Carlos Benítez Trinidad

Entre miradas y silencios: metodologías de investigación en la historia indígena contemporánea / Carlos Benítez Trinidad y Lorena Córdoba (editores). – [Logroño, etc.] : Genueve Ediciones, 2024.
266 p. – (Ciencias Sociales y Humanidades; 35)
ISBN 978-84-18452-20-8
1. Indios de América. 2. Historia. 3. Historiografía. 4. Metodología. 5. Fuentes. 6. América Latina. 7. S. XIX-XX. I. Benítez Trinidad, Carlos. II. Córdoba, Lorena. III. Serie.

A necessidade de publicar os trabalhos acadêmicos em nível de doutorado norteia o momento de seus próximos volumes. Trata-se de uma proposta de difusão do conhecimento e divulgação científica em abordagens multidisciplinares e bases epistemológicas, teorias e metodologias diversas, transversais e, às vezes, incomunicáveis, sob livre escolha de seus autores. Abordagens inovadoras e perspectivas ressignificadas, reconhecendo-se a originalidade semântica dos fenômenos estudados, formam a estrutura dos textos sínteses dos trabalhos de doutoramento, com esforço intelectual de síntese das reflexões em uma unidade de escala menor, na qual não se perde a compreensão do objetivo do todo estudado.

Este projeto, Desconstruindo o Racismo contra os Povos Indígenas no Brasil, nasceu da preocupação com o fato de os povos indígenas ainda serem tratados, em pleno século XXI, com muito desrespeito, vítimas constantes de agressões físicas e morais, repletas de preconceitos e racismo. Entendemos que a perpetuação destes discursos e práticas está diretamente associada ao desconhecimento que há em relação aos mais de 305 povos indígenas brasileiros, falantes de mais de 274 línguas distintas e detentores de enorme diversidade sociocultural.
Não há ninguém melhor que os próprios indígenas para falar sobre o racismo e o preconceito históricos por eles vivenciados diariamente. Em razão disse, este manual didático – voltado para o público infanto-juvenil e adulto de escolas, universidades e comunidade em geral – não poderia existir sem a presença e a voz deles, os indígenas. Os povos Iny~, A’uwe, Ãwa, Kanela e Tapuia estão aqui representados por Cláudio Wadxuhikãnã Nascimento Brito Kanela, Cristovão Tserero’odi Tsoropre, Eunice da Rocha Moraes Rodrigues, Kamutaja Silva Ãwa, Sinvaldo Oliveira Saraiva Wahuka e Vanessa Hãtxu de Moura Karajá.
Foram eles que, em uma das reuniões realizadas por meio remoto (virtual), em respeito ao estado de Pandemia de Covid-19, causada pelo Coronavírus, nos apresentaram a maioria dos ter­mos/conceitos racistas que são discutidos nesse pequeno manual, que tem por objetivo ajudar a sociedade e o Estado brasileiro a olhar e a tratar os povos indígenas com mais respeito e admiração, e sobretudo, desenvolver e implementar políticas públicas e leis que possam contribuir para a desconstrução desses termos/con­ceitos repletos de preconceitos e racismo.
A equipe desse projeto também foi formada por não indí­genas simpatizantes e estudiosos de diferentes temas e abordagens relativas aos povos e culturas indígenas no Brasil: Carlos Benítez Trinidad, Poliene Soares dos Santos Bicalho, Roseli Martins Tris­tão Maciel, Lorranne Gomes da Silva, Fernanda Alves da Silva Oliveira e Josana de Castro Peixoto. Os estudos e a dedicação à pesquisa sobre os povos indígenas tem sido uma constante na vida de todos nós há, pelo menos, uma década, não indígenas aqui representados, o que nos sensibilizou e motivou a produzir esse trabalho junto com os indígenas.

A pesar de los avances realizados en las últimas décadas en lo que a historia indígena se refiere la historia contemporánea sigue sometida al riesgo de silenciar la agencia indígena frente al auge del nacionalismo, del fortalecimiento de los Estados-nación latinoamericanos y de teorías explicativas que privilegian los factores macroestructurales, lo cual genera el peligro de representar a los pueblos indígenas como actores pasivos muchas veces victimizados y a veces casi paisajísticos. Es preciso entonces explorar nuevas formas de dar espacio analítico a los pueblos indígenas como sujetos realmente históricos, con sus propias agendas, motivaciones e intereses, intentando identificar los diferentes significados de sus acciones y comportamientos frente a los procesos de conquista, colonización, nacionalización, extracción, comercio, etc. Se trata, en definitiva, de proponer un espacio de diálogo en el que repensar y tal vez superar el falso horizonte cognitivo que ofrece una historia maniquea de vencedores y vencidos, de hacedores y víctimas.

En este trabajo, realizamos un sesudo esfuerzo por articular el pensamiento desde el cual se ha construido IS, presentando los conceptos claves y como a partir de ellos nacieron el marco metodológico y lógico en el que nos movemos como proyecto. Aconsejo leer aquel trabajo, aun así, podemos aventurar que principalmente, IS se propone como una respuesta y una crítica a la forma tradicional de proceder de las ciencias sociales, el de la estúpida actitud neutral y aséptica que pretende crear un conocimiento “puro” pero que realmente esconde una connivencia conveniente con la hegemonía que genera las situaciones de desigualdad humana que sufre el mundo. Por ello, IS pretende generar un conocimiento por y para la periferia, realizado en dialogo entre los bordes de los mapas, trazando líneas de saber que tejan una red de insurgencia epistemológica. Y a través de esa estrategia, conseguir, siempre entre nuestros modestos límites, la justicia social.

Este artigo tem como objetivo analisar a questão indígena brasileira durante os anos centrais da ditadura militar a partir de uma perspectiva transnacional. Essa abordagem enfatiza fenômenos históricos baseados em pessoas e ideias, emancipando-os dos Estados nacionais como uma estrutura “natural” para o estudo da história. A primeira parte deste texto discute a importância da opinião pública nas relações internacionais para, posteriormente, compreender como o Estado brasileiro encarou as interferências estrangeiras em questões que os governantes do período ditatorial acreditavam ser de competência nacional. Posteriormente, a partir da reflexão acerca do poder simbólico dos povos indígenas no Brasil e no exterior, será feita uma análise em duas partes: na primeira, um estudo de caso focado no impacto que o Relatório Figueiredo – ao ser divulgado internacionalmente – teve na França; em seguida, estenderemos para o âmbito transnacional nossas observações sobre os prejuízos ocasionados pelas denúncias contidas no supracitado relatório, procurando encontrar os vasos comunicantes entre o que estava acontecendo no Brasil, sua leitura pela opinião pública internacional, as formas como as autoridades militares agiram para proteger a imagem externa do país e, também, as possíveis vantagens obtidas pelos atores nacionais que, nos anos 1970, atuavam em favor da causa indígena.

Iberoamérica Social: revista-red de estudios sociales es un proyecto de creación y difusión del conocimiento basado en el uso de la tecnología de la información y los principios de las corrientes de pensamiento que abogan por la descolonización de las ciencias sociales. Este artículo pretende definir y construir la estructura teórica así como los fundamentos del pensamiento donde se sustenta tal proyecto, basado principalmente en tres pilares: el anarquismo epistemológico, la ecología de saberes y el pensamiento decolonial, y enfrentarlo a un primer acercamiento a la aplicación práctica del proyecto tras dos años de experiencia.

RESUMEN: En su expansión, los europeos generaron un discurso sobre las poblaciones nativas de América creando un ser supraétnico y culturalmente homogéneo, que encajaba a la perfección en la forma que estos tenían de interpretar el mundo: el indio. Con la invención del cine, esta capacidad para proyectar las características infundadas y estereotipadas secularmente sobre el indio, adquirió una nueva dimensión visual y simbólica de gran potencia. Este trabajo pretende analizar, usando como eje el documental Yndio do Brasil (Sylvio Back, 1995), las diferentes partes que componen ese ser, el indio en el cine brasileño, y analizar sus variadas dimensiones y su proyección alegórica en la pantalla. ABSTRACT: In its expansion, the Europeans generated a discourse about Native American populations creating a culturally homogeneous supra-ethnic being, which fitted perfectly in the way the Europeans interpreted the world: the Indian. With the invention of cinema this ability to project unfounded characteristics and seculars stereotypes about Indian acquired a new visual and symbolic dimension of great potential. This work aims to show from documentary Yndio do Brasil (Sylvio Back, 1995), how that being has been shown, the Indian in the Brazilian cinema, and analyze the different dimensions about it and its allegorical projection on the screen.

Mesmo em meio a inúmeras tarefas a cumprir, que ampliam em progressão geométrica na vida de toda/o professora/or universitária/o no final do ano, Els Lagrou, com imensa generosidade, e após insistência incomum de nossa parte – o que se explica diante da consciência de sua relevância e importância para a composição deste Dossiê sobre Artes, Estéticas e Representações Indígenas –, conseguiu se organizar para nos ceder esta valiosa entrevista, que certamente impactará positivamente àqueles que se dispuserem à imersão em mundos outros além dos seus, para tanto, como a própria Els Lagrou finaliza esta instigante conversa, “Basta querer ver para que um novo mundo de possibilidades relacionais e ontológicas se abra, não somente para os aprendizes de antropólogo, mas para todos que querem e podem ver”.

O História em Quarentena é um projeto nascido em razão da necessidade de confinamento e de afastamento físico que a atual crise sanitária do coronavírus tem forçado no mundo em geral e no Brasil em particular. Com a ideia de aproximar as pessoas em torno de interesses comuns, e de continuar o empreendimento de divulgar o conhecimento histórico, mas também o conhecimento proveniente de outras ciências humanas e sociais, queremos aproveitar as possibilidades oferecidas pelas ferramentas digitais para reforçar o sentido de coletividade.

Desde o dia 23 de março de 2020, temos entrado no ar de segunda à quarta-feira por meio do Facebook Live com a participação de uma pesquisadora ou um pesquisador falando sobre alguma questão histórica, inserida em uma temática geral que muda a cada semana.
Além disso, às quintas-feiras há um programa especial, um debate gravado via skype entre diferentes especialistas com a intenção de discutir o tema semanal proposto. Durante a primeira semana do projeto, o tema transversal das transmissões ao vivo e do debate estava ligado à «História das doenças, epidemias e pandemias». A segunda semana foi dedicada à temática «Violência de Estado e autoritarismo». Abordaremos a seguir vários temas que combinam uma abordagem precisa dos acontecimentos internacionais atuais e suas apostas, com um background de conhecimento histórico que acreditamos ser necessário para entender a atual situação brasileira e mundial.

Coordenação: Paulo César Gomes (UFF); Carlos Benítez Trinidad (USC/CHAM-UNL); Lucas Pedretti (IESP/UERJ);  Mélanie Toulhoat (IHEAL) e Natália de Santanna Guerellus (Université Jean Moulin).

Iberoamérica Social nació teniendo entre sus finalidades resignificar conceptos como el de frontera desde todas sus perspectivas. En la construcción del proyecto criticamos la limitada y tradicional definición de frontera como lugar de separación/ruptura entre dos espacios. Por el contrario, pretendemos situarla como un terreno de inabarcable riqueza en el que surge el encuentro entre las diferencias y, a partir de su conocimiento, el respeto a ellas, estableciendo caminos de mutua colaboración que favorezcan la convivencia y amplíen las posibilidades de crecimiento de las diferentes partes que comparten frontera. Es decir, planteamos la frontera como un lugar difuso que no se restringe a las limitaciones geográficas, sino que se amplía a todos los espacios donde se encuentran las diferencias y surgen posibilidades de conocimiento, convivencia y colaboración entre dos o más realidades diferentes.

Sin duda alguna, los procesos migratorios, cualesquiera fuesen sus protagonistas y sus motivaciones, los lugares de partida y de llegada, presentan no pocas semejanzas a lo largo de todos los tiempos. Asimismo, constituyen una temática que no pierde actualidad, al fragor de los acontecimientos, muchas veces trágicos, que día tras día se suceden en torno a las migraciones: por unas razones u otras, esos grupos humanos que se han visto y se ven compelidos –por circunstancias a veces dramáticas- a abandonar su tierra de origen para afincarse en nuevos espacios, han experimentado y experimentan vivencias similares: la búsqueda de inserción, los tropiezos en la adaptación a las sociedades de acogida y, en múltiples ocasiones, la batalla contra la xenofobia, las crisis de identidad y sus negociaciones y re-elaboraciones, el irremediable abismo de la distancia con el país que quedó atrás, una distancia que se agranda cuando se interponen mares u océanos. Nostalgia y angustia existencial, al fin, que potencia la emigración, y que con tanta luz describió en su poesía Negra Sombra 1881) la gallega Rosalía de Castro, ella misma hija de una tierra de emigrantes.

Se a função da Arte é interferir no quotidiano, revelar aspectos que fogem ao primeiro olhar da lógica, apontar atalhos na reta estrada da realidade, instaurar caminhos tangenciais no domínio das certezas, as três plataformas artísticas nas quais desenvolvo meus ofícios (cinema, literatura e teatro, principalmente o primeiro) se inscrevem também nessa dinâmica, nesse fazer conjunto profissional e militante, embora prefira utilizar a definição, no caso do cinema em que me insiro, da intervenção política.

Talvez o fato de ter minhas raízes nos alicerces da construção artística pertencente ao universo (deformado pelo capitalismo) burguês do que se entende como mundo da cultura, no seu sentido lato de mercadoria, possa ter me oferecido ferramentas consistentes para, ao ingressar nas mobilizações sociais, utilizá-las em benefício da criação de materiais políticos. Ao não abandonar de todo o meu natural pertencimento familiar (filho de artistas) a “Cultura” com maiúsculas, não me vi obrigado a produzir obras de caráter panfletário, no pior sentido do termo, como aquele que apenas serve a uma única proposta monolítica, sem bifurcações, nuances e possibilidades de transformações programáticas no horizonte. Tanto é que neste longo percurso de aliar a Arte e a Política nunca deixei de construir obras que dizem respeito a personagens da Cultura e da História, em especial da literatura, do teatro e da plástica. Intuo isto como um perigoso desafio de transitar uma zona fronteiriça onde as margens se constituem no sentido do roteiro e a própria bússola da viagem, acrescentando sempre novos domínios de conhecimento a temas por si só complexos e irresolúveis no curto prazo. Cito como exemplo os trabalhos audiovisuais desenvolvidos na área educativa, onde os planos culturais e políticos – a própria formação dos corpos docente e discente – são indissociáveis.

Imagine usted cualquier actividad humana, o plan de vida que le gustaría desarrollar en el futuro –a usted mismo o a sus seres cercanos, atenta lectora, amable lector. A continuación hágase esta pregunta sencilla: ¿se darán las condiciones de estabilidad climática y suministro adecuado de energía y materiales para poder llevar a cabo estos proyectos? Pues bien: sea lo que fuere que haya pensado –con algunas excepciones poco deseables, del tipo “autorrealizarme como Señor de la Guerra en una región de violencia endémica”- la respuesta, con certidumbre científica (en la medida en que la ciencia proporciona certidumbres), la respuesta es: NO.

Mucho se habla de la globalización, sin embargo el concepto mismo ha sido naturalizado de tal manera que asumimos una serie de atributos que homogenizan y por ende imposibilitan reflexionar sobre las diversas lecturas existentes. A mi modo de ver estamos ante un proceso y a su vez una definición múltiple, contradictoria, ambigua, y hasta desigual. Hablar de globalización es reflexionar de todo y a la vez de nada.

Para algunos corresponde a la mundialización e interdependencia de las relaciones económicas, de los flujos comerciales y financieros que ocurren en distintas zonas del planeta. También se le ha asociado a la interconexión de los flujos de información.

A nivel cultural se le puede visualizar como un proceso de difusión y homogeneización, en que se configura un lenguaje común que tiende a negar sistemáticamente las diferencias. Se instala un modelo de vida que tiende hacia la uniformidad de los sujetos, pero al mismo tiempo ha sido un espacio privilegiado de encuentro en la diversidad. Mientras más se nos imponen parámetros universales más locales nos hemos vuelto. Hoy en ciudades como Buenos Aires y Santiago de Chile nos encontramos con agrupaciones de danza y música andina, compuestas por mestizos, migrantes del norte del país, de Bolivia y Perú, que han posicionado festividades y ritualidades aymara y quechua, en pleno contexto citadino.

Para los diversos movimientos sociales la globalización se presenta como el contexto de transformación de los escenarios donde se sitúan, que va desde lo local a lo global, o como diría García Canclini, en lo “glocal”, coexistiendo prácticas de resistencia con reelaboraciones identitarias modernas.

La globalización no es un fenómeno nuevo, está asociada al propio desarrollo del sistema capitalista y sus distintas fases, que está caracterizado por un incremento sustancial del capital transnacional en las economías de los países “centrales”.

Uno de sus principales elementos ha sido el debilitamiento y retroceso del Estado, disminuyendo los canales de participación y negociación colectiva, pero al mismo tiempo nos encontramos ante diversas movilizaciones que han posicionado demandas indígenas, medioambientales, de género, entre otras, como ejes de una actoría social a nivel mundial, con expresión en lo local.

Hoy los movimientos sociales y las organizaciones muestran una alta capacidad de actuar políticamente frente al Estado y los gobiernos de turno, en que se despliegan estrategias que van desde un trabajo conjunto con organismos nacionales e internacionales, en un entorno internacional de reconocimiento de sus derechos, hasta el advenimiento de diversas prácticas de poder comunal, de corte autonomista.

En Iberoamérica y el mundo la resistencia se ha globalizado. Lo que a simple vista parece imposible, por la misma condición de normalización y negación de lo diverso que ha traído la actual mundialización, está ocurriendo. Los propios movimientos sociales han usado los medios de comunicación para masificar sus reivindicaciones, basta sólo pensar en el caso del EZLN en México, donde la circulación constante en internet de diversas declaraciones y escritos ha potenciado la cercanía de un conjunto de actores mundiales con el zapatismo.

Las luchas locales se articulan en plataformas internacionales. Es así que en países como Chile y Argentina, campesinos, indígenas y organizaciones medioambientales se organizan de manera conjunta en contra de transnacionales como Barrick Gold, agente principal de la explotación minera que ha puesto en peligro un conjunto de glaciares milenarios.

¿Qué rol le toca a las Ciencias Sociales en este contexto?

Las Ciencias Sociales surgen al alero de la modernidad, constituyendo diversos conocimientos sistemáticos sobre la realidad, a través de la búsqueda de leyes naturales universales sobre la base de la idea de progreso.

A partir del siglo XIX, y en el XX, se crean estructuras institucionales para la creación y profesionalización de las disciplinas, ya que la investigación sistemática requería de múltiples zonas diferenciadas de la realidad, con énfasis en la neutralidad del estudioso.

Durante la década de los sesenta se da inicio a una serie de críticas que tienen como eje la propia descolonización de las Ciencias Sociales, sobre todo a partir del cuestionamiento de la idea de objetividad y por la falta de compromiso de los intelectuales con los sujetos y las colectividades que han sido históricamente investigadas por ellos. De a poco se ha ido asumiendo que todo conocimiento es una construcción social, siendo fundamental dialogar e integrar las múltiples perspectivas de mundo, como una forma de validar las diversas formas de conocimiento, y no únicamente la académica.

Ante la globalización de las luchas, como cientistas sociales y además como parte de los movimientos sociales, se nos presenta el gran desafío de articular ambas instancias, a partir del mutuo conocimiento y reconocimiento, no sólo desde el respeto sino sobre todo desde la convivencia entre nosotros, y no entre “otros”.

Somos comunidades pensantes, vivas, activas, que resistimos pero además que proponemos nuevas y reivindicamos antiguas formas de vincularnos, desde lo local pero dialogando en lo global.

Francisca Fernández Droguett
Colectivo de Danzas Andinas Quillahuaira (Chile)
Antropóloga

El número “Luchas, derechos y espacios: Iberoamérica repensada desde la diversidad y el género” que presenta la revista Iberoamérica social: revista-red de estudios sociales, contiene diversos trabajos que permiten problematizar, a la vez que contextualizar, diversos pensamientos y acciones en Iberoamérica.

Los textos son interpretaciones que surgen de las relaciones sociales que les dan origen. Son posturas que se evidencian a través del pensamiento y que se manifiesta a través de la escritura, por tanto son acciones sociales y en ese sentido hay que contextualizarlos.

Analizar las luchas, los derechos y los espacios en torno a la diversidad y el género supone problematizar primero algunas de estas categorías en sus contextos. Es por ello que cuando por ejemplo nos situamos desde Latinoamérica y El Caribe, necesariamente debemos comprender que esta región, ha sido producto, como señala Enrique Dussel, de una trilogía: capitalismo, colonialismo y modernidad. Este trio de acontecimientos y fenómenos ha marcado el devenir de la mayoría de los países en la política, en la economía, en lo cultural, en fin, en todas las relaciones sociales. Estas relaciones sociales han estado sustentadas con base a un paradigma moderno: hombre blanco, con privilegios de clase, heterosexual, padre y católico, producto del colonialismo europeo. Lo demás se constituye en lo “otro”: las mujeres, las y los indígenas, las y los negros, gays, lesbianas, personas trans.

La concreción de esta otredad ha significado un sinnúmero de violencias, discriminaciones, exclusiones hacia estos diversos sujetos, que en la lógica moderna solo son reconocidos en tanto conforman la diferencia colonial.

Si bien en los últimos años con las reformas constitucionales que se han dado en diferentes países y producto de las luchas de muchos movimientos sociales por el reconocimiento, muchos y muchas ya son nombrados, muchas veces reconocidos en el espectro de las naciones pluriculturales y plurinacionales, pero siguen siendo lo otro, pues el paradigma moderno sigue intacto, se convierte incluso en una necesidad a la que muchos movimientos y sujetos aspiran ser a través de demandar políticas de la igualdad, pues las condiciones materiales del lugar que ocupan son desiguales, en torno a derechos, a acceso a servicios, a vivir dignamente, y es porque precisamente el reconocimiento a la diversidad no garantiza las transformaciones sociales necesarias para que dejen de ser “lo otro”.

En ese sentido la diversidad, sino implica la eliminación de desigualdades sociales no es otra cosa que una forma de multiculturalismo liberal, que crea una serie de discursos potables, incluso políticas estatales y de reconocimiento de ciertos derechos que al final siguen manteniendo el status quo.

Es necesario entender que categorías políticas como indígenas, negras y negros, mujeres, lesbianas, gays, trans, han sido construidas por las mismas opresiones: indígenas, negros y negras por el racismo, mujeres, trans, gays, lesbianas por el heterosexismo, aunque la utilicemos para la política, para la movilización de forma estratégica. Esto supone entender que las identidades son construidas, no son fijas y deben ser contextualizadas y comprenderlas en un entramado de opresiones que funcionan de forma imbricada. No es posible por ejemplo entender las relaciones de género sin las relaciones de raza y clase y sexualidad, porque de lo contrario estaríamos reproduciendo lógicas binarias, heterocéntricas y racistas. Tampoco es posible entenderlas sin una comprensión compleja de los contextos. No es lo mismo ser una mujer indígena o negra a una mujer blanco-mestiza, en el ámbito rural o urbano, o un hombre negro pobre de una comunidad latinoamericana o caribeña a un hombre blanco heterosexual de España, por ejemplo.

Si bien son importantes el reconocimiento de las diversas experiencias de sujetos, creo que lo fundamental es una lucha por acabar con las opresiones que dieron origen a estas categorías. Más allá de luchar por el reconocimiento de ser negra, mujer, o lesbiana, es necesario acabar con el racismo, con el sexismo y el heterosexismo, una lucha que no puede ser fragmentada, sino imbricada, lo cual supone alianzas permanentes entre movimientos sociales que buscan transformar de raíz las relaciones sociales basadas en las desigualdades.

Es por lo anterior que analizar las luchas, los espacios, los derechos supone una toma de postura ética en torno a como han tenido lugar las relaciones sociales y no asumirlas como naturales. Supone historizar, analizar sus construcciones a partir de entender cómo se ha construido la hegemonía cultural, económica, social, que aún hoy siguen sosteniendo muchas de las élites de nuestros países.

Este ejercicio, es epistémico a la vez que político, pues busca en primer lugar, una reinterpretación de los hechos históricos desde posturas subalternas; en segundo lugar, busca la creación de pensamiento crítico que no solo se quede en un juego de palabras en jergas académicas, sino fundamentalmente, en provocar acciones colectivas que propendan por acabar con las desigualdades sociales y así lograr la transformación social.

Espero que estos artículos sean una provocación para ello.

Ochy Curiel

Activista lésbico Feminista, antirracista y decolonial.

Docente de la Universidad Nacional de Colombia.

Iberoamérica Social: revista-red de estudios sociales
No es una revista académica más, es también una red de creadores y difusores de conocimiento en el campo de los estudios sociales. Una red transoceánica que conecta un mundo relacionado pero que a su vez como diría Eduardo Galeano: “está preñado de munditos”.

La idea era la de crear una revista, así de simple. Crear nuestro propio proyecto de revista académica digital como tantas hay, pero intentando ofrecer no solo calidad y rigurosidad, sino también frescura y continua actualización. Para ello apuntamos en nuestra pequeña libreta, con la Bahía de Todos los Santos ofreciéndonos un explosivo atardecer, un esquema de cómo queríamos que fuera la revista. Un consejo editorial compuesto por un grupo reducido de investigadores jóvenes de diferentes países iberoamericanos que trabajasen de forma asamblearia y totalmente horizontal, para evitar tiranías y despotismos. Un cuerpo de revisores que siguiera la misma lógica y otro de columnistas fijos que fueran reputados y con amplia experiencia.

El proyecto iba cogiendo forma, pero mientras seguíamos organizándonos las ideas nos empezaron a llover regándonos de inspiración. Queríamos usar las redes sociales como fuerza motriz de esa dinámica constante que queríamos aplicar. Entonces buscando un nombre para el proyecto caímos en la cuenta ¿Por qué no crear también una red, donde los componentes puedan crear, compartir y discutir sobre los temas expuestos?

A partir de ahí fuimos creando las herramientas necesarias, de un grupo privado de Facebook pasamos a tener una herramienta moodle con foro, chat y anuncios privados donde hemos dado vida a esta criatura que en menos de seis mese ya se nos está empezando, felizmente, a escapar de las manos. El mayor ejemplo es este primer número que aquí se presenta.

En Iberoamérica Social tenemos como objetivos y finalidades una serie de propuestas que pueden parecer obvias para un proyecto de estas características pero que tristemente casi siempre se pierden en la neutralidad y frialdad académica. A su vez, para otros profesionales y viajeros más experimentados les puede parecer inocente e iluso. Palabras tales como descentralización del conocimiento, respeto por culturas siempre consideradas periféricas, socialización epistemológica, investigadores nóveles, público plural, ciencia humana respetuosa y responsable, justicia social a través del conocimiento, cultura para todos y por supuesto inter y transdisciplienariedad…. Inundan nuestro horizonte e imaginario.

Para cumplir con la parte más académica y rigurosa estamos publicando esta revista digital en PDF que cada semestre girará en torno a un tema planteado previamente. Aparte de otros componentes que componen generalmente una revista de tal índole como artículos libres, reseñas, experiencias y proyectos de investigación, metodologías, etc. Aparte de dar espacio en la misma publicación a pequeños aportes de literatura creativa, ilustraciones y fotografías acordes al tema propuesto para el número.

El material publicado no será olvidado simplemente en la web a espera de que un investigador interesado lo descubra cual tesoro. Nuestro amplio equipo se va a encargar de darle salida a través de redes sociales, blogs ajenos sensibles a la información tratada en la publicación, portales de información, organizaciones e instituciones, etc. La idea es dar la mayor difusión a esa producción que el Consejo Editorial de Iberoamérica Social cree que es un bien precioso para la sociedad y que no debe acumularse en los millones de archivos que ya inundan la web.

La parte más informal y activa es nuestra galaxia de blogs, donde nosotros mismos (el consejo editorial), nuestros columnistas y revisores, publican periódicamente entradas con opiniones, reflexiones o hechos interesantes que puedan generar debate. Es lo que mantiene “viva” nuestra red y está teniendo un éxito inesperado. La última parte que conforma la red y el proyecto en sí, es la de crear una extenso tejido de colaboración con otros proyectos, publicaciones, instituciones, organizaciones, etc. Con los mismos ideales y con propuestas parecidas de ámbitos cercanos. Crear eventos, publicaciones, referencias así como todo lo que se vaya ideando junto con estos otros proyectos. Siempre con los objetivos anteriormente descritos.

Por tanto el nuestro es un proyecto creado e ideado para que esté en constante expansión y que un día transcienda las fronteras originalmente marcadas y pueda ser global. Lo local en lo global, la diferencia en la igualdad.

El tema de este primer número es Estado y movimientos sociales: de la crisis europea al despegue latinoamericano. Elegimos este tema por la actualidad que representa en ambas orillas del Atlántico. La historia no ha sido ajena nunca a los movimientos sociales que luchaban por un futuro mejor, de mejorar el estado y sus instituciones. Lo que hoy nos sorprende y queremos recalcar en este número es esa comparativa transatlántica de estadíos sociales. En Europa resurge con fuerza los movimientos sociales que rellenan los huecos que los estados creen sacrificables según la lógica neoliberal capitalista. Esto está ocurriendo especialmente en los países más castigados por la crisis. En España el caso más sonado es el PAH (Plataforma Antidesahucios) cuya misión es impedir el desahucio que sufren miles de familias cada año por la imposibilidad de pagar las hipotecas. Casas que después de desalojadas hibernan sin habitantes durante años mientras familias enteras viven en la calle. La mayoría de estas familias desalojadas lo son por clausulas e hipotecas basura fruto de la época de “vacas gordas” en España. Actualmente el 20% de las casas en España están vacías, 3,4 millones (según cifras del INE). Otros movimientos sociales potentes se circunscriben a la educación y la sanidad, como son la Marea Verde y la Marea Blanca respectivamente.

A su vez en América Latina surgen desde hace décadas movimientos sociales que exigen derechos o protección para una vida más digna. En este número contamos con una entrevista a la Asociación Nacional Zonas de Reserva Campesina en Colombia y en ella nos explican su nacimiento, su lucha por la tierra, los despojos y la violencia armada. Los sectores de la población normalmente más desamparados hoy en América Latina se vuelven mecanismos de cambio sociales que no solo exigen un lugar digno en la sociedad, sino que buscan cambiar la sociedad latinoamericana en si misma donde la diferencia no solo tenga su espacio sino también voz.

Por último no podemos obviar un fenómeno interesante que une poco a poco a las dos orillas. La incorporación de nuevas masas de población en América Latina a la clase media está acercando intereses y objetivos de los diferentes movimientos sociales. El máximo exponente de este fenómeno son los movimientos estudiantiles que se unen y marchan por todo el mundo iberoamericano por sus derechos y contra la mercantilización de la educación. Colombia, Brasil, Chile, México, España, etc… son protagonistas de un movimiento en plena ebullición que usan las redes sociales y la tecnología para mantenerse informados y apoyarse unos a otros en sus respectivas luchas. Convirtiendo así la reivindicación en global y haciendo ver que los problemas de uno son los problemas de todos en un mundo dominado por la desigualdad y el despojo.

Este número va dedicado a ellos que en realidad somos nosotros, somos todos. En Iberoamérica Social queremos colocar nuestro granito de arena, dándoles salida, difusión y conocimiento.

Esperamos desde el Consejo Editorial que disfruten tanto de este nuestro primer número, como nosotros disfrutamos creándolo.

Gracias a todos nuestros colaboradores, abrazos desde todos los rincones de Iberoamérica.

Consejo Editorial Iberoamérica Social: revista-red de estudios sociales