Terapia Da Família - 1
Terapia Da Família - 1
Terapia Da Família - 1
INTRODUO
A terapia familiar baseia a sua interveno na famlia enquanto sistema, composto por
elementos que possuem relaes de interdependncia entre si e que promovem o
desenvolvimento uns dos outros. A terapia familiar centra-se na famlia como um todo, no a
considerando como uma mera soma das suas partes: tudo que acontece num elemento ir afetar
os outros elementos.
Ser feita uma breve exposio histrica das razes da terapia familiar e da sua evoluo
ao longo do tempo, incluindo no nosso pas; o que se entende por terapia familiar; quais os seus
pressuposto tericos e no modo como se desenrola a consulta de terapia familiar, quais as suas
vantagens e que implicaes pode acarretar se a interveno no for corretamente realizada.
Em suma, a terapia familiar pauta-se por ser um bom mtodo teraputico, uma vez que
permite que todos os membros que a compem trabalhem para a resoluo do problema, ao
mesmo tempo que os responsabiliza e lhe d poder para que possam tomar as decises
necessrias para continuarem a progredir ao longo do seu ciclo de vida.
O nascimento deste modelo ocorreu nos Estados Unidos num contexto de mudana de
paradigma: a passagem do pensamento analtico ao pensamento sistmico que tem como
principal corolrio preciso reunir para compreender, colocando a tnica no estudo das
relaes e das interaes, substituindo a causalidade linear pela causalidade circular: Assim,
torna-se impossvel isolar o indivduo do seu meio, ambos evoluem simultaneamente e mudam
reciprocamente. A importncia do contexto torna-se mais clara, bem como a noo de co evoluo, que determinante na terapia familiar. (Relvas, 1999)
Na dcada de 50, a interao familiar passou a ser entendida como um processo
patolgico presente na etiologia da esquizofrenia, da que a psiquiatria e a patologia tenham dado
um enorme contributo na formao da terapia familiar. Desta forma, esboado um novo
conceito de doena mental em que o sintoma visto como um comportamento lgico, coerente e
com uma funo no contexto em que aparece, passando o doente a ser encarado como um dos
elos de uma cadeia interativa disfuncional de um todo (que est perturbado), no qual se assume
como portador do sintoma (paciente identificado). Assim, a disfuncionalidade do todo ficar-se-ia
a dever ao jogo de movimentos homeostticos que o todo poria em marcha, com o objetivo da
sua manuteno. (Relvas,1999)
A terapia familiar vai buscar teoria geral dos sistemas a sua noo bsica, isto , a noo
de sistema que se aplica tanto compreenso da famlia como ao processo teraputico. Da
ciberntica retira os conceitos de regulao, funcionamento e evoluo do sistema familiar, tanto
no sentido da explicao da normalidade, como da patologia. Das teorias da comunicao retira
uma grelha de anlise para a compreenso e interveno sobre o que se passa na famlia em
termos de interao. (Relvas, 1999)
Entre os mais importantes autores no mbito da terapia familiar e do seu
desenvolvimento, encontramos: Milton Erikson (psiquiatra americano) que desenvolveu a
histria clnica e uma forma muito particular de fazer terapia assente numa invulgar interveno
teraputica. Embora nunca se tenha centrado no trabalho teraputico com as famlias, influenciou
em muito as ideias dos homens de Palo Alto. Tambm no devemos ignorar as contribuies de
Bateson (1904-1980), que depois de formaes em biologia, trabalhos de ciberntica com
Foerster, N. Wiener e K. Lewin, vai para Palo Alto, com um convite para participar num projeto,
aplicando os conceitos sistmicos comunicao, e desta psicopatologia e psicoterapia da
esquizofrenia. (Relvas, 1999)
Da equipa de Bateson fizeram parte Jay Haley e Jonh Weakland, que desenvolvem uma
importante atividade de psicoterapeutas e participam nos estudos sobre a doble-mind. Mais
tarde, Haley deixa Palo Alto (1967) e junta-se a Minuchin, incorporando uma perspetiva
estratgica de abordagem estrutural. Por seu turno, Don Jackson (psiquiatra e psicanalista) chega
a Palo Alto, onde se dedica ao estudo de conceitos como a homeostase familiar, retroao
positiva e negativa, e causalidade circular. (Relvas, 1999)
Desta forma, podemos encontrar trs orientaes bsicas na investigao conduzida por
este grupo, que corresponde, de certo modo, aos perodos de desenvolvimento da terapia familiar:
1) a partir de 1949 estudo da comunicao humana centrada nos trabalhos e autores referidos
anteriormente; 2) em 1959, Don Jackson, funda o Mental Research Institute (MRI), consagrado
investigao, formao de terapeutas e prtica do trabalho clnico com famlias; 3) em 1967
recriado por R. Fish, J. Weakland e P. Watzlawick o Brief Therapy Center, para a investigao
das ideias estratgicas ericksonianas. (Relvas, 1999)
Em 1961, surge a revista Family Process e d-se um novo passo: o seu primeiro nmero
foi inteiramente dedicado terapia familiar. Ainda ao longo da dcada de 60, Salvador Minuchin
e Murray Bowen desenvolvem e apresentam os seus prprios modelos sistmicos de
compreenso e interveno familiares. Em 1967, Palazzoli cria em Milo o primeiro centro de
terapia familiar da Europa. (Relvas, 2002)
Em 1991, Rey e Prieur, afirmaram que a imagem do psicoterapeuta tradicional estava a
desvanecer-se em proveito da equipa teraputica, muitas vezes interdisciplinar. A apario de
operadores no terreno do casal, da famlia, das redes e das instituies, acompanhado pelo
desenvolvimento de equipamento tcnico, vdeo e espelho unidirecional. (Relvas, 2002)
Foi nos anos 80 que ocorreu um regresso origem das preocupaes sistmicas, isto ,
comea a criar-se a tendncia de sair da famlia e considera-la como um contexto entre outros
significativos incluindo na interveno clnica e na compreenso do problema. Pode-se dizer que
na terapia familiar se avanou da despatologizao para a desfamiliarizao.(Relvas, 1999,
cit in Relvas, 2002), isto , aquele que intervm tem que pontuar o contexto que lhe parece mais
relevante na definio/ descrio do problema e no qual dever ocorrer a interveno, que pode
no ser obrigatoriamente na famlia, mas sim na escola, empresa ou bairro. Daqui depreende-se
os motivos para se falar, cada vez mais, em abordagem e interveno sistmica ou consulta de
sistemas (Relvas, 2002).
Outro aspeto evolutivo prende-se com a vertente terica e epistemolgica: a partir dos
anos 80 ocorre a reconceptualizao da terapia familiar que tem como objetivo o respeito
renovado pela complexidade sistmica. Autores de outras disciplinas (Maturana e Varela,
Prigogine, Von Foerster) facilitaram a transformao deste modelo, reforando a base ecolgica,
social e comunicacional da compreenso das dificuldades com a introduo da noo da auto
referncia do terapeuta no processo. Os sistemas descritivos-explicativos da patologia so cada
vez menos aceites e o termo problema substitui o de disfuncionamento, em que a preocupao do
terapeuta no a patologia da criana ou a disfuncionalidade familiar, mas sim em todos.
(Relvas, 2002)
Hoje em dia a terapia familiar pode ser caracterizada por integrar uma epistemologia, um
corpo terico e uma abordagem teraputica. A epistemologia particular, no causalista e
sistmica, que estipula que os problemas humanos no tm apenas um sentido, mas tambm
possuem uma funo no contexto mais alargado em que ocorrem. (Relvas, A. P., 1999)
H mais de uma dcada, quase duas, que a terapia familiar atingia a sua prpria
adolescncia. Como qualquer adolescente sentiu, ento, a necessidade de se questionar (e h sua
famlia) sobre a sua histria, passada e futura! Desenvolveu esse questionamento no seio do
mundo atrs do espelho (de viso num s sentido) povoado, entre outras coisas, por ideias,
tcnicas, teorias e, principalmente, por terapeutas. Descobriu, a, a inevitabilidade solidria e
complementar de juntar dois irmos at h data muitas vezes desavindos: o saber-fazer e o
saber-pensar. Mas, para que tudo corresse bem, era preciso junt-los sob a orientao e
ajuda de um terceiro irmo, em boa verdade um pouco esquecido pela famlia: tratava-se do
saber-ser.
Seguia assim o conselho de um velho e sbio av Bateson, redescobrindo o padro que
liga, ou seja, o caminho da sua histria rumo maturidade que, secretamente, deseja que nunca
venha a ser completamente alcanada para nunca cair na tentao de se acomodar e acreditar
que j tudo sabe(Relvas, 2000 cit in Relvas, 2002).
Devido ao facto da terapia familiar possuir vrias correntes e, como tal, vrias teorias e
metodologias de interveno, eu decidi centrar-me na terapia familiar sistmica, que teve a sua
origem na escola de Palo Alto. A terapia familiar sistmica assenta numa teoria comportamental
da comunicao e numa estratgia pragmtica. Esta abordagem privilegia a observao, no seio
da famlia, das condutas interativas e das trocas comportamentais manifestas das quais se tende a
modo, intersectam ou colidem com o caminho da famlia ao longo do seu ciclo de vida (Relvas,
2000).
Em suma, terapia familiar teve o mrito de fornecer todo um conjunto de tcnicas
especficas de interveno que, acopladas entrevista familiar conjunta baseada na circularidade,
se constituiu como um meio para a atualizao de estratgias que se propem a perseguir os
objetivos teraputicos definidos pelo conjunto de clientes e terapeuta.
Contudo, existem alguns elementos que se podem ressaltar do todo que a terapia familiar:
a necessidade que o terapeuta tem de se apoiar numa teoria da famlia e deve satisfazer os
seguintes requisitos:
1. Descrever e explicar a estrutura familiar, a sua dinmica, processo e mudana;
2. Descrever as estruturas interpessoais e as dinmicas emocionais dentro da famlia;
3. Ter em conta a famlia como ligao entre o individual e a cultura;
4. Descrever o processo de individuao e a diferenciao dos membros da famlia;
5. Prever a sade e a patologia dentro da famlia, isto , ter um conjunto de hipteses
acerca do funcionamento familiar e das causas da disfuno;
6. Prescrever estratgias teraputicas para lidar com a disfuno familiar. (cit. em
Gameiro, 1992)
Ento, o processo teraputico pode ser definido como a psicoterapia de um sistema social
natural, a famlia, utilizando como tcnica base a entrevista interpessoal conjunta (cit. Relvas,
2000: 29). A famlia e o terapeuta passam a formar o sistema teraputico, numa acoplagem em
que cada qual mantm intacta a sua organizao e autonomia. Desta forma, a psicoterapia vai-se
desenrolando atravs da realizao de diversas entrevistas com os elementos da famlia,
pontuados pelo terapeuta como importantes no contexto em que surge o sintoma. O terapeuta
pode trabalhar diretamente com um s indivduo, com um ou mais subsistemas. O ritmo e
periodicidade das entrevistas variam conforme o terapeuta, podem ser mais ou menos espaadas,
regulares ou no. Ao longo de todo este processo, vo-se utilizando tcnicas prprias de cada
modelo, aplicadas de forma pessoal por cada terapeuta, tendo como objetivo ultimo a mudana
da estrutura da famlia, ou seja, a mudana da forma como mantm a sua organizao. (Relvas,
2000)
Quanto ao papel do terapeuta e formao, nas palavras de Andolfi (1980) ser sempre um
encenador do drama familiar no sentido em que, conjuntamente com a famlia e aproveitando
o seu potencial de mudana, vai reestruturando o guio que esta lhe apresenta, relativo ao seu
vivido familiar, num cenrio partida modificado pela sua incluso de um novo elemento da
cena. Exerce um papel ativo, mas que no procura impor famlia uma realidade que dele.
Rigorosamente, deve-se falar em terapia com a famlia e nunca de uma terapia da famlia.
(Relvas, 2000). Assim sendo, a atitude do terapeuta no a de tentar explicar um indivduo,
observado isoladamente, sobre o qual realizar inferncias, mas sim de um participante num
processo ativo que parte das observaes das interaes entre os membros da famlia e entre esta
com os outros sistemas que com ela interagem. (Andolfi, 1995). este terapeuta, como agente de
mudana, que favorece a amplificao das flutuaes do sistema, de modo a que este, atravs da
reestruturao, evolua para um novo nvel de estabilidade: mais diretivo, provocador e consultor
(Relvas, 2000).
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O terapeuta deve observar o indivduo no seu contexto de interao (famlia, escola, bairro),
nos quais o seu comportamento diferente pode assumir um outro significado. O terapeuta
prescinde da necessidade de reconstruir uma histria e uma evoluo clnica com fins amnsicos,
preferindo comear do zero, analisando as relaes no aqui e no agora entre o individuo e o
sistema interativo num nico ato de observao. Assim, a famlia passa a ser considerada um
sistema interativo, no como uma soma de uma srie de comportamentos individuais desligados
entre si. (Andolfi, 1995)
O terapeuta no deve ignorar o facto de a vinda da famlia consulta como grupo poder ser
ligeiramente embaraante, em que qualquer um dos familiares pode estar ali contra a sua
vontade. A verdade que aquele que apresentado como perturbado o que se sente mais
melindrado com esta situao, j que sabe que a razo da vinda consulta. Andolfi (1995)
refere que cabe ao terapeuta criar um contexto teraputico tranquilizante e colaborante, evitando
pr-se no papel de juiz que deve emitir um veredicto, ou no papel de um aliado ou defensor de
quem parece dbil.
A grande maioria dos familiares enviada para a terapia j com um diagnstico formulado,
da que seja condicionados, no desespero de tal ocorrncia, a raciocinar segundo a lgica da
delegao absoluta para o tcnico, ou seja, consideram que cabe ao terapeuta modificar o que no
funciona no doente ou fornecer algumas indicaes para sarem do problema, no esperando um
pedido de participao na promoo da resoluo do problema. Ao contrrio do que a maioria
das famlias pensa, a soluo do problema no est nas indicaes do mdico ou na interveno
farmacolgica, mas sim na anlise sistmica dos problemas reais da famlia e na ativao de
todas as valncias positivas e auto - teraputicas que cada ncleo social possui no seu interior.
Ser o sistema familiar a tomar a seu cargo a gesto dos problemas de interao pouco a pouco
evidenciados, funcionando como o eixo do processo teraputico (Andolfi, 1995).
O papel deste terapeuta relacional ser, numa primeira fase, ser o consultor dos problemas
que da famlia e depois o supervisor dos esforos desenvolvidos por ela no decorrer da terapia.
Para que tal seja possvel concretizar h que comear a fazer parte do sistema familiar, com a sua
bagagem tcnica de experincia, personalidade, sentido de humor e capacidade de sentir as
emoes dos outros, renunciando ideia de mgico, de algum de ferro. Deve ser capaz de
avaliar se a interveno correta, negando a terapia quando o problema resultante de
contradies sociais, mascarado por um sintoma psiquitrico ou no caso da famlia se mostrar
constrangida em aceitar uma interveno imposta por outrem (escola ou instituio) (Andolfi,
1995).
Assim, o problema daquele que levou ao pedido ser considerado, mas o terapeuta tambm
se interessar pelo problema em termos interacionais, ou seja, saber como, quando, onde, com
quem e porqu do comportamento, ao mesmo tempo que explora os efeitos desse nos outros
membros da famlia e at fora desta (professores, vizinhana, parentes, etc.), bem como ver como
os comportamentos destes ltimos se repercutem no comportamento da pessoa apresentada como
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o portador do problema, ou seja, levar em conta o contexto geral em que estas interaes tm
lugar (Andolfi, 1995).
Neste sentido, o auto defende que a funo do terapeuta , ainda, a de compreender o
problema em termos e interao atravs do contributo de todos os membros da famlia, traando
na sua mente um mapa da estrutura familiar com base nas interaes mais significativas intra e
extrafamiliares, ou seja, pode-se pedir a todos os membros da famlia que definam objetivos que
conduzam a uma mudana estvel e soluo do problema Aqui o terapeuta deve realizar um
mapa do tempo decorrido desta famlia, isto , realizar o mapa vital, no qual ser realizado uma
descrio dos obstculos com que se podem deparar na resoluo do problema e para passar com
xito para a prxima etapa (Sidelski, D., 2000). Desta forma, a terapia deixa de ter o seu qu de
mistrio, passando a revelar um compromisso de colaborao entre todos (famlia e terapeuta),
em que o terapeuta apresenta um papel privilegiado: o de ativador e mediador da famlia. Este
pressuposto aplica-se quer ao contexto familiar, quer ao extrafamiliar, para o qual pode ser
necessrio propor solues e ativar comportamentos. (Andolfi, 1995)
Por fim, no devemos esquecer o setting: os meios tcnicos audiovisuais, como o espelho
unidireccional ou o equipamento de vdeo, que se convertem num importante instrumento
teraputico ou de suporte de trabalho. Alm de sustentarem algumas tcnicas particulares, como
reforo da delimitao de sub-sistemas ou play-back, so ainda utilizadas formalmente no
processo teraputico, quer como auxiliares dos terapeutas para uma posterior reflexo e estudo do
caso, quer como meio de funcionamento da equipa teraputica (Relvas, 2000).
A instalao e utilizao deste equipamento implica sempre uma organizao adequada do
espao fsico: o espao teraputico deve ser dividido em duas salas contguas (de entrevista e
observao), separadas pelo espelho unidirecional e com comunicao atravs de um sistema de
som. No mobilirio da sala de entrevista no devem ser esquecidos os brinquedos e jogos para
crianas. Aqui, de salientar que este setting teraputico deve ser de imediato apresentado
famlia, explicando quais as razes da sua disposio e composio, nunca esquecendo de
solicitar famlia a autorizao para utilizar o material (sobretudo o de gravao) (Relvas, 2000).
Quanto s implicaes teraputicas da terapia familiar encontramos: razes que legitimam
fazer psicoterapia com a famlia enquanto totalidade, em que o comportamento sintomtico
entendido como uma mensagem e um comportamento interaccional adequado ao contexto em
que se manifesta. Por exemplo, quando na interveno se assume que o que est em jogo o
aspeto relacional, precisamente sobre a relao que se vai intervir atravs da implementao da
mudana dos processos comunicacionais nela implicados. Desta forma entende-se que a terapia
da famlia no tem de ser obrigatoriamente feita com toda a famlia, pelo que se justifica que se
possa falar de uma interveno sistmica junto do indivduo, do casal, da instituio, etc. (Relvas,
2000)
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4. CONCLUSO
Quem somos ns sem famlia? Quem somos ns sem o seu apoio, sem o seu carinho, sem o
seu acolhimento? Nunca nos devemos esquecer que somos um pouco da famlia onde crescemos,
do meio em que vivemos, das pessoas com que interagimos.
A terapia familiar procura colocar a famlia no centro das atenes. As relaes que se
estabelecem no seu meio podem ser a justificao para o problema, ao mesmo tempo que pode
proporcionar a soluo mais vantajosa para a sua resoluo. Por vezes, aquele que se apresenta
como perturbado aquele que no apresenta nenhum problema, sendo s o reflexo da famlia em
que se insere.
Mas falar de terapia familiar no falar s de famlia e do que acontece no seu seio, mas
sim mostrar que as interaes que esta vai estabelecendo com o meio social e cultural que a
rodeia ir exercer influncia no modo como os seus membros iro reagir face aos problemas e at
com a forma como esses distrbios podero surgir. Trata-se de inserir a famlia na terapia, co responsabiliza-la das decises a tomar e dos objetivos a alcanar, em que o terapeuta deve apenas
ser um mediador, mostrando famlia que ela possui capacidades prprias para a resoluo
daquilo que a perturba.
Para concluir, a terapia familiar no s um modelo, embora aqui tenha falado
predominantemente no modelo de terapia familiar sistmico existem outros de orientao
cognitivo comportamental. Este tipo de terapia utilizado para cobrir uma grande parte de
intervenes com crianas e adolescentes com problemas de ordem psquica e mental de modo a
realizar uma reestruturao cognitiva. A terapia cognitivo-comportamental centra-se, sobretudo,
no desenvolvimento da criana ou adolescente, em que os pais sero participantes ativos na
resoluo dos seus problemas. (Bolton, D., 2002 in Graham, P., 2002)
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Anexo 1
Teoria analtica
(orientao individual)
Teoria sistmica
(orientao interpessoal)
Elementarista/ analtico
T. F. Comunicacional
T. F. Psicodinmica
T. F. Estrutural
T. F. Existencial (experiencial)
Holista
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