Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                
Skip to main content
Resumen La pandemia del nuevo coronavirus puso al mundo en una pausa forzada en 2020. Mientras muchos gestores y empresarios pensaban en cómo “volver a la normalidad” en el menor tiempo posible, algunos militantes e intelectuales... more
Resumen La pandemia del nuevo coronavirus puso al mundo en una pausa forzada en 2020. Mientras muchos gestores y empresarios pensaban en cómo “volver a la normalidad” en el menor tiempo posible, algunos militantes e intelectuales consideraron que era una oportunidad para que la humanidad repensase sus caminos – en cuestiones como el trabajo, el rol del Estado y la relación con el medio ambiente. Una cuestión relevante, que atraviesa a las otras, es la de la democracia, debilitada en las últimas décadas por la retracción de la capacidad reguladora del Estado y por el avance de la irracionalidad en el debate público. Ante el negacionismo interesado de gobernantes como Donald Trump o Jair Bolsonaro, muchas voces progresistas terminaron por adherir a la defensa de una “obediencia a la ciencia” que no se somete a ningún control democrático. Y, dado el apego oportunista de la extrema derecha a las libertades individuales, traducidas en la libertad de no cumplir con los protocolos básicos de salud, soluciones autoritarias parecieron seductoras. Sin embargo, más que una condena a la democracia, la situación expone los límites de un orden político que reivindica los valores democráticos para, en un mismo movimiento, vaciarlos de sentido. Abstract The new coronavirus pandemic put the globe on a forced pause in 2020. While many government officials and businessmen were thinking about how to “get back to normal” in the shortest possible time, some activists and intellectuals thought it was an opportunity for humanity to rethink their ways – on issues such as labor, the role of the State and the relationship with the environment. A relevant issue, which crosses the others, is that of democracy, weakened in recent decades by the retraction of the regulatory capacity of the State and the advance of irrationality in the public debate. In the face of interested denialism from leaders like Donald Trump or Jair Bolsonaro, many progressive voices ended up embracing the defense of an “obedience to science” that does not submit to any democratic control. And, given the extreme right's occasional attachment to individual freedoms, translated into the freedom to refuse basic health protocols, authoritarian solutions seemed seductive. More than a condemnation of democracy, however, the situation exposes the limits of a political order that claims democratic values only in order to empty them of meaning.
O primeiro objetivo deste estudo consiste em examinar, de uma perspectiva crítica, os fundamentos conceituais das teorias da transição e da consolidação com as quais tem se buscado explicar os processos de mudança de regime político na... more
O primeiro objetivo deste estudo consiste em examinar, de uma perspectiva crítica, os fundamentos conceituais das teorias da transição e da consolidação com as quais tem se buscado explicar os processos de mudança de regime político na América Latina nestes últimos lustros. O segundo objetivo é o de efetuar, a partir de tal exame, uma análise das democracias “realmente existentes” no continente, concentrando a atenção no caso argentino. Assim são revisadas, em primeiro lugar, as categorias e os conceitos centrais das correntes teóricas hegemônicas e, principalmente, os modos de apreender e definir o fenômeno democrático com que trabalham, buscando observar os problemas que tais modos trazem atrelados e as dificuldades que surgem quando se utilizam tais categorias – ainda hoje predominantes na ciência política – para o estudo da situação em que se encontram as democracias contemporâneas do continente. Posteriormente, em prol do segundo objetivo são observados e estudados, partindo do caso argentino, os desafios que lançam a opinião pública, os novos movimentos sociais e o eleitorado às democracias representativas na América Latina, assim como os questionamentos que, destes três ângulos, se formulam ao funcionamento das suas instituições. Mediante o exame de pesquisas de opinião, a elucidação do papel que desempenham os movimentos de desempregados na cena pública e a análise das modalidades “contestatárias” ou “disruptivas” de comportamento eleitoral verificadas nas eleições levadas a cabo nos últimos anos na Argentina, pretende-se deixar em evidência o forte descontentamento que existe com as instituições democrático-representativas no país e, ao mesmo tempo, o importante grau de adesão que continua concitando a democracia como projeto, como ideário ou aspiração a uma vida melhor
What has been the reaction of Latin American Political Science, and especially of Brazilian Political Science, to the processes of institutional ruptures of a new type suffered by several countries in the region in the last decade? Or,... more
What has been the reaction of Latin American Political Science, and especially of Brazilian Political Science, to the processes of institutional ruptures of a new type suffered by several countries in the region in the last decade? Or, more concretely: how has the discipline been positioning itself against what happened in Honduras in 2009, in Paraguay in 2012, and in Brazil in 2016? What is the centrality of this theme in the research agenda of the political scientists of our countries? We seek to answer these questions by analyzing the texts published in the main journals of the area, as well as examining the articles presented at the Congresses of the Brazilian Association of Political Science (ABCP) and the Congresses of the Latin American Association of Political Science (ALACIP), looking for selected terms that are related to the theme. We start from the assumption that, faced with a new phenomenon that calls into question the survival of Latin American democracies, Political Science, always concerned precisely with the democratic question, should give the subject the prominence it deserves, thus putting it at the top of their academic and political concerns. The article confirms the hypothesis that the theme is almost absent in the production of Latin American political science.
Busca-se investigar qual é o lugar que ocupa a “corrupção” como objeto de investigação na Ciência Política brasileira e até que ponto esta consegue se distanciar do discurso predominante na sociedade a respeito do assunto. Para tanto... more
Busca-se investigar qual é o lugar que ocupa a “corrupção” como objeto de investigação na Ciência Política brasileira e até que ponto esta consegue se distanciar do discurso predominante na sociedade a respeito do assunto. Para tanto realiza-se uma análise quantitativa e qualitativa do material publicado entre 1990 e 2019 em 12 das revistas mais importantes da área. A seleção é feita a partir da busca de termos-chave e da leitura desses termos no seu contexto; e os artigos recuperados são classificados em função da maior ou menor centralidade do assunto e do enfoque nestes adotado. Constata-se um claro predomínio do enfoque “convencional”, o que reflete uma disciplina mais predisposta a replicar a retórica anticorrupção hegemônica do que a questionar a funcionalidade dessa retórica para com o processo de criminalização da política e de ataque aos governos populares.
Resumen La pandemia del nuevo coronavirus puso al mundo en una pausa forzada en 2020. Mientras muchos gestores y empresarios pensaban en cómo “volver a la normalidad” en el menor tiempo posible, algunos militantes e intelectuales... more
Resumen La pandemia del nuevo coronavirus puso al mundo en una pausa forzada en 2020. Mientras muchos gestores y empresarios pensaban en cómo “volver a la normalidad” en el menor tiempo posible, algunos militantes e intelectuales consideraron que era una oportunidad para que la humanidad repensase sus caminos – en cuestiones como el trabajo, el rol del Estado y la relación con el medio ambiente. Una cuestión relevante, que atraviesa a las otras, es la de la democracia, debilitada en las últimas décadas por la retracción de la capacidad reguladora del Estado y por el avance de la irracionalidad en el debate público. Ante el negacionismo interesado de gobernantes como Donald Trump o Jair Bolsonaro, muchas voces progresistas terminaron por adherir a la defensa de una “obediencia a la ciencia” que no se somete a ningún control democrático. Y, dado el apego oportunista de la extrema derecha a las libertades individuales, traducidas en la libertad de no cumplir con los protocolos básicos de salud, soluciones autoritarias parecieron seductoras. Sin embargo, más que una condena a la democracia, la situación expone los límites de un orden político que reivindica los valores democráticos para, en un mismo movimiento, vaciarlos de sentido. Abstract The new coronavirus pandemic put the globe on a forced pause in 2020. While many government officials and businessmen were thinking about how to “get back to normal” in the shortest possible time, some activists and intellectuals thought it was an opportunity for humanity to rethink their ways – on issues such as labor, the role of the State and the relationship with the environment. A relevant issue, which crosses the others, is that of democracy, weakened in recent decades by the retraction of the regulatory capacity of the State and the advance of irrationality in the public debate. In the face of interested denialism from leaders like Donald Trump or Jair Bolsonaro, many progressive voices ended up embracing the defense of an “obedience to science” that does not submit to any democratic control. And, given the extreme right's occasional attachment to individual freedoms, translated into the freedom to refuse basic health protocols, authoritarian solutions seemed seductive. More than a condemnation of democracy, however, the situation exposes the limits of a political order that claims democratic values only in order to empty them of meaning.
What has been the reaction of Latin American Political Science, and especially of Brazilian Political Science, to the processes of institutional ruptures of a new type suffered by several countries in the region in the last decade? Or,... more
What has been the reaction of Latin American Political Science, and especially of Brazilian Political Science, to the processes of institutional ruptures of a new type suffered by several countries in the region in the last decade? Or, more concretely: how has the discipline been positioning itself against what happened in Honduras in 2009, in Paraguay in 2012, and in Brazil in 2016? What is the centrality of this theme in the research agenda of the political scientists of our countries? We seek to answer these questions by analyzing the texts published in the main journals of the area, as well as examining the articles presented at the Congresses of the Brazilian Association of Political Science (ABCP) and the Congresses of the Latin American Association of Political Science (ALACIP), looking for selected terms that are related to the theme. We start from the assumption that, faced with a new phenomenon that calls into question the survival of Latin American democracies, Political ...
Crítica ao discurso de luta contra a corrupção.
Com este trabalho busca-se abordar a identificacao que a ciencia politica comumente estabelece entre “Democracia representativa” e “representacao politica”. Para tanto, e realizada uma breve revisao historica sobre o significado da... more
Com este trabalho busca-se abordar a identificacao que a ciencia politica comumente estabelece entre “Democracia representativa” e “representacao politica”. Para tanto, e realizada uma breve revisao historica sobre o significado da expressao “regime democratico representativo liberal”, resultante de um processo de fusao gerado ao longo dos ultimos duzentos anos entre conceitos que, nos finais do seculo XVIII e para autores como os Federalistas estadunidenses, Benjamin Constant e Alexis de Tocqueville, eram essencialmente antiteticos: democracia e governo representativo, democracia e liberalismo, democracia e regime republicano. A partir de tal revisao, procura-se questionar a aparente indissociabilidade que existiria entre a representacao e o regime democratico representativo, assim como submeter a critica o monopolio politico e teorico-conceitual que esse regime detem sobre a primeira. Isso permitira refletir a respeito da impostergavel necessidade de reapropriacao e ressignificaca...
Os objetivos centrais deste trabalho consistem em apontar os tracos mais relevantes das conceitualizacoesja classicas realizadas sobre os processos de transicao e consolidacao democratica na America Latina,discutir a nocao de democracia... more
Os objetivos centrais deste trabalho consistem em apontar os tracos mais relevantes das conceitualizacoesja classicas realizadas sobre os processos de transicao e consolidacao democratica na America Latina,discutir a nocao de democracia nelas implicita e esbocar algumas objecoes e criticas. Procura-se destacara necessidade de uma concepcao de democracia menos limitada e “conformista” que permita observar ejulgar, de modo mais exigente, as democracias latino-americanas contemporâneas em termos de qualidade,densidade social e legitimidade popular.
A questão da corrupção tornou-se um assunto onipresente nas conversas cotidianas. Em amplos setores da sociedade e, em especial, no seio das classes médias, o tema aparece com enorme frequência, associado ao sistema político, aos... more
A questão da corrupção tornou-se um assunto onipresente nas conversas cotidianas. Em amplos setores da sociedade e, em especial, no seio das classes médias, o tema aparece com enorme frequência, associado ao sistema político, aos partidos, aos representantes eleitos e, de modo mais geral, à esfera de atuação do poder público. Assim como habitualmente o assunto para iniciar qualquer conversa, sobretudo com um desconhecido, tem sido falar do clima ou da previsão do tempo, hoje em dia é também muito comum começar um diálogo falando mal dos políticos e associando-os automaticamente a esquemas ou escândalos de corrupção. Dir-se-ia que o tema passou a constituir um dos mais importantes "assuntos-ônibus" (Bourdieu, 1997): aqueles assuntos que, por não terem a princípio caráter controverso, visam gerar empatia com o interlocutor em diálogos superficiais dentro de um elevador, num taxi, no ônibus, numa padaria ou na fila de um banco; ou ainda aqueles assuntos que se fazem presentes com enorme frequência também no ambiente midiático. É lugar-comum, nos grandes veículos de comunicação, dedicar fartos minutos, centímetros ou gigabytes a denúncias de escândalos de corrupção em que estejam envolvidos integrantes da mal chamada "classe política". Configura-se como um fácil atalho para capturar a atenção do espectador e assim elevar os índices de audiência. É lugar-comum, também, no Brasil e alhures, receber correntes de e-mails, postagens nas redes sociais e mensagens via WhatsApp em que indignados cidadãos assumem para si o "patriótico" papel de replicadores de denúncias de "malfeitos", ilegalidades, desvios de conduta, troca de vantagens indevidas e mal-uso do dinheiro público. Espécie de "cruzados morais", "denunciadores seriais" ou seguidores de "corajosos justiceiros" que buscariam acabar com o "câncer" que teria tomado conta da vida política do país. É de se esperar, portanto, que o campo acadêmico, na medida em que não constitui uma ilhamesmo que alguns pretendam que tal coisa seja possível e, pior, desejáveltambém se veja seduzido pelo assunto e este passe a tomar a atenção de disciplinas como o Direito, a Economia, a Administração, a Sociologia ou a Ciência Política. E é precisamente sobre a relação desta última com o assunto citado que se debruça este artigo, com o objetivo de verificar qual é o lugar que ocupa o tema da "corrupção" na agenda de investigação e intervenção pública da disciplina e qual a perspectiva político-ideológica predominante. Mais concretamente, procura-se observar see até que pontoas pesquisas desenvolvidas no campo da Ciência Política conseguem estabelecer um distanciamento crítico do tipo de discurso anticorrupção predominante nos ambientes extraacadêmicos. Ou, em sentido contrário, verificar em que medida os cientistas políticos acabam por
As correntes hegemônicas na ciência política e na sociologia política latino-americanas, seguindo a orientação oriunda dos principais centros acadêmicos mundiais, têm negado sistematicamente a positividade do conflito social, declarando-o... more
As correntes hegemônicas na ciência política e na sociologia política latino-americanas, seguindo a orientação oriunda dos principais centros acadêmicos mundiais, têm negado sistematicamente a positividade do conflito social, declarando-o contrário ao regime democrático e tomando o como um sério risco para a estabilidade e a sobrevivência de suas instituições. Neste trabalho, buscaremos contestar os principais argumentos de raiz funcionalista utilizados por tais correntes na hora de negar o valor do conflito. Em lugar disto, defenderemos a urgente necessidade de rediscutir o espaço que este deveria ocupar na teoria democrática contemporânea. Sustentaremos que a impostergável necessidade de repensar a relação entre democracia e conflito fica claramente em evidên- cia à luz das importantes mudanças sócio políticas ocorridas em vários países latino-americanos nos últimos tempos e à luz também do crescente protagonismo que vem conquistando a mobilização popular na sua luta por dotar de ...
Page 1. Gabriel Vitullo Representação política e democracia representativa são expressões inseparáveis? Elementos para uma teoria democrática pós-representativa e pós-liberal Existe na ciência política contemporânea, e ...
Busca-se, neste texto, examinar as relações que se estabelecem entre o liberalismo e a democracia na obra de Norberto Bobbio. A partir de tal exame, procura-se realizar uma interpretação crítica da concepção bobbiana da democracia e das... more
Busca-se, neste texto, examinar as relações que se estabelecem entre o liberalismo e a democracia na obra de Norberto Bobbio. A partir de tal exame, procura-se realizar uma interpretação crítica da concepção bobbiana da democracia e das consequências políticas que tal concepção traz atreladas. Espera-se, assim, contribuir para o questionamento da teoria democrática hegemônica, abrindo espaço para outros enfoques.
A redução da democracia a um simples conjunto de instituições foi instrumental para sua compatibilização com a sociedade capitalista, ao possibilitar o mascaramento das relações de dominação, embora abra brechas para a expressão de... more
A redução da democracia a um simples conjunto de instituições foi instrumental para sua compatibilização com a sociedade capitalista, ao possibilitar o mascaramento das relações de dominação, embora abra brechas para a expressão de interesses dos dominados. À esquerda, a denúncia das limitações da democracia representativa deu lugar paulatinamente a uma aceitação acrítica de sua institucionalidade. Por isso, no momento atual, em que a democracia eleitoral, mesmo limitada, torna-se incômoda para a classe dominante (a chamada “desdemocratização”), a esquerda parece constrangida a ser sua guardiã. Para que ela recupere sua posição de vetor de um projeto transformador, é necessário buscar um caminho diferente, que passe pelo aprofundamento da crítica aos limites da democracia representativa liberal e reafirme um conceito ampliado da democracia
que vá além de uma esfera política vista como à parte do mundo vivido.
A redução da democracia a um simples conjunto de instituições foi instrumental para sua compatibilização com a sociedade capitalista, ao possibilitar o mascaramento das relações de dominação, embora abra brechas para a expressão de... more
A redução da democracia a um simples conjunto de instituições foi instrumental para sua compatibilização com a sociedade capitalista, ao possibilitar o mascaramento das relações de dominação, embora abra brechas para a expressão de interesses dos dominados. À esquerda, a denúncia das limitações da democracia representativa deu lugar paulatinamente a uma aceitação acrítica de sua institucionalidade. Por isso, no momento atual, em que a democracia eleitoral, mesmo limitada, torna-se incômoda para a classe dominante (a chamada “desdemocratização”), a esquerda parece constrangida a ser sua guardiã. Para que ela recupere sua posição de vetor de um projeto transformador, é necessário buscar um caminho diferente, que passe pelo aprofundamento da crítica aos limites da democracia representativa liberal e reafirme um conceito ampliado da democracia
que vá além de uma esfera política vista como à parte do mundo vivido.
Resumen La pandemia del nuevo coronavirus puso al mundo en una pausa forzada en 2020. Mientras muchos gestores y empresarios pensaban en cómo “volver a la normalidad” en el menor tiempo posible, algunos militantes e intelectuales... more
Resumen
La pandemia del nuevo coronavirus puso al mundo en una pausa forzada en 2020. Mientras muchos gestores y empresarios pensaban en cómo “volver a la normalidad” en el menor tiempo posible, algunos militantes e intelectuales consideraron que era una oportunidad para que la humanidad repensase sus caminos – en cuestiones como el trabajo, el rol del Estado y la relación con el medio ambiente. Una cuestión relevante, que atraviesa a las otras, es la de la democracia, debilitada en las últimas décadas por la retracción de la capacidad
reguladora del Estado y por el avance de la irracionalidad en el debate público. Ante el negacionismo interesado de gobernantes como Donald Trump o Jair Bolsonaro, muchas voces progresistas terminaron por adherir a la defensa de una “obediencia a la ciencia” que no se somete a ningún control democrático. Y, dado el apego oportunista de la extrema derecha a las libertades individuales, traducidas en la libertad de no cumplir con los protocolos básicos de salud, soluciones autoritarias parecieron seductoras. Sin embargo, más que una condena
a la democracia, la situación expone los límites de un orden político que reivindica los valores democráticos para, en un mismo movimiento, vaciarlos de sentido.

Abstract
The new coronavirus pandemic put the globe on a forced pause in 2020. While many government officials and businessmen were thinking about how to “get back to normal” in the shortest possible time, some activists and intellectuals thought it was an opportunity for humanity to rethink their ways – on issues such as labor, the role of the State and the relationship with the environment. A relevant issue, which crosses the others, is that of democracy, weakened in recent decades by the retraction of the regulatory capacity of the State and the advance
of irrationality in the public debate. In the face of interested denialism from leaders like Donald Trump or Jair Bolsonaro, many progressive voices ended up embracing the defense of an “obedience to science” that does not submit to any democratic control. And, given the extreme right's occasional attachment to individual freedoms, translated into the freedom to refuse basic health protocols, authoritarian solutions seemed seductive. More than a condemnation of democracy, however, the situation exposes the limits of a political order that claims
democratic values only in order to empty them of meaning.
Qual tem sido a reação da ciência política latino-americana, e especialmente da ciência política brasileira, diante dos processos de ruptura institucional de novo tipo sofridos por diversos países da... more
Qual  tem  sido  a  reação  da  ciência  política  latino-americana,  e especialmente  da  ciência  política  brasileira,  diante  dos  processos  de  ruptura institucional  de  novo  tipo  sofridos  por  diversos  países  da  região  nesta  última década? Ou, mais concretamente: comoa disciplina vem se posicionando frente ao que aconteceu em Honduras em 2009, no Paraguai em 2012, e no Brasil em 2016?  Qual  a  centralidade  que  ocupa  este  tema  na  agenda  de  investigação  dos cientistas  políticos  dos  nossos  países?  Nestas  páginas  procuraremos  responder  a estas perguntas, a partir da análise dos textos publicados nas principais revistas da área,  assim  como  do  exame  dos  artigos  apresentados  nos  Congressos  da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP) e nos Congressos da Associação Latino-Americana de Ciência Política (ALACIP).
Análise da problemática relação entre liberalismo e democracia presente na obra de Norberto Bobbio.
Publicado en VITULLO, Gabriel E. (org). A ideologia do "Terceiro Setor": ensaios críticos. Natal: EDUFRN, 2012. p. 195 a 224.
Versión en castellano.
Apresentação realizada na Mesa-Redonda "Ativismo e desafios à esquerda no Brasil", no IV Simpósio Nacional sobre Democracia e Desigualdades, promovido pelo Demodê (Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades) da UnB. Brasília, 22 e... more
Apresentação realizada na Mesa-Redonda "Ativismo e desafios à esquerda no Brasil", no IV Simpósio Nacional sobre Democracia e Desigualdades, promovido pelo Demodê (Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades) da UnB. Brasília, 22 e 23/3/2018.
Os objetivos centrais deste trabalho consistem em apontar os traços mais relevantes das conceitualizações já clássicas realizadas sobre os processos de transição e consolidação democrática na América Latina, discutir a noção de democracia... more
Os objetivos centrais deste trabalho consistem em apontar os traços mais relevantes das conceitualizações já clássicas realizadas sobre os processos de transição e consolidação democrática na América Latina, discutir a noção de democracia nelas implícita e esboçar algumas objeções e críticas. Procura-se destacar a necessidade de uma concepção de democracia menos limitada e "conformista" que permita observar e julgar, de modo mais exigente, as democracias latino-americanas contemporâneas em termos de qualidade, densidade social e legitimidade popular.
Os objetivos centrais deste trabalho consistem em apontar os traços mais relevantes das conceitualizações já clássicas realizadas sobre os processos de transição e consolidação democrática na América Latina, discutir a noção de democracia... more
Os objetivos centrais deste trabalho consistem em apontar os traços mais relevantes das conceitualizações já clássicas realizadas sobre os processos de transição e consolidação democrática na América Latina, discutir a noção de democracia nelas implícita e esboçar algumas objeções e críticas. Procura-se destacar a necessidade de uma concepção de democracia menos limitada e "conformista" que permita observar e julgar, de modo mais exigente, as democracias latino-americanas contemporâneas em termos de qualidade, densidade social e legitimidade popular.
Os objetivos centrais deste trabalho consistem em apontar os traços mais relevantes das conceitualizações já clássicas realizadas sobre os processos de transição e consolidação democrática na América Latina, discutir a noção de democracia... more
Os objetivos centrais deste trabalho consistem em apontar os traços mais relevantes das conceitualizações já clássicas realizadas sobre os processos de transição e consolidação democrática na América Latina, discutir a noção de democracia nelas implícita e esboçar algumas objeções e críticas. Procura-se destacar a necessidade de uma concepção de democracia menos limitada e "conformista" que permita observar e julgar, de modo mais exigente, as democracias latino-americanas contemporâneas em termos de qualidade, densidade social e legitimidade popular.
The serious political and social crises that many Latin American countries have experienced over the last years encourage a reconsideration of the theoretical and analytical models that have been applied to study the democratization... more
The serious political and social crises that many Latin American countries have experienced over the last years encourage a reconsideration of the theoretical and analytical models that have been applied to study the democratization processes in this region. This article suggests a critical reflection on this subject and discusses the need to overcome the elitist, institutionalist and government-centered conception of democracy that lies behind such models.
Representação política e democracia representativa são expressões inseparáveis? Elementos para uma teoria democrática pós-representativa e pós-liberal.
Este artigo analisa o tratamento dado ao fenômeno do chamado "neogolpismo" pela Ciência Política latino-americana. Sua motivação se origina da percepção de um incômodo silêncio na produção da maioria dos colegas (principalmente aqueles... more
Este artigo analisa o tratamento dado ao fenômeno do chamado "neogolpismo" pela Ciência Política latino-americana. Sua motivação se origina da percepção de um incômodo silêncio na produção da maioria dos colegas (principalmente aqueles filiados às correntes hegemônicas da disciplina) diante do processo de ruptura institucional sofrido por diversos países da América Latina, particularmente em Honduras, no Paraguai e no Brasil, na última década. Se há efetivamente esse fenômeno político novo, ele deveria se apresentar imediatamente como um tema central nas reflexões dos cientistas políticos latino-americanos, formalmente aderidos às lutas democráticas da região. Efetivamente, verifica-se por parte de acadêmicos das mais diversas áreas um crescente movimento de denúncia destes processos, em especial do golpe de 2016 no Brasil. No entanto, nossa percepção é que essa mobilização é bastante menos expressiva entre os politólogos, e que de todo modo a denúncia ainda não se transformou em considerável produção acadêmica e reflexão teórica na área. A partir dessas percepções formulamos a hipótese a ser explorada neste texto de que a Ciência Política latino-americana pouco produziu sobre os neogolpes. Motivados pelo interesse em confirmar ou refutar essa hipótese, realizamos um levantamento sistemático das principais revistas latino-americanas da área desde 2009 (quando ocorreu o golpe hondurenho) até 2018, para mapear e analisar os trabalhos produzidos sobre os golpes em Honduras, Paraguai e Brasil. Além dos trabalhos que tratam especificamente dos golpes, nossa pesquisa contemplou sempre que possível outras referências feitas àqueles fenômenos em textos que não necessariamente são dedicados a analisá-los. Isso permitiu entender como a Ciência Política vem nomeando o que ocorreu naqueles três países. As publicações brasileiras analisadas foram: Dados-Revista de Ciências Sociais (
Research Interests:
Trata-se de coletânea com uma seleção dos principais textos publicados pelos antifederalistas em sua campanha de oposição à ratificação da Constituição dos Estados Unidos da América elaborada na Filadélfia em 1787. São textos que... more
Trata-se de coletânea com uma seleção dos principais textos publicados pelos antifederalistas em sua campanha de oposição à ratificação da Constituição dos Estados Unidos da América elaborada na Filadélfia em 1787. São textos que estabelecem um claro contraponto com os artigos que posteriormente viriam compor O federalista, de James Madison, Alexander Hamilton e John Jay, e com outros artigos escritos em defesa da ratificação do novo texto constitucional. A importância e a originalidade desta obra residem no fato de que, transcorridos mais de dois séculos desse debate, não contávamos ainda com qualquer tradução para nossa língua dos valiosos artigos produzidos pelos adversários da nova Constituição; artigos em que os antifederalistas, fazendo uso de sua acurada capacidade de análise e de argumentação, apresentavam severas objeções-muitas sumamente atuais-à arquitetura institucional ali proposta. O livro consta de uma introdução, 40 artigos dos antifederalistas e uma série de importantes documentos que permitem um melhor entendimento do debate daqueles anos. A obra visa contribuir, assim, para uma interpretação menos enviesada do processo constitucional estadunidense, que costuma ser analisado apenas sob a perspectiva dos vencedores, dando lugar a uma leitura pouco crítica e, amiúde, bastante descontextualizada. Espera-se que este livro possa alargar as perspectivas no exame dos processos constituintes e das leis fundamentais que têm, na carta constitucional dos EUA, sua principal fonte de inspiração. https://loja.editora.unb.br/produto/997/os-antifederalistas-o-outro-lado-do-debate-constitucional-estadunidense
Há três palavras de ordem que ocupam especialmente a atenção da mídia brasileira e de setores importantes da população. São três sentenças que gozam de grande aceitação no debate público contemporâneo. Estamos nos referindo àquela que diz... more
Há três palavras de ordem que ocupam especialmente a atenção da mídia brasileira e de setores importantes da população. São três sentenças que gozam de grande aceitação no debate público contemporâneo. Estamos nos referindo àquela que diz que "o brasileiro paga muito imposto", àquela outra que proclama que "se cada um fizer a sua parte, os grandes problemas nacionais encontrarão sua solução" e, por último, à pregação que assinala que "se os políticos não roubassem, o país seria muito melhor e haveria dinheiro para educação, saúde, segurança" e assim por diante. A primeira sentença supramencionada remete à suposta necessidade de reduzir a carga tributária nacional. No discurso dominante, busca-se convencer de que o montante de impostos 194 pagos pela sociedade brasileira é absurdamente alto, situando-se muito acima do que se paga em outras latitudes. A rigor, se compararmos a carga tributária brasileira com a de vários países com indicadores sociais significativamente melhores do que os nossos, comprovaremos que esta não é alta. Muito pelo contrário, diante do tamanho da tragédia social brasileira, uma arrecadação ainda maior seria necessária e desejável. Claro que independente disso, há outra questão bem mais importante e que raramente é examinada, porque fica escondida detrás da ladainha sobre a "elevada carga impositiva": o tipo de sistema tributário que existe no país, sem dúvidas um dos mais regressivos do planeta. Conforme dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) analisados por Sicsu (2011), enquanto a pressão tributária exercida sobre as famílias mais pobres corresponde a 32% de seus ingressos, a pressão tributária que se exerce sobre as famílias mais ricas equivale a apenas 21%. Ou seja, o desafio passa não por reduzir a carga global-como querem os apologistas do grande capital, os defensores de importantes frações do empresariado local e internacional-, mas por alterar de maneira substantiva a matriz tributária que vigora no país; matriz esta, que, ao se centrar na tributação ao consumo (responde por 47,36% do total arrecadado) e depender em muito menor medida da tributação da renda (19,88%) ou da propriedade e transações financeiras (4,91%), castiga violentamente os setores médios e populares 1. Claro que expressar tais observações não é fácil. Exige ir decididamente à contracorrente de um discurso instalado com força no 1 Nos Estados Unidos, na Suíça e no Canadá, mais de 50% da carga tributária provêm dos impostos sobre a "renda" e a "propriedade", o que contrasta fortemente com os números brasileiros apresentados acima. Outro dado que exemplifica a brutal injustiça da matriz tributária brasileira: o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD), ou imposto sobre heranças, conta com alíquotas em torno de 4%. Já nos países centrais, o mesmo imposto pode chegar a uma alíquota de 40% (SICSU, 2011).