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  • Doutor em filosofia pelo Programa de Doutorado Integrado UFPE/UFPB/UFRN, com estágio PDSE/CAPES na HGB/Leipzig (Alema... moreedit
  • Christoph Türcke (HGB/Leipzig-Alemanha), Antonio Rufino Vieira (UFPB)edit
"Ontologia e economia política: Marx leitor de Hegel, se trata de um estudo notável que retoma de modo inovador a relação entre dois grandes autores da contemporaneidade. Fundado num conhecimento profundo dos textos e dos autores, Wécio... more
"Ontologia e economia política: Marx leitor de Hegel, se trata de um estudo notável que retoma de modo inovador a relação entre dois grandes autores da contemporaneidade. Fundado num conhecimento profundo dos textos e dos autores, Wécio Araújo apresenta conclusões originais. O autor aparece no nosso panorama como um especialista destacado no seu tema de pesquisa."
Prof. Dr. Diogo Ferrer
Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra - Portugal
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O objetivo deste artigo consiste em analisar como a interpretação marxiana acerca da ontologia e da filosofia política hegelianas reflete na sua crítica da economia política capitalista, com ênfase para como Marx elabora a relação entre... more
O objetivo deste artigo consiste em analisar como a interpretação marxiana
acerca da ontologia e da filosofia política hegelianas reflete na sua crítica da economia política capitalista, com ênfase para como Marx elabora a relação entre trabalho e sociabilidade a partir de Hegel, e como esse processo influencia a crítica marxiana da forma valor (Wertform) como substância
social do processo de acumulação do capital. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, guiada pela leitura imanente das obras marxiana e hegeliana.
Resumo: o objetivo desta exposição é contribuir para a compreensão da Ideia na Lógica de Hegel, com ênfase na acepção desta como simultaneamente processo e unidade estabelecidos entre subjetividade e objetividade, sob a urdidura dialética... more
Resumo: o objetivo desta exposição é contribuir para a compreensão da Ideia na Lógica de Hegel, com ênfase na acepção desta como simultaneamente processo e unidade estabelecidos entre subjetividade e objetividade, sob a urdidura dialética do negativo encontrado na mediação. Para isto, sem qualquer pretensão de esgotar o assunto, problematiza o modo hegeliano de tratamento lógico da contradição ao nível do conceito, que experimenta a sua realização na ideia, compreendida a partir da perspectiva de uma relação dialética ineliminável estabelecida entre ser e pensar.
É com imensa satisfação que venho compartilhar uma parte das entrevistas que realizei em meados de julho a agosto de 2017, com o filósofo alemão Christoph Türcke, durante meu estágio doutoral sob a sua orientação. Fizemos duas seções: um... more
É com imensa satisfação que venho compartilhar uma parte das entrevistas que realizei em meados de julho a agosto de 2017, com o filósofo alemão Christoph Türcke, durante meu estágio doutoral sob a sua orientação. Fizemos duas seções: um primeiro contato mais formal, por e-mail, do qual decorre a maioria das perguntas aqui publicadas; e um outro momento em sua residência localizada na cidade de Leipzig, onde generosamente o Prof. Türcke me recebeu no dia 29 de agosto, data do meu aniversário, ocasião na qual fui alegremente surpreendido com suas felicitações acompanhadas de um acolhedor café vespertino preparado na mesa do seu jardim, naquela tarde de verão.
Resumo: este trabalho constitui-se enquanto uma análise de corte sincrônico relativa a algumas questões atinentes à crítica desenvolvida por Marx e Engels à filosofia alemã/hegeliana, na obra que ficou conhecida como A ideologia alemã... more
Resumo: este trabalho constitui-se enquanto uma análise de corte sincrônico relativa a algumas questões atinentes à crítica desenvolvida por Marx e Engels à filosofia alemã/hegeliana, na obra que ficou conhecida como A ideologia alemã (Die deutsche Ideologie). Partimos do imbróglio da consciência (Bewusstsein) situado em Feuerbach, travejado pela herança hegeliana, e sob a presença do uso que Marx e Engels fazem do conceito de ideologia. No resgate das fontes filosóficas fundamentais ao pensamento marxiano, explora o debate envolvendo ser e consciência, e suas implicações para a questão da ideologia. Por fim, formula uma chave de leitura a partir da crítica marxiana e algumas possibilidades filosóficas que ela oferece para uma crítica da ideologia na contemporaneidade.
Palavras-chave: Consciência. Feuerbach. Crítica. Atividade sensível. Ideologia.
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution Non-Commercial, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições desde que sem fins comerciais e que o... more
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution Non-Commercial, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições desde que sem fins comerciais e que o trabalho original seja corretamente citado. Resumo: Este artigo problematiza alguns aspectos da automação e da digitalização para a produção capitalista a partir da chegada da Indústria 4.0, com ênfase na questão da acumulação de capital na forma de valor (Wertform). Estes fenômenos são abordados sob a perspectiva marxiana do trabalho produtivo, com foco na relação entre trabalho, tecnologia e valor, sob a inflexão das contradições estabelecidas entre trabalho vivo e trabalho morto na era digital deste século XXI. A questão nevrálgica está em como o trabalho morto "ganha vida" com a ascensão dos robôs dotados de inteligência artificial, e como uma força autônoma subjuga o trabalho vivo ao mesmo tempo que produz o seu progressivo descarte na forma de complexas contradições imanentes à produção automatizada/digitalizada. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, no tocante ao debate teórico historicamente acumulado, e também a pesquisa documental para levantamento de dados em fontes secundárias. Palavras-chave: Marx. Indústria 4.0. Trabalho. Tecnologia.
Este artigo busca problematizar a questão de como na sociedade capitalista contemporânea a imagem digital e os algoritmos computacionais se revelam enquanto formas tecnológicas de dominação social, que operam sob a determinação da... more
Este artigo busca problematizar a questão de como na sociedade capitalista contemporânea a imagem digital e os algoritmos computacionais se revelam enquanto formas tecnológicas de dominação social, que operam sob a determinação da ideologia na era digital. Essa questão é abordada sob a perspectiva de uma ontologia do sujeito, determinada pela contradição situada na relação estabelecida entre conteúdo e forma no processo de formação (Bildung) dos modos de ser, que se expressam na experiência (Erfahrung) da vida digitalizada nesta sociedade da sensação e do espetáculo. Para isto, realizamos um estudo sincrônico estabelecido entre, de um lado, a concepção geral acerca da crítica da ideologia encontrada nas análises de Adorno e Horkheimer sobre a Indústria Cultural, e de outro, os conceitos de espetáculo (spectacle) e sensação (Sensation), extraídos respectivamente das obras dos filósofos Guy Debord e Christoph Türcke, aos quais associamos a recente discussão do “capitalismo da vigilância” e da “superindústria do imaginário”. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e documental no tocante ao debate historicamente acumulado.
Este artigo consiste em uma leitura imanente de parte do livro terceiro d'O Capital, no que diz respeito especificamente ao conceito de capital fictício (fiktives Kapital) e como este se constitui a partir do sistema financeiro de crédito... more
Este artigo consiste em uma leitura imanente de parte do livro terceiro d'O Capital, no que diz respeito especificamente ao conceito de capital fictício (fiktives Kapital) e como este se constitui a partir do sistema financeiro de crédito e daquilo que Marx denominou de negócios fictícios (Scheingeschäften). Apresenta o conceito de virtualidade real para tentar contribuir na compreensão do processo global de produção capitalista, e seu movimento fetichista estabelecido como uma contradição entre conteúdo e forma na constituição das relações sociais sob a forma do valor (Wertform) autonomizada. Relaciona a leitura imanente do livro terceiro com outros textos marxianos e, de maneira sincrônica, problematiza como ficam as formulações de Marx no que tange à contemporaneidade da era digital, com o propósito de demonstrar a atualidade da crítica marxiana diante do tempo presente.
O objetivo deste ensaio é compartilhar alguns resultados parciais da minha pesquisa no tocante à problematização teórica da relação entre Estado, ideologia e luta de classes no capitalismo contemporâneo. A ênfase da minha investigação... more
O objetivo deste ensaio é compartilhar alguns resultados parciais da minha pesquisa no tocante à problematização teórica da relação entre Estado, ideologia e luta de classes no capitalismo contemporâneo. A ênfase da minha investigação está no trabalhador enquanto sujeito de classe determinado pela contradição estabelecida entre, de um lado, o conteúdo objetivo das relações sociais e como este adquire poder político no Estado, e de outro, os processos ideológicos de subjetivação enquanto forma de os indivíduos vivenciarem politicamente este conteúdo por meio da experiência em sociedade, sob a trama política da luta de classes. Neste caso, abordo a questão da luta de classes a partir da perspectiva do sujeito enquanto ser social no contexto da racionalidade neoliberal sob a dominação do capital fictício (fiktives Kapital) , recorte que denomino por capitalismo contemporâneo.
Resumo: este artigo tem como objetivo apresentar os primeiros passos de uma pesquisa desenvolvida no âmbito do pensamento hegeliano, voltada para a problemática de como se dá a relação entre o trabalho e a linguagem na formação da... more
Resumo: este artigo tem como objetivo apresentar os primeiros passos de uma pesquisa desenvolvida no âmbito do pensamento hegeliano, voltada para a problemática de como se dá a relação entre o trabalho e a linguagem na formação da consciência, e como esta se exterioriza na tensão estabelecida entre a substância ética (sittliche Substanz) e o agir moral. A ênfase na relação entre o trabalho e a linguagem justifica-se no sentido de realizar uma leitura da filosofia política hegeliana, emoldurada pela sua concepção ontológica do trabalho como formador da consciência e, consequentemente, da relação entre conteúdo e forma decorrente deste processo, que adquire expressão prática na linguagem, ao mesmo tempo em que forma o sujeito que age na vida social como realidade (Realität) na qual se manifesta o ethos enquanto substância ética e, portanto, efetividade (Wirklichkeit) da vida ética (sittliche Leben). Neste primeiro momento, apresentaremos essa relação como uma urdidura entre ontologia e política a partir da exposição das primeiras aproximações que fizemos entre a Fenomenologia do Espírito e a Filosofia do Direito. Palavras-chave: Hegel. Ontologia e política. Formação. Consciência. Vida ética.
Trata-se de um capítulo do livro Leituras da Lógica de Hegel, volume III, organizado por Ademir Bavaresco, Federico Orsini, Jair Tauchen, José Pinheiro Pertille e Marloren Lopes Miranda. Resumo: o objetivo destas notas é contribuir para a... more
Trata-se de um capítulo do livro Leituras da Lógica de Hegel, volume III, organizado por Ademir Bavaresco, Federico Orsini, Jair Tauchen, José Pinheiro Pertille e Marloren Lopes Miranda. Resumo: o objetivo destas notas é contribuir para a compreensão da ideia na Lógica de Hegel, com ênfase na acepção desta como simultaneamente processo e unidade estabelecidos entre subjetividade e objetividade, sob a urdidura do negativo encontrado na mediação. Para isso, problematizamos o modo hegeliano de tratamento lógico da contradição e o seu tortuoso caminho ao nível do conceito, que experimenta a sua realização na ideia.
Este artigo analisa como no Brasil lulista, a produção e o consumo consignados ao crédito se tornam a mediação para proporcionar a melhoria de vida dentro da ordem, capturando ideologicamente a subjetividade das massas sob um Estado... more
Este artigo analisa como no Brasil lulista, a produção e o consumo consignados ao crédito se tornam a mediação para proporcionar a melhoria de vida dentro da ordem, capturando ideologicamente a subjetividade das massas sob um Estado regido pela lógica social da mercadoria integrada ao processo global de acumulação do capital. A análise prossegue apontando no campo ideológico a passagem dialética que permite, a partir das contradições do lulismo, o surgimento do bolsonarismo dentro de uma totalidade que denominamos como a questão da política enquanto uma contradição em processo.
Em O Capital, Marx nos alertou que a mercadoria tem um caráter misterioso que carrega “sutilezas metafísicas e argúcias teológicas”. Este artigo tenta decifrar um pouco desse mistério buscando decodifica-lo naquilo que denominamos como a... more
Em O Capital, Marx nos alertou que a mercadoria tem um caráter misterioso que carrega “sutilezas metafísicas e argúcias teológicas”. Este artigo tenta decifrar um pouco desse mistério buscando decodifica-lo naquilo que denominamos como a estranha objetividade do valor. Para isso, analisamos a relação entre a ideologia e o valor a partir da crítica marxiana à mercadoria, consignada à lógica de Hegel. Vemos que o valor se constitui como razão ontológica da mercadoria enquanto produto do processo de trabalho que carrega uma racionalidade imanente, isto é, um espírito socialmente produzido que se objetiva à medida que é vivenciado pelos indivíduos como uma lógica social que rege as relações nesta sociedade. Isso se dá por meio de “sutilezas metafísicas” na formação da realidade social marcada por contradições estabelecidas entre, de um lado, o conteúdo objetivo das relações sociais, e de outro, a forma como essas relações são vivenciadas pela consciência na sociedade capitalista. Nesta relação entre conteúdo e forma, encontramos determinações de profundidade ontológica entre o valor e a ideologia, enquanto forma social que opera harmonizando as contradições constituintes da realidade social, a exemplo do que acontece no trabalho assalariado. A mediação ideológica se põe como uma progressão imanente à materialização da vivência concreta da relação entre capital e trabalho no salário, de maneira a naturalizar a exploração que se esconde na estranha objetividade do valor que se realiza na troca de mercadorias. Concluímos que a conexão ontológica entre o ser social e a mercadoria é socialmente ubíqua, precisamente por conta do seu caráter ideológico na formação da sociabilidade a partir do processo de trabalho subjugado ao capital.
Este artigo se constitui enquanto um estudo dos conceitos de Razão (Vernunft) e de Estado na filosofia do direito hegeliana, no sentido de demonstrar como tais categorias estão consignadas à visão ontológica de Hegel. Entrecruzamos as... more
Este artigo se constitui enquanto um estudo dos conceitos de Razão (Vernunft) e de Estado na filosofia do direito hegeliana, no sentido de demonstrar como tais categorias estão consignadas à visão ontológica de Hegel. Entrecruzamos as obras intituladas Fenomenologia do Espírito e Princípios da Filosofia do Direito. Abordamos a ontologia hegeliana pela sua dialética enquanto lógica (Logik) da contradição imanente ao próprio Ser (Sein) como totalidade (Totalität) semovente na história, que ele denomina Razão. Resgatamos a crítica de Hegel à compreensão kantiana da “Razão”, e seguimos pela elaboração hegeliana na compreensão da sociedade moderna rumo aos fundamentos ontológicos daquilo que Hegel denomina como sociedade civil-burguesa (bürgerlich Gesellschaft) na sua filosofia do direito. Assim, o Estado no conceito hegeliano, à medida que carrega uma contradição genética, também representa a superação (Aufhebung) da esfera egoísta e passional da sociedade civil-burguesa, encontrando no exercício da liberdade guiada pela Razão, a vida ética e a cidadania como corolários da eticidade (Sittlichkeit).
Este artigo revisita a leitura marxiana à concepção hegeliana do ser humano enquanto auto-atividade (Selbstbetätigung), e seus desdobramentos como uma crítica da sociedade civil- burguesa (bürgerlich Gesellschaft). Analisamos a crítica... more
Este artigo revisita a leitura marxiana à concepção hegeliana do ser humano enquanto auto-atividade (Selbstbetätigung), e seus desdobramentos como uma crítica da sociedade civil- burguesa (bürgerlich Gesellschaft). Analisamos a crítica marxiana da dialética e da filosofia hegelianas, pelo que apresentamos um breve epítome de algumas questões encontradas principalmente nas obras Princípios da Filosofia do Direito (Grundlinien der Philosophie des Rechts) e Fenomenologia do Espírito (Phänomenologie des Geistes), cotejadas entre si, para explanar um pouco do conteúdo sobre o qual se debruçou Marx durante o período entre 1841 e 1844. Encontrados em Hegel, os conceitos de exteriorização (Entäußerung) e estranhamento (Entfremdung) são reelaborados pela crítica marxiana e aparecem como intermutáveis compondo um movimento teórico-dialético na elaboração dos conceitos de ser social (gesellschaftliche Wesen) e de trabalho estranhado (entfremdete Arbeit) em 1844. Concluímos sinalizando o voo inevitável rumo à crítica da economia política na forma da sua relação social economicamente determinante e politicamente dominante na sociedade moderna: o Capital.
Resumo: Este trabalho revisita a crítica hegeliana à compreensão kantiana da razão enquanto identidade entre o sujeito e o objeto, a partir da demonstração das diferenças entre a identidade que Kant afirma ter alcançado com a dedução... more
Resumo: Este trabalho revisita a crítica hegeliana à compreensão kantiana da razão enquanto identidade entre o sujeito e o objeto, a partir da demonstração das diferenças entre a identidade que Kant afirma ter alcançado com a dedução transcendental e o que Hegel se referiu como razão (Vernunft) enquanto suprassumir (Aufheben) do entendimento (Verstand). O ponto de partida aqui é a busca, comum a ambos, em resolver a questão entre razão e liberdade, cada um no seu tempo, e assim cumprir a tarefa prometida pelo idealismo alemão de criar uma filosofia verdadeiramente racional. Resgatamos como Hegel demonstra que Kant continuou preso à dicotomia sujeito e objeto à medida que estabelece uma diferença instransponível entre estes. Segundo Hegel, Kant sucumbe ao dualismo do sujeito e do objeto e, portanto, falha em sua missão crítica da razão, do Iluminismo e da própria modernidade, ao postular que as determinações conceituais do sujeito pensante não podem jamais ser conhecidas como sendo aquelas do próprio ser. Assim, exploramos como Hegel atua de forma crítica precisamente dentro desta situação criada por Kant. O objetivo deste artigo não é precisamente uma elaboração original, mas contribuir para o esclarecimento de questões atinentes ao estudo do idealismo alemão no esteio desses dois pensadores que promoveram uma reformulação de toda tradição idealista e da metafísica. Palavras-chave: Razão. Hegel. Kant. Sujeito e objeto. Abstract: We revisit Hegelian criticism to the Kantian understanding of reason as an identity between the subject and the object. We demonstrate how the identity that Kant claims to have attained with the transcendental deduction is not in itself what Hegel referred to as reason. We start with the common search of both to resolve the question between reason and freedom, each one in his time, and thus fulfill the task promised by German idealism to create a truly rational philosophy.
Resumo: O objetivo dessas notas não é trazer uma elaboração original, mas contribuir para o esclarecimento daqueles estudiosos de filosofia que começam a frequentar o texto kantiano. O corpus desta análise se concentra na Crítica da Razão... more
Resumo: O objetivo dessas notas não é trazer uma elaboração original, mas contribuir para o esclarecimento daqueles estudiosos de filosofia que começam a frequentar o texto kantiano. O corpus desta análise se concentra na Crítica da Razão Pura (Kritik der reinen Vernunft) e na Fundamentação da Metafísica dos Costumes (Grundlegung zur Metaphysik der Sitten). Entrecruzamos as obras supracitadas para demonstrar como Kant pensa a questão da liberdade buscando esclarecer racionalmente os princípios do fundamento moral a priori, isto é, em conceitos da razão pura sob juízos analíticos. Sendo isto possível somente a partir de uma rigorosa reformulação da metafísica. Palavras-chave: Kant. Filosofia prática. Liberdade. Vontade. Moralidade. Abstract: The purpose of these notes is not to bring an original, but to contribute to the clarification of those scholars of philosophy who begin to frequent the Kantian text. The corpus of this analysis focuses on the Critique of Pure Reason (Kritik der reinen Vernunft) and on the Groundwork of Custom Metaphysics (Grundlegung zur Metaphysik der Sitten). We interweave the aforementioned works to demonstrate how Kant thinks the question of freedom by seeking to rationally clarify the principles of a priori moral foundation, that is, in concepts of pure reason under analytical judgments. This being possible only from a rigorous reformulation of metaphysics.
O propósito deste ensaio é realizar uma breve análise crítica de algumas mediações imanentes à mítica ideológica microfascista que determina a tragédia política brasileira contemporânea, de modo que transforma a pandemia em um... more
O propósito deste ensaio é realizar uma breve análise crítica de algumas mediações imanentes à mítica ideológica microfascista que determina a tragédia política brasileira contemporânea, de modo que transforma a pandemia em um amplificador social do pandemônio neofascista. Para isso, analisamos essa problemática a partir de uma leitura sincrônica realizada entre, de um lado, alguns elementos da tragédia em Aristóteles sob uma inflexão antropológica associada ao conceito de pandemônio encontrado na obra de JohnMilton, e de outro, o conceito de microfascismo formulado com base no pensamento de Michel Foucault. Não obstante, é a partir do ensaio da Marilena Chauí, intitulado Brasil: mito fundador e sociedade autoritária (2000), que fazemos esta inflexão antropológica no conceito de mito (mythos) em seu sentido aristotélico, como parte da concepção de tragédia encontrada na Poética.
Nosso argumento de partida é que a Covid-19, doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, ganha força com a ousadia da ignorância e do egoísmo humano totalizado na loucura da razão econômica capitalista, vivenciada pelos indivíduos sob a... more
Nosso argumento de partida é que a Covid-19, doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, ganha força com a ousadia da ignorância e do egoísmo humano totalizado na loucura da razão econômica capitalista, vivenciada pelos indivíduos sob a mediação ideológica de práticas discursivas microfascistas. Neste contexto, diante da pluralidade de mediações que constituem a crise contemporânea no capitalismo global, com a chegada do elemento pandêmico temos uma determinação biológica socialmente estabelecida entre, de um lado, o conteúdo das relações sociais, e de outro, a complexidade dos processos de subjetivação que determinam a forma dos indivíduos vivenciarem ideologicamente este conteúdo por meio de práticas discursivas historicamente determinadas e culturalmente condicionadas.
Nesta direção, formulamos inicialmente uma chave de leitura crítica que sugere compreender o neofascismo como um fenômeno político gestado nas práticas discursivas carregadas de elementos microfascistas, que traduzem politicamente o conteúdo das relações sociais em formas subjetivas deste conteúdo ser vivenciado no cotidiano das múltiplas correlações de forças constituintes das relações de poder em uma sociedade – o que mais à frente explicaremos melhor a partir do conceito de microfascismo.
Este ensaio analisa como no Brasil contemporâneo, a lawfare e o Estado de exceção se tornam a mediação que costura politicamente o neoliberalismo com o neofascismo. De um lado, temos o neoliberalismo como uma racionalidade política, e de... more
Este ensaio analisa como no Brasil contemporâneo, a lawfare e o Estado de exceção se tornam a mediação que costura politicamente o neoliberalismo com o neofascismo. De um lado, temos o neoliberalismo como uma racionalidade política, e de outro, um moralismo neoconservador como uma mitologia social carregada de microfascismos. A partir da formação social brasileira, este fenômeno produz na contemporaneidade, uma mitologia do Estado de exceção ideologicamente amparada em um levante neofascista. Assim, a ascensão política do bolsonarismo se explica neste processo, que ocorre regido pela lógica social da mercadoria integrada ao processo global de acumulação do capital, sob a investida neoliberal contra a lógica democrática da cidadania.
A partir da crítica marxiana a Feuerbach, conforme interpretamos aqui no tocaente à questão da consciência, apresentamos uma compreensão da ideologia para além da caricata noção de imediato falseamento do real. É o seguinte: se fosse o... more
A partir da crítica marxiana a Feuerbach, conforme interpretamos aqui no tocaente à questão da consciência, apresentamos uma compreensão da ideologia para além da caricata noção de imediato falseamento do real. É o seguinte:  se fosse o caso de reduzir ideologia à mera noção de “falsa consciência", significaria ainda estar tomando a realidade apenas como “objeto sensível” e que, representada de maneira enviesada, implicaria unicamente em falsa consciência para o sujeito consciente de sua própria realidade, que lhe apareceria apenas como objeto de contemplação adulterado. Ao contrário, cabe lembrar que os autores de A ideologia alemã insistem na percepção de “atividade sensível”, justamente em detrimento da consciência como mera consciência do objeto. Portanto, a partir da crítica marxiana, surge-nos a possibilidade de aprofundar essa compreensão no desenvolvimento da noção de ideologia. Esta não implicará mais meramente em direto reflexo passivo da realidade e suas contradições na consciência, mas em algo inteiramente mais complexo: se a consciência é “atividade sensível” – ou seja, é ser consciente enquanto práxis (atividade consciente e objetiva) e não apenas contemplação, logo, é sujeito consciente e ativo na sua realidade, e a percepção dessa realidade requer não apenas representações que possam ser subjetivamente julgadas facilmente como falsas ou verdadeiras, mas se trata de que a consciência possa reagir na sua realidade imediata por meio de um comportamento ativo – envolvendo um discurso prático (linguagem e ação) capaz de  harmonizar as disjunções imanentes à própria realidade, marcada por uma dinâmica contraditória (dialética) envolvendo a própria realidade entre revelação e ocultamento das determinações e suas mediações concretas.
Este livro é resultado de uma pesquisa que se deu por meio do retorno à velha dialética de Hegel, na busca de compreender como se deu a construção de uma nova dialética em Marx, daí derivando o projeto deste realizar a crítica da economia... more
Este livro é resultado de uma pesquisa que se deu por meio do retorno à velha dialética de Hegel, na busca de compreender como se deu a construção de uma nova dialética em Marx, daí derivando o projeto deste realizar a crítica da economia política no seu tempo. Para isso, a obra apresenta uma reconstrução do itinerário intelectual de Marx, resgatando de maneira sincrônica, desde Adam Smith até Ricardo, assim como de Hegel a Feuerbach.
Resumo: Analisa a relação entre o Estado e a sociedade a partir de mediações entre a crítica marxiana à Filosofia do Direito de Hegel e o contexto contemporâneo no qual se efetivam as políticas sociais. Discute a questão do compromisso do... more
Resumo: Analisa a relação entre o Estado e a sociedade a partir de mediações entre a crítica marxiana à Filosofia do Direito de Hegel e o contexto contemporâneo no qual se efetivam as políticas sociais. Discute a questão do compromisso do Estado Moderno na sua cisão entre um elemento político (princípio formal) e outro não político (princípio material), configurando um processo de alienação entre o político e o material , e culminando numa contradição seminal entre Estado e sociedade. Objetiva contribuir com uma articulação teórico-metodológica capaz de ampliar algumas teses clássicas da teoria social crítica no intuito de compor uma análise mais próxima da-queles fenômenos do nosso tempo. Conclui que a crítica dessa contradição, ao anali-sar a superestrutura política sem dissociá-la da sua base social (material), é a condi-ção de toda crítica política e das políticas sociais. Palavras-chave: Sociedade. Estado. Alienação Política. Política Social. Abstract: Analyze the relation between State and society from mediations between the Marxian critique of Hegel's Philosophy of Law and contemporary context in which social policies are effected. It discusses the issue of commitment of the Modern State in its split between a political element (formal principle) and other non-political (material principle), setting a process of alienation between the political and material, and culminating in a seminal contradiction between State and society. The objective is to contribute to a joint theoretical and methodological able to expand some classical theories of critical social theory in order to make a closer analysis of those phenomena of our time. We conclude that the criticism of this contradiction by analyzing the political superstructure without breaking it from its social base (material) is the critical condition of all political and social policies.
RESUMO: O objetivo deste projeto de pesquisa consiste em analisar como a interpretação marxiana acerca da ontologia e da filosofia política hegelianas reflete na sua crítica da economia política capitalista, com ênfase para como Marx... more
RESUMO: O objetivo deste projeto de pesquisa consiste em analisar como a interpretação marxiana acerca da ontologia e da filosofia política hegelianas reflete na sua crítica da economia política capitalista, com ênfase para como Marx elabora a relação entre trabalho e sociabilidade a partir de Hegel, e como este processo influencia a crítica marxiana da forma valor (Wertform) enquanto substância social do processo de acumulação do capital. Trata-se de um projeto de pesquisa mais amplo que agora incorpora a prática de iniciação científica, sob o intuito de promover a pesquisa de formação teórica dirigida à participação discente. Os planos de trabalho direcionados para a iniciação científica estarão voltados para a leitura imanente de algumas obras fundamentais que refletem o processo de formação teórico-metodológica da crítica da economia política marxiana. Com ênfase para a problematização da relação entre ontologia e economia política, este percurso encontra-se dividido em quatros fases anuais, a saber: Fase 1 (2024-25):  Crítica da filosofia do direito de Hegel (Introdução); Fase 2 (2025-26): Manuscritos econômico-filosóficos de 1844; Fase 3 (2026-27): Para a crítica da economia política; Fase 4 (2027-28): Capítulo VI (inédito). A metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica guiada pela leitura imanente das obras marxiana e hegeliana, a partir de levantamento bibliográfico complementar (clipping de comentadores) realizado por meio de procedimentos de pesquisa documental. O método de abordagem teórico-metodológica alinha-se à perspectiva contemporânea da Nova Dialética (New Dialectics).

Palavras-chave: Ontologia. Economia política. Hegel. Marx. O Capital.
RESUMO: O objetivo deste projeto de pesquisa é analisar, no interior do debate historicamente acumulado no arco teórico da teoria social crítica, a questão de como na sociedade capitalista contemporânea a imagem digital e os algoritmos... more
RESUMO: O objetivo deste projeto de pesquisa é analisar, no interior do debate historicamente acumulado no arco teórico da teoria social crítica, a questão de como na sociedade capitalista contemporânea a imagem digital e os algoritmos computacionais se revelam enquanto formas tecnológicas de dominação social, que operam sob a determinação da ideologia na era digital. Essa questão é abordada sob a perspectiva de uma ontologia social no campo da crítica da ideologia (Ideologiekritik), determinada pela contradição situada na relação estabelecida entre conteúdo e forma no processo de formação (Bildung) dos modos de ser que se expressam na experiência (Erfahrung) da vida social nessa sociedade digitalizada. Para isto, realizaremos um estudo sincrônico orientado pela perspectiva crítica estabelecida entre, de um lado, a concepção geral acerca da crítica da ideologia encontrada nas análises de Adorno e Horkheimer sobre a Indústria Cultural, e de outro, os conceitos de espetáculo (spectacle) e sensação (Sensation), respectivamente formulados pelos filósofos Guy Debord e Christoph Türcke, aos quais associamos a recente discussão do “capitalismo da vigilância”. Os planos de trabalho direcionados para a iniciação científica estarão voltados para a leitura de estudo imanente de algumas obras fundamentais que refletem a discussão da problemática em questão atualizada para a era digital desse século XXI. Este percurso encontra-se dividido em quatros fases anuais que refletem recortes temáticos realizados no escopo da teoria social crítica , a saber: Fase 1 (2024-25):  Adorno, Horkheimer e a Indústria Cultural; Fase 2 (2025-26): Herbert Marcuse e as formas tecnológicas de dominação social; Fase 3 (2026-27): Christoph Türcke e a Sociedade Excitada, juntamente com Guy Debord e a Sociedade do Espetáculo; Fase 4 (2027-28): Shoshana Zuboff e A era do capitalismo da vigilância. A metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica guiada pela leitura imanente das obras elencadas, a partir de levantamento bibliográfico (clipping dos autores elencados e comentadores) realizado por meio de procedimentos de pesquisa documental. O método de abordagem teórico-metodológico alinha-se à perspectiva contemporânea da Nova Dialética (New Dialectics).

Palavras-chave: Ideologia. Era digital. Tecnologia. Dominação social.
RESUMO: O presente projeto de pesquisa tem como objeto de estudo, a problemática na filosofia de G. W. F. Hegel, de como se dá o papel do trabalho (Arbeit) na formação (Bildung) da consciência (Bewusstsein) e de como este processo se... more
RESUMO: O presente projeto de pesquisa tem como objeto de estudo, a problemática na filosofia de G. W. F. Hegel, de como se dá o papel do trabalho (Arbeit) na formação (Bildung) da consciência (Bewusstsein) e de como este processo se exterioriza nas contradições (Widersprüche) estabelecidas entre a substância ética (sittliche Substanz) e o agir moral que se manifesta na experiência (Erfahrung) da vida em sociedade, isto é, da eticidade (Sittlichkeit). A ênfase no conceito de trabalho se justifica no sentido de realizar uma leitura da filosofia política hegeliana emoldurada pela sua concepção ontológica do indivíduo como autoatividade (Selbsttätigkeit) formadora da consciência. Consequentemente, de todos os conteúdos e formas sociais que constituem o sujeito e sua realidade (Realität) fenomênica na qual se manifesta o ethos enquanto substância que corresponde à efetividade (Wirklichkeit) da vida ética (sittliche Leben). Como defende Hegel na Fenomenologia do Espírito, o sujeito é a substância viva. E isso vale para a substância ética que se forma na cultura enquanto Espírito alienado de si mesmo (sich entfremdete Geist), a partir da dialética da consciência-de-si (Selbstbewusstsein), que por meio da ação (Handlung) divide o Espírito (Geist) em substância e consciência da substância. Nesta direção, o conceito de trabalho, tal como apresentado desde os escritos hegelianos da juventude até a maturidade, carrega uma mediação não somente social, mas sobretudo ontológica e ético-política. Para Hegel, o trabalho forma (bildet) a consciência como sujeito, porém não apenas quanto ao conteúdo (Inhalt) daquilo que o mesmo produz, mas também na forma (Form) como este sujeito vivencia subjetivamente este conteúdo objetivo na e pela experiência (Erfahrung) que o constitui enquanto forma viva da substância. Isto envolve tanto o sujeito individualmente, mas sobretudo também em sociedade. Logo, o trabalho como agir intencional do conceito põe-se como fundamento ontológico de toda experiência que constitui a vida ética. Portanto, a chave de leitura da aproximação aqui proposta entre a ontologia e a filosofia política hegelianas se realiza como um estudo sincrônico entre, de um lado, o Sistema da Vida Ética e a Fenomenologia do Espírito, e de outro, a Filosofia do Espírito (Terceiro volume da Enciclopédia) e a Filosofia do Direito, na busca de melhor compreender o papel do trabalho na formação da eticidade. O cronograma de execução se divide em quatro fases (uma por ano de PIBIC), e a metodologia utilizada será a pesquisa bibliográfica como investigação filosófica a partir da leitura imanente da obra hegeliana e também de comentadores selecionados.

Palavras-chave: Ontologia e política. Hegel. Trabalho. Formação da Consciência. Vida ética.
Resumo: o objetivo desta pesquisa é fazer uma análise crítica de alguns aspectos da automação e da digitalização para a produção social na sociedade capitalista contemporânea mediante a chegada da Indústria 4.0. O objeto de estudo desta... more
Resumo: o objetivo desta pesquisa é fazer uma análise crítica de alguns aspectos da automação e da digitalização para a produção social na sociedade capitalista contemporânea mediante a chegada da Indústria 4.0. O objeto de estudo desta investigação está no processo de automação do agronegócio brasileiro, situado no fenômeno denominado como agricultura digital ou agricultura 4.0. Este projeto surgiu de uma iniciativa de colaboração técnica no Grupo de Estudos em Filosofia e Crítica Social (GEFICS/UFPB), na linha de pesquisa Trabalho, Tecnologia e Valor na Indústria 4.0. Nesta direção, busca-se analisar a produção de valor na agricultura digital brasileira, sob a perspectiva marxiana do trabalho produtivo, a partir de uma leitura sincrônica entre, de um lado, o conceito de trabalhador coletivo, apresentado em O Capital, e de outro, algumas observações acerca da relação entre trabalho, tecnologia e valor, extraídas dos Grundrisse e em outros textos marxianos sobre maquinaria e trabalho vivo.
Palavras-chave: Indústria 4.0. Trabalho vivo. Trabalho morto. Agricultura digital. Agronegócio brasileiro.
RESUMO: O objetivo central deste projeto é realizar uma investigação teórica acerca da questão da relação entre Estado, ideologia e luta de classes, a partir de uma perspectiva do trabalhador enquanto sujeito político, com ênfase para o... more
RESUMO: O objetivo central deste projeto é realizar uma investigação teórica acerca da questão da relação entre Estado, ideologia e luta de classes, a partir de uma perspectiva do trabalhador enquanto sujeito político, com ênfase para o debate dos processos de subjetivação no contexto da racionalidade neoliberal sob a dominação do capital fictício, recorte que denominamos por capitalismo contemporâneo. Essa abordagem tem seu objeto de estudo na questão da luta de classes sob a inflexão ontológica do trabalhador como um sujeito estranhado de si mesmo na sociedade capitalista, atualizada para o debate da racionalidade neoliberal e do capital fictício. Nesta direção, importa pensar a luta de classes não somente em si, mas sobretudo para si, isto é, sob a perspectiva do trabalhador enquanto sujeito político determinado pela contradição estabelecida entre, de um lado, o conteúdo objetivo das relações sociais sob a dominação do capital fictício e como este adquire forma política no Estado, e de outro, os processos ideológicos de subjetivação enquanto formas deste sujeito vivenciar politicamente este conteúdo sob a racionalidade neoliberal. A hipótese inicial e que dá a tônica da nossa problematização é que a forma valor (Wertform) enquanto razão social imanente ao conteúdo objetivo das relações sociais produzidas a partir do trabalho subjugado ao capital, produz determinações para as formas ideológicas deste conteúdo ser vivenciado subjetivamente pelos sujeitos na experiência política da luta de classes. A hipótese secundária assume que este processo de formação e deformação do sujeito ocorre por meio de uma contradição que lhe é imanente, estabelecida entre conteúdo e forma, e que produz determinações para os processos de subjetivação inerentes à luta de classes para si como discurso e práxis políticos, isto é, como realidade concreta do trabalhador enquanto sujeito político. A metodologia utilizada assume um alinhamento de procedimentos envolvendo a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental.
O presente projeto de pesquisa pretende investigar na filosofia de G. W. F. Hegel, a problemática de como se dá a relação entre o trabalho e a linguagem na formação (Bildung) da consciência, e como esta se exterioriza na tensão entre a... more
O presente projeto de pesquisa pretende investigar na filosofia de G. W. F. Hegel, a problemática de como se dá a relação entre o trabalho e a linguagem na formação (Bildung) da consciência, e como esta se exterioriza na tensão entre a substância ética (o ethos) e o agir moral que se manifesta na práxis social. A ênfase na relação entre o trabalho e a linguagem se justifica no sentido de realizar uma leitura da filosofia política hegeliana, emoldurada pela sua concepção ontológica do trabalho como formador da consciência e, consequentemente, de todos os conteúdos e formas sociais que adquirem expressão prática na linguagem, ao mesmo tempo que constituem a práxis social como realidade (Realität) na qual se manifesta o ethos enquanto substância ética e, portanto, efetividade (Wirklichkeit) da vida em sociedade direcionada a fins que são os valores morais nela presentes (leia-se: a vida ética). Como defende Hegel na Fenomenologia do Espírito, o sujeito é a substância viva. E isso vale para a substância ética que se forma na cultura em tensão consigo mesma enquanto Espírito alienado de si mesmo, a partir da dialética da consciência-de-si. Nesta direção, o conceito de trabalho, tal como apresentado desde os escritos da juventude até a maturidade, carrega uma mediação não somente econômica, mas sobretudo filosófica (ontológica) e ético-política (moral). Isso fica evidente à medida que se percebe como, para Hegel, o trabalho forma (bildet) a consciência (Bewusstsein), não apenas quanto ao conteúdo (Inhalt) daquilo que o mesmo produz, mas também na forma (Form) como esta vivencia subjetivamente este conteúdo objetivo na sua realidade, individualmente e em sociedade, enquanto produto da sua própria atividade consciente objetiva. Isso põe o processo de trabalho como fundamento ontológico de toda experiência humana e de todo o ethos. Neste sentido, o fio condutor da aproximação aqui proposta entre a ontologia e a filosofia política hegelianas, envolve um estudo sincrônico entre, de um lado, o Sistema da Vida Ética e a Fenomenologia do Espírito, e de outro, a Enciclopédia das Ciências Filosóficas – com destaque para o capítulo sobre A Ideia, encontrado no primeiro volume (A Ciência da Lógica), bem como A Filosofia do Espírito (terceiro volume) –; junto desta, também a Filosofia do Direito, sobretudo no tocante à concepção que rege a transição da moralidade subjetiva à moralidade objetiva na contextura da eticidade (Sittlichkeit). Ademais, Hegel é um autor que ocupa lugar central na produção do Prof. Dr. Diogo Ferrer (UC.PT) – que é o principal comentador hegeliano utilizado neste projeto –, o que aponta a Universidade de Coimbra como o ambiente acadêmico mais propício para o desenvolvimento da presente proposta de pesquisa.
O objetivo central deste projeto é analisar a questão da política no Brasil contemporâneo, definida pela racionalidade neoliberal como forma de vivenciar ideologicamente o conteúdo social das relações entre Estado e sociedade civil sob a... more
O objetivo central deste projeto é analisar a questão da política no Brasil contemporâneo, definida pela racionalidade neoliberal como forma de vivenciar ideologicamente o conteúdo social das relações entre Estado e sociedade civil sob a dominação do capital fictício. Logo, o fenômeno que define o nosso objeto de estudo é a questão da política identificada na totalidade de contradições que envolvem o desenvolvimento das relações de poder entre Estado e sociedade civil no Brasil sob a normatividade neoliberal. O recorte histórico feito aqui se dá a partir da financeirização da economia brasileira com a chegada do Plano Real, processo que ocorre imbricado com a questão da dívida pública e suas determinações sociais. Este processo passa substancialmente pela mediação do Estado brasileiro, determinado pelo surgimento da racionalidade neoliberal como uma dimensão política estratégica e ideologicamente contrária à lógica democrática da cidadania social. No seu lineamento fenomênico, miramos a nossa crítica na sociedade brasileira contemporânea, mais precisamente na quadra história que engloba as contradições do lulismo e o surgimento do bolsonarismo.
EMENTA: Marx leitor de Hegel e Feuerbach. A questão do Estado na filosofia do direito hegeliana e a contradição fundante da sociedade moderna. A ontologia do ser social. Crítica à "ideologia alemã". Ontologia e economia política na... more
EMENTA: Marx leitor de Hegel e Feuerbach. A questão do Estado na filosofia do direito hegeliana e a contradição fundante da sociedade moderna. A ontologia do ser social. Crítica à "ideologia alemã". Ontologia e economia política na crítica marxiana da sociedade capitalista. Introdução à leitura d'O Capital: a forma mercadoria e a estranha objetividade do valor. Atualidade de Marx: trabalho produtivo e Indústria 4.0; capital fictício e a crítica do valor no livro terceiro d'O Capital; ideologia e as formas tecnológicas de dominação social. Estado, ideologia e luta de classes no capitalismo contemporâneo.
EMENTA: Teoria do Estado e história da democracia: Estados antigos na Mesopotâmia (Iraque) e no Vale do Rio Nilo (Egito); das cidades-Estado gregas à cidades-Repúblicas italianas. As fundações do pensamento político moderno ocidental:... more
EMENTA: Teoria do Estado e história da democracia: Estados antigos na Mesopotâmia (Iraque) e no Vale do Rio Nilo (Egito); das cidades-Estado gregas à cidades-Repúblicas italianas. As fundações do pensamento político moderno ocidental: Aristóteles, Cícero, Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu e Rousseau. Kant e a aporia entre razão e liberdade. As revoluções democráticas: inglesa, americana e francesa. A revolução haitiana. Hegel, a eticidade e as precondições da democracia. Estado, ideologia e luta de classes a partir de Marx. Foucault e a questão do poder e sua capilaridade biopolítica: a crítica ao modelo soberania-Estado. Democracia representativa e democracia direta; as concepções liberal e republicana. Estado social e Estado democrático de direito: direitos, representatividade e cidadania. Estado, ideologia e capital no século XXI: a luta de classes sob a hegemonia do capital fictício e da racionalidade neoliberal na quarta revolução industrial. Ideologia e as formas tecnológicas de dominação social na era digital. Ideologia, cultura política e fake news na nova fronteira de poder (redes sociais). Estado, ideologia e democracia no Brasil contemporâneo: o golpe de lawfare em 2016 e a costura entre neoliberalismo e neoconservadorismo. Contradições do lulismo e surgimento do bolsonarismo.
EMENTA: Fundamentos ontológicos do trabalho e do homem. Trabalho, sociedade e reprodução. O processo de trabalho em geral. Trabalho e alienação. Formas históricas do trabalho: na sociedade primitiva, no mundo antigo, no feudalismo e no... more
EMENTA: Fundamentos ontológicos do trabalho e do homem. Trabalho, sociedade e reprodução. O processo de trabalho em geral. Trabalho e alienação. Formas históricas do trabalho: na sociedade primitiva, no mundo antigo, no feudalismo e no modo de produção capitalista-trabalho assalariado. As transformações do trabalho no capitalismo contemporâneo: a reestruturação do capital e as formas de alienação típicas do capitalismo atual.
O debate contemporâneo da ideologia na era digital A gênese ideológica da ideologia: o iluminismo e a revolução francesa Apesar de alguns estudiosos considerarem um conceito superado, falar sobre ideologia é importante porque se trata de... more
O debate contemporâneo da ideologia na era digital A gênese ideológica da ideologia: o iluminismo e a revolução francesa Apesar de alguns estudiosos considerarem um conceito superado, falar sobre ideologia é importante porque se trata de reforçar a compreensão não somente filosófica, mas também sociológica, política, histórica e antropológica de que os seres humanos não se reduzem a um conjunto de condições físicas ou materiais, mas sobretudo são seres dotados de consciência, e que esta consciência se expressa subjetivamente no mundo por meio de ideias que se realizam objetivamente na forma de ações e reações.
Apesar de alguns estudiosos considerarem um conceito superado, falar sobre ideologia é importante porque se trata de reforçar a compreensão não somente filosófica, mas também sociológica, política, histórica e antropológica de que os... more
Apesar de alguns estudiosos considerarem um conceito superado, falar sobre ideologia é importante porque se trata de reforçar a compreensão não somente filosófica, mas também sociológica, política, histórica e antropológica de que os seres humanos não se reduzem a um conjunto de condições físicas ou materiais, mas sobretudo são seres dotados de consciência, e que esta consciência se expressa subjetivamente no mundo por meio de ideias que se realizam objetivamente por meio de ações e reações. Para compreender melhor a questão, mesmo que em nível introdutório, vamos caminhar um pouco ao longo do debate historicamente acumulado em torno deste conceito que veremos ser tão controverso quanto polissêmico. Por isso, desde já ressalto que não tenho a pretensão de esgotar alguma exegese definitiva disposta a corrigir todas as outras; muito pelo contrário, nosso percurso tentará trazer um pouco da pluralidade que envolve as tramas deste conceito chamado ideologia, desde seus primórdios até a atualidade. Vale ressaltar que não somente na filosofia, mas nas ciências sociais como um todo, é consenso entre especialistas não existir conceito mais grandioso em ambiguidades como também tão ambíguo em sua grandeza, justamente pela sua história de divergências, paradoxos, contrassensos e arbitrariedades.
Esta artigo analisa como o fenômeno do bolsonarismo representa um discurso enquanto prática social genuinamente resultante do processo histórico de formação da arcaica mentalidade política brasileira. No Brasil bolsonarista, os mitos mais... more
Esta artigo analisa como o fenômeno do bolsonarismo representa um discurso enquanto prática social genuinamente resultante do processo histórico de formação da arcaica mentalidade política brasileira. No Brasil bolsonarista, os mitos mais tacanhos dessa mentalidade aparecem sendo vivenciados como reais na arena política; todas as imagens ideológicas viscerais da formação social brasileira afloradas: o patriarcado, o autoritarismo, o mandonismo[1], o racismo, a exaltação da violência, a homofobia, o fundamentalismo cristão, e sobretudo, dois aspectos que representam um avivamento fascista nesta sociedade: primeiro, uma visão mítica de nação sob um discurso patriótico chauvinista e anticomunista que anuncia a ameaça vermelha do Brasil se tornar uma nova Venezuela; segundo, a visão do outro no campo político, não como opositor que deve ser antagonizado no jogo democrático, mas, ao contrário, como um inimigo (vermelho) que deve ser eliminado e que, diante disso, este patriotismo guia-se pela necessidade mitológica de salvação contra um delirante apocalipse petista. Estamos diante do que a antropóloga Lilian Scharwcz identifica como uma mitologia de Estado, pautada na lógica da polarização do “eles” contra “nós” ou do “nós” contra “eles” – prato cheio para um avivamento fascista. Contudo, essa visão mítica de nação constituída em um invólucro chauvinista, requer uma liderança que encarne esse mito antropomorfizado em um autêntico representante do típico “homem de bem”: sujeito temente a Deus, chefe de família no modelo tradicional, que coloca ordem na casa sob a autoridade do moralismo cristão emplacado no discurso pela ousadia da ignorância, que nega a ética dos direitos humanos e rejeita a racionalidade científica.
Este ensaio analisa como na questão da política no Brasil contemporâneo, o lulismo nos deixou contradições que somente quando se inicia a formação do bolsonarismo é possível começar a decifrá-las na compreensão de um importante aspecto... more
Este ensaio analisa como na questão da política no Brasil contemporâneo, o lulismo nos deixou contradições que somente quando se inicia a formação do bolsonarismo é possível começar a decifrá-las na compreensão de um importante aspecto que levou ao sucesso da candidatura de Jair Bolsonaro: o autoritarismo moralista-cristão começa a construir um realinhamento ideológico entre civis (pobres e ricos) e militares, que acusa ideologicamente de “ideologia” qualquer leitura crítica da própria formação social brasileira, sob rótulos vazios como “comunismo” ou “marxismo cultural”.
Este ensaio corresponde ao arrazoado de uma aula proferida pelo autor na disciplina de Filosofia Política, lecionada na UFPB. Traz um introito à filosofia política de Hegel. Explica que na formulação do Estado na filosofia do direito... more
Este ensaio corresponde ao arrazoado de uma aula proferida pelo autor na disciplina de Filosofia Política, lecionada na UFPB. Traz um introito à filosofia política de Hegel. Explica que na formulação do Estado na filosofia do direito hegeliana temos, de um lado, os indivíduos com os seus interesses egoístas que são disputados no campo aberto da sociedade civil-burguesa (bürgerliche Gesellschaft); e de outro, temos o Estado como o campo da cidadania enquanto substância ético-política da modernidade. Neste contexto, é na sociedade civil-burguesa que Hegel situa o trabalho como mediação das carências sociais dos indivíduos, e aponta a propriedade privada enquanto fundamento econômico e social do direito nesta sociedade. Ele foi o primeiro a perceber a contradição fundamental: o fato de que é a partir da propriedade privada que concretamente se fundam o direito e a jurisdição nesta sociedade. Hegel se questionou o seguinte: como pode o direito, a ética e a moral de uma sociedade estarem fundados na propriedade privada? Abordamos também como, depois disso, Marx radicaliza a questão levantada por Hegel e identifica no capital a raison d'être (razão de ser) da sociedade civil-burguesa, que se manifesta objetivamente como a relação social determinante desta sociedade entre, de um lado, os indivíduos que detém a propriedade privada dos meios de produção, e de outro, aqueles que só detém a sua força de trabalho. Neste sentido, o capital resulta do desenvolvimento histórico do processo de trabalho subjugado à propriedade privada dos meios de produção, fenômeno este sancionado pelo Estado e todo o sistema de normas jurídicas institucionalizado por ele na modernidade.
Este ensaio corresponde ao arrazoado de uma aula proferida pelo autor em sua disciplina de Filosofia Política, na UFPB. Resgata a origem do termo ideologia, e como este surgiu sob o signo da contradição no contexto histórico do iluminismo... more
Este ensaio corresponde ao arrazoado de uma aula proferida pelo autor em sua disciplina de Filosofia Política, na UFPB. Resgata a origem do termo ideologia, e como este surgiu sob o signo da contradição no contexto histórico do iluminismo francês. Em 1804, Destutt de Tracy cunhou o termo na sua obra Élémens D’Idéologie (Elementos da Ideologia), com a intenção de propor uma ciência que, segundo ele, se trataria de um exame científico da natureza das ideias. Tracy tentou, sob o espírito newtoniano dominante à época, empreender uma teoria das ideias em oposição à metafísica. Segundo ele: “A mais preciosa das invenções humanas é a capacidade de expressar suas ideias...”. Tracy foi inspirado pelo paradigma teórico fundado pelo iluminista francês Éttiene Bonnot de Condillac (1715-1780), um filósofo que, em sua teoria acerca das ideias, formulou uma espécie de síntese entre os métodos de Francis Bacon e René Descartes, a física de Isaac Newton e a revolução científica causada pela sua obra Princípios Matemáticos da Filosofia Natural, de 1687, juntamente com a teoria empirista de John Locke. Tal definição apresentada por Tracy, carregava a pretensão de esclarecer cientificamente a base material do pensamento, livre de ilusões, e das nossas ideias enquanto produtos unicamente de determinações mentais e fisiológicas. A essa “ciência das ideias” ele denominou de “Ideologia” sob um sentido positivo. Mas foi com Napoleão que o termo adquiriu o sentido negativo que perdura até hoje. Conforme narra Jorge Larrain, em seu livro The Concept of Ideology (O Conceito de Ideologia), o imperador francês, inicialmente teve como aliado o grupo de Destutt de Tracy, autodenominado de "ideologistas" (do francês "idéologistes" - que poderíamos traduzir como "cientistas das ideias"), para consolidação dos seus propósitos políticos no campo da educação e da ciência sob o projeto de construção do Instituto da França. Porém, por não aceitarem os excessos do seu autoritarismo, Napoleão se revolta e acusa a sua própria elite intelectual e filosófica de serem doutrinadores sob a alcunha pejorativa de "ideólogos" (do francês "idéologues"). Àquela altura, todo intelectual que manifestasse opinião crítica ao governo napoleônico era acusado de doutrinação ideológica. Este ensaio faz uma breve análise da ideológica história da ideologia, de Destutt de Tracy até Marx e Engels.
Resumo: o presente ensaio problematiza algumas contradições da situação política brasileira na quadra histórica que corresponde ao julgamento do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva pelo juiz Sérgio Moro. Importa buscar as mediações... more
Resumo: o presente ensaio problematiza algumas contradições da situação política brasileira na quadra histórica que corresponde ao julgamento do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva pelo juiz Sérgio Moro. Importa buscar as mediações deste cenário com a totalidade de relações sociais do capital financeiro e da virtualidade da sensação na era digital, assim como algumas das suas determinações para a vida política nacional por meio da law fare e da polarização ideológica como espetáculo político. Neste contexto, surge o conceito de política da sensação a partir da contradição, na qual, o fato de que a política foi bloqueada por si mesma ocorre garantindo-se a sensação inversa como maneira de vivenciar a própria política. Isto leva os indivíduos a prosseguirem convictos de que ainda estão participando politicamente da história, mesmo que só apenas virtualmente.
Conferência pronunciada no I Colóquio de Teoria Crítica do Recife, promovido pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em outubro de 2019. Aborda a questão de que, enquanto no passado, a ideologia ocorria principalmente através de... more
Conferência pronunciada no I Colóquio de Teoria Crítica do Recife, promovido pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em outubro de 2019. Aborda a questão de que, enquanto no passado, a ideologia ocorria principalmente através de discursos e narrativas pautados em princípios argumentativos sobre como era a realidade e como deveria ser; na era da imagem, sobretudo a partir do surgimento de tecnologias cada vez mais sofisticadas em reproduzir o real em sons e imagens, “a ideologia passou a ter por objeto o mundo como tal”, como explica Rodrigo Duarte – ao comentar a obra de Adorno e Horkheimer. Segundo a dupla frankfurtiana, a capacidade tecnológica dos veículos da indústria cultural produzirem a sua versão da realidade, transformou esta versão em “A Realidade”. Este processo, em grande medida, teria tornado supérflua a lógica argumentativa, e assim, o real se torna “ideológico” e a ideologia se torna o próprio real, como se esta tivesse realmente desaparecido. Nesta direção, a contradição está no fato de que ideologia se torna a forma social e o conduto de passagem para o sujeito vivenciar o real, de maneira aparentemente desprovida de ideologia. Dialeticamente, poderíamos resumir a contradição em tela, dizendo que a ideologia se fortalece justamente por meio do seu próprio "desaparecimento".
Este ensaio corresponde ao arrazoado (revisto e ampliado) da conferência pronunciada pelo presente autor no IX Seminário de Análise do Discurso (SEAD), que tematizou a análise do discurso e suas condições de produção, realizado em... more
Este ensaio corresponde ao arrazoado (revisto e ampliado) da conferência pronunciada pelo presente autor no IX Seminário de Análise do Discurso (SEAD), que tematizou a análise do discurso e suas condições de produção, realizado em novembro de 2019, na Universidade Federal do Pernambuco. O objetivo da preleção em tela foi compartilhar algumas hipóteses no tocante à problematização de algumas ferramentas conceituais no espectro teórico marxiano/marxista, diante do desafio de dar repostas a alguns problemas políticos do nosso tempo, atinentes à questão da relação entre ideologia e luta de classes no capitalismo contemporâneo. Neste caso, abordamos a questão da luta de classes no contexto da racionalidade neoliberal no século XXI, sob a dominação do capital fictício (fiktives Kapital) enquanto forma social resultante do processo de substantivação e autonomização do valor (Wert). A hipótese primária assumida aqui é que a forma do valor (Wertform) enquanto razão econômica e social imanente ao conteúdo das relações sociais produzidas a partir do trabalho subjugado ao capital, produz determinações para as formas ideológicas desse conteúdo ser vivenciado subjetivamente pelos indivíduos na trama política da sociabilidade capitalista. Essas determinações fornecem uma nova morfologia ao caráter ideológico da luta de classes, a partir da nova morfologia do trabalho sob a dominação do capital fictício.
OBJETIVO GERAL: Oferecer um curso de introdução ao pensamento social marxiano enquanto propedêutica à leitura d’O Capital, a partir de um breve epítome conceitual pautado na leitura imanente de algumas obras situadas no itinerário... more
OBJETIVO GERAL: Oferecer um curso de introdução ao pensamento social marxiano enquanto propedêutica à leitura d’O Capital, a partir de um breve epítome conceitual pautado na leitura imanente de algumas obras situadas no itinerário intelectual que levou Marx à uma crítica da economia política sob a perspectiva filosófica de uma ontologia social de base dialética. TRANSMISSÃO PELO CANAL DO GEFICS NO YOUTUBE (LINK A SEGUIR): https://www.youtube.com/watch?v=6uiD4ca6aL8
A autora do livro em tela, Silvia Federici, é uma historiadora italiana que vive desde os anos 1960 nos Estados Unidos da América, onde ganhou destaque ao integrar a Campanha salário para trabalho doméstico, tornando-se referência na... more
A autora do livro em tela, Silvia Federici, é uma historiadora italiana que vive desde os anos 1960 nos Estados Unidos da América, onde ganhou destaque ao integrar a Campanha salário para trabalho doméstico, tornando-se referência na militância e na produção teórica feminista. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva, foi publicado originalmente na língua inglesa em 2004, e só em 2017 temos o livro em língua portuguesa, vertido pelo Coletivo Sycorax e publicado no Brasil pela Editora Elefante. A obra é resultado da profunda inquietação da autora no sentido de nos alertar sobre como a cultura das bruxas passou a ser criminalizada no período de caça às bruxas, ocorrido entre a segunda metade do século XV e a segunda metade do século XVIII. Não por acaso, isto ocorre no mesmo momento em que acontecia a “transição” (termo usado pela autora) do modo de produção feudal para o modo de produção capitalista. Tal criminalização resultou na perseguição e no extermínio de mais de 100 mil mulheres numa Europa ainda pouco habitada.
O livro em tela é resultado da reunião síncrona de pesquisadores e militantes em torno de um esforço intelectual para homenagear o professor Enrique Dussel de maneira muito certeira: pensando; não de maneira endógena sobre "a filosofia... more
O livro em tela é resultado da reunião síncrona de pesquisadores e militantes em torno de um esforço intelectual para homenagear o professor Enrique Dussel de maneira muito certeira: pensando; não de maneira endógena sobre "a filosofia dusseliana", como se fosse um círculo hermético em seus conceitos e esquemas teóricos; mas, ao contrário, por meio do sentido que o próprio Dussel construiu a duras penas em sua obra: a crítica ética à realidade efetiva do Outro no processo histórico no ocidente que deu origem à própria história do mundo ocidental, que ele desvendou como razão colonizadora; e como filosofia eurocêntrica, pela demonstração, também histórica, daquilo que passava encoberto, sufocado, por não ser europeu. O conjunto de artigos reunidos neste livro compõe uma memorável celebração, não apenas teórica em sentido formal e strictu sensu, mas também como um convite à mergulhar no universo da obra de um pensador que ousa questionar o secular status quo da filosofia ocidental na defesa pelo reconhecimento de um pensamento que dê voz ao povo latino-americano.
Resumo: O objetivo deste artigo é analisar alguns elementos de como a interpretação marxiana acerca da ontologia e da filosofia política hegelianas reflete na sua crítica da economia política capitalista, com ênfase para a crítica de Marx... more
Resumo: O objetivo deste artigo é analisar alguns elementos de como a interpretação marxiana acerca da ontologia e da filosofia política hegelianas reflete na sua crítica da economia política capitalista, com ênfase para a crítica de Marx à concepção do trabalho em Hegel, e a relação desta com a crítica da forma do valor (Wertform) enquanto substância do processo de acumulação do capital. Para tanto, concentra-se, de modo sincrônico, em dois aspectos atinentes à questão, que dividem a exposição em duas partes: nesta Parte I, analisa alguns elementos ontológicos (hegelianos) situados na formação do conceito marxiano de trabalho e, consequentemente, também na sua crítica ao capital enquanto forma social decorrente do desenvolvimento histórico do próprio trabalho. Nesta fase, inicia a explicação de como este processo da pesquisa marxiana ocorre sob um duplo e simultâneo viés teórico-crítico estabelecido entre, de um lado, a perspectiva ontológica do sujeito (o trabalhador) determinado pelo trabalho estranhado (entfremdete Arbeit), e, de outro, uma perspectiva crítica à econômica política tomada a partir da relação deste trabalho estranhado com a propriedade privada dos meios de produção. Na Parte II, além de arrematar algumas aberturas deixadas na Parte I, analisa como este itinerário irá influenciar o núcleo da crítica marxiana, tanto com relação ao conceito hegeliano de trabalho, como também à crítica madura apresentada em O Capital, de modo a corroborar a tese da urdidura ineliminável entre ontologia e economia política. Em seguida, qualifica ao nível do método e da lógica dialéticos, os conceitos de trabalho e capital, bem como a questão dialética da mediação (Vermittlung) e sua relação lógica com o movimento mais amplo do Espírito (Geist) e da Ideia (Idee), a partir de como Marx analisa-os em Hegel. Por fim, conclui com uma breve análise acerca da gravidade política da constatação ontológica que fundamenta toda a crítica marxiana da economia política capitalista. Palavras-chave: Ontologia. Economia política. Filosofia. Marx. Hegel. OBS: Para citar, entre em contato com o autor (texto ainda no prelo).
Marxism and Critical Theory derive from a long and broad intellectual tradition that originated in the nineteenth century in the so-called “Hegelian Left” group in Berlin, which included the young student Karl Marx. This German... more
Marxism and Critical Theory derive from a long and broad intellectual tradition that originated in the nineteenth century in the so-called “Hegelian Left” group in Berlin, which included the young student Karl Marx. This German philosopher has left us a rich theoretical- critical legacy that, from philosophy to political economy, sociology, history, psychoanalysis, etc., allows us to subject capitalist society to a substantive social critique with emancipatory interest. Nevertheless, it is in this critical spirit that the idea of this publication emerged as a special issue entitled Marxism and Critical Theory.
O marxismo e a Teoria Crítica decorrem de uma longa e ampla tradição intelectual que teve sua origem no século XIX, no grupo da chamada "esquerda hegeliana", em Berlim, do qual fazia parte o jovem estudante Karl Marx. Este filósofo alemão... more
O marxismo e a Teoria Crítica decorrem de uma longa e ampla tradição intelectual que teve sua origem no século XIX, no grupo da chamada "esquerda hegeliana", em Berlim, do qual fazia parte o jovem estudante Karl Marx. Este filósofo alemão nos deixou um riquíssimo legado teórico-crítico que, desde a filosofia até a economia política, a sociologia, a história, a psicanálise etc., permite submeter a sociedade capitalista a uma crítica social substantiva com interesse emancipatório. Não obstante, é sob este espírito crítico que surgiu a ideia desta publicação, como um número especial intitulado Marxismo e Teoria Crítica. O dossiê em tela resulta de uma proposta editorial da Problemata-Revista Internacional de Filosofia, concebida no ano do bicentenário do nascimento de Marx. Em seu processo de afirmação e construção, a ideia se desdobrou de forma coletiva e dialogada até se efetivar na ampla representatividade de colaboradores e abordagens que o presente número expressa. O volume é composto por textos decorrentes de três perfis de autores: professores e doutorandos do Brasil com experiência de estudos no exterior 1 , pesquisadores latino-americanos de Argentina e México, e professores de destacada expressão internacional que atuam em universidades europeias da Alemanha, Itália, Inglaterra, França e Portugal. Entre esses autores encontram-se estudiosos e editores da obra de Marx em diferentes idiomas, bem como alguns dos mais representativos autores da Teoria Crítica. Isso combina com um dos objetivos desta edição, que é contribuir para a valorização e ampliação das relações de diálogo e colaboração da pesquisa no âmbito internacional-no caso deste número, especialmente em torno do pensamento dialético herdeiro do legado marxiano.
Apresentação do número especial da Revista Problemata sobre Filosofia Alemã. O presente número especial da Problemata Revista Internacional de Filosofia consiste em um projeto resultante de uma profícua network construída durante meu... more
Apresentação do número especial da Revista Problemata sobre Filosofia Alemã. O presente número especial da Problemata Revista Internacional de Filosofia consiste em um projeto resultante de uma profícua network construída durante meu estágio doutoral como bolsista CAPES/PDSE na Alemanha ao longo do ano de 2017, sob a supervisão do filósofo Christoph Türcke, líder do grupo de estudos sobre Adorno em Leipzig, na Academia de Belas Artes (Hochschule für Grafik und Buchkunst-HGB), no qual surgiu a ideia desta coletânea. Neste período, tive a oportunidade de conhecer a maior parte dos pesquisadores e pesquisadoras que contribuíram para realização deste projeto, assim como também outros nomes com os quais estabeleci aproximação após o meu retorno ao Brasil. Entre estes últimos, o Prof. Edmilson Azevedo e a equipe da revista Problemata, mais especificamente os professores Luciano Silva, Matheus Beltrame e Leandro Sardeiro, aos quais propus esta edição especial, tendo como ampla temática a filosofia alemã. Destarte, nossos espíritos acabaram por encontrar afinidades e a proposta logo se transformou em um plano de trabalho que agora se materializa diante do nosso leitor. Assim, este número temático é fruto de um trabalho conjunto e um esforço inconcusso envolvendo, não apenas três países (Brasil, Alemanha e França), mas também ideias, afetos, identidades e dissonâncias sob um viés recato e pluralista.