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Trata este texto de uma articulação teórico-empírica da noção de museu como instituição de comunicação, nos termos da museologia social e da nova museologia. Defende-se, inicialmente, que a atividade museológica é essencialmente... more
Trata este texto de uma articulação teórico-empírica da noção de museu como instituição de comunicação, nos termos da museologia social e da nova museologia. Defende-se, inicialmente, que a atividade museológica é essencialmente comunicacional, no que tange sobretudo ao caráter disruptor de temporalidades desta instituição. Em seguida, desdobra-se a análise numa aferição junto a públicos potenciais, estabelecidos por pesquisa qualitativa na cidade de Goiânia, no Brasil. Conclui-se que o museu é uma instituição celebrada, mas pouco conhecida e, por isso, pouco valorizada e que a ausência de conceitos ativos de comunicação museal, tais como “público ativo”, “exposição participativa” e “temporalidades múltiplas”, explica esse diagnóstico, constituindo-se num dos mais típicos desafios contemporâneos das instituições museais.
Este trabalho discute a questao das politicas publicas de comunicacao a partir de uma perspectiva que busca superar uma concepcao instrumental de comunicacao, contida em praticamente todos os estudos a respeito do assunto. Para isso,... more
Este trabalho discute a questao das politicas publicas de comunicacao a partir de uma perspectiva que busca superar uma concepcao instrumental de comunicacao, contida em praticamente todos os estudos a respeito do assunto. Para isso, parte-se de uma concepcao pragmatica do processo comunicativo, relacionando as praticas efetivas da comunicacao a s condicoes de possibilidade da democracia e ao estudo da emergencia de novas esferas publicas, nas quais os aparatos de midia constituem um mas nao o unico elemento, seja em sua manifestacao como ator, seja como espaco de disputas dos processos de significacao politica, em trânsito na sociedade brasileira. Nesses termos, procura-se construir a ideia de comunicacao como politica publica.
Resumo: este texto discute, a partir de diferentes autores, espiritas e nao espiritas, e em face dos contextos socio-historicos, o papel do intelectual espirita no Brasil. Parte-se da articulacao teorica weberiana da autonomizacao das... more
Resumo: este texto discute, a partir de diferentes autores, espiritas e nao espiritas, e em face dos contextos socio-historicos, o papel do intelectual espirita no Brasil. Parte-se da articulacao teorica weberiana da autonomizacao das racionalidades da modernidade para examinar a insercao relativa do espiritismo nos padroes iluministas e analisar a conformacao religiosa do movimento no Brasil. Em seguida, busca-se examinar a posicao contraditoria que o intelectual espirita ocupa nesse contexto de racionalidades em conflito. Empiricamente, analisa-se a recente producao intelectual de pesquisadores espiritas reunidos em torno da Liga de Historiadores e Pesquisadores Espiritas, para concluir que (a) o dialogo entre religiao e ciencia e constitutivo da dogmatica doutrinaria espirita e (b) as possibilidades desse dialogo se dao de forma conflitiva com os fundamentos da ciencia, exigindo dos intelectuais espiritas posturas mediadoras nem sempre pacificadas, nem pela doutrina espirita, nem pela articulacao cientifica. Palavras-chave: Espiritismo. Intelectual espirita. Dialogo religiao-ciencia
trata este trabalho dos resultados de pesquisa sobre as possibilidades dialogicas em ambientes virtuais altamente interativos, tomando o espiritismo como corpus de analise. Inicialmente, posiciona uma breve analise sobre a insercao social... more
trata este trabalho dos resultados de pesquisa sobre as possibilidades dialogicas em ambientes virtuais altamente interativos, tomando o espiritismo como corpus de analise. Inicialmente, posiciona uma breve analise sobre a insercao social espirita e um pequeno historico a respeito da entrada dos espiritas na internet. Em seguida, analisa um blog de polemicas sobre tematicas espiritas e mediunicas, com base na articulacao teorico-metodologica da analise conversacional.
Este artigo analisa o surgimento do campo do espiritismo progressista e de esquerda no Brasil, motivado, sobretudo, pelo reconhecimento da hegemonia conservadora no contexto identitário dessa religião, diante da recente intensificação da... more
Este artigo analisa o surgimento do campo do espiritismo progressista e de esquerda no Brasil, motivado, sobretudo, pelo reconhecimento da hegemonia conservadora no contexto identitário dessa religião, diante da recente intensificação da polarização política no país. Levando em consideração os modos de organização desses grupos contra-hegemônicos, este texto discute as trilhas das aspirações progressistas no espiritismo e apresenta uma cartografia sobre 24 coletivos mapeados durante o ano de 2020. Nesse sentido, este artigo desenvolve uma classificação de coletivos, compreendidos ou atravessados pelo espiritismo progressista, que são baseados em instituições espíritas históricas, em grupos de estudos, em mobilização social, em mídias digitais, em comunicação e em articulação de outros coletivos. PALAVRAS-CHAVE: religião e política, espiritismo progressista, coletivos, cartografia, grupos religiosos em mídias digitais.
In view of the environmental impacts in the health area, caused as a result of the installation of powerplant, such as the proliferation of endemic diseases, such as malaria, dengue, yellow fever, cholera, leishmaniasis and... more
In view of the environmental impacts in the health area, caused as a result of the installation of powerplant, such as the proliferation of endemic diseases, such as malaria, dengue, yellow fever, cholera, leishmaniasis and infectious-contagious-parasitic diseases, such as Sexually Transmitted Infections (STIs ), this article analyzes the Basic Environmental Plan (PBA) of the Usina Hidrelétrica de Estreito, located in the states of Maranhão and Tocantins. The PBA is a set of programs aimed at mitigating social and environmental impacts, a condition for issuing the Preliminary License. Based on the methodological approach of Content Anal-ysis (BARDIN, 2016), the 35 PBA Programs were investigated under a communicational perspective. It contemplates a qualitative analysis of five programs that address health impacts as central. As a result, it is observed that a more instrumental than a procedural perspective of communication is adopted. The programs establish communication and environmental education actions as proposals to mitigate impacts and link the reduction of environmental and social damage to the effectiveness of the actions. From authors such as Fearnside (2015); Nielsen (2001); Stevanim and Murtinho (2021) and Vainer (2007), reflect on the inseparability between health, communication and citizenship, in addition to the need for greater participation of social actors and a systemic perception of processes relevant to Environmental Licensing.
this work shows the development by Ciro Juvenal Marcondes Filho, from the University of São Paulo, in the construction of New Theory of Communication. In this intellectual journey, we seek to demonstrate the theoretical strength of the... more
this work shows the development by Ciro Juvenal Marcondes Filho, from the University of São Paulo, in the construction of New Theory of Communication. In this intellectual journey, we seek to demonstrate the
theoretical strength of the proposal made by this author, arising from
the dialogue with the main thinkers of philosophy and the human and
social sciences, since ancient Greece. We also demonstrate the originality
of the concepts and categories created by Marcondes Filho, especially
the strong notion of communication, the phenomenology of reason
during, the opening of theory to the investigation of the new and the resulting “quasi-method”. However, we exam the main repercussions of his ideas and the weak critical fortune obtained, in order, finally, to defend
the indispensability of their study by the field of communication.
Trata este texto de uma articulação teórico-empírica da noção de museu como instituição de comunicação, nos termos da museologia social e da nova museologia, assumindo a atividade museológica como essencialmente comunicacional, no que... more
Trata este texto de uma articulação teórico-empírica da noção de museu como instituição de comunicação, nos termos da museologia social e da nova museologia, assumindo a atividade museológica como essencialmente comunicacional, no que tange sobretudo ao caráter disruptor de temporalidades desta instituição. Em seguida, o artigo desdobra a análise numa aferição junto a públicos potenciais, estabelecidos por pesquisa qualitativa na cidade de Goiânia, no Brasil, para concluir que o museu é uma instituição celebrada, mas pouco conhecida e, por isso, pouco valorizada e que a ausência de conceitos ativos de comunicação museal, tais como "público ativo", "exposição participativa" e "temporalidades múltiplas", constituindo-se num dos mais típicos desafios contemporâneos das instituições museais.
Este texto pretende situar a noção de pós-verdade em face do debate sobre o especificamente comunicacional. O debate a respeito do assunto tem sido magnificado no mundo contemporâneo, a partir da eleição do conceito como “palavra do ano”... more
Este texto pretende situar a noção de pós-verdade em face do debate sobre o especificamente comunicacional. O debate a respeito do assunto tem sido magnificado no mundo contemporâneo, a partir da eleição do conceito como “palavra do ano” pelo Dicionário Oxford, em 2016, mas também pela natureza específica dos conflitos simbólicos presentes nas redes sociais da internet. Nesse sentido, o artigo trabalha, inicialmente, as diferentes concepções da verdade, em perspectiva filosófica, perpassando desde a visada fundacionista até as apreensões pragmáticas, e, em seguida, busca efetuar uma análise consistente da noção, a partir da comunicação. Na sequência, empreende-se uma varredura nas diferentes definições de pós-verdade, a fim de concluir, por fim, por sua natureza especificamente comunicacional e as ampliações que esse enfoque proporciona, para uma compreensão mais consistente desse fenômeno
literature review on the topic Public Sphere and Communication  revisão bibliográfica sobre o tema Esfera Pública e Comunicação
O presente texto retoma estudos anteriores do autor buscando identificar os parâmetros conceituais e teóricos que vêm fundamentando a prática crescente no Brasil e na América Latina de utilização do termo e da significação das mediações... more
O presente texto retoma estudos anteriores do autor buscando identificar os parâmetros conceituais e teóricos que vêm fundamentando a prática crescente no Brasil e na América Latina de utilização do termo e da significação das mediações culturais em comunicação.The present article retraces previous works by the author as to establish the conceptual and theoretical foundation for the increasing use of the term and meaning of cultural mediations in Brazil and Latin America.
As ciências sociais conferem ao conceito de comunicação um lugar secundário, a partir do qual os processos sociais são analisados sem que se dê às institucionalidades e processos comunicacionais a relevância que lhes deve ser conferida,... more
As ciências sociais conferem ao conceito de comunicação um lugar secundário, a partir do qual os processos sociais são analisados sem que se dê às institucionalidades e processos comunicacionais a relevância que lhes deve ser conferida, especialmente ao se avaliar as sociedades contemporâneas, altamente capilarizadas pelas tecnologias de comunicação. Este trabalho busca discutir essa problemática e efetua, a partir dela, uma experimentação teórica no campo de contigüidade das ciências políticas, buscando dar à comunicação uma centralidade tal, que se torne fortemente constitutiva da própria noção de democracia.  The Social Sciences set the communication concept down in a secondary place, resulting in an analysis of the social processes without the relevance required by the institucionalities and the communication processes, especially if one evaluates the contemporary societies, highly capillarized by the communications technologies. The present paper proposes to discuss this issue ...
Este artigo analisa o surgimento do campo do espiritismo progressista e de esquerda no Brasil, motivado, sobretudo, pelo reconhecimento da hegemonia conservadora no contexto identitário dessa religião, diante da recente intensificação da... more
Este artigo analisa o surgimento do campo do espiritismo progressista e de esquerda no Brasil, motivado, sobretudo, pelo reconhecimento da hegemonia conservadora no contexto identitário dessa religião, diante da recente intensificação da polarização política no país. Levando em consideração os modos de organização desses grupos contra-hegemônicos, este texto discute as trilhas das aspirações progressistas no espiritismo e apresenta uma cartografia sobre 24 coletivos mapeados durante o ano de 2020. Nesse sentido, este artigo desenvolve uma classificação de coletivos, compreendidos ou atravessados pelo espiritismo progressista, que são baseados em instituições espíritas históricas, em grupos de estudos, em mobilização social, em mídias digitais, em comunicação e em articulação de outros coletivos. PALAVRAS-CHAVE: religião e política, espiritismo progressista, coletivos, cartografia, grupos religiosos em mídias digitais.
O presente artigo apresenta a relação entre o daimonismo e o espiritismo franco-brasileiro presente no discurso narrativo do romance Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, discutindo aspectos específicos da definição oferecida... more
O presente artigo apresenta a relação entre o daimonismo e o espiritismo franco-brasileiro presente no discurso narrativo do romance Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, discutindo aspectos específicos da definição oferecida pelo antropólogo Clifford Geertz para o que seja religião e como suas asserções se projetam no páthos da personagem Riobaldo. A partir dos dados culturais que vinculam a doutrina espírita e a conceituação em torno do daimon grego, o estudo expõe uma exegese para um ponto central da narrativa rosiana, o pacto de Riobaldo com o diabo, com base num recorte da definição geertziana de religião.
Este texto discute a experiência pedagógica do ensino remoto em comunicação, a partir da experiência e de pesquisa feita pelo autor no curso de Jornalismo da Escola de Comunicação da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Adota-se um... more
Este texto discute a experiência pedagógica do ensino remoto em comunicação, a partir da experiência e de pesquisa feita pelo autor no curso de Jornalismo da Escola de Comunicação da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Adota-se um conceito comunicacional para abordar a pandemia do novo coronavírus, destacando nessa condição a razão fundamental para que as medidas profiláticas não-medicamentosas serem de natureza comunicacional. Concentra-se, em seguida, nas repercussões comunicacionais sobre as atividades em educação e, especificamente, àquelas relacionadas à pedagogia da comunicação. E, por fim, estuda-se de forma crítico-reflexiva os substratos da experiência docente vivida pelo autor, bem como os resultados de pesquisa qualitativa que fez junto aos alunos. Conclui-se destacando as inauditas experiências de dor e de superação, que chamam a atenção para as conquistas e também os riscos que as brutalidades da pandemia trouxeram à atividade docente.
Este texto analisa o fenômeno da globalização, a partir das interações propiciadas pela inserção das novas tecnologias nas instituições de comunicação social, avaliando o caráter ambivalente dos meios, conforme Habermas, e as ações de... more
Este texto analisa o fenômeno da globalização, a partir das interações propiciadas pela inserção das novas tecnologias nas instituições de comunicação social, avaliando o caráter ambivalente dos meios, conforme Habermas, e as ações de segmentação e especialização das programações de rádio e televisão como elementos mediadores nas relações de sentidos locais e globais. E, por fim, procura distinguir os elementos fundadores dessa negociação de sentido em dados colhidos em pesquisa empírica comparativa de programações de emissoras em Goiânia, considerando o conceito de programação como síntese discursiva de relações intersubjetivas assimétricas entre diversos agentes programáticos.
Este texto trabalha a racionalidade específica da comunicação a partir da tensão identidade/diferença, lançada às questões comunicacionais.
Com uma preocupação epistemológica, este texto propõe a centralidade das transições simbólicas para criar categorias de análise nos ambientes de comunicação, tomando como exemplos dois estudos sobre mídia e religião. Discute a relevância... more
Com uma preocupação epistemológica, este texto propõe a centralidade das transições simbólicas para criar categorias de análise nos ambientes de comunicação, tomando como exemplos dois estudos sobre mídia e religião. Discute a relevância do método para a delimitação do objeto comunicacional e confronta as noções de sistema, ambiente e símbolo. Nas situações religiosas estudadas, a cidade espírita de Palmelo (GO) e a igreja Church in Connection, identidade e performance se especificaram como categorias descritivas das transições simbólicas
Trata este trabalho de um estudo do fundamentalismo, sob a perspectiva da tensão entre comunicabilidade e incomunicabilidade, entrevista nas dinâmicas religiosas em geral. Após um breve escorço histórico a respeito do tema, concentra-se... more
Trata este trabalho de um estudo do fundamentalismo, sob a perspectiva da tensão entre comunicabilidade e incomunicabilidade, entrevista nas dinâmicas religiosas em geral. Após um breve escorço histórico a respeito do tema, concentra-se na vertente religiosa para, em seguida, abordar o fundamentalismo no âmbito de sua contradição específica: a da incomunicabilidade do dogmatismo, radicado no literalismo, na incapacidade para o diálogo e nas ações políticas extremistas, até o terrorismo, em tensão permanente com a necessidade comunicacional de visibilidade e reconhecimento. Há, pois, uma natureza comunicacional específica, na incomunicabilidade dos processos de dogmatização e fechamento dialógico inscritos nos fenômenos fundamentalistas, a que se denomina uma propensão comunicativa da promoção da incomunicabilidade. Por fim, postula-se o fundamentalismo religioso como um proselitismo de legitimação, que tensiona os polos entre o dogma e o vínculo, ao adotar, contraditoriamente, a rad...
O presente trabalho busca discutir sobre de que forma as questões energéticas relacionadas à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) são abordadas em O Popular, um dos jornais de maior circulação do estado de Goiás, em especial... more
O presente trabalho busca discutir sobre de que forma as questões energéticas relacionadas à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) são abordadas em O Popular, um dos jornais de maior circulação do estado de Goiás, em especial se as notícias relacionadas às questões energéticas possuem aproximações com o objetivo 07, dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), sobre energia acessível e limpa. Para isso, o estudo foi embasado no método de enquadramento e análise categorial da análise de conteúdo, bem como pesquisa bibliográfica, tomando como base os conceitos de jornalismo ambiental e desenvolvimento sustentável de Wilson Bueno (2007) e José Eli Veiga (2010), respectivamente. Para a análise, foram selecionadas notícias de O Popular, que compreendem o período de janeiro a dezembro de 2020. Observou-se quais foram os padrões de abordagem sobre questões energéticas que o veículo trouxe ao longo do período, bem como se faz relações com a Agenda 2030 da ONU. Para isso, as seguintes categorias foram construídas: i) viés político; ii) viés ambiental; iii) viés social/cotidiano); iv) viés econômico. Dessa forma, o viés social corresponde aproximadamente 49.4% das análises e o econômico 32.2%, 9.6% do viés político e 8.6% do viés ambiental. Ao serem constatados os diversos vieses abordados quando energia está em pauta no veículo, algo recorrente foi o protagonismo da empresa fornecedora de energia Enel, que, em teoria, tem metas que se ligam ao sétimo dos 17 ODS da Agenda 2030 da ONU. Desta forma, essa pesquisa aponta que as consonâncias entre a Agenda e o veículo se dão de forma indireta, sendo que, aparentemente, eles não são levados em conta em sua totalidade. Ademais, é perceptível uma tendência a priorizar falas de políticos em detrimento da como uma possibilidade dentro da pauta que caberia ao jornalismo ambiental.

And 57 more

Entrevista sobre a metateorização da comunicação procedida pelo autor, em seu projeto em andamento.
O sentido da espiritualidade expressa o reconhecimento de um novo e crescente grau de liberdade do sujeito religioso, na relação com sua religião, sua religiosidade. Talvez um novo sentido de encontro, que absorve e ultrapassa os... more
O sentido da espiritualidade expressa o reconhecimento de um novo e crescente grau de liberdade do sujeito religioso, na relação com sua religião, sua religiosidade. Talvez um novo sentido de encontro, que absorve e ultrapassa os processos civilizatórios da modernidade, conferindo-lhe o realismo de que precisa para consolidar as promessas descumpridas. Sim, porque a espiritualidade presente nas religiosidades contemporâneas, institucionalizadas ou não, reverberam novamente os desejos de paz e realização espiritual, justiça e acolhimento, superação e emancipação, solidariedade e cidadania. A criatura oprimida ainda suspira, resiste à morte e à dor, e insiste em fazer bater o coração deste mundo sem alma. É, enfim, de esperança que as espiritualidades são feitas.
Na tensão entre comunicabilidade e incomunicabilidade, é possível criar condições de incomunicabilidade cidadã, no interior mesmo das situações de alta comunicabilidade, constituindo assim o tenso conceito de ‘comunicabilidade... more
Na tensão entre comunicabilidade e incomunicabilidade, é possível criar condições de incomunicabilidade cidadã, no interior mesmo das situações de alta comunicabilidade, constituindo assim o tenso conceito de ‘comunicabilidade anticidadã’. Desde então, temos nos debruçado na pesquisa empírica, especialmente do bolsonarismo no Brasil, para conhecer as marcas discursivas que caracterizam essa comunicabilidade anticidadã. Este trabalho procura percorrer esse caminho. Trata-se de uma reflexão comunicacional sobre o discurso de sites bolsonaristas, no contexto das eleições de 2018. O objetivo original da pesquisa foi delinear os modos de atuação da desinformação utilizados nos grupos bolsonaristas, buscando o entendimento de como a cidadania comunicacional é afetada pelos conteúdos manipulados.
Reflexão sobre os "desistentes" e os "insistentes" do objeto da ciência da comunicação. Texto escrito como prefácio do livro "Epistemologia da comunicação: reflexões metateóricas sobre o especificamente comunicacional", organizado pelo... more
Reflexão sobre os "desistentes" e os "insistentes" do objeto da ciência da comunicação. Texto escrito como prefácio do livro "Epistemologia da comunicação: reflexões metateóricas sobre o especificamente comunicacional", organizado pelo autor.
A responsividade do ato discursivo nas redes sociais no período eleitoral de 2018 no Brasil
A circulação simbólica como critério de verdade no mundo contemporâneo
Este é um ensaio analítico-crítico das diferentes conceituações das formas de religiosidade e espiritualidade que emergiram nas sociedades contemporâneas e que, nas últimas décadas, têm recebido as denominações de "new age" ou "novas... more
Este é um ensaio analítico-crítico das diferentes conceituações das formas de religiosidade e espiritualidade que emergiram nas sociedades contemporâneas e que, nas últimas décadas, têm recebido as denominações de "new age" ou "novas religiosidades", ou, ainda, "novas espiritualidades". Propõe-se, como alternativa definidora desse campo de estudos, o conceito de "espiritualismo", já utilizado em outras épocas, para denominar essas correntes religiosas e para-religiosas, assumindo elemenetos específicos delas.
Este é um ensaio analítico-crítico das diferentes conceituações das formas de religiosidade e espiritualidade que emergiram nas sociedades contemporâneas e que, nas últimas décadas, têm recebido as denominações de "new age" ou "novas... more
Este é um ensaio analítico-crítico das diferentes conceituações das formas de religiosidade e espiritualidade que emergiram nas sociedades contemporâneas e que, nas últimas décadas, têm recebido as denominações de "new age" ou "novas religiosidades", ou, ainda, "novas espiritualidades". Propõe-se, como alternativa definidora desse campo de estudos, o conceito de "espiritualismo", já utilizado em outras épocas, para denominar essas correntes religiosas e para-religiosas, assumindo elemenetos específicos delas.
A morte é o maior enigma da vida. Em sua definição, cabem todas as categorias da existência, desde a própria noção da vida até os elementos culturais que articulam o sentido do universo, para o mundo humano: o espaço como lugar ocupado... more
A morte é o maior enigma da vida. Em sua definição, cabem todas as categorias da existência, desde a própria noção da vida até os elementos culturais que articulam o sentido do universo, para o mundo humano: o espaço como lugar ocupado pela energia vital, o tempo como duração e sua finitude (ou infinitude), as relações todas, materiais e simbólicas. Nada há humano que não seja tocado pela morte, de alguma forma.
A experiência ocidental e moderna da civilização humana talvez seja a que mais temeu a morte, em toda a história. Engendrada no signo da conquista, da ruptura das fronteiras, do agigantamento das possibilidades humanas todas e da multiplicação virtualmente infinita das possibilidades de pensar e realizar do ser humano, o episódio civilizacional contemporâneo guarda consigo o sonho da imortalidade. Não que não morra: mas vive-se como se a morte não existisse ou como se sua superação fosse apenas uma questão de tempo e tecnologia (ARAÚJO, 2012).
Entretanto, a afirmação da vida pela sociedade ocidental somente se dá pela multiplicação infinita da morte. Trata-se de um modelo de existência ancorado no consumo, transformado em cultura e experiência existencial. E como a prática do consumo é, por definição, atividade de extinção do produtivo ou, mais precisamente, de produção da própria extinção, especifica-se o modo de vida das sociedades contemporâneas como reprodução infinita do extermínio, sendo esta a suprema contradição da modernidade, definida como cultura de busca hedonista a partir da negação da morte e do sofrimento.
A ética (ou a antitética) do consumo existe pela morte, mas não uma morte qualquer, aleatória ou meramente selvagem. As cadeias alimentares sempre foram sucessões de matações; a vida sobrevive da morte, mas esta não é a questão. A noção contemporânea de consumo insere-se numa lógica industrial, em que a prática de matar alcança níveis extraordinários, que se vinculam aos sentidos do progresso. Trata-se, portanto, a morte medida, multiplicada, estandardizada e, sobretudo, transformada em mercadoria e em dinheiro. Matar, não apenas para sobreviver, portanto, mas para crescer, ampliar, abundar, infinitamente se possível fosse.
Numa sociedade assim, ganham nova energia as religiosidades, em sua relação estreita e misteriosa com a morte. Se antes, estabeleciam as tradições cristãs uma relação de mistério e promessa com o reino dos mortos, pelo episódio da salvação, por meio da qual o paraíso se faria como recompensa – tão criticada por Marx (2011), na fundação do seu conceito específico de ideologia – às agruras e sofrimentos da vida; hoje, as novas religiosidades presentificaram de forma não raro radical essa promessa, diluindo, para isso, grande parte do véu diáfano de desconhecido e sacralizado do além. São as religiões de iluminação, e não de salvação, os tipos de espiritualidade a que me refiro. E, dentre estas, o espiritismo, em sua especificidade fundadora de toda uma sorte de espiritualismos ocidentais e brasileiros.
Compreender a noção espírita de morte e suas consequências é relevante para perceber um aspecto significativo da experiência cultural brasileira contemporânea e de suas relações trágicas e, ao mesmo tempo, luminosas, com o sofrimento, a dor e a morte.
O objetivo desse artigo é pontuar o que a cidadania e as fake news na ascensão do bolsonarismo no Brasil tem a nos dizer numa perspectiva especificamente comunicacional, procurando responder até que ponto a guinada da extrema direita ao... more
O objetivo desse artigo é pontuar o que a cidadania e as fake news na ascensão do bolsonarismo no Brasil tem a nos dizer numa perspectiva especificamente comunicacional, procurando responder até que ponto a guinada da extrema direita ao poder tende a negar a cidadania comunicacional. Os resultados do tensionamento feito entre uma noção de comunicação estruturante na definição de cidadania e a experiência sócio-política bolsonarista no Brasil sugerem que, contraditoriamente, os vínculos comunicacionais possam ser também anticidadãos. Nesse sentido, as fake news, como as divulgadas ou legitimadas pelo bolsonarismo no Brasil, tendem a viabilizar estratégias comunicativas que operam entre a liberdade da comunicação e variantes de incomunicabilidade, não raro fortalecendo a tendência incomunicacional, mantenedora das cidadanias mutiladas e subcidadanias brasileiras, alargando, com isso, as desigualdades sociais no país e acionando uma negação comunicacional da cidadania
O objetivo desse artigo é pontuar o que a cidadania e as fake news na ascensão do bolsonarismo no Brasil tem a nos dizer numa perspectiva especificamente comunicacional, procurando responder até que ponto a guinada da extrema direita ao... more
O objetivo desse artigo é pontuar o que a cidadania e as fake news na ascensão do bolsonarismo no Brasil tem a nos dizer numa perspectiva especificamente comunicacional, procurando responder até que ponto a guinada da extrema direita ao poder tende a negar a cidadania comunicacional. Os resultados do tensionamento feito entre uma noção de comunicação estruturante na definição de cidadania e a experiência sócio-política bolsonarista no Brasil sugerem que, contraditoriamente, os vínculos comunicacionais possam ser também anticidadãos. Nesse sentido, as fake news, como as divulgadas ou legitimadas pelo bolsonarismo no Brasil, tendem a viabilizar estratégias comunicativas que operam entre a liberdade da comunicação e variantes de incomunicabilidade, não raro fortalecendo a tendência incomunicacional, mantenedora das cidadanias mutiladas e subcidadanias brasileiras, alargando, com isso, as desigualdades sociais no país e acionando uma negação comunicacional da cidadania.
Este trabalho busca conferir fundamentos para a pergunta sobre o especificamente comunicacional nos estudos de comunicação. Para isso, empreende o percurso de, inicialmente, determinar a importância desta questão para o campo dos estudos... more
Este trabalho busca conferir fundamentos para a pergunta sobre o especificamente comunicacional nos estudos de comunicação. Para isso, empreende o percurso de, inicialmente, determinar a importância desta questão para o campo dos estudos em comunicação no Brasil e, em seguida, com base na teorização da história do conceito, em Koselleck, especificar os parâmetros metodológicos deste empreendimento. Em seguida, realiza uma pesquisa específica, em caráter de exemplificação, sobre o que é especificamente comunicacional na ementa da linha de pesquisa
As mudanças no cenário da comunicação pública no Brasil têm motivado profissionais da área e intelectuais a refletir sobre sua trajetória e, principalmente, aspectos que apontem para um modelo ideal a ser construído. As vertentes e áreas... more
As mudanças no cenário da comunicação pública no Brasil têm motivado profissionais da área e intelectuais a refletir sobre sua trajetória e, principalmente, aspectos que apontem para um modelo ideal a ser construído. As vertentes e áreas da comunicação pública mostram um fazer enraizado na comunicação com viés político e governamental, mas enfatizam uma busca pela comunicação pública que não abra mão da participação do cidadão, do debate e da pluralidade de visões. Essa perspectiva é ponto central das reflexões dos teóricos que dialogam a respeito da importância da comunicação pública como elemento de interlocução entre as várias vozes sociais e seus interesses. Este trabalho analisa como os elementos que caracterizam o rádio e as mudanças trazidas pela internet se relacionam com a comunicação pública na construção desse modelo ideal. Nesse sentido, percebeu-se que características fundamentais e históricas da radiofonia não somente se preservaram, como ganharam substância com o surgimento da internet. Apesar disso, as emissoras públicas não parecer ter se apercebido do potencial de realização pública dos ambientes virtuais, razão pela qual ocorre uma subutilização da internet nas rádios públicas. Apesar disso, a preservação e o aprofundamento das condições democráticas passam pelo fortalecimento, a expansão e a atualização tecnológica do sistema público de comunicação.
Este ensaio levanta esta questão para fundamentar a hipótese de que esta mudança não é uma mera alteração na prática da circulação da notícia em face das novas tecnologias, e sim um sintoma específico de algo muito mais sério e profundo:... more
Este ensaio levanta esta questão para fundamentar a hipótese de que esta mudança não é uma mera alteração na prática da circulação da notícia em face das novas tecnologias, e sim um sintoma específico de algo muito mais sério e profundo: o deslocamento do lugar social do jornalista e, por conseguinte, do jornalismo profissional nas sociedades contemporâneas.
O valor epistemológico do especificamente comunicacional na relação entre comunicação e educação 1 Luiz Signates 2 RESUMO Este texto busca posicionar o problema epistemológico do objeto da comunicação como um valor a ser apreciado nos... more
O valor epistemológico do especificamente comunicacional na relação entre comunicação e educação 1 Luiz Signates 2 RESUMO Este texto busca posicionar o problema epistemológico do objeto da comunicação como um valor a ser apreciado nos estudos da interface entre os campos da comunicação e da educação. Nesse sentido, indaga-se sobre o que é denominado especificamente de comunicação, nos textos de comunicação-educação e, em especial, aqueles que tratam da educação a distância-EAD. No percurso do estudo, demonstra-se que o marco legal da EAD no Brasil mantém-se numa perspectiva instrumental e transmissionista, porque radicada exclusivamente numa redução do processo comunicacional-educativo à possibilidade tecnológica. Na crítica a esta abordagem, busca-se demonstrar como os desafios e dificuldades da aplicação da EAD, conforme alguns de seus principais pensadores, repousam em questões especificamente comunicacionais. Em face disso, reivindica-se um esforço reflexivo capaz de conferir à noção de comunicação a centralidade que necessita, para que a crítica pedagógica possa ganhar a amplitude necessária ao enfrentamento dos desafios da EAD. Palavras-chaves: Comunicação e educação; epistemologia da comunicação; ensino a distância. 1. O problema epistemológico da comunicação O problema comunicacional como questão para o pensamento educacional é uma temática que sempre chamou a atenção de diferentes estudiosos, de ambas as áreas, mas, hoje, num momento em que o campo científico dos estudos de comunicação se voltam cada vez mais para a indagação epistemológica sobre o objeto (Signates, 2011), isso me parece que se torna ainda mais central. No campo da educação, o festejado Paulo Freire (1983) transformou a questão comunicacional numa pergunta central, quando efetuou a histórica crítica da educação bancária, tanto quanto no questionamento que empreendeu ao conceito de "extensão", num momento histórico em que os educadores universitários se voltavam para o interior do Brasil, numa visada pedagógica assaz discutível. Num único movimento, Freire lançou a crítica do transmissionismo na educação e, antecipando a matriz habermasiana, implantou para sempre a ideia do saber compartilhado, ancorado no diálogo, como fundamento do saber e do 1 Texto publicado como capítulo da obra:
Este livro trata de um tema que tem sido caro ao debate em epistemologia da comunicação: a indicação do especificamente comunicacional, como modo de superação da dispersão e da exogenia que caracterizam o campo científico da comunicação... more
Este livro trata de um tema que tem sido caro ao debate em epistemologia da comunicação: a indicação do especificamente comunicacional, como modo de superação da dispersão e da exogenia que caracterizam o campo científico da comunicação no Brasil. Com contribuições de vários autores, principalmente dos professores Ciro Marcondes Filho (falecido em 2020), José Luiz Braga e Adriano Duarte Rodrigues, autores de destaque no debate teórico da comunicação, esta obra visa contribuir para aprofundar o tema. Talvez possamos sintetizar em dois, os efeitos conclusivos até então presentes na combinação das diferentes contribuições apresentadas. Primeiro, a ideia de que há um comunicacional amplo, generalizado, que não se conforma às fronteiras das atividades profissionais ou às tecnologias, instrumentalidades ou instituições que historicamente foram apropriadas como tipicamente da comunicação. Mídias, ferramentas e atividades específicas, para as quais a formação técnica ou acadêmica é indispensável, institucionalizaram e tornaram especialistas os conhecimentos e habilidades da troca simbólica humana ou até do registro e da compreensibilidade do sentido do mundo, mas, com certeza, a julgar pela reflexão aqui enfeixada, não têm o condão de restringir a comunicação em seu interior. Qualquer seja a definição assumida ou a teorização acionada, a comunicação apresenta-se como um anterior, como em Braga, ou um ápice, como em Marcondes Filho, ou como um constitutivo da experiência, como em Rodrigues, compartilhado pela Humanidade e fundamento ontológico e ético do próprio humano enquanto tal. E, por fim, sendo assim, é a comunicação um específico da experiência geral, e, por isso, um universal que emerge como fenômeno que articula as relações sociais. Os esforços ensaísticos ou empíricos de pesquisa que assumirem essa pressuposição apontarão provavelmente para uma teorização que, a cada passo, tenderá a ser descritiva das condições em que isso acontece; analítica das consequências disso para a articulação dos indivíduos e das instituições, isto é, da cultura, da política e da história; e, evidentemente, crítica dos processos que estruturam as realidades conflitivas da sociedade e sua ética profunda. São especificamente comunicacionais os modos como são configuradas as dialéticas da experiência humana: as instituições e processos, as identidades e diferenças, os direitos e sua negação, a fala e o silêncio, o eu e o outro...
Research Interests:
Construções de sentidos e discursos na era das fake news, da pós-verdade e das encenações midiáticas
This study is about the social communication in Habermas through the Social Philosophy method. It assesses the presuppositions that sustain the idea of means of mass communication (mass media) in terms of society theory. It exposes,... more
This study is about the social communication in Habermas through the Social Philosophy method. It assesses the presuppositions that sustain the idea of means of mass communication (mass media) in terms of society theory. It exposes, critically, the theoretical advances offered by the conceptual system/lifeworld duo in Habermas, as well as the approaches and limitations of the thoughts of the author with respect to the studies concerning the social communication. Finally, from the observed gaps and exchanges with other authors, this study forms, in a hypothetical manner, the concept of systemic institutionalization of the communication and the development associated of a criticism of the everyday life in Habermas.
Conferência proferida em 18 de setembro de 2019, na Mesa-Redonda Conflitos entre ecologia e agronegócio: problemas socioambientais, durante o VII Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Teologia e Ciências da... more
Conferência proferida em 18 de setembro de 2019, na Mesa-Redonda Conflitos entre ecologia e agronegócio: problemas socioambientais, durante o VII Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Teologia e Ciências da Religião, ocorrido na PUC-Rio, no Rio de Janeiro.
Este trabalho ajuíza sobre a noção de morte no espiritismo, suspeitando da ideia comum de que os adeptos dessa doutrina veem a morte com naturalidade, em vista de sua visão de sobrevivência e imortalidade do espírito. O artigo busca... more
Este trabalho ajuíza sobre a noção de morte no espiritismo, suspeitando da ideia comum de que os adeptos dessa doutrina veem a morte com naturalidade, em vista de sua visão de sobrevivência e imortalidade do espírito. O artigo busca analisar a contradição latente entre uma imagem de morte como passagem ou transição para outra vida e a férrea concepção conservadora que, tanto em termos doutrinários, quanto prático-sociais, esta comunidade religiosa devota às questões do abortamento, do suicídio e da eutanásia, mesmo nos casos específicos, protegidos pelo desenvolvimento dos direitos humanos, quando levados ao debate público. Essa contradição, estudada neste texto, parece demonstrar que o espiritismo devota à corporeidade uma importância às vezes maior do que a que distingue a noção de espírito, em sua imortalidade e sobrevivência à desencarnação. E que as ideias conservadoras derivam provavelmente da incapacidade demonstrada por esta doutrina de pensar o homem como ser social, para além do individualismo burguês no qual ela teve início, na França do século XIX.