Mídias

Em 2020, o Papa Francisco posiciona-se a favor da união estável entre os homossexuais trazendo à tona, novamente, o necessário debate entre as comunidades religiosas mundiais. Este artigo apresenta posições para uma reflexão contemporânea entre as vozes da igreja católica, assim como de participantes da comunidade gay acerca do tema e de novas interpretações possíveis para a escritura sagrada dos católicos, uma vez que, para o Papa, parece não haver contradição entre o que fala o Livro, a prática social e as proibições dessa escolha no âmbito da instituição.

Organizadoras: Beatriz Braga Bezerra e Dorama de Miranda Carvalho.

Autores: Andreza Regina Lopes da Silva, Beatriz Braga Bezerra, Danilo Costa Scatigno, Dayse Maciel de Araujo, Dorama de Miranda Carvalho, Geraldino Ramos Correia, Katia Martins Valente, Leonardo Mozdzenski, Ligia Silva Leite, Lucas Nascimento, Margareth Braz Ramos, Maria Fernanda Andrade da Silva e Maria Joana Casagrande Soares-Correia.

Editora: Pimenta Cutural (2018)

ISBN: 
978-85-66832-81-5 (eBook) 
978-85-66832-82-2 (brochura) 

DOI: 10.31560/pimentacultural/2018.815

O livro “Comunicação: Mídias, temporalidade e processos sociais” é uma obra multidisciplinar que reúnes estudos científicos de pesquisadores de diversas partes do país sob o fio condutor da mídia e de suas relações na sociedade. Ao todo dezessete capítulos emprestam seu brilho a esta obra que tem tudo para ser referência nos estudos da mídia. Este primeiro volume aborda de forma categorizada os trabalhos conforme suas afinidades temáticas.

Como é de se esperar pela temática, o livro apresenta uma predominância de capítulos que dialogam de modo mais explícito com o jornalismo e suas práticas assim temos a abordagem do jornalismo em plataformas digitais, jornalismo de revista e sites de notícias. A publicidade é também uma área central na obra e aqui temos estudos que abrangem comportamento do consumidor, campanha publicitária e publicidade comportamental.

Num eixo tangente às mídias o livro dialoga bem com áreas importantes das ciências humanas e sociais, como as interfaces tecnológicas nos estudos de games, seja nas transformações comunicacionais contemporâneas, seja enquanto jogos digitais acionados por smartphones ou na trilha sonora dos games. Também merece destaque o debate sobre o desejo social do consumo, a análise do discurso presidencial sob o espectro do negacionismo, bem como outros estudos que perpassam por campos complexos e múltiplos como direitos humanos, educação, filosofia e cultura.

O objetivo central do livro é demonstrar como é amplamente possível a partir de um tema interdisciplinar reunir pesquisadores dos mais diversos matizes capazes de produzir sentidos que dialogam entre si e que ampliar o alcance de um debate tão caro ao nosso tempo como a temporalidade e os processos sociais que emergem das mídias e que foram catapultados ao plano máximo com o advento da pandemia do Coronavírus.

A humanidade nunca esteve tão conectada e a sociedade em rede nunca foi tão real. O ciberespaço se maqueia de simulacro e realidade conforme a nuance que lhe é dada pelo fluxo cibercultural do conteúdo compartilhado. As relações econômicas, políticas e sociais se imbricaram de tal forma que é impossível dizer quanto um conteúdo é comercial, de entretenimento, de engajamento ou instrucional. Não sabemos a medida potencial dos meios que nos cercam.

Deste modo a obra Comunicação: Mídias, temporalidade e processos sociais apresenta uma teoria bem fundamentada nos resultados práticos obtidos pelos diversos pesquisadores que arduamente desenvolveram seus trabalhos que aqui serão apresentados de maneira concisa e didática. Esperamos que nestes tempos sombrios onde a intolerância e a polarização insistem em minar o senso crítico, que esta obra possa servir de luz para pavimentar o sólido conhecimento acerca das mídias que aqui se constrói e se consolida.

Produção coletiva do GP Comunicação, Mídias e
Liberdade de Expressão da Sociedade Brasileira de Estudos
Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM), este
livro nasce do empenho, por parte de pesquisadoras e
pesquisadores brasileiros, em refletir sobre os desafios da
liberdade de expressão no século XXI, tarefa que se revela
cada vez mais urgente diante da escalada autoritária que
ameaça nossa fragilizada democracia, bem como a tantas
democracias liberais ao redor do globo.

O livro “Comunicação: Mídias, temporalidade e processos sociais 2” é uma obra multidisciplinar que reúnes estudos científicos de pesquisadores de diversas partes do país e do exterior sob o eixo problematizador da mídia e de suas relações na sociedade. Ao todo dezessete capítulos estão reunidos neste segundo volume que consolida norteamentos presentes na primeira obra e ainda avança sobre temáticas novas que apontam para interdisciplinaridades ainda não exploradas.

A obra começa com um bloco de capítulos que dialogam diretamente com o fazer jornalístico como no caso do estudo sobre o gênero opinativo em revistas da área de saúde e também na fotografia jornalística como ferramenta para alunos ou mesmo no estudo sobre dispositivos móveis e construção da notícia. Percebemos neste primeiro bloco que embora o eixo norteador seja a visão jornalística, existe forte articulação com outras áreas como educação, política e cultura.

No segundo bloco de capítulos as pesquisas se abrem para outros campos da comunicação mantendo o perfil multidisciplinar da obra como pode ser visto nos estudos “Apontamentos sobre biopoder, biopolítica e biopotência na comunicação comunitária no ciberespaço”; “Ciberdemocracia e fake news: reflexões sobre o período eleitoral de 2018” e “O agro em tempos de pandemia: economia e saúde na textualização do político pela mídia”. Tais estudos se dão no campo comunicacional, mas é inegável a habilidade dos pesquisadores em dialogar com outras ciências produzindo estudos complexos e multifacetados.

No último bloco de textos aparecem aquelas pesquisas que dialogam de forma mais transversal e autônoma com as mídias, problematizando a partir de seus conhecimentos aspectos que perpassam pela relação com os meios. É possível nestes textos identificar abordagens a partir da sociologia, política, psicologia e filosofia. Tais abordagens não estão estanques, mas sim em movimento e influenciando na conceituação de fenômenos comunicacionais.

O objetivo central deste livro em seu segundo volume é ampliar ainda mais o diálogo multidisciplinar, o que pode ser verificado pela formação dos pesquisadores que perpassam por diversos campos do saber acadêmico e emprestam seus olhares a esta obra coletiva, escrita a muitas mãos, corações e mentes. A atualidade das discussões aponta para o momento em que vivemos que produz a inquietação do porvir e aguça o senso investigativo em busca de respostas que por sua dinâmica espiral produzem mais perguntas.

A imersão cibernética ocorreu de forma abrupta para muitos produzindo uma overdose de informações. Muitos estão cansados de lives, reuniões e eventos virtuais e do trabalho home-office, mas no novo normal estes processos sociais vieram para ficar. As plataformas digitais e o universo midiático que entraram definitivamente na vida das pessoas com o advento da pandemia da Covid-19, parece já causar menos estranhamento e começa a ser mais desvelado tanto pelos estudiosos quanto pelos usuários.

Desejamos que Comunicação: Mídias, temporalidade e processos sociais 2 seja motivadora para seus objetivos em busca fontes para pesquisas futuras ou boa leitura e entretenimento. Afinal nestes tempos de pós-verdade e fake news, o que importa é a informação confiável e bem fundamentada.

O Brasil está regido por um governo marcado por uma tendência totalitária historicamente arquitetada desde o integralismo, com encaminhamento que pode ser entendido como neonazifacista, calcado na intolerância. Na saga Harry Potter (HP), as marcas da política vilanesca de Voldemort refletem e refratam as do atual governo brasileiro. O objetivo deste artigo é pensar sobre as simetrias entre vida e arte, semiotizadas por Voldemort e Bolsonaro, além de verificar como essa correlação se tornou debate na comunidade de fãs de HP, com relação à associação da obra à política. O método adotado é o dialético-dialógico bakhtiniano. As concepções mobilizadas são: diálogo, enunciado, vozes sociais, reflexo e refração, forças centrípetas e centrífugas, arte e vida. Algumas respostas dos fãs de HP a um manifesto de repúdio à candidatura de Bolsonaro à presidência da República em 2018, postado no maior portal da comunidade no Brasil, o Potterish, em cotejo com declarações do Presidente, compõem esta reflexão, dada a repercussão do evento à época. Os resultados confirmam o pressuposto de que a arte é semeada e nutre a vida, ao menos, é o que ocorre entre Voldemort e Bolsonaro, conforme o próprio manifesto do Potterish.

Abstract: Brazil is ruled by a government marked by a totalitarian tendency historically architected since integralism, with a direction that can be understood as neo-nazifascism, based on intolerance. In the Harry Potter (HP) saga, marks of Voldemort's villainous politics reflect and refract the current Brazilian government. The purpose of this article is to reflect on the symmetries between life and art, semiotized by Voldemort and Bolsonaro, as well as to verify how this correlation became possible for the debate in the community of HP fans, concerning the association of the work with politics. The method adopted is the Bakhtinian dialectical-dialogic. The conceptions mobilized are dialogue, utterance, social voices, reflection and refraction, centripetal and centrifugal forces, art, and life. Some responses from HP fans to a manifesto of repudiation of Bolsonaro's candidacy for the presidency of the Republic in 2018, posted on the largest community portal in Brazil, Potterish, in comparison with statements by the President, composes this reflection, given the event's repercussion at the time. The results confirm the assumption that art is sown and nourishes life, at least, that is what happens between Voldemort and Bolsonaro, according to Potterish's manifest.

Este trabalho aborda o processo de expansão e popularização do movimento denominado alt-right (direita alternativa) nos países ocidentais, e especificamente no Canadá, a partir de uma análise de conteúdo de publicações realizadas na cobertura jornalística da revista canadense, Vice, realizada diante de dois grupos correlacionados àquele movimento, Incel e Soldiers of Odin. A investigação busca compreender como é realizado o processo de construção narrativa, intermediação e midiatização do alt-right, utilizando como fundamentação teórica um rol de investigações transdisciplinares, entre a Sociologia, a Antropologia e os Estudos Das Mídias. Para debater as estruturas correlacionadas a tais movimentos, resgatamos as investigações antropológicas de Victor Turner e Hakim Bey, sobre coletivos e/ou arranjos sociais não institucionalizados e temporários que vêm se manifestando em diferentes espaços e tempos históricos; discute-se os arquétipos de grupos com dinâmicas similares e um conjunto de referências que ilustram o nascimento de arranjos sociais que propõem a mudança de paradigmas. São pontuadas também as justificações morais para as práticas dos grupos investigados, os valores e as estruturas com os quais eles se indispõem, utilizando como base teórica os processos de disputa e luta pelo reconhecimento, sob o ponto de vista de Axel Honneth, trabalhos de Luc Boltanski e de diversos autores da Escola Crítica de Frankfurt, já que parte das disputas analisadas se dão no campo simbólico e, especificamente, midiático. Por outro lado, são utilizadas as pesquisas realizadas por uma dezena de especialistas voltados a investigar as práticas extremistas, os modos de pensar e a ancoragem moral para a ação dos grupos alt-right, e especula-se como se dá o processo de diálogo entre esses agentes e as estruturas às quais estão submetidos, sejam elas representadas pelo horizonte normativo, pelas instituições estatais, pelos meios produtivos hegemônicos, seja por todo o aparato simbólico a eles atrelados. Em suma, essa investigação aponta o alt-right e suas ramificações como elementos parte dos processos de resistência, disputa valorativa, diálogo, codificação e incorporação estrutural de sujeitos que compartilham de um sentimento comum de deslocamento social diante do próprio desenvolvimento produtivo hegemônico neoliberal, do reordenamento dos agentes na ocupação das esferas de poder, como das conquistas de algumas minorias sociais específicas no campo dos direitos civis e do bem-estar social, no mundo contemporâneo.

A mídia tem um poder simbólico na sociedade que por vezes influencia modos de agir e pensar com base nos seus discursos. É ela quem decide qual assunto e qual recorte será adotado para sua publicação. Com as pautas ambientais não é diferente, até hoje o meio ambiente continua sendo reduzido a fauna e flora, deixando de lado a pluralidade e a relação intrínseca com a economia e a sociedade. O jornalismo ambiental tornou-se uma especialização que permitiu a conectividade entre comunidade e especialistas, legitimando as fontes dos discursos. Podemos citar como exemplo de legitimação de saberes, o programa de Geoparks da UNESCO que certifica e reconhece territórios que possuem um relevante patrimônio geológico, mas que atrelado a isso incentivem e reconheçam a identidade local, realizando ações em que as comunidades locais sejam fortalecidas, beneficiadas e ativas no processo de gestão do geoparque. Na região Sul do Ceará encontra-se o primeiro Geopark das Américas e Caribe e até hoje o único do Brasil. O Geopark Araripe foi fundado em 2006 e revalidado com nota máxima três vezes consecutivas. Está presente em seis municípios com nove geossítios de interesse geológico, histórico, cultural e ambiental e concentra suas atividades nos setores de geoconservação, geoturismo e geoeducação. Partindo do pressuposto da relevância do território, vê-se a necessidade de analisar a sua presença nos veículos de comunicação, e principalmente nos veículos locais. Por isso, o presente trabalho buscou avaliar como a mídia local aborda o tema Geopark Araripe. Realizamos uma análise dos discursos jornalísticos sobre o Geopark Araripe através dos veículos de comunicação locais da região do Cariri: o Jornal do Cariri, Site Miséria e a TV Verde Vale, com um recorte temporal nos anos 2016 e 2019, utilizando como metodologia quali-quantitativa algumas bases da análise do discurso e os conceitos do jornalismo ambiental. Concluiu-se que embora os discursos dos veículos sejam voltados para os geossítios, comunidade e educação, as fontes das matérias são exclusivamente de caráter oficial, sem a representação da sociedade, ONGs, ou órgãos ambientais. Mesmo sendo veículos de formatos distintos, as formas de apresentação do território são basicamente iguais, sem profundidade no assunto, e com preferência pelo factual.

RESUMO • Este artigo descreve a formação de uma escuta local que emergiu no Rio de Janeiro nos anos 1990 entre participantes da música indie a partir do fazer musical, que englobava a produção e a circulação de mídias através das quais o indie adquiriu sentido social. Podemos chamar de sociabilidade da circulação o modo pelo qual formas materiais específicas, como revistas e fitas cassete, impactam os tipos de prática social que tanto facilitam a troca de materiais musicais quanto emergem dessa troca. O artigo liga as mídias da música à interação social e, através dela, à formação de uma escuta local. Argumenta-se que o som em si participa da formação de sociabilidades e de abordagens às mídias e, portanto, tem um papel na construção do significado e do valor da música ao longo do tempo. • PALAVRAS-CHAVE • Escuta; sociabilidade; mídia; circulação; indie. • ABSTRACT • This article describes the formation of a local listening in Rio de Janeiro in the 1990s through the musicking of indie participants. This musicking included the search for and production of media through which indie circulated and gained social sensibility. I call the sociality of circulation the mode by which specific material forms, like magazines and cassette tapes, impact the types of social practice which facilitate the exchange of musical materials as well as emerge from this exchange. The article links musical media to social interaction and through this, to the formation of a local listening. It argues that sound itself participates in the formation of sociality and approaches to media, and as such, plays a role in the creation of musical meaning and value over time. •

O e-book “Comunicação: Meios e Mídias no Contexto da Pós-Verdade” reúne não apenas as possibilidades que o campo da Comunicação enseja, mas também os desafios que se erigem na/da sociedade contemporânea, marcada pelo crescente processo de midiatização e conflitos simbólicos presentes nas redes sociais, numa época em que a pós-verdade assume lugar de destaque. A pós-verdade constitui-se como um neologismo cada vez mais usado na compreensão de fenômenos relacionados à percepção de mundo e às novas circularidades de informações/opiniões. Em 2016, o Dicionário Oxford elegeu o termo pós-verdade, ou post-truth, como a palavra do ano em língua inglesa. Segundo o dicionário, a expressão indica que a opinião pessoal ou pública é mais suscetível às emoções e crenças preestabelecidas do que aos fatos objetivos. Os textos apresentados nesta coletânea foram produzidos por pesquisadores brasileiros, chilenos, colombianos e espanhóis em resposta às demandas da comunidade científica. Trata-se de uma obra transdisciplinar que versa sobre comunicação, jornalismo ético, democracia, produção radiofônica, clusters, educação ambiental, cultura, consumo, políticas da vida, controle social, comercial, estratégias de marca, direito a comunicação, liberdade de imprensa, packaging, posicionamento de marca, práticas de consumo noticioso, métodos qualitativos, política feminista nas redes sociais, street papers, educação inclusiva, cidadania, comunicação ambiental, ressignificação, fake news, semiótica e teoria dos atos de fala.

A ideia da coletânea é simples: propor análises e fomentar discussões sobre a comunicação a partir de diferentes pontos de vista: político, educacional, filosófico e literário. Como toda obra coletiva, também esta precisa ser lida tendo-se em consideração a diversidade e a riqueza específica de cada contribuição.Por fim, sabemos o quão importante é a divulgação científica, por isso evidenciamos também a estrutura da Atena Editora, capaz de oferecer uma plataforma consolidada e confiável para que estes pesquisadores exponham e divulguem seus resultados.

Prof. Dr. Edwaldo Costa

O presente texto, formatando-se em um ensaio teórico, tem como objetivo a problematização dos espaços de construção dos saberes e conhecimentos hegemônicos no qual a população negra está  inserida. Considerando que, para a população negra, existe uma assimetria histórica para os seus saberes e espaços de significação, muitos deles definidos pela grande mídia, de modo que é preciso  se pensar em outras possibilidades epistemológicas e pedagógicas para promover tal mudança. Trazemos como pontos centrais nas discussões: espaços de criação de saberes; hegemonias contra  os espaços negros; o efeito da democracia racial na articulação de espaços; mídia e estereótipos  sobre a população negra; “consciência negra” e espaços de ressignificação; projetos de inserção a população negra. Para tais reflexões partimos dos conceitos de espaço (SODRÉ, 2012), afrocentricidade (ASANTE, 2016), denegrir (NOGUERA, 2011) e pretagogia (PETIT, 2015), bem como, dialogando com projetos como o Instituto dos Pretos Novos e o Circuito Cinegrada do Coletivo CRUA, os quais auxiliaram a refletir e infletir em possibilidades pedagógicas para os currículos e cotidianos escolares.
Palavras-chave: Ressignificação; Espaço; Mídias; Educação.

Organizadoras: Alessandra Alcântara e Brenda Guedes.

Para diversos autores, o ato de brincar e tudo que ele encerra são comumente associados à infância, enquanto fase específica do desenvolvimento humano. Possibilita um contato com o imaginário,
porém é uma das primeiras formas de mediação do ser humano com a realidade social.

Editora: Pimenta Cutural (2014)

ISBN: 
978-85-66832-10-5 (PDF)
978-85-66832-11-2 (ePub)

Escritos Mestrandos é uma compilação de ensaios, artigos acadêmicos e a dissertação de mestrado de Luiz Guilherme Leite Amaral.

Trata de assuntos como Comunicação Religiosa, Religião Comparada, Ecologia da Comunicação e pensamento religioso.

É destinado a professores e estudantes de graduação em Comunicação, Sociologia, Filosofia, Antropologia e demais áreas afins.

Organizadoras: Beatriz Braga Bezerra e Dorama de Miranda Carvalho. Autores: Andreza Regina Lopes da Silva, Beatriz Braga Bezerra, Danilo Costa Scatigno, Dayse Maciel de Araujo, Dorama de Miranda Carvalho, Geraldino Ramos Correia, Katia Martins Valente, Leonardo Mozdzenski, Ligia Silva Leite, Lucas Nascimento, Margareth Braz Ramos, Maria Fernanda Andrade da Silva e Maria Joana Casagrande Soares-Correia. Editora: Pimenta Cutural (2018) ISBN:  978-85-66832-81-5 (eBook)  978-85-66832-82-2 (brochura)  DOI: 10.31560/pimentacultural/2018.815

Objetiva-se, neste ensaio, refletir, teórica e analiticamente, sobre alguns pronunciamentos do presidente da República, Jair Bolsonaro, em cotejo com três charges, entendidas como enunciados-respostas, como explici-tação de uma necropolítica no período de pandemia causada pela COVID-19, tendo em vista a relevância social das ações de políticas públicas e sa-nitárias decorrentes de tais atos de linguagem. A fundamentação teórica se calca na noção de necropoder, de Mbembe; e de enunciado, ato, ideolo-gia e responsividade, de Bakhtin e o Círculo. A metodologia interpretativa dialético-dialógica, marcada pelo cotejo, compõe a pesquisa qualitativa empreendida. Os critérios de seleção do corpus foram: temático, temporal, quantitativo e genérico. A justificativa desta reflexão se pauta na relevân-cia social da temática, que leva a pensar as práticas sociopolíticas brasilei-ras, marcadas na e pela linguagem. Os resultados demonstram o quanto os atos de dizer semiotizam atos de fazer e o quanto o menosprezo e a falta de política pública inclusiva do chefe de Estado reverberam a voz de de-terminado grupo e ratificam, com sua necropolítica eugênica, a desigual-dade social, em especial, em um momento extremo, como o vivido.

RESUMO: O presente trabalho aborda o centenário da cantora Carmem Costa e o contexto midiático do auge de sua carreira. Conhecido como "Era do Rádio" (anos 1940-1950), trata-se de um período em que os artistas negros tinham menor espaço e visibilidade nas mídias, ainda que os que lograssem sucesso fossem intérpretes e autores de muitas canções célebres e pertencentes à memória da cultura musical brasileira. Nesse sentido, propomos uma avaliação de cunho memorialista por uma perspectiva sociocultural e midiática. Recorremos a arquivos audiovisuais (discos, programas de rádio gravados, filmes etc), materiais de imprensa da época, dicionários musicais e uma bibliografia especializada que engloba história, comunicação e sociologia. Notadamente, reconhecemos Carmem Costa como um patrimônio musical do Brasil, infelizmente muitas vezes eclipsada por cantores de maior fama. Palavras-chave: música popular brasileira; carmen costa; era do rádio; movimento negro. 1 INTRODUÇÃO Por felicíssima coincidência, o 9º Encontro Musicom e os autores deste trabalho tomaram a iniciativa de homenagear a cantora Carmen Costa, por ocasião de seu centenário. Carmen, pseudônimo de Carmelita Madriaga, foi um dos nomes de destaque naquilo que a literatura convencionou chamar de Era do Rádio, no Brasil, abrangendo sobretudo os anos de 1940 e 1950. Conforme nos ensina o historiador Marcos Napolitano em suas muitas pesquisas voltadas para a música nacional, o período em questão marca a consolidação da indústria cultural no Brasil, via rádio e mercado fonográfico. Ao mesmo tempo, as políticas populistas e nacionalistas de Getúlio Vargas apelavam para um neonacionalismo, no qual o samba foi elevado à categoria de expressão cultural máxima das musicalidades nacionais. 1 Artigo apresentado no GT 01-Memória e história midiática da música do IX Musicom.

Resumo Este artigo propõe uma reflexão, fundamentado nos estudos baktinianos de linguagem, acerca do discurso eugenista como estratégia que compõe o projeto de Governo Bolsonarista. O objetivo é pensar sobre como o signo ideológico transita na vida por esferas distintas (no caso, a política e a midiática). A justificativa se volta à relevância social de se pensar, a partir de enunciados de gêneros variados, em movimento nas mídias, acerca da eugenia, elemento histórico, mobilizado como arma política pelo neonazifascismo que ecoa, ressoa e reverbera no Brasil contemporâneo pela valoração axiológica da "superioridade" e da "pureza", aliado ao conservadorismo e ao falso-moralismo cristão no discurso bolsonarista. Os resultados revelam o avanço de valores intolerantes e de ódio que apontam para um retrocesso nacionalista ufanista que pode culminar num regime totalitário genocida (um holocausto à brasileira) no país.
Palavras-chave: Estudos Bakhtinianos. Dialogia. Eugenia. Bolsonarismo.

Abstract This article proposes a reflection, based on Baktinian language studies, about the eugenic discourse as a strategy that composes the Bolsonarist Government project. The objective is to think about how the ideological sign moves through different spheres of life (in this case, politics and the media)...

Na busca por compreender a si e aos outros a partir de ângulos de visões, de lentes, de métodos, o homem vai enquadrando-se e classificando mundos. Em sua eterna busca, significativa ou não, se depara com naturezas que exigem dele um retorno, uma resposta. O entendimento destas naturezas perpassa tanto pela concepção dos
dispositivos de comunicação e cultura, como, pelo alcance dos repertórios enquanto percepção de quem olha. Sendo assim, o campo da mediação cultural deve se colocar como um campo de estudo de mídias tão diversificada quanto plural, estendendo seus limites transversalmente às fronteiras transdisciplinares em uma abordagem dialógica tanto no sentido bakhtiniano quanto no sentido buberiano do termo.

Cet article souligne et commente les facteurs explicatifs de l'élection de Fernando Henrique Cardoso à la tête de l'Etat brésilien en 1994, et commente les résultats du scrutin.
Este texto destaca os fatores que explicam a eleição de Fernando Henrique Cardoso à presidência da República federativa do Brasil em 1994, e comenta os resultados das urnas.

O presente artigo visa examinar o tratamento dispensado pelos meios de
comunicação às mulheres vitimadas pelo crime, que constitui a expressão máxima da violência de gênero: o feminicídio. O tema se  justifica pelo fato de a violência contra a mulher ser pauta diária dos meios de comunicação, de modo que se faz importante analisar se a mídia contribui para a manutenção da mentalidade patriarcal e de menosprezo à condição de mulher. Como objetivos, busca, também, conceituar e apresentar o tema do feminicídio e suas discussões doutrinárias, além de verificar o comportamento da criminologia midiática frente ao tipo penal estudado. A metodologia empregada é feita por revisão bibliográfica, bem como é realizada pesquisa empírica com análise de notícias veiculadas nos sites Ibahia, Correio 24h, Bocão News e A Tarde. Evidencia, deste modo, que a visibilidade da violência contra a mulher, da forma como ocorre nos portais do Estado da Bahia visitados, acaba por reforçar a cultura machista e se afasta do ideal de justiça de nossa sociedade, não contribuindo para uma ruptura do paradigma androcêntrico.

Este trabalho tem o objetivo de analisar a relacao entre tempo e memoria com base na ubiquidade e na instantaneidade proprias aos processos comunicacionais distribuidos em rede sociais on-line . Partimos dos rastros digitais deixados pelas acoes humana e nao humana na producao e compartilhamento de conteudos nesses ambientes digitais. Investigamos como esses ambientes se configuram como “lugares de memoria” em razao dos agenciamentos hibridos presentes na logica de armazenamento de informacoes em bancos de dados. Para isso, analisamos as especificidades das redes virtuais, questionando como elas modificam a nossa maneira de apreender o tempo e a memoria, tendo em vista a dimensao efemera e fluida desses espacos de compartilhamento.

O artigo discute a presenca dos meios de comunicacao, em especial o jornalismo nos dois momentos do conceito de Esfera Publica em Habermas (2003b e 2003a). Em um primeiro momento sao organizadas as ideias em torno da “refeudalizacao” da Esfera Publica com a ascendencia dos conglomerados de midia no Seculo XVIII e a decadencia das discussoes publicas com a insercao de interesses privados na formacao da opiniao publica. Ja com bases no segundo momento, o autor reorganiza o conceito com a insercao de concepcoes em torno do mundo da vida versus mundo sistemico e a presenca da sociedade civil organizada. O objetivo e promover uma reflexao sobre um dos principais termos utilizados para relacionar o jornalismo como instituicao e suas implicacoes na formacao da opiniao publica.

This essay aims to reflect, theoretical and analytically, about some of the Brazilian President Jair Bolsonaro’s statements, collating it with three cartoons, understood as response-enunciation, to explain the government’s necropolitics in the pandemic state caused by COVID-19, due to the social relevance of sanitary and public policy actions that come from such acts of speech. Achille Mbembe’s notion of necropower and Mikhail Bakhtin and Bakhtin Circle’s notions of enunciation, act, ideology and responsivity compose this work’s theoretical basis. The dialogic-dialectic interpretative methodology, defined by the collating of data, composes this qualitative research. The corpus was selected by theme, time-lapse, quantitative and gender methods. This reflection is justified by the social importance of the theme, on the matter of thinking sociopolitical practices in Brazil, marked in and by the language. The results show how the acts of speech semiotize the acts of doing and how much t...

Devido ao avanço tecnológico, as mídias são frequentemente acessadas por públicos diversos promovendo maior alcance das mensagens que são veiculadas por essas fontes. Em vista disso, o presente trabalho propõe analisar uma campanha publicitária de cerveja específica e provocar a reflexão sobre como são compreendidas e apresentadas as mulheres participantes no período de veiculação da campanha. Para a realização deste trabalho de cunho qualitativo, foram escolhidos panfletos da campanha publicitária Invenções, produzida pela marca Skol de cerveja, em que mulheres fossem protagonistas nas cenas. Demais panfletos protagonizados por outros personagens não foram selecionados devido à intencionalidade da pesquisa em evidenciar a natureza das mensagens publicitárias, as quais priorizaram um tipo específico de feminilidade. Desse modo, foram selecionados quatro panfletos publicitários que serviram de ilustração para melhor apresentar, descrever e discutir acerca da temática. Como referencial teórico, pautamo-nos na discussão acerca da Sociedade do Espetáculo, discutida por Guy Debord (1991) e em trabalhos recentes que discutem mulher e publicidade. A partir das análises, pudemos confirmar que o produto alcóolico foi por muito tempo estritamente pensado para o público masculino na medida em que suas campanhas tinham um teor apelativo sobre a imagem da mulher, principalmente, quando supervalorizados os corpos femininos com determinado padrão estético, além de ser, frequentemente, submetido à lógica comercial em que mulheres eram compreendidas como um produto a ser comercializado e consumido, assim como a cerveja. Do mais, nota-se que a atribuição de felicidade ao produto esteve assimilada à sensualidade do corpo feminino, demarcando uma satisfação muito próxima ao prazer sexual. Contrária à ideia presente na sedução do consumidor, faz-se importante destacar a mudança ocorrida nas campanhas publicitárias com o advento de movimentos sociais femininos que forçaram um novo posicionamento da publicidade quando se trata da representação da mulher na veiculação de qualquer produto. Por fim, trazemos a importância dos ambientes formais de educação em discutir crítica e reflexivamente as mensagens que são veiculadas pelas mídias.

Palavras-chave: Mídias. Consumo. Mulher.

ABSTRACT
Due to technological advances, media is frequently accessed by a number of audiences, promoting a wider range of messages that are conveyed by those sources. In this view, the present paper suggests a review of a particular beer advertising campaign and encourages critical thinking on how the women participating in the campaign's broadcast period are seen and exposed. For this qualitative work, pamphlets were chosen from the advertising campaign Invenções, produced by the Skol Company, a brand of beer, in which women were the stars at the scenes. Different pamphlets starring other characters were not chosen due to the research aiming at highlighting the nature of advertising messages, which prioritized a specific type of femininity. In this way, four advertising pamphlets were chosen to better illustrate, present, describe, and discuss the issue. As a theoretical framework we are guided by the discussion about the Sociedade do Espetáculo, discussed by Guy Debord (1991), as well as recent studies that discuss women and advertising. Based on the reviews, we were able to validate that the brewing product has been strictly designed for the male audience, in as much as campaigns have an appealing content regarding women’s image, especially when female bodies with a certain aesthetic pattern were overvalued, in addition to being often subjected to the commercial logic in which women were understood and perceived as a product to be sold and consumed, similarly to beer. Furthermore, it should be noted that the feeling of happiness at the product has been related to the sensuality of the female body, involving a satisfaction fairly close to sexual pleasure. Contrary to the present idea of consumer seduction, it is important to highlight the change that occurred in advertising campaigns with the advent of female social movements that forced a new positioning from advertising regarding the representation of women for the broadcasting of any product. Finally, we bring to light the importance of formal education environments to critical thinking discussions of the messages that are conveyed by the media

Keywords: Media. Consumption. Women.

O presente artigo tem como objetivo analisar aspectos do filme Romance, dirigido por Guel Arraes, investigando no longa-metragem a presença de elementos de produção de sentido como a metalinguagem, a opção pelo cômico e como este se configura, bem como os traços de filiação pós-moderna presentes no texto fílmico, examinando ainda seus processos dialógicos. Buscamos observar também as relações estabelecidas entre mídias e o entrecruzar de linguagens artísticas propostos pela obra. Paralelamente a isso, procuramos abordar o contexto social e comunicacional de produção e as peculiaridades autorais que o diretor expressa nas representações do real.

Pretende-se fomentar discussões em torno das questões: Que relações podemos traçar e tensionar entre Direitos Humanos, mídias, tecnologias e informação? E como elas podem ser usadas para garantir Direitos Humanos e Cultura da Paz? Em relatório (2011) sobre promoção e proteção do direito à liberdade de opinião e expressão, a Organização das Nações Unidas declarou que acessar à internet é um direito humano fundamental, por considerá-la espaço crucial de inclusão econômica e social. Todavia, em quase todo o mundo, a rede encontra-se sob ataques que visam mudar o modo como ela funciona, reduzindo sua interatividade, ampliando o poder de filtragem de mensagens em seus fluxos, implantando censura (tanto estatal quanto corporativa), elevando os custos de seu uso livre e destruindo as defesas contra a manipulação comercial de dados pessoais, entre outras ações. Gestores públicos de países mais pobres e em crise são pressionados a reduzirem investimentos em infraestruturas informacionais próprias, em favor de soluções prontas e aparentemente gratuitas-que permitem o rastreamento de dados de cidadãos para controle político e criação de perfis de consumo-reforçando a assimetria de poder entre o Sul e o Norte Global. Conjunto de acordos que refletem a vulnerabilidade especial dos países do Sul frente à expansão do capitalismo de vigilância. Desta forma, também convidamos trabalhos que conversem sobre os seguintes temas: A mídia e suas relações com política, democracia e os Direitos Humanos/Cultura da Paz. A mídia e a criminalização dos movimentos sociais. As redes sociais na internet como mecanismos de visibilidade dos movimentos sociais. Transparência e tradução de dados governamentais. Impactos do uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e da manipulação de dados pessoais para fins políticos. Políticas públicas de inclusão digital dedicadas à formação de cidadãos como usuários/ consumidores. Cibercultura e Dromocracia.

Resumo: As mídias sociais, da maneira como são utilizadas hoje em dia, interferem no modo como as pessoas interagem entre si e, também, na forma como consomem. Este ensaio tem como objetivo analisar a forma como esta segmentação social acontece e, também, quais as consequências para as estratégias de " branding " que se utilizam das mídias sociais como ferramentas de comunicação com o mercado. Palavras Chave: Internet, mídias sociais, segmentação, não linearidade da comunicação, Teoria da Compreensão, comportamento digital e consumo. Social media and its social and marketing consequences. Abstract: Social media, as it is used today, interferes on how people interact with one another and how they consume. This essay aims to analyze how this social segmentation happens and also what are the consequences for the branding strategies that use social media as tools of communication with the market. Theory of Understanding, digital behavior and consumption.

Este artigo apresenta o desenvolvimento do conceito de inovação, apontando as formas mais comuns de como a
escola tradicionalmente vem encarando o processo educativo moderno, ao mesmo tempo em que subestima a sua própria
responsabilidade sobre o insucesso de seus alunos. Acompanharemos um pouco do desenvolvimento dos sistemas de ensino,
para compreender como surgiram as ideologias mais contempladas, espelhando assim nossa maneira muito peculiar de conceber
o desenvolvimento educacional e suas mazelas, abrindo a possibilidade de sugerir a inclusão de novas maneiras de
educar e melhorar a educação a partir do uso das mídias.