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(Estação Literária, Londrina, v. 27, p. 141-161, jan./jun. 2021). Este artigo trata dos usos da paródia em Justine, ou Les malheurs de la vertu de Donatien Alphonse François de Sade para fins de crítica da cosmovisão cristã e do romance... more
(Estação Literária, Londrina, v. 27, p. 141-161, jan./jun. 2021).
Este artigo trata dos usos da paródia em Justine, ou Les malheurs de la vertu de Donatien Alphonse François de Sade para fins de crítica da cosmovisão cristã e do romance sentimental de Samuel Richardson. Partimos de um breve tratamento da inovação formal trazida por Pamela, or Virtue rewarded de Richardson à cultura do romance, analisando como Sade frustra as expectativas de suas leitoras e leitores históricos. Por fim, resgatamos considerações de Georges Bataille e Pierre Klossowski acerca da singularidade do marquês de Sade no contexto filosófico do Iluminismo tardio, refletindo em que medida esse contraventor de gêneros e doutrinas pode ser pensado como uma figura de peso dentro da tradição do romance moderno.
O trecho traz a famosa Parábola da Carruagem de Bellamy: seu protagonista Julian West, um viajante no tempo, tenta explicar aos companheiros de um EUA socialista do futuro como funcionava a desigualdade nas sociedades capitalistas... more
O trecho traz a famosa Parábola da Carruagem de Bellamy: seu protagonista Julian West, um viajante no tempo, tenta explicar aos companheiros de um EUA socialista do futuro como funcionava a desigualdade nas sociedades capitalistas primitivas.
O livro será lançado no final de maio/2021
[In Portuguese] Este artigo parte de uma história das origens da literatura moderna indonésia que, por muito tempo, foi aceita como oficial: ela conta como os nativos das então chamadas Índias Orientais Neerlandesas desenvolveram sua... more
[In Portuguese] Este artigo parte de uma história das origens da literatura moderna indonésia que, por muito tempo, foi aceita como oficial: ela conta como os nativos das então chamadas Índias Orientais Neerlandesas desenvolveram sua expressão literária devido a políticas educacionais da coroa holandesa, sobretudo o pacote de reformas promulgado em 1901 conhecido como Ethische politiek. O novo código colonial não só injetou dinheiro público para difundir os saberes, como criou uma editora oficial da colônia, a Balai Pustaka, que dali em diante monitoraria o material literário “adequado” para a população local. Analisam-se as implicações futuras dessa medida (que terminou por monopolizar o mercado editorial indonésio e calar autores dissidentes) e o surgimento recente de releituras da história das origens da modernidade literária no país.
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[In English] Abstract:
This paper begins with a history of the origins of modern Indonesian literature, one that  for a long time has been accepted as the official version: accordingly, natives of what was then called the Dutch East Indies developed their literary expression due to the educational policies of the Dutch crown, especially after the reform package promulgated in 1901 known as Ethische politiek. The new colonial code not only had injected public money in order to spread knowledge, but also created an official publishing house in the colony, the Balai Pustaka, which thitherto would have monitored the ‘proper’ literary material for the local population. We analyze the future implications of such a measure (one that ended up creating a monopoly over the Indonesian editorial market and stifling dissident authors), as well as the recent onset of reinterpretations of the history of origins of literary modernity in that country.
Resumo: O artigo trata do contexto de escrita de uma resenha menos conhecida de Walter Benjamin, Melancolia de esquerda. Sobre o novo volume de poesia de Erich Kästner (1931). Defende-se que, antes de se portar como um resenhista... more
Resumo: O artigo trata do contexto de escrita de uma resenha menos conhecida de Walter Benjamin, Melancolia de esquerda. Sobre o novo volume de poesia de Erich Kästner (1931). Defende-se que, antes de se portar como um resenhista interessado em descrever os pormenores do lançamento de Kästner, Benjamin atuou como um polemista: seu texto logo se reverte em um panorama sobre a literatura da época-da chamada Nova Objetividade-e falta de engajamento político efetivo por parte dos intelectuais da República de Weimar. Isso torna a resenha em questão um documento importante de estética filosófica (e um dos argumentos mais contundentes a favor da coligação entre estética e política do século XX), além de um retrato privilegiado sobre a passividade da classe intelectualizada às vésperas da ascensão do nazifascismo.

Abstract: This paper deals with the writing context of a less known review by Walter Benjamin, Left-wing melancholy. On Erich Kästner's new book of poems (1931). We argue that, instead of carrying through his argument as a reviewer, interested in the in-depth description of the Kästner's new release, Benjamin behaved as a polemicist: his text swiftly turns into a panorama about its time's literature-that of the so-called New Objectivity-and the lack of political commitment by Weimar Republic intellectuals. This renders the review under discussion an important document of philosophical aesthetics (e.g. one of the most compelling arguments for the linkage between aesthetics and politics in the 20 th century), besides a remarkable portrait of the passivity of intellectualized class on the eve of the rise of nazifascism.
O artigo analisa as intertextualidades de Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis, ressaltando como a autora se valeu de princípios estéticos centrais do romantismo europeu para fins próprios de representação. Um tratamento detido do... more
O artigo analisa as intertextualidades de Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis, ressaltando como a autora se valeu de princípios estéticos centrais do romantismo europeu para fins próprios de representação. Um tratamento detido do capítulo 1 do romance mostra uma substituição clara dos imperativos da cor local de Gonçalves de Magalhães e José de Alencar pela representação do que o Império do Brasil realmente era: mais do que um cenário inócuo de fauna e flora exuberantes, era uma terra historicamente manchada pela escravidão e pela tirania dos mandatários. Assim, Firmina dos Reis escreve o primeiro romance antiescravista brasileiro a partir dos desafios alencarianos de representação nacional; seu trabalho minucioso com teorias e ideias em curso a tornam uma inteligência inovadora dentro do romantismo.

ABSTRACT: The article analyzes the intertextualities within Úrsula (1859) by Maria Firmina dos Reis, highlighting how the author employed central aesthetic principles of European romanticism so as to achieve her own representational goals. A close reading of chapter 1 of this novel reveals a clear reconsideration of the imperatives of the local color school (of Gonçalves de Magalhães and José de Alencar), replacing them by the representation of what the Brazilian Empire really was: more than an innocuous scenery of exuberant fauna and flora, it was a land historically tainted by slavery and the tyranny of its leaders. Thereby, Firmina dos Reis writes the first Brazilian anti-slavery novel against the grain of the Alencarian challenges of national representation; her meticulous work with theories and ideas in progress renders her an innovative intelligence within romanticism.
Leitura, Maceió, n. 65, maio/ago. 2020-ISSN 2317-9945 Estudos linguísticos e literários, p. 41-47 41 A literariedade do discurso platônico: uma análise cenográfica da República I (327a a 331d) The literariness of the platonic discourse: a... more
Leitura, Maceió, n. 65, maio/ago. 2020-ISSN 2317-9945 Estudos linguísticos e literários, p. 41-47 41 A literariedade do discurso platônico: uma análise cenográfica da República I (327a a 331d) The literariness of the platonic discourse: a scenographic analysis of the Republic I (327a to 331d) Resumo O artigo analisa a cena de abertura de A República, de Platão, a partir de ferramentas dos estudos literários e da historiografia, levando em conta contribuições recentes da crítica platônica anglo-germânica. Se, por um lado, persiste a ideia de que na República se encontra um manifesto contra a ficção literária-encarada como um registro potencialmente falsificador da realidade-, há de se considerar, por outro, quão artisticamente elaborado o diálogo socrático é. Argumentamos que o próprio formato dialógico do texto impede uma interpretação de Platão como um racionalista dogmático, cético ante o potencial da poesia. Ao contrário, o jogo entre expectativas genéricas, ao qual somos expostos desde os embates iniciais entre as personagens Sócrates, Glauco, Trasímaco e Céfalo-em trechos que vacilam entre o registro dramático e a filosofia-, exige tanto uma reapreciação dos posicionamentos platônicos perante as belas artes quanto uma reconsideração do peso de cenários, personagens e tempos narrativos como elementos constituintes da argumentação filosófica. Palavras-chave: Platão. A República (Politeia). Sócrates (personagem). Mimese Abstract The article aims to analyze the opening scene of Plato's Republic based on literary studies and historiography devices, taking into account recent contributions from Anglo-Germanic Platonic studies. If, on the one hand, the idea that in the Republic one may find a manifesto against literary fiction-taken as a potentially falsified version of reality-still persists, one has also to consider, on the other hand, how artistically elaborated is the Socratic dialogue. We will argue that the dialogical format of the text itself precludes an interpretation of Plato as a dogmatic rationalist, skeptical towards the potential of poetry in general. Rather, the play between generic expectations and what one already finds in the opening discussions among the characters Socrates, Glaucus, Thrasymachus and Cephalus-in scenes that waver between the dramatic format and philosophy-require not only a re-examination of Plato's claims on the arts, but also of the value of scenarios, characters and narrative temporality as constituent elements of philosophical argumentation.
Partindo de uma análise de The heroic slave (1852) de Frederick Douglass, o artigo lida com a gênese da primeira prosa de ficção afro-americana à luz dos debates político-institucionais da época. Há de se questionar o que fez escritores... more
Partindo de uma análise de The heroic slave (1852) de Frederick Douglass, o artigo lida com a gênese da primeira prosa de ficção afro-americana à luz dos debates político-institucionais da época. Há de se questionar o que fez escritores afro-americanos como Douglass abrirem mão do formato das slave narratives para produzirem textos de ficção. Argumentar-se-á que a participação desses pensadores nos debates daquela época de crise institucional teve reflexos diretos em sua produção artística. Assim, se o jovem Douglass escreveu uma narrativa de escravos pautada no testemunho e resistência pacífica ao governo, o Douglass da década de 1850 inaugurou uma modalidade de literatura pautada no ativismo, refletora de sua radicalização como pensador político. O que ocorreu para que tal mudança se efetuasse, e que novos dispositivos expressivos surgiram para expressar esse momento de virada, são duas questões que balizarão o presente estudo.

*** Abstract: Departing from an analysis of Frederick Douglass' The heroic slave (1852), this article deals with the genesis of the pioneering African-American fiction with a view of the political-institutional debates of its time. One has to question what prompted African-American writers such as Douglass to relinquish the format of the slave narratives in order to produce fictional works. I argue that the involvement of these intellectuals in the debate of those times of institutional crisis had direct effects on their artistic production. Thus, if on the one hand the young Douglass wrote a slave narrative grounded on the testimonial and pacifist resistance against the government, the 1850 Douglass inaugurated a literary modality grounded on activism, which reflected his own radicalization as a political thinker. What happened for such a change to ensue, as well which expressive devices were created to express this turning point, are the two questions which will guide this study.
O artigo trata de uma história dupla de resistência: primeiramente, das narrativas de escravos como instrumento de luta contra o sistema escravagista dos EUA e, do outro lado do espectro, da resistência oferecida pelo establishment... more
O artigo trata de uma história dupla de resistência: primeiramente, das narrativas de escravos como instrumento de luta contra o sistema escravagista dos EUA e, do outro lado do espectro, da resistência oferecida pelo establishment literário posterior, que negou lugar ao gênero no cânone. Analisaremos três argumentos acerca da recepção desse primeiro momento da prosa afro-americana no século XX. Tal exercício nos permite constatar como muitos de seus elementos estruturais foram compreendidos progressivamente, conforme abordagens interdisciplinares se acumularam e formaram uma comunidade de leitores apta a apreciá-las como um gênero singular daquele país. Para cada argumento desfavorável à apreciação das narrativas de escravo será contrastado um exemplo literário excepcional: em primeiro lugar isolaremos os tratamentos literários do New Criticism ao de F. O. Matthiessen com uma análise da retórica da obra de Frederick Douglass; em um segundo momento, o argumento de John Sekora contra a forma híbrida das narrativas de escravo será contrastado com as narrativas de Venture Smith, James Williams e William Grimes.
Tradução comentada das duas aulas inicias de Schiller no curso de História (Universidade de Jena, 1789)
Resumo: O artigo localiza Bumi Manusia, de Pramoedya Ananta Toer, dentro da tradição do Bildungsroman, ressaltando como ele atualiza o gênero, dotando-o de elementos da ficção histórica. Toer identifica o ideal iluminista de formação como... more
Resumo: O artigo localiza Bumi Manusia, de Pramoedya Ananta Toer, dentro da tradição do Bildungsroman, ressaltando como ele atualiza o gênero, dotando-o de elementos da ficção histórica. Toer identifica o ideal iluminista de formação como produto de uma realidade europeia, indisponível para nativos indonésios sob o jugo da Holanda. Assim que o protagonista reconhece a impossibilidade de se desenvolver naquela sociedade, ele alcança um novo nível de consciência sobre a condição de seus conterrâneos. Daí o romance segue uma dinâmica diversa; antes de descrever o desenvolvimento de um indivíduo exemplar, ele se torna um relato genealógico da consciência anticolonial indonésia. Palavras-chave: Literatura da Indonésia. Pramoedya Ananta Toer. Romance de formação. Ficção histórica.
O trabalho retoma a análise freudiana de Der Sandmann, presente num ensaio de 1919 que se provou paradigmático para as interpretações futuras da obra de E. T. A. Hoffmann. No dito ensaio, o pai da psicanálise faz diversos juízos sobre a... more
O trabalho retoma a análise freudiana de Der Sandmann, presente num ensaio de 1919 que se provou paradigmático para as interpretações futuras da obra de E. T. A. Hoffmann. No dito ensaio, o pai da psicanálise faz diversos juízos sobre a construção argumentativa da novela romântica que, nos estudos literários, vêm sendo indevidamente atribuídos ao próprio Hoffmann. Seu programa estético supostamente seria aquele de um analista dos mecanismos psíquicos de suas personagens, revelando-o como um curioso conhecedor avant la lettre das teorias psicanalíticas. É como se a criação de um imaginário horripilante que caracteriza sua prosaservisse a um impulso interpretativo das áreas ocultas da psique a fim de detrair tendências irracionalistas e animistas de suas personagens. A crítica freudiana ao animismo é um dos aspectos mais contestados por estudiosos recentes como Bruno Latour e Isabelle Stengers e, por isso, retomaremos seus argumentos num segundo momento. Então, alguns de seus argumentos serão retomados em um segundo momento do artigo para que possamos voltar a Hoffmann e reinterpretar sua estética como uma defesa de certo tipo de animismo, para além dos paradigmas psicanalíticos que nunca cessaram de o ensombrar.
O abolicionismo estadunidense foi tudo menos simples: antes de falar de um movimento uno, podemos entendê-lo como um longo debate que se estendeu por 177 anos até que seu objetivo central fosse atingido. Assim, é mais correto falarmos de... more
O abolicionismo estadunidense foi tudo menos simples: antes de falar de um movimento uno, podemos entendê-lo como um longo debate que se estendeu por 177 anos até que seu objetivo central fosse atingido. Assim, é mais correto falarmos de múltiplas fases do movimento, cada qual com sua filosofia, com sua expectativa perante os negros emancipados e, sobretudo, com uma ideia própria de como alcançar seus alvos. Identificaremos em 1829 uma ruptura entre duas grandes visões de emancipação: uma gradualista e moderada, remontante à época colonial, e outra imediatista e radical. Esse é o momento em que o negro ganha presença na mídia jornalística e literária, contribuindo com argumentos e estratégias de combate antes oclusas à esfera pública os quais, por fim, transformaram o abolicionismo num movimento de massas capaz de alterar os rumos daquele país.

ABSTRACT: Abolitionism in the United States was anything but simple; instead of assuming it as a unified movement, one can fathom it as a long debate which ranged for 177 years before its goal was achieved. Therefore, it is more correct to talk about multiple phases of this movement, each with its philosophy, with its expectations towards emancipated African Americans and, above all, with its own ideas of how its goals could be brought about. Hereby, we identify a disruption between two major views of emancipation taking place in 1829: one gradualist and moderate, dating back to the Colonial Era, and the other immediatist and radical. Such was the moment where blacks gained presence in the journalistic and literary media, thereby contributing with arguments and fighting strategies which were hitherto hidden to the public sphere and which, from that point on, transformed abolitionism in a mass movement capable of altering the course of that country.
Os Sofrimentos do jovem Werther (1774) de Goethe foi pioneiro em retratar o declínio de um jovem suicida em chave não moralista. O livro foi recebido como uma apologia ao suicídio e supostamente influenciou alguns leitores a tirarem a... more
Os Sofrimentos do jovem Werther (1774) de Goethe foi pioneiro em retratar o declínio de um jovem suicida em chave não moralista. O livro foi recebido como uma apologia ao suicídio e supostamente influenciou alguns leitores a tirarem a própria vida. Analisaremos como tal resolução vai contra a mensagem de fundo da obra, retomando, por meio de close reading, cenas centrais em que o tema é discutido por suas personagens. Em vez de um ato heroico, o suicídio é fruto de uma polarização do ego e compreensão filosófica do homem como um ser não-social que, para Goethe, é sintoma do individualismo de sua época.
RESUMO: O presente artigo parte da consideração do uso peculiar do catálogo em Virgílio, levando em conta sua apresentação em modelos precedentes e posteriores do gênero épico, ao investigar a função deste recurso no livro VII da Eneida.... more
RESUMO: O presente artigo parte da consideração do uso peculiar do catálogo em Virgílio, levando em conta sua apresentação em modelos precedentes e posteriores do gênero épico, ao investigar a função deste recurso no livro VII da Eneida. Propõe-se que o catálogo desempenha uma função dupla intimamente ligada ao tema central do poema. Virgílio se vale daquele como estratégia de defesa da ideologia imperialista augustana, ao passo que manuseia em favor deste propósito a experimentação de um modelo renovado de fazer poético, pautado em ideais clássicos de beleza e simetria. Nesta conjuntura, a personagem Camila manifesta-se como figura modelar, pelo que terá suas características esmiuçadas no desdobramento final deste trabalho.
Die deutsche Literatur von Wolfgang Menzel (1828) não é apenas uma das resenhas mais conhecidas de Heinrich Heine, mas também um importante documento sobre a cultura alemã em sua fase de transição do romantismo para a literatura da Jovem... more
Die deutsche Literatur von Wolfgang Menzel (1828) não é apenas uma das resenhas mais conhecidas de Heinrich Heine, mas também um importante documento sobre a cultura alemã em sua fase de transição do romantismo para a literatura da Jovem Alemanha (Junges Deutschland). O presente artigo, além de trazer a tradução integral do texto em questão, faz uma leitura que visa a evidenciar as principais tensões vividas por escritores naquele momento de assumida estagnação cultural e censura política. Heine se vale do registro da resenha para propor um programa estético inovador, e o faz declarando o final do Período da Arte (Kunstperiode) representado por Johann Wolfgang von Goethe e os teóricos do romantismo.

Abstract: Die deutsche Literatur von Wolfgang Menzel (1828) is not only one of Heinrich Heine's most renowned reviews but also an important document about German culture in its transition phase from romanticism to the literature of the Young Germany (Junges Deutschland). This article consists both in a translation of the aforementioned text and aims at shedding some light on the main issues faced by writers in that moment of assumed cultural stagnation and political censorship. Heine employs the genre of the review so as to propose an innovative aesthetical program, and does so by declaring the end of the Period of Art (Kunstperiode) represented by Johann Wolfgang von Goethe and the theoreticians of Romanticism.
Há um hiato na história do drama alemão entre o final do romantismo e a segunda metade do século XIX. Nesse período, o gênero da novela e do romance ganharam contribuições importantes no país para a formação do cânone do realismo;os... more
Há um hiato na história do drama alemão entre o final do romantismo e a segunda metade do século XIX. Nesse período, o gênero da novela e do romance ganharam contribuições importantes no país para a formação do cânone do realismo;os grandes dramas da época, porém, do qual destacamos Maria Madalena (1844) de Friedrich Hebbel, parecem ter sido esquecidos por não se encaixar devidamente nas estéticas vigentes em seu tempo. O artigo propõe a obra como parte de uma contracorrente retoma de certas convenções dramatúrgicas do Sturm und Drang, e que por meio de inovações pontuais, atualiza uma tradição crítica social praticamente esquecida na época da Restauração. Para fins de comparação, analisou-se a peça de Schiller Intriga e Amor (1784), levando em conta os paralelos e diferenças das crises vividas por sua protagonista, Louise Miller, e a Lara de Maria Madalena. Conclui-se que Hebbel ampliou algo que, em Schiller, era apenas uma tragédia amorosa e conflito pessoal entre burgueses e nobres para fazer construir um diagnóstico das condições da pequena burguesia na era da Restauração.
Peter Rugg, the missing man, de William Austin, é um dos textos pioneiros da tradição norte-americana de literatura fantástica. O artigo trata da curiosa história da publicação da narrativa e serve, por fim, como introdução para a recente... more
Peter Rugg, the missing man, de William Austin, é um dos textos pioneiros da tradição norte-americana de literatura fantástica. O artigo trata da curiosa história da publicação da narrativa e serve, por fim, como introdução para a recente tradução de Austin para o português. *** [en] Peter Rugg, the missing man, by William Austin, is one of the pioneering texts in the North American tradition of fantasy fiction. The article deals with the narrative's curious publishing history and, ultimately, aims at serving as an introduction to its recent translation into Portuguese.
This paper sets off from the scholarly discussion around the concept of autonomy in Nathaniel Hawthorne's The Scarlet Letter. Its famous protagonist, Hester Prynne, strikes modern readers as a champion of self-sufficiency and heroic... more
This paper sets off from the scholarly discussion around the concept of autonomy in Nathaniel Hawthorne's The Scarlet Letter. Its famous protagonist, Hester Prynne, strikes modern readers as a champion of self-sufficiency and heroic non-conformism, although the author denies any substantial reward to her self-assertion; Hester is doomed to live the rest of her existence as an outcast, and even worse, as someone who deems herself as such. The argument developed here is triggered by the fact that Hester is unable to transform autonomous agency into a fulfilling identity, and then finds in the author's later novel, The Blithedale Romance, a complementary approach to the paradoxical character of the Hawthornian self.
O artigo consiste em uma tradução de Philip of Pokanoket: an Indian memoir (1814) de Washington Irving, precedido por um comentário geral acerca do papel da obra na ficção histórica norte–americana.
Tradução do conto em três partes de William Austin (1824-7), publicada na (n.t.) Revista de Tradução Literária, n. 11, dez/2015, p. 222-278. (Ver segunda metade do documento; a primeira traz a versão original do texto)
O artigo discute o uso da forma epistolar e exploração do conceito de virtude em Pamela, or virtue rewarded (1740) de Samuel Richardson. A importância de Richardson na literatura europeia é inegável, mas ainda se fala muito pouco a... more
O artigo discute o uso da forma epistolar e exploração do conceito de virtude em Pamela, or virtue rewarded (1740) de Samuel Richardson.
A importância de Richardson na literatura europeia é inegável, mas ainda se fala muito pouco a respeito de seu posicionamento nos debates de
filosofia moral cruciais para o desenvolvimento da crítica iluminista da sociedade. Entender Richardson em sua singularidade e à luz de estudos
mais recentes sobre o século XVIII é, portanto, a forma com que busco contribuir com os estudos do romance do Iluminismo.
Este artigo inclui uma tradução da peça fragmentária Das Mädchen von Oberkirch e um comentário geral sobre a história de sua recepção. Justifica-se o valor desse fragmento como parte de uma fase negligenciada da obra de Goethe, as... more
Este artigo inclui uma tradução da peça fragmentária Das Mädchen von Oberkirch e um comentário geral sobre a história de sua recepção. Justifica-se o valor desse fragmento como parte de uma fase negligenciada da obra de Goethe, as chamadas Revolutionsdichtungen, grupo de obras que
trataram do impacto da Revolução Francesa no Sacro Império Romano-Germânico. Por fim, busca-se acessar a peça tanto como um importante momento da ficção histórica alemã, quanto como um documento da reação de intelectuais alemães à Revolução Francesa no final do século XVIII.
(Dissertação de Mestrado defendida em 2012, Universidade de São Paulo) A análise desenvolvida no presente trabalho lida com o peculiar acesso do jovem Goethe à questão da subjetividade enquanto uma problemática que, em tempos modernos,... more
(Dissertação de Mestrado defendida em 2012, Universidade de São Paulo)
  A análise desenvolvida no presente trabalho lida com o peculiar acesso do jovem Goethe à questão da subjetividade enquanto uma problemática que, em tempos modernos, traz todo um conjunto de dilemas e contradições em si. O tratamento da participação do autor no discurso moderno da subjetividade se dá, primeiramente, por meio da identificação de sua apropriação crítica de códigos culturais que lhe foram contemporâneos (como o pietismo e o Sentimentalismo), e, em um segundo momento, pela análise detida de seus dois romances do Sturm und Drang.
A presente análise confronta, sobretudo, certas categorias tradicionalmente empregadas pela historiografia literária com o fim de generalizar um único modelo antropológico que autores do Sturm und Drang supostamente compartilharam — isto é, o modelo do “gênio” e do indivíduo autônomo. Não apenas Goethe não compartilharia o mesmo entusiasmo de seus contemporâneos pelo individualismo enquanto valor em si, como também seus dois retratos romanescos da questão sugerem a crença moderna no sujeito como uma entidade potencialmente autodefinidora é insuficiente, permeada por pressuposições metafísicas enganadoras que poderia e deveriam ser reconsideradas. O famoso caso trágico de Werther, o indivíduo titânico para o qual não há lugar possível no mundo, é exemplar de tal insuficiência, e o fato de que Goethe continua a lidar com a imagem do ser à procura de valores intrínsecos no romance seguinte, Wilhelm Meisters theatralische Sendung, é tomado como prolongamento de sua participação no corrente discurso filosófico da subjetividade do final do século XVIII. Estes romances são aqui tomados, assim, como dois momentos distintos — ainda que de certa forma complementares, ou ao menos coerentes em relação um ao outro — do acesso do autor à problemática.
Research Interests:
(Tese de doutorado defendida em 2016, Universidade de São Paulo) Este trabalho trata da ficção histórica de Goethe em duas fases de sua obra. Em primeiro lugar se ocupa do drama pioneiro do Sturm und Drang, Götz von Berlichingen (1773),... more
(Tese de doutorado defendida em 2016, Universidade de São Paulo)
Este trabalho trata da ficção histórica de Goethe em duas fases de sua obra. Em primeiro lugar se ocupa do drama pioneiro do Sturm und Drang, Götz von Berlichingen (1773), para então se voltar às Revolutionsdichtungen — conjunto de obras produzidas entre 1791 e 1803, período auge do Classicismo de Weimar, em que o autor emitiu juízos sobre diferentes fases da Revolução Francesa. Ao optar por tal tema, visou-se resgatar Goethe como um importante participante do debate histórico-filosófico que começa com os iluministas e culmina no pensamento político da Restauração. Por esse motivo a pesquisa se iniciou com uma busca dos antecedentes do drama histórico do Sturm und Drang, voltando a Gottsched e Lessing.
Geralmente o desenvolvimento da ficção histórica do século XVIII é tomado como passivo em relação aos avanços da filosofia ilustrada, como se uma consciência histórica propriamente moderna houvesse aflorado em certos escritores a partir das leituras que fizeram de novas teorias da época. Contra tal suposição, defendeu-se que há na beletrística alemã da virada do século algumas formulações acerca da relação entre indivíduo e processo histórico que, antes de tudo, desafiaram o progressismo dos iluministas tardios, para os quais o advento da Revolução Francesa marcava o próximo passo no aperfeiçoamento da humanidade. Acompanhar o modo como a história foi tratada nas obras do Sturm und Drang até as do Classicismo de Weimar permite-nos, ademais, constatar a radical atualização da missão da cultura literária, que deveria então lidar com as emergências do presente. A literatura almejada naquele contexto deveria funcionar como uma contracorrente do senso comum e um veículo intelectual autônomo, capaz de erguer-se além das paixões partidárias e posicionar corretivos para as contradições contemporâneas. Tais corretivos traziam o diferencial de serem desvinculados das ciências, religião, cultura política ou sabedoria popular — a nova arte deveria, assim, ser tomada como autônoma na medida em que podia cindir radicalmente com a cultura do presente em crise, tornando possível o surgimento de um ideal renovado de humanidade e de vida conjunta que a própria Revolução Francesa não foi capaz de concretizar. Aqui reside o que há de mais polêmico —e moderno— nas chamadas Revolutionsdichtungen e no Classicismo de Weimar como um todo.
Research Interests:
Plano de curso desenvolvido no programa de pós-graduação da UFG (primeiro semestre de 2019)
*EN* Class material. Slide presentation on Goethe's novel Wilhelm Meisters Lehrjahre, as presented at University of São Paulo (Brazil) on 27th April 2016. In German and Portuguese. *PT* Slides apresentados na Universidade de São Paulo, no... more
*EN* Class material. Slide presentation on Goethe's novel Wilhelm Meisters Lehrjahre, as presented at University of São Paulo (Brazil) on 27th April 2016. In German and Portuguese.
*PT* Slides apresentados na Universidade de São Paulo, no curso sobre Classicismo de Weimar (27/04/2016), que tratam do romance Wilhelm Meisters Lehrjahre de Goethe. Em alemão/português.
Research Interests:
Primeiras 20 páginas da bela edição da Editora da Unicamp com tradução minha. O documento contém o sumário e apresentação da Profa. Dra. Néri de Barros Almeida. Mais informações no site... more
Primeiras 20 páginas da bela edição da Editora da Unicamp com tradução minha. O documento contém o sumário e apresentação da Profa. Dra. Néri de Barros Almeida. Mais informações no site https://loja.editoraunicamp.com.br/Categoria/imperios-e-trocas-na-antiguidade-tardia-eurasiatica-roma-china-ira-e-a-estepe-por-volta-de-250750-702/p
in: POLIDORI, J. W. e outros. O Vampiro: Antologia do vampiro byroniano, Segunda Edição. (Org. Marina Sena e Cid Vale Ferreira). Sebo Clepsidra/Aetia, 2024, p. 251-254.
Posfácio ao volume de H. P. Lovecraft "Os fungos de Yuggoth" (SP: Clepsidra, 2022). O livro completo pode ser adquirido no endereço http://www.seboclepsidra.com.br
Primeiras páginas do prefácio ao único livro de poemas do xilogravurista e poeta bávaro Ferdinand Barth (1842-1892). O livro completo pode ser adquirido no endereço http://www.seboclepsidra.com.br
Livro completo; cortesia das editoras.
Posfácio ao volume "A Conspiração de Fiesco em Gênova" de Friedrich Schiller, publicado pela Aetia Editorial em 2021.
(Apêndice a "Ventos ao Sul", de Fragata de Morais. Aetia, 2021, p. 126-131).
Research Interests:
Primeiras páginas e apêndices (escritos por Karl Marx) à História da Primeira Internacional do historiador soviético Yuri Mikhailovitch Steklov.
BELLAMY, Edward. "Olhando para Trás: 2000-1887". SP/Londrina: Aetia Editorial, 2021, p. 207-241
Primeiras 21 páginas do volume "Obra Completa" de Eleanor Marx | Mais info aqui: www.catarse.me/eleanormarx
Posfácio do livro "Imperium in Imperio: um estudo sobre o problema da raça negra", originalmente publicado em 1899 pelo reverendo Sutton E. Griggs. (SP/Londrina: Aetia Editorial, 2020). // Foreword to the Brazilian edition of "Imperium in... more
Posfácio do livro "Imperium in Imperio: um estudo sobre o problema da raça negra", originalmente publicado em 1899 pelo reverendo Sutton E. Griggs. (SP/Londrina: Aetia Editorial, 2020). // Foreword to the Brazilian edition of "Imperium in Imperio", published in October 2020.
Posfácio de "O Joguete dos deuses" (The Sport of the Gods, 1902). São Paulo /Londrina: Aetia Editorial, 2020, p. 129-145.
Sumário do volume MARX, K. & ENGELS, F. Escritos sobre a Guerra Civil Americana. Aetia/Peleja: Londrina/São Paulo, 2020. Ed. Felipe Vale da Silva e Muniz G. Ferreira. | a versão completa do livro foi disponibilizada em hyperlink em 2022,... more
Sumário do volume MARX, K. & ENGELS, F. Escritos sobre a Guerra Civil Americana. Aetia/Peleja: Londrina/São Paulo, 2020. Ed. Felipe Vale da Silva e Muniz G. Ferreira.
| a versão completa do livro foi disponibilizada em hyperlink em 2022, e consta no seguinte endereço: https://www.marxists.org/portugues/marx/guerra/index.htm
Karl Marx; Friedrich Engels. Escritos sobre a Guerra Civil Americana: artigos do New-York Daily Tribune, Die Presse e outros. Organização Muniz G. Ferreira e Felipe Vale da Silva. Aetia/Peleja: Londrina/São Paulo, 2020, p. 293-303.
Posfácio de "Götz von Berlichingen da mão de ferro", de J. W. Goethe (Londrina/SP: Aetia Editorial, 2020. ISBN 978-65-87491-00-4, p. 160-200)
Posfácio à edição brasileira de "Fatos e Fascismo" (Aetia Editorial: São Paulo/Londrina, 2020, p. .128-144).
Posfácio de HARDENBERG, F. [NOVALIS]. Hinos à Noite. São Paulo: Editora Sebo Clepsidra, 2019.
Tradução do primeiro de uma série de 52 artigos publicados por Marx e Engels sobre a escravidão e Guerra Civil nos EUA. Lançamento previsto para 2020.
Research Interests:
Capítulos iniciais do texto escrito no auge da ameaça nazi-fascista durante a Segunda Guerra Mundial. George Seldes produziu uma importante análise de conjuntura que liga a ascensão de todos os movimentos fascistas de sua época aos... more
Capítulos iniciais do texto escrito no auge da ameaça nazi-fascista durante a Segunda Guerra Mundial. George Seldes produziu uma importante análise de conjuntura que liga a ascensão de todos os movimentos fascistas de sua época aos investimentos de grandes industriários e oligarcas. O capítulo 1 lida com o avanço do fascismo dentro dos próprios EUA (abertamente apoiado pela grande mídia e revistas como a Reader's Digest); o capítulo 2 faz uma análise de como a Thyssen-Krupp salvou Hitler da derrocada e quase extinção do partido nazista, levando-o à tomada de poder em 1933.
O lançamento do livro completo (que cobre também Japão, Hungria, Polônia, Itália, América do Sul) está previsto para o final de 2019.
Posfácio da edição brasileira de "Our Nig, ou esboços da vida de uma negra livre", de Harriet E. Wilson. Tradução: Gabriela Miani. São Paulo: Aetia, 2019.
Tradução do conto "The dream of Debs", publicado em A Força dos Fortes (SP: Aetia, 2017)
Plaquete distribuída gratuitamente em maio de 2019.
In: DOUGLASS, Frederick. Madison Washingon, o escravo heroico. São Paulo: Aetia, 2019, p. 83-99. Versão preliminar
SCHILLER, Friedrich. O Aparicionista. Das Memórias do Conde de O**. Clepsidra/Aetia, 2018, p. 157-175.
Posfácio e apêndice biográfico sobre Schiller.
Research Interests:
Índice, prefácio e registro do volume de prosa das obras completas de Hebbel.
Posfácio do livro de Sarah H. Bradford. Harriet Tubman, a Moisés de sua gente (São Paulo: Aetia, 2018)
Research Interests:
Segundo apêndice da tradução brasileira do livro de Jacobs, contendo um glossário de conceitos ligados à vida e obra da autora (São Paulo: Aetia, 2018, p. 259-292)
Primeiro apêndice da edição brasileira recente do livro de Jacobs (São Paulo: Aetia, 2018, p. 249-258)
Research Interests:
Plaquete distribuída gratuitamente em janeiro de 2018.
Research Interests:
Plaquete distribuída gratuitamente em janeiro de 2018.
Plaquete de um dos textos pioneiros do indianismo nos EUA, distribuída em dezembro de 2017.
Research Interests:
Plaquete distribuída gratuitamente em dezembro de 2017.
Research Interests:
Prefácio de A força dos fortes, de Jack London (LONDON, Jack. A força dos fortes. São Paulo: Aetia Editoria, 2017, p. 1-5).
Research Interests:
Posfácio do livro GOETHE, J. W. O Grande Cophta. São Paulo: Aetia Editorial, 2017, p. 151-182.
Research Interests:
This paper sets out to dispose the peculiar employment of the catalogue in Virgil, taking into account the presence of such an important element in both previous and posterior models of epic poetry and thereby focusing on the employment... more
This paper sets out to dispose the peculiar employment of the catalogue in Virgil, taking into account the presence of such an important element in both previous and posterior models of epic poetry and thereby focusing on the employment of this device in book VII from the Aeneid. The underlying proposal of the article is that Virgil's catalogue plays a double function, intimately connected to the central subject of his poem: it is employed as a way to endorse Augustan imperialistic ideology and to experiment with a renewed model of poetic creation based upon the classical ideals of beauty and symmetry. In this sense, the character Camilla can be deemed as a model figure, and thus will be analyzed in detail at the end of the article.

RESUMO: O presente artigo parte da consideração do uso peculiar do catálogo em Virgílio, levando em conta sua apresentação em modelos precedentes e posteriores do gênero épico, ao investigar a função deste recurso no livro VII da Eneida. Propõe-se que o catálogo desempenha uma função dupla intimamente ligada ao tema central do poema. Virgílio se vale daquele como estratégia de defesa da ideologia imperialista augustana, ao passo que manuseia em favor deste propósito a experimentação de um modelo renovado de fazer poético, pautado em ideais clássicos de beleza e simetria. Nesta conjuntura, a personagem Camila manifesta-se como figura modelar, pelo que terá suas características esmiuçadas no desdobramento final deste trabalho.
Seleção do capítulo 7 de "Travels with Lizbeth" em homenagem aos 52 anos de Stonewall e de Lars Eighner.
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O artigo se ancora à tendência recente, nos estudos sobre Hegel, de historizar elementos de sua sistemática, respondendo: o quanto se pode encontrar de comentários sobre a escravidão na vasta obra hegeliana, tendo em vista que foi... more
O artigo se ancora à tendência recente, nos estudos sobre Hegel, de historizar elementos de sua sistemática, respondendo: o quanto se pode encontrar de comentários sobre a escravidão na vasta obra hegeliana, tendo em vista que foi concebida em um período imediatamente posterior à criação dos primeiros movimentos de abolição? Dela analisaremos a famosa cena da dialética do senhor e escravo na Fenomenologia do Espírito (§§178-196), tecendo considerações acerca de possíveis relações com o contexto de desfecho da Revolução Haitiana em 1804 e radicalização dos movimentos abolicionistas mundo afora. No caso do pensamento afro-americano, seu método dialético se provou mais fértil para análises de fenômenos como o racismo e a emancipação do que as próprias teorias liberais que fundaram o pensamento social norte-americano. Já no século XIX, ele teve um importante interlocutor na figura de Frederick Douglass, que concebeu em sua primeira narrativa uma cena de luta entre senhor e escravo repleta de intertextualidade com o trecho supracitado da Fenomenologia do Espírito. A ela dedicaremos uma análise na parte final do trabalho. A partir dessa abordagem dupla, visa-se estabelecer o tão pouco estudado diálogo entre intelectuais afro-americanos oitocentistas com uma voz majoritária da tradição filosófica ocidental.
Tradução inédita de trechos do volume de Mark Fisher (Ghosts of my life. Writing on depression, hauntology and lost futures. Winchester: Zerobooks, 2014. Parte introdutória, seções 2 a 4). Foi traduzido para o podcast Doenças Tropicais,... more
Tradução inédita de trechos do volume de Mark Fisher (Ghosts of my life. Writing on depression, hauntology and lost futures. Winchester: Zerobooks, 2014. Parte introdutória, seções 2 a 4). Foi traduzido para o podcast Doenças Tropicais, episódio #08 (anchor.fm/doencastropicais / Aetia.com.br)
Tradução integral desse importante documento do abolicionismo dos EUA e da American Anti-slavery Society. A partir da fala de Garrison em 6 de dezembro de 1833, Filadélfia.
Tradução das primeiras 39 páginas de "Writing and Rewriting the Holocaust: Narrative and the Consequences of Interpretation".
Tradução do conto de Jack London.
Tradução do panfleto incendiário que, pela primeira vez, defendeu a revolta armada como única solução possível para o problema da escravidão. "O Apelo de Walker" é extensivamente citado como manifesto de ação política mais virulento e... more
Tradução do panfleto incendiário que, pela primeira vez, defendeu a revolta armada como única solução possível para o problema da escravidão. "O Apelo de Walker" é extensivamente citado como manifesto de ação política mais virulento e polêmico da história americana por Malcolm X, Angela Davis, Stokely Carmichael, Huey P. Newton etc, mas até então nunca havia sido traduzido para o português. Ele mal é veiculado em seu país de origem pois é um texto perigoso; na época em que foi lançado, o estado da Geórgia chegou a impor pena de morte (!) para qualquer negro que fosse pego como o texto. Segue a primeira de quatro partes do texto, especialmente dedicada àqueles que acreditam que mudança social vem de reformas e acordão com o poder político (a sugestão de Walker é: nunca vai rolar).
Entrevista por Alice Elias sobre a presença de Johann Wolfgang von Goethe na cultura universal. Publicação: 28/ago/2022. Link original: https://www.fflch.usp.br/36591