Maria Clara Monteiro

A presença das crianças nas redes sociotécnicas, particularmente o YouTube, permite problematizarmos a complexa relação entre infância e mídia, mais especificamente, entre as crianças e a internet. O acesso delas a meios de produção de conteúdo audiovisual digital e sua possível disseminação em uma amplitude sem precedentes alteram práticas já existentes não só nas relações sociais, mas naquelas de outra natureza, como a mercadológica. Nesse sentido, narrativas pessoais ou fictícias que povoam o universo dos vídeos infantis on-line afetam e são afetadas pelas dinâmicas de publicização de produtos e serviços.

No contexto de popularização da Internet, temos a produção de conteúdo como prática amplamente difundida através de aparelhos como smartphones. Pessoas se especializam em determinado assunto, produzindo posts, vídeos com o intuito de monetizar o conteúdo. É dentro dessa lógica que temos os YouTubers como profissionais da plataforma, reconhecidos pelos seus inscritos e contratados por marcas para divulgar produtos. Com isso, surge a publicidade de experiência, na qual, ela se mescla ao entretenimento e se torna difícil diferenciá-los. Por isto, este artigo tomou como base um recorte de pesquisa doutoral e discutiu formas de identificação desse discurso publicitário. Concluímos que a publicidade de experiência apresenta características que po-dem ajudar na percepção do incentivo à compra, porém ela levanta a questão da transparência que precisa ser trabalhada em outras pesquisas. Palavras-chave: Publicidade de experiência. YouTube. Literacia publicitária.

O consumo de vídeos do YouTube vem se popularizando com as crianças, que desde cedo podem ter acesso à Internet através de smartphones, tablets, smartTVs e computadores. Assim, os conteúdos publicados e compartilhados se tornam parte do repertório midiático consumido pelas crianças, o que também inclui formas de aprendizagem sobre a sociedade, como comportamentos e marcadores de gênero. Este artigo propõe analisar qualitativamente como meninos e meninas entre nove e 11 anos constroem seus marcadores de gênero com base no consumo midiático do YouTube. Percebemos que elas consomem conteúdos de acordo com suas noções de feminino e masculino e o YouTube é uma representação social das normatizações impostas por essa dicotomia de dois tipos de gênero.

O YouTube é uma das plataformas de vídeos mais populares do mundo e conta com
inúmeros criadores de conteúdo, os YouTubers. A audiência de milhões de inscritos torna esses YouTubers visados pelas marcas que os contratam para mostrarem seus produtos nos vídeos, mesclando entretenimento com promoção de produtos. O objetivo deste artigo é problematizar o incentivo ao consumismo pelos YouTubers, através da análise do canal Luccas Neto voltado para o público infantil. Percebemos o quanto os produtos fazem parte do canal para ter mais visualizações. Elencamos os tipos de vídeos que contém comunicação mercadológica e concluímos que o YouTuber, além de ser um comunicador para o entretenimento, é um porta-voz das marcas no ambiente digital.

This article presents the Brazilian results of The World Hobbit Project. Two dimensions are investigated: the quantitative data related to the 12 closed questions in the global questionnaire, along with a discussion about one of the open questions, which highlights the explanations Brazilians give in defining the film genres that are linked or not linked to the trilogy. The aim is to emphasize the characteristics of Brazilian data revealed by the closed questions, and then to address some of these aspects using a qualitative approach, based on the chosen open question. It is expected that these data will reveal the main evidence of Brazilian peculiarities in relation to the trilogy, along with audience perception of the films. The analytical approach was determined in accordance with nationality as opposed to language or country of residence, that is, answers analyzed were those from questionnaires where the respondent indicated they were Brazilian. This scenario highlights possible Brazilian elements in term of the films' reception and, based on this discussion, investigates how the trilogy was perceived by Brazilians.

Resumo: Neste artigo são apresentados resultados parciais da primeira exploração etnográfica realizada no município de Tavares/ RS, em outubro de 2016. A intenção foi conhecer as práticas relativas ao consumo midiático e uso de plataformas digitais por jovens de 18 a 24 anos, moradores das zonas urbana, rural e litorânea do município. Como procedimentos metodológicos, valemo-nos de dados históricos, geográficos e socioeconômicos; observação e descrição dos ambientes de vivência dos jovens; entrevistas abertas com eles e com outros informantes. Entre as principais informações sobre as práticas juvenis, até o momento, verificamos o uso intensivo de tecnologias digitais que se configuram como elementos-chave no estabelecimento dos relacionamentos entre os jovens, no âmbito do lazer e do trabalho, em todos os cenários observados, configurando novos sentidos ao " ser jovem " no contemporâneo. Abstract: This article presents the partial results of the first ethnographic exploration carried out in the city of Tavares, located in the state of Rio Grande do Sul, in October 2016. The intention was to apprehend the practices related to media consumption and the usage of digital platforms by young people, aged around 18-24 years, who live in urban, rural and in coastal areas of Tavares. As methodological procedures, we adopted historical, geographic and socioeconomic data; observation and description of youth living environments; open interviews with young people and with other informants. As a result of this first exploration, we observed the intensive use of digital technologies that are configured as key elements in the establishment of relationships among young people, in the scope of leisure and work, and present in all the scenarios observed, giving new meanings for "became young" on the contemporary world.

Com a popularização da Internet, temos a produção e o consumo de conteúdo ampliados por meio do uso de smartphones. Temos pessoas produzindo vídeos com o intuito de monetizar o conteúdo. Nessa lógica, temos os YouTubers, reconhecidos pelo público e contratados por marcas para divulgar produtos. Através de uma pesquisa com crianças consumidoras de vídeos no YouTube, percebemos uma nova forma de publicidade feita pelos YouTubers, a qual chamamos de publicidade de experiência. É uma forma de experimentarem produtos pela tela, aprendendo como usá-lo. Essa é a principal discussão do livro “Criança e consumo digital: a publicidade de experiência na era dos YouTubers”. Esperamos que esta obra levante a discussão com alunos, professores e pais sobre esse novo cenário publicitário e suas implicações sociais. Formatos: ebook e impresso. 301 páginas.
Palavras-chave: Publicidade de experiência; YouTube; Infância; Entretenimento; Produção de conteúdo.