, presente já nos diálogos platônicos, objetiva-se investigar a maneira como a poesia crítica de Carlito Azevedo, na esteira do que Giorgio Agamben conceitua como crítica, mantém-se no... more
Partindo da antiga querela entre poesia e filosofia, presente já nos diálogos platônicos, objetiva-se investigar a maneira como a poesia crítica de Carlito Azevedo, na esteira do que Giorgio Agamben conceitua como crítica, mantém-se no limiar entre a mais fundamental experiência, que é a da linguagem poética, e a sua única possibilidade de experimentá-la de forma não cindida, que é criticamente.
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O presente artigo visa estabelecer contato entre a obra de Herberto Helder e a de Carlos de Oliveira, no que tange a criação de lugares e paisagens a partir de cenas de escrita. Em um primeiro momento, o artigo percebe, na obra dos dois... more
O presente artigo visa estabelecer contato entre a obra de Herberto Helder e a de Carlos de Oliveira, no que tange a criação de lugares e paisagens a partir de cenas de escrita. Em um primeiro momento, o artigo percebe, na obra dos dois escritores portugueses, uma atenção à vida subterrânea, ao devir das formas naturais. Posteriormente, nota-se de que maneira se dá o uso da visualidade – potente em movimento, em sedimentação, em povoamento e habitação da linguagem – sendo o próprio ter-lugar da linguagem posto em questão.
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O teórico francês Georges Didi-Huberman desenvolve um campo lexical que atrela a ideia de imagem à forma, à plasticidade, ao ritmo e à força de sua aparição. Todo um vocabulário morfológico é desenvolvido a partir da observação tanto de... more
O teórico francês Georges Didi-Huberman desenvolve um campo lexical que atrela a ideia de imagem à forma, à plasticidade, ao ritmo e à força de sua aparição. Todo um vocabulário morfológico é desenvolvido a partir da observação tanto de espécies animais, como as falenas, quanto do reino vegetal, e mesmo de obras artísticas teoricamente destituídas de dinamismo, como as do minimalismo. Diante da extrema variabilidade de matérias sobre as quais a teoria didi-hubermaniana se detém, o presente artigo visa investigar as condições em que a noção de forma se apresenta como operador conceitual, de modo a compreender os outros paradigmas da arte que o crítico francês elabora, apoiado em uma reformulação do conceito.
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O presente artigo objetiva estabelecer um paradigma do silêncio na obra do artista português contemporâneo Alberto Pimenta e detalhar as possibilidades elocutórias que do vazio, da interrupção e da morte podem decorrer. Para isso, são... more
O presente artigo objetiva estabelecer um paradigma do silêncio na obra do artista português contemporâneo Alberto Pimenta e detalhar as possibilidades elocutórias que do vazio, da interrupção e da morte podem decorrer. Para isso, são focalizadas experiências poéticas, ensaísticas, performances e happenings realizados ao longo dos 50 anos de carreira de um artista que surgiu a partir da Poesia Experimental e hoje permanece como uma provocação à crítica.
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Este artigo pretende estabelecer interseções entre a produção cinematográfica Ex isto, de Cao Guimarães, e a obra literária que a motiva, Catatau, de Paulo Leminski, tendo como eixo a discussão sobre as posições ocupadas pelo homem e pelo... more
Este artigo pretende estabelecer interseções entre a produção cinematográfica Ex isto, de Cao Guimarães, e a obra literária que a motiva, Catatau, de Paulo Leminski, tendo como eixo a discussão sobre as posições ocupadas pelo homem e pelo animal. A fim de evidenciar as implicações de uma inversão crítica propiciada pela exposição do homem, que é perscrutado, e torna-se, imagem, e do animal, que se posiciona como o detentor do olhar, recorremos ao pensamento de
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O presente ensaio aborda a relação que o escritor português Herberto Helder e o sul-africano J. M. Coetzee estabelecem com a linguagem, a partir de suas experiências em África. Ao comparar obras dos dois autores, objetiva-se perceber como... more
O presente ensaio aborda a relação que o escritor português Herberto Helder e o sul-africano J. M. Coetzee estabelecem com a linguagem, a partir de suas experiências em África. Ao comparar obras dos dois autores, objetiva-se perceber como as práticas e fatos decorrentes da permanência em África condicionam, no caso de Helder, seu método tradutório e, em Coetzee, o estatuto de indiscernibilidade e impropriedade que a língua assume em sua obra.
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Diante da extensa discussão sobre a autobiografia e seu questionado estatuto de gênero literário, o presente artigo tem como objetivo discutir comparativamente o gesto autobiográfico e seus rastros nas obras de dois escritores, os quais,... more
Diante da extensa discussão sobre a autobiografia e seu questionado estatuto de gênero literário, o presente artigo tem como objetivo discutir comparativamente o gesto autobiográfico e seus rastros nas obras de dois escritores, os quais, a seus modos, quebram o protocolo associado às escritas do eu. Em primeiro plano, trata-se da obra A idade viril, de Michel Leiris, em que escritura, confissão, memórias e sonhos se fundem, a qual será comparada com Photomaton & Vox, reunião de ensaios, comentários, poemas e relatos do poeta português Herberto Helder.
Research Interests:
Entrevista com o teórico Luiz Costa Lima por Carolina Anglada e Aline Magalhães Pinto