Alcaloidesemetilxantinas 20190519115357
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Alcaloidesemetilxantinas 20190519115357
Curso de Farmácia
Disciplina de Farmacognosia
ALCALOIDES E METILXANTINAS
Belo Horizonte
2019
Alcaloides - Conceito
Atropa belladonna
beladona Strychnos toxifera Cloridrato de tubocurarina
Alcaloides – Características gerais
Substâncias “básicas” (exceto amidas, piridínicos e sais quaternários)
de origem natural e distribuição limitada (metabólitos secundários)
Estrutura complexa
vincristina
Possuem atividade farmacológica marcante
colchicina
Alcaloides – Distribuição
Estoque: frequentemente órgão diferente do sintetizador
Ex.: nicotina: síntese raízes e estoque folhas de tabaco.
H
HO
N
quinina
morfina nicotina N
ornitina triptofano
Alcaloides – Classificação
PROTOALCALOIDES
R = H fenilalanina
efedrina R = OH tirosina
colchicine
Alcaloides – Classificação
PSEUDOALCALOIDES
coniina α-solasonina
acetato +
Transaminação
malonato
26-hidroxicolesterol Transaminação
Outra classificação química
ALCALÓIDES
Pirrolidínicos
Pirrolizidínicos
Ornitina
Tropânicos
Piperidínico
Indolizidínico
Lisina
Quinolizidínico
Alcaloides – Biossíntese
Aminoácidos precursores de alcaloides (verdadeiros e protoalcalóides)
Isoquinolínicos
Benzilisoquinolínicos
Fenilalanina/Tirosina
Feniletilamina
Indólicos
Quinolínicos
Triptofano
Alcaloides – Biossíntese
Outros aminoácidos precursores de alcaloides
Quinolínicos
Imidazólico
-Hormônios reguladores de
crescimento: inibidores de germinação
(poder quelante e citotóxico)
Opticamente ativos
Fase orgânica
Fase aquosa alcalina (alcaloides bases)
(Impurezas + alcaloides
quaternários)
Evaporação
Reações de
Precipitação
1. Dragendorff
2. Bouchardat
3. Mayer
1
2 3
Alcaloides – Detecção e caracterização
Reação de Murexida
sal
vermelho
Reação de Marquis
complexo de
coloração
púrpura
Alcaloides – Detecção e caracterização
• Cromatografia em camada delgada (CCD)
Adsorventes:
Sílica-gel , óxido de alumínio, terra de diatomáceas e celulose
Uso preconizado nas farmacopeias
Adição de base (amônia ou dietilamina)
Rf= 0
.. ..
R3N R3N
+
R3NH
+
R3NH
Alcaloides – Atividades biológicas
INIBIDORES DA ACETILCOLINESTERASE
Datura stramonium
Atropina (hiosciamina)
Escopolamina
Atropa belladona
Alcaloides – Atividades biológicas
ANALGÉSICOS / ANESTÉSICOS
cocaína
codeína
morfina
Papaver somniferum
Alcaloides – Atividades biológicas
ANTIMALÁRICOS
quinina
Cinchona officinalis
mefloquina cloroquina
Alcaloides – Atividades biológicas
ANTITUMORAIS
N
N OH OAc
H H
H3CO2C OH
N H CO2CH3
MeO
R
R = CH3 - vimblastina
R = CHO - vincristina Catharanthus roseus
Alcaloides – Atividades biológicas
ANTIDEPRESSIVOS
Secale cornutum
Claviceps purpurea
ergotamina ergometrina
Cereal parasitado
Alcaloides – Atividades biológicas
BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES
Chonodendrum tomentosum
Tubocurarina
ISOQUINOLÍNICOS E BENZILISOQUINOLÍNICOS
Morfina
Papaver somniferum - Papaveraceae
Cultivada na Mesopotâmia desde 3400 anos a.C
Ópio: exsudato mole, com cerca de 30% de água, obtido da incisão de cápsulas de frutos imaturos da
papoula, contendo grande número de alcaloides
(morfina, codeína, papaverina, etc.)
Alcaloides do Ópio
O ópio farmacêutico não deve ter um teor em água superior a 10 %, devendo possuir 10,0 % de morfina e
2,0% de codeína
ISOQUINOLÍNICOS E BENZILISOQUINOLÍNICOS
Morfina
Sertüner (1805)
Morfina
Efeitos farmacológicos: analgesia,
euforia e sedação, supressão da tosse,
constrição pupilar, depressão
respiratória e redução da motilidade
gastrointestinal (constipação);
PRODUZ DEPENDÊNCIA E
TOLERÂNCIA;
Sulfato de
morfina
Cloridrato de
hidromorfona
Codeína (Metilmorfina)
Constituinte do ópio (0,8-2,5%);
Menos potente que a morfina como
hipnoanalgésica e sedativa;
Precisa ser desmetilada in vivo
Codeína
Codaten® (Diclofenaco sódico e codeína)
Essa associação possui efeito analgésico e anti-inflamatório.
Galantamina
Isolada primeiramente das flores de Galanthus spp.
Amaryllidaceae
Snowdrop
galantamina
Galantamina
Inibidor competitivo e reversível da
acetilcolinesterase
Hidrobrometo de galantamina
Síntese total em 1994
PROTOALCALOIDES
Efedrina
Mercado farmacêutico
Sulfato de efedrina 15 mg:
broncodilatador (asma brônquica)
ATENÇÃO:
Hepatoprotetor
Drogas vegetais – Peumus boldus
Identificação
Plectranthus barbatus
Falso boldo
A – epiderme superior E - epiderme e hipoderme e tecido paliçádico de duas
B – tricoma bifurcado na parte superior da folha camadas
C – epiderme inferior com aberturas de fenda anomocítica F – tricomas tectores estelares e células secretoras (oleíferas)
D – tricoma tector estelar G – cristais de oxalato de cálcio acúleos
H – células e fibras helênicas no mesófilo
Peumus boldus – Boldo do Chile
Identificação
Autenticação por CCD
Folhas pulverizadas
em etanol
◦ Eluente: tolueno:EtOAc:dietilamina
evaporação (7:2:1)
◦ Reveladores:
Solução de vanilina 1% A – luz UV 365
(p/v) em HCl B – Dragendorff
Ribose-5´-
fosfato
Papel fisiológico
Nos vegetais estão envolvidas no metabolismo do
nitrogênio e do carbono:
Reações de transmetilação-desmetilação
Exceto a cafeína
por ser trimetilada
não forma enóis
(lactima).
Tem caráter básico.
CARÁTER BÁSICO DAS METILXANTINAS
3
1
2
4
Ressonância
SOLUBILIDADE DAS METILXANTINAS
Solúveis em:
Água
Soluções aquosas ácidas
Etanol a quente
Solventes clorados
Soluções alcalinas
Hidróxido de amônio – preferível
Os outros hidróxidos decompõem as metilxantinas
liberando gás carbônico e amoníaco.
MÉTODOS DE EXTRAÇÃO
As metilxantinas são bases muito fracas, seus sais dissociam-se
facilmente em água, por isso podem ser extraídas:
Pelos métodos
clássicos de
extração de alcaloides
(marchas químicas)
Sublimação e fluido
supercrítico
Droga vegetal
Condições de temperatura e pressão
acima do ponto crítico. Ex CO2
Extração com solvente orgânico em meio alcalino
Material vegetal
Metilxantina (sal)
seco, moído
R-NH3+ + base fraca
(NH4OH, NaCO3) R-NH2
ELL solvente orgânico
(CHCl3, éter, tolueno)
R-NH2
Droga esgotada Extrato orgânico Metilxantina (base livre)
Material vegetal
Metilxantina (base livre)
seco, moído
R-NH2 + ác diluído (HCl, H3PO4, ác acético)
ou alcóolica acificada R-NH3+
Filtração
Extrato aquoso
Droga esgotada
acidificado
Metilxantina (sal) R-NH3+
+ base fraca
(NH4OH, NaCO3)
Precipitam com:
Dragendorff Iodo/iodeto em
Iodo bismutato de meio ácido
potássio (KI +
subnitrato de Bi) Bouchardat/Wagner
Taninos
CARACTERIZAÇÃO
Reação de Murexida
Baseia-se numa cisão oxidativa da xantina em aloxano e ácido dialúrico e posterior
formação de um complexo amoniacal, purpurato de amônio, de cor violácea.
O O
R3
R1 O R1
R1 HO
N N N
N [O]
+ H
N aquecimento N
N N O O
O HNO 3 O O
ou H 2 O 2 R2 R2
R2 ou HB r
xantina aloxano ác. dialúrico
Cisão Oxidativa
Caracterização
Reação de Murexida
Condensação Aloxantina + NH4OH
O O
R1 HO R1
N N
N O O N O
O O O
R 1 R2 HO R 2 R1
aloxantina N
N N
Reação de condensação purpurato de amônio
N O O N O
O +
R2 R2 NH 4
Atividades farmacológicas
Amplo espectro de atividades
SNC
sistema cardiovascular
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
ADENOSINA CAFEÍNA
SNC Sedação SNC Estimulação
↓ liberação de ↑ liberação de
Sináptico Sináptico
catecolaminas catecolaminas
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Agonista do
receptor rianodina
para cálcio.
Musculatura Lisa
Relaxamento da musculatura brônquica (beta 2)
Vias biliares
Uretéres TEOFILINA
FARMACOLOGIA
Musculatura estriada
CAFEÍNA
Estimulam a contração
Reduzem a sensação de fadiga
Cardiovascular
Ação inotrópica positiva (força de contração) TEOFILINA
Filtração glomerular
TEOBROMINA
Mercado farmacêutico
Cafeína:
Sua associação com AAS e Paracetamol destinada ao alívio de dores de cabeça tem sido
documentada em diversos ensaios clínicos
antigripais
enxaqueca (associações)
analgésicos (associações)
Mercado farmacêutico
Teofilina
Importância secundária
Asma (broncodilatador);
Bronquite
Enfisema
Apnéia primária
(relaxamento da musculatura bronquica + supressão do espasmo
brônquico)
Toxicidade
Cafeína
Teofilina
Distúrbios do sono
Taquicardia
Náuseas
Deve ser usado com precaução em pacientes com
úlcera péptica, distúrbios convulsivos e arritmias
cardíacas
Drogas Vegetais Clássicas
Cacau (Theobroma cacao L.) Erva-mate (Ilex paraguariensis) Chá-da-índia (Camellia sinensis)
Drogas vegetais clássicas
Cacau
Nome científico:
Theobroma cacao L.
Família botânica:
Sterculiaceae
Farmacógeno:
Sementes.
Dados botânicos: É uma árvore
originária da América Tropical e cultivada
no sudeste asiático, África e América do
Sul (Brasil e Equador). Os frutos são
caracterizados por estarem inseridos
diretamente no tronco e ramos, e por
serem indeiscentes e volumosos.
Drogas vegetais clássicas
Cacau
Constituição Química:
Possui triglicérides e ácidos graxos
(50%), compostos polifenólicos, taninos
condensados (5 a 10%) que oxidam no
processo de fermentação da droga
conferindo-lhe coloração característica; 1 a
3% de metilxantinas (após torrefação –
0,3% de cafeína e 1,5% de teobromina);
As sementes fermentadas e torradas são
utilizadas para a extração da manteiga de
cacau e de teobromina para a indústria
do chocolate;
A manteiga de cacau tem ampla utilização
na indústria cosmética.
Drogas vegetais clássicas
Guaraná
Nome científico:
Paulinia cupana Kunth.
Família botânica:
Sapindaceae
Farmacógeno:
Guaraná
Cafeína (0,7-2,3%)
Teobromina (0,3%)
Traços de teofilina
Saponinas triterpênicas
Compostos fenólicos
Drogas vegetais clássicas
Café
Nome científico:
Coffea arabica L. e Coffea canephora Pierre ex A.
Froehner.
Família botânica:
Rubiaceae
Farmacógeno:
Sementes
Dados botânicos: Pequena árvore nativa das
zonas montanhosas do sudoeste da Etiópia e
Sul do Sudão, disseminou-se nas regiões
islâmicas e Europa, posteriormente chegou ao
Brasil que já foi o maior produtor mundial de
café.
Drogas vegetais clássicas
Café