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Fenólicos 2

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02/04/2019

FLAVONOIDES E
TANINOS Prof. Dr. Ivaldo Itabaiana Jr (EQ/UFRJ)
Profa. Dra. Michelle Frazão Muzitano (Farmácia/UFRJ – Macaé)
02/04/2019 – 03/04/2019

Flavonoides Generalidades
 Importante classe de polifenois biossintetizados a partir da via do
ácido chiquímico e, tem como intermédiários, os fenilpropanoides;

Um dos grupos de fenólicos mais importantes e diversificados entre


os produtos de origem natural (encontrados em vegetais, frutas,
legumes, grãos, nozes);

 Geralmente 15 átomos de carbono em seu núcleo fundamental; duas


fenilas ligadas por uma cadeia de três carbonos
6' 4'
B
8
7 9 O 3'
2 2'
A C
6
10
3
Unidade C6-C3-C6
5
O

Núcleo fundamental dos flavonoides e a numeração correspondente

1
02/04/2019

Flavonoides
Química
• mais de 8.000 flavonoides conhecidos

• frequentemente oxigenados

• agliconas ou geninas (forma livre)

• Grande número conjugados com açúcares:


heterosídeos

• O-heterosídeos e C-heterosídeos

Flavonoides Funções nas plantas

 Proteção dos vegetais contra a incidência de raios


ultra-violeta (UV) e visível, além da proteção contra
micro-organismos (insetos, fungos, vírus e bactérias);

Atraentes de animais com finalidade de polinização:


pigmentação de flores;

Antioxidantes;

Agentes alelopáticos;

Marcador taxonômico

2
02/04/2019

Metabolismo secundário
GLICOSE
Ácido chiquímico Acetil CoA

triptofano fenilalanina/ ácido gálico via condensação


Ciclo
tirosina ác. cítrico mevalonato

Taninos Ácidos graxos/


Alcalóides isoprenóides
hidrolisáveis Acetogeninas
(indólicos e
quinolínicos) ornitina/
lisina Terpenóides
e
esteróides
Protoalcalóides Ác. cinâmico
Alcalóides Alcalóides
(isoquinolínicos (pirrolidínicos,
benzilisoquinolínico tropânicos,
Fenilpropanóides piperidínicos,
s)
quinolizidínicos)

Lignanas/
Antraquinonas
Ligninas
Flavonóides
Cumarinas
Taninos condensados
5

Flavonoides Biossíntese Mista

3
02/04/2019

Flavonoides Origem biossintética

Chalconas
e
Flavanonas

Chalconas
Uma família de compostos possuindo como núcleo
fundamental o 1,3-diarilpropano, modificado pela presença de uma
ligação olefínica, de um grupamento cetona e/ou de um grupo
hidroxila;

 A numeração é contrária à maioria dos outros flavonoides;


 São compostos precursores da via de biossíntese dos flavonoides;
Atividades biológicas: edulcorantes e protetores contra a luz UV;
São sempre substituídas: hidroxilas, metoxilas, O-glicosilas, C-glicosilas
5

B
3
4' 2'
A

6'
O

4
02/04/2019

FLAVONÓIDES

O anel C (resultante da ciclização da ponte C3) diferencia estruturalmente os FLAVONÓIDES:

Chalcona Flavanona Flavona

Flavanonol
(di-hidro-
flavanol)
Flavan – 2,3 dihidro
Flavon – 2,3 insaturada
Flavonol – 3 OH
Favanol – 3 OH Flavanol
Flavonol Flavandiol

Flavonoides Origem biossintética

Flavonas, flavonois e
heterosideos

São freqüentemente
oxigenados, substituídos com
hidroxilas e/ou metoxilas

flavonois são flavonas hidroxiladas na posição C3

5
02/04/2019

Flavonas, Flavonois e O-heterosídeos


Apigenina e luteolina (livres: agliconas ou conjugadas:
heterosídeos)= FLAVONAS mais abundantes

Galangina, kaempferol, quercetina,


Apigenina
miricetina e isoramnetina=
FLAVONOIS mais abundantes

Flavonas, Flavonois e O-heterosídeos


FLAVONAS FLAVONOIS

APIGENINA

GALANGINA

LUTEOLINA
KAEMPFEROL

6
02/04/2019

Flavonoide O-heterosídeo
heterosídeos mais comuns:
- rutina (quercetina -3-O- rutinosídeo)

- Cinarosideo (luteolina7-O-glicosídeo)

Flavonoides O-heterosídeos

7
02/04/2019

Flavonas, Flavonois e O-heterosídeos


atração de polinizadores
absorção UV

Como nós vemos… Como as abelhas vêem…

flavonois que absorvem luz UV na parte interna das


pétalas

Exemplo de Droga Vegetal

Pata de vaca Bauhinia forficata Link.

Parte utilizada: Folhas

Estruturas químicas: Flavonoides

Usos medicinais:
Hipoglicemiante
Atividade antioxidante

8
02/04/2019

Estruturas químicas de flavonois de B.forficata

OH
OH

HO O
HO O
OH

OH
OH
OH O
OH O

Kaempferol Quercetina

OH OH

OH OH
O
HO O O
O OH
O OH
HO O HO

OH O
O
OH
OH O
OH
OH
OH O

Flavonoides
OH OH

OH OH

HO O HO O

OH O Rhamnose-glicose

OH O OH O

Quercetina Rutina

- Ativid. Antioxidante, Anti-inflamatória;


- Sinergia com a Vitamina C;
- Aumenta a resistência à alergias
alimentares e respiratórias;
- Inibição de enzimas (COX e LOX):
redução de mediadores inflamatórios;
- Inibe a produção de histamina: anti-
alérgico: estabilização de basófilos;
- Atua no TGI: reduz reações aos
alérgenos alimentares;
- Reduz o risco cardiovascular; 18
18
- Previne a arteriosclerose.

9
02/04/2019

Flavonoides C-heterosídeos
 A ligação é feita entre os carbonos C-1 (anomérico) do
açúcar
+
1 ou 2C do anel A do flavonoide (sempre C-6 e/ou C-8);

6' 4'
B
8
O 3'
9
2 2'
7 A C
3
6 10
5
O Shaftosídeo

 Mesmo sistema de numeração empregado para os O-heterosídeos.


 Principal característica química: Resistência à hidrólise ácida.

Drogas vegetais clássicas: C-heterosideos


MARACUJÁ: Passiflora sp.

P. edulis P. alata

10
02/04/2019

Drogas vegetais clássicas: C-heterosideos


MARACUJÁ (Passiflora edulis Sims e P. alata Curtis, Passifloraceae)

Farmacogeno: partes aéreas (folhas)

Composição química:
Alcaloides indólicos (derivados do harmano)
Majoritariamente di-C-heterosídeos de flavonas
Fitoesterois, Fenólicos e Cumarinas

P. alata P. edulis P. incarnata

Maracujá
Propriedades farmacológicas (folhas secas):
atividade sedativa, ansiolítica, antiespasmódica e anti-inflamatória

 Possui ácidos fenólicos, cumarinas, fitosteróis, glicosídeos


cianogenéticos, alcalóides indólicos (harmano, harmol e harmina) e
numerosos flavonóides (C-glicosídeos flavônicos) como a vitexina.

C-glicosídeos flavônicos C-glicosídeos flavônicos

11
02/04/2019

Vitexina Crisina

Di-hidroflavonoides
Os representantes desta classe são: FLAVANONAS e DI-HIDROFLAVONOIS

Ligação simples entre os carbonos 2 e 3


no núcleo fundamental!

B B B
O O O
2 2
C 2 C
C
3 3 3
OH OH OH

O O O
2R:3R 2R:3S 2S:3S

Estereoquímica dos di-hidroflavonois

Núcleo fundamental das flavanonas

12
02/04/2019

Catequinas de Camellia sinensis


OH

OH

HO O

OH

OH Epicatequina
OH

OH

HO O
OH

OH

OH Epigalocatequina

www.uk.gardenweb.com
(Theaceae)
(Cabrera et al. , 2006. J Am Coll Nutr 25: 79-99)

Diferença no beneficiamento

Chá verde versus chá preto (Camelia sinensis)

Chimarrão versus mate (Ilex paraguariensis St. Hil.)

13
02/04/2019

Antocianos
 Antocianos são em grande parte responsáveis pelas cores laranja,
rosa, vermelho, violeta e azul das pétalas de flores e frutos de
vegetais superiores;
 Pigmentos antociânicos são responsáveis pela cor vermelha de sucos
de frutas e de vinhos;
As antocianidinas (forma livre) podem apresentar-se de forma mais
estável na forma de heterosídeos, chamadas ANTOCIANOSÍDEOS;
 Os açúcares (ex. glicose, galactose) são localizados na maior parte
dos casos nas posições C-3 e C-5 do núcleo flavílio.

5'
OH

B
8
HO O+ 3'
2
A C
6
OH
4
cátion flavílio
OH
(fenil-2-benzopirílio)

Antocianos
• Principal Função: atração de insetos e de
pássaros(polinização) e aves (dispersão de sementes);

• inibidores do crescimento de larvas de insetos;

• corantes alimentares → sucos, vinhos e confeitaria →


aditivos seguros

• atividade anti-inflamatória e antiedematogênica

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02/04/2019

Antocianinas
Oses na –OH do C3: estabilidade à molécula

Maior no de –OH → aumento de intensidade da cor


Sensibilidade a variação de pH → mudança de cor
ex: cascas de berinjela, jambolão, uva, repolho roxo; vinhos.
uso em confeitarias e como aditivos alimentares em indústrias
OH O
+
HO O HO O

O oses O oses
OH OH
pH ácido: violeta pH básico: azul

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02/04/2019

Isoflavonoides
• distribuição restrita

• praticamente exclusivos de Fabaceae

heterosídeos não são comuns → C-heterosídeos são


raríssimos

Isoflavonoides
Biogeneticamente os isoflavonoides são formados, como
os demais flavonoides, via chalconas

Comportam-se como fitoalexinas:


substâncias produzidas em resposta a
um agente patogênico O

O
O
O

A B
O

C O
O

ISOFLAVONA ISOFLAVANONA ISOFLAVANA PTEROCARPANO

16
02/04/2019

Isoflavonoides Propriedades biológicas

Propriedades biológicas:

• atividade estrogênica
(isoflavona e cumestanos)

• Atividade antifúngica e antibacteriana


(fitoalexinas)

• inseticidas (rotenoides)

Rotenoides

Drogas vegetais clássicas


SOJA (Glycine max, Fabaceae)
Isoflavonas: daidzeína e genisteína
(forma livre e 7-O-glicosídeos)

HO O HO O

OH O O
OH OH
Genisteína Daidzeína

34
34

Isoflavonas totais: 0,1-0,4%

17
02/04/2019

Isoflavonas
Isoflavonas

↓ colesterol LDL (Atuam em receptores ß-estrogênicos hepáticos,


melhorando o perfil lipídico através do favorecimento do catabolismo de
colesterol- Emprego clínico: hipercolesterolemia);

↓ risco de doenças cardiovasculares (reduz a propensão para


formação de placas de ateroma por vasodilatação);↓ pressão
sanguínea

efeito estrogênico:
↓ efeitos da menopausa e ↓ incidência de osteoporose

efeito anticancerígeno:
↓ incidência de câncer de mama e próstata

Propriedades farmacológicas
HORMONAL:
fitoestrógenos → substâncias naturais (oriundas de
plantas), não esteroidais, que mimetizam a forma e a
polaridade do hormônio esteroidal estradiol
- atividade menor que o estradiol
- isoflavonas → reposição hormonal

http://imagens.google.com.br

18
02/04/2019

• Moléculas não-esteroidais que apresentam propriedades


estrogênicas;
• ligam-se a um receptor de estrogênio e mimetizam a ação
dos estrogênios endógenos

Emprego Clínico: Menopausa;


Osteoporose

Isoflavonoides da soja
Glycine max (Fabaceae)

(Dewick, 2002. Med Nat Prod, John Wiley & Sons, Ltd)

Isoflavonoides
Ações farmacológicas:
• atividade hormonal:

•Ipriflavona – isoflavona sintetica

•Auxilia na manutenção da densidade óssea em mulheres na


fase pré e pós-menopausa.

Ipriflavona

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2007000400022

19
02/04/2019

Propriedades farmacológicas
quercetina

antitumoral
antiespasmódica
anti-inflamatória
antimicrobiana
antimutagênica
antiviral rutina

antioxidante
antimicrobiana
estrogênica
hepatoprotetora
tripanossomicida luteolina

Propriedades farmacológicas:
antioxidantes
 Propriedades antioxidantes dos flavonóides

Contribui para a prevenção de importantes patologias

Doenças cardiovasculares Envelhecimento Cânceres ERO: H2O2, O2•-

Flavonóides como sequestradores de ERO

Flavonóides como quercetina e os derivados


glicosídicos são efetivos INIBIDORES da
peroxidação lipídica (degradação oxidativa de lipídeos)
da LDL – Impede o desenvolvimento da aterosclerose
e entupimento arterial, um processo inflamatório em
resposta à morte celular pela oxidação dos AGPUs

20
02/04/2019

Peroxidação lipídica causado pelo estresse oxidativo

– Flavonoides protegem lípídeos contra o dano oxidativo pela


capacidade de reduzir os radicais livres oxidantes tais como
superóxidos, peroxilas, alcoxilas, e hidroxilas pela doação de
um átomo de H.

http://wholevine.com/wholevine/wp-content/uploads/2014/03/12Antioxidants-set.pdf

Flavonoides: Atividade Antioxidante


Requerimentos estruturais para manutenção da atividade antioxidante
(AA) a nível celular (in vitro
vitro)).

-Anel B – hidroxilas em orto


-Anel C – ligação dupla em 2,3 conjugada com grupo cetona e hidroxila em 3
- possibilitam a deslocalização do elétron do anel B

Isoflavonas - não possuem AA a nível celular

CROATICA CHEMICA ACTA CCACAA 76 (1) 55¿61 (2003)


http://wholevine.com/wholevine/wp-content/uploads/2014/03/12Antioxidants-set.pdf

21
02/04/2019

Peroxidação lipídica causado pelo estresse oxidativo

– Habilidade de quelar e estabilizar íons metálicos (Fe e Cu)


está relacionada com a inibição da geração de radicias livres.

Os metais são quelados em posições específicas dos


diferentes aneis do núcleo flavonoídico

http://www.hindawi.com/journals/tswj/2013/162750/#B57

Requerimentos estruturais para manutenção da atividade


antioxidante (AA) a nivel celular (in vitro).
vitro).

Flavanóis – grupos galoilas e anel B triidroxilados aumentam a AA

Atividade

Atividade
http://wholevine.com/wholevine/wp-content/uploads/2014/03/12Antioxidants-set.pdf

22
02/04/2019

Flavonoides: Mecanismo reacional


como antioxidante
Reação do DPPH para substâncias antioxidantes

PROPRIEDADES GERAIS DOS


FLAVONOIDES

23
02/04/2019

Propriedades físico-químicas dos


flavonoides
Agliconas Cristais amarelos
Solúveis em solventes orgânicos mais apolares
Soluções aquosas alcalinas – devido ao caráter fenólico

Heterosídeos Solúveis em água e em álcoois diluídos,


Insolúveis nos solventes orgânicos habituais

A natureza dos substituintes influencia grandemente na


solubilidade da molécula e na capacidade de precipitação
em presença de metais

Considerações:
-Aquecimento
- Hidrólise alcalina e ácida; hidrólise enzimática

Caracterização dos flavonoides


• ensaios cromáticos:

• reação de Shinoda (de cianidina): sol. alcoólica ácida + Mg = color.


amarela  avermelhada (azulada em antociânicos).

• ensaios cromatográficos:

-CCD + UV (254 e 365nm)

-CCD + reagentes cromogênicos

–Folin-Ciocalteau (fosfomolibdato-fosfotungstato) – azul

–FeCl3 1% em álcool – azul, verde, marrom, vermelho

–AgNO3 5% em acetona - preto

24
02/04/2019

Caracterização dos flavonoides


Ensaios Cromáticos

As cores obtidas variam conforme o núcleo, o número e a disposição dos


substituintes hidroxilados. Alguns exemplos:

- Reação da cianidina, de Shinoda ou hidrogenação (redução com Magnésio);


Negativo para chalconas e isoflavonas
- Reação citro-bórica ou Reativo de Wilson (flavonas, flavonóis e chalconas);
Negativo para flavanonas e isoflavonas

- Reação com H2SO4 concentrado (formação de sais de oxônio);


Flavonas e flavonóis – Soluções fortemente AMARELADAS
Flavanonas- LARANJA a VERMELHO
Chalconas e auronas- VERMELHO
- Reação de Marini-Bettolo (pentacloreto de antimônio em CCl4)
Chalconas – VERMELHO ou VIOLÁCEO
Flavonas - AMARELADAS ou LARANJA

Caracterização: Ensaios Cromatográficos

25
02/04/2019

Caracterização: Ensaios Cromatográficos

http://scialert.net/fulltext/?doi=je.2012.115.122&org=10

Calendula officinalis L.

IDENTIFICAÇÃO DOS CONSTITUINTES QUÍMICOS: CCF

Qualitativa - MARCADOR - Arnica e Calêndula

Calendula officinalis L.: detalhe


da inflorescência. (Foto: Elder T.
Borba –2008

l - Arnica (flores), 2 - Farfara (flores), 3 - Calêndula (flores), T1 = rutina, ácido clorogenico e hiperosídio
(Plant Drug Analysis, Wagner et al, 1ª Ed. 1984).

26
02/04/2019

TLC chromatogram of O. indicum extracts; 1 = OPCE, 2 = OPCD, 3 = OPNE, 4 = OPND, 5 = OSBE, 6 =


OSBD, 7 = biochanin A, 8 = baicalein, 9 = rutin, 10 = quercetin, 11 = gallic acid, 12 = myricetin, 13 =
kampferol, 14 = chlorogenic acid. Adsorbent: Silica gel GF254. Solvent system: 1 = ethyl acetate-glacial
acetic acid–formic acid–hexane (5:1:1:5), 2 = ethyl acetate–toluene–formic acid (25:25:7.5). Detection: A =
UV 254 nm, B = UV 366 nm, C = NP/PEG spray reagent detected under UV 366 nm.

Plant Drug Analysis: A Thin Layer Chromatography


Atlas - Hildebert Wagner (Author), Sabine Bladt (Author),
Veronika Rickl (Photographer).

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02/04/2019

Caracterização: Isolamento, Doseamento


e Identificação
•Isolamento
Isolamento: técnicas cromatográficas

•Doseamento
Doseamento:: espectrofotômetro e CLAE

•Identificação
Identificação:: espectroscopia no ultravioleta

Anel A – 240- 285nm – banda II

Anel B – 300- 400nm – banda I O

- Flavonas → Banda I 304 – 350nm

- Flavonóis → Banda I 352 – 385nm BandaII


O
Banda I
Porção Porção
Benzoil Cinamoil
Mabry et. al. (1970) The Systematic Identification of Flavonoids.

3
Identificação: espectroscopia no ultravioleta

Anel A – 240-285nm – banda II (benzoil)

Anel B – 300-400nm – banda I (cinamoil)

•Flavonas → Banda I 304 – 350nm

•Flavonóis → Banda I 352 – 385nm

28
Slide 56

3 O ácido cafeico é o clorogenico sem o ácido quinico


; 11/11/2014
02/04/2019

Caracterização: Identificação
FLAVONÓIDES

Análise espectrofotométrica de flavonóides

Máximos característicos de cada grupo

Grupos Banda II (Benzoil) Banda I


Flavonas 240 – 280 305 – 350 (intensa)
Flavonóis 240 – 280 350 – 385 (intensa)
Dihidroflavonóis 270 – 295 (intensa) Baixa intensidade
Flavanonas 270 – 295 (intensa) ombro
Isoflavanonas 245 – 270 (intensa)
Chalconas Pequena 340 – 390 (intensa)
Auronas 220 – 270 370 – 430 (intensa)
(intensa)
Antocianidinas 270 – 280 (pequena) 480 – 550(intensa)

Caracterização: Doseamento e
Identificação

29
02/04/2019

Fernando B. Da Costa - Laboratório de


Farmacognosia - FCFRP - USP

Farmacopeia Brasileira 5ª Edição

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02/04/2019

TANINOS

• Substâncias fenólicas

• MM= 500 a 3000 Da

• Solúveis em H2O

• Formam complexos insolúveis em H2O (proteínas, alcaloides, etc.)

• Capacidade de precipitar celulose, pectinas e proteínas

• Facilmente oxidáveis (enzimas vegetais ou metais)

• Adstringência de frutos

Taninos: Classificação

• Classificação: Hidrolisáveis e condensados

Poliol central, geralmente β- Oligômeros e polímeros


D-glucose, com as funções formados pela poli-
hidroxilas esterificadas com condensação de duas ou
ácido gálico. mais unidades flavan-3-ol

Galotaninos e Elagitaninos

31
02/04/2019

Taninos condensados Origem biossintética

Catequinas de Camellia sinensis


Chá verde
OH

OH

HO O

OH

OH Epicatequina
OH

OH

HO O
OH

OH www.uk.gardenweb.com

OH Epigalocatequina (Theaceae)
(Cabrera et al. , 2006. J Am Coll Nutr 25: 79-99)

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02/04/2019

Taninos condensados Características

Taninos Condensados
Presença de hidroxila na Ausência de hidroxila na
posição C-5 do anel A posição C-5 do anel A

R2
R2
R3
R1 R3
B R1
HO O B
R4 HO O
A C R4
A C
OH
OH
OH

Monômeros básicos de taninos condensados

Taninos condensados
“PROANTOCIANIDINAS”:

• pigmentos avermelhados (classe das antocianidinas), após


degradação com ácido mineral (inorgânico) diluído a quente

• rica diversidade estrutural

• diferentes padrões de substituições entre as unidades flavânicas,


diversidade de posições entre as ligações e a estereoquímica.

33
02/04/2019

Taninos condensados
R

OH
R
B OH
HO O
OH
A C HO O
OH
R
OH
OH OH
OH
OH
OH HO O
OH R=H cianidina
HO R=OH delfinidina
OH R
OH OH
OH
R n
HO O
O OH OH

R
OH
OH
OH
OH HO O
OH

OH
OH

Degradação de proantocianidinas catalisada por ácido

Taninos hidrolisáveis Origem biossintética


Elagitaninos (muito mais frequentes):
Galotaninos: uma ou mais unidades de ác. hexa-
Ésteres de ác. gálico hidroxi difenoil (HHDP)-D-glicose:
encontrado em frutas vermelhas

HHDP

Acoplamento
oxidativo
C-C

34
02/04/2019

1,2,3,4,6-pentagaloil-D-glucose GALOTANINOS
HO OH
Encontrado em frutos como
OH caqui e banana
OH
HO OH Ácido gálico
O
HO OH
O

O
OH
OH
HO
O O HO O
O
O O
OH OH
HO O
O O
O O
OH O

HO
Ligação G→G
OH (unidades galoila)
OH

Representa o padrão MÁXIMO de substituição

Precursor dos ELAGITANINOS

ELAGITANINOS: monômeros, dímeros, trímeros


OH
Framboesa, morango e amora
HO OH

O OH
EQUATORIAL, AXIAL HO OH

ou CADEIA ABERTA
O
O O OH
O
OH
HO
O
O
O O

HO O
O H+
O O


OH
HO O O
OH
OH

Ácido elágico
HO
OH
Ligação C-C
HO OH
HO

+
COOH
Grupos HHDP
(Hexa-hidroxidifenoila)

HO OH
Acoplamento oxidativo C-C entre dois
resíduos de ácido gálico OH
Ácido gálico

35
02/04/2019

Taninos: Atividade farmacológica

Taninos: Atividade farmacológica

• Diarreias
• Hipertensão arterial
• Reumatismo
• Hemorragias
• Feridas
• Queimaduras
• Problemas estomacais (azia, náusea, gastrite e úlcera gástrica)
• Problemas renais e do sistema urinário
• Processos inflamatórios

36
02/04/2019

Taninos: Atividade farmacológica e


biológica
• São devidas a, pelo ou menos, três características gerais
que são comuns em maior ou menor grau aos dois grupos de
taninos:

1) Complexação com íons metálicos;

2) Atividade antioxidante e sequestradora de radicais


livres;

3) Habilidade de complexar com outras moléculas (PTNs e


polissacarídeos)

•Atividade farmacológica
dos polifenólicos
-habilidade de complexar com proteínas e polissacarídeos
(complexo tanino-proteína)

37
02/04/2019

COMPLEXAÇÃO ENTRE TANINOS E PROTEÍNAS

Complexos reversíveis ou irreversíveis


(taninos + macromoléculas)

Reversíveis: ligações de hidrogênio ou interações hidrofóbicas


entre os grupos fenólicos dos taninos com proteínas e outros
polímeros Complexos que precipitam

Irreversíveis: oxidação por meio de ligações covalentes

CONDIÇÃO: PM do tanino deve estar compreendido entre


CONDIÇÃO
limites bem definidos.

Taninos: Atividade Cicatrizante


• cicatrização de feridas e queimaduras: Auxiliam no
processo de cura de feridas, queimaduras e inflamações

• formação de camada
protetora sobre a pele ou
mucosa danificada

• complexo tanino-proteína
e/ou polissacarídeo

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Taninos: Propriedade Adstringente

Via interna: efeito antidiarréico e antisséptico

Via externa: impermeabilizam camadas mais expostas da pele


e mucosas

Precipitação de proteínas → efeito antimicrobiano e antifúngico

São hemostáticos (capacidade de coagulação sanguínea rápida,


evitando hemorragias)

Antídoto em casos de intoxicações por drogas alcaloídicas

propriedade
ADSTRINGENTE

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REMOÇÃO DA ADSTRINGÊNCIA
• Caqui
Ciclo de Krebs
• Polimerizar as moléculas de tanino → tornam estes
insolúveis e incapazes de reagir com as enzimas Mitocôndria

anaerobiose
salivares.
O2
• Polimerização → ligações covalentes com moléculas
de acetaldeído.

Indução do acúmulo de
acetaldeído:

• acelerar o amadurecimento dos glicólise citosol


frutos → etileno
Glicose

• armazená-los em ambiente
anóxico → ↑ acetaldeído e EtOH

• submetê-los a aplicações de EtOH

Taninos: Atividade Antimicrobiana

• Três hipóteses para o mecanismo de ação inibitório sobre


bactérias e fungos:
- A primeira hipótese pressupõe os taninos inibindo
as enzimas de bactérias e fungos (por se ligarem a PTNs)
e/ou complexando com os substratos dessas enzimas;
- A segunda seria que os taninos agem sobre as
membranas celulares dos MO, modificando seu
metabolismo;
- A terceira hipótese menciona a COMPLEXAÇÃO
dos taninos com íons metálicos, que são co-fatores
enzimáticos, reduzindo, assim, a disponibilidade de íons
essenciais para o metabolismo dos Mos.

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Taninos: Atividade Antioxidante

câncer, esclerose múltipla, aterosclerose


processo de envelhecimento

↑ [ ] intercelulares de radicais livres


Taninos:

• captadores de radicais livres → interceptam O2 ativo →


formação de radicais estáveis

• Inibem: lipoxigenase (ác. araquidônico)


formação de ânion superóxido

Importância na prevenção e tratamento destas doenças


causadas pela peroxidação de lipídeos

Taninos: Importância Ecológica

• Defesa contra ataque de herbívoros → diminuição da palatabilidade


pelo sabor adstringente;

• Dificuldade na digestão → complexação com enzimas digestivas ou


com proteínas da planta;

• Formação de produtos tóxicos no TGI por hidrólise

• Preservação da espécie → dispersão de sementes após maturação


do fruto

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APLICAÇÃO INDUSTRIAL

Os taninos do vinho

APLICAÇÃO INDUSTRIAL

Curtimento do couro:

• madeiras de quebracho e acácia (taninos condensados) e


extratos de taninos de Tsuga, Castanea, Quercus e Terminalia

• Transformação da pele animal em couro → curtimento

• curtimento: ligações entre fibras de colágeno na pele animal


→ resistência ao calor, água e abrasivos; evita degradação
enzimática, putrefação.

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Taninos: Métodos de Análise

Vários métodos são conhecidos e tradicionais para o


reconhecimento de taninos, entretanto, podem ser
empregados DOIS diferentes reativos para diferenciar os
tipos de taninos:

 Solução de cloreto férrico: Taninos hidrolisáveis produzem,


com solução diluída de cloreto férrico, uma forte coloração
AZUL. Derivados de catequinas resultam em coloração
VERDE;

Formaldeído - ácido clorídrico: Derivados de catequina


formam precipitados e são separados por filtração. No
filtrado pode ser verificada a presença de ácido gálico através
de adição de acetato de sódio e de cloreto férrico;

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ESPINHEIRA-SANTA - folhas de Maytenus ilicifolia Reissek e


ESPINHEIRA-
Maytenus aquifolium Mart., CELASTRACEAE

Farmacopeia Brasileira, 5ª edição

ESPINHEIRA-SANTA
 conhecida como cancorosa ou cancerosa por ser
usada popularmente no tratamento de câncer de pele
(uso tópico)

 nativa do sul do Brasil, Paraguai, Bolívia, Uruguai e


Argentina

 além de taninos condensados (grupo das


catequinas), possui alcalóides e terpenos, entre outros

 atividade antiulcerogênica à
semelhante à cimetidina (receptor H2)

 externamente é
usada como cicatrizante e anti-séptica

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Referências

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