Antropofagia

Assim como Oswald de Andrade afirmou: “Só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.” O intuito desta comunicação é, em primeiro lugar, analisar e explorar o potencial filosófico da antropofagia enquanto conceito de união, utilizando como suporte as ideias e trabalho antropológico de Eduardo Viveiros de Castro, para posteriormente dar condições a um possível diálogo com a tradição dialética Hegeliana, principalmente confrontando a noção de Aufhebung (suprassunção) com a unificação antropofágica.

Il libro propone un itinerario pieno di sorprese fra le pieghe del Medioevo europeo, portando in luce una corposa messe di casi che attestano come gli uomini a quell’epoca, in diverse circostanze e per diverse ragioni, si cibassero di carne umana: non solo in situazioni di emergenza come le carestie e i lunghi assedi, ma anche come atto di sfregio nei confronti del nemico o, per converso, come atto di venerazione e d’amore. Diffuso fu anche l’impiego di resti umani per confezionare preziosi e richiestissimi medicinali. Non è stupefacente allora che su queste realtà fiorisse un terrificante immaginario, di cui pure queste pagine ci raccontano, fatto di sette antropofaghe, mostri divoratori, cuori mangiati, bambini arrosto, macabri banchetti di streghe.

O artigo busca, a partir de uma análise das imagens do poema Cobra Norato, de Raul Bopp, estabelecer algumas relações com a teoria do Perspectivismo Ameríndio, do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, e também com a noção de Antropofagia, pensada no contexto do Movimento Modernista por Oswald de Andrade. A partir de um cruzamento dessas duas formas de pensamento com a forma literária do poema, a intenção é mostrar como Bopp construiu uma obra onde as questões fundamentais da cultura e pensamento indígena aparecem de forma bastante natural, como se o poeta, em um exercício antropófago, de fato "virasse índio".

La historia de la traducción en América en el siglo XVI tiene estrecha intimidad con la construcción de un imperio colonial. En cartas, crónicas, relaciones, diarios, autobiografías, historias, narrativas diversas, páginas científicas, documentos administrativos y leyes es casi imposible aislar los fragmentos que aluden a intérpretes y traductores de los relatos estremecedores, de las operaciones políticas y diplomáticas que tuvieron como fin el lucro mediante la explotación de los indígenas y la esclavitud. La traducción en su forma más generalizada, a través de lenguas, nahuatlatos, intérpretes, sirvió para el avasallamiento de los sometidos. Paradójicamente también existió lo contrario: textos precoces que, en el amplio escenario de la evangelización, conservaron formas verbales y estéticas de las civilizaciones destinadas a desaparecer.

Al richiamo di tematiche letterarie legate all’antropofagia la mente corre subito al “fiero pasto” dell’Ugolino dantesco e al discusso verso “più che il dolor poté ’l digiuno”. L’interpretazione del canto XXXIII dell’Inferno (v. 75), al di là delle intenzioni dell’autore, divise già i commentatori coevi tra chi, come Iacomo della Lana, considerava il conte un padre antropofago e chi, come Cristoforo Landino il secolo successivo, riteneva inappropriata l’allusione al cannibalismo.
Non si tratta tuttavia di un riferimento isolato: i richiami all’antropofagia che compaiono nelle opere dantesche spaziano dal legame tra il Minotauro, la tirannide e il vizio di nutrirsi di carne umana evidenziato da commentatori come Giovanni Boccaccio, al “quando Maria nel figlio diè di becco” del Purgatorio (XXIII, 28-30), all’allusione all’usanza di consumare una “suppa” sulle tombe (Purgatorio XXXIII, 34-36), alle divorazioni metaforiche e bestiali disseminate nella Commedia, al tema del cuore mangiato nella Vita Nuova, fino all’imperitura immagine del Lucifero divoratore che chiude l’Inferno. Il contributo è volto all'analisi dei temi cannibalici presenti nelle opere dantesche e al confronto con alcuni esempi iconografici dei codici miniati della Commedia.

O artigo analisa a inscrição da arte indígena contemporânea no contexto hegemônico da arte brasileira a partir das noções de violência epistêmica, guerra e vingança. No texto, as estratégias performativas e discursivas dos artistas Jaider Esbell e Denilson Baniwa são friccionadas ao Movimento Antropófago e sua historicização, propondo uma reflexão de caráter ético e político.

Este artigo problematiza o antropocentrismo na “esferologia” de Peter Sloterdijk, com sua narrativa da antropogênese como construção imunológica da “casa do ser”, na qual o humano, rompendo a "jaula" animal, constrói esferas, ilhas imunológicas de coexistência humana. O mito de Orfeu simboliza para Sloterdijk a imunologia: ao perder a amada, Orfeu reconstrói imunologicamente o complemento, neutralizando o espectro ausente como linguagem. Propomos um experimento filosófico, o "Anti-Orfeu", no qual o perspectivismo cosmológico de Viveiros de Castro e Tânia Stolze Lima, pensado de um ponto de vista topológico, serviria de contraponto para pôr em perspectiva a imunologia, apontando para a variação da diferença entre dentro e fora e para a "antropofagia", como outra distribuição topológica que permite outra relação com a alteridade que não a imunologia. Com isso, apontamos para uma "esferologia do ponto de vista do inimigo", da alteridade, permitindo modular a esferologia, evidenciando-a como diagnóstico da "autoimunidade" de esferas imunológicas.

A través del análisis de las costumbres digesRvas de los personajes tesRmoniales de Hasta no verte Jesús mío de Elena Poniatowska y Child of the Dark de Carolina María de Jesús, se traza una comparación con la actuación mediadora y mediáRca del intelectual que entrevista, registra y edita la voz de personas reales que luchan a diario contra la hambruna en sus respecRvos países. El objeRvo de este ar)culo es analizar la labor de tesRmonialista tanto de Elena Poniatowska como de Audalio Dantas, ambos pertenecientes a la academia letrada: la primera como escritora reconocida y el segundo como periodista. Aunque ambos intentan mantenerse al margen de la voz primigenia del tesRgo y ser tan objeRvos como lo demanda el género tesRmonial, los dos terminan lucrando las ventajas económicas y publicitarias de dicha transacción, mientras que sus sujetos subalternos conRnúan en medio de la pobreza y la desolación. El asunto medular será cuesRonar el verdadero (o fallido) poder del género tesRmonial para transformar el statu quo del tesRgo. Se han elegido estos dos textos porque ambos conRenen personajes femeninos que persisten en su lucha contra la pobreza y cuya meta vivencial es buscar alimento para sus allegados. Se juega con la analogía de lo que implica un proceso digesRvo que inicia por la boca −el habla− y sigue con el consumo y el desecho fecal o el olvido de los tesRgos marginales.

ABSTRACT: In Cabeza de Vaca’s famous Relación (1542, 1555) we find the narration of a subject in transit and of an identity unsettled by contact with the indigenous (what many critics have identified as a transculturated conquistador); yet the text also counters such ambivalent instabilities with an obstinate imperial teleology—the return to civilization—and a continuous display of ethnographic differentiation and distancing from the indigenous world. The latter two coordinates over-codify the journey’s narrative, precluding the implication of an Imperial subject’s surrender to the Other and organizing the account as the story of a lost conqueror who, rather than going native, finds his way home, able to textually unfold the artifice of his ‘return.’

Keywords: Cabeza de Vaca, Relación, Naufragios, ethnography, colonial dissimilation, going native, transculturation, empathy, cannibalism.
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En la famosa Relación de Cabeza de Vaca (1542, 1555) encontramos la narración de un sujeto en tránsito y de una identidad inestable en contacto con los indígenas (lo que muchos críticos han identificado como un conquistador transculturado); sin embargo, el texto también conjura tales inestabilidades y ambivalencias mediante una obstinada teleología imperial --el retorno a la civilización-- y una continua diferenciación y distanciamiento etnográfico respecto del mundo indígena. Estas dos últimas coordenadas sobre-codifican la narrativa del viaje, y contradicen la idea de un sujeto entregado al Otro. Por el contrario, el texto insiste en un relato imperial y narra la historia de un conquistador perdido que, lejos de aindiarse, busca y encuentra su camino a casa, y que es capaz de desarrollar textualmente el artificio de su 'retorno'.

Devorando vozes, organizado por Juliana Patrizia Saldanha de
Sousa, Aline Costa da Silva e Francisco Pereira de Oliveira traz em sua
concepção esse exercício violento de outrar-se. Não de se colocar
simplesmente no lugar do outro, a proposta não é essa, outrar-se está no sentido de vestir-se de outro, de saber que a troca de posições é
possível e, por vezes, desejável. Quando o matador Tupinambá está
com a ibirapema, antes de golpear sua presa, eles trocam ofensas
sobre as devorações passadas de ambos os lados, nesse sentido,
André Thevet (1944 [1558], p. 240) anota o canto de um prisioneiro que
será abatido, a citação diz o seguinte: “Meus amigos, os margajás (diz),
são honrados, fortes e possantes guerreiros. Aprisionaram e
devoraram numerosos dos seus amigos. Quanto a mim, matei e
devorei parentes e amigos dos que me conservam prisioneiro, e, por
isso, é justo que me devorem também, no dia que melhor lhes
agradar”. Como asseguram Carneiro da Cunha e Viveiros de Castro
(1985, p. 65), a vingança é interminável. Ou seja, a posição do matador
já foi o lugar da vítima e, futuramente, quem agora segura a ibirapema
estará de joelhos esperando o golpe, há claramente uma alternância
de posições. A minha própria voz já foi de outro, a voz que agora é do
outro poderá ser a minha. Por isso, em última análise, esta coletânea
convida o leitor a refletir sobre alteridade, pois, ao devorar assumo
uma posição de sujeito, lei do antropófago, para lembrar Oswald de
Andrade (1928). Mas também para dizer que dois capítulos se
preocupam diretamente com esse tema, são eles, “A devoração do
outro: ecos na escrita do próprio” e “Quem fala quando o outro é
um hostis?”.

This paper explores the contrast between two meanings of thinking: (i) one implied by the Cartesian and Kantian philosophy, the two thinkers that have arguably the deepest influence on the constellation of Western philosophical problems and (ii) another implied by the philosophical-anthropological project of the Brazilian anthropologist Eduardo Viveiros de Castro. The thesis here defended is that, in the Cartesian and Kantian philosophy, thinking is related to ruling and legislating over the experience through concepts, while in Viveiros de Castros' theoretical enterprise, thinking is rather to explore the limits of conceptual constructions when confronted with the experience of alterity.

Las formas del discurso de la Interculturalidad en Latinoamerica, en sus  perspectivas y tensiones críticas; como referencia, cuestionamiento y respuesta a las interrogantes  en torno a las dinámicas de identificación y alteridad en la región. Estrategias procesuales de los pueblos en la configuración simbólica de un continente sometido a no pocas presiones ontológicas, estéticas y epistémicas.

Este artigo analisa o discurso verbal da canção "Urbano Canibal" e seis imagens do álbum Entidade Urbana, ambos de Fernanda Abreu (FA), como ícones da antropofagia que compõe seu SLA funk. 0 objetivo deste artigo é, por meio da perspectiva bakhtiniana — especificamente dos conceitos de diálogo e carnaval— analisar a antropofagia dos modernistas de primeira geração, especialmente a preconizada por Oswald de Andrade, como elemento componente do SLA Funk e este, como discurso deslocado que representa o funk carioca. Os resultados de nossa pesquisa nos levaram a crer que as canções SLA "refletem e refratam" o • banquete "tupi or not tupi" de FA, do Rio de Janeiro e do Brasil.

Este artigo se propoe levantar questoes relacionadas ao periodo colonial latino-americano, em que as relacoes entre nativos e europeus se travavam em um conflito fisico e cultural, tendo por base a antropofagia − costume que se observou com temor entre algumas tribos do chamado Novo Mundo e que, de forma metaforica, se aplica ao comportamento adotado pelo colonizador ao “devorar” as culturas pristinas do recem-descoberto continente. Dois autores do periodo − um olhar interior, de um indigena andino; um olhar exterior, de um arcabuzeiro alemao − constroem o imaginario sobre tal relacao, abarcando aqui os dois sentidos da antropofagia que se pretende discutir neste trabalho, respectivamente, o de uma cultura devorada e o de um costume visto como barbaro aos olhos do europeu do seculo XVI.

La antropofagia, por sí misma, es una forma nueva de subjetivación que se escapa de las políticas de recuperación de identidad, libera las comunicaciones interculturales, indisciplina las más puras disciplinas y los disciplinamientos sociales, estimula las hibrideces, mestizajes y criollizaciones de las Américas y flexibiliza la experimentación de las improvisaciones para crear nuevos territorios y sus respectivas cartografías. El autor reivindica el carácter intercultural de todo el pensamiento latinoamericano contemporáneo, muy anterior a la reciente incorporación de tal noción entre los estudiosos occidentales.

Os  confessionários  tupi  de  Araújo  (1618)  e  de  Leão  (1686)  são  específicos  em vários quesitos, como a presença de uma pergunta sobre a prática da antropofagia entre os indígenas penitentes que nos incitou a investigar o porquê dessa especificidade inexistente nos  textos  de  Anchieta  e  nos  confessionários  tupi  produzidos  na  Amazônia  do  século XVIII,  principal  problemática  deste  artigo,  no  qual  também  procuraremos  demonstrar  que os indígenas penitentes têm papel fundamental na elaboração das perguntas dos confessionários e não são apenas agentes passivos das perguntas dos missionários.

Este artigo analisa o discurso verbal da canção "Urbano Canibal" e seis imagens do álbum Entidade Urbana, ambos de Fernanda Abreu (FA), como ícones da antropofagia que compõe seu SLA funk. 0 objetivo deste artigo é, por meio da perspectiva bakhtiniana — especificamente dos conceitos de diálogo e carnaval— analisar a antropofagia dos modernistas de primeira geração, especialmente a preconizada por Oswald de Andrade, como elemento componente do SLA Funk e este, como discurso deslocado que representa o funk carioca. Os resultados de nossa pesquisa nos levaram a crer que as canções SLA "refletem e refratam" o • banquete "tupi or not tupi" de FA, do Rio de Janeiro e do Brasil.

El artículo se propone analizar la forma en que en la Gran conquista de Ultramar se elabora el relato de los actos antropofágicos atribuidos a los cristianos en el marco de las cruzadas. Con este propósito se considera la tradición textual previa de la que abreva la crónica, para luego examinar las particularidades del episodio en su versión castellana, donde el hecho adquiere la forma de un banquete festivo y gozoso celebrado por los tahúres, los más pobres entre los cruzados. Se destaca especialmente, como el rasgo más notable del relato, el humor macabro que impregna la narración. Este análisis permite poner de relieve el modo en que un texto complejo, como la GCU, articula historia y procedimientos ficcionales en su representación de hechos del pasado, lo que la sitúa en una posición intermedia y crucial en el proceso de emergencia y primer desarrollo de la prosa de ficción en lengua vernácula.

We live in times of systematic crises, linked to neoliberal rationality that extends beyond the limits of economic policies, reaching everyday life, guiding relationships and shaping contemporary subjectivity itself, as well as current social dilemmas. The word utopia appears on the historical horizon as part of the human condition and as a way of imagining other places that can be inhabited as viable alternatives to the limits of reality. In this sense, we go through the writings of some intellectuals and activists who expressed the conditions for utopia to be realized in the field of practice. These conceptions find resonances in the ideals of a democracy to come and in Pindorama's matriarchy, as proposed by Angela Davis and Oswald de Andrade respectively. We questioned the conditions for this utopia to be realized and concluded that, before guaranteeing the effectiveness of the alternatives proposed and understood as utopias, it is necessary to reinforce the topicality and epistemological and political importance of the concept of utopia, in academia, in militancy and in social life.

Resúmen: Desde la indagación sobre los procesos de contramapeo en los proyectos Chodoy Lof Mapu y el Mapa Waorani, se levanta un análisis con relación a la apropiación de técnicas y modos de representación cartográficos. A partir de lo anterior se propone la idea de antropofagia cartográfica: operación que produce evidencias visuales de otras comprensiones y lógicas territoriales, las cuales se inscriben bajo códigos oficiales en búsqueda de consolidar la reivindicación de sus territorios.
Palabras clave: territorio, cartografía, dispositivo, antropofagia.

Resumo: A partir da investigação sobre os processos de contra-mapeamento nos projetos Chodoy Lof Mapu e no Mapa Waorani, é feita uma análise em relação à apropriação de técnicas cartográficas e modos de representação. Com base no exposto, propõe-se a ideia da antropofagia cartográfica: uma operação que produz evidências visuais de outros entendimentos e lógicas territoriais, que são registradas sob códigos oficiais para consolidar a reivindicação de seus territórios.
Palavras-chave: território, cartografia, dispositivo, antropofagia.

Abstract: From the inquiry on the counter-mapping processes in the Chodoy Lof Mapu and the Waorani Map projects, an analysis is carried out in relation to the appropriation of cartographic techniques and modes of representation. Based on the above, the idea of cartographic anthropophagy is proposed: an operation that produces visual evidence of other territorial understandings and logics, which are registered under official codes in order to consolidate the claim of their territories.
Keywords: territory, cartography, dispositive, anthropophagy

de les coves de Santa Maira. A més de la descripció de les marques antropogèniques identificades, també se situa la troballa en el seu context regional
dins les pautes de subsistència dels grups mesolítics de la zona, i es plantegen hipòtesis sobre la seua intencionalitat.
Paraules clau: Canibalisme; restes humanes desarticulades; Mesolític; est d’Ibèria; coves de Santa Maira
Se presentan evidencias de prácticas antropofágicas en un grupo del Mesolítico mediterráneo. Se han documentado treinta restos humanos en el nivel
mesolítico de Coves de Santa Maira. Además de la descripción de las marcas antropogénicas identificadas, también se sitúa el hallazgo en su contexto
regional dentro de las pautas de subsistencia de los grupos mesolíticos, y se plantean hipótesis sobre su intencionalidad.
Palabras clave: Canibalismo; restos humanos desarticulados; Mesolítico; este de Iberia; Coves de Santa Maira.
Car d’hom cert era: Cannibalism in the Mesolithic at Santa Maira Caves (Castell de Castells, La Marina Alta, Alicante)
In this paper we present evidence of anthropophagic behaviour amongst hunter-gatherer groups of the Mediterranean Mesolithic. Thirty human remains
have been found in the Mesolithic levels of the Santa Maira Caves. As well as describing the anthropogenic marks identified, this paper contextualizes them
within the archaeological context and subsistence patterns described for Mesolithic groups in the region, and hypothesizes about their intentionality.
Key words: Cannibalism; disarticulated human remains; Mesolithic; Eastern Iberia; Santa Maira caves.

Este artigo levanta questões relacionadas ao período colonial latino-americano, em que as relações entre nativos e europeus se travavam em um conflito físico e cultural, tendo por base a antropofagia − costume que se observou com temor entre algumas tribos do chamado
Novo Mundo e que, de forma metafórica, se aplica ao comportamento adotado pelo colonizador
ao “devorar” as culturas prístinas do recém-descoberto continente. Dois autores do período − um olhar interior, de um indígena andino; um olhar exterior, de um arcabuzeiro alemão − constroem o imaginário sobre tal relação, abarcando aqui os dois sentidos da antropofagia que se pretende discutir neste trabalho, respectivamente, o de uma cultura devorada e o de um costume visto como bárbaro aos olhos do europeu do século XVI.

Tarsila do Amaral (1886-1973) inició su fase antropofágica en 1928 tras materializar Abaporú, una pintura que sugirió a Oswald de Andrade la posterior escritura del Manifiesto antropófago en el mismo año. Estas propuestas formularon la antropofagia como devoración del colonizador, asimilando ciertos aspectos, descartando otros y promoviendo una versión del indígena que comía al otro sin culpa. Por lo tanto, el perfil político de la antropofagia cultural en Brasil creó dispositivos que, desde la retórica visual o literaria, llevaron a desmontar los mecanismos de dominación ligados al colonialismo.

In this paper we present evidence of anthropophagic behaviour amongst hunter-gatherer groups of the Mediterranean Mesolithic. Thirty human remains have been found in the Mesolithic levels of the Santa Maira Caves. As well as describing the anthropogenic marks identified, this paper contextualizes them within the archaeological context and subsistence patterns described for Mesolithic groups in the region, and hypothesizes about their intentionality. Key words: Cannibalism; disarticulated human remains; Mesolithic; Eastern Iberia; Santa Maira caves.

Manifestação cosmofágica pela descolonização ch'ixi pará

Seres atravessades por várias matrizes ancestrais e contemporâneas, que se reinventam a partir dessas diversas influências que se atualizam, se influenciam, mas não se anulam. Uma descolonização ch'ixi, usando um termo aymara. Pará, pra dizer em guarani. Milho colorido que contém várias cores, mas cada grão de uma cor. Farofa pedaçuda de múltiplas ancestralidades e rebeldias que re-existem na contemporaneidade cosmopolita, digital e caótica.

Descubrimos el mundo a través de la boca. En algún remoto instante, el principio predatorio de los seres desarrolló complejos tejidos para absorber su entorno detalladamente: labios, dientes, encías, lenguas y glándulas coronan la entrada de un extenso tubo que retorcido nos recorre hasta el agujero anal y que a su vez se expande entre cavidades de aire que se contraen y retraen. Otras partes del cuerpo se comportan de modo similar: los ojos, la nariz, las orejas, los poros, el ano.

Ensayo publicado en el especial "Comer, Hablar, Besar" de Carcaj, marzo de 2019.