Literatura negra

O  presente  artigo  busca abordar as  transformações  da  produção  literária infanto-juvenil após a promulgação da lei 10.639/03 e seu impacto na representação do negro  e  da  cultura  afro-brasileira.
Discutimos  o  dilema  da  construção  da  identidade nacional brasileira
na busca da superação da diferença racial através de alguns momentos
da literatura brasileira adulta e infanto-juvenil a fim de abordar outras formas de associar identidade  e  diferença  que  passaram  a  ser  possíveis  nas  décadas  recentes.
Apontamos estas novas formas por meio da análise de seis livros de histórias infanto-juvenis que têm como temática o cabelo crespo.

Apresentamos o Sopapo Poético, sarau de poesia negra que acontece em Porto Alegre desde 2012. Entendemos que nesse evento ocorre um encontro de duas tendências: a recente difusão dos saraus periféricos em São Paulo e outras cidades do Brasil com a tradição da poesia negra brasileira, especialmente a produzida desde a década de 1970. Esse encontro ocorre em um contexto específico que condiciona a atuação do movimento negro gaúcho: Porto Alegre, significativa “cidade letrada” e capital do Rio Grande do Sul, estado marcado por uma identidade regional racializada no mito do gaúcho europeizado. Descrevemos o funcionamento do sarau, desenvolvido em três momentos: a roda de poesia, com participação espontânea da audiência; a apresentação do Sopapinho, onde as crianças são levadas ao centro da roda; e o homenageado da noite, que combina o relato de trajetória com a performance artística. Entre os homenageados, destacamos duas figuras relevantes para a estética do sarau: o poeta Oliveira Silveira e o sopapeiro Giba Giba. Analisando as intervenções poéticas nas suas dimensões textual e performática, somos levados a pensar na íntima ligação entre o estético e o político que se constrói no sarau. As ideias de Paul Gilroy sobre a política cultural diaspórica no Atlântico negro servem para compreender o contexto de conflito e as formas de elaboração da identidade cultural afro-gaúcha.

RESUMO O presente artigo visa mostrar como o hip hop se insere na cultura afro-brasileira, levando em conta seu surgimento a partir de matrizes culturais africanas, estabelecendo relações entre Brasil e Moçambique através do rap brasileiro e da poesia Moçambicana. Partindo desse pressuposto, a cultura afro-brasileira será apontada através das letras de rap e de poesias, apontando o caráter descolonizador, a autoafirmação, identidade, pertencimento e denuncia em ambos os gêneros. A cultura Hip Hop, egresso de regiões periféricas denominadas como guetos, favelas ou quebradas, além (de) fomentar o combate ao racismo, preconceito, violência, pobreza e falta de infraestrutura nos bairros pobres. O principal elemento da cultura hip hop o rap brasileiro, por intermédio da oralidade, resgata e ressignifica os valores da cultura africana, suas crenças, tradições, identidade e ancestralidade. O Rap brasileiro desmistifica uma ordem colonial e eurocêntrica que foi implantada no Brasil e que até os dias atuais é concebida como a cultura padrão, a chamada "cultura ocidental." Buscou-se trabalhar os gêneros poesia e canção pelo fato de ambos terem similitudes, uma vez que a palavra "RAP" significa "ritmo e poesia", oriunda do inglês, "rhythm and poetry", também em função de nas sociedades africanas, os valores, ensinamentos e tradições se dão por via da oralidade. O enfoque na poesia Moçambicana é justificado pelo fato de as poesias moçambicanas de cunho nacionalista, descolonizador e abolicionista, denominadas como poesias de "moçambicanidade", possuir semelhanças com o rap brasileiro de "negritude" ou "afro-rap", como é conhecido popularmente o rap cuja corrente central é a valorização da cultura negra. ABSTRACT This article aims to show how hip hop is included in the african-Brazilian culture, taking into account its emergence from African cultural matrices in connecting Brazil and Mozambique by Brazilian rap and Mozambican poetry. Based on this assumption, the african-Brazilian culture will be appointed through rap lyrics and poetry, pointing the decolonization character, self-affirmation, identity, belonging and denounces in both genders. The Hip Hop culture, egress peripheral regions referred to as ghettos, slums or broken, in addition to promoting the fight against racism, prejudice, violence, poverty and lack of infrastructure in poor neighborhoods. The main hip hop culture element of the Brazilian rap, via the oral, rescues and reframes the values of African culture, beliefs, traditions, identity and ancestry. The Brazilian Rap demystifies a colonial and Eurocentric order that was implemented in Brazil and to this day is designed as the default culture, the "Western culture." He sought up work genres, poetry and song at the expense of both have similarities since the word "RAP" means "rhythm and poetry" coming from the English, "rhythm and poetry", also in function in African societies, values, teachings and traditions are given by way of oral. Focusing on Mozambican poetry It is justified by the fact that the poems of Mozambique of a nationalist character, decolonization and abolitionist named as poetry "Mozambican identity". Have similarities with the Brazilian rap of "blackness" or "african-rap" as it is popularly known rap whose main chain is the appreciation of black culture.

https://poligramas.univalle.edu.co/index.php/poligramas/article/view/10848
En Fe en disfraz (2009), de Mayra Santos Febres (1966), la autora presenta una representación de la espiritualidad ancestral que puede considerarse Muntu. Esta filosofía está constituida por diferentes maneras de concebir el mundo. A pesar de que, al arribo de las personas esclavizadas a América se transformara en un proceso de ocultamiento y sincretismo constante, el Muntu permanece de varias maneras en los pueblos negros de las Américas, principalmente del Caribe. Una de aquellas maneras es la fuerza vital, y leer Fe en disfraz desde este pensamiento nos permite comprenderla. Para desarrollar lo que afirmo, analizaré la ritualización que Fe Verdejo realiza en el acto de uso del vestido de la esclava Xica (Chica) da Silva, que, bajo la cosmovisión del Muntu y la perspectiva de la filosofía de la fuerza vital, crea en su propio cuerpo un canal de comunicación ancestral que expone la violencia con que se ha construido la identidad afrocaribeña.

Na entrevista que segue, concedida entre julho e agosto de 2018, Ronald Augusto reflete sobre seu processo criativo, discute o problema da
literatura negra, avalia a recepção de sua própria obra e compartilha com o leitor outras reflexões éticas e estéticas.