CURSO TÉCNICO EM OPERAÇÕES COMERCIAIS
01
REDAÇÃO
Texto e gênero discursivo
Maria Tânia Florentino de S. Nascimento
Glícia M. Azevedo de M. Tinoco
Governo Federal
Ministério da Educação
Projeto Gráfico
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
EQUIPE SEDIS
|
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Coordenadora da Produção dos Materias
Vera Lucia do Amaral
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Coordenadora de Revisão
Giovana Paiva de Oliveira
Design Gráfico
Ivana Lima
Diagramação
Elizabeth da Silva Ferreira
Ivana Lima
José Antonio Bezerra Junior
Mariana Araújo de Brito
Arte e ilustração
Adauto Harley
Carolina Costa
Heinkel Huguenin
Leonardo dos Santos Feitoza
– UFRN
Revisão Tipográfica
Adriana Rodrigues Gomes
Margareth Pereira Dias
Nouraide Queiroz
Design Instrucional
Janio Gustavo Barbosa
Jeremias Alves de Araújo Silva
José Correia Torres Neto
Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade
Revisão de Linguagem
Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade
Revisão das Normas da ABNT
Verônica Pinheiro da Silva
Adaptação para o Módulo Matemático
Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho
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por
Desde a pré-história, o homem sentiu a necessidade de se comunicar, e essa
comunicação realiza-se através de textos. Para você, o que é um texto? Como esse
texto se apresenta?
Na disciplina Redação, estudaremos noções básicas da produção textual, enfatizando
a redação técnica e oicial, com o propósito de oferecer subsídios para a leitura e a
produção eiciente de textos em diferentes gêneros discursivos.
Nesta primeira aula, estudaremos a noção de texto numa perspectiva mais ampla,
tratando tanto da produção de textos verbais quanto de textos não-verbais e do conceito
de gênero discursivo. Utilizaremos, para isso, textos presentes no nosso cotidiano.
Compreender noções gerais e propriedades dos textos.
Objetivos
Reconhecer diversos gêneros discursivos, especialmente
alguns de maior circulação em nossa sociedade.
Produzir, com adequação, textos em diferentes gêneros
discursivos.
1
Redação A01
Para começo
de conversa...
Fonte: Tira de 30 jun. 2007 disponível em: <www.tiras-hagar.blogspot.com>.
Acesso em: 16 maio 2009.
Na tirinha acima, percebemos que, se for feita uma leitura isolada do primeiro quadrinho,
o leitor achará que Helga está preocupada com o bem-estar do seu marido. Porém,
ao confrontarmos com o segundo, constatamos que, na realidade, Helga desistiu de
tentar desembaraçar a barba de Hagar porque sempre quebra os pentes. O humor da
tirinha está justamente nessa quebra de expectativa, pois a imagem que o leitor criou
de Helga – uma esposa cuidadosa e dedicada por tratar até da barba do cônjuge – dá
lugar a outra bem diferente: a esposa que se importa mais com os bens materiais do
que com o companheiro.
2
Redação A01
Essa tirinha é um bom exemplo para explicitarmos dois dados imprescindíveis na leitura
de qualquer texto. Vejamos.
O primeiro se refere ao sentido global de um texto. É importante perceber que, em
um texto, o signiicado de cada parte não é independente. As partes devem estar
correlacionadas e, portanto, devem convergir para uma interpretação integral do
conteúdo. Comprovamos isso na tirinha de “Hagar, o horrível”, quando reinterpretamos
o primeiro quadrinho em função do que aparece no segundo.
O segundo evidencia que o sentido de um texto não se dá pela simples somatória de
suas partes, mas pela combinação geradora de sentidos. Se não fosse dessa forma, o
leitor entenderia, no primeiro quadro, que Helga é uma esposa atenciosa e, no segundo,
não inferiria sobre o que a esposa de Hagar estaria respondendo.
Resumindo, o sentido das partes de um texto não é autônomo. Ele depende da relação
com as demais partes. Além disso, o sentido do todo não é a mera soma do sentido
das partes do texto, mas das várias relações que se estabelecem entre elas.
Além disso, é válido ressaltar que, no processo de atribuição de sentido, também temos
de considerar a intenção comunicativa do texto. Com isso, queremos airmar que os
textos orais e/ou escritos e, também, os textos não-verbais expressam uma mensagem
que está além de seus elementos explícitos.
Isso signiica que os textos podem “sugerir”, “indicar”, “insinuar”, “mandar” sem que,
para tanto, seja necessário usar esses verbos. Cabe ao leitor interpretar o “querer dizer”
do texto. Vejamos um exemplo de texto oral, um diálogo entre dois amigos.
Pedro: - Aceita um cafezinho, João?
João: - Quando tomo café não durmo bem. Obrigado.
Observe que João não foi taxativo na recusa. Ao airmar que não dorme bem quando
toma café, ele teve a intenção de negar a proposta de Pedro, explicando a ele a razão
para essa negativa. Na sequência, mesmo sem aceitar o café, ao agradecer, João se
mostra um rapaz educado. Se for um bom entendedor, Pedro não insistirá no convite
nem icará ofendido pela recusa.
Não-verbais
Em latim, “verbum”
quer dizer “palavra”.
Logo, textos verbais
são aqueles que se
utilizam de palavras,
que podem ser
escritas (textos
escritos) ou faladas
(textos orais).
Portanto, quando
se diz que um texto
é verbal, ele pode
se apresentar por
escrito ou oralmente.
Já um texto não
verbal é concretizado
por meio de cores,
imagens, ilustrações,
gestos ou outro
código qualquer que
não use palavras.
Entendidas essas relações presentes na atribuição de sentidos a um texto, vamos
praticar um pouco?
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Redação A01
Praticando...
Praticando...
1
1. Leia a tira abaixo e explicite, em um só período, qual a intenção comunicativa do texto.
Fonte: Tira de 26 jan. 2009. Disponível em: <http://www.meninomaluquinho.com.br/PaginaTirinha/
PaginaAnterior.asp?da=26012009>. Acesso em: 25 maio 2009.
2. Agora, leia a mesma tirinha novamente, mas dessa vez sem a omissão do
último quadro.
Fonte: Tira de 26 jan. 2009. Disponível em: <http://www.meninomaluquinho.com.br/PaginaTirinha/
PaginaAnterior.asp?da=26012009>. Acesso em: 25 maio 2009.
A intenção comunicativa do texto que você acabou de ler é a mesma do texto 1? Se for
diferente, escreva-a a seguir, também em um só período.
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Redação A01
Nesta aula, já usamos várias vezes a palavra texto. Essa palavra é utilizada
nas mais diferentes esferas de atividade, tais como a escola, o trabalho,
a casa etc. Todavia, apesar de ser bastante usual, seu conceito não é tão
simples, mesmo para aquelas pessoas que a empregam habitualmente.
Quando interagimos com outras pessoas através da linguagem, independente
do objetivo ou da modalidade (oral ou escrita), comunicamo-nos através
de textos.
Os textos dão corpo aos gêneros, os quais, por sua vez, representam
esquemas mais amplos relacionados a temas, a estilo, e a estruturas mais
ou menos preestabelecidas.
Mas, ainal, o que é texto e o que é gênero discursivo?
Noções de texto
C
omecemos por deinir as propriedades de um texto, baseando-nos em Fiorin e
Savioli (1999). Segundo esses autores, a primeira propriedade de um texto é
que ele deve ter coerência, ou seja, um texto não é uma mera aglomeração de
frases dispostas umas sobre as outras. O texto com o qual iniciamos esta aula, a tira
do Hagar “O horrível”, demonstra claramente isso. Se não levássemos em consideração
as relações de uma parte com as outras, correríamos o risco de atribuir ao texto lido
um signiicado até oposto ao que realmente ele apresenta.
A segunda propriedade de um texto é que ele é delimitado por dois brancos. São dois
espaços de não-sentido: um antes de começar o texto e outro depois, quer dizer, há
um começo e um im. Trata-se do espaço em branco no papel antes do início de um
poema, por exemplo, e o espaço em branco depois do seu término. Esses espaços
correspondem ao momento anterior à abertura das cortinas de um espetáculo e o
momento depois que elas se fecham.
A terceira propriedade é que o texto é produzido por um indivíduo num determinado
tempo e num dado espaço. Esse sujeito, por pertencer a um grupo social situado num
tempo-espaço, impregna seus textos com as ideologias, expectativas e receios do seu
tempo e do grupo no qual está inserido, como notamos no poema-canção abaixo.
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Redação A01
Inútil
Composição: Roger Rocha Moreira
Intérprete: Ultraje a Rigor
A gente não sabemos escolher presidente
A gente não sabemos tomar conta da gente
A gente não sabemos nem escovar os dente
Tem gringo pensando que nós é indigente
Refrão:
Inútil
A gente somos inútil
A gente faz carro e não sabe guiar
A gente faz trilho e não tem trem pra botar
A gente faz ilho e não consegue criar
A gente pede grana e não consegue pagar
Refrão:
Inútil
A gente somos inútil
A gente faz música e não consegue gravar
A gente escreve livro e não consegue publicar
A gente escreve peça e não consegue encenar
A gente joga bola e não consegue ganhar
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Redação A01
Praticando...
Praticando...
2
1. A letra da música “Inútil” pode nos oferecer a impressão de que o grupo “Ultraje a
Rigor” não conhece algumas regras de concordância verbal e nominal. Você poderia
identiicar os problemas que justiicariam essa impressão? Cite-os no espaço abaixo.
2. Todavia, perceber a intenção comunicativa da letra dessa música signiica entender
que o grupo está querendo fazer uma crítica social. A quem? Por quê?
3. O texto não verbal a seguir dialoga com a letra da música do grupo Ultraje a Rigor?
Justiique sua resposta.
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Redação A01
Epopeia
Epopeia é uma
narrativa literária de
grande extensão e
caráter heroico que
atinge interesses
sociais e nacionais,
onde se movimentam
deuses e heróis.
A atividade que acabamos de fazer nos ajuda a concluir que texto é um composto, verbal
ou não-verbal, organizado de sentido, delimitado por dois brancos e produzido por um
sujeito num dado tempo e espaço. É importante ressaltar que não há um tamanho
preestabelecido para os textos. Pode ser um simples “oi” ou uma epopeia com mais
de mil páginas. Desde que seja produzido com um determinado im e faça sentido para
alguém, será considerado texto. O texto é a unidade básica da comunicação.
Para um texto existir, faz-se necessária uma cena enunciativa composta de
alguns elementos:
Fonte: www.netsaber.
com.br
Enunciador: produtor do texto, que tem uma intenção comunicativa
determinada (convencer, informar, emocionar, confundir...).
Coenunciador(es): ouvinte(s), leitor(es), público-alvo da intenção
comunicativa do enunciador.
Situação de enunciação: tempo e lugar concretos em que ocorre a produção
do texto.
Praticando...
Praticando...
3
1. Agora é a sua vez de ajudar a produzir um texto. Tendo como base tudo o que você
já aprendeu até aqui, observe a intenção comunicativa da tirinha abaixo a partir da
leitura do não-verbal e, depois, preencha os quadros com falas adequadas para a
situação. Lembre-se de dar um título ao texto.
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Redação A01
Fonte: Turma da Mônica, página semanal 18. Disponível em: <http://www.monica.com.br/comics/tabloide/tab018.htm>.
Acesso em: 14 maio 2009.
Quadro 2:
9
Redação A01
Quadro 7:
Quadro 8:
Gêneros discursivos
Conforme já vimos, quando nos comunicamos, produzimos textos que têm uma
padronização mais ou menos recorrente, ou seja, eles tendem a se repetir nos seguintes
aspectos: conteúdo (tema), linguagem (estilo) e estrutura.
A existência de certa regularidade nos faz reconhecer que um bilhete é diferente de uma
certidão de nascimento que, por sua vez, difere de um poema, que tem uma organização
diferente de uma entrevista, que não se confunde com um ofício nem com um relatório.
E por aí se multiplicam os exemplos.
Sátira
menipeia
Sátira menipeia:
texto de caráter sério
cômico que mistura
temas ilosóicos com
assuntos de retórica
e dialética. Exemplo:
ROTTERDAM,
Erasmo. Elogio da
loucura. São Paulo:
Martim Claret, 2000.
Com isso, queremos dizer que os leitores tendem a reconhecer determinadas cristalizações
históricas e socioculturais de práticas de linguagem que são necessárias às atividades
humanas. Em outras palavras, quanto mais experiências de leitura desenvolvemos mais
possibilidades de reconhecer determinados gêneros discursivos temos.
Os gêneros discursivos aparecem e desaparecem conforme a necessidade de
comunicação das sociedades. Por isso, de acordo com a evolução da sociedade, pode
nascer um novo gênero (os scraps do Orkut), assim como pode desaparecer algum
que esteja sendo pouco utilizado ou que deixou de ser utilizado (carta de alforria e a
sátira menipeia, por exemplo).
É possível ainda que um gênero sofra uma mudança, ou várias, até se transformar
em um novo gênero discursivo. Alguns linguistas (cientistas da linguagem) alemães
descobriram que há mais de quatro mil gêneros do discurso. Outros airmam ser essa
lista inindável, dada a constante possibilidade de surgimento de gêneros em função
das atividades cotidianas.
É claro que não somos obrigados a conhecer todos; todavia, devemos ser capazes de
reconhecer aqueles que são mais comuns no nosso cotidiano: tirinha, piada, charge,
artigo, carta, e-mail, bilhete, ofício, memorando, ata, parecer, relatório, contrato,
currículo... Ufa! E outros mais que forem sendo necessários no decorrer de nossas vidas.
O conhecimento sobre os gêneros é de grande importância para uma leitura eiciente
de textos, pois os textos dão corpo aos gêneros. A via a esse conhecimento é bem
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Redação A01
prática. É a constante leitura de gêneros variados (artigos, editoriais, crônicas, ensaios,
contos, entrevistas, currículos, atas...) um dos responsáveis pelo aprimoramento da
competência comunicativa do produtor de textos, sejam eles orais ou escritos.
Assim, determinamos o gênero textual que empregaremos na comunicação de acordo
com a inalidade, o público-alvo, o momento histórico etc. Vejamos alguns exemplos.
As histórias em quadrinhos (HQ) têm a intenção de divertir, mas algumas vão além do
riso e provocam relexões sobre determinadas atitudes e atividades sociais. O públicoalvo é, na maioria das vezes, quem irá determinar a produção desses textos, pois
uma HQ para crianças provavelmente não conterá profundas inferências ilosóicas,
bem como não exigirá um grande conhecimento de mundo. No entanto, as produções
para adultos podem e devem exigir mais, fazendo com que esse público tenha de
compreender algumas relações de sentido, recuperar informações da atualidade ou até
mesmo estabelecer diálogos com outros textos.
Para inalizar esta aula, é necessário que tratemos de três conhecimentos que são
exigidos de um produtor de textos. Eles são importantíssimos para que se produza uma
sequência com todas as características que um texto exige. Salientamos, porém, que
o aprofundamento acerca desses três conhecimentos será feito na aula 3, que tratará
de coerência textual. Por ora, nossa intenção é apenas a de uma sinalização prévia.
Conhecimento linguístico
É o conhecimento que se tem a respeito do funcionamento interno da língua:
ortograia, sintaxe, prosódia, pontuação etc. O enunciador precisa saber
encadear orações, estabelecer a concordância devida entre as palavras, usar
corretamente a ortograia e a pontuação, selecionar palavras adequadas ao
tema desenvolvido. Se o enunciador não tiver uma competência linguística
bem desenvolvida, poderá ter diiculdades de produzir textos que requeiram,
por exemplo, construções sintáticas mais complexas.
Conhecimento enciclopédico ou de mundo
É o conjunto de informações que possuímos a respeito de um ou de
múltiplos temas. Esse saber enciclopédico varia, evidentemente, em função
da sociedade em que o indivíduo está inserido e da experiência de cada um.
Ele é necessário na produção de um texto para que o enunciador demonstre
se está suicientemente informado sobre o tema a ser desenvolvido, se tem
conhecimentos gerais sobre o mundo. Sem dúvida, ter um bom repertório
de informações faz a diferença na hora de produzir um bom texto.
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Redação A01
Conhecimento interacional
Consiste basicamente em fazer-se entender pelo(s) ouvinte(s)/leitor(es) por
meio de uma adequada escolha do gênero discursivo, do tipo de registro
de linguagem a ser utilizado (hiperformal, formal, informal) e da quantidade
e complexidade das informações (grau de informatividade). Tudo isso
analisado em função da situação na qual se deseja comunicar.
Por exemplo: um advogado, na condição de enunciador, não utilizará o mesmo registro
de linguagem para dar uma palestra sobre o Código de Defesa do Consumidor para
outros advogados em um congresso e para um grupo de estudantes do ensino médio
em uma atividade escolar. O enunciador fará sempre adequações ao público-alvo para
garantir a compreensão.
Depende também do conhecimento interacional do enunciador a determinação do gênero
discursivo adequado à situação: se palestra, carta, bilhete, telegrama, relatório, cartaz.
Cada situação de comunicação exige um gênero diferente, e cabe ao enunciador conhecêlo suicientemente para que possa imprimir suas características ao texto produzido.
A partir da compreensão do que é texto, gênero discursivo e conhecimentos para a
produção de textos, vamos praticar um pouco?
Praticando...
Praticando...
4
O Secretário de Esportes da cidade de “Passa e Vai Embora” solicitou à assessoria de
comunicação da Prefeitura Municipal a redação de um panfleto (gênero) no qual deve
ser anunciada uma apresentação de balé clássico. Leia o texto que foi produzido pela
assessoria e responda às questões.
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Redação A01
AVISO
Haverá hoje. No Ginásio de Esportes Miguel Felinto de Araújo a primeira partida
de balé clássico do grupo Corpus. A Prefeitura Municipal de Passa e Vai Embora
terá a onra de acolhêlo neste momento de laser.
Para adquirir o ingresso e mais informações entrem em contato conosco.
a) Em sua opinião, o texto lido responde bem à situação de comunicação proposta pelo
Secretário de Esportes?
Por quê?
b) Houve atendimento quanto ao gênero discursivo solicitado?
c) Que evento haverá na cidade de “Passa e Vai Embora”?
d) O texto evidencia a data e o horário desse evento?
e) Onde ica o Ginásio de Esportes Miguel Felinto?
f) Se o leitor tiver interesse de comparecer ao evento, onde ele deve adquirir o ingresso?
g) E se o leitor quiser apenas mais informações, a quem deve procurar?
h) A seleção vocabular do texto está boa?
Caso não esteja, cite um
exemplo de inadequação.
i) A parte gramatical (especiicamente a ortograia e a pontuação) está adequada?
Caso não esteja, cite exemplos de usos que devem ser corrigidos no
texto lido.
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Redação A01
j) Feitas todas essas críticas ao texto original, chegou sua vez de colaborar no processo.
Redija outra versão desse texto, a im de adequá-lo à situação comunicativa proposta
pelo Secretário de Esportes. Use, para tanto, o espaço a seguir.
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Redação A01
Leituras complementares
COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica
Editora, 2008.
Nesse livro, esclarecem-se conceitos relacionados à compreensão dos gêneros. Cerca
de 400 verbetes incluem desde os gêneros mais cotidianos até os mais soisticados
(e dos mais tradicionais aos mais recentes) tanto orais quanto escritos. Vale lembrar
que esse livro não dará conta de todos os gêneros e de cada um em sua totalidade,
mas é uma boa indicação para complementar nossas leituras.
FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Lições de texto: leitura e redação. 4. ed.
São Paulo: Editora Ática, 1999.
O livro de Fiorin e Savioli é praticamente um clássico entre os didáticos que se voltam
para a leitura e a produção de textos. Esse livro apresenta uma exposição teórica muito
clara, textos comentados, exercícios de leitura e propostas de redação instigantes.
Na aula 1, vimos que o texto pode ser verbal, não-verbal ou ainda verbal e nãoverbal, mas sempre responde a um im especíico (gerado em uma situação
de comunicação) e é produzido por um enunciador que está mergulhado em
peculiaridades de um dado lugar e tempo. Vimos também que todo texto
é um composto de sentido construído a partir de macromodelos (gêneros)
os quais apresentam certa recorrência quanto aos seguintes elementos:
conteúdo (tema), linguagem (estilo) e estrutura.
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Redação A01
1. Analise os textos a seguir considerando os seguintes aspectos:
a) gênero: carta, crônica, ofício, resenha, relatório, resumo, conto de fadas;
b) intenção comunicativa: informar, convencer, divertir;
c) estilo: prosa ou verso; predominantemente conotativo ou denotativo,
culto ou informal;
d) estrutura: título, assinatura de autor; um parágrafo ou mais de um;
linguagem não-verbal presente;
e) perfil do leitor: idoso, adolescente, universitário, público em geral; peril
do autor: jornalista, escritor, estudante.
Texto 1
Mon Bijou deixa sua roupa uma perfeita obra-prima.
Fonte do texto 1: <www.infoescola.com>.
Acesso em: 14 maio 2009.
a) gênero:
b) intenção comunicativa:
c) estilo:
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Redação A01
d) estrutura:
e) perfil do leitor e do autor:
Texto 2
Bella
Ana Elisa Faria
“Minha avó sempre dizia: se quiser que Deus dê risada, conte seus planos a
Ele.” A frase é de José - personagem interpretado pelo galã, ator e cantor Eduardo
Verástegui - na primeira cena de Bella, quando começa a narrar sua história com
ceticismo sobre a vida e seu desenrolar. José é chef de um restaurante tipicamente
mexicano em Nova York. Antes, entretanto, foi craque de um grande time de futebol,
mas teve a carreira interrompida no ápice do sucesso. Já Nina (Tammy Blanchard)
tem a vida toda chacoalhada ao saber, quase simultaneamente, que está grávida,
sozinha e acaba de ser demitida do emprego de garçonete. Pronto, um prato
cheio para o drama de duas pessoas que compartilham, durante um passeio pela
cidade e seus arredores, anseios, frustrações, culpas e alguns clichês. Assim
como um destino em comum, que vem para conirmar a impermanência de viver.
Com diálogos ora em inglês, ora em espanhol, Bella é o primeiro longa-metragem
dirigido pelo mexicano Alejandro G. Monteverde, que estreou de cara vencendo o
prêmio de melhor ilme do júri popular do Festival de Toronto de 2006. Com traços
leves de humor, a trama é narrada em fragmentos, onde lembranças do passado
se confundem com fatos do presente, numa sucessão de belezas delicadas e
densa dramaticidade.
Nome original: Bella.
País: México/EUA.
Ano de lançamento: 2006
Diretor: Alejandro Gómez Monteverde.
Elenco: Eduardo Verástegui e Tammy Blanchard.
Duração: 91 min.
Distribuidora: Califórnia.
Gênero: drama.
Classiicação: a deinir.
Fonte: <www.setonline.com.br>. Acesso em: 3 set. 2008.
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Redação A01
a) gênero:
b) intenção comunicativa:
c) estilo:
d) estrutura:
e) perfil do leitor e do autor:
Texto 3
Os certinhos e os seres do abismo
Luis Fernando Veríssimo
Era assim no meu tempo de frequentador de aulas (“estudante” seria um exagero),
mas não deve ter mudado muito. A não ser quando a professora ou o professor
designasse o lugar de cada um segundo alguma ordem, como a alfabética – e,
nesse caso, eu era condenado pelo sobrenome a sentar no fundo da sala, junto
com os Us, os Zs e os outros Vs –, os alunos se distribuíam pelas carteiras
de acordo com uma geograia social espontânea, nem sempre bem deinida,
mas reincidente.
Na frente, sentava a Turma do Apagador, assim chamada porque era a eles que a
professora recorria para ajudar a limpar o quadro-negro e os próprios apagadores.
Nunca entendi bem por que se sujar com pó de giz era considerado um privilégio,
mas a Turma do Apagador era uma elite, vista pelo resto da aula como favoritos
do poder e invejada e destratada com a mesma intensidade. Quando passavam
para os graus superiores, os apagadores podiam perder sua função e deixar de
ser os queridinhos da tia, mas mantinham seus lugares e sua pose, esperando o
dia da reabilitação, como todas as aristocracias tornadas irrelevantes.
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Redação A01
Não se deve confundir a Turma do Apagador com os Certinhos e os Bundas de
Aço. Os certinhos ocupavam as primeiras ileiras para não se misturarem com a
Massa que sentava atrás, os bundas de aço para estarem mais perto do quadronegro e não perderem nada. Todos os apagadores eram certinhos, mas nem todos
os certinhos eram apagadores, e os bundas de aço não eram necessariamente
certinhos. Muitos bundas de aço, por exemplo, eram excêntricos, introvertidos,
ansiosos – enim, esquisitos. Já os certinhos autênticos se deiniam pelo que não
eram. Não eram nem puxa-sacos como os apagadores, nem estranhos como os
bundas de aço, nem medíocres como a Massa, nem bagunceiros como os Seres
do Abismo, que sentavam no fundo, e sua principal característica eram os livros
encapados com perfeição.
Atrás dos apagadores, dos certinhos e dos bundas de aço icava a Massa, dividida
em núcleos, como o Núcleo do Nem Aí, formado por três ou quatro meninas que
ignoravam as aulas, davam mais atenção aos próprios cabelos e, já que tinham esse
interesse em comum, sentavam juntas; o Clube de Debates, algumas celebridades
(a garota mais bonita da aula, o cara que desenhava quadrinho de sacanagem) e
seus respectivos círculos de admiradores, e nós do Centrão Desconsolado, que só
tínhamos em comum a vontade de estar em outro lugar.
E no fundo sentavam os Seres do Abismo, cuja única comunicação com a frente
da sala eram os ocasionais mísseis que disparavam lá de trás e incluíam desde
o gordo que arrotava em vários tons até uma proto-dark, provavelmente a primeira
da história, com tatuagem na coxa.
Fonte: <http//oscertinhoseosseresdoabismo.blogspot.com/2008>.
Acesso em: 14 maio 2009.
a) gênero:
b) intenção comunicativa:
c) estilo:
d) estrutura:
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Redação A01
e) perfil do leitor e do autor:
Texto 4
Eu Sei (Na Mira)
Composição: Marisa Monte
Um dia eu vou estar à toa
E você vai estar na mira
Eu sei que você sabe
Que eu sei que você sabe
Que é difícil de dizer
O meu coração
É um músculo involuntário
E ele pulsa por você
Um dia eu vou estar contigo
E você vai estar na minha
Enquanto eu vou andando o mundo gira
E nos espera numa boa
Eu sei, eu sei,
Eu sei
a) gênero:
b) intenção comunicativa:
c) estilo:
d) estrutura:
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Redação A01
e) perfil do leitor e do autor:
Texto 5
Gene da fidelidade é igual em homem e rato
Um estudo realizado por pesquisadores suecos e americanos e publicado nesta
terça-feira pela revista americana PNAS sugere que as variações de um certo
gene, presente tanto em homens como em ratos, faz com que ambos sejam iéis
a suas parceiras -- ou, em alguns casos, promíscuos. Os cientistas analisaram
o sequenciamento genético de 2.186 adultos e compararam com estudos
anteriores realizados com roedores arganases. O gene codiica a vasopressina,
um mensageiro químico do cérebro, que é produzido, por exemplo, durante uma
relação sexual. A sensação de prazer provocada pela vasopressina ica associada
ao convívio com o parceiro, aumentando assim as chances de o casal dar certo.
Essa relação entre a variação do gene e o comportamento só pôde ser observada
em indivíduos do sexo masculino (tanto homens como ratos). Os resultados
mostraram que os homens portadores de uma dessas variações tiveram notas
mais baixas em um questionário que avaliou a ligação afetiva entre os casais.
(Veja, 2 set. 2008).
a) gênero:
b) intenção comunicativa:
c) estilo:
d) estrutura:
e) perfil do leitor e do autor:
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Redação A01
Referências
COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica
Editora, 2008.
FIORIN, José Luiz e SAVIOLI, Francisco Platão. Lições de texto: leitura e redação. 4. ed.
São Paulo: Editora Ática, 1999.
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender os sentidos do texto. 2. ed. São Paulo:
Contexto, 2006.
Anotações
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Anotações
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Anotações
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