Experimento Corrida Brilhante
Experimento Corrida Brilhante
Experimento Corrida Brilhante
Na atividade experimental
ATIVIDADE:
ATIVIDADE:
Área
Ensino de Química
Autores
Leão, M.F. (IFMT E UFRGS) ; Alves, A.C.T. (IFMT E UFMT) ; Bos, A.S. (IFRS E
UFRGS) ; Pizzato, M.C. (IFRS E UFRGS) ; Both, L. (IFMT)
Resumo
Esse estudo relata uma atividade formativa ocorrida em junho do corrente ano, durante a
Semana do Químico do IF Sertão Pernambucano, em Petrolina-PE. Na ocasião, foram
desenvolvidas alguns experimentos com material alternativo que foram avaliadas pelos
36 participantes. A avaliação aponta que a maioria certamente utilizariam em suas aulas
os experimentos corrida brilhante (26) e a vela que levanta a água (32). Para os
investigados os conceitos possíveis de serem explorados são: tensão superficial da água,
interações intermoleculares, pontes de Hidrogênio, densidade; estudo dos gases, pressão
atmosférica e reações de combustão. A experimentação com uso de materiais
alternativos é um recurso didático importante para ensinar ciências, uma vez que facilita
a compreensão de conceitos químicos.
Palavras chaves
Introdução
Diversas teorias sobre o ensino de ciências defendem que para ocorrer aprendizagens de
conhecimentos químicos é necessária a utilização da experimentação. Contudo, o uso de
atividades experimentais acaba, muitas vezes, sendo negligenciado no ensino de
ciências, seja por falta de laboratórios de ciências nas escolas, seja pela falta de
materiais ou até mesmo pelo despreparo dos professores (ALVES; LEÃO, 2017). Nos
estudos de Souza; Mello e Santos (2011) é apontado que no Brasil, a experimentação
nunca se constituiu como uma prática pedagógica presente e rotineira no ensino de
ciências das escolas de educação básica. Nas próprias palavras de Santos e Maldaner
(2010, p. 241) é afirmado que “um dos grandes problemas relacionados à qualidade do
ensino de Ciências é a ausência da experimentação. Essa ausência está baseada em
crenças veiculadas no meio educacional”. Cabe aqui ressaltar que, antes das três últimas
décadas essa crítica não faria sentido, uma vez predominava no ensino de ciências a
metodologia tradicional, que pouco explorava a experimentação e quando o fazia era em
caráter dicotômico, ou seja, as aulas teóricas não tinham relação com as atividades
experimentais, que eram pontuais. Nessa concepção, segundo Souza et al. (2013), as
aulas teóricas necessariamente deveriam acontecer em sala, com carteiras e quadro
negro, enquanto que os experimentos deveriam acontecer em laboratórios específicos,
contendo bancadas, vidrarias e equipamentos necessários, e uma vez não os tendo não
seria possível realizar tais atividades. Ainda segundo os autores supracitados, nesse
pensamento os conceitos científicos, as constatações e a condução do processo de
aprendizagem eram prerrogativas exclusivas do professor, ou seja, os estudantes,
quando possível, somente reproduziam ciências. Infelizmente essa dicotomia entre
teoria e prática no ensino de ciências ainda pode ser encontrada em muitas escolas
brasileiras nos dias atuais. Para contrapor-se a essa realidade, segundo Silva; Machado e
Tunes (2010), é preciso considerar dois importantes aspectos sobre a experimentação, a
saber: modificar o entendimento sobre a utilização de laboratórios, em razão da
ampliação do conceito de atividades experimentais que podem ocorrem em diversos
espaços; compreender a finalidade da experimentação no ensino de ciências, o que
permite a formação e o desenvolvimento do pensamento analítico, teoricamente
orientado. As atividades experimentais podem ocorrer em diversos espaços, tais como
na própria sala de aula, no laboratório de ciências quando a escola dispõe, na horta
escolar, na cantina, no refeitório e até na cozinha da escola desde que previamente
agendado e organizado, além dos muitos espaços existentes em seu entorno (SILVA;
MACHADO e TUNES, 2010). Além disso, para Alves e Leão (2017), a interpretação
do mundo por meio das ferramentas químicas e da experimentação é essencial, porque
explicita seu caráter dinâmico e, assim, deve ser colocada de forma clara e relacionada
ao meio em que vivemos. Ainda segundo os autores, as atividades experimentais têm
um caráter motivador e lúdico que amplia a capacidade de aprendizado, pois ocorre de
forma a envolver o estudante nos assuntos propostos. Nessa linha de pensamento, Leão,
Oliveira e Pino (2015), afirmam que a química por ser um campo do conhecimento
fundamentalmente ligado à estrutura da matéria e suas transformações, a
experimentação é elemento quase que obrigatório e fonte inesgotável de subsídios para
o desenvolvimento das habilidades de observar, comparar, agrupar, coletar e interpretar
dados, fazer suposições, planejar e solucionar problemas do cotidiano. Segundo Leão e
Alves (2016), a utilização do concreto, do manipulável e do aprender fazendo são
importantes elementos para o ensino de ciências naturais, e a construção de
aprendizagens em sala de aula pode ser favorecida quando tais elementos são
explorados estrategicamente pelo professor. Diante do exposto, o objetivo do presente
estudo foi proporcionar um momento formativo para discutir a importância da
experimentação, bem como realizar e avaliar atividades experimentais cujos materiais
são alternativos e possíveis de serem realizados em aulas de ciências naturais do Ensino
Fundamental, independente das condições estruturais das escolas, uma vez que foram
planejadas para utilizarem materiais de baixo custo. Em síntese, o intuito foi capacitar
os futuros professores para que estes possam explorar os conceitos envolvidos e as
correlações dos fenômenos possíveis de serem observados por meio das práticas
experimentais.
Material e métodos
O presente trabalho configura-se como um estudo descritivo que de acordo com Gil
(2010) possui como objetivo a descrição das características de uma população,
fenômeno ou de uma experiência. A atividade pedagógica aqui descrita foi a oficina
intitulada “Atividades experimentais com materiais alternativos para aulas de ciências
naturais no Ensino Fundamental”. Essa oficina ocorreu nos dias 06 e 07 de junho de
2017, durante a Semana do Químico, no laboratório de Química Orgânica do IF Sertão
Pernambucano, Campus Petrolina-PE. Participaram desse da atividade pedagógica 36
acadêmicos do Curso de Licenciatura em Química, que foram divididos em dois grupos
de 18 participantes, um para cada dia, devido a observância das normas de segurança
laboratorial. O objetivo da oficina foi capacitar os futuros professores de química para
explorarem os conceitos envolvidos nos fenômenos possíveis de observar quando
desenvolverem atividades experimentais utilizando materiais alternativos ao ensinar
ciências no Ensino Fundamental. Inicialmente foram realizadas algumas leituras sobre o
papel da experimentação para o ensino de ciências. Também foi discutido sobre a
importância de atividades lúdicas para os estudantes do Ensino Fundamental. Abordou-
se sobre o uso de materiais alternativos, dos tipos de práticas experimentais possíveis de
explorar em aula, sendo elas as demonstrativas e as participativas, além da importância
do professor conduzir a atividade de maneira desafiadora, ou seja, a experimentação ser
problematizadora. Por fim também foi comentado sobre a importância do registro, ou
seja, é preciso com que as percepções, que os dados e constatações fiquem registrados
por escrito. Forem então distribuídos os roteiros das atividades experimentais, cuja
elaboração se baseou nas atividades compiladas por Alves e Leão (2017) e sugeridas
para instrumentalizar as aulas de química do Ensino Médio, por isso precisaram ser
adaptas devido estarem voltadas para outro público. Algumas dessas atividades
propostas foram a corrida brilhante e a vela que levanta a água. Outras cinco práticas
também foram realizadas, porém essas duas foram avaliadas pelos participantes, que
também teceram comentários sobre as mesmas. Os materiais utilizados foram:
detergente concentrado, água, purpurina, recipientes transparente, garrafas de vidro,
velas, pratos, fósforos e suco (que também pode ser corantes comestíveis). No
encerramento da oficina foi realizada uma avaliação sobre as atividades experimentais
realizadas e as potencialidades que podem ser exploradas com a realização das mesmas.
Para coletar essas informações, foi preenchido pelos participantes um questionário
constituído por quatro questões, sendo duas delas abertas e as outras duas questões
fechadas, cujas respostas foram em escala Likert, de 1 (nunca) a 5 (plenamente). Todos
os participantes foram informados dos objetivos e os procedimentos adotados nesse
estudo e se dispuseram a participar voluntariamente do estudo.
Resultado e discussão