Anos 70

O escapismo é uma condição presente na vida do ser humano, das muitas formas de fugir e transcender, a arte é uma delas e este sentimento foi materializado na obra da banda de rock progressivo Terreno Baldio; especificamente em seu primeiro álbum. Para assimilar como se manifestou tal afeto, a pesquisa é dividida em três partes: Primeiro é apresentada a banda Terreno Baldio, há uma breve biografia com depoimentos dos integrantes remanescentes. Neste primeiro capítulo, dois subcapítulos são dedicados aos álbuns da banda, onde há comentários sobre seus conceitos e canções. Na segunda parte do trabalho, é feita uma revisão sobre os conceitos de contracultura e spleen. A fim de contextualizar o período histórico que o Terreno Baldio estava inserido, é abordada a história do rock progressivo na Europa e no Brasil. Na terceira e última parte da dissertação é analisado o primeiro álbum do Terreno Baldio de 1976. Apoiados nos conceitos apresentados anteriormente, os recursos analíticos elencados para esse processo foram a analise musical e a análise do discurso de linha francesa. Ao analisar as canções do primeiro álbum de forma idiossincrática, vemos uma banda que seguiu os passos das bandas progressivas europeias. Virtuosismo instrumental e lirismo textual em um álbum conceitual, que carregam ineditismo e originalidade ao ambientalizar os conceitos apresentados a realidade brasileira da década de 1970.

A partir de 1960, las sociedades latinoamericanas ingresaron en un proceso caracterizado por profundas convulsiones sociales y políticas. Las experiencias populistas y reformistas, vinculadas al modelo fordista de acumulación del capital y que habían surgido como un intento de integrar a amplios sectores sociales  a un proyecto redistributivo más amplio, terminaron por exhibir sus limitaciones. Como respuesta aparecieron propuestas políticas y económicas “modernizadoras” que, bajo el discurso de revertir el atraso de las sociedades latinoamericanas, pretendieron reconfigurar su desarrollo a partir de impulsar medidas de corte neoliberal. Para tal fin, estas propuestas “desarrollistas” consideraban necesario liberar de las “trabas” impuestas a la economía por los regímenes populistas y propiciaban el ingreso de capitales extranjeros, principalmente norteamericanos. Sin embargo, los intentos llevados adelante por el presidente Kubitzchek de Brasil, Frondizi de Argentina o Alessandri de Chile entre otros, no resolvieron el estancamiento de la economía de sus países pero sí aumentaron la inestabilidad económica y generaron agudas tensiones sociales.

O seguinte texto procura examinar, de modo contextualizado, as experimentais propostas audiovisuais dos fotógrafos Claudia Andujar e George Love produzidas nos anos 1970. Utilizaremos como estudo de caso, o audiovisual “O homem da Hiléia” apresentado na exposição Image du Brésil na cidade de Bruxelas entre 02 e 25 de novembro de 1973. Image du Brésil foi uma exposição, de caráter altamente panorâmico, organizada por Pietro Maria Bardi e sua equipe do Museu de Arte de São Paulo e integrou a ambiciosa feira de importações Brasil Export 73. A partir da análise de documentos do arquivo do museu e do catálogo da mostra, apresentaremos como a produção artística brasileira foi usada pelos militares para se propagar internacionalmente a ideia do Brasil como um país rico, cordial, miscigenado pacificamente, democrático e candidato a grande potência mundial. Nesse discurso historicista, destacaremos o modo como o indígena do Brasil foi representado, começando pelo período da invasão portuguesa até os anos da ditadura militar, finalizando com os audiovisuais de Claudia Andujar e George Love, apresentados por Bardi como grandes espetáculos.

Estudo de um periódico brasileiro dos anos 70, censurado pela ditadura militar, que procura traçar o projeto cultural da publicação através da análise de dados e textos, bem como da época de sua circulação. Sua importância tanto se relaciona à reunião de nomes notáveis da crítica latino-americana entre colaboradores e organizadores como ao fato de trazer um quadro bastante expressivo de sua época. Em outubro de 2014 completa quarenta anos do fim deste periódico que não só registrou em suas páginas um cenário da vida cultural dos anos 70 brasileira, com cenas importantes sobre a América hispânica, como também definiu e demarcou discursos constituidores da história literária do continente. Abstract: Study of a Brazilian journal published in the 70s and censored by the military dictatorship. I seek to trace the publication cultural project through the analysis of its related context, data and texts. The journal's importance is due to the presence of many notable Latin American literary critics among its publishers and collaborators and to the fact that it depicts a very expressive frame from this historical period. October 2014 marks the 40 years anniversary of its end. The journal recorded on its pages the scenario of the Brazilian and the Hispano-American cultural life in the 70s as well as it had a role in defining constitutional discourses that constitute part of the literature history of the continent.

Há vinte anos, conceitos como pós-modernidade ou globalização ainda não freqüentavam os discursos críticos brasileiros, mas os sintomas da consolidação de uma sociedade de massas e de consumo e, especialmente, dos meios de comunicação, não se faziam esperar. Anos de perplexidade e medo, os 70 registraram, através de suas revistas, as incertezas diante de um quadro cultural, social, político e econômico em grande mutação, especialmente se considerarmos as contradições que tais mudanças produzem em países como os nossos, países subdesenvolvidos, para usar um termo em desuso.

O artigo analisa a produção poética de Roberta Camila Salgado, que, entre 1964-1965, compôs os poemobjetos que viriam a integrar a instalação ambiental Tropicália, de Hélio Oiticica, exibida em 1967 na célebre exposição "Nova Objetividade Brasileira". Relacionando a escrita poética com materiais como cerâmicas de telhado, blocos de tijolo, isopor e placas de madeira, a poeta torna tais materiais industrializados intrínsecos ao poema. O poemobjeto apresenta-se como uma conexão direta com o ambiente circundante; a poesia transforma-se em matéria aparentemente sem centralidade na atenção do leitor-participante, que passa a experienciá-lo como descoberta inesperada. Em suma, o presente artigo pretende examinar como a materialidade dos poemobjetos de Roberta Camila Salgado se situa dentro da esfera de produção poética brasileira.

A ambientação em uma Copacabana do final da década de 70 faz o pano de fundo para este história em que se mesclam paixões, indecisões, solidariedade. São personagens tirados de meu cotidiano enquanto morador naquele bairro, vistos, tanto na praia, dos botequins, assim como da janela de meu apartamento, que ficava no segundo andar da esquina com as ruas Sá Ferreira e Raul Ponpeia.  O posto 6 era um bairro boêmio, em relação à marginalidade da adjacência. Aquela era uma praia que interessava somente pra jogar frescobol ou pegar jacaré. As juventudes curtiam mesmo era o Arpoador ou o Pier pra curtir e pegar onda. Os rapazes, no Arpoador, paqueravam as cocotas e curtiam hard rock e Gal Costa. As mocinhas ficavam na dúvida entre  Baby Consuelo, com sua tanga e pelos pelo corpo, no posto 9  e cantoras adocicadas, tipo, Karen (dos Carpenters). À noite, era de lei, sair pra beber, fumar, cheirar, enfim, ficar doidão. Era uma Copacabana cheia de cheiros, desejos, que se mesclavam a um grande afluxo migratório de nordestinos. Como o boom da construção civil naquele bairro já havia passado, com todas as áreas tomadas por prédios, vinham para trabalhar enquanto domésticas, motoristas, faxineiras, porteiros. Claro que a maioria ou retornava ou ficava perambulando pelas ruas, esmolando embriagados para se alojarem do frio. É neste cenário que desponta a imagem de Paula, personagem central do enredo.