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Movimento Terapia de Família

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CONTEXTO SOCIAL GERAL E CIENTÍFICO E SURGIMENTO DO

MOVIMENTO DA TERAPIA DE FAMÍLIA


Profa Valéria Tassara

TEORIAS SISTÊMICAS:

TEORIA GERAL DOS SISTEMAS ( Bertalanffy-biólogo) – Sistema –conjunto


de componentes em interações.Unidade - o todo não se reduz a soma das
partes, o foco está nas interações entre as partes ↔pressuposto fundante
dessa teoria.

TEORIA CIBERNÉTICA ( WIENER) - Modo de funcionamento das máquinas


( mecânica, eletrônica, neural, econômica, social). Focaliza as relações entre
os elementos, o modo como estão acoplados e/ ou as regras de conexão entre
eles.

CONTRIBUIÇÃO – Conceito de causalidade circular- Foco nas relações.


↔Mudanças na concepção de família – família como unidade-anos 50 e60
Publicação artigo Nathan Ackerman –psiquiatra- The family as social and
emotional unity. Famílias atendidas como um todo-todos os elementos em
conjunto.

Socialização da psiquiatria e psicanálise- Freud ( relações familiares para foco


de estudos) . Família e outros grupos sociais passaram a ser vistos como
determinantes da doença/saúde do indivíduo.

Movimento de desinstitucionalização dos hospitais psiquiátricos- paradoxo-


importância da dinâmica familiar, e ao mesmo tempo, culpabilização da família
( mãe) em relação aos sofrimentos mentais ( traumas, repressões e outros) ↔
Surgimento do Movimento da Terapia de Família

Limitação da Cibernética (1ª ordem)- Ciência do controle / comando


organizacional,não ultrapassou o paradigma da ciência tradicional , mantendo-
se determinista e objetivista ↔ CONCEPÇÃO DOENÇA-SAÚDE - DEFEITO A
SER EXTIRPADO

Durante as décadas de 70 e 80, o contexto científico, novas questionamentos


sobre limitações do paradigma da ciência tradicional , no sentido de visão de
mundo, por filósofos, biólogos e outros cientistas .

Por exs.

Ilya Prigogine , químico, princípio da instabilidade, sistemas que funcionam


longe do equilíbrio- pesquisas sobre estruturas dissipativas químicas-
termodinâmica do não-equilibrio ( não-linear). ( Principio da instabilidade)
Humberto Maturana, biólogo chileno, Biologia do conhecer -concepção que a
realidade emerge das distinções do observador, a realidade co-construída por
acordos intersubjetivos. Questionamento acerca da objetividade.

Heinsenberg, físico, princípio da incerteza- não se pode ter, simultaneamente,


valores bem determinados para a posição e para a velocidade de uma
partícula, em mecânica quântica. A mensuração não pode produzir certezas.
Ou seja, o pesquisador interfere sobre o fenômeno a ser pesquisado. Isso, leva
incluir o observador na sua observação, tbém, nas ciências físicas.

Niels Bohn, físico, afirmou que há complementaridade entre as proposições


contraditórias, ou seja, concepção dual de partícula como onda e corpúsculo.
Exige pensar complexo que aborda as contradições, ao invés de excluí-las.

Termodinâmica trouxe a desordem- o calor corresponde a agitação


desordenada das moléculas) e veio derrubar um dogma central da Fisica-
mundo ordenado, estável , funcionando como máquina mecânica.

Edgar Morin, cientista político, filosofo, pesquisou a complexidade organizada e


questionou a dicotomização da ciência tradicional.

Gregory Bateson, antropólogo, pesquisar sobre a mente- processo de


conhecimento-influência dos nosso princípios, crenças, valores nos nossos
relatos científicos. Questionou o distanciamento objetivo do observador na
pesquisa.

Impacto dessas mudanças no movimento da Terapia de Família :


Terapeutas de família reavaliaram suas práticas e revisaram que alguns
aspectos da teoria da cibernética ( 1ª ordem) os mantinham aos pressupostos
da ciência tradicional. Por exs:

- a ênfase dada à tendência do sistema familiar para a homeostase


pressupunha dimensão da estabilidade;

- a visão linear do sintoma como causado pela família, especialmente pelos


pais, implicava as dimensões da simplicidade e da objetividade;

-a ação do terapeuta, entendida como uma intervençao de fora do sistema, na


posição de controle e de dono do saber, apoiava-se na dimensões da
estabilidade e da objetividade.

Essa revisão favoreceu um redirecionamento para à Cibernética de 2ª ordem,


permitindo assimilação da terceira dimensão do novo paradigma , a
intersubjetividade- os terapeutas se vêem , juntamente com a família, como
uma parte de um mesmo sistema, o sistema terapêutico. A partir desse
momento, houve a integração das três dimensões- complexidade, instabilidade
e intersubjetividade.
Referências :

AUN, Juliana G.; COELHO, Sônia V.; VASCONCELLOS, Maria José Esteves
de. Atendimento sistêmico de famílias e redes sociais: fundamentos teóricos e
epistemológicos. Belo Horizonte: Ophicina de Arte & Prosa, 2005. v. 1. 232 p.

VASCONCELLOS, Maria José Esteves de. Pensamento sistêmico: o novo paradigma


da ciência. 4. ed. Campinas: Papirus, 2002. 268 p.

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