Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                
Skip to main content
The article discusses to what extent sociological theories produced in the Brazilian academic field dialogue with a global intellectual movement criticizing coloniality and the Eurocentric foundations of the social sciences. Initially, we... more
The article discusses to what extent sociological theories produced in the Brazilian academic field dialogue with a global intellectual movement criticizing coloniality and the Eurocentric foundations of the social sciences. Initially, we analyze the challenges regarding the attempts to define two theoretical approaches, Brazilian sociology, and Postcolonial Thought, without overlooking their internal heterogeneities. Then, we address the tensions between these approaches as conditions for research agendas that bring both contributions into proximity. Finally, we explore the epistemological potential of one of these agendas, which corresponds to a rereading of Brazilian sociological theory in light of postcolonial criticism. This exercise in rereading the canon is based on the methodological program of sociological reduction of Guerreiro Ramos, which indicates a reciprocal interrogation between Brazilian sociology and postcolonial thought, i.e., a decentered look at our sociological tradition that also reveals contributions from this tradition for the future of postcolonial epistemologies.
O artigo discute em que medida teorias sociológicas produzidas no campo acadêmico brasileiro dialogam com um movimento global de crítica à colonialidade e aos fundamentos eurocêntricos das ciências sociais. De início, tratamos dos... more
O artigo discute em que medida teorias sociológicas produzidas no campo acadêmico brasileiro dialogam com um movimento global de crítica à colonialidade e aos fundamentos eurocêntricos das ciências sociais. De início, tratamos dos desafios subjacentes às tentativas de definir os dois enquadramentos, sociologia brasileira e pensamento pós-colonial, sem ignorar suas heterogeneidades internas. Em seguida, analisamos as convergências e tensões entre esses campos como condições de possibilidade para agendas de pesquisa que aproximem ambos os aportes. Por fim, exploramos o potencial epistemológico de uma dessas agendas, que corresponde a uma releitura da tradição sociológica brasileira à luz da crítica pós-colonial. Esse exercício é feito a partir do projeto da "redução sociológica", de Guerreiro Ramos, que indica uma via de mão dupla na interlocução entre sociologia brasileira e pensamento pós-colonial: um olhar descentrado sobre nossa tradição sociológica que revela contribuições dessa tradição para o futuro das epistemologias pós-coloniais.
This essay, which opens the dossier "Practices and Processes of Urban Space Production: Decentering Perspectives," takes this tension as a premise. The classical perspective that understood and analyzed the city as the ground for civil... more
This essay, which opens the dossier "Practices and Processes of Urban Space Production: Decentering Perspectives," takes this tension as a premise. The classical perspective that understood and analyzed the city as the ground for civil progress, the development of human potentialities—or as a stage for the reverberation of "modern" mistrusts and fears—overlooked a series of urban life experiences that have accumulated and evolved on the outskirts of global capitalism. On the one hand, these experiences are marked by the colonial past—hence by the effects of transatlantic slave trade, massive displacement of people, slavery, genocide, and racism—that historically interweaves "North-South" and "South-South". On the other, by the persistent legacies of this past, which obstruct the resolution of contemporary issues, such as segregation, inequalities, lack of infrastructure, problems in urban-environmental regulation and management, among others.
Este ensaio, que abre o dossiê “Práticas e processos de produção do espaço urbano: descentrando perspectivas”, toma esse tensionamento como premissa. A perspectiva clássica que apreendeu e analisou a cidade como terreno do progresso... more
Este ensaio, que abre o dossiê “Práticas e processos de produção do espaço urbano: descentrando perspectivas”, toma esse tensionamento como premissa. A perspectiva clássica que apreendeu e analisou a cidade como terreno do progresso civil, do desenvolvimento das potencialidades humanas – ou, então, como palco de reverberação de desconfianças e medos “modernos” –, perdeu de vista uma série de experiências de vida urbana que se acumularam e desenvolveram nas periferias do capitalismo global. Essas experiências são marcadas, de um lado, pelo passado colonial – e, portanto, pelos efeitos do tráfico negreiro transatlântico, da desterritorialização massiva de pessoas, da escravidão, do genocídio e do racismo –, que entrelaça historicamente “Norte-Sul” e “Sul-Sul”; de outro, pelos legados persistentes desse passado, que dificultam que problemas contemporâneos sejam resolvidos – como segregação, desigualdades, falta de infraestrutura, problemas na regulação e gestão urbano-ambiental, etc.
O texto se debruça sobre algumas cartoneras latino-americanas, editoras que produzem e difundem livros artesanais, confeccionados e pintados à mão, a partir da reciclagem de materiais coletados por cooperativas de catadores urbanos. A... more
O texto se debruça sobre algumas cartoneras latino-americanas, editoras que produzem e difundem livros artesanais, confeccionados e pintados à mão, a partir da reciclagem de materiais coletados por cooperativas de catadores urbanos. A partir de etnografia digital, o objetivo do artigo é analisar redes de atuação estabelecidas entre cartoneras de diferentes países, abordando-as como parte de um movimento cultural transnacional que, por um lado, propõe formas alternativas de produzir e distribuir livros em espaços não institucionalizados e, por outro, incentiva a transformação de objetos "não artísticos" em arte. Busca-se verificar em que medida o potencial de criatividade artística colocado em prática pelas cartoneras tem sido responsável por um processo de democratização de práticas editoriais e literárias na América Latina. Na primeira parte, descrevemos os desafios metodológicos de uma pesquisa coletiva em meio à pandemia da Covid-19, delimitando nosso recorte empírico e as ferramentas usadas ao longo da etnografia digital. Em seguida, tratamos de duas estratégias que agentes têm utilizado para fazer frente a um modelo de produção editorial e literária que, para elas/es, é excludente, notadamente as suas redes de atuação e as rotinas coletivas de trabalho. Por fim, nos debruçamos sobre o “livro-objeto”, a partir de uma discussão sobre contra-usos do papelão como forma de ampliar práticas de democratização do acesso ao livro, à leitura e à literatura.
Given the pandemic's backdrop and the acute urban and socioracial inequalities in Salvador, Bahia (Brazil), we present a concise diagnosis of Covid-19's potential impacts on the city's peripheries, focusing on “neighborhood effects”. We... more
Given the pandemic's backdrop and the acute urban and socioracial inequalities in Salvador, Bahia (Brazil), we present a concise diagnosis of Covid-19's potential impacts on the city's peripheries, focusing on “neighborhood effects”. We address the following question: to what extent does urban location determine health and socioeconomic risks in the current pandemic?
Neste texto, elaboro reflexões metodológicas sobre o trabalho de campo realizado junto ao Movimento da Literatura Marginal de São Paulo. Para tanto, apresento minha experiência em uma instância específica de produção, circulação e consumo... more
Neste texto, elaboro reflexões metodológicas sobre o trabalho de campo realizado junto ao Movimento da Literatura Marginal de São Paulo. Para tanto, apresento minha experiência em uma instância específica de produção, circulação e consumo literários, o Sarau da Brasa, coletivo cultural da Brasilândia. Em seguida, trago materiais obtidos na pesquisa, inclusive de outros eventos, a fim de lançar luzes sobre o modo de atuar dos/as agentes. Ao problematizar uma cena literária em particular, examino algumas dinâmicas dos saraus que permitiram a emergência de escritores/as que se autodenominam marginais, bem como a produção de objetos literários a partir dos vínculos que agentes estabelecem com espaços periféricos. Ainda que os saraus portem atributos distintivos – modus operandi, organização, estética, formato, rituais, base ideológica por traz de cada projeto –, a partir dos aportes de Howard Becker, argumento que redes, arranjos e agenciamentos cooperativos fazem com que eles instituam um novo movimento cultural de caráter popular e urbano.
O objetivo deste artigo é problematizar aspectos metodológicos e epistemológicos de um estudo sobre produção literária nas periferias paulistanas. Ao relatar experiências de campo, junto com questões que me foram sendo lançadas por... more
O objetivo deste artigo é problematizar aspectos metodológicos e epistemológicos de um estudo sobre produção literária nas periferias paulistanas. Ao relatar experiências de campo, junto com questões que me foram sendo lançadas por interlocutores/as e colaboradores/as da pesquisa, busco, de um lado, qualificar o modo de fazer literatura e de atuar desses/as agentes e, de outro, tensionar minhas próprias posições sociais e meu lugar de fala e escrita. O texto sai em defesa de uma sociologia reflexiva que, ao cultivar sua objetividade crítica, seja uma tomada de posição e um exercício constante de encontro e diálogo com o público local e ativo que protagoniza o fato social investigado. Argumento que é preciso estar sempre atento aos saberes erigidos nas lutas, materiais e simbólicas, dos/as excluídos/as da lógica de produção de conhecimento “legítimo” contra injustiças de múltiplas faces – inclusive epistêmicas.
A partir de um resgate histórico-cultural, este artigo discute uma sociogênese possível do termo e da prática dos saraus literários em São Paulo, instâncias que funcionam, hoje, como catalisadores de vivências artísticas nas periferias... more
A partir de um resgate histórico-cultural, este artigo discute uma sociogênese possível do termo e da prática dos saraus literários em São Paulo, instâncias que funcionam, hoje, como catalisadores de vivências artísticas nas periferias brasileiras. Partindo de duas “narrativas de origem” dos poetas Binho e Sérgio Vaz – pioneiros do movimento da literatura marginal no contexto paulistano –, retomo a ideia e parte da história desse tipo de atividade nos salões europeus, verificando como ocorreu a sua transposição para a rotina artística nacional, processo que esteve intermediado por mecenas e membros da elite cafeeira. Esses salões/saraus fomentaram um dos mais relevantes movimentos da história cultural do Brasil: o modernismo paulista. Meu argumento é que houve uma correlação entre o apogeu de salões artísticos na cidade de São Paulo, entre o fim do século XIX e o início do XX, a prosperidade de palacetes de uma burguesia agrário-industrial interessada nos benefícios da vida urbana, a eclosão de vanguardas no campo artístico nacional e o ciclo de industrialização por que passava o estado de São Paulo. Nesse contexto, os saraus acabaram constituindo espaços capazes de fundir a absorção de novas ideias oriundas da Europa com a defesa das artes nacionais, processo que ratificou desejos de mudanças no campo artístico e social da época.
Inflexões epistemológicas importantes têm emergido em contextos acadêmicos periféricos e semiperiféricos de produção de saberes, tensionando noções já consolidadas nas Ciências Sociais de "modernidade" e "razão científica". Esses... more
Inflexões epistemológicas importantes têm emergido em contextos acadêmicos periféricos e semiperiféricos de produção de saberes, tensionando noções já consolidadas nas Ciências Sociais de "modernidade" e "razão científica". Esses deslocamentos afetaram a Teoria Social, primeiro, no universo indiano e anglo-saxão e, em um segundo momento, na América Latina, quando se passou a problematizar de forma mais aguda o lado atroz da modernidade, a partir de uma releitura de realidades que experimentaram colonização, escravismo, etnocídio, sexismo e racismo. Este artigo compõe uma revisão analítica e panorâmica da maneira como parte da Teoria Social Contemporânea tem buscado desconstruir a ideia de uma "experiência moderna" monotópica e universal, e de como essa desconstrução tem alargado cada vez mais nossos horizontes de entendimento sobre subalternidades e colonialidades. O objetivo é expor críticas a respeito da produção, difusão e consumo de "grandes narrativas", articulando tais propostas com abordagens recentes que propõem o reexame de cânones firmados na Sociologia e indicando novas epistemologias a partir de outros locais de enunciação, fala e atuação.
O artigo contrapõe o Movimento da Literatura Marginal a experiências culturais passadas, sobretudo ao modernismo paulista. De início, reconstroem-se algumas demandas da vanguarda modernista apresentadas na Semana de Arte Moderna de 1922.... more
O artigo contrapõe o Movimento da Literatura Marginal a experiências culturais passadas, sobretudo ao modernismo paulista. De início, reconstroem-se algumas demandas da vanguarda modernista apresentadas na Semana de Arte Moderna de 1922. Em seguida, analisa-se como agentes marginais de São Paulo, com a preparação da Semana de Arte Moderna da Periferia e do Manifesto da Antropofagia Periférica, de 2007, elaboraram uma releitura da história cultural brasileira. Os manifestos lançados, as ressignificações simbólicas propostas e as reorientações estéticas subjacentes revelam contra-usos políticos da ideia de vanguarda. Ao final, argumenta-se que a formatação do movimento das periferias dependeu de distanciamentos críticos praticados por seus/suas integrantes em relação a uma tradição que não os/as contemplou, distanciamentos esses que revelam uma potência antropofágica a se processar desde o local de enunciação, estendendo-se à forma literária.
Este texto abre o dossiê “Assentamentos precarizados: urbanização desigual e (re)apropriação do território”. A apresentação está dividida em três tópicos. Inicialmente, revisamos a literatura que informa, de modo transversal, os... more
Este texto abre o dossiê “Assentamentos precarizados: urbanização desigual e (re)apropriação do território”. A apresentação está dividida em três tópicos. Inicialmente, revisamos a literatura que informa, de modo transversal, os históricos de ocupação territorial em algumas grandes cidades brasileiras, com atenção especial aos assentamentos precários. Em seguida, examinamos esses assentamentos como campo de disputas ligadas a demandas por direito à cidade e à moradia – tema que atravessa as contribuições deste dossiê. Por fim, introduzimos os artigos que integram esta primeira edição da Revista Territorialidades, apresentando os resumos articulados dos textos em relação à proposta epistemológica do dossiê.
The article analyzes saraus movement – poetry readings in São Paulo's periphery – as a cultural phenomenon that over recent years has transformed the city space into a vibrant socio-political project. The movement offers important... more
The article analyzes saraus movement – poetry readings in São Paulo's periphery – as a cultural phenomenon that over recent years has transformed the city space into a vibrant socio-political project. The movement offers important insights for an anthropology of cities by highlighting the materiality of mobility and spatiality, understood here as a set of social and cultural practices that involve the existential knowledge, social networking, and local community empowerment gained from mobility between predominantly peripheral neighborhoods and urban labor centers. We examine how saraus contribute to the construction of a new imaginary of the city and public space occupied by the socially excluded and racialized peripheries. We provide an analytical and empirical contribution to city production and urban theory, and demonstrate that mobility and the encounter are not simply temporary extraneous interactions, but rather experiences constitutive of social knowledge.
Este ensaio abre o dossiê Teoria Social Urbana e Direito à Cidade: um debate interdisciplinar. O texto está dividido em duas partes. Na parte inicial, revisamos a literatura que informa, de modo mais direto, a ideia de “cidade” como... more
Este ensaio abre o dossiê Teoria Social Urbana e Direito à Cidade: um debate interdisciplinar. O texto está dividido em duas partes. Na parte inicial, revisamos a literatura que informa, de modo mais direto, a ideia de “cidade” como dinâmica socioespacial e política, produção contínua de sujeitos sociais. Para tanto, discutimos abordagens das ciências sociais contemporâneas que, a partir de Henri Lefebvre, pensaram o “direito à cidade” como um campo de disputas e negociações. Por fim, introduzimos as contribuições que integram esta edição, apresentando os resumos articulados dos textos em relação à proposta epistemológica do dossiê.
Nos últimos anos, tem sido possível observar a projeção de escritores das periferias paulistanas na cena literária contemporânea. Esses agentes da chamada “cultura periférica” têm se mostrado hábeis em trazer a questão urbana e seus... more
Nos últimos anos, tem sido possível observar a projeção de escritores das periferias paulistanas na cena literária contemporânea. Esses agentes da chamada “cultura periférica” têm se mostrado hábeis em trazer a questão urbana e seus reveses sociais e raciais para dentro da narrativa. Mas quais os recursos investidos nas práticas literárias desses escritores engajados em impulsionar sua produção, divulgação e consumo nas periferias de São Paulo? A proposta deste artigo é analisar a incidência de experiências urbanas variadas no labor literário e na produção poética de escritores que se reconhecem como integrantes do movimento da literatura marginal, verificando em que medida se pode atrelar experiência literária, representação do espaço e participação artístico-comunitária dentro desse fenômeno cultural ainda em curso.
The article discusses the so-called Marginal Literature in São Paulo’s outskirts – produced by authors who do not “fit” in the symbolic hierarchies’ canon –, within a broad overview of Brazilian literary tradition that has once tried to... more
The article discusses the so-called Marginal Literature in São Paulo’s outskirts – produced by authors who do not “fit” in the symbolic hierarchies’ canon –, within a broad overview of Brazilian literary tradition that has once tried to represent social inequalities and marginalization. Firstly, it will be briefly situated a debate according to which the “dialectic of malandroism”, as proposed by Antonio Candido, has been shifted in a varied panel of artistic forms and practices towards a “dialectic of marginality”, as suggested by João Cezar de Castro Rocha, based on the exposition of social conflict instead of its disguise. Secondly, an analytical architecture of an aesthetics of marginality will be proposed by identifying to what extent past literary experiences have influenced marginal literature movement. Finally, a framework will be provided to understand some strategies authors have been using to reverse prejudices related to their cultural expressions, which implies an attempt to create an alternate form of narrative based on the place of enunciation and the right to speak by themselves.
This article analyzes the participation of São Paulo as guest of honor at the Buenos Aires International Book Fair (2014). We will examine why the event’s curators opted to take writers from the saraus, poetry readings on the city’s... more
This article analyzes the participation of São Paulo as guest of honor at the Buenos Aires International Book Fair (2014). We will examine why the event’s curators opted to take writers from the saraus, poetry readings on the city’s outskirts, to the Fair, as well as the political arrangements that made the participation of those writers possible.We also discuss why participation in Buenos Aires was so different from that promoted by the federal government for other events, like the Frankfurt Book Fair (2013), where curators prioritized authors with greater prestige or international exposure.
Analizamos la participación de São Paulo como ciudad invitada de honor de la 40ª Feria Internacional del Libro de Buenos Aires (2014). Subrayamos la opción de la Prefectura por llevar al evento escritores de la literatura marginal ligados... more
Analizamos la participación de São Paulo como ciudad invitada de honor de la 40ª Feria Internacional del Libro de Buenos Aires (2014). Subrayamos la opción de la Prefectura por llevar al evento escritores de la literatura marginal ligados a los saraus –encuentros poéticos promovidos en barrios periféricos de la ciudad. En primer lugar, discutimos la formación histórica de las periferias paulistanas y los contextos de segregación socio-cultural en los cuales tales movimientos culturales emergen. Enseguida, describimos los arreglos políticos que hicieron posible la participación de los colectivos culturales periféricos en el evento argentino, considerando que la mayor parte de los escritores invitados poseía poca consagración en el sistema literario y poca inserción en el mercado editorial. Finalmente, planteamos algunas hipótesis para explicar la diferencia entre la participación en la Argentina y aquellas promovidas por el gobierno federal en eventos editoriales realizados en Europa, ocasiones en las cuales los curadores priorizaron a escritores poseedores de más prestigio literario.
Auschwitz has often been thought of as an indescribable event that is beyond all possible linguistic means of representation. Italian author Primo Levi (1919-1987) attempted to address this problem by revealing the aporetic (and... more
Auschwitz has often been thought of as an indescribable event that is beyond all possible linguistic means of representation. Italian author Primo Levi (1919-1987) attempted to address this problem by revealing the aporetic (and paradoxical) nature of the process of elaborating a literary testimony: impossible, but necessary. This article aims to analyse some of the ethical and epistemological issues that testimony of a traumatic event can raise for literature. The hypothesis is that the testimony, as Levi elaborated it, contains a lacuna or a void, which is in fact what constitutes it: while witnesses present the limit-experience out of obligation, they cease to convey others due to inability or incapacity. The argument here is that what makes a testimony on a traumatic event possible is its incomplete nature, which gives strength to the process of communicating limit-experiences.
Neste ensaio, concedo espaço à escrita autobiográfica do literato e químico italiano Primo Levi, seguindo seu testemunho em uma reconstituição cronológica que ele próprio sugere: a trajetória intelectual na juventude, as leis raciais do... more
Neste ensaio, concedo espaço à escrita autobiográfica do literato e químico italiano Primo Levi, seguindo seu testemunho em uma reconstituição cronológica que ele próprio sugere: a trajetória intelectual na juventude, as leis raciais do governo de Mussolini, a rápida participação na resistência italiana, o fenômeno da deportação, alguns aspectos de sua degradante viagem até Auschwitz e o período inicial da experiência de Häftling. Gostaria de adjudicar inteligibilidade a esse repertório temático, lendo-o como texto vivo, como “documento da barbárie”, e tendo como suporte algumas questões: de que forma Levi constrói um testemunho histórico e literário coerente sobre uma violência inaudita se a esse discurso contrapõe-se seu inverso inevitável, o trauma? Como apelar à reflexão e à seriedade éticas quando os problemas de uma experiência traumática invadem a narração?
O artigo busca problematizar o caráter ético do testemunho literário do escritor italiano Primo Levi sobre sua experiência nos campos de morte de Auschwitz. Sua narrativa sugere às ciências sociais chaves analíticas importantes para... more
O artigo busca problematizar o caráter ético do testemunho literário do escritor italiano Primo Levi sobre sua experiência nos campos de morte de Auschwitz. Sua narrativa sugere às ciências sociais chaves analíticas importantes para compreender melhor não só o universo concentracionário enquanto local de desubjetivação humana, mas também o papel da máquina nazista na constituição de figuras arquetípicas e de contornos mal definidos no interior dos campos. O objetivo deste texto é examinar o fenômeno da zona grigia, a figura paradigmática do Muselmann e o caso de Hurbinek. Esses casos alertam para o risco do julgamento precipitado dessas figuras – que parecem compor um espaço nebuloso de indeterminação moral – com medidas do presente, sem que se avalie, antes de tudo, as circunstâncias empíricas às quais foram submetidas. Primo Levi argumenta, nesse sentido, que é preciso sempre ter em vista os pontos cegos que definem as fronteiras das zonas cinzentas de eventos traumáticos, a partir dos quais condutas sociais tendem a se confundir em razão das estratégias de perpetradores em imputar culpa e responsabilidade às vítimas.
O químico e escritor Primo Levi construiu um dos testemunhos mais contundentes da segunda metade do século XX. Este texto tenta converter questões que aparecem em suas autobiografias mais impactantes sobre o campo de extermínio em... more
O químico e escritor Primo Levi construiu um dos testemunhos mais contundentes da segunda metade do século XX. Este texto tenta converter questões que aparecem em suas autobiografias mais impactantes sobre o campo de extermínio em problemas de caráter sociológico. Gostaria de interpretar seu testemunho como fonte documental, em que seja possível apreender aspectos informativos de denúncia da violência que assinou com sangue nossa era. Tentarei verificar os limites na construção do testemunho e as possibilidades encontradas pelo escritor na representação e reflexão sobre a experiência vivida; afinal, pensar a obra de Levi a partir de um conjunto de elementos que encontra na noção de memória seu eixo decisivo faz de seu testemunho não apenas um objeto de análise histórica, mas, ainda, fonte privilegiada para refletir sobre um desafio político: o imperativo sempre urgente de «não repetir o passado».
Quando falamos de testemunho pensamos na possibilidade dele revelar a “verdade” objetiva dos eventos, na qual o que importa são os fatos que levariam, por exemplo, à condenação de um sujeito ou governo. Neste ensaio, tentarei explorar... more
Quando falamos de testemunho pensamos na possibilidade dele revelar a “verdade” objetiva dos eventos, na qual o que importa são os fatos que levariam, por exemplo, à condenação de um sujeito ou governo. Neste ensaio, tentarei explorar brevemente, a partir dos depoimentos memorialísticos do escritor italiano Primo Levi, outra dimensão do testemunho: trata-se dele como produtor de uma verdade proveniente da dimensão subjetiva da vida social, das experiências vividas pelos sujeitos, suas narrativas e simbolizações do sofrimento, individual e coletivo. O testemunho de indivíduos marginais e estigmatizados possui um valor bastante significativo para a sociologia, pois ilustra, mais que uma representação objetiva e acabada de fatos vivenciados, elementos subjetivos que, apesar de possuírem incompletudes e inconstâncias, narram experiências heterogêneas de um determinado trauma. Mas, mesmo considerando o testemunho como instrumento importante de documentação e verificação da realidade histórica, uma problematização deve ser feita: a subjetividade inerente à representação literária diminui ou restringe o valor dos testemunhos sobre experiências de extrema violência? Isto é, que tipos de problemas e lacunas o testemunho do trauma, tomado como documento empírico, poderia suscitar?
Research Interests:
Neste trabalho, analiso o movimento da literatura marginal de São Paulo e suas expressividades políticas e poéticas. O objetivo central é examinar algumas dinâmicas dos saraus que permitem a emergência de escritores/as que se... more
Neste trabalho, analiso o movimento da literatura marginal de São Paulo e suas expressividades políticas e poéticas. O objetivo central é examinar algumas dinâmicas dos saraus que permitem a emergência de escritores/as que se autodenominam marginais, bem como a produção de objetos literários a partir dos vínculos que esses/as agentes culturais estabelecem com espaços periféricos. Interessa-me flagrar o impacto de experiências urbanas variadas no labor literário, nas estratégias de atuação e na produção textual e performática de escritores/as oriundos/as das periferias paulistanas. Primeiramente, relato como se configurou meu trabalho de campo nos saraus e os primeiros contatos que tive com a produção marginal, a fim de delimitar os marcos etnográficos, metodológicos e epistemológicos que orientaram a pesquisa. Em seguida, verifico quais arranjos fazem com que agentes e coletivos formatem um novo movimento cultural de caráter urbano. Para tanto, mediante análise comparativa, percorro modelos e tradições que, por um lado, influenciaram a sociogênese dos saraus enquanto espaços vitais da literatura marginal e, de outro, serviram para provocar certos distanciamentos em seu processo formativo. Por fim, para identificar a particularidade do movimento e o sentido político e estético que pode ter a presença desses/as novos/as autores/as na história da literatura brasileira contemporânea, examino como agentes literários/as, em suas narrativas e performances poéticas, problematizam as periferias, locais onde vivem e a partir dos quais atuam culturalmente e produzem literatura. O argumento da tese é que, em função das oportunidades geradas pelos saraus poéticos, esses/as agentes vêm encontrando, hoje em dia, espaços possíveis para combater estigmas, repertoriar ideias e saberes, estruturar sentimentos, catalisar vivências coletivas e dinamizar suas práticas nas margens geográficas e simbólicas da cidade, a partir da importância do uso da palavra como forma de transformar labores literários em plataformas para o exercício da cidadania cultural.
O químico e escritor italiano Primo Levi (1919-1987), sobrevivente de Auschwitz, construiu um dos testemunhos mais importantes da segunda metade do século XX. Esta pesquisa tem como desígnio maior converter algumas questões que aparecem... more
O químico e escritor italiano Primo Levi (1919-1987), sobrevivente de Auschwitz, construiu um dos testemunhos mais importantes da segunda metade do século XX. Esta pesquisa tem como desígnio maior converter algumas questões que aparecem em duas de suas autobiografias mais impactantes sobre o campo de extermínio É isso um Homem? e Os Afogados e os Sobreviventes em problemas de caráter sociológico, na tentativa de contribuir na seara de investigações aberta pelos depoimentos desse intelectual ítalo-judeu. Gostaria de interpretar seu testemunho como fonte documental, em que seja possível apreender aspectos informativos de denúncia, rastros de dor, violência e morte que assinaram com sangue nossa era. Assim, em um primeiro momento, busco dar voz e espaço à memória de Levi e à sua narração sobre o cotidiano das agressões no Lager, a sociabilidade comum àquele ambiente infernal, os tipos humanos ali dispostos e a dificuldade de comunicação surgida em função da violência descomedida e do rebaixamento de alguns à condição de escravos. A partir disso, passo a tecer algumas reflexões sobre seu testemunho, explorando, principalmente, o chão aporético sobre o qual ele se desenvolveu: fragmentado, lacunar, impossível em sua inteireza, mas absolutamente necessário. Tentarei verificar, nessa medida, os limites na construção do testemunho da barbárie e as possibilidades encontradas por Primo Levi na representação e transmissão da experiência vivida. Afinal, qual o potencial do testemunho na geração de novos conhecimentos sobre esse evento traumático que foi Auschwitz? E em que medida a obra-testemunho de Levi pode ser tida como instrumento de transmissão de experiência e conhecimento sobre esse passado? Tais questões são importantes porque pensar o testemunho de Primo Levi a partir de um conjunto de elementos que encontra na noção de memória seu eixo decisivo faz do testemunho não apenas um objeto de análise histórica, mas, ainda, fonte privilegiada para refletir sobre violências em outros contextos.
A postcolonial approach to the right to the city involves the intersection of two multifaceted topics that has yielded an extensive body of scholarship. On the one hand, a postcolonial perspective conceives knowledge production as... more
A postcolonial approach to the right to the city involves the intersection of two multifaceted topics that has yielded an extensive body of scholarship. On the one hand, a postcolonial perspective conceives knowledge production as connected to the colonial matrix of power—a process that resulted in a narrow, Western-centered understanding of the world. On the other, the right to the city, a political motto associated with the French Marxist Henri Lefebvre, focuses on rebalancing the power over urbanization processes by embracing citizens’ prerogatives to co-participate in decision-making concerning the city. Tackling the debate on the right to the city from the standpoint of postcolonial spaces includes exploring a range of social, political, economic, cultural, and spatial axes that offer renewed engagements with the “urban question” from across the social sciences and humanities. In this sense, it is essential to question the universal grammar of the “city,” considering urban changes and local variations, as well as the metrocentric tendencies in the dominant urban theory, such as the concentration on large cities based on a normative and Eurocentric conception of urbanity. A postcolonial approach to the right to the city takes various processes, histories, experiences, projects, spatial perspectives, and agencies into account, considering epistemological and political proposals from the Global South. Critical Urban Theory, for instance, has analyzed varied contexts, times, and places to determine current patterns of urbanization under global capitalism and their far-reaching consequences for contemporary urban life, especially for groups at the margins. In the early 21st century, Postcolonial Urbanism, whether led by political and social movements or scholars, has drawn attention to how imperialism and colonialism have profoundly shaped city landscapes and positioned urbanism within a singular script centered on Western capitalism, modernization, and progress. Both perspectives outline a critical call to rethink and decenter the debate on the right to the city, confronting topics related to contemporary urban dynamics. These topics may include but are not limited to the new designs of citizenship and agency, center-periphery relations, city-making processes not restricted to the Western system of meaning, urban precarity, housing displacement, gentrification, environmental racism, and the costs of housing injustice in different geographical contexts.
Language and urban place is a selective combination of at least three subdisciplines within the US four-field approach to anthropology. While the connection to linguistic anthropology is straightforward, as such scholarship analyzes the... more
Language and urban place is a selective combination of at least three subdisciplines within the US four-field approach to anthropology. While the connection to linguistic anthropology is straightforward, as such scholarship analyzes the use of symbols for the purposes of human meaning-making, the link to archaeology and sociocultural anthropology requires additional explanation. In essence, what language and urban place achieves is the approximation of discourse to materiality. The theoretical strand of interest is a point of convergence with human or cultural geography in that language and urban place researchers give sustained attention to cartography and location. Material culture, in this case, is the sidewalk or a school classroom rather than a 10th-century Viking urn. Based on our areas of expertise, we decided to focus on the “urban”; however, we acknowledge the importance and necessity of a separate article for the “non-urban.” We gesture to this wider literature of human sense of place by citing a couple of foundational texts in the General Overview section. In any case, the basic premise remains: humans occupy space thereby transforming both the meaning of the location and self. The distinction of language and urban place scholars emerges from an articulation of epistemological “turns” (i.e., the linguistic or discursive turn as well as the spatial and mobility turns) within social sciences and the humanities toward the end of the 20th century. In the late 1960s, anthropologists, influenced by sociologists, such as Erving Goffman and Emmanuel Schlegloff, began to consider the role of location or position in the meaning of talk and interaction in the social construction of places. Until the 1980s, the role of surroundings and place on semantics drew much more attention than vice-versa. For their part, a cadre of geographers toward the end of the 1960s adopted an alternative perspective, often termed “the perceptual approach,” to include “culture” in the analysis of place-making. Again, it would take a generation for geographers, following pioneers such as Yi-Fu Tuan, to appreciate the application of “text” within architecture and landscape professions and, subsequently, argue that spoken language can direct attention and organize insignificant entities into meaningful composite wholes. Finally, language and urban place scholarship has contributed to our understanding of power, expressive culture, and identity politics by showing that discourse and place-making are not simply semiotic practices of everyday occupations but systematic claims of recognition and knowledge. Informed by feminism, queer studies, decoloniality, and critical race theory, scholars have also opened new doors toward understanding the operative dimensions of social differentiation and popular identification. The following bibliographic sections represent these themes.
Este texto é síntese elaborada de conversas travadas com Sonia Regina Bischain, escritora da Brasilândia, distrito norte de São Paulo. Nessas ocasiões, falamos sobre a trajetória de Sonia e, também, sobre o contexto político e urbano no... more
Este texto é síntese elaborada de conversas travadas com Sonia Regina Bischain, escritora da Brasilândia, distrito norte de São Paulo. Nessas ocasiões, falamos sobre a trajetória de Sonia e, também, sobre o contexto político e urbano no qual sua trajetória pôde se desenrolar. A ideia foi trazer parte da biografia da escritora e esquadrinhar sua produção literária e seus processos criativos a partir do ambiente sociocultural em que se constituiu o projeto dos saraus. Trata-se, ainda, de um exercício epistemológico e colaborativo de produção de conhecimento.
Este texto expõe resultados preliminares de pesquisa de doutorado que vem sendo realizada junto ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade de São Paulo. Trata-se de lançar algumas bases históricas e analíticas para uma... more
Este texto expõe resultados preliminares de pesquisa de doutorado que vem sendo realizada junto ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade de São Paulo. Trata-se de lançar algumas bases históricas e analíticas para uma leitura sugestiva sobre certa tradição marginal na literatura brasileira – tradição que se propôs, em formas narrativas variadas e de modo pouco sistematizado, representar sujeitos e universos sociais invisibilizados. Primeiramente, busco pautar o debate sobre um possível deslocamento de uma “dialética da malandragem”, tal qual proposta por Antonio Candido, para uma “dialética da marginalidade”, nos termos sugeridos por João Cezar de Castro Rocha. Posteriormente, apresento um conjunto de dinâmicas culturais que comporiam essa estética da marginalidade, identificando experiências literárias e artísticas passadas que teriam influenciado, em alguma medida, o recente movimento da literatura marginal que nasce e se prolifera nas periferias urbanas. Por fim, discuto estratégias que autores e autoras do movimento marginal de São Paulo vêm usando para transpor preconceitos e estigmas em torno de suas expressões literárias. O argumento é de que, embora não se enquadrem nas hierarquias simbólicas e nos locais mais tradicionais de consagração artística, essas estratégias discursivas e políticas exercem papel determinante na formatação de novas e importantes manifestações literárias oriundas de espaços sociais com precária oferta de equipamentos culturais e com déficit de políticas públicas voltados à cultura.
Resenha do livro de Syed Farid Alatas e Vineeta Sinha "Sociological Theory Beyond the Canon" (London: Palgrave Macmillan, 2017. 391p).
Resenha do livro de Julian Go "Postcolonial thought and social theory" (New York: Oxford University Press, 2016, 264p).
Research Interests:
Resenha da obra de Derek Pardue "Cape Verde, Let’s Go: creole rappers and citizenship in Portugal" (Urbana, Chicago, Springfield: University of Illinois Press, 2015, 208p).
Entrevistas sobre cinema e análise com  Arthur Autran Franco de Sá Neto, Rose Satiko Gitirana Hikiji, Randal Johnson, Marina Soler Jorge, Eduardo Victorio Morettin e André Parente
Research Interests:
Maria Arminda do Nascimento Arruda é professora titular da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, livre-docente na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia da cultura, história social dos... more
Maria Arminda do Nascimento Arruda é professora titular da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, livre-docente na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia da cultura, história social dos intelectuais, da literatura e das artes; Sociologia da comunicação de massas; e teoria sociológica. Dentre suas contribuições mais significativas para a construção de uma agenda de estudos para a Sociologia da cultura no Brasil, destacam-se as obras: Metrópole e cultura: São Paulo no meio século XX (São Paulo: Edusp, 2001), Prêmio Jabuti de 2002; Mitologia da mineiridade: o imaginário mineiro na vida política e cultural do Brasil (São Paulo: Brasiliense, 1990); e A embalagem do sistema: a publicidade no capitalismo brasileiro (São Paulo: Duas Cidades, 1985). Arruda notabilizou-se, ainda, por seus estudos sobre a Escola Paulista de Sociologia e, mais especificamente, a Sociologia de Florestan Fernandes. Dentro dos reconhecimentos que sua produção tem recebido junto à comunidade acadê- mica, ganhou, em 2012, a Medalha Cultural e Comemorativa da trasladação dos despojos da Imperatriz Leopoldina, pelo Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, e, em 2014, o Prêmio Anpocs de Excelência Acadêmica “Antônio Flávio Pierucci” em Sociologia. Atualmente, é bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq – Nível 1A. Arruda tem atuado, por outro lado, pela institucionalização do campo acadêmico no Brasil, desempenhando diferentes funções. Desde 2010, é Pró-Reitora de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo e membro do Comitê Institucional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais – Anpocs. Foi chefe do Departamento de Sociologia (2005-2008), coordenadora da Pós-Graduação em Sociologia (2000-2004), representante da área de Ciências Humanas no Conselho Técnico Científico da Capes (1998-2001), Secretária Executiva da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais – Anpocs (2005-2008) – e representante da Área de Sociologia junto à Capes (1997). A entrevista a seguir foi concedida pela professora à equipe da Plural em seu Gabinete, na Reitoria da Universidade de São Paulo, no dia 04 de novembro de 2014.
Research Interests:
Não teria sido possível seguir enfrentando esta sociedade incivil, mais explícita em função da pandemia, sem o horizonte intelectual e afetivo de Muniz Sodré.
Angelus Novus, o quadro de Paul Klee, deve ser lido ao avesso da interpretação benjaminiana. Com olhos esbugalhados, riso cínico e asas retraídas, o anjo mostra-se arrebatado pelo passado. Onde, diante de nós, acumulam-se catástrofes que... more
Angelus Novus, o quadro de Paul Klee, deve ser lido ao avesso da interpretação benjaminiana. Com olhos esbugalhados, riso cínico e asas retraídas, o anjo mostra-se arrebatado pelo passado. Onde, diante de nós, acumulam-se catástrofes que buscamos não repetir, ele vislumbra seu horizonte. O anjo invertido não se detém para despertar os mortos, lamentá-los. Em vez disso, exalta tiranos e torturadores, jagunços e carrascos, linchadores e estupradores. Assim recompõe, de corpo em corpo, os fragmentos de um projeto sempre à espreita: a normatização da barbárie. A tempestade que sopra parece incapaz de conduzi-lo ao futuro. O anjo se fecha, cada vez mais, em seu universo particular, maravilhando-se com fantasias, entregando-se ao passado. A pilha de escombros cresce sobre seus pés. Ele quer fazer das ruínas sua morada. O que chamamos de país é um anjo que contempla o futuro como retorno do passado. A tempestade, a esperança teimosa que, com o pouco de ar que ainda lhe resta, resiste ao soprar.
Research Interests:
Research Interests:
Research Interests: